Além de aprender sobre outra cultura, os alunos também se sentem representados. Guilherme Souza tem 12 anos e é um dos únicos negros da sala no colégio particular onde estuda. “Minha professora de português contou histórias sobre mitologia africana. Pouca gente da sala é negra, então eles não gostaram tanto, mas para mim foi muito legal porque a gente se aprofundou em uma coisa nova”.
Alguns professores também abordam assuntos atuais como cotas, para que os alunos façam a relação entre o passado escravocrata do Brasil e o racismo que existe hoje no país. “A minha família paterna é toda negra. Ver isso na escola faz a gente repensar”, conta Yasmin Quariniri, que aprendeu sobre as ações afirmativas nas aulas de Redson.
Diante da omissão das escolas em tomar à frente das iniciativas, o professor de história, filosofia e sociologia Eduardo Fera ressalta o papel do docente como protagonista desse processo. “Cabe aos educadores abrir espaço para as demandas, vencer o preconceito institucionalizado e preencher lacunas na sua própria formação”, afirma.
Entre os materiais oferecidos pelo MEC, estão e-books da coleção História Geral da África e livros da coleção Educação para todos, com grande material sobre a temática indígena e negra, além de outros assuntos. Há, ainda, cursos de formação continuada para os professores da rede básica, voltados para igualdade racial e aprendizado da cultura indígena. Resta saber se as iniciativas serão suficientes enquanto os processos não são construídos de maneira coletiva com as escolas.
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