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Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Introdução Locais de hematopoese ● Período fetal → saco vitelínico,depois região AGM (aorta-gônadas-mesonefros), depois fígado, baço e medula. ○ Placenta tbm contribui ● Medula óssea→ principal ○ Nas crianças são vários ○ Costelas, arcos costais, crista ilíaca, clavícula, esterno ○ A medula óssea gordurosa remanescente é capaz de reverter para hematopoética e, em muitas doenças, também pode haver expansão da hematopoese aos ossos longos. ○ Fígado e o baço podem retomar seu papel hematopoético fetal (“hematopoese extramedular”). 1 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Célula-tronco hematopoiética → diferenciação em 2 linhagens → linfóide e mielóide→ são células progenitoras! ● Mielóide→ vira plaquetas e hemácias ● Linfóide→ vira leucócitos 💡 As células tronco possuem capacidade de autorrenovação→ celularidade geral da medula, em condições estáveis de saúde, permanece constante. 🧓 Em seres humanos, as células-tronco são capazes de aproximadamente 50 divisões, com o encurtamento do telômero limitando a viabilidade. Em condições normais, estão em dormência. Com o envelhecimento, elas diminuem de número, e a proporção relativa que dá origem a linfócitos, em vez de células mieloides, também cresce. As células-tronco, com o envelhecimento, também acumulam mutações genéticas, em média dos 8 aos 60 anos, e essas mutações, driver ou passenger, podem estar presentes em tumores. Constituintes do Sangue ● Plasma → água + substâncias dissolvidas→ fatores de coagulação, proteínas, imunoglobulina ● Elementos figurados → hemácias, plaquetas e leucócitos Medula Óssea ● Células do estroma + rede microvascular Estroma ● Células-tronco mesenquimais, adipócitos, fibroblastos, osteoblastos, células endoteliais e macrófagos ● Secretam moléculas extracelulares, como colágeno, glicoproteínas (fibronectina e trombospondina) e glicosaminoglicanos (ácido hialurônico e derivados condroitínicos) para formar uma matriz extracelular, além de secretarem vários fatores de crescimento necessários à sobrevivência da célula-tronco. Células-tronco mesenquimais ● Juntamente com os osteoblastos, elas formam nichos e fornecem os fatores de crescimento, moléculas de adesão e citoquinas que dão suporte às células-tronco ● Capazes de circular no organismo → pequeno número no sangue periférico ● Para deixar a medula óssea devem atravessar o endotélio vascular → mobilização → aumentado pela administração de fatores de crescimento Células do estroma → principais fontes de fatores do crescimento ● OBS → EPO sintetizada no rim e trombopoetina no fígado!! ● Mantêm um pool de células-tronco e células progenitoras hematopoéticas sobre o qual agem os fatores de ação tardia, eritropoetina, G-CSF, M-CSF (fator estimulador de colônias de macrófagos), IL-5 e trombopoetina, para aumentar a produção de uma ou 2 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA outra linhagem em resposta às necessidades do organismo. Eritropoiese Estágios medulares → proeritroblasto, eritroblasto basófilo, eritroblasto policromático, eritroblasto ortocromático (última fase com núcleo), reticulócito (eliminado no sangue) Unidade de colônia formadora de eritrócitos → sofre estímulos para se diferenciar em hemácias ● Sofre influência da eritropoetina → glicoproteína formada no rim e minimamente (10%) no fígado → sua produção aumenta com a hipóxia ● A hipoxia induz fatores (HIF-2α eβ) que esti- mulam a produção de eritropoetina, neoformação vascular e síntese de receptores de transferrina, e também reduz a síntese hepática de hepcidina, aumentando a absorção de ferro. ● Tabagismo, doença pulmonar, apneia do sono → também induzem hipóxia → aumentam número de hemoglobina e hematócrito→ policitemia 3 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Proeritroblasto ● Citoplasma muito basófilo ● Núcleo grande e arredondado ● Cromatina frouxa ● 2/+ nucléolos ● Aproximadamente 1% MO ● Origina eritroblasto basófilo ● Em geral, de um único proeritroblasto originam-se 16 eritrócitos maduros 🤮 Os eritroblastos não estão presentes no sangue periférico normal. Eles aparecem no sangue se houver eritropoese fora da medula óssea (eritropoese extramedular) e também em algumas doenças da medula óssea. Eritroblasto basófilo ● Contornos irregulares ● Núcleo volumoso com cromatina condensada, sem nucléolos ● Citoplasma menos basófilo → início da hemoglobinização ● Constitui 1-4% da MO ● Origina o eritroblasto policromático Eritroblasto policromático ● Núcleo menor com cromatina condensada (roxo) ● Citoplasma policromático (acidófilo-basofílico) → azul acinzentado ● 10-20% da MO ● Origina eritroblasto ortocromático Eritroblasto ortocromático ● Assume quase a coloração do eritrócito maduro ● Núcleo picnótico→ cromatina condensada ● Citoplasma acidófilo→ róseo→ síntese intensa de Hb ● Autofagia das organelas e do núcleo ● 5-10% da MO ● Origina os reticulócitos Reticulócito ● Lançados na circulação periférica e após 24/48h maturam a eritrócitos ● Malha reticular no seu interior viável → restos de RNA ● Coloração supravital com azul cresil brilhante a 1% ● Uso clínico ○ Classifica anemia em hipo ou hiperproliferativa ○ Dx e gravidade da hemólise ○ Avalia a função da MO ○ Seguimento durante terapia → Fe, B12, AF, HU ■ Quando aumentam indica que a terapia está funcionando!! ○ Outras aplicações → abuso de EPO por atletas ○ VR→ 0,5-2% ● Reticulocitose em SP ○ Eritropoese acentuada ○ Importante indicador da capacidade funcional da MO ○ Anemias hiperproliferativas CRC→ contagem de reticulócitos ● O valor de referência varia de acordo com o hematócrito da pessoa! ○ Em pessoas saudáveis, os reticulócitos constituem menos de 2,5% do total de eritrócitos ● Reticulocitose ñ significa um aumento percentual de reticulócitos na periferia, mas um aumento na produção medular de reticulócitos. 4 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Para que a contagem reticulocitária (em percentual) possa refletir fielmente a produção medular de reticulócitos, precisa ser corrigida para dois fatores: ○ Grau de anemia → espelha o nº absoluto de reticulócitos→ determina IRC ○ Tempo de maturação reticulocitária. ● Divide o valor do hematócrito do paciente por 45 e multiplica o resultado por o valor de reticulócitos indicado no exame do paciente. CRC = reticulócitos x (Ht/45) = reticulócitos x (Hb/15) Pode ser Ht/40→ significa o valor médio para hematócrito. ● Em indivíduos com o hematócrito normal: ○ Valor de referência do CRC = 1% ● Em pacientes com anemia e Ht de 25-35% ○ VR de CRC = 2-3% ● Em pacientes com anemia e Ht < 25% ○ VR de CRC = 3-5% ● Abaixo desses valores a medula não está compensando → considera-se hipoproliferativa ● Acima desses valores→ hiperproliferativas IPR→ Índice de Produção Reticulocitária: ● Em casos de anemia moderada ou grave, em geral os níveis de eritropoetina se elevam muito, reduzindo o tempo de maturação reticulocitária na medula óssea. Por exemplo, quando o Ht está abaixo de 25%, esse tempo cai para a metade. Significa que metade dos reticulócitos circulantes representa células pré-formadas, que acabaram de ser deslocadas da medula para o sangue. Como esses reticulócitos não refletem a produção medular eritroide (isto é, são células que foram precocemente liberadas, antes de estarem "prontas" – as chamadas shift cells), precisamos corrigir para este fator. É só dividir tudo por dois (metade). Índice de Produção Reticulocitária (IPR) = Ht/40 x %retic. ÷ 2 ou Hb/15 x %retic. ÷ 2 ● É mais fidedigno por refletir as duas correções → hemoglobina e hematócrito. ● A anemia é considerada hiperproliferativa (hemolítica ou hemorrágica aguda) se o IPR estiver acima de 2% (obs.: algumas fontes citam 2,5%). ● Reticulocitose = IPR > 2 ● A