O Welfare State ou Estado de Bem-Estar Social é um modelo no qual o Estado é responsável pela promoção do desenvolvimento social e econômico.

O paradigma do Estado Social que nasce após a Primeira Guerra mundial, busca sob outras luzes reler os direitos, as instituições e as perspectivas democráticas e liberais. Esse paradigma trouxe a materialização dos direitos formais, dos direitos coletivos e a ressignificação do sentido de igualdade e liberdade. Dessa forma, a partir do paradigma do Estado Social não se pode mais entender a liberdade como a ausência de leis ou como o um Estado como mal necessário, que possui o menor número de leis possível, a partir desse momento liberdade e igualdade são vistos como direitos fundamentais, assentados na igualde material e na proteção constitucional e legal do mais fraco, portanto, as leis deveriam a partir de agora reconhecer as diferenças, buscar igualar os desiguais por meio de políticas públicas inclusivas. 

Nesse sentido, o papel do Estado no paradigma do Estado Social é garantir, a partir da esfera pública, leis sociais e coletivas que reconhece as diferenças materiais e satisfazem a igualdade material. Menelick de Carvalho Neto enfatiza que era uma necessidade política desse período a existência de Estados fortes, dotados de Executivos poderosos, que fossem capazes de consolidar políticas públicas de inclusão com rapidez e agilidade, desse modo, a rápida materialização dos direitos, como prévia exigência à cidadania, parecia demandar e recomendar a supressão da formalidade dos processos de participação. O estado emerge como ator central das determinações do rumo da vida política e ator por excelência da promoção de cidadania. A cidadania é algo a ser atingido no futuro através das prestações do estado, mas na prática o paradigma do Estado Social não se concretiza e a cidadania é vista como forma de participação efetiva.

Os países industrializados ocidentais, os primeiros sinais da crise do Welfare State estão relacionados à crise fiscal provocada pela dificuldade cada vez maior de harmonizar os gastos públicos com o crescimento da economia capitalista. Nessas condições, ocorre a desunião entre "capital e trabalho". As grandes organizações e empresas capitalistas e as massas trabalhadoras já não se entendem e entram em conflito na tentativa de assegurar seus próprios interesses.

Assim, no final da década de 1960 e início da década seguinte, a figura do Estado provedor passou a ser questionado, haja vista que sozinho não conseguia manter as políticas sociais, tampouco, ante a força do modelo capitalista, mantinha uma economia socialmente equilibrada. O resultado foi o descolamento progressivo do equilíbrio entre os sistemas social e econômico em razão de uma primazia deste último e a recuada do Estado no seu papel assistencialista. “A performance de baixo crescimento com aceleração inflacionária e desequilíbrios financeiros dos Estados parece ter gerado um conflito entre política econômica e política social” (DRAIBE, 1993, p. 2), a “tempestade perfeita”, portanto, levou o propagado Welfare State à derrocada.

Conclui-se, portanto, que o Estado do Bem-Estar social, em que pese a necessidade do seu advento e por mais que tenha atendido aos anseios coletivos, não encontrou, no decorrer dos anos, condições objetivas de se consolidar como modelo único, porquanto a grande maioria dos estados não foi capaz de exercer, de forma simultânea, competências políticas, administrativas, econômicas e, ainda, implementar políticas sociais.

https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-administrativo/a-crise-do-welfare-state-e-a-ascensao-do-terceiro-setor/

https://educacao.uol.com.br/disciplinas/sociologia/estado-do-bem-estar-social-historia-e-crise-do-welfare-state.htm