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Fitoterapia_ sistemas nervoso, circulatório e tegumentar

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Fitoterapia: sistemas
nervoso, circulatório
e tegumentar
Prof. Magno Maciel Magalhães
Descrição
O uso de plantas medicinais e fitoterápicos para tratamento das
principais patologias dos sistemas nervoso e cardiovascular e das
doenças inflamatórias, reumáticas e dermatológicas.
Propósito
O conhecimento sobre o uso medicinal de plantas e fitoterápicos é de
fundamental importância para uma formação abrangente dos
profissionais de saúde, em especial os farmacêuticos e médicos.
06/05/2024, 22:00 Fitoterapia: sistemas nervoso, circulatório e tegumentar
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02416/index.html?brand=estacio# 1/65
Objetivos
Módulo 1
Plantas medicinais e �toterápicos com ação
no sistema nervoso
Reconhecer as plantas medicinais e os fitoterápicos que podem ser
utilizados no tratamento de patologias do sistema nervoso central.
Módulo 2
Plantas medicinais e �toterápicos úteis na
terapêutica de doenças do sistema
cardiovascular
Identificar as plantas medicinais e fitoterápicos úteis na terapêutica
de doenças do sistema cardiovascular.
Módulo 3
Plantas medicinais e �toterápicos usados no
tratamento de patologias in�amatórias e
reumáticas
Relacionar os fitoterápicos e as plantas medicinais que são úteis para
manejo clínico das doenças inflamatórias e reumáticas.
Módulo 4
Plantas medicinais e �toterápicos usados no
tratamento de patologias dermatológicas
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Reconhecer quais plantas medicinais e fitoterápicos podem ser
utilizados para o tratamento de doenças dermatológicas.
Sabe-se que, desde a Antiguidade, as plantas já eram utilizadas
medicinalmente. Relatos antigos e textos médicos trazem
informações sobre esse uso desde muitos séculos antes do “ano
zero”, inclusive trazendo informações sobre doses e modos de
preparo desses fitoterápicos.
Até os dias de hoje, mesmo com toda tecnologia e conhecimento
que possuímos sobre as diversas áreas que permeiam a área da
saúde, ainda se realizam muitos estudos científicos para tentar
desvendar os usos medicinais das plantas, seus mecanismos de
ação e efeitos adversos.
Neste conteúdo, serão apresentadas algumas das patologias mais
comuns dos sistemas nervoso, cardiovascular e tegumentar (pele),
além de doenças reumáticas e inflamatórias, assim como algumas
das plantas medicinais utilizadas no Brasil para seus respectivos
tratamentos. Ao fim de cada módulo, as espécies citadas serão
aprofundadas, de modo que falaremos um pouco sobre seus
componentes fitoquímicos, os mecanismos de ação já descobertos
e as atividades farmacológicas.
Orientação sobre unidade de medida
Em nosso material, unidades de medida e números são escritos
juntos (ex.: 25km) por questões de tecnologia e didáticas. No
entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o
número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e
demais materiais escritos por você devem seguir o padrão
internacional de separação dos números e das unidades.
Introdução
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1 - Plantas medicinais e �toterápicos com ação no sistema
nervoso
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer as plantas medicinais e os
�toterápicos que podem ser utilizados no tratamento de patologias do sistema nervoso
central.
Sistema nervoso central e suas
patologias
Na sociedade atual, queixas relacionadas a sintomas de depressão,
ansiedade e insônia são cada vez mais frequentes. São doenças pouco
compreendidas, que podem ser causadas por uma diversidade de fatores
e podem chegar a extremos em que o paciente se sente completamente
incapacitado de exercer suas funções diárias.
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As plantas medicinais parecem atuar por mecanismos de ação
semelhantes aos medicamentos sintéticos, e a utilização de fitoterápicos
mostra resultados positivos em casos de ansiedade, depressão e
insônia, com a vantagem de produzirem efeitos adversos menores. Vale
a pena salientar, no entanto, que existe a possibilidade de aparecimento
de efeito paradoxal (o mesmo que efeito contraditório) no consumo de
plantas como a valeriana e a passiflora, que podem desencadear
sintomas de ansiedade e insônia em vez de proporcionar tranquilidade e
sono.
Além disso, ao prescrevermos fitoterápicos, devemos levar em conta o
uso junto de outros medicamentos que possam apresentar interação
medicamentosa, e também perguntar sobre os hábitos diários do
paciente, por exemplo, se ele costuma ingerir café, mate, chá e
refrigerantes à base de cola, cafeína ou guaraná, já que em algumas
situações, simplesmente diminuir o consumo dessas substâncias ou
evitá-las no período noturno já seria capaz de reduzir as queixas de
insônia.
Depressão
Os sintomas da depressão mais citados são alterações repentinas de
humor, decaimento da libido com perda de interesse e prazer, e distúrbios
do sono. Também são comuns sintomas como diminuição da
concentração, geração de sentimento de culpa por não estar dando
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conta da rotina, sensação constante de cansaço e perda tanto de apetite
quanto de peso.
Os tratamentos que utilizam medicamentos sintéticos, como os
inibidores seletivos da recaptação de serotonina e os inibidores da
monoaminoxidase, agem na tentativa de aumentar a ação dos
neurotransmissores nas fendas sinápticas.
O �toterápico mais indicado para casos de depressão é a
�or de hipérico (Hypericum perforatum).
Nos casos em que o paciente se queixa de insônia juntamente à
depressão, pode-se associar também folhas de Passiflora spp.
(maracujá) ou a erva de Lippia alba (erva-cidreira). Nos casos opostos,
nos quais o paciente sente mais sono que o normal, lentidão de
raciocínio e anorexia, é comum associarmos rizomas de Zingiber
officinale (gengibre), ou sementes de guaraná.
Ansiedade e insônia
Para começar, precisamos saber: O que é ansiedade?
Resposta
Podemos definir ansiedade como uma sensação de expectativa e
apreensão, medo ou pressentimento que pode resultar em preocupações
persistentes e excessivas, diminuição da capacidade de concentração,
hiperatividade, dificuldade para dormir, palpitações, taquicardia,
sensação de impaciência e tensão muscular.
A desregulação dos receptores benzodiazepínicos parece ser a principal
causadora da ansiedade, sendo os medicamentos sintéticos desta
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classe os mais utilizados para tratamento, apesar de gerarem
dependência facilmente. No transtorno do pânico, que é uma crise de
ansiedade mais potente, também parecem estar envolvidos mecanismos
como hiperatividade adrenérgica, disfunção serotoninérgica,
hipersensibilidade dos receptores de CO2 no tronco cerebral e fatores
genéticos.
