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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO ARAGUAIA VINICIUS ROCHA OLIVIERI FUNDAMENTOS DA PSICANÁLISE I Desenvolvimento das concepções freudianas sobre o aparelho psíquico: primeira e segunda tópica. Barra do Garças 2020 FUNDAMENTOS DA PSICANÁLISE I PRIMEIRA TÓPICA: TEORIA TOPOGRÁFICA Na primeira parte da obra de Freud, chamada de Primeira Tópica ou Teoria Topográfica, o Aparelho Psíquico é visto como dividido em três instâncias (classes), sendo eles: · O inconsciente (Ics) · O pré- consciente (Pcs) · O consciente (Cs) Esta e a primeira tópica, expressão que vem de “topos” que em grego significa “lugar”, daí a ideia de que esses sistemas ocupariam lugar (topos) virtual e funções específicas. Cada um com função específica dentro do aparelho Topográfico. O inconsciente (Ics) Essa instância psíquica é o ponto de entrada do aparelho psíquico. Possui uma forma de funcionamento regida por leis próprias, que fogem aos entendimentos da racionalização consciente. É considerado a parte mais arcaica do aparelho psíquico, constituídas também de traços mnêmicos (lembranças primitivas). Entende-se que no inconsciente (Ics) de natureza praticamente insondável, misteriosa, obscura, de onde brotariam as paixões, o medo, a criatividade e a própria vida e morte. No inconsciente também é regido o princípio do prazer , descarga energética como forma de encontrar satisfação/prazer. O inconsciente não apresenta uma “lógica racional”, não existem modo tempo, espaço e causalidade no inconsciente, incertezas ou dúvidas. O Pré-consciente (Pcs) Essa instância, considerada por Freud uma “barreira de contato”, serve como uma espécie de filtro para que determinados conteúdos possam(ou não) emergirem a nível consciente. Entende-se que os conteúdos presentes no Pcs estão disponíveis ao Consciente. Nessa instância que a linguagem se estrutura e, dessa forma, é capaz de conter a ‘representações da palavra”, que consiste num conjunto de inscrições mnêmicas(lembranças) de palavras oriundas e de como foram significadas pela criança. Entendemos que o pré-consciente é a parte que se encontra no meio do caminho entre o inconsciente e o consciente. Ou seja, é a parte da mente que acumula informação suscetível para alcançar a parte consciente. O consciente (Cs) O consciente se diferencia do inconsciente, pela forma com o qual é operado através de seus códigos e leis. Ao consciente é atribuída tudo aquilo que está disponível imediatamente à mente. Podemos pensar que a formação do consciente se daria pela junção “da representação da coisa” e da “representação da palavra”, ou seja, há um investimento energético em determinado objeto e, então, seu escoamento adequado para a satisfação. A energia psíquica possui uma representação específica A energia psíquica não está direcionada livremente pelas representações, ela está, vinculada a uma representação específica. Conscientes processos primários (Ics) formam sua comunicação por meio da organização dessas representações. Desse modo, é possível estabelecer linhas de raciocínios, apresentar percepções e ponderações, nessa instância se respeita o princípio da realidade. Consciente e Realidade Portanto, o consciente é a parte do nosso aparelho psíquico que tem a noção da realidade do nosso meio ambiente imediato. É a zona responsável pelo contato com o mundo exterior. Aqui governa o princípio da realidade, porque a mente consciente procura um comportamento adaptado à realidade social, uma vez que esta não se rege pelo princípio do prazer, sendo este parcialmente suspenso. A SEGUNDA TÓPICA DE FREUD: TEORIA ESTRUTURAL Freud propôs uma novo modelo para o aparelho psíquico. Entendendo que seu modelo antigo possui limitações que impeça um entendimento mais expressivo dos achados psicanalíticos. Nesse novo modelo Freud amplia seu entendimento sobre a dinâmica das instâncias psíquicas e, propõe uma nova forma de compreensão, o MODELO ESTRUTURAL do APARELHO PSÍQUICO. Nesse segundo modelo Freud vai sugerir a formulação de um modelo não mais voltado a um entendimento virtual, mas sim de estruturas ou instâncias (classe) psíquicas. Essas estruturas interagem constantemente para que ocorra o funcionamento do aparelho psíquico, estamos falando do ID, EGO e SUPEREGO. O ID Dentre as estruturas apresentadas por Freud, o ID é a mais arcaica ,sendo considerado uma espécie de reservatórios de impulsos caóticos e irracionais, construtivos e destrutivos, não harmonizados entre si ou com a realidade exterior. É um aglomerado de impulsos ( ou pulsões) desorganizados e sem direcionamento. O id não faz planos, não espera. Busca uma solução imediata para as tensões, não aceita frustrações e não conhece inibição. Ele não tem contato com a realidade. Busca satisfação na fantasia e pode ter o mesmo efeito de uma ação concreta para atingir um objetivo. SUPEREGO Instância psíquica que através EGO busca controlar o ID, o SUPEREGO é uma modificação do EGO que ainda não se encontra desenvolvido o suficiente para atender às exigências do ID. O SUPEREGO é responsável por imposição de sanções, normas , e padrões, e tem sua formação pela introjeção dos conteúdos (superegóicos) que vem dos pais. O SUPEREGO busca a perfeição moral reguladora e tende a reprimir fortemente toda e qualquer contravenção ou infração que possa causar prejuízo ao dinamismo psíquico. O superego tem três objetivos: · inibir (através de punição ou sentimento de culpa) qualquer impulso contrário às regras e ideais por ele ditados (consciência moral); · forçar o ego a se comportar de maneira moral (mesmo que irracional); · conduzir o indivíduo à perfeição – em gestos, pensamentos. EGO Para Freud, o nascimento do Ego advém da primeira infância, onde os laços afetivos/emocionais com os “pais” são substancialmente intensos. Experiências que se figuram na forma de orientações, sanções, ordens, proibições, vão fazer com que a criança introjete e registre no inconsciente, essas emoções subjetivas, e que darão ”corpo” à sua estrutura psíquica e, sobretudo, na formação de uma estrutura egóica. A FUNÇÃO MEDIADORA DO EGO Constituído de traços mnêmicos antigos (lembranças afetivas da infância), o Ego possui sua maior parte consciente, mas também ocupa um espaço no inconsciente. É, portanto, a principal instância psíquica e que tem por função mediar, integrar e harmonizar as constantes pulsões do ID, as exigências e ameaças do SUPEREGO, além das demandas provenientes do mundo externo. O PRINCÍPIO DA REALIDADE O Ego desenvolve-se a partir do Id com o objetivo de permitir que seus impulsos sejam eficientes, ou seja, levando em conta o mundo externo: é o chamado princípio da realidade. É esse princípio que introduz a razão, o planejamento e a espera no comportamento humano. A satisfação das pulsões é retardada até o momento em que a realidade permita satisfazê-las com um máximo de prazer e um mínimo de consequências negativas.
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