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Segundo a teoria do etiquetamento, como se explica esta distinção?

Apesar de se ter conhecimento da existência de tráfico de drogas em universidades e condomínios de luxo em bairros nobres da cidade, o sistema penal incide apenas nas áreas mais pobres.

💡 2 Respostas

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Julia Faccio

A Teoria do Labelling Approach, foi desenvolvida no fim da década de 1950 e início da de 1960 pelos autores pertencentes à Escola de Chicago. Esta teoria surge como um novo paradigma criminológico, resultado de mudanças sociocriminais que sofreu o direito penal. Ele foi chamado de paradigma da reação social, pois critica o antigo paradigma etiológico, que analisava o criminoso segundo suas características individuais. O novo paradigma tem por objeto de análise o sistema penal e o fenômeno de controle. 

A partir desse momento, passa-se a observar o indivíduo como um membro de uma sociedade, de grupos, não somente o seu lado particular. Nesse sentido, esse novo paradigma analisa as situações em que o indivíduo pode ser considerado um desviante. O desvio e a criminalidade passam a ser considerados uma etiqueta, um rótulo, atribuídos a certos indivíduos por meio de complexos processos de interação social, e não mais uma qualidade particular, intrínseca da conduta individual.

O crime não é definido pela conduta do agente, mas sim pelo que as instâncias de controle definem como tal. Ademais, fato é que nem todos os crimes são perseguidos pela sociedade e pelo Estado, punindo-se, assim, somente parte dos crimes e das pessoas, o que chamamos de seletividade.

Fica claro que, pela Teoria do Labelling Approach ou etiquetamento social, as instâncias de controle definem o que será punido e quem será punido, o que nos remete a uma relação com a seletividade do sistema penal.

De acordo com Eugenio Raúl Zaffaroni, os estereótipos permitem a catalogação dos criminosos que combinam com a imagem que corresponde à descrição fabricada, deixando de fora outros tipos de delinquentes (delinquência de colarinho branco, dourada, de trânsito, etc.)”.

Assim, apesar do tráfico de drogas existir em qualquer âmbito da sociedade, os índices e estereótipos de pessoas que efetivamente são selecionadas pelo sistema, correspondem às áreas mais pobres da sociedade uma vez que tais grupos de pessoas foram selecionadas anteriormente pelo sistema com a etiqueta de "criminoso".

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Musiquinha Braba

A Teoria do Labelling Approach, foi desenvolvida no fim da década de 1950 e início da de 1960 pelos autores pertencentes à Escola de Chicago. Esta teoria surge como um novo paradigma criminológico, resultado de mudanças sociocriminais que sofreu o direito penal. Ele foi chamado de paradigma da reação social, pois critica o antigo paradigma etiológico, que analisava o criminoso segundo suas características individuais. O novo paradigma tem por objeto de análise o sistema penal e o fenômeno de controle. 

A partir desse momento, passa-se a observar o indivíduo como um membro de uma sociedade, de grupos, não somente o seu lado particular. Nesse sentido, esse novo paradigma analisa as situações em que o indivíduo pode ser considerado um desviante. O desvio e a criminalidade passam a ser considerados uma etiqueta, um rótulo, atribuídos a certos indivíduos por meio de complexos processos de interação social, e não mais uma qualidade particular, intrínseca da conduta individual.

O crime não é definido pela conduta do agente, mas sim pelo que as instâncias de controle definem como tal. Ademais, fato é que nem todos os crimes são perseguidos pela sociedade e pelo Estado, punindo-se, assim, somente parte dos crimes e das pessoas, o que chamamos de seletividade.

Fica claro que, pela Teoria do Labelling Approach ou etiquetamento social, as instâncias de controle definem o que será punido e quem será punido, o que nos remete a uma relação com a seletividade do sistema penal.

De acordo com Eugenio Raúl Zaffaroni, os estereótipos permitem a catalogação dos criminosos que combinam com a imagem que corresponde à descrição fabricada, deixando de fora outros tipos de delinquentes (delinquência de colarinho branco, dourada, de trânsito, etc.)”.

Assim, apesar do tráfico de drogas existir em qualquer âmbito da sociedade, os índices e estereótipos de pessoas que efetivamente são selecionadas pelo sistema, correspondem às áreas mais pobres da sociedade uma vez que tais grupos de pessoas foram selecionadas anteriormente pelo sistema com a etiqueta de "criminoso".

Resposta dada pela usuária Julia Faccio

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