E a insônia, como é caracterizada?
Resposta
A insônia inclui tanto a dificuldade para adormecer quanto um despertar
precoce ou sono interrompido durante a noite. A qualidade do sono afeta
a disposição ao longo do dia. Temos que levar em conta que, embora
uma média de 8 horas de sono seja um hábito mais comum na
população, algumas pessoas necessitam de menos que isso para
acordarem plenas e, com o envelhecimento, é comum que se durma
menos.
O tratamento fitoterápico da ansiedade e o da insônia são semelhantes,
uma vez que tais patologias costumam se manifestar juntas nos
pacientes. São utilizados:
fitoterápicos à base de folhasde Passiflora spp. (maracujá);
ervas de Lippia alba (erva cidreira);
flores de Matricaria chamomilla (camomila);
raízes de Piper methysticum (kava-kava);
raízes de Angelica sinensis (angélica chinesa);
e raízes de Valeriana officinalis (valeriana).
Em casos de ansiedade e insônia que afetem também o trato
gastrointestinal, as mais recomendadas são a erva-cidreira e a
camomila.
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Plantas medicinais relevantes
Com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre as plantas medicinais
vistas neste módulo, serão apresentadas a seguir algumas de suas
características, os principais componentes fitoquímicos, para o que
servem e suas contraindicações ou possíveis efeitos adversos.
Na fitoterapia, utilizam-se as raízes de angélica. São compostas
por muitos ácidos orgânicos (ácidos ferúlico, protocatéquico,
cafeico, ftálico, vanílico, fólico, dentre outros), alguns ftalídeos
(ligustulídeo, butilidenoftalídeo, levistolídeo, dentre outros) e
polissacarídeos (fucose, galactose, glicose, arabinose, dentre
outros). Possui ainda óleo essencial composto principalmente
por betacadineno e carvacrol.
A angélica demonstra atividade na redução da pressão arterial e,
em estudos recente, na fibrilação atrial, porém sem mecanismo
de ação proposto. Também apresenta ação calmante e sonífera,
possivelmente ligada à redução da pressão arterial.
As raízes são utilizadas em cápsulas preparadas com o extrato
seco da planta ou na forma de decocto.
Atenção: Não deve ser utilizada por pacientes com
sangramentos ou diarreia, pois parece aumentar o fluxo
sanguíneo e as contrações intestinais.
Raízes de angélica.
As flores amarelas dessa planta são as partes utilizadas na
fitoterapia. Seus constituintes principais são naftodiantronas
Angelica sinensis (angélica chinesa) 
Hypericum perforatum (hipérico) 
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hipericina, pseudo-hipericina, iso-hipericina e proto-hipericina.
Também possui flavonoides, como o hiperosídeo, a hiperina, a
rutina e a quercetina, ácidos cafeico e nicotínico, xantonas,
taninos e óleo essencial.
Sua atividade antidepressiva é gerada principalmente pelas
naftodiantronas, que inibem a monoaminoxidase e reduzem a
receptação de serotonina, dopamina e norepinefrina na fenda
sináptica, tornando esses neurotransmissores disponíveis por
mais tempo, agindo de forma similar a medicamentos sintéticos
como a fluoxetina.
A forma mais comum de uso do hipérico é a infusão (chá) das
flores, mas também podem ser utilizados extratos secos
encapsulados, desde que padronizados na concentração de 0,4%
de hipericina.
Atenção: Deve-se tomar cuidado ao recomendar o hipérico a
pacientes que utilizem outros medicamentos sintéticos para o
tratamento de depressão, para evitar exacerbação de efeito,
gerando síndrome serotoninérgica, por exemplo.
Hipérico.
Suas folhas são utilizadas na fitoterapia, e seu principal
componente fitoquímico é o óleo essencial rico em geranial, neral,
cariofileno, citronelal, geraniol, limoneno, mirceno e carvona.
Possui também iridoides, como o geniposídeo, e flavonoides.
Seu óleo essencial tem ação analgésica, anti-inflamatória,
anticonvulsivante, ansiolítica e promove o relaxamento muscular.
Também tem atividade mucolítica e atua no alívio de cólicas
menstruais e intestinais, em variedades de erva-cidreira com
teores mais elevados de carvona, indicando que este fitofármaco
pode ser responsável por tais atividades.
É importante lembrar que o teor de fitocompostos de uma planta
pode mudar dentro da mesma espécie, de acordo com diversas
Lippia alba (erva-cidreira) 
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variáveis, como qualidade do solo, quantidade de água, tempo de
exposição ao sol etc.
Erva-cidreira.
A camomila é uma planta medicinal bastante utilizada na forma
de infusão de seus capítulos florais, especialmente para
tratamento de sintomas da ansiedade. Seu uso
etnofarmacológico ocorre desde os tempos antigos como “chá
calmante”.
Seus principais fitocomponentes são os flavonoides apigenina,
quercetina e derivados glicosídeos; cumarinas como
umbeliferona; taninos; ácidos graxos; o óleo essencial composto
de bisabolol e seus derivados bisabolóxidos A, B, C e
bisabolonoído A; lactonas como a matricina e a matricarina; e
alguns terpenoides.
A apigenina possui a capacidade de ligar-se aos receptores do
neurotransmissor GABAA, agindo de forma similar aos sintéticos
benzodiazepínicos. Com isso, gera-se o efeito ansiolítico da
camomila. Já sua capacidade anti-inflamatória decorre da
inibição de prostaglandinas e leucotrienos, também pela
apigenina, auxiliada pelo bisabolol do óleo essencial. Estudos
científicos também demonstraram que cremes contendo extrato
de camomila são úteis para tratamento tópico de feridas e de
hemorroidas, agindo como anti-inflamatório e cicatrizante.
Camomila.
Matricaria chamomilla (camomila) 
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As plantas do gênero Passiflora, em especial P. edulis e P.
incarnata, são utilizadas desde a antiguidade para tratar efeitos
de ansiedade e depressão. Ao contrário do que muitos acreditam,
a melhor forma de consumir medicinalmente o maracujá é
através do chá das folhas da árvore, e não na forma de suco da
fruta, uma vez que os componentes responsáveis pela sua
atividade farmacológica estão presentes em maiores
quantidades nas folhas. Também pode-se utilizar cápsulas
contendo pó ou extrato seco das folhas.
