Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Leila Rodrigues Raio e intervalo de convergência O número r é chamado raio de convergência da série. Essa denominação se justifica porque o domínio natural de estudo das séries de potências é o plano complexo, e quando x varia no plano de complexo, o conjunto |x| < r é um círculo de centro na origem e raio r. Demonstra-se então que a série converge no interior do círculo e diverge em seu exterior. A série converge absolutamente no intervalo aberto |x| < r e diverge fora desse intervalo, mas nada informa sobre os extremos -r e +r. Nesses extremos a série pode convergir simplesmente, absolutamente ou divergir. É fácil dar exemplos simples que ilustram essas três possibilidades. , e ∑ n2 xn ∑ n xn ∑ xn Assim, as séries têm todas o mesmo raio de convergência, r = 1, como se constata facilmente. Todas elas convergem quando |x| < 1 e diverge quando |x| > 1. A primeira converge em -1 e +1, a segunda converge em -1 e diverge em + 1 e a terceira diverge nos dois extremos o: = ± 1. A definição de raio de convergência como supremo dos números |x|, x variando entre os valores onde a série converge, pode ser zero ou infinito, como é o caso das séries Σ n!x^n e Σ x^n/n!, respectivamente. Vamos provar agora que o raio de convergência da série Σ anx^n é dado pelo limite da razão |na/an+1|, desde que esse limite exista. Para isso aplicamos o teste da razão à série de módulos. De fato, sabemos que a série dada é absolutamente convergente se existe e é menor do que 1 o limite da razão |na+1x^n+1/anx^n|, isto é im iml ∣ ∣ a xn n a +1xn n+1 ∣ ∣ = x∣ ∣ l ∣ ∣ an a +1n ∣ ∣ < 1 Mas isso equivale a imx∣ ∣ < r = l ∣ ∣ an a +1n ∣ ∣ Leila Rodrigues Pelo mesmo critério da razão, a série diverge se |a;| > r; portanto, r é o raio de convergência da série. Mas, atenção: é preciso que o limite em (5.6) exista. Exemplo . Seja calcular o intervalo de convergência da série ∑ ∞ n=0 5n ( 1) n x− n 3 n Como ∣ ∣ an a +1n ∣ ∣ = 5n n3 · 5 n+1 (n+1)³ = 5n³ (n+1)³ → 5 Concluímos que o raio de convergência é cinco; portanto, a série converge absolutamente no intervalo |x| < 5 e diverge em |x| > 5. ● Funções definidas por uma série de potências Uma série de potências é uma série infinita de termos variáveis. Essas séries podem ser usadas para encontrar aproximações de números irracionais, integrais que não são integradas de forma analítica e solução de equações diferenciais. Uma séria de potência em é uma série da forma: x )( − a (x ) (x ) .. (x ) ..a0 + a1 − a + a2 − a 2 + . + an − a n + . da qual, é representada por . ∑ ∞ n=0 (x )an − a n I. A série converge apenas para ; x = a II. A série converge para os valores reais de ; x III. Quando (chamado raio de convergência) a série converge para os R > 0 valores de x para os quais e diverge para todos os valores de x∣ − a∣ < R x para os quais . x∣ − a∣ > R Quando ocorre um caso especial onde se tem uma série de potências em a = 0 x na forma de: Leila Rodrigues ∑ ∞ n=0 x x x .. x ..an n = a0 + c1 + c2 2 + . + cn n + . Exemplo: Encontrar os valores de para a série é convergente. x ∑ ∞ n=0 3n n xn an = 3n n xx = an+1 = 3n+1 (n+1)xn+1 3 3n (n+1)x xn L = lim n→∞ ∣ ∣ an an+1 ∣ ∣ = limn→∞ ( ) ∣ ∣ ∣ 3nn x n 3 3n (n+1)x xn ∣ ∣ ∣ = lim n→∞ ∣ ∣ 3n x(n+1) ∣ ∣ = limn→∞ 3 x∣ ∣ n (n+1) Deste modo, conforme o teste da razão, a série de potências apresentada é convergente se . Assim, temos: L < 1 ( )L = 3 x∣ ∣ lim n→∞ n (n+1) = 3 x∣ ∣ < 1 → x∣ ∣ < 3 Para L = 1 → 3 x∣ ∣ = 1 → x = ± 3 Assim, temos: ● Para x = 3 → ∑ ∞ n=0 3n n xn = ∑ ∞ n=0 3n n 3n = ∑ ∞ n=0 n ● Para ( ) nx = − 3 → ∑ ∞ n=0 3n n xn = ∑ ∞ n=0 3n n( 3)− n = ∑ ∞ n=0 − 1 n Desta forma, a série em análise converge apenas para o intervalo aberto (-3, 3). ● Fórmulas e séries de Taylor e Séries de Maclaurin A Série de Taylor é uma expressão que aproxima uma dada função em torno de um ponto escolhido. (x) (x ) (x )²c (x )³ (x a) ... f = c0 + c1 − a + c2 − a 3 − a + c4 − 4 + x∣ − a∣ < R Determinando o coeficiente , ele deve aparecer em termos de . Quando cn f colocado x =a, todos os termos após o primeiro são 0, desse modo (a)f = c0 Derivando a série termo a termo (x) c (x ) 3c (x )² c (x )³ .. f ′ = c1 + 2 2 − a + 3 − a + 4 4 − a + . x∣ − a∣ < R A substituição de x =a fornece Leila Rodrigues (a) 1 f ′ = c Derivando os dois lados obtém "(x) c c (x ) c (x )² .. f = 2 2 + 2 · 3 3 − a + 3 · 4 4 − a + . x∣ − a∣ < R Novamente o x =a (a) cf n = 2 2 Aplicando o procedimento mais uma vez. A derivação da série fornece "(x) c (x ) c (x )² .. f ′ = 2 · 3 3 + 2 · 3 · 4 − a + 2 · 3 · 4 · 5 5 − a + . x∣ − a∣ < R E a substituição x = a fornece "(x) c !c f ′ = 2 · 3 3 = 3 3 Agora pode perceber o padrão. Se continuar derivando e substituindo o x = a, obtém (a) ....... nc !cf (n) = 2 · 3 · 4 n = n n Isolando o n-ésimo coeficiente , obtém cn cn = n! f (a)(n) Essa fórmula permanecerá válida mesmo para se adotar as convenções de que 0!=1 e . Assim, o seguinte teorema é aplicado f (n) = f Se tiver uma representação ( expansão) em série de potências em a, isto é, se f (x) c (x ) f = ∑ ∞ n=0 n − a n x∣ − a∣ < R Então seus coeficientes são dados pela fórmula cn = n! f (a)(n) Substituindo essa fórmula para cn de volta na série, vemos que, se f tiver uma expansão em série de potências em a, então ela deve ser da seguinte forma: (x) (x ) f = ∑ ∞ n=0 n! f (a)(n) − a n = (a) (x ) (x )² (x )³ ....f + 1! f (a)′ − a + 2! f (a)′′ − a + 3! f (a)′′′ − a + . A série vira uma série de Taylor da função f em a (ou em torno de a ou centrado em a). Para o caso especial , a série de Taylor torna-se (x) x (0) x x ..... f = ∑ ∞ n=0 n! f (0)(n) n = f + f 1! f (0)′ + 2! f (0)′′ 2 + . Esse caso surge com frequência e lhe foi dado o nome especial de série de Maclaurin. Leila Rodrigues Referências https://www.feis.unesp.br/Home/departamentos/engenhariaeletrica/mcap02.pdf http://www.esalq.usp.br/departamentos/lce/arquivos/aulas/2011/LCE5866/series6.pd f https://www.ime.unicamp.br/~valle/Teaching/2016/MA311/Aula20.pdf http://sweet.ua.pt/rosalia/cadeiras/CII/CalcIIcap4b.pdf https://pessoal.ect.ufrn.br/~carlos.pellicer/ED/c3-series-de-funcoes.pdfhttp://www.estgv.ipv.pt/PaginasPessoais/odetecr/An%C3%A1lise%20Matem%C3%A 1tica%2007-08/AMAcetaCap6_2007-08_.pdf https://www.feis.unesp.br/Home/departamentos/engenhariaeletrica/mcap02.pdf http://www.esalq.usp.br/departamentos/lce/arquivos/aulas/2011/LCE5866/series6.pdf http://www.esalq.usp.br/departamentos/lce/arquivos/aulas/2011/LCE5866/series6.pdf https://www.ime.unicamp.br/~valle/Teaching/2016/MA311/Aula20.pdf http://sweet.ua.pt/rosalia/cadeiras/CII/CalcIIcap4b.pdf https://pessoal.ect.ufrn.br/~carlos.pellicer/ED/c3-series-de-funcoes.pdf http://www.estgv.ipv.pt/PaginasPessoais/odetecr/An%C3%A1lise%20Matem%C3%A1tica%2007-08/AMAcetaCap6_2007-08_.pdf http://www.estgv.ipv.pt/PaginasPessoais/odetecr/An%C3%A1lise%20Matem%C3%A1tica%2007-08/AMAcetaCap6_2007-08_.pdf
Compartilhar