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Preparações farmacêuticas em Fitoterapia

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Preparações farmacêuticas em Fitoterapia
Profª. Jessica Hellen Souza da Silva
Descrição
O desenvolvimento de um fitoterápico: da pesquisa com plantas
medicinais ao medicamento.
Propósito
Conforme determinado pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), o
farmacêutico deve participar da constituição de todas as Comissões
Assessoras que envolvam assuntos pertinentes às atividades de
produção e utilização terapêutica das plantas medicinais, seus derivados
e fitoterápicos. Nesse contexto profissional, é extremamente importante
que o farmacêutico conheça os termos técnicos e os caminhos possíveis
a serem percorridos na produção de um fitoterápico.
Objetivos
Módulo 1
Formas farmacêuticas em Fitoterapia
Identificar as principais formas farmacêuticas utilizadas em
Fitoterapia.
Módulo 2
Métodos extrativos em Fitoterapia
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Descrever os principais métodos extrativos empregados na
preparação de fitoterápicos.
Módulo 3
Plantas medicinais e o desenvolvimento de
medicamentos �toterápicos
Relacionar a pesquisa com plantas medicinais e os eventos ligados
ao desenvolvimento de medicamentos fitoterápicos.
Módulo 4
Controle da Qualidade de drogas e derivados
vegetais
Reconhecer os critérios para o controle da qualidade de derivados
vegetais.
Dentre as diversas áreas de atuação do farmacêutico, temos a
Fitoterapia, que abrange atribuições profissionais específicas e
privativas voltadas à Fitoterapia em si e ao âmbito de fitoterápicos,
de plantas medicinais e seus derivados – na manipulação
farmacotécnica e na produção industrial de drogas vegetais e seus
derivados. Tais atribuições são exercidas no sistema de saúde, na
farmácia magistral, na farmácia comunitária, na indústria
farmacêutica, na educação, na qualificação profissional, na
pesquisa e desenvolvimento, no processamento de insumos de
origem vegetal, e no fornecimento, distribuição, importação e
exportação das plantas medicinais, drogas vegetais e seus
derivados.
Mediante isso, é de interesse do futuro farmacêutico conhecer um
pouco sobre aquilo que é relativo à produção de fitoterápicos e/ou
de seus insumos de produção. Para isso, colocaremos aqui
conhecimentos práticos farmacotécnicos, farmacobotânicos,
farmacológicos etc. que são aplicáveis à pesquisa, produção, ao
controle de qualidade e registro de fitoterápicos. Vamos começar?
Orientação sobre unidade de medida
Em nosso material, unidades de medida e números são escritos
juntos (ex.: 25km) por questões de tecnologia e didáticas. No
entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o
número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e
Introdução
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1 - Formas farmacêuticas em Fitoterapia
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as principais formas farmacêuticas
utilizadas em Fitoterapia.
Formas farmacêuticas
Você lembra o que é uma forma farmacêutica? Podemos definir forma
farmacêutica como o estado final de apresentação que os princípios
ativos farmacêuticos possuem após uma ou mais operações executadas
com ou sem a adição de excipientes apropriados, a fim de facilitar sua
utilização e obter o efeito terapêutico desejado, com características
apropriadas a determinada via de administração.
As formas farmacêuticas também podem ser agrupadas e/ou
classificadas de acordo com a forma física de apresentação:
Formas farmacêuticas sólidas.
Formas farmacêuticas sólidas
Exemplo: comprimidos.
demais materiais escritos por você devem seguir o padrão
internacional de separação dos números e das unidades.
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Formas farmacêuticas líquidas.
Formas farmacêuticas líquidas
Exemplo: xarope.
Formas farmacêuticas semissólidas.
Formas farmacêuticas semissólidas
Exemplo: gel.
Formas farmacêuticas gasosas.
Formas farmacêuticas gasosas
Exemplo: gás anestésico.
Ou seja, dentro do conceito de medicamento, a forma
farmacêutica representa a apresentação final do
produto farmacêutico tecnicamente obtido ou
elaborado.
Os fitoterápicos podem ser definidos como produtos obtidos de matéria-
prima ativa vegetal, exceto substâncias isoladas, com finalidade
profilática, curativa ou paliativa, incluindo medicamento fitoterápico e
produto tradicional fitoterápico, podendo ser simples, quando o ativo é
proveniente de uma única espécie vegetal medicinal, ou composto,
quando o ativo é proveniente de mais de uma espécie vegetal.
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Medicamento
�toterápico (MF)
É caracterizado pelo
conhecimento da
eficácia e dos riscos de
seu uso, assim como
pela reprodutibilidade e
constância de sua
qualidade. Sua eficácia
e segurança são
validadas por meio de
levantamentos
etnofarmacológicos, de
utilização,
documentações técnico-
científicas ou evidências
clínicas.
Produto tradicional
�toterápico (PTF)
Aquele obtido com
emprego exclusivo de
matérias-primas ativas
vegetais, cuja
segurança seja baseada
por meio da
tradicionalidade de uso
e que seja caracterizado
pela reprodutibilidade e
constância de sua
qualidade.
Medicamento �toterápico (MF)
Medicamento obtido empregando-se exclusivamente matérias-primas ativas
vegetais.
Atenção!
Não se considera medicamento fitoterápico aquele que, na sua
composição, inclua substâncias ativas isoladas, de qualquer origem,
nem as associações destas com extratos vegetais (RDC nº 17/2010).
Folhas de Espinheira-santa (Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek)
O medicamento fitoterápico GASTROSIL®, por exemplo, feito com as
folhas de espinheira-santa (Maytenus ilicifolia Mart. ex. Reissek),
apresenta-se no mercado em duas formas farmacêuticas: emulsão oral e
cápsula.
Veja a seguir essas duas formas farmacêuticas:

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Emulsão oral
A emulsão oral seria uma forma farmacêutica líquida.
Cápsula
A cápsula seria uma forma farmacêutica sólida.
Temos a seguir um esquema com as principais formas farmacêuticas
utilizadas em fitoterapia:
Formas farmacêuticas em Fitoterapia.
As formas farmacêuticas em Fitoterapia podem ser concentradas ou
diluídas para compor uma forma farmacêutica. Por exemplo, a
castanha-da-índia (Aesculus hippocastanum L.) pode ser utilizada de
forma oral ou tópica. A forma farmacêutica de uso oral pode ser cápsula
com extrato seco das sementes, enquanto o uso tópico pode ser o gel
com tintura. Uma tintura, após retirada de solvente, pode se transformar
em um extrato seco, ou seja, mais concentrado.
A união do extrato seco com excipientes em uma
cápsula configura uma forma farmacêutica final sólida,
D
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enquanto a tintura das sementes incorporada ao gel
base configura uma forma farmacêutica final
semissólida.
Observe o esquema a seguir:
Observe que, em Fitoterapia, quando tratamos da mesma matéria-prima
vegetal, podem existir caminhos diferentes para se ter a mesma forma
farmacêutica final. Podemos observar também que, às vezes, para
alcançarmos determinada forma farmacêutica, temos outras
intermediárias na produção farmacotécnica, conforme vimos no
esquema acima.
As formas farmacêuticas em Fitoterapia podem ser divididas em
convencionais (ex.: comprimido, xarope e pomada) e extrativas (ex.:
tintura, extrato fluido e extrato seco). As formas farmacêuticas extrativas
são aquelasque são obtidas após a aplicação de métodos extrativos
como: maceração, percolação, extração por fluido supercrítico etc.
Apesar da divisão entre as formas, as convencionais são feitas a partir
de formas farmacêuticas extrativas como, por exemplo, uma suspensão
de extrato seco vegetal ou um gel de tintura vegetal.
Curiosidade
Dentro do linguajar técnico de produção de fitoterápicos, existe o termo
Insumo Farmacêutico Ativo Vegetal, o IFAV. Um IFAV seria a matéria-
prima ativa vegetal (droga ou derivado vegetal), utilizada no processo
de fabricação de um fitoterápico que, quando administrado em um
paciente, atua como ingrediente ativo (princípio ativo). Ele corresponde
aos IFAs (Insumos Farmacêuticos Ativos) dos medicamentos alopáticos
convencionais. O IFA é a substância que dá ao medicamento sua
característica farmacêutica, ou seja, aquilo que faz com que
determinado medicamento funcione. Seria qualquer substância
introduzida na formulação de uma forma farmacêutica que, quando
administrada em um paciente, atua como ingrediente ativo.
Sendo assim, um fitoterápico, seja ele medicamento fitoterápico ou
produto tradicional fitoterápico, pode ter como IFAV uma droga vegetal
ou um derivado vegetal.
Medicamento alopático
Drágeas de Buscopan®
Cada drágea contém:
10mg de butilbrometo
de escopolamina,
correspondentes a
Produto tradicional
�toterápico
Solução oral de
HEPATILON®
Cada 10mL de solução
contém: extrato de
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6,89mg de
escopolamina.
Excipientes: fosfato de
cálcio dibásico, amido
de milho, dióxido de
silício, ácido esteárico,
povidona, sacarose,
talco, goma arábica,
dióxido de titânio,
macrogol, cera de
carnaúba, cera branca
de abelha, álcool etílico,
água purificada.
