Qual a diferença entre a primeira e a segunda tópica freudiana?

A primeira tópica, modelo topográfico, ou teoria topográfica fala de uma esquematização do aparelho psíquico separado em três: Inconsciente (receptáculo dos instintos , resíduos arcaicos e outros elementos não acessíveis à consciência. Ele é alógico, atemporal e aespacial) + Pré-Consciente (parte com conteúdos inconscientes que podem facilmente ser acessados pela consciência. Funciona como uma barreira/filtro que separa o que vai para a consciência) + Consciência (instância perceptível que interage com mundo externo).

Um esboço do quer viria a ser o modelo topográfico, pode ser encontrado no capítulo VII do livro A Interpretação dos Sonhos (1899), sendo este modelo concretizado somente na segunda parte do texto “O inconsciente”.

A segunda tópica, modelo estrutural ou dinâmico funciona como uma subcategorização do primeiro. Separa em mais três partes: Id, Ego (Eu/Ich), Superego (SuperEu). O Id seria uma região psíquica que não tem contato com a realidade, ou seja, totalmente inconsciente. O Id serve ao Princípio do Prazer e se esforça constantemente para satisfazer seus desejos básicos e buscar o prazer, a libido (fonte de energia psíquica). O Superego representa a repressão a impulsos sexuais e agressivos. É o componente inibidor da mente, atua de forma contrária ao Id, considerado hipermoral, segue o Princípio do Dever e faz o julgamento das intenções do sujeito. O ego é a parte consciente da mente, sendo responsável por funções como percepção, memória, sentimentos e pensamentos. É regido pelo Princípio da Realidade.

Os primeiros traços dessa conceituação aparecem em Além do Princípio do Prazer (1920) e mais desenvolvida em o Ego e o Id (1923).