reticulocitose também acontece em outra forma de anemia: anemia pós hemorrágica aguda. A perda de hemácias para o meioexterno é seguida de uma resposta medular de hiperprodução reticulocitária. Outra situação em que se espera a ocorrência de reticulocitose é no tratamento das anemias carenciais. Quando repomos ferro, folato ou vitamina B12 em pacientes que tinham deficiência desses fatores, a medula responde aumentando a produção de reticulócitos até que a anemia seja corrigida. Síntese de hemoglobina A síntese de heme ocorre principalmente nas mitocôn drias por uma série de reações bioquímicas que começam na condensação de glicina e de succinil-coenzima A, por ação do ácido δ-aminolevulínico-sintase (ALA), enzima-chave cuja falta limita o ritmo. Piridoxal-fosfato (vitamina B6) é uma coenzima dessa reação. Ao final, a protoporfirina combina-se com ferro no estado ferroso (Fe 2+ ) para formar heme. 5 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Ciclo vital das hemácias Se tem aumento de destruição de hemácias → aumenta a bilirrubina indireta Eritrócitos Características ● Disco bicôncavo/anucleado → parte central mais pálida e hipercromia periférica ● Vida média de 120 dias ● Preenchida abundantemente de hemoglobina ● Transporte de O2 Hemoglobina ● Tetrâmero com 4 cadeias de globina ● Pigmento heme → anel de protoporfirina ligado ao ferro que se liga ao O2, ● Fetal→α2γ2 ○ Até 6 meses de vida ○ RN→ 50-80% ○ 6 meses→ 8% ● Adultos ○ HbA1 (α2β2)→ 97% da Hb total ○ HbA2 ( α2δ2)→ 2% da Hb total ○ HbF (α2γ2)→ 1% da Hb total Índices hematimétricos VCM ● Volume da hemácia ● Baixo quando→ microcitose ○ Ferropriva→ causa mais comum ○ Talassemia ○ Sideroblástica ● Alta quando→ macrocitose ○ Reticulocitose ○ Deficiência de B12 ou folato ○ Hipotireoidismo ○ Doenças hepáticas ○ Medicamentos 6 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ○ Etilismo HCM ● Quantidade de hemoglobina na hemácia CHCM ● Concentração média de hemoglobina na hemácia Hipocromia→ HCM ou CHCM baixo ● Redução do conteúdo de hemoglobina ● Aumento da palidez central Policromasia ● Descreve a coloração róseo-azulada dos eritrócitos imaturos aumentados no SP ● Aumento dos reticulócitos no sangue periférico RDW ● Diferença dos tamanhos das hemácias ● Anisocitose → diferença grande nos tamanhos das hemácias Alterações de forma→ pecilocitose ou poiquilocitose ● Drepanócitos → Hm afoiçadas → aspecto de foice ou meia lua→ anemia falciforme ou variantes ● Hemácias em alvo ou leptócitos→ a hb no centro e na periferia deixando uma área concentrica descorada → talassemias, hemoglobinopatias (SC, AC), DHC, esplenectomizados, ferropenia ● Esferócitos → defeito no citoesqueleto da membrana → perdem a palidez central e parecem ser células de menor diâmetro → esferocitose hereditária anemias imuno-hemolíticas (fagocitose da parte central da Hm) ● Eliptócitos ou ovalócitos → defeito no esqueleto da membrana→ eliptocitose hereditária ● Estomatócitos → fenda semelhante a uma boca na região central da célula → estomatocitose hereditária, etilismo, DHC ● Dacriócito→ hemácia em lágrima→ mielofibrose ● Esquizócitos → helmet cells/bite cells → hemácia fragmentada → traumas mecânicos ou na microvasculatura/Púrpura trombocitopênica trombótica ● Acantócitos → hm espiraladas → decorrem da alteração no conteúdo lipídico da membrana celular → abetalipoproteinemia, queimados graves, DHC e pós-esplenectomia Esferocitose hereditária → defeito de anquirina, espectrina, banda 3 ● Autossômica dominante ● Hemólise/reticulocitose/esplenomegalia ● Hipercrômicas e CHCM elevado ● Fragilidade osmótica elevada ● Tratamento→ reposição de AF +/- esplenectomia Inclusões citoplasmáticas 7 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Corpúsculos de Howell-Jolly ○ Remanescentes de material nuclear ○ Pequenos, basófilos e geralmente únicos ○ Normalmente são removidos pelo baço ○ SP, após esplenectomia, hipoesplenismo