Peumus boldus 0,67mL
(padronizada em
0,67mg (0,1%) de
alcaloides totais
expresso em boldina).
Equivalente a 0,67mg de
alcaloides totais
expressos em
boldina/10mL.
Excipientes:
metilparabeno, extrato
fluido de Citrus
aurantium L., tintura de
menta, corante
caramelo, edetato
dissódico,
metabissulfito de sódio,
álcool etílico, glicerol e
água purificada.
Veja que o butilbrometo de escopolamina é o IFA das drágeas de
Buscopan®, enquanto o Extrato de Peumus boldus é o IFAV da solução
oral do HEPATILON®.
O IFAV não é uma substância isolada como o
butilbrometo de escopolamina, ele é a droga vegetal ou
o derivado vegetal que possui um fitocomplexo, ou seja,
um conjunto de substâncias originadas do metabolismo
primário ou secundário vegetal, que em conjunto são
responsáveis pelos efeitos biológicos da planta
medicinal ou de seus derivados.
Por definição, o derivado vegetal é o produto da extração da planta
medicinal fresca ou da droga vegetal que contém as substâncias
responsáveis pela ação terapêutica, podendo ocorrer na forma de
extrato, óleo fixo e volátil, cera, exsudato e outros. Ou seja, as formas
farmacêuticas extrativas - tintura, extrato fluido, extrato mole, extrato
seco, extrato oleoso, infuso e decocto - podem configurar um IFAV na
forma de um derivado vegetal. Sendo assim, vamos aprender um pouco
mais sobre os principais métodos extrativos para obtenção de IFAVs na
forma de derivados vegetais para, em seguida, desenvolvermos um
pouco mais os conceitos referentes às diferentes formas farmacêuticas
líquidas, sólidas e semissólidas em Fitoterapia.
Exsudato
Líquido orgânico que emana das paredes e membranas celulares devido a
lesão física ou inflamação.

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Processos extrativos em Fitoterapia:
fatores in�uenciadores
Os processos extrativos visam à retirada dos constituintes que possuem
atividade farmacológica de dentro de determinada planta medicinal ou
droga vegetal por meio de um solvente, obtendo-se, assim, formas
farmacêuticas mais convenientes ao manuseio e à administração,
conforme veremos a seguir:
Representação geral de processo extrativo.
Após o processo extrativo, obtém-se uma solução extrativa (extrato),
resultado da dissolução parcial de uma droga vegetal de composição
heterogênea num solvente.
Alguns fatores podem influenciar a eficiência extrativa dos métodos
empregados em Fitoterapia, sendo elas: a seletividade do solvente, o
estado de divisão da droga vegetal, a tensão superficial, a agitação, o
tempo de contato com a droga vegetal, a temperatura e as substâncias
intrínsecas e extrínsecas. Dessa maneira, veremos a seguir esses fatores
influenciadores do processo de extração.
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Seletividade do solvente
Ao permear, ou seja, difundir-se pelos tecidos vegetais, o solvente
dissolve e carrega consigo apenas alguns dos constituintes do vegetal,
apenas aqueles que possuem afinidade química por ele. Esses
constituintes podem pertencer a uma ou mais classes de componentes a
seguir: alcaloides, taninos, heterosídeos flavônicos, antraquinônicos,
cumarínicos, antociânicos, saponínicos, cardioativos, cianogênicos,
resinas, bálsamos, essências etc.
É sempre preferencial o uso de solventes econômicos, conservantes e
pouco tóxicos nos processos extrativos em Fitoterapia. Dentre os
solventes mais utilizados para a preparação dos extratos, temos a água,
o etanol, a glicerina, propilenoglicol e a acetona. A acetona,
especificamente, deve ser eliminada na sua totalidade antes que o
extrato seja utilizado como fitoterápico. A seguir, temos uma tabela que
relaciona a seletividade de alguns dos solventes mais utilizados em
fitoterapia.
Bálsamos
São substâncias aromáticas/odoríferas exsudadas por algumas plantas,
em consequência de um corte ou por vias naturais, composta de resinas,
óleos essenciais, ácido benzoico, cinâmico e seus ésteres.
Constituintes
vegetais
(princípios
ativos)
Solventes
Água Etanol
Mistura
água-álc
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Constituintes
vegetais
(princípios
ativos)
Solventes
Bases de
alcaloides
Praticamente
insolúvel ou
insolúvel
Solúvel
Muito po
solúvel
Sais de
alcaloides
Facilmente
solúvel
Solúvel
Facilmen
solúvel
Heterosídeos
Facilmente
solúvel
Facilmente
solúvel
Facilmen
solúvel
Substâncias
amargas
Facilmente
solúvel
Facilmente
solúvel
Facilmen
solúvel
Taninos
Facilmente
solúvel
Facilmente
solúvel
Facilmen
solúvel
Óleos
essenciais
Muito pouco
solúvel
Solúvel
Praticam
insolúvel 
insolúvel
Óleos fixos,
ceras
Praticamente
insolúvel ou
insolúvel
Praticamente
insolúvel ou
insolúvel
Praticam
insolúvel 
insolúvel
Bálsamos,
resinas
Praticamente
insolúvel ou
insolúvel
Solúvel
Muito po
solúvel
Açúcares
Facilmente
solúvel
Solúvel Solúvel
Amido
Muito pouco
solúvel
Praticamente
insolúvel ou
insolúvel
Praticam
insolúvel 
insolúvel
Celulose
Praticamente
insolúvel ou
insolúvel
Praticamente
insolúvel ou
insolúvel
Praticam
insolúvel 
insolúvel
Pectinas Solúvel
Praticamente
insolúvel ou
insolúvel
Muito po
solúvel
Albuminas Solúvel Precipitação
Muito po
solúvel
Sais
inorgânicos
Solúvel
Muito pouco
solúvel
Pouco
solúvel/m
pouco so
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Tabela: Seletividade de solventes extrativos água/etanol.
Elaborado por: Jessica Silva.
As solubilidades dos constituintes vegetais indicadas acima não devem
ser tomadas no sentido estrito de constante física, mas como simples
informação. As indicações sobre a solubilidade normalmente referem-se
às determinações feitas à temperatura de 25°C. Os termos "solúvel",
"pouco solúvel"etc. são dados com base em partes de solvente, que se
refere à dissolução de 1g de sólido ou 1mL de líquido no número de
mililitros do solvente estabelecido no número de partes. Ou seja, as
solubilidades aproximadas constantes aqui são designadas por meio de
termo descritivo para solubilidade em processo extrativo, tais como
"muito solúvel" - em menos de 1 parte de solvente, e "praticamente
insolúvel" - em mais de 10.000 partes.
Estado de divisão da droga vegetal e tensão
super�cial do solvente
Como descrito previamente, os processos extrativos podem ser feitos
com a planta medicinal in natura (fresca) ou com a droga vegetal.
Droga vegetal
Planta medicinal ou suas partes após processos de coleta, estabilização e
secagem.
Atenção!
A extração a partir de drogas vegetais é mais usual devido ao tempo de
validade da matéria-prima vegetal. Por estarem secas e, quando
necessário, estabilizadas, podem ser armazenadas fora do
congelamento e resistem mais tempo a processos extrativos
prolongados sem grande proliferação fúngica e bacteriana no meio
extrativo.
As drogas vegetais podem estar na forma íntegra, rasurada, triturada ou
pulverizada, e seu estado de divisão tem influência decisiva nos
processos de dissolução extrativa, pois quanto menor o tamanho de
partícula das drogas vegetais, maior será a superfície total de contato
com o solvente extrator, o que por si só eleva a velocidade de difusão
dos princípios ativos carreados pelo solvente. A trituração rompe as
paredes celulares vegetais que aprisionam os princípios ativos,
favorecendo o contato destes com o solvente extrator. Porém, a
excessiva diminuição do tamanho de partícula pode resultar num
aumento de dificuldade de passagem do solvente pelo material vegetal,
devido à maior tendência a formação de aglomerados e à diminuição do
espaço intersticial - espaço entre as partículas. O que pode exigir um
aumento no tempo de contato droga-solvente e agitação do sistema
para que haja efetiva extração.
Quando um solvente líquido entra em contato com uma superfície sólida
como a das partículas de droga vegetal, dois fatores podem atuar para
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facilitar ou dificultar a extração: a tensão superficial, sendo ela uma das
propriedades dos líquidos de oferecerem a menor superfície para contato
com outro meio, no caso, o meio sólido, adquirindo assim uma forma
esférica; e a maior ou menor capacidade dos sólidos em absorverem
líquidos.
A diminuição da tensão superficial do solvente (líquido
extrator) ou o aumento das propriedades absortivas
das partículas da droga vegetal (sólido) levam a um
contato mais amplo entre droga-solvente, aumentando
assim o rendimento extrativo.
Em alguns casos de extração com solventes hidrofílicos, recorre-se à
utilização de tensoativos para extração de substâncias lipossolúveis.
Esses tensoativos devem ser sempre de natureza não iônica como os
polissorbatos, por exemplo. Também devem ser removidos
imediatamente após a extração, pois, mesmo que de forma breve, a
utilização de tensoativos pode acelerar o processo de degradação de
ativos vegetais, inclusive a simples utilização de tensoativos reduz o
período útil, o prazo de validade de extratos vegetais obtidos dessa
forma.