Os principais constituintes fitoquímicos da planta são os
flavonoides crisina, vitexina, isovitexina, derivados de apigenina e
saponarina; os alcaloides harman, harmano, harmina, harmanol e
harmalina; esteróis; lignanas; heterosídeos cianogênicos; taninos
(catecol, ácido gálico, leucoantocianidinas); e óleo essencial
composto de limoneno, cumeno e alfapineno. No caso específico
dos flavonoides e dos alcaloides harmânicos, eles estão mais
presentes nas folhas da planta do que em qualquer outra parte
dela.
Apesar de ainda não existir uma definição completa e definitiva
sobre o mecanismo de ação do maracujá no tratamento da
ansiedade, já existem estudos científicos demonstrando que o
flavonoide crisina é capaz de realizar atividade no receptor
GABAA, enquanto os alcaloides do harmano agem sobre a
monoaminoxidase, inibindo-a. Com isso, acredita-se que essas
duas classes de fitofármaco são as responsáveis pelo efeito
ansiolítico do maracujá.
Flores e folhas de maracujá.
A parte utilizada farmacologicamente da kava-kava é a sua raiz,
que normalmente é consumida na forma de cápsulas contendo o
extrato seco ou a planta seca rasurada. Os principais
fitoquímicos da kava-kava são: kavalactonas metisticina;
dihidrometisticina; kavaína; di-hidro-kavaína; iangonina; e 11-
metoxi-iangonina. Possui ainda os flavonoides flavokavinas A, B
e C, saponinas, mucilagem, alcaloides e glicosídeos.
As kavalactonas da kava-kava são capazes de interagirem com
os receptores gabaérgicos e benzodiazepínicos a nível central,
Passiflora spp. (maracujá) 
Piper methysticum (kava-kava) 
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estimulando-os e realizando assim sua atividade ansiolítica,
sedativa e anticonvulsivante. Elas também bloqueiam os canais
de cálcio dependentes de voltagem, reduzindo a excitabilidade
neuronal, com consequente redução da liberação de
neurotransmissoresexcitatórios. Os outros componentes
fitoquímicos da kava-kava parecem contribuir com o processo de
absorção das kavalactonas, gerando um efeito sinérgico que
culmina no aumento da biodisponibilidade dos princípios ativos.
Atenção: A kava-kava é contraindicada para pacientes com
problemas hepáticos e alcoólatras.
Raízes de kava-kava.
O uso medicinal da valeriana também é descrito desde a
antiguidade, sendo as raízes a parte utilizada da planta como
fitoterápico. As raízes podem ser consumidas na forma de
infusão, planta seca ou extrato seco (cápsulas). Sua composição
fitoquímica é muito rica, sendo os componentes principais os
iridoides valepotriatos (valtrato, isovaltrato, homovaltrato,
acevaltrato, valeclorina, di-hidrovaltratos), os sesquiterpenoides
(valeranona, vaterianol), ésteres terpênicos, ácidos
sesquiterpênicos, alcaloides (valerina e valerianina), flavonoides e
óleo essencial composto de monoterpenóis.
O efeito farmacológico da valeriana depende de uma ação
sinérgica de diversos de seus fitocompostos. Estudos indicam
que as ações de sedação e relaxante muscular seriam
provocadas, principalmente, pelos valepotriatos, que também
apresentam atividade vasodilatadora e antiarrítmica. Já o ácido
valerênico parece inibir a degradação de GABA, e agir como
agonista parcial do receptor de serotonina, gerando efeito
ansiolítico similar ao de benzodiazepínicos.
Em casos de ansiedade e transtorno bipolar, a associação de V.
officinalis e H. perforatum (hipérico) parece ser mais eficiente do
que o medicamento sintético diazepam, um benzodiazepínico
comumente utilizado nesses casos.
Valeriana officinalis (valeriana) 
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Raízes de valeriana.
A parte do gengibre a ser utilizada na fitoterapia é seu rizoma (ou
caule subterrâneo), podendo ser consumido na forma de
alimento, decocto ou em xaropes. Seu principal constituinte é o
óleo essencial, composto por bisaboleno, zingibereno, canfeno,
citral, mirceno, limoneno, entre outros. Também possui
compostos fenólicos como gingeróis e shogaóis, amido,
proteínas, triglicerídeos, lecitina, vitaminas e sais minerais.
Sua ação principal é anti-inflamatória, realizada pelos gingeróis,
que possuem a capacidade de inibir as prostaglandinas e os
leucotrienos. Contudo também atua como antiemético, inotrópico
positivo, colagogo e promotor das secreções gástricas, sem os
mecanismos ainda identificados.
Atenção: Deve ser utilizado com cautela em pacientes
hipertensos, devido à chance de elevar a pressão sanguínea e os
batimentos cardíacos.
Rizoma de gengibre.
Fitoterápicos que atuam no sistema
Zingiber officinale (gengibre) 

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nervoso
Assista ao vídeo sobre a fitoterapia aplicada às patologias do sistema
nervoso. Confira!
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Assinale a alternativa que apresenta a planta medicinal mais
utilizada no tratamento da depressão:
Parabéns! A alternativa A está correta.
Apesar de também utilizarmos Passiflora spp. e Lippia alba no
tratamento da depressão, estas plantas tratam apenas sintomas
específicos, que podem ou não estar presentes. A planta medicinal
que se utiliza na depressão é o hipérico – Hypericum perforatum.
Questão 2
A Hypericum perforatum
B Passiflora spp.
C Matricaria chamomilla
D Valeriana officinalis
E Lippia alba
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Qual parte da Passiflora spp. possui maior concentração de seus
princípios ativos no combate à ansiedade?
Parabéns! A alternativa C está correta.
Apesar de seus componentes farmacológicos estarem presentes em
todas as partes da planta, eles se encontram em maior
concentração nas folhas. Por isso, é recomendada utilização de chá
das folhas de maracujá, e não o suco do fruto, por exemplo.
2 - Plantas medicinais e �toterápicos úteis na terapêutica de
doenças do sistema cardiovascular
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as plantas medicinais e os �toterápicos
úteis na terapêutica de doenças do sistema cardiovascular.
