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Behaviorismo é uma teoria psicológica que objetiva estudar a psicologia através da observação do comportamento, com embasamento em metodologia objetiva e científica fundamentada na comprovação experimental, e não através de conceitos subjetivos e teóricos da mente como sensação, percepção, emoção e sentimentos.
É uma das três principais correntes da Psicologia, junto com a psicologia da forma (Gestalt) e psicologia analítica (Psicanálise).
Neste artigo, vamos falar da origem do behaviorismo e os principais conceitos da psicologia comportamental.
O nome Behaviorismo tem origem no termo em inglês Behavior, que significa comportamento.
O Behaviorismo, também chamado de Comportamentismo ou Comportamentalismo, tem como objeto de estudo o comportamento. Essa teoria psicológica defende que a psicologia humana ou animal pode ser objetivamente estudada por meio de observação de suas ações, ou seja, observando o comportamento.
Os Behavioristas acreditam que todos os comportamentos são resultados de experiência e condicionamentos. As figuras influentes do Behaviorismo incluem os psicólogos John B. Watson e B.F. Skinner, que estão associados ao condicionamento clássico e ao condicionamento operante, respectivamente.
A Psicanálise investiga os conflitos psíquicos resultantes de sonhos, lembranças reprimidas e delírios. Freud acreditava que a mente é responsável por decisões conscientes e inconscientes que ela toma com base nos impulsos psíquicos. O id, o ego e o super-ego são três aspectos da mente que Freud acreditava compor a personalidade de uma pessoa
O Behaviorismo estuda o comportamento de forma direta, com base no ambiente e no condicionamento em que vive o indivíduo ou animal.
Os estudos do Behaviorismo iniciaram-se no século 19, a partir de um trabalho do psicólogo John B. Watson, intitulado de ”Psicology as the Behaviorist views it”, traduzindo para o português: “Psicologia como um comportamentista a vê”. Esse estudo teve como referências as teorias dos filósofos russos Vladimir Mikhailovich Bechterev e Ivan Petrovich Pavlov.
Entre 1920 até meados de 1950, o behaviorismo se tornou a escola dominante de psicologia, com o propósito de estabelecer a psicologia como uma ciência objetiva e mensurável. Os estudiosos e pesquisadores do behaviorismo estavam envolvidos em criar teorias que pudessem ser descritas e medidas de forma clara e prática.
A Psicologia comportamental não possui um único conjunto de teorias, seus estudos são debatidos por diversos autores.
Os principais tipos de Behaviorismo são o Behaviorismo metodológico, influenciado pelo trabalho de John B. Watson, e o Behaviorismo radical, que foi iniciado pelo psicólogo Burrhus Frederic Skinner.
Os behavioristas acreditam que os comportamentos podem ser aprendidos por meio do condicionamento. Isto é, as condições do ambiente têm influência direta no comportamento do indivíduo ou animal.
O condicionamento clássico está ligado à escola do Behaviorismo metodológico (ou behaviorismo clássico), enquanto que o condicionamento operante, faz parte dos estudos do Behaviorismo radical, como veremos mais adiante.
O Behaviorismo metodológico foi o ponto de partida do Behaviorismo, fundado por John B. Watson, com base nas teorias sobre condicionamento do russo Ivan Pavlov.
O Behaviorismo metodológico (ou clássico), se opõe ao mentalismo e introspeccionismo, ou seja, descarta os estudos relacionados à mente, pensamento e emoções. É baseado através de observação e experimentação.
Essa abordagem defende que o comportamento pode ser previsível e controlado a partir de estímulos.
Na educação, a teoria comportamental de Watson defende que o comportamento do indivíduo pode ser moldado e ajustado, capaz de fazer com que uma criança tivesse determinada formação de caráter ou exercesse qualquer profissão que escolhessem para ela, por exemplo.
A experiência mais conhecida para explicar o condicionamento clássico é a chamada “Cão de Pavlov”, que foi realizada com um cachorro que saliva ao ver comida, e também a qualquer sinal ou gesto que lembrava a chegada da sua refeição.
Nessa experiência, Pavlov treinou cachorros para que eles salivassem mesmo que a comida não estivesse por perto. Pavlov tocava um sino toda vez que alimentava os cachorros. Com o passar do tempo, os cachorros começaram a associar o barulho do sino à comida, e ficavam famintos e salivantes a cada som emitido pelo sino, mesmo que seus potes de comida estivessem vazios.
Com isso, concluiu-se que os seres vivos já nascem com certos reflexos, ou seja, possuem determinada reação a partir de ações específicas.
Um outro experimento do condicionamento clássico foi realizado por John B. Watson juntamente com uma aluna de pós-graduação Rosalie Rayner, onde um bebê de nove meses de vida, chamado de Albert, que vivia em um orfanato e tinha um comportamento tranquilo, foi exposto a um rato branco e outros animais peludos, como um coelho e um cachorro, um algodão, lã, jornal em chamas e outros estímulos que não assustavam o pequeno Albert.