Agitação
A agitação desempenha um papel de grande influência na velocidade de
dissolução. Ela pode reduzir muito o tempo de duração de um processo
extrativo. Tal fenômeno ocorre porque a agitação torna possível o
contato droga-solvente menos concentrado em determinados pontos do
sistema. O sistema de extração sem agitação propicia a formação de
zonas de concentração de solvente ao redor de cada partícula da droga e
um processo lento de dissolução, ou seja, de solubilização dos princípios
ativos vegetais no solvente extrator. A agitação permite que as
moléculas de solvente acessem mais rápido todas as partículas de
droga do sistema, acelerando a dissolução e, consequentemente, a
extração.
Tempo de contato com a droga vegetal
Quanto maior for o tempo de contato droga-solvente, melhor será a
extração, pois haverá mais tempo para que ocorra o fluxo de difusão do
solvente através das paredes celulares da droga vegetal, contribuindo
para o equilíbrio de concentração de princípios ativos dentro e fora dos
tecidos vegetais. Esse tempo de contato é necessário pois a solubilidade
dos ativos no solvente não se dá de forma instantânea e, geralmente,
eles se encontram revestidos por uma parede celular que impede o
contato direto com o solvente. Assim, se inicialmente tivermos
determinada concentração de ativos na droga vegetal, ao final de um
intervalo de tempo de contato droga-solvente, ocorrerá uma diminuição
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da concentração de princípios no interior da droga, ao passo que se
eleva a presença destes junto ao solvente.
Recomendação
Dependendo do tipo de solvente utilizado e do método extrativo, o
prolongamento do tempo de contato droga-solvente pode gerar
degradação da solução extrativa, pela ocorrência de hidrólise,
fermentação, ou outros processos que diminuem a qualidade do extrato,
como ocorre se o solvente for água ou soluções alcoólicas muito
diluídas (abaixo de 20%). Além disso, pode propiciar a dissolução
daqueles materiais de menor solubilidade, que nem sempre são de
interesse. Logo, é importante que sejam obedecidas as condições
especificadas para obtenção de cada solução extrativa particular,
visando sempre à qualidade e a constância dela para os extratos
obtidos.
Temperatura
O aumento da temperatura, ou seja, o fornecimento de calor ao sistema
extrativo contribui diretamente para a solubilização das substâncias,
diminuição da viscosidade do solvente e aumento da velocidade de
difusão. Pode ser útil em alguns casos para facilitar a extração. Não se
deve usar o aquecimento para extração de princípios ativos termolábeis
ou que se volatilizem com facilidade. Exemplos: proteínas (termolábeis)
e fenilpropanoides (voláteis). O calor também é um fator que contribui
para acelerar reações orgânicas, favorecendo reações de hidrólise, de
oxidação e decomposições, que são desfavoráveis à manutenção da
qualidade dos extratos.
Substâncias intrínsecas e extrínsecas
As substâncias intrínsecas correspondem àquelas presentes na droga
vegetal, sendo princípio ativo ou não, que contribuem significativamente
para facilitar ou dificultar o processo extrativo. Como, por exemplo, os
ácidos orgânicos málico, tartárico e cítrico, que uma vez presentes em
drogas vegetais de princípios ativos alcaloídicos, facilitam a extração
dos alcaloides por solventes aquosos. Esses ácidos orgânicos ligam-se
aos alcaloides base livre transformando-os em sais que são mais
solúveis em meios aquosos, facilitando então a extração desses por
solventes mais polares/aquosos. Na imagem a seguir, acompanhe a
reação de alcaloides com ácidos:
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Reação de alcaloides com ácidos.
Os óleos vegetais, as ceras, as pectinas e as proteínas também são
substâncias intrínsecas que em muitos casos dificultam o processo
extrativo, seja por insolubilidade no solvente extrator ou por causar
precipitação ou geleificação do meio extrativo, diminuindo ou impedindo
a extração de ativos.
As substâncias extrínsecas correspondem àquelas que são adicionadas
ao meio extrativo para facilitar a dissolução e extração dos princípios
ativos vegetais, sem interferir na tensão superficial, como por exemplo,
ácidos minerais e orgânicos, que são adicionados para facilitar a
extração de bases fracas como os alcaloides, e a adição de bases como
hidróxido de amônio para alcalinizar o meio extrativoe aumentar a
eficiência de extração de princípios ativos de caráter de ácido fraco,
como as antraquinonas.
Antraquinonas em meio alcalino.
Formas Farmacêuticas em
Fitoterapia
Assista o vídeo para ver um pouco mais sobre as principais formas
farmacêuticas utilizadas em Fitoterapia e os fatores que influenciam no
processo extrativo.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Conforme abordado neste módulo, a seletividade do solvente é um
dos principais fatores que influenciam a eficiência extrativa dos
métodos extrativos empregados em Fitoterapia. Porém, vimos
também que ela não é o único fator de influência direta na eficiência
extrativa. Sendo assim, assinale a alternativa que pontua todos os
demais fatores abordados:
A
Estado de divisão da droga vegetal, tensão
superficial, agitação, tempo de contato com a droga
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Parabéns! A alternativa E está correta.
Apesar de a seletividade do solvente ser o fator de maior
interferência na capacidade e eficiência de um método extrativo,
fatores como o estado de divisão da droga vegetal, tensão
superficial, agitação, tempo de contato droga-solvente, temperatura
e as substâncias intrínsecas e extrínsecas também podem contribuir
para um aumento ou redução de eficiência extrativa.
Questão 2
Com base naquilo que foi estudado neste módulo, marque a opção
que caracteriza um fator de interferência na eficiência extrativa que,
ao ser adicionado ao meio extrativo, facilita a dissolução e extração
dos princípios ativos vegetais, sem interferir na tensão superficial.
vegetal, temperatura e substâncias intrínsecas
B
Tensão superficial, agitação, tempo de contato com
a droga vegetal, temperatura e substâncias
intrínsecas e extrínsecas
C
Estado de divisão da droga vegetal, tensão
superficial, agitação, tempo de contato com a droga
vegetal e substâncias intrínsecas e extrínsecas
D
Estado de divisão da droga vegetal, tensão
superficial, agitação, tempo de contato com a droga
vegetal, temperatura e substâncias extrínsecas
E
Estado de divisão da droga vegetal, tensão
superficial, agitação, tempo de contato com a droga
vegetal, temperatura e substâncias intrínsecas e
extrínsecas
A Solvente
B Substâncias extrínsecas
C Substâncias intrínsecas
D Tensoativos
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Parabéns! A alternativa B está correta.
Seriam as substâncias extrínsecas aquelas que são adicionadas ao
meio extrativo para facilitar a dissolução e extração dos princípios
ativos vegetais, sem interferir na tensão superficial. Sendo, portanto,
a opção desta questão, visto que o solvente, o triturador e as
substâncias intrínsecas não são adicionais ao meio extrativo e os
tensoativos diminuem a tensão superficial.
2 - Métodos extrativos em Fitoterapia
Ao �nal deste módulo, você será capaz de descrever os principais métodos extrativos
empregados na preparação de �toterápicos.
Obtenção de extratos vegetais
Os principais métodos extrativos para obtenção de extratos vegetais são:
Maceração
Enfleurage (enfloragem)
Percolação
Turbólise (turbo-extração)
Prensagem (expressão)
Extração em contracorrente
Digestão
Infusão
Decocção
Hidrodestilação* (por arraste a vapor e coobação)
E Triturador
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Extração contínua a quente (por soxhlet)
Extração assistida por micro-ondas, ultrassom e fluido supercrítico
Dentre os métodos citados, os mais recorrentes nas monografias oficiais
do país, como o Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira,
são a maceração, a percolação, a infusão e a decocção. Os métodos
extrativos infusão, decocção e digestão também podem ser
classificados como métodos caseiros, embora possam ser realizados em
laboratório.
Maceração
Representação de maceração.
A maceração é o processo que consiste em manter a planta fresca ou
droga vegetal convenientemente rasurada, triturada ou pulverizada, nas
proporções ideais para cada formulação, em contato com o líquido
extrator apropriado, em repouso por tempo determinado para cada
preparação fitoterápica (8 horas, 20 dias etc.).
Normalmente ocorre em temperatura ambiente, em recipiente que
elimina o contato com a luz e sob a agitação ocasional, sem renovação
do líquido extrator.
Algumas variações nessa operação podem ser feitas visando ao
aumento da eficiência extrativa. Portanto, a maceração pode tornar-se
dinâmica: maceração feita sob constante agitação mecânica. Ou ainda
pode-se propor esgotamento da droga vegetal por remaceração.
Podemos considerar como vantagem da técnica a extração sem
degradação de substâncias ativas termolábeis. Como desvantagens,
temos a baixa permeabilidade do solvente à droga, pouca solubilidade
dos ativos a frio, saturação do solvente e lentidão do processo.
Remaceração
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Quando a operação é repetida utilizando o mesmo material vegetal,
renovando apenas o líquido extrator.