A Flores
B Frutos
C Folhas
D Caule
E Raiz
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Sistema cardiovascular e suas
patologias
O sistema cardiovascular engloba diversos órgãos do corpo humano,
mas é principalmente constituído pelo coração, cuja função básica é
bombear o sangue por meio dos vasos sanguíneos, que atuam como
uma complexa rede de encanamento:
Levando sangue
Com nutrientes e
oxigênio para o restante
do corpo (pelas
artérias).
Trazendo o sangue
“Sujo” de volta (pelas
veias) para que seja
purificado (nos rins, em
geral), renutrido e
novamente distribuído.
Diversas doenças estão relacionadas ao sistema cardiovascular, e as
principais delas, cujo tratamento pode ser realizado fitoterapicamente,
estão relacionadas a seguir.
Hipertensão arterial sistêmica (HAS)
A pressão arterial (PA) é um parâmetro cardiovascular influenciado pelo
volume sanguíneo, pelo débito cardíaco e pela resistência vascular
periférica, e cuja função é manter a perfusão de sangue (e de oxigênio,
consequentemente) do organismo.
Quando são atingidos valores muito baixos de pressão, como no caso
da hipotensão ortostática, a perfusão correta não é garantida e, por isso,
o corpo em conjunto com os sistemas simpático e renina-angiotensina-
aldosterona e o hormônio antidiurético desencadeia reações como
sensação de sede e apetite por sal, visando impedir a queda da PA.

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A hipertensão arterial, quando ocorre de forma aguda, frequentemente
não se apresenta com sintomatologia, mas algumas pessoas podem
experimentar dores de cabeça e pontadas na nuca. Contudo, quando
ocorre de maneira crônica, a elevação da PA produz sobrecarga
circulatória, podendo levar a alterações degenerativas vasculares e do
miocárdio.
Atenção!
O indivíduo hipertenso tem maior risco de apresentar acidente vascular
cerebral (AVC), insuficiência renal, lesões na retina, insuficiência cardíaca
e cardiopatia isquêmica. Atualmente, define-se hipertensão arterial pela
medida da PA com valores iguais ou maiores que 140 × 90mmHg
obtidos em duas verificações em diferentes dias ou diversas vezes no
mesmo dia, por meio do exame chamado Monitoramento Ambulatorial
da Pressão Arterial (MAPA).
A hipertensão arterial pode ser classifica em primária ou secundária.
Veja a seguir um pouco mais sobre elas.
Hipertensão arterial
primária
Esta responde por cerca
de 95% dos casos de
HAS, que são aquelas
em que não é possível
determinar um motivo
específico para
elevação frequente da
pressão. Existem alguns
fatores que contribuem
para essa elevação:
predisposição genética
(casos na família),
consumo excessivo de
cloreto de sódio, baixa
Hipertensão arterial
secundária
Esta corresponde aos
outros 5%, a HAS pode
decorrer de nefropatias,
hiperaldosteronismo
primário, síndrome de
Cushing,
feocromocitoma,
consumo de
estrogênios, gravidez,
entre outras causas
ainda menos
frequentes.

06/05/2024, 22:00 Fitoterapia: sistemas nervoso, circulatório e tegumentar
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02416/index.html?brand=estacio# 18/65ingestão de potássio e
abuso de bebida
alcoólica.
Algumas plantas medicinais podem ser utilizadas para o tratamento da
hipertensão arterial de maneira isolada nas hipertensões leves ou em
conjunto com anti-hipertensivos sintéticos em casos moderados e
graves. Em geral, possuem atividades farmacológicas similares aos
fármacos sintéticos, como diuréticos, sedativos e inibidores da enzima
conversora de angiotensina (IECAs), porém causam menos efeitos
colaterais. As seguintes plantas são indicadas para o tratamento da
hipertensão arterial:
Alpinia speciosa (colônia);
Angelica sinensis (angélica chinesa);
Cecropia pachystachya (embaúba);
Equisetum arvense (cavalinha);
Valeriana officinalis (valeriana).
Palpitações e arritmias
Palpitações e arritmias podem ocorrer sem gravidade e sem outras
patologias associadas, especialmente em situações de ingestão
exagerada de álcool ou de bebidas ricas em cafeína, tabagismo e
estresse. Contudo, caso ocorram taquicardia ou bradicardia intensas
acompanhadas de vertigem e dispneia, é necessária a investigação
cardiológica imediata.
As situações leves respondem bem ao tratamento com plantas
medicinais, em especial à Crataegus oxyacantha (crataego), que possui
ação antiarrítmica e ansiolítica. Também podem ser utilizadas outras
plantas com atividade ansiolítica, com a expectativa de reduzir esses
sintomas cardiovasculares e o desconforto no paciente.
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Varizes e hemorroidas
Varizes são dilatações anormais dos vasos sanguíneos, muito comuns
nas pernas. O surgimento delas está relacionado à genética do paciente,
ao uso de anticoncepcionais orais e à menstruação. Pessoas que
passam longos períodos de tempo em pé ou sentadas sem se
movimentar têm maior tendência de desenvolvê-las. Os sintomas
gerados pelas varizes são cansaço nas pernas, edema e dores.
Veias normais e veias varicozas.
Uma forma de auxiliar o tratamento das varizes é praticar exercício
físico, com a finalidade de promover impulso muscular sobre as veias.
As meias de compressão também são ótimas aliadas no tratamento.
Apesar de não serem capazes de curar as varizes, medicações de uso
oral auxiliam na diminuição da sensação de desconforto e do edema,
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reduzindo a dor nas pernas. As plantas medicinais utilizadas atuam
sobre os vasos sanguíneos e realizam atividade anti-inflamatória,
venotônica, antiexsudativa e antiedematosa.
As hemorroidas correspondem a uma inflamação das veias localizadas
ao redor do canal anal, gerando uma dilatação. Podem ser classificadas
quanto à gravidade, podendo ter indicação cirúrgica em casos mais
graves. Nos casos leves, que podem ser tratados clinicamente, podemos
utilizar as mesmas plantas medicinais aplicadas em casos de varizes,
na forma de cremes, pomadas ou supositórios. Também é importante
alterar a alimentação, de forma a inserir mais fibras para evitar
constipação intestinal. As principais plantas utilizadas nesses casos
são:
Aesculus hippocastanum (castanha-da-índia);
Aloe sp. (babosa);
Centella asiatica (centela).
Hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia
A elevação dos níveis de colesterol e/ou dos triglicerídeos é fator de risco
para desenvolvimento de doenças cardiovasculares por influenciar na
formação de placas ateromatosas.
