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Artigo teoria do Etiquetamento Social

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A teoria do “labeling approach” ou teoria do etiquetamento social
Alex de Lima Santos[footnoteRef:1] [1: Geógrafo. Licenciado e Bacharel em Geografia – UNIFAP. Bacharel em Direito – Estácio / FAMAP. Especialista em Políticas e Gestão e em Segurança Pública. FATECH-AP. Especializando em Direito Penal – UNIASSELVI. alex28cas2005@gmail.com.
] 
RESUMO: O presente trabalho tem como objetivos conhecer e compreender a teoria do etiquetamento social ou “labelling aprouché”[footnoteRef:2], a partir dos seus processos formais de criminalização que se realizam por três fases distintas: a criminalização primária, criminalização secundária, e a criminalização terciária, em que ambas se complementam a partir de uma lógica de controle social. [2: Termo em inglês que significa teoria da abordagem da rotulagem.] 
1. INTRODUÇÃO
A teoria do etiquetamento social surgiu na década de 60 nos Estados Unidos, em um contexto de conflitos, questionamentos sociais e políticos, a teoria do “labeling approach” começou a se desenvolver com base principalmente em duas vertentes da sociologia norte-americana. A primeira delas consiste no chamado “interacionismo simbólico”[footnoteRef:3] e a segunda, consiste na “etnometodologia”[footnoteRef:4], que entende a realidade social como uma construção cotidiana. [3: Afirma que a realidade social é constituída a partir da relação entre os indivíduos, sendo essa relação realizada através da interpretação, segundo uma atribuição de valores e símbolos às ações dos demais, e da reação às condutas dos outros indivíduos no âmbito social. Essa atribuição de valores e símbolos feita às condutas dos demais indivíduos seria construída através dos processos linguísticos de cognição. (WIKIPÉDIA, 2019).
] [4: Entende a realidade social como uma construção cotidiana, auferido através de uma tipificação e definição feitas pelos grupos de indivíduos, e não como objeto predeterminado. (WIKIPÉDIA, 2019)] 
De forma geral, a teoria traz a ideia de que o crime e o criminoso são construções sociais, que surgem a partir da definição legal feita pelas instituições oficiais de controle social e pela sociedade de forma geral. A teoria “labelling aprouché”, representou um marco para a teoria da criminalidade; visto que, trouxe novos pressupostos para analisar o crime e o criminoso, a partir uma concepção fundada na análise da ação de forças policiais, penitenciarias, órgãos do Poder Judiciário e outras instituições de controle social.
 Assim, será realizada uma breve análise sobre a teoria do etiquetamento, buscando-se compreender como os rótulos são estipulados e como refletem circunstâncias que contribuem para a criação do estigma “criminoso” para determinados grupos sociais, alterando a própria percepção do indivíduo ou grupo rotulado, tendo como principais abordagens os processos de criminalização utilizados como mecanismo de controle social.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 PROCESSOS DE CRIMINALIZAÇÃO
A teoria do etiquetamento social ou “labeling approach” encontra-se inserida nas teorias do processo social e traz a premissa de que qualquer indivíduo possui o mesmo potencial de cometer crimes, sendo fatores sociais e econômicos, como; baixa escolaridade, pobreza, desemprego, aumentam a possibilidade de condutas tipificadas como criminosas. Para melhor entender esse processo torna-se necessário entender, os processos de criminalização primária, secundária e terciária.
2.1.1 Criminalização Primária: 
Pode ser observada com a criação dos tipos penais no ordenamento jurídico de determinado Estado, definindo comportamentos como criminosos e tipificando como crime pelo Poder Legislativo; o processo de criminalização é fortemente influenciado pela situação política, econômica e social em que se encontra o país. Pode-se tomar como exemplo Segundo Ayres (2017).
(...) a instituição do feminicídio como crime, entusiasmado pelo clamor das mulheres contra a violência doméstica. Isto demonstra como as lutas sociais têm uma participação importante na constituição das leis, demandando uma atuação mais seletiva do legislativo em saber quais as exigências sociais são válidas e quais são desnecessárias. (AYRES, 2017).
Dessa forma, verifica-se uma seletividade que se institui a partir de uma demanda da sociedade, resguardando direitos tutelados pela constituição. Nesse sentido, vale ressaltar, que para que essa lei tenha sua aplicabilidade, as instituições policiais e os órgãos judiciais tem que ter uma atuação eficaz no sentido de garantir esses direitos. A partir desse ponto, a atuação passa a ser mais jurídica e menos política.
Assim, percebe-se que a criação de novas leis penais propõe o surgimento de novos crimes e consequentemente, surge um novo grupo de criminosos, tornando clara a seletividade de indivíduos ou grupos de delinquentes.
