Podemos assinalar como correta a influencia do trauma de infância na formação da identidade da criança:

um trauma pode influenciar entre outros fatos no desenvolvimento do cérebro, capacidade de integrar harmoniosamente emoção e razão, desenvolvimento equilibrado do "eu" e no processo de autonomia entre outros fatores.

O trauma ocorre quando duas variáveis se unem e formam uma unidade. Assim, não basta apenas que se dê algum acontecimento na vida da criança, mas é necessário que, subsequentemente, esta mesma criança retome (pela memória) os dados desta experiência e aplique, sobre ela, o quanto possua de capacidade raciocinativa. Assim, ao lembrar-se da experiência (ainda que colorida com os dados da própria imaginação) e, sobre ela, emitir julgamento interior, negativo, dá-se o trauma. Este, por envolver tanto os sentidos internos (como a memória, imaginação, cogitativa) como a razão (ou capacidade raciocinante), determina com força maior ou menor (conforme tenha sido a experiência e o juízo interior emitido sobre ela) a perspectiva com que, doravante, a criança passará a enxergar a própria realidade. Por isso é correto dizer que trauma de infância influencia (ou pode influenciar) na formação da identidade da criança.