O Romantismo, porém, revoca tudo a novo juízo: concebe de maneira nova o papel do artista e o sentido da obra de arte, pretendendo liquidar a convenção universalista dos herdeiros de Grécia e Roma, em benefício de um sentimento novo, embebido de inspirações locais, procurando o único em lugar do perene. E como a literatura dificilmente se acomoda sem um paraíso perdido para os seus ideais, assim como os clássicos viveram do mito da Idade de Ouro e da Antiguidade perfeita, os românticos foram buscar nos países estranhos, nas regiões esquecidas e na Idade Média pretextos para desferir o vôo da imaginação. Era o êxito do irregular do diferente, sobre a uniformidade que o Classicismo pretendeu eternizar.De acordo com o posicionamento do texto, uma das características do ideário romântico brasileiro está ligado ao:A) classicismo eternizante, valorizador de uma uniformização dos recursos estéticos do texto literário, como se vê na última frase do fragmento, além de remeter ao que se imaginava ser o padrão estabelecido na Grécia antiga.B) localismo imagético, intensificador da dimensão de unicidade ligada ao texto literário, como se vê na primeira frase do fragmento, de forma que o perene, tão ligado ao padrão árcade, perca espaço com a ascensão do romântico.C) imaginário medieval, inovador no Romantismo, como se vê na segunda frase do texto-base, afinal as tendências literárias vinculadas ao oitocentismo preferem a Antiguidade, ao passo que o setecentismo busca o medievalismo.D) paraíso perdido, referenciador da obra de John Milton, cujo título é aludido na expressão “paraíso perdido”, posto que a tendência ao diabólico se vê na literatura de Álvares de Azevedo, o tema principal do trecho de Candido.E) sentimento novo, exacerbador do subjetivismo, cuja tendência é expressa ao longo de todo o debate de Antonio Candido, já que o atrito do Romantismo com o Classicismo se dá na medida em que este valoriza a dimensão do eu.
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