O coração tem como principal função ejetar sangue para atender toda a demanda do organismo por oxigênio, sendo assim, o coração precisa sempre manter um adequado débito cardíaco (quantidade de sangue que o coração ejeta por minuto). O coração possui fibras de contração (actina e miosina) e fibras excitatórias, em que se destacam as presentes na região do átrio direito que são chamadas de Nodo Sinusal ou Nodo Sinoatrial. As fibras do Nodo Sinusal como são mais permeáveis aos íons cálcio e sódio tem capacidade de atingir mais rapidamente o potencial de ação e gerar impulsos elétricos que levará o coração a se contrair, tanto que o nodo sinusal é conhecido como marcapasso cardíaco. Apesar do coração ser um órgão autorrítmico o sistema nervoso central atua sobre o coração para aumentar sua eficiência de bomba ejetora, ou seja, para aumentar ou diminuir o débito cardíaco. O sistema nervoso central para aumentar o débito cardíaco (por exemplo durante o exercício físico) atua com as fibras nervosas simpáticas aumentando a liberação de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) que ao se ligarem aos seus receptores beta-adrenérgicos promovem aumento da frequência cardíaca e volume de ejeção (quantidade de sangue ejetado por batimento) e com isso aumento do débito cardíaco. Para manter o débito cardíaco em níveis baixos quando não há necessidade de muito oxigênio pelo organismo (por exemplo durante o repouso) o sistema nervoso central atua sobre o coração através das fibras nervosas parassimpáticas liberando o neurotransmissor acetilcolina que ao se ligar aos seus receptores muscarínicos no coração promove redução da frequência cardíaca e volume de ejeção, e assim redução do débito cardíaco. O conhecimento dos mecanismos da função cardíaca permitirá entendermos as respostas fisiológicas que o tratamento medicamentoso e não-medicamentoso (treinamento físico e alimentação) precisam promover para levar ao controle de diversas doenças, como a hipertensão arterial. Um dos mecanismos do tratamento medicamentoso da hipertensão arterial é reduzir o débito cardíaco para diminuir o volume sanguíneo e com isso levar a redução da pressão arterial. Uma das classes de medicamentos que leva a redução do débito cardíaco são os Betabloqueadores (medicamentos que inibem os receptores beta-adrenérgicos) com isso menor quantidade de catecolaminas poderá se ligar a esses receptores e assim o débito cardíaco será menor, e consequentemente a pressão arterial também será menor. Contudo, é importante destacar que há Betabloqueadores cardio-seletivos e não-seletivos. Os cardio-seletivos inibem apenas os receptores beta-1-adrenérgicos (receptores presentes no coração). Já os Betabloqueadores não-seletivos bloqueiam todos receptores beta-adrenérgicos, o que pode impactar negativamente na redução da vasodilatação dos vasos sanguíneos da musculatura esquelética e redução da Lipólise.