2.1.2 Criminalização Secundária:
 	Ocorre a partir da atribuição de uma etiqueta aos indivíduos que a sociedade entende como desviantes, especialmente a partir da ação de instituições oficiais de controle social ou seja corresponde ao dever de punir do Estado aos crimes tipificados em lei. 
Neste processo já ocorreu a criminalização primária e o indivíduo passa a ter sua conduta julgada pelas instituições do sistema judiciário ou penal. Que começa com o inquérito policial ou ação do Ministério Público, passando pelo juiz ou até mesmo o tribunal do jurí, podendo absolver ou condenar o réu.
Assim, nessa fase do processo observa-se que o objetivo maior é aplicar a lei penal e caso o acusado seja condenado, encaminha-se para a devida punição, levando-o ao cárcere ou não, o indivíduo é punido de acordo com a nocividade de sua conduta a sociedade.
2.1.3 Criminalização Terciária: 
Surge a partir do ingresso dos indivíduos no sistema carcerário, nesse processo, ocorre a manutenção do estigma de “criminoso” atribuído àqueles rotulados como tal, passando pela internalização desse rótulo pelo próprio indivíduo, principalmente no contexto do Sistema Penal[footnoteRef:5] que tem seu caráter repressor e preventivo ao mesmo tempo. [5: O sistema penal, constituído pelos aparelhos policial, ministerial, judicial e prisional, aparece como um sistema que protege bens jurídicos gerais e combate a criminalidade (“o mal”) em defesa da sociedade (“o bem”) através da prevenção geral (intimidação dos infratores potenciais) e especial (ressocialização dos condenados) e, portanto, como uma promessa de segurança pública. (ANDRADE 2003, p. 132):
] 
O cumprimento da pena do criminoso é a punição propriamente dita pela sua conduta antissocial, é o momento em que o criminoso deverá passar por um processo de ressocialização, que tem por objetivo a reintegração do indivíduo a sociedade.
Portanto, verifica-se que a atuação do Estado vai desde de a tipificação da conduta criminosa, selecionando condutas típicas a partir do clamor social até a punição do indivíduo desviante com o intuito ressocializar o infrator. Essa ação do Estado, visa exatamente tentar diminuir os índices de crimes e garantir ordem social.
3. CONCLUSÃO:
Assim, verifica-se que a teoria do etiquetamento social ou “labeling approach”, traz à tona o percepção de que a criminalidade surge como resultado de um processo de construção social e visa trazer a compreensão de como os rótulos são estipulados a partir de demandas sociais, influenciadas pela sociedade e pela mídia, devido diversos conflitos sociais existentes, que levam o legislador a criar tipos penais para reprimir os delinquentes, e posteriormente obrigam as instituições do Estado a cumprir a lei. E dessa forma, se geram o estigma de “criminoso” para determinados indivíduos. 
Verifica-se também, que os processos formais de criminalização seguem uma lógica a partir de três fases distintas: que sem inicia com a criminalização primária, que pode ser observada com a criação dos tipos penais no ordenamento jurídico de determinado Estado, a criminalização secundária, que se caracteriza com a atuação das Polícias, do Ministério Público e do Poder Judiciário, e a criminalização terciária, que surgea partir do ingresso dos indivíduos no sistema penitenciário para cumprir pena de prisão ou medida sócio educativa com objetivo de cumprir sua punição.
Portanto, fica claro que os processos formais de criminalização são realizados por meio da seleção de condutas consideradas nocivas a sociedade, que através de mecanismos de controle social do Estado, que vai desde a tipificação da conduta criminosa, até a punição do criminoso, com o intuito ressocializar o infrator ao meio social. Também serve, para rotular ou etiquetar, o indivíduo como criminosos, fazendo com que fique a margem da sociedade.
4. REFERÊNCIAS: 
ANDRADE, Vera Regina Pereira de. Sistema penal máximo x cidadania mínima: códigos da violência na era da globalização. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2003.
AYRES, Marília. Processo de criminalização: a tipificação da conduta delinquente a partir da influência social. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 22, n. 5213, 9 out. 2017. Disponível em:< https://jus.com.br/artigos/60857>. Acesso em: 08 mar. 2020.
BARRATA, Alessandro. Criminologia crítica do direito penal: introdução à sociologia do direito penal. Tradução de Juarez Cirino dos Santos. 6 ed. Rio de Janeiro: Revan: Instituto Carioca de Criminologia, 2011, pp.85-99.
LABELING APPROACH. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: WikimediaFoundation,2019.Disponívelem:<https://pt.wikipedia.org/w/index.php? title=Labeling_approach&oldid=54820205 >. Acesso em: 08 mar. 2020.

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