En�eurage (en�oragem ou en�oração)
A enfloragem é um dos métodos extrativos mais antigos (século XVIII) e
de uso predominante na perfumaria. A parte vegetal – como flores, por
exemplo – é colocada sobre uma placa de vidro com gordura, que vai
absorver o óleo das flores, que são substituídas por flores novas todos
os dias até que a concentração certa seja obtida, sendo a operação de
troca repetida entre 30 e 40 vezes.
Enfloragem.
Após o processo, a gordura com o óleo vegetal é filtrada e destilada. O
concentrado oleoso que resulta desse processo é misturado ao álcool e
novamente destilado. O produto final seria o óleo essencial das flores.
Percolação (ou lixiviação)
A percolação, também conhecida como lixiviação, é o processo extrativo
que consiste na passagem de solvente através da droga vegetal
pulverizada e previamente umedecida (macerada) com o líquido extrator.
Para compreender detalhadamente, observe a imagem a seguir:
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Organização interna de percolador preenchido.
Foto de percolador de aço inoxidável.
Para que se faça a extração via percolação, o material vegetal
umedecido é colocado dentro do equipamento, entre camadas de
algodão, areia e disco (ou prato) perfurado para que se inicie a
colocação do solvente e, consequentemente, o fluxo. A ação do solvente,
que atravessa toda extensão do recipiente, desloca-se de cima para
baixo sob velocidade de gotejamento controlada. O produto obtido é
denominado percolato.
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Em função do caráter cinético da percolação, a difusão é
acentuadamente mais rápida que na maceração, pois o equilíbrio
absoluto entre as concentrações dos líquidos intra e extracelular nunca é
atingido, uma vez que o solvente é constantemente renovado no
sistema. Dessa maneira, é possível obter o esgotamento total da droga
vegetal. A extração continua a ocorrer enquanto houver material para
dissolver e enquanto o solvente for renovado.
Podemos considerar como vantagem da técnica a não
saturação do solvente, o que torna a extração mais
eficiente. Como desvantagens, tem-se a influência da
permeabilidade do solvente na droga vegetal, a
solubilidade a frio dos ativose o gasto de grandes
volumes de solvente.
Turbólise (turboextração)
A turbólise ou turboextração baseia-se na extração que ocorre
concomitantemente com a redução do tamanho de partícula do material
vegetal, resultado da aplicação de elevadas forças de cisalhamento em
rotações de 5.000 a 20.000 rpm. Normalmente pelo movimento cortante
das hélices de um liquidificador industrial de aço inoxidável ou de
agitadores ou misturadores de laboratório. A redução drástica do
tamanho das partículas com o consequente rompimento das células
favorece a rápida dissolução das substâncias ativas, resultando em
tempos de extração da ordem de minutos e o quase esgotamento da
droga.
Podemos considerar como vantagens da técnica a simplicidade,
rapidez e versatilidade. Como desvantagens, a difícil separação da
solução extrativa por filtração; geração de calor no sistema durante o
procedimento, obrigando o controle de temperatura do sistema;
impossibilidade de uso para extração de substâncias voláteis e limitação
do uso para matéria-prima vegetal de elevada dureza, muito fibrosa.
Observe, na imagem a seguir, os tipos de hélices de agitadores de
laboratório:
Tipos de hélices de agitadores de laboratório.
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Prensagem (expressão)
A extração por prensagem, também conhecida como expressão, é um
processo muito utilizado atualmente para extração em pequena escala
para extração de óleos vegetais fixos, como o de amendoim, girassol,
gergelim etc., além de ser um método extrativo de óleos vegetais voláteis
de frutos cítricos. As cascas dos frutos são prensadas, obtendo-se uma
emulsão óleo essencial e água que após diversos processos físicos,
como a decantação, centrifugação ou destilação, transforma-se em óleo
essencial puro.
Existem dois modelos de prensas: contínuas e hidráulicas.
Prensas contínuas
As prensas contínuas são dotadas de uma rosca ou parafuso sem
fim que esmaga o material, liberando o óleo.
Prensas hidráulicas
As prensas hidráulicas (prensagem descontínua) apresentam um
cilindro perfurado onde se desloca um êmbolo que faz pressão na
matéria-prima (que fica dentro de um saco de pano ou lona).
Podemos considerar como vantagem da técnica a
extração de constituintes voláteis que se alteram com
o calor. Como desvantagem, podemos considerar a
necessidade de realização de processos físicos
posteriores para obtenção do produto final puro (óleo).
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Extração em contracorrente
A extração em contracorrente é um processo que ocorre de forma
contínua, diferente das outras formas de extração vistas até o momento,
que são feitas por batelada. A extração em contracorrente usada em
Fitoterapia é uma extração sólido-líquido em que o solvente passa pela
droga vegetal que é continuamente alimentada em sentido contrário ao
da passagem do líquido extrator. As condições do processo extrativo são
controladas de forma a assegurar uma extração máxima dos ativos
existentes na droga, utilizando-se um mínimo de solvente num menor
tempo. A técnica é mais usada em laboratórios industriais em que o
investimento em equipamentos para a produção contínua é viável. A
produção contínua permite fazer a alimentação com droga vegetal e
solvente e, ao mesmo tempo, retirar o resíduo e extrato
Esquema de equipamento para extração em contracorrente.
Digestão
Neste processo extrativo, o contato droga-solvente é mantido a uma
temperatura de 40°C-60°C. É semelhante a uma maceração com a
diferença de que o líquido extrator é aquecido a 40°C-60°C.
Infusão
A técnica de extração por infusão consiste em verter o solvente extrator
aquecido, (normalmente água fervente) sobre a droga vegetal em
recipiente fechado, ou seja, após a adição do solvente, o recipiente é
tampado ou abafado por certo tempo.
Resíduo
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Infusão.
Recomendação
Esse método extrativo é indicado para drogas vegetais de consistência
menos rígida, como folhas, flores, inflorescências e frutos, ou que
contenham substâncias ativas voláteis.
Decocção
Decocção.
A extração por decocção consiste na extração dos princípios ativos
através da ebulição da droga vegetal, durante certo tempo, em um
solvente que normalmente é a água potável.
Esta técnica possui emprego restrito, pois muitas substâncias ativas são
alteradas por aquecimento prolongado. Costuma-se empregar este tipo
de extração com materiais vegetais rígidos e de natureza lenhosa, como
cascas, raízes, rizomas, caules, sementes e folhas coriáceas.
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Hidrodestilação* (por arraste a vapor e
coobação)
A hidrodestilação ou arraste a vapor normalmente é utilizada para
extração de princípios ativos de planta fresca. A hidrodestilação pode ser
dividida em duas técnicas – arraste a vapor e coobação – e, em ambas,
o vapor de água passa pelo material vegetal e arrasta os constituintes
voláteis.
Na hidrodestilação por arraste a vapor, o vapor de água que passa pelo
balão arrasta os constituintes voláteis da amostra vegetal.
Hidrodestilação por arraste a vapor.
Na fase líquida do balão, encontram-se a amostra vegetal e água
condensada; na fase de vapor, a água e os componentes da amostra
volatilizados se encaminham para o condensador. O vapor se condensa
para um líquido de duas fases: a fase aquosa e a fase orgânica (óleo),
imiscíveis. Obtém-se o óleo após separação por decantação.
Na hidrodestilação por coobação, a extração funciona em circuito
fechado com recirculação de águas condensadas e normalmente utiliza-
se o sistema Clevenger, que é o mais conhecido e bastante utilizado em
escala laboratorial, podendo operar em circuito aberto ou fechado, onde
a perda de voláteis é mínima.
Hidrodestilação com sistema Clevenger.
Os extratores que operam em circuito fechado apresentam perda mínima
de voláteis e a eficiência de extração não fica condicionada à
manipulação adequada no decorrer do processo de destilação.
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Extração contínua a quente (por soxhlet)
Extração por soxhlet.
Na extração, utilizando o aparelho soxhlet, inicialmente o balão possui o
solvente extrator que entrará em ebulição e será destilado. Ao destilar-se
no condensador, ele cai sobre a amostra vegetal que se encontra
empacotada num cartucho filtrante.
Ao alcançar determinado volume no cartucho, o solvente e os
componentes extraídos retornam para o balão, onde o solvente irá
novamente ser destilado e passar pela amostra vegetal (refluxo),
conforme ilustração ao lado.
Esta técnica de extração tem como vantagem o fato de se atingir o
esgotamento da droga com facilidade, usando pequeno volume de
solvente, pois ele é destilado e reutilizado no sistema.
Como desvantagem, temos a qualidade do extrato obtido que pode ser
comprometida devido à constante ebulição do extrato durante o
processo extrativo, o que pode levar ao aparecimento de artefatos
oriundos da decomposição das substâncias vegetais originalmente
extraídas.
Extração assistida por micro-ondas, ultrassom e �uido supercrítico
Conheça a definição de cada um dos tipos de extração assistida:
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É um tipo de extração sólido-líquido que combina micro-ondas
com a extração tradicional por solventes, quando necessário,
mas pode ser feita sem adição de solvente extrase a amostra
contiver água em abundância. As micro-ondas são consideradas
um tipo de radiação eletromagnética produzida na região do
espectro entre 300MHz (100cm) a 300GHz (0,1cm). Essa
radiação apresenta ações que são capazes de aquecer
substâncias, principalmente as compostas por água. Quando as
moléculas polares de água são expostas à ação de um campo
elétrico, elas oscilam e absorvem a energia causada pela onda.