ou asplenia funcional ● Pontilhado basofílico ○ Grânulos basofílicos puntiformes. Persistência de RNA no eritrócito (imaturidade) ○ Fino → anemias hemolíticas, megaloblásticas, diseritropoiéticas ○ Grosseiro → talassemias, intoxicação por chumbo (saturnismo) ● Corpúsculos de Pappenheimer ○ Grânulos de ferro na periferia da célula ○ SMD, sobrecarga de ferro ○ Coloração de Perls→ azul da prússia ● Corpúsculos de Heinz ○ Hemoglobina precipitada ○ Coloração supravital ○ Deficiência de G6PD e hemoglobinopatias ● Anel de Cabot→ resto nuclear do fuso mitótico ○ Anemia hemolítica ○ Em forma de anel ou “em oito”. ○ Reminiscências nucleares de final do fuso mitótico. Mielopoese Leucócitos ● Glóbulos brancos ● Células nucleadas e maiores que as hemácias ● Defesa do organismo contra microrganismos e substâncias estranhas ● Granulócitos→ neutrófilos, basófilos e eosinófilos ● Agranulócitos→ monócitos e linfócitos 8 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Neutrófilos ● 50-70% ● Núcleo geralmente tetralobulado ● Grânulos de cor clara no citoplasma ● Citoplasma de cor rosa pálido ● Fagocitam bactérias e partículas estranhas Eosinófilos ● 1-5% ● Núcleos geralmente bilobados ● Grânulos que coram rosa ou vermelho→ eosina ● Combatem invasores de grande tamanho por meio de liberação de íons e enzimas→ vermes e parasitas ● Secretam substâncias anti-histamínicas capazes de bloquear processos alérgicos Basófilos ● 0,5-1% ● Núcleo de forma irregular ● Grânulos de grande tamanho que preenchem quase todo o citoplasma e se coram de azul ou roxo → hematoxilina ● Liberam histamina (facilita a saída de neutrófilos e anticorpos para os locais infecciosos) e heparina (ação anticoagulante) Monócitos ● 2-8% ● Maiores células ● Citoplasma quase sem grânulos ● Permanecem na circulação por poucas horas (10/20) e logo migram para os tecidos e se transformam em macrófagos→ células ativas na fagocitose Linfócitos ● 20-40% ● Núcleos arredondados ● Pouca ou nenhuma granulação ● Linfócitos B→ produzem anticorpos ● Linfócitos T→ atacam células Granulopoese ● Os granulócitos e os monócitos são formados na medula óssea a partir de uma célula precursora comum ● Na série de células progenitoras granulopoéticas, mieloblastos, promielócitos e mielócitos constituem um conjunto proliferativo ou mitótico, ao passo que metamielócitos, bastonetes e granulócitos segmentados formam um compartimento pós-mitótico de maturação. ● Um grande número de bastonetes e neutrófilos segmentados (10-15 vezes o número total no sangue) é mantido na medula óssea como uma “reserva granulocítica medular”. ● Após a liberação da medula óssea, os granulócitos permanecem somente 6 a 10 horas na circulação antes de migrarem para os tecidos onde desempenham sua função fagocítica. 9 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Nos tecidos, eles permanecem 4 a 5 dias em média, até serem destruídos durante uma ação defensiva ou por senescência. ● Muitos fatores de crescimento estão envolvidos nesse processo de maturação, incluindo as interleuquinas IL-1, IL-3, IL-5 (para eosinófilos), IL-6, IL-11 e os fatores estimuladores de colônias granulocítico-macrofágicas (GM-CSF), granulocíticas (G-CSF) e monocíticas (M-CSF). ● Os fatores de crescimento estimulam proliferação e diferenciação, bem como afetam a função das células maduras sobre as quais agem (p. ex., fagocitose, geração de superóxido e citotoxicidade, no caso dos neutrófilos), e, além disso, inibem a apoptose. ● O aumento na produção de granulócitos e de monócitos como resposta a infecções é induzido pelo aumento da produção de fatores de crescimento de células do estroma e linfócitos T, estimulados por endotoxina, e citoquinas, como IL-1 ou fator de necrose tumoral (TNF). Plaquetas ● Fragmentos citoplasmáticos dos megacariócitos ● Agregam e formam trombos ● Vida média→ 5 a 10 dias! 10
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