Lyotard nasceu em Versalhes em 10 de agosto de 1924. Quando jovem, pensou em se tornar monge, pintor e historiador. Depois de estudar na Sorbona, completou uma agregação (licenciatura em filosofia) em 1950 e se juntou ao corpo docente de uma escola secundária em Constantina, na Argélia. Em 1954, tornou-se membro do Socialisme ou Barbarie ("Socialismo ou Barbárie"), um grupo socialista anti-stalinista, contribuindo com ensaios para o seu periódico homônimo que criticava veementemente o envolvimento colonial francês na Argélia. Em 1966, começou a lecionar filosofia na Universidade de Paris X (Nanterre); em 1970 mudou-se à Universidade de Paris VIII (Vincennes-Saint-Denis), onde foi nomeado professor emérito em 1987. Nos anos 80 e 90, lecionou muito fora da França. Foi professor de francês desde 1993 na Universidade da Califórnia, em Irvine, e professor de francês e filosofia na Universidade Emory em Atlanta, Geórgia, em 1995.[1]
Em seu primeiro grande trabalho filosófico, Discurso/Figura (1971), distinguiu entre a significação dos signos linguísticos e o significado das artes plásticas, como a pintura e escultura. Argumentou que, como o pensamento racional ou o julgamento é discursivo e as obras de arte são inerentemente simbólicas, certos aspectos do significado artístico - como a riqueza simbólica e pictórica da pintura - estarão sempre além do alcance da razão. Em Economia Libidinal (1974), obra muito influenciada pela revolta estudantil parisiense de maio de 1968, afirmava que o desejo sempre escapa à atividade generalizadora e sintetizadora inerente ao pensamento racional; em vez disso, a razão e o desejo estão num relacionamento de tensão constante.[1]
Em seu trabalho mais conhecido e mais influente, A condição pós-moderna (1979), caracterizou a era pós-moderna como uma que perdeu a fé em todas as grandes "metanarrativas" totalizantes - as ideias abstratas com as quais pensadores desde o Iluminismo se tentou construir explicações abrangentes da experiência histórica. Desiludida com as alegações grandiosas de metanarrativas como "razão", "verdade" e "progresso", a era pós-moderna se voltou às pequenas narrativas, como a história da vida cotidiana e dos grupos marginalizados. Em seu trabalho filosófico mais importante, O Diferente: Frases em Disputa (1983), comparou discursos a "jogos de linguagem", uma noção desenvolvida numa obra posterior de Ludwig Wittgenstein (1889–1951); como os jogos de linguagem, os discursos são sistemas discretos de atividade governada por regras que envolvem a linguagem. Como não há um conjunto comum de suposições em relação às quais suas reivindicações ou pontos de vista conflitantes possam ser julgados (não há razão universal ou verdade), os discursos são na maior parte incomensuráveis. O imperativo básico da política pós-moderna, portanto, é criar comunidades nas quais a integridade dos diferentes jogos de linguagem é respeitada - comunidades baseadas em heterogeneidade, conflito e “dissenso”.[1]
Nascido em Versalhes (20 km a oeste de Paris), em 1924, o filósofo francês Jean-François Lyotard publicou cerca de 30 livros sobre filosofia, arte e a sociedade contemporânea. Esteve no Brasil no começo dos anos 80 para um seminário na USP (Universidade de São Paulo).
Era considerado um dos ícones do chamado pós-estruturalismo francês. Ganhou fama com a polêmica em torno do pós-modernismo. Em seu livro "O Pós-Moderno", o filósofo foi buscar inspiração na reflexão estética kantiana, a fim de conquistar um modelo mais maleável para o diálogo político nas sociedades contemporâneas.
Em "Moralidades Pós-Modernas" (1993), ele procurou representar a sensação de "desolamento" da pós-modernidade, em que o pensamento filosófico parece sofrer "uma mutação análoga àquela que afeta a existência dos homens nas megalópoles".
Em novembro de 1996, Lyotard recebeu o Grande Prêmio da Associação de Gente de Letras da França, pelo conjunto de sua obra, na ocasião da publicação de seu livro "Signé Malraux", sobre a vida e a obra do escritor, ex-ministro, combatente, pensador da arte e aventureiro André Malraux.
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Pós-modernidade/pós Modernismo
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