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Os desafios da sociologia

Disciplina precisa estar atenta ao novo papel que o corpo humano desempenha

Embora esqueçamos frequentemente, “sociologia” significa falar da sociedade. Não mais que isso, mas também não menos. Em meio a tantas falas, seu desafio é falar com qualidade, argúcia e desenvoltura. Os sociólogos são por vezes os primeiros a esquecer isso; mas o esquecimento é fundamental para que haja a lembrança. Esquecendo muito e lembrando um pouco, gostaria de alentar problemas que a sociologia, em meu juízo, não deveria deixar de lado nos tempos que correm.

Em primeiro lugar, ela precisa atualizar sempre e sempre mais sua consciência histórica, para perceber o que há nos tempos que correm que de fato os singularizam em relação a outros tempos -e em que medida. Com isso já está dito que os tempos são múltiplos, complexos e, o mais das vezes, contraditórios; e também que muito do que pode aparecer como novo não é necessariamente tão novo assim.

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💡 7 Respostas

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tania mara Delaroili

A sociologia da educação é importante, independente do meio, para a compreensão da realidade social, econômica, cultural e até mesmo política do nosso país. É necessário que os professores tenham uma visão crítica e questionadora, para formar alunos que compreendam e consigam modificar a realidade em que vivem.

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Francieli Machado

Os desafios da sociologia

Disciplina precisa estar atenta ao novo papel que o corpo humano desempenha

Embora esqueçamos frequentemente, “sociologia” significa falar da sociedade. Não mais que isso, mas também não menos. Em meio a tantas falas, seu desafio é falar com qualidade, argúcia e desenvoltura. Os sociólogos são por vezes os primeiros a esquecer isso; mas o esquecimento é fundamental para que haja a lembrança. Esquecendo muito e lembrando um pouco, gostaria de alentar problemas que a sociologia, em meu juízo, não deveria deixar de lado nos tempos que correm.

Em primeiro lugar, ela precisa atualizar sempre e sempre mais sua consciência histórica, para perceber o que há nos tempos que correm que de fato os singularizam em relação a outros tempos -e em que medida. Com isso já está dito que os tempos são múltiplos, complexos e, o mais das vezes, contraditórios; e também que muito do que pode aparecer como novo não é necessariamente tão novo assim.

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Cecília Ramos

A imensa coleção de mercadorias não parou de crescer e de atuar segundo suas lógicas variadas, seja a nosso serviço, seja nos pondo a seus serviços. Falar da sociedade requer a maior atenção a esse fenômeno, por mais que se queira afastar das formulações mais antigas da questão.


Vida e mercadoria

No mundo em que vivemos, a vida dos homens não pode ser pensada desvinculada da vida das mercadorias -e essa foi uma das preocupações centrais de Jean Baudrillard. A própria vida dos homens precisa ser qualificada: uma vez que já se disse que a vida não vive, a vida e a morte da vida se apresentam como tarefa do pensamento, ainda mais na época do "homo creator", capaz de criar e manipular a vida, sujeito e objeto da técnica e da tecnologia.

Ambas invadiram de tal modo os mundos em que os seres humanos vivem e morrem que é difícil perceber todas as suas dimensões e implicações. As novas mídias reconfiguram de modos contraditórios não somente as figurações, tiranias e reservas da intimidade mas também os processos de socialização, formação do "self" e de identidades, coletivas e singulares.

Por outro lado, os corpos, que nunca se imaginou tão dóceis, se tornaram objetos privilegiados das intervenções tecnológicas, das cirurgias realizadas com ajuda de robôs em hospitais instalados em prédios inteligentes à "body art". Dada a miséria do mundo, é difícil conceber uma sociologia que não se indigne e engaje de algum modo. Mas é uma questão de vida ou morte para a sociologia ousar preservar uma distância variada diante do engajamento, sabendo usufruir de uma relação que não é, nem pode ser, imediata diante da miséria, da desigualdade, da violência e da injustiça (a rigor, essa é a sua forma de engajamento). Sociologia não é política, embora possa dela se aproximar -mas jamais se confundir e indiferenciar. Sociologia é crítica da política.


Diluição

Com isso, tocamos um xis da questão: ao longo do século 20, o conceito de crítica se generalizou de tal modo que acabou por diluir seu potencial crítico. Isso se converte em tarefa da sociologia, caso se entenda que não pode haver um conceito de crítica desvinculado da sociedade e que a sociedade existe em formas concretas e históricas. Tal concretude e historicidade, em razão da complexidade da sociedade, só pode ser abordada em investigações que conjuguem o micro e o macro, inclusive lançando mão de um para fazer a crítica do outro.

Análise micrológica e perspectiva macrológica precisam estar articuladas, sem contudo serem absolutizadas -ou seja, articulando-se em diferenças. Desde o início a sociologia diagnosticou o moderno como diferença e como processo de diferenciação cada vez mais acelerado.

Esse diagnóstico não perdeu em atualidade, mas exige atualização contínua, pois as formas de diferenciação não param de se diferenciar. Diferenciação social possui basicamente dois vetores, horizontal e vertical, que se concretizam por sua vez em duas dimensões distintas, sincrônica e diacrônica. Diferenciação horizontal conduz à formação de estruturas mais ou menos complexas e duradouras, como diferenciações de papéis, comportamentos e posições. Diferenciação vertical assume, o mais das vezes, o caráter de relações de dominação, de subordinação e de sobreordenação. A sociologia precisa atentar para as variedades dos vetores e dimensões, de sorte a observar e descrever mais e melhor a sociedade.

Diagnóstico do presente, pressupondo compreensão do passado e abertura para o futuro, é o âmago da sociologia. Além disso, precisa estar atenta para as divergências do local, regional e global, de que "centro e periferia" é uma das formas. A constituição social dos espaços depende, pelo menos desde o início do capitalismo, do global produzido pelo local e do local produzido pelo global.


Fissuras

Por essa razão, as interferências, disjunções e inversões de sentido são tão freqüentes (ainda mais na época da reprodutibilidade eletrônica e comunicação e incomunicabilidade virtuais) e abrem fissuras que só se deixam rejuntar à custa de novas fissuras. Essas são algumas das tarefas da sociologia. Ela não pode simplificar nenhuma delas, muito menos ignorá-las.

Ela precisa se encontrar em meio a tudo isso, e, em meio a tudo isso, precisa encontrar a argúcia, a qualidade e a desenvoltura de sua fala.

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