Placas ateromatosas
Placas de gordura que entopem os vasos sanguíneos.
Diferentes estágios de entupimento causados pela formação de placas ateromatosas.
As seguintes plantas são indicadas para o tratamento:
Allium sativum (alho);
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Crataegus oxyacantha (crataego);
Curcuma longa (cúrcuma ou açafrão).
Plantas medicinais importantes
Com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre as plantas medicinais
vistas neste módulo, serão apresentadas a seguir algumas de suas
características, os principais componentes fitoquímicos, para o que
servem e suas contraindicações ou possíveis efeitos adversos.
As sementes de castanha-da-índia são utilizadas há muitos
séculos como fitoterápicos, especialmente no tratamento de
doenças vasculares. Elas contêm um teor elevado de saponinas,
especialmente as aescinas alfa e beta, afrodescina, argirescina e
criptoescina. Possuem também alguns flavonoides,
triterpenoides, fitosteróis, epicatequinas, antocianidinas e
glicosídeos cumarínicos.
Suas aescinas são as responsáveis pelos efeitos venotônicos
(aumento do tônus venoso), antiexsudativa (redução ou inibição
da formação de exsudato) e antiedematoso (inibição ou redução
da formação de edema). Os mecanismos de ação pelos quais
executam estas funções envolvem o aumento da sensibilidade
dos canais de cálcio ao íon Ca2+.
As castanhas podem ser utilizadas na forma de cápsulas
contendo o extrato seco ou como decocto. Seus possíveis efeitos
adversos incluem o risco aumentado de sangramentos,
especialmente se utilizada em conjunto com anticoagulantes, e
pode causar náuseas, vômito e gastrite.
Castanha-da-índia.
Aesculus hippocastanum (castanha-da-índia) 
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Muito utilizada na culinária, a parte do alho que serve também
como fitoterápico são os bulbilhos (ou “dentes de alho”, como
conhecidos popularmente). A utilização pode ocorrer como suco,
na mastigação do alho cru ou em cápsulas com o pó seco do
bulbilho.
Seu principal componente é a aliina, que é convertida em alicina
pela enzima alinase. Também contém saponinas, ácidos
fosfórico e sulfúrico, proteínas e sais minerais. No bulbo fresco,
tende-se a encontrar maior teor de alicina, enquanto no pó seco
encontramos mais aliina, pois a enzima foi desativada no
preparo do pó.
O alho possui diversas atividades farmacológicas, como
antitrombótico, antiagregante plaquetário, anti-hipertensivo,
hipoglicemiante, antimicrobiano e antifúngico. O chá de alho é
considerado extremamente seguro, não apresentando efeitos
tóxicos nem colaterais. Contudo, seu uso deve ser realizado com
cautela em pacientes que já utilizem outros antiagregantes como
o clopidogrel ou anticoagulantes como a warfarina.
Cabeças e dente (bulbilho) de alho.
As partes da babosa utilizadas para a fitoterapia são a
mucilagem (gel) das folhas e a resina extraída da parte externa
destas. São compostas de polissacarídeos (pectinas,
hemiceluloses, glucomanana, acemanana e derivados de
manose), aminoácidos, lipídeos, fitosteróis como o lupeol e o
campesterol, taninos, vitaminas e sais minerais. Na resina, em
especial, encontramos antraquinona específica da babosa,
chamada de aloé-emodina, antronas e seus glicosídeos.
Os polissacarídeos da mucilagem da babosa são extremamente
úteis em processos de cicatrização, pois estimulam a atividade
Allium sativum (alho) 
Aloe sp. (babosa) 
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de macrófagos e de fibroblastos. Preparos para uso interno do
gel se mostraram úteis até mesmo na recuperação de úlceras
estomacais. Também existem estudos científicos que
demonstraram a atividade anti-inflamatória da babosa, com
sucesso especial em casos de artrite reumatoide. Já a resina, rica
em antraquinona, tem ação laxativa, sendo útil em casos de
constipação.
O uso interno da planta, quando feito em excesso, pode causar
desmaio, tonteira, fraqueza, diarreia forte e precipitar o
aparecimento de hemorroidas.
Babosa.
Suas folhas, flores e raízes são utilizadasna fitoterapia. Seu
principal constituinte é o óleo essencial, composto de mono e
sesquiterpenos (cineol e terpineol), flavonoides e substâncias
fenólicas.
Nas flores, destacam-se o 1,8-cineol, a cânfora, o metil cinamato
e o borneol. Já as folhas contêm monoterpenos e sesquiterpenos
(4-terpinenol, 1,8-cineol e γ-terpineno).
Os óleos essenciais de colônia possuem atividade hipotensora,
diurética e sedativa. O terpineol é tido como principal responsável
pelas ações farmacológicas, pois possui a capacidade de
bloquear o influxo de cálcio nas células, relaxando o músculo liso
vascular e consequentemente gerando o efeito hipotensor.
A planta colônia é utilizada em cápsulas contendo o pó ou as
folhas e os frutos triturados, e não apresenta toxicidade ou
efeitos adversos conhecidos até o momento.
Flor e folhas de colônia.
Alpinia speciosa (colônia) 
Cecropia pachystachya (embaúba) 
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Suas folhas eram utilizadas como fitoterápicos pelos povos
indígenas da América do Sul desde antes das Grandes
Navegações. São compostas de saponinas (sendo a principal a
ambaína), alcaloides, ácidos orgânicos, flavonas, flavonoides,
ácidos fenólicos, glicosídeos cardiotônicos, sesquiterpenoides e
óleo essencial composto por limoneno, calameno e alfacopaeno.
Sabe-se que sua atividade hipotensora é realizada pelo bloqueio
dos canais de cálcio do tipo L na musculatura lisa, mas ainda
não foram identificadas quais moléculas são as responsáveis por
esse efeito. Acredita-se que a ambaína possa desempenhar um
papel importante nessa ação farmacológica. Além dessa
atividade, a embaúba também apresenta ação anti-inflamatória,
broncodilatadora e antidiabética, sendo esta última realizada
pelo ácido clorogênico, que reduz a produção hepática de glicose
ao inibir a enzima glicose-6-fosfato translocase.
Pode ser utilizada na forma de decocto, cápsulas contendo a
planta seca ou xarope para tosse asmática. Não se conhece
nenhum registro de toxicidade da embaúba até o momento.