Ocorre um aquecimento seletivo do solvente, o que aumenta a
cinética de extração e rendimento do processo. As micro-ondas
atuam seletivamente sobre as células vegetais, vaporizando a
matriz de água, provocando a quebra das células e libertando os
ativos vegetais. Inclusive, preservando propriedades
organolépticas e físico-químicas de voláteis. A extração assistida
por micro-ondas oferece várias vantagens em relação às técnicas
mais tradicionais, reduz o tempo de extração, há menor uso de
solventes, maiores taxas de extração de compostos e um custo
total de processamento mais baixo.
Baseada na ação de ondas eletromagnéticas que provocam o
fenômeno denominado cavitação acústica. O ultrassom pode ser
definido como o conjunto de ondas eletromagnéticas com
frequência superior a 20kHz. A cavitação é conhecida por
produzir diversos efeitos na matriz vegetal, tais como: a
circulação do líquido (agitação do solvente) no sistema e a
geração de turbulência, colapso de bolhas de cavitação, que
refletem em áreas pontuais de alta pressão e temperatura e que
pode auxiliar no aumento da transferência de massa, facilitando
o processo de extração dos ativos vegetais. A irradiação por
ultrassom pode ser realizada isoladamente ou acoplada a outros
métodos extrativos, como na extração por fluidos supercríticos.
É uma técnica que representa uma alternativa aos métodos
tradicionais de extração, em que o solvente é empregado em
condições de temperatura e pressão acima do ponto crítico
(condições supercríticas).
Os fluidos supercríticos possuem propriedades intermediárias
entre aquelas de substâncias no estado líquido e no estado
gasoso, o que os confere características únicas que fazem com
que possam ser usados como solventes. Esta técnica pode ser
aplicada a compostos quimicamente estáveis e é frequentemente
Extração assistida por micro-ondas 
Extração assistida por ultrassom 
Extração com fluido supercrítico 
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empregada para extração de compostos de baixa polaridade.
Porém, a polaridade pode ser alterada com auxílio de
cossolventes como etanol e metanol. Temos como exemplos de
fluidos supercríticos o dióxido de carbono, o óxido nitroso e o
amoníaco. As vantagens desta técnica residem na possibilidade
de alteração da seletividade de extração por mudança de
temperatura ou de pressão do gás, e em sua completa eliminação
quando o sistema retorna às condições normais de temperatura e
pressão. Entretanto, a elevada pressão necessária, a limitada
polaridade dos fluidos extratores e o custo elevado dos
equipamentos são aspectos considerados como desvantagem ao
uso da técnica.
Condições supercríticas
Gráfico de mudança de fases do CO₂.
Formas farmacêuticas extrativas em
�toterapia
Conforme representado no esquema Formas farmacêuticas em
Fitoterapia, essas formas podem ser divididas em formas farmacêuticas
convencionais (ex.: comprimido, xarope e pomada) e formas
farmacêuticas extrativas (ex.: extrato seco, tintura, extrato fluido, extrato
mole, infuso etc.). As formas farmacêuticas extrativas são aquelas
obtidas após a aplicação de método extrativo, como os vistos
previamente: maceração, percolação etc.
Apesar da divisão, as formas farmacêuticas convencionais em
Fitoterapia são feitas a partir das extrativas, visto que necessariamente
deve-se fazer a extração de ativos vegetais para que eles sejam
transformados ou incorporados em uma forma farmacêutica. Veremos a
seguir alguns exemplos de fitoterápicos comercializados na forma
farmacêutica final extrativa e na forma farmacêutica final convencional.
Faremos a organização de acordo com a classificação de forma
farmacêutica líquida, sólida e semissólida.
Formas farmacêuticas em Fitoterapia
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Esquema representativo sobre as formas farmacêuticas em Fitoterapia.
Medicamentos �toterápicos de forma
farmacêutica líquida
Para os medicamentos fitoterápicos líquidos, temos produtos
disponíveis no mercado tanto na forma farmacêutica final extrativa
como convencional. Veja os exemplos a seguir:
Figatil®
Observe que para o
medicamento
fitoterápico Figatil®, a
forma farmacêutica
líquida final é extrativa,
trata-se de uma mistura
de extratos fluidos de
alcachofra e boldo.
Libera�ux®
Já para o medicamento
Liberaflux®, a forma
farmacêutica líquida
final é convencional
(xarope), porém ela é
feita com o extrato seco
da planta medicinal
Hedera helix, sendo o
extrato seco uma forma
farmacêutica extrativa
sólida que ao ser
incorporada ao xarope
transforma-se em forma
farmacêutica líquida.
Figatil®
Forma Farmacêutica e
apresentação
Via Oral - Composição
Solução oral concentrada Cada colher de chá (5mL)
contém:
Ext. fl. de
alcachofra..............0,8335mL[
a]
Ext. fl. de
D

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Forma Farmacêutica e
Via Oral - Composição
Extratos �uidos
É a preparação líquida obtida por extração com líquido apropriado em que,
geralmente, uma parte do extrato, em massa ou volume, corresponde a uma
parte, em massa, da droga vegetal seca utilizada na sua preparação. Podem
ainda ser adicionados conservantes. Devem apresentar especificações
quanto ao teor de marcadores e resíduo seco. No caso de extratos
classificados como padronizados, a proporção entre a droga vegetal e o
extrato pode ser modificada em função dos ajustes necessários para
obtenção do teor de constituintes ativos especificado (ANVISA, 2021).
Libera�ux®
Forma Farmacêutica e
apresentação
Via Oral - Composição
Xarope
Cada colher de chá (5mL)
contém:
Extrato seco de Hedera Helix a
10%..............7,5 mg[a]
[a] equivalente a 0,75mg/mL de
hederacosídeo C
Forma farmacêutica e composição do Liberaflux®.
Medicamentos �toterápicos de forma
farmacêutica sólida
Apesar de termos todas as formas farmacêuticas sólidas citadas
descritas nos compêndios oficiais brasileiros de Fitoterapia, a grande
maioria dos fitoterápicos sólidos encontram-se na forma de
comprimidos e cápsulas, ou seja, apresentam-se na forma farmacêutica
final convencional, como as cápsulas do medicamento fitoterápico
Gastrosil®, feitas com extrato seco de espinheira-santa.
Entretanto, em relação aos fitoterápicos que se enquadram na
classificação de produto tradicional fitoterápico, podemos ter
medicamentos da mesma planta medicinal com forma farmacêutica
sólida convencional feita com droga vegetal. Lembrando também que as
drogas vegetais na forma de pó, ou seja, na forma farmacêutica sólida
também podem se configurar como um IFAV. Observe o que está
disponível na lista de produtos tradicionais fitoterápicos disponibilizada
pela ANVISA, em agosto de 2021, para a cúrcuma:
Gastrosil®
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Forma Farmacêutica e
apresentação
Via Oral - Composição
Cápsulas gelatinosas
Cada cápsula do produto
contém:
Extrato seco de Maytenus
ilicifolia..............380,0mg[a]
[a] Padronizado a 3,5% p/p de
Linha de
Produção
Medicamento Especificações
Farmaco
que cont
monogra
que deve
ser utiliz
para
padroniz
do contro
qualidad
Sólido
Cápsula com
droga vegetal
350mga
360mg de
rizoma em
uma cápsula.
Para a d
FE, FBri, 
FAm-c
Cápsula com
derivado de
Curcuma longa
RDE 13-25:1.
Equivalente à
dose diária de
90mg a 162mg
em uma
cápsula. O
derivado deve
ser obtido
utilizando
álcool etílico a
96%, seguindo
a RDE 13-25:1.
Para a d
FE, FBri, 
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Linha de
Produção
Medicamento Especificações
Farmaco
que cont
monogra
que deve
ser utiliz
para
padroniz
do contro
qualidad
Cápsula com
derivado de
Curcuma longa
75% a 85% de
curcuminoides.
670mg de
extrato seco do
rizoma em
uma cápsula.
O derivado
deve ser obtido
com a
remoção da
oleorresina do
extrato etílico
bruto
semissólido e
padronizado
para 75% a
85% de
curcuminoides.
Para a d
FE, FBri, 
FAm-C.
FB – Farmacopeia Brasileira 6ª edição;
FBri – Farmacopeia Britânica 2021;
FE – Farmacopeia Europeia 10.3;
FAm-C – Farmacopeia Americana 43ª edição
Quadro: Parte da lista de produtos tradicionais fitoterápicos passíveis de notificação.
Extraído de ANVISA, 2021.
Veja que podemos ter fitoterápicos de forma
farmacêutica sólida convencional (cápsulas), feitas
tanto de droga vegetal como de derivado vegetal
(extrato seco) de Curcuma longa.
Medicamentos �toterápicos de forma
farmacêutica semissólida
Apesar de termos diversas formas farmacêuticas semissólidas citadas
nos compêndios oficiais brasileiros de Fitoterapia, a grande maioria dos
fitoterápicos semissólidos citados correspondem à forma de pomada,
creme e gel, ou seja, apresentam-se na forma farmacêutica final
convencional.
Exemplo
Como exemplo de um medicamento fitoterápico totalmente brasileiro e
de forma farmacêutica semissólida, temos o Acheflan® , um creme
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contendo óleo essencial de Cordia verbenacea (erva baleeira).
Ache�an®
Forma Farmacêutica e
apresentação
Uso tópico - Composição
Creme
Cada g de creme de
Acheflan contém:
Cordia verbenacea DC.
(óleo essencial)
..............5mg[a]
[a] Equivalente a 0,130mg
de alfa-humuleno.
Métodos Extrativos
Neste vídeo, a especialista demostrará a técnica de maceração.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O IFAV (Insumo Farmacêutico Ativo Vegetal) é a matéria-prima ativa
vegetal que é utilizada no processo de fabricação do fitoterápico
que, quando administrado a um paciente, atua como ingrediente
ativo (princípio ativo). Sendo assim, conforme os conceitos
aprendidos até aqui, marque a alternativa que apresenta as duas
formas de apresentação possíveis de um IFAV:
A Droga vegetal e extrato.
B Droga vegetal e planta medicinal in natura.
C Derivado vegetal e planta medicinal in natura.
D Derivado vegetal e droga vegetal.
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Parabéns! A alternativa D está correta.
Independentemente do fitoterápico, seja ele medicamento
fitoterápico ou produto tradicional fitoterápico, seu IFAV (Insumo
Farmacêutico Ativo Vegetal) ou é uma droga vegetal, ou um
derivado vegetal.
Questão 2
Vimos neste conteúdo diversas técnicas extrativas e as vantagens e
desvantagens envolvidas nas metodologias. Dentre as técnicas
vistas, quais delas são usadas para a obtenção de óleos essenciais?
Parabéns! A alternativa B está correta.
A hidrodestilação pode ser por arraste a vapor e coobação, e em
ambas as formas o vapor de água passa pelo material vegetal e
arrasta os constituintes voláteis. A extração por prensagem, apesar
de ser mais aplicada para a obtenção de óleos fixos, também é um
método extrativo utilizado para a obtenção de óleos vegetais
voláteis de frutos cítricos.
E Extrato e planta medicinal in natura.
A
Extração assistida por ultrassom e extração
contínua a quente (por soxhlet).
B Hidrodestilação e prensagem.
C Infusão e maceração.
D Extração em contracorrente e decocção.
E Turboextração e percolação.
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3 - Plantas medicinais e o desenvolvimento de medicamentos
�toterápicos
Ao �nal deste módulo, você será capaz de relacionar a pesquisa com plantas medicinais e os
eventos relacionados ao desenvolvimento de medicamentos �toterápicos
Desenvolvimento de medicamento
�toterápico
São diversas as etapas e os processos envolvidos desde a pesquisa de
uma planta medicinal até sua transformação em um medicamento
fitoterápico. Para termos uma visão geral dessas etapas e processos,
podemos fazer uma esquematização geral e resumida de 12 etapas que
serão melhor desenvolvidas ao longo deste material. Observe:
Resumo de etapas envolvidas no desenvolvimento de um medicamento fitoterápico.
Tais etapas podem ser consideradas também para o
desenvolvimento de fitomedicamentos e produtos
tradicionais fitoterápicos, com diferença na
necessidade de comprovação de segurança e eficácia,
obrigatoriamente por meio de ensaios clínicos para os
fitomedicamentos, e redução de algumas etapas
relacionadas a derivado vegetal, para produtos
tradicionais fitoterápicos registrados ou notificados na
forma de droga vegetal.
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Pesquisa com plantas medicinais para o
desenvolvimento de medicamento �toterápico
O desenvolvimento de um medicamento fitoterápico sempre tem início
na pesquisa de uma planta medicinal, sendo ele fruto de algumas das
abordagens de pesquisa a seguir para a escolha do vegetal a ser
estudado/pesquisado:
Randômica
Baseada na coleta ao acaso de plantas para triagens fitoquímicas
e farmacológicas.
Etológica
Baseada nos estudos de comportamento animal com primatas.
Quimiotaxonômica
Baseada na seleção de espécies de uma família ou um gênero,
para os quais se tenha algum conhecimento fitoquímico de ao
menos uma espécie do grupo.
Etnodirigida
Baseada na seleção de espécies de acordo com a indicação de
grupos populacionais específicos, em determinados contextos de
uso, enfatizando a busca pelo conhecimento construído
localmente a respeito dos recursos naturais e a aplicação que
fazem deles nos sistemas de saúde e doença.
Etnofarmacológica
Vertente da abordagem etnodirigida de aplicação dos vegetais
nos sistemas de saúde e doença. Costuma ser a abordagem mais
aplicada, que combina informações adquiridas das comunidades
locais que fazem uso da flora medicinal com estudos químicos e
farmacológicos realizados em laboratórios. Ela aumenta a
probabilidade da descoberta de novas substâncias bioativas e de
economia de tempo e dinheiro durante o processo de pesquisa.
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Após escolha do vegetal a ser estudado, segue-se para a etapa de coleta
e identificação, quando se faz a identificação botânica, obtendo-se o
nome científico.
Esta etapa normalmente é executada comparando as características do
material vegetal coletado com as exsicatas depositadas em herbários
sistemáticos ou com monografias especiais. Informações como local da
coleta, porte do exemplar e coloração das flores devem ser anotadas
para a identificação do vegetal.
Exsicatas
São amostras de plantas secas, prensadas em estufa e fixadas em cartolina
especial contendo informações sistemáticas e de coleta da amostra e que
ficam armazenadas em herbário para fins de referência e pesquisa.
Saiba maisNormalmente, essa coleta é registrada em um museu ou herbário e os
estudos botânicos feitos nessa etapa estabelecem características que
evitam equívocos durante o controle de qualidade do material vegetal
nas etapas posteriores para a produção do fitoterápico. Na etapa de
identificação, ocorre o que chamamos de verificação de autenticidade do
material vegetal.
Após a identi�cação botânica, segue-se para o estudo
�toquímico e de atividade biológica
Estudos �toquímicos
Os estudos fitoquímicos tem por objetivo a identificação, o isolamento e
a elucidação estrutural dos constituintes mais importantes da planta,
principalmente metabólitos secundários responsáveis ou não pela ação
biológica. Vale lembrar que, para a realização desses estudos, é
necessário o uso de amostras para análise fitoquímica e, normalmente,
essas amostras são extratos ou frações obtidas pelos métodos
extrativos vistos previamente.
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A análise fitoquímica normalmente é feita com a junção de ensaios
clássicos ou “marcha analítica” e outros métodos de identificação e
elucidação estrutural, como:
Cromatografia em camada delgada (CCD)
Cromatografia gasosa (CG)
Ressonância magnética nuclear (RMN)
Cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE)
Espectrometria de massas (EM)
Espectroscopia de infravermelho (IV)
Espectrometria de Ultravioleta (UV) etc.
Essas técnicas podem ser ligadas umas às outras, em sequência, ditas
técnicas hifenadas, tais como CG-EM, CLAE-EM, CLAE-RMN, CLAE-UV
etc. Algumas delas também podem ser realizadas in loco, sem a
necessidade de preparo de amostra para análise fitoquímica.
Veja a seguir algumas reações utilizadas na marcha analítica da análise
fitoquímica:
Grupos de metabólitos
Reações
gerais
Reações
específicas
Alcaloides
Reação de
Mayer
Reação de
Dragendorff
Reação de
Wagner
Reação de
Bertrand
Reação de Otto
(indólicos)
Reação de
Vitali
(tropânicos)
Reação de
Wasicky
(tropânicos)
Antraquinonas
Reação de
Bornträger
Flavonoides
Reação de
Shinoda
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Grupos de metabólitos
Reações
gerais
Reações
específicas
Glicosídeos
cardiotônicos
Reação de
Liebermann-
Burchard
Reação de
Salkowsky
Reação de
Kedde
(cardenolídeos)
Reação de
Keller-Killiani
(desoxioses)
Metilxantinas
Reação de
murexida
Taninos
Reação com
FeCl₃
Reação com
vanilina
clorídrica
Precipitação
com gelatina
Precipitação
com acetato de
chumbo
Precipitação
com sais de
alcaloides
Triterpenos/esteroides
Reação de
Liebermann-
Burchard
Quadro: Ensaios clássicos ou “marcha analítica” de análise fitoquímica.
Elaborado por Jessica Silva.
Às vezes, para o isolamento e a elucidação estrutural dos constituintes
mais importantes da planta, é necessário o fracionamento. Este
procedimento visa à obtenção de frações enriquecidas em compostos
bioativos, ou à redução dos teores de compostos com potencial de
toxicidade. A sequência clássica passa por procedimento de partição
com solventes líquidos (partição líquido-líquido) de polaridades
diferentes (imiscíveis), como podemos observar a seguir:
Exemplo de fracionamento com solventes de polaridades diferentes.
O fracionamento permite a separação das substâncias devido às
diferenças de solubilidade e coeficientes de partição. Durante o processo
de fracionamento, observa-se que há uma etapa de evaporação ou
concentração do extrato obtido. Isso ocorre inclusive para o preparo de
extratos vegetais comerciais, visto que muitas vezes a concentração de
substâncias ativas arrastadas para a solução extrativa não é suficiente
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para a obtenção de um efeito biológico/farmacológico adequado, ou foi
obtida com solvente de elevada toxicidade. Nessas situações, o extrato
deve ser submetido a um processo de remoção total ou parcial do
solvente, de modo a aumentar a concentração de ativos no produto
dessa operação, ou tornar utilizável um extrato obtido através da
utilização de solventes de elevada toxicidade. Sendo assim, seguem as
principais técnicas utilizadas para concentração de soluções extrativas:
Consiste no aquecimento do extrato ou solução extrativa em
banho-maria, preferivelmente sob pressão reduzida, de modo a
facilitar a evaporação do solvente, reduzindo assim o volume do
extrato e mantendo a quantidade de ativos, ou seja, aumentando
a concentração deles no extrato ou no resíduo resultante desta
operação
Rota-evaporador utilizado para concentração de soluções extrativas.
É um processo que ocorre em temperatura abaixo do ponto de
congelamento da água, sendo a perda do solvente realizada por
sublimação em alto vácuo em equipamento denominado
liofilizador
Liofilizador de laboratório.
O processo permite a manutenção da integridade química dos
ativos, mas exige que a solução extrativa de origem tenha sido
obtida em meio aquoso. Além disso, o resíduo sólido final obtido
costuma ser extremamente higroscópico e de aspecto esponjoso,
tendo de ser cuidadosamente conservado.
Evaporação simples 
Liofilização 
Spray drying 
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Também conhecido por secagem por nebulização, secagem por
atomização, secagem por pulverização e secagem por aspersão.
É um método de produção de pó seco a partir de um líquido ou
suspensão por secagem rápida com um gás quente. O
atomizador transforma a amostra – que pode estar em solução,
emulsão ou suspensão – em pequenas gotículas que entram em
contato com o ar aquecido no interior da câmara de secagem
Spray dryer para laboratório
O ar aquecido remove água ou solvente da gotícula, resultando
em um pó fino que passa por um ciclone e é acondicionado em
um coletor. A aplicação desta técnica deve ser cuidadosamente
avaliada pelo fato de ser empregado ar quente para a secagem
de gotículas de extrato, o que expõe uma grande área superficial
total para a que a evaporação ocorra de forma rápida, deixando o
risco de provocar oxidação de substâncias facilmente oxidáveis
como polifenóis e vitaminas.
Estudos de atividade biológica
A avaliação biológica inclui a investigação farmacológica e toxicológica
das substâncias isoladas, de frações ou extratos totais obtidos da planta
medicinal. Podemos considerar alguns desses ensaios também como
ensaios pré-clínicos.
Avaliação biológica das substâncias vegetais.
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O objetivo dos testes de atividade biológica é comprovar o efeito que
motivou o estudo para a elaboração do medicamento fitoterápico.
Os testes toxicológicos podem ser de diversos níveis: molecular, celular,
tecido/órgão e modelo animal de doença.
Obtenção de droga vegetal
Como citado previamente, alguns produtos fitoterápicos são
comercializados já na forma de droga vegetal, mas, além disso, a droga
vegetal também é um IFAV para a manufatura de muitos medicamentos
fitoterápicos e, portanto, vislumbrando a produção em larga escala de
um fitoterápico, é necessário que haja estudos agronômicos tais como:
edafo-climáticos, de micropropagação, ecológicos, de cultivo e de
melhoramento genético da espécie vegetal para que se alcance a
obtenção do vegetal em grande quantidade, sem a necessidade de
extrativismo.
Para que se tenha uma droga vegetal de qualidade, deve-se avaliar
pontualmente as ações transformadoras da planta medicinal em droga
vegetal, sendo essas ações: o cultivo, a colheita, a seleção, a
desinfecção, a secagem(estabilização) e a divisão. O conjunto de todas
as etapas posteriores ao cultivo, ou seja, a colheita, a seleção, a
desinfecção, a secagem, a estabilização e a divisão, pode ser chamado
de beneficiamento.
Cultivo
No cultivo, temos os fatores que influenciam a biossíntese dos princípios
ativos vegetais que são fundamentais para a qualidade da droga
vegetal. Seriam alguns desses fatores as condições de multiplicação
(ex.: por semeadura direta, por mudas produzidas em sementeiras, por
multiplicação vegetativa etc.); as condições climáticas (temperatura,
umidade, luz/fotoperíodo, altitude e latitude); as condições do
solo/edáficas (teor de húmus, tamanho das partículas, porosidade e pH)
e o tipo de controle de pragas e doenças (práticas culturais tais como
rotação de culturas, uso de variedades tolerantes e/ou resistentes, uso de
sementes, mudas e estacas produzidas localmente, consorciação etc.).
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Deve-se sempre avaliar a área de cultivo, sempre levando
em consideração aspectos sustentáveis e as boas práticas
agrícolas.
Colheita
A época da colheita das plantas medicinais vai variar conforme presença
e concentração dos ativos na planta. Deve-se observar diversos aspectos
para a determinação do ponto de colheita.
O ponto de colheita varia de acordo com o órgão da planta, estágio de
desenvolvimento e época do ano e hora do dia.
A distribuição das substâncias ativas numa planta pode ser bem
irregular.
Alguns grupos de substância localizam-se preferencialmente em partes
específicas, como, por exemplo, os flavonóides que, de maneira geral,
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estão mais concentrados nas partes aéreas da planta. O estágio de
desenvolvimento é muito importante para que se determine o ponto da
colheita, principalmente em plantas perenes e anuais de ciclo longo, em
que a máxima concentração é atingida a partir de certa idade ou fase do
desenvolvimento.
Exemplo
O Jaborandi, por exemplo, apresenta baixo teor de pilocarpina (alcaloide)
quando jovem. A concentração de princípios ativos durante o dia pode
variar muito. Os alcaloides e óleos essenciais concentram-se mais pela
manhã, e os glicosídeos, à tarde. A colheita de plantas medicinais em
determinado momento tem o objetivo de assegurar o máximo teor de
princípio ativo. No entanto, na maioria das vezes, nada impede que as
plantas sejam colhidas antes ou depois do ponto para uso imediato. O
problema vai ser a redução do valor terapêutico e, em alguns casos, a
predominância de princípios tóxicos.
Veja a seguir o ponto de colheita ideal para a parte ou órgão da planta
medicinal a ser colhida:
Parte colhida Ponto de colheita
Casca e entrecasca
Quando uma estiver
florida
Flores No início da floração
Frutos e sementes Quando maduros
Raízes
Quando a planta estiver
adulta
Talos e folhas Antes do florescimento
Elaborado por RODRIGUES, 2004, p. 21 - 25.
Seleção (padronização)
Após a colheita, realiza-se uma seleção (padronização) do material
vegetal coletado para que este siga um padrão de qualidade.
Normalmente, a seleção é realizada manualmente, mas pode ser feita
com auxílio de aparelhos. Deve-se descartar exemplares com manchas,
doentes, deformados, rompidos, fora do padrão, sem características
organolépticas, perfurados por insetos, com poeira, com terra ou
qualquer outro corpo estranho.
Desinfecção
A desinfecção da planta medicinal é realizada na manufatura de
algumas drogas vegetais após a seleção. Sendo considerados métodos
de desinfecção: a submissão da planta ao calor (60°C), à pressão de CO₂
ou p-diclorobenzeno ou brometo de metila, ou à radiação
eletromagnética, sendo esta última não muito recomendável devido à
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possibilidade de ativar reações químicas entre as substâncias presentes
no material vegetal.
Estabilização
Para o preparo de algumas drogas vegetais também é necessária a
etapa de estabilização que visa destruir as enzimas responsáveis pela
modificação de conteúdo químico das células vegetais. Utiliza-se o calor
úmido (vapor de álcool superaquecido) e irradiação ultravioleta.
Secagem
A secagem de plantas medicinais visa diminuir volume e facilitar a
conservação dos princípios ativos da planta, considerando-se o teor de
umidade permitido para algumas partes vegetais e a porcentagem de
água necessária para ação de agentes deletérios.
Percebe-se que a umidade é um fator que pode interferir drasticamente
na qualidade de uma droga vegetal, sendo esse um dos fatores que mais
desqualifica o padrão de qualidade das drogas vegetais, normalmente,
devido ao armazenamento inadequado.
Veja o teor de umidade de drogas vegetais:
Teor de Umidade Permitido nas Drogas Vegetais (%)
Parte do vegetal Vegetal fresco Permitida
Casca 50-55 8-14
Erva 50-90 12-15
Folha 60-98 8-14
Flor 60-95 8-15
Fruto 15-95 8-15
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Teor de Umidade Permitido nas Drogas Vegetais (%)
Raiz 50-85 8-14
Rizoma 50-85 12-16
Semente 10-15 12-13
% de água necessária para ação de agentes deletérios
Bactérias 40-45
Fungos 15-20
Enzimas 20-25
Tabela: Teor de umidade de drogas vegetais.