O teste prosseguiu e o bebê foi colocado para brincar com um rato de laboratório, que a princípio não causava medo à criança. Mas neste experimento, Watson e Rayner faziam um barulho muito alto com um martelo, assustando Albert e o fazendo chorar. Depois que esse procedimento foi repetido por várias vezes, o bebê começou a sentir medo do rato mesmo antes do som alto ser reproduzido.
O bebê passou cerca de um ano sendo submetido a vários testes, associando os outros elementos que antes não lhe causara medo, ao estrondoso som produzido por Watson e sua assistente. Novamente, quando apresentavam ao bebê somente o elemento, mesmo que sem fazer o estrondoso barulho, o bebê chorava e demonstrava medo.
No final dos experimentos, o bebê passou de muito tranquilo e calmo a um bebê com ansiedade e episódios de angústia.
Isso mostrou que o bebê havia aprendido a associar a sua resposta, o medo que sentia e o choro provocado, a um outro estímulo que antes não lhe causava medo.
O Behaviorismo radical, corrente comportamentalista de Skinner, surgiu em oposição ao behaviorismo metodológico.
Essa abordagem considera que os comportamentos observáveis eram manifestações externas de processos mentais invisíveis, como o autocontrole, o pensamento, entre outros. Porém, defende que era mais conveniente estudar os comportamentos observáveis. Com isso, ele pretende dizer que as emoções não dão origem à nossa conduta, pois também fazem parte do modo de agir. Ou seja, o comportamento não é consequência do livre arbítrio, mas sim das consequências dos seus atos, sejam positivos ou negativos.
Skinner contribuiu grandemente com a criação do Condicionamento Operante, um método de aprendizado que ocorre através de reforços (positivos ou negativos) e punições. O objetivo é entender a relação entre os comportamentos de um animal ao seu ambiente.
Para Skinner, o comportamento é reforçado através das suas próprias consequências. Partindo da premissa que o indivíduo busca sobreviver, se proteger, se autorrealizar, entre outras ações que sentem necessidade, à medida que alcançasse o seu objetivo, o comportamento se repetiria. Esse mecanismo de repetição é chamado de operante, sendo que se for seguido de um reforço positivo ou reforço negativo, a probabilidade de ele se repetir, aumenta. Enquanto que se for seguido de uma punição, a probabilidade do comportamento ser repetido, diminui.
Em outras palavras, essa teoria propõe que para um comportamento desejado ser alcançado, deveria ser incentivado através de uma recompensa, se estivesse agindo corretamente, e se estivesse agindo errado, receberia uma punição.
Os reforços são divididos em positivos ou negativos, ambos têm o objetivo de estimular a repetição de comportamentos que tem como consequência uma premiação positiva.
Já as Punições têm o objetivo de cessar ou diminuir a frequência de um comportamento, pois sua consequência é algo ruim.
Skinner comprovou a sua teoria através de um experimento chamado “Caixa de Skinner”, que consistia em colocar um rato dentro de uma caixa fechada com uma alavanca, que ao passo que o rato interagisse com a barra, ativava um mecanismo que oferecia ao animal algumas recompensas como água, alimento ou luz, e em alguns modelos, emitia choques.
A partir dos critérios estabelecidos pelo experimentador, como aproximação do animal até a barra, se tocava com a pata, se encostava o focinho, se pressionava a barra várias vezes o alimento era entregue a ele, como uma recompensa.
Foi observado que quando recompensado, o rato aumentava a frequência dos movimentos que tinha a recompensa como resultado. Assim como os movimentos que não lhe gerava nenhuma recompensa, eram diminuídos.
Através do resultado dessa experiência, Skinner passou a fazer modelagem de diferentes padrões comportamentais, em diferentes espécies.
As principais diferenças entre o condicionamento clássico e o condicionamento operante é que o condicionamento clássico destaca que o estímulo neutro (comida, rato branco e objetos) pode ser transformado em um estímulo condicionado (quando é adicionado o som ou barulho), produzindo uma resposta conforme às condições que foram transformadas o estímulo neutro.
Enquanto que o condicionamento operante, envolve condicionamento voluntário, ou seja, o indivíduo controla através das consequências.
Ou seja, no condicionamento clássico, a associação não pode ser controlada, e no condicionamento operante, a associação entre comportamentos e resultados é aprendida.
O Behaviorismo é adotado por diversas instituições e sociedade, como escolas, empresas, grupos de trabalho, entre outras que visam observar o comportamento humano.
O estudo do comportamento pode ajudar a melhorar o aprendizado ou motivação ao estudo ou trabalho em ambientes diversos, através de sistemas de punições e premiações e as observações do que ocorre após esses estímulos.
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