Embaúba.
A planta inteira pode ser utilizada como fitoterápico, sendo os
triterpenoides seus principais constituintes, em especial o
asiaticosídeo e o madecassídeo. Possui ainda agliconas (ácido
asiático e ácido madecassíco), flavonoides (quercetina,
kaempferol e outros), ácidos graxos, vitaminas, carotenoides e
óleo essencial rico em terpenos.
Sabe-se que o asiaticosídeo e seus derivados têm atividade
cicatrizante por estimular a síntese de colágeno e a angiogênese,
tornando o extrato de centelha útil no tratamento de feridas e
condições vasculares como as varizes, quando utilizado de
forma tópica. No uso interno, a centela demonstra atividades
cardioprotetora, ansiolítica e redutora de edemas, mas sem
mecanismos de ação bem esclarecidos até o momento.
Centella asiatica (centela) 
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Pode gerar dor de cabeça, vertigem, hipotensão e sedação leve.
Centela.
Tanto as folhas, as flores quanto seus frutos são utilizados como
fitoterápicos. São ricos em catequina, epicatequina e procianidina
B2, flavonoides derivados do quercetol e do apigenol, compostos
fenólicos, fitosteróis, triterpenoides e taninos.
O crataego possui diversas atividades farmacológicas
cardiovasculares. Realiza ação cronotrópica (acelera os
batimentos cardíacos), porém de maneira distinta dos fármacos
betabloqueadores tradicionais. Possui atividade ionotrópica
positiva mediada por aumento da concentração intracelular de
íons de cálcio e pela inibição da fosfodiasterase, levando ao
aumento da concentração intracelular de AMP cíclico. Suas
procianidinas geram aumento na liberação de óxido nítrico,
causando vasodilatação e bloqueio da enzima conversora de
angiotensina, o que reduz a pressão arterial. Alguns estudos já
demonstraram que a crataego é útil na proteção de vasos e do
coração, mas sem mecanismos de ação completamente
descritos.
Pode ser utilizada como cápsulas contendo a planta seca ou seu
pó ou extrato seco. Pode potencializar o efeito de algumas
classes de fármacos sintéticos, como benzodiazepínicos,
hipertensivos e antiarrítmicos.
Crataego.
Crataegus oxyacantha (crataego) 
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Muito utilizadas na culinária, as raízes da cúrcuma são úteis
também na fitoterapia. Possui polifenóis chamados de
curcuminoides, sendo a curcumina o principal. Seu óleo essencial
é rico em álcoois sesquiterpênicos e cetonas como a bisabolona,
a germacrona e o curcumeno, monoterpenoides, diterpenoides e
esteroides.
O açafrão da terra possui diversas atividades farmacológicas
documentadas, dentre elas anti-inflamatória, gastroprotetora,
hepatoprotetora e carminativa (antiflatulência). Atribui-se à
curcumina todas estas atividades, pois esta apresenta afinidade
por aminoácidos presentes em proteínas que agem como
receptoras e, ao interagir com essas moléculas, a curcumina as
torna mais disponíveis para ligação aos seus mediadores
bioquímicos correspondentes.
Estudos indicam que a curcumina tem atividade na redução do
colesterol e de triglicerídeos, agindo como cardioprotetora e
antitrombótica, uma vez que reduz a formação de ateromas.
Também se mostrou eficaz na cicatrização de úlcera péptica e
outras feridas.
Devido a ampla ação observada, doenças inflamatórias crônicas,
como a osteoartrite, vem sendo cada vez mais tratadas com o
açafrão da terra, com resultados muito positivos. A curcumina
atua em diversos alvos na inflamação. Ela interage com
interleucinas, fatores de crescimento, TNF-α, COX, enzima óxido
nítrico sintase, entre outros. Em todos os alvos, a ação da
curcumina acarreta a redução do processo inflamatório. Além
dessa ação, a cúrcuma também demonstra ser analgésica para
as dores fortes da osteoartrite, porém sem mecanismo de ação
descrito até o momento.
A cúrcuma pode ser consumida diariamente nos alimentos, na
forma de tempero. Porém, para ação terapêutica, é interessante
seu uso como cápsulas contendo o pó ou decocto do rizoma.
Deve ser prescrita com cuidado para pacientes com
predisposição ao cálculo biliar, pois a ingestão deste fitoterápico
pode desencadear obstrução das vias biliares.
Curcuma longa (cúrcuma ou açafrão da terra) 
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Rizomas de cúrcuma e pó produzido a partir deles.
Ao contrário da maioria das plantas, a cavalinha é rica em
compostos inorgânicos, como o ácido silícico e diversos silicatos
distintos solúveis em água, sais de potássio e de cálcio, fosfatos
e outros elementos inorgânicos. Outros componentes
fitoquímicos que podemos citar são alcaloides como a nicotina e
a espermidina, saponina equisetonina, glicosídeos como os
equisetumosídeos, flavonoides (quercetina, isoquercitrina,
luteolina, apigenina), fitosteróis como campestrol e taraxerol,
ácidos ursólico, oleanólico e betulínico, taninos e vitaminas C, E,
K, e complexo B. Possui ainda óleo essencial rico em cisgeranil
acetona, timol, transfitol e hexa-hidrofarnesil acetona.
A cavalinha apresenta atividades hepatoprotetora, antioxidante,
analgésica, anti-inflamatória e diurética, sendo útil em casos de
doenças renais e hipertensão arterial, além de agir como
antimicrobiana contra diversos microrganismos.
As formas de consumo utilizadas são infusão das partes aéreas,
pó para diluição em água, cápsula e supositório (indicado no
tratamento de hemorroidas, devido à ação anti-inflamatória). É
contraindicada na gravidez devido aos seus alcaloides que são
capazesde acelerar o parto.
Cavalinha.
Equisetum arvense (cavalinha) 
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Fitoterápicos que atuam no sistema
cardiovascular
Veja agora alguns casos que abordam a fitoterapia aplicada às
patologias do sistema cardiovascular. Vamos lá!

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Assinale a alternativa que apresenta uma planta medicinal utilizada
no tratamento de varizes e hemorroidas:
Parabéns! A alternativa B está correta.
A castanha-da-índia é utilizada em patologias como varizes e
hemorroidas, não sendo prescrita para casos de hipertensão arterial.
A Alpinia speciosa (colônia).
B Aesculus hippocastanum (castanha-da-índia).
C Cecropia pachystachya (embaúba).
D Equisetum arvense (cavalinha).
E Valeriana officinalis (valeriana).
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Questão 2
A Centella asiatica (centela) é utilizada de maneira tópica no
tratamento das varizes. Qual fitofármaco presente nesta planta
exerce atividade nesta patologia?
Parabéns! A alternativa C está correta.
O asiaticosídeo e seus derivados estimulam a síntese de colágeno e
auxiliam na angiogênese. Com isso, são ativos utilizados no
tratamento das varizes.
A Ácido asiático
B Quercetina
C Asiaticosídeo
D Kaempferol
E Caratenoides
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3 - Plantas medicinais e �toterápicos usados no tratamento
de patologias in�amatórias e reumáticas
Ao �nal deste módulo, você será capaz de relacionar os �toterápicos e as plantas medicinais
que são úteis para manejo clínico das doenças in�amatórias e reumáticas.
In�amação e doenças reumáticas
Dores musculoesqueléticas e processos inflamatórios correspondem a
muitas patologias distintas, com diferentes processos fisiológicos, e
podem ocorrer em todo o corpo humano. Em outros módulos deste
conteúdo, são abordadas algumas doenças desencadeadas ou
culminando em inflamação, e que são tratáveis com plantas medicinais,
visando à cura ou à redução dos sintomas.
A inflamação é um mecanismo de defesa do corpo, seja contra um
patógeno ou contra uma lesão tecidual. Nesse processo, ocorre um
aumento do fluxo sanguíneo na região afetada, causando o rubor
(vermelhidão) no local, que também fica mais quente em relação ao
restante do corpo. Células do sistema imune também são recrutadas
para o local afetado e secretam mediadores inflamatórios que causam a
sensação de dor. Em alguns casos, o processo inflamatório pode ser
mais destrutivo para o corpo do que a própria lesão, como no
desenvolvimento da artrite reumatoide e da asma, por exemplo.
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As doenças reumáticas são aquelas que acometem o aparelho
locomotor, ou seja, ossos, articulações, músculos, tendões, cartilagens e
ligamentos. Em alguns casos, dependendo da doença instaurada, pode
também afetar órgãos internos, como rins, coração e pulmões. Já
existem mais de cem doenças reumáticas conhecidas e descritas na
literatura médica, sendo as mais comuns osteoartrite, fibromialgia,
osteoporose, tendinites, febre reumatoide e lombalgia.
Ao contrário do que se pensa, as doenças reumáticas não afetam
apenas os idosos, podendo afetar pacientes de todas as idades, e são
agravadas dependendo de condições genéticas, falta ou excesso de
exercício físico, estresse e acometimentos psiquiátricos como ansiedade
e depressão. Se caracterizam como patologias muito dolorosas, de
cunho inflamatório, geralmente com vermelhidão, inchaço e/ou calor no
local afetado, e requerem atenção o mais rápido possível, a fim de evitar
a piora do quadro geral.
A fitoterapia é capaz de reduzir dores agudas e
crônicas, assim como auxiliar na resolução de
processos inflamatórios, seja utilizando de forma
isolada ou em combinação com medicamentos
sintéticos.
Principais plantas utilizadas, de maneira geral, no tratamento de
patologias reumáticas: Ageratum conyzoides (mentrasto); Carapa
guianensis (andiroba); Copaifera langsdorffii (copaíba); Cordia
verbenacea (erva-baleeira); Curcuma longa (cúrcuma ou açafrão da
terra); Echinodorus grandiflorus (chapéu-de-couro); Harpagophytum
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procumbens (garra-do-diabo); Solidago chilensis (arnica-do-campo);
Urtica dioica (urtiga).
Dores agudas e crônicas
As contusões são lesões inflamatórias que normalmente decorrem de
um trauma, gerando dor local e dificuldade de movimentação da parte
do corpo afetada. Dependendo da lesão, pode ocorrer a formação de
hematoma no local.
Para redução do processo inflamatório local, além do
uso das plantas já descritas, pode-se aplicar gelo na
lesão, desde que esta lesão não apresente
sangramento externo.
Uma vez que a dor seja crônica, o tratamento fitoterápico depende
também de outros sintomas:
Caso de rigidez
Por exemplo, pode-se utilizar plantas como a canela e o gengibre, que
também possuem ação anti-inflamatória e auxiliam nesse sintoma.
Vermelhidão e calor acentuados no local da
dor
Neste caso, a cúrcuma pode ser associada, por possuir propriedade
refrescante.
Local da dor edemaciado (com acúmulo de
água)
Podemos lançar mão de plantas que contribuam na eliminação de água
(diuréticas) como a cavalinha e/ou o chapéu-de-couro.
Plantas como Cordia verbenacea (erva-baleeira) e Solidago chilensis
(arnica-do-campo) têm ação analgésica e anti-inflamatória em uso
tópico, sendo muito utilizadas em compressas, cremes e pomadas para
tratamento de dores agudas e crônicas.
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Osteoartrite
É uma inflamação articular que se inicia com um processo degenerativo
na cartilagem. Existem alguns fatores que influenciam o início dessa
patologia:
má postura corporal;
impacto excessivo nas articulações provocado por esportes ou
obesidade;
entre outros.
Osteoartrite.
As articulações acumulam líquidos, e sua movimentação gera dor, que
pode ser extrema e incapacitante. Em casos mais avançados de
osteoartrite, a progressão da doença pode levar ao comprometimento
dos ossos conectados pela articulação afetada. O tratamento envolve
substâncias naturais de origem animal, como os sulfatos de
glicosamina (1,5g/dia) e de condroitina (1,2g/dia), que contribuem ao
lentificar a progressão do processo patológico. O condicionamento físico
com alongamento e fortalecimento muscular contribui na manutenção
da qualidade de vida.
Saiba mais
Por fim, doenças articulares são frequentemente relacionadas com
depósitos de substâncias tóxicas e indesejáveis. Por isso, recomenda-se
dietas com determinadas restrições e uso de plantas medicinais
depurativas como o chapéu-de-couro e a urtiga.
Contratura muscular
A contratura muscular é uma ativação dos elementos contráteis das
fibras musculares, podendo ocorrer de maneira prolongada e gerar muita
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dor no processo. Podem ser tratadas topicamente com substâncias que
estimulem as fibras que conduzem o impulso nervoso rapidamente e quesão sensíveis à temperatura. Inicialmente pode ocorrer eritema, dor e
aumento da temperatura no local da aplicação, mas estes sintomas
passam rapidamente, gerando o alívio desejado, que pode durar até
mesmo por horas.
As principais plantas usadas no tratamento das contraturas musculares
são:
Plantas medicinais relevantes
Com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre as plantas medicinais
vistas neste módulo, serão apresentadas a seguir algumas de suas
características, os principais componentes fitoquímicos, para o que
servem e suas contraindicações ou possíveis efeitos adversos.
Ageratum conyzoides (mentrasto ou erva de
São João)
1
Cordia verbenacea (erva-
baleeira).
2
Piper methysticum (kava-kava).
3
Valeriana oficcinalis (valeriana).
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Mentrasto ou erva de São João.
O óleo essencial das folhas da erva de São João é rico em
monoterpenos e sesquiterpenos, especialmente linalool, limoneno e
eugenol. Contém também cumarina e seus derivados, flavonoides como
ageconiflavona e kaempferol, fitosteróis (estigmasterol, fridelina e
brassicasterol), alcaloides pirrolizidínicos, taninos, e compostos
fenólicos.
Ensaios já demonstraram a capacidade anti-
inflamatória do óleo essencial do mentrasto,
especialmente no tratamento de artrose, reduzindo
tanto a dor quanto a restrição de movimento causada
pela doença. Também já são conhecidas as ações
analgésica e antipirética da erva. Ainda não foram
identificadas, no entanto, as moléculas responsáveis
por esses efeitos, ou seus mecanismos de ação.
Pode ser utilizada na forma de infusão das folhas, em pó diluído em
água, ou em cápsulas contendo o pó ou a planta seca. Nas flores, estão
presentes alcaloides pirrolizidínicos em alta concentração, que podem
causar anemia normocrômica. Portanto, deve-se utilizar somente as
folhas da erva de São João como fitoterápico.
Carapa guianensis (andiroba)
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Sementes de andiroba.
A partir das sementes da andiroba, é produzido um óleo que pode ser
utilizado de forma medicinal. Esse óleo é rico em ácidos graxos,
principalmente os ácidos mirístico, palmítico, oleico e linoleico, e em
diversos tetranortriterpenos chamados de meliacinas e fitosteróis, como
o campesterol e o estigmasterol.
O óleo da andiroba é utilizado tradicionalmente por diversas culturas
indígenas das américas, principalmente como repelente de insetos e
antimalárico. Sabe-se que essas duas atividades são efetuadas pelas
meliacinas, mas os mecanismos de ação ainda não foram elucidados.
O óleo de andiroba também demonstrou atividade anti-
inflamatória e analgésica, sendo capaz de inibir a
formação de granulomas e a migração de neutrófilos.
Estudos também já demonstraram que uma mistura
das meliacinas presentes no óleo de andiroba foi capaz
de reduzir as dores e a inflamação na artrite,
demonstrando que este pode ser um aliado útil no
combate às dores reumáticas e musculares.
Ele deve ser utilizado de forma tópica, podendo ser associado à
massagem no local da inflamação ou dor. Não existem dados concretos
sobre sua toxicidade.
Copaifera langsdor�i (copaíba)
O óleo resinoso extraído do interior do caule da copaíba é utilizado como
fitoterápico, especialmente para tratamento de feridas, por populações
tradicionais e indígenas do cerrado brasileiro há vários séculos. Ele é
composto de sesquiterpenoides, diterpenoides, polissacarídeos e ácidos
copaiférrico, copaiferrólico e copálico.
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Copaíba.
Na tentativa de identificar quais fitomoléculas são as responsáveis pela
ação farmacológica anti-inflamatória do óleo de copaíba, chegou-se ao
consenso que os diterpenoides são os mais importantes para a
atividade, mas o óleo age de maneira sinérgica, sendo ele inteiro
necessário para o efeito completo desejado. De maneira tópica, o óleo da
copaíba é útil no tratamento de doenças da pele como psoríase por
exemplo, e também em casos de dores reumáticas e articulares.
Também apresenta atividade cicatrizante, tripanossomicida e
leishmanicida, porém não foram desenvolvidos estudos específicos.
Cordia verbenacea (erva-baleeira)
Erva-baleeira.
Suas folhas (parte da planta utilizada como medicinal) possui
flavonoides, sitosterol, terpenoides (cordialinas A e B), saponinas,
alcaloides, xantonas, fenóis, esteroides, taninos, quinonas, cumarina e
óleo essencial composto de betacariofileno, alfapineno, acetato de
citronelol, betaelemeno, transcariofileno, alfahumuleno e outras
moléculas.
O óleo essencial da erva-baleeira exerce atividade anti-inflamatória pela
inibição da migração de células inflamatórias e pela inibição da
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fosfolipase A2. O transcariofileno e o alfahumuleno, quando isolados,
também exercem atividade anti-inflamatória leve, realizada por meio da
inibição de alguns mediadores inflamatórios como a histamina, o TNF- α
e a prostaglandina E2.
Saiba mais
Existe um fitomedicamento de uso tópico, comercializado no Brasil sob o
nome de Acheflan, que é composto pelo óleo essencial da erva-baleeira.
Seu uso é indicado para o tratamento de dores causadas pelas doenças
reumáticas como artralgia, artrose e artrite, e para lesões de pele, por
aumentar a produção do fator de crescimento endotelial vascular e da
matriz metaloprotease-9.
Echinodorus grandi�orus (chapéu-de-couro)
Chapéu-de-couro.
As partes dessa planta utilizadas como fitoterápico são as folhas, cujo
sabor é amargo e refrescante. Seus principais componentes fitoquímicos
são ácidos fenólicos (ferúlico, cafeico e isoferúlico), ácidos graxos como
o linolênico e o dodecanoico, alcaloides echinofilinas, diterpenoides
como echinodol, fitol, echinodolídeos e solidagolactona, esteróis,
flavonoides como a vitexina e a isovitexina, terpenoides como o
transcariofileno, e óleo essencial composto de óxido de cariofileno,
dilapiol e 2-tridecanona.
Apesar de ainda não ser definido se existe uma molécula específica que
seja a responsável pelos efeitos do chapéu-de-couro, os pesquisadores
acreditam que se trate de um efeito sinérgico, especialmente entre os
alcaloides e os ácidos.
Sabe-se que a planta possui efeito hipotensivo,
diurético, redutor de edemas, vasodilatador, