A virtude (areté) é a expressão maior da excelência de uma pessoa, de sua integridade, de sua identidade. A paixão, por outro lado, torna-a confusa, dividida entre desejos contrários, conflitantes, opostos. Alguém sob o domínio da paixão pode inclinar-se ao vício, que é o excesso ou a falta da paixão. A virtude é encontrar, pelo uso da razão, o meio-termo entre esses extremos, que Aristóteles chamou de justo meio.
Suponha-se alguém dominado pelo prazer (que, para Aristóteles, é uma paixão). Esse alguém pode ser libertino (um dos extremos do prazer prazer em excesso) ou insensível (o extremo oposto: falta de prazer), O justo meio, aqui, é a temperança, à qual se chega pelo uso da razão.
A virtude, assim, está ligada à razão. E, como todo homem é dotado de razão, todo homem pode alcançar a virtude. Basta identificar a paixão que o domina, reconhecer seus extremos e procurar, racionalmente, seu justo meio.
A maior de todas as virtudes, diz Aristóteles, é a justiça. Sua força sobre as demais consiste em sua perfeição, porque quem é justo projeta-se mais para o outro do que para si mesmo. Em outras palavras, tudo que protege o conjunto dos indivíduos (a sociedade) é mais importante do que aquilo que protege somente um dos membros dessa sociedade, Por isso, dos males, a injustiça é o maior, pois destrói o tecido social.
Uma pessoa detentora de virtudes é aquela que consegue estar equilibrada entre dois extremos e não se deixa levar pelos vícios, mas consegue atingir o que ele chama de justo meio, um comportamento mediano e equilibrado que poderia fornecer felicidade àqueles que se adequassem a virtude e ao justo meio.
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Filosofia e Ética
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