Extraído de Simões et al., 2017, p. 93, adaptada por Jessica Silva.
Saiba mais
Na prática, os métodos de secagem se dividem em natural ou artificial. O
método artificial pode ser dividido em secagem com fluxo de ar frio ou
aquecido. Todos os métodos podem ser usados na secagem de plantas,
desde que haja um mecanismo de controle de temperatura que permita
mantê-las naquela temperatura recomendada para cada espécie.
Divisão
Algumas drogas vegetais podem ser comercializadas na forma rasurada,
triturada ou pulverizada. Para a redução dessas drogas vegetais,
costuma-se utilizar moinhos ou energia fluida, conforme quadro a seguir.
Tipos de Moinhos para Redução de Droga Vegetal
Tipo Ação
Granulometria
(mesh)
Uso
Facas Corte 20-80
Material
fibroso
Martelos Impacto 4-325
Todos os
materiais
Rolos Pressão 20-200
Materiais
moles
Atrito Atrito 20-200
Materiais
moles e
fibrosos
Energia
Fluida
Misto 1-30
Materiais
moles e
aderentes
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Quadro: Tipos de moinho para de redução de droga vegetal.
Elaborado por Jessica Silva.
Após redução da droga vegetal, realiza-se a tamisação para
padronização do tamanho de partícula. A tamisação pode ser sequencial
ou não. Observe as diferenças nas imagens a seguir:
Tamises em sequência.
Tamisação para padronização de granulação.
Quanto maior a abertura da malha, maior é a granulometria do pó retido,
e menor a tenuidade:
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Tamisação e tenuidade de pós.
Pesquisa e desenvolvimento de
�toterápicos
Neste vídeo, a especialista apresentará as etapas de pesquisa e
desenvolvimento de fitoterápicos.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Dentre as abordagens de pesquisa de plantas medicinais
apresentadas neste conteúdo, qual delas é a mais utilizada nas
etapas iniciais para o desenvolvimento de um medicamento
fitoterápico, por aumentar a probabilidade de descoberta de novas
substâncias bioativas e as chances de economiade tempo e
dinheiro durante o processo de pesquisa?
A Abordagem randômica.
B Abordagem etológica.
C Abordagem quimiotaxonômica.
D Abordagem etnodirigida.
E Abordagem etnofarmacológica.
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Parabéns! A alternativa E está correta.
Aprendemos neste módulo que a abordagem etnofarmacológica é
uma vertente da abordagem etnodirigida de aplicação dos vegetais
nos sistemas de saúde e doença, e que é ela, ainda nos dias de hoje,
a abordagem mais aplicada para o desenvolvimento de
medicamentos fitoterápicos.
Questão 2
Dentre as ações de transformação de uma planta medicinal em
droga vegetal, há duas que devem ser cautelosamente estudadas e
efetuadas por estarem diretamente ligadas à produção e ao
acúmulo de princípios ativos vegetais. Ou seja, se realizadas de
forma inadequada, vão comprometer diretamente a eficácia
farmacológica do produto fitoterápico final. Dessa maneira, assinale
a alternativa correspondente a essas duas ações de transformação
de planta medicinal.
Parabéns! A alternativa A está correta.
Aprendemos nesta unidade que, no cultivo, ocorre a biossíntese dos
princípios ativos vegetais enquanto a época da colheita vai variar
conforme a presença e concentração dos ativos na planta.
A Cultivo e colheita.
B Cultivo e seleção.
C Colheita e desinfecção.
D Cultivo e secagem.
E Colheita e divisão.
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4 - Controle da Qualidade de drogas e derivados vegetais
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os critérios para o controle da
qualidade de derivados vegetais.
Controle de qualidade de droga
vegetal
O controle de qualidade de drogas vegetais costuma estar relacionado a
testes analíticos para a comprovação de identidade, pureza, integridade
e quantificação de compostos químicos de interesse presentes neste tipo
de material. Esses ensaios normalmente são descritos em farmacopeias
e códigos equivalentes, porém, na ausência de métodos aplicáveis ao
material vegetal em pesquisa, os métodos analíticos propostos devem
ser validados. Ou seja, a validação de procedimentos analíticos reúne
uma série de ensaios laboratoriais capazes de confirmar a
adequabilidade do método à finalidade que se propõe. Há diversos
documentos que apresentam os passos a serem seguidos para a
realização da validação de métodos analíticos como o “Guia de
validação de métodos analíticos e bioanalíticos” disponibilizado pela
ANVISA e indicado como documento para preparação de estudos de
qualidade. Segue uma sequência de testes convencionalmente
realizados para controle de qualidade de drogas vegetais:
 Teste 1
Determinação de matérias estranhas.
 Teste 2
Determinação de água.
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 Teste 3
Determinação de cinzas totais.
 Teste 4
Determinação de cinzas insolúveis em ácido
clorídrico, a ser realizada quando citada a
necessidade dessa avaliação em documentação
técnico-científica.
 Teste 5
Determinação de metais pesados.
 Teste 6
Determinação de resíduos de agrotóxicos e afins.
 Teste 7
Determinação de radioatividade, quando aplicável.
 Teste 8
Determinação de contaminantes microbiológicos.
 Teste 9
Determinação de micotoxinas, a ser realizada
quando citados, em documentação técnico-
científica, a necessidade dessa avaliação ou relatos
da contaminação da espécie por micotoxinas.
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De�nição do derivado vegetal a ser
utilizado no preparo do medicamento
�toterápico
O tipo de derivado vegetal a ser utilizado vai definir a forma
farmacêutica final para o produto acabado e sua escolha vai depender
dos estudos de pré-formulação do medicamento fitoterápico. O derivado
vegetal utilizado na formulação final normalmente se apresenta na
forma de um extrato vegetal concentrado e padronizado, oriundo de
processos de obtenção de soluções extrativas.
Tipos de extratos vegetais e
expressão de concentração
Neste vídeo, a partir das definições descritas nas normas técnicas e
monografias oficiais de fitoterápicos, a especialista reflete sobre os
diferentes tipos de extratos vegetais e explica o que significam as
diferentes expressões de concentração para esses extratos contidas nos
rótulos e/ou bulas dos medicamentos fitoterápicos.
Controle de qualidade do derivado
vegetal

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Após definição do derivado vegetal a ser utilizado na formulação do
medicamento fitoterápico, deve-se propor testes para controle de
qualidade, visto que ele será o IFAV do medicamento fitoterápico.
Esses testes envolvem ensaios analíticos de avaliações físico-químicas:
aparência, cor, odor, solubilidade, densidade, pH e viscosidade; avaliação
química: como o perfil cromatográfico e dosagem de ativos ou marcador
e avaliação microbiológica da quantidade de microrganismos viáveis.
Marcador
Substância ou classe de substâncias (ex.: alcaloides, flavonoides, ácidos
graxos etc.) utilizada como referência no controle de qualidade da matéria-
prima vegetal e do fitoterápico, preferencialmente tendo correlação com o
efeito terapêutico. O marcador pode ser do tipo ativo, quando relacionado
com a atividade terapêutica do fitocomplexo, ou analítico, quando não
demonstrada, até o momento, sua relação com a atividade terapêutica do
fitocomplexo (RDC 26/14 ANVISA).
Desenvolvimento de
formulação/produto, teste de
produção e garantia da qualidade
Na etapa de desenvolvimento de formulação, são realizados
alguns estudos farmacotécnicos e/ou de tecnologia visando à
melhor forma farmacêutica que garanta a atividade
farmacológica do IFAV. Sendo assim, pode-se propor diversos
estudos para o uso da própria forma extrativa. Por exemplo, a
adição de adjuvantes à forma extrativa, secar o extrato para que
Desenvolvimento de formulação/produto 
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ele seja incorporado em uma cápsula ou em um comprimido, ou
ainda fazer um granulado do extrato seco para que este seja
incorporado em uma forma farmacêutica. Os ensaios mais
comuns de pré-formulação para sólidos, por exemplo,
compreendem: solubilidade, tamanho de partículas, ponto de
fusão, pesquisa de polimorfismo, compatibilidade com
excipientes, estabilidade, densidade e ângulo de repouso.
Os processos relacionados aos testes de produção de
medicamentos fitoterápicos são aos mesmos feitos para
qualquer outro tipo de fármaco. Seguem alguns dos testes
necessários:
Fabricação de lotes de bancada
Definição da embalagem primária
Fabricação de lotes pilotos semi-industriais
Elaboração de relatório de desenvolvimento de produto
Desenvolvimento de método analítico de produto acabado
Estudo de estabilidade acelerada
Estudo de estabilidade de longa duração
Estudos de foto-estabilidade
O acompanhamento do processo cinético de degradação dos
constituintes ativos de um medicamento fitoterápico não é uma
tarefa fácil devido à complexidade química dos IFAVs. No
entanto, essa avaliação pode se dar em diversos níveis para o
estabelecimento de prazo de validade do produto final, sendo eles
a análise da estabilidade física, química e microbiológica.
Consulte a lista de legislação básica para a produção de
fitoterápicos indicada na preparação deste material e saiba mais
sobre este conteúdo.
A garantia da qualidade é a totalidade das providências tomadas
com objetivo

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