O sistema acusatório tem como principal caraterística a separação de funções dentro do processo, nesse sistema existe: (i) um acusador - responsável por mover o judiciário -;(ii) um acusado - possuidor de direitos - e (iii) um julgador imparcial.
O juiz das garantias foi introduzido para atuar unicamente na fase pré-processual, sendo responsável pela resguarda dos direitos do investigado e pelo controle da legalidade da investigação criminal, além de subsidiariamente aumentar a imparcialidade do juiz que atuará na fase processual.
Rubens Casara (2010) conceitua essa figura processual como "responsável pelo exercício das funções jurisdicionais alusivas à tutela das liberdades públicas, ou seja, das inviolabilidades pessoais/liberdades individuais frente à opressão estatal, na fase pré-processual" .
Em outras palavras, o juiz das garantias irá observar os direitos do investigado durante a investigação, fase em que direitos como o contraditório e a ampla defesa não existem, e controlar a legalidade - direito base do Estado Democrático - de cada trâmite durante a fase pré-processual.
Além disso, nesse novo contexto, é retirada afigura do juiz-instrutor (ou seja um julgador com poderes investigatórios, que juiz que participa da investigação e da fase processual) e apresenta-se a oportunidade de existir uma maior imparcialidade tanto dentro da fase pré-processual quanto da fase processual, visto que o juiz da instrução não será contaminado com as provas da investigação. Uma vez que o sistema acusatório tem como um dos pilares a imparcialidade do julgador, o juiz das garantias não apenas está de acordo com o sistema acusatório como também o aperfeiçoa.
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Direito Penal e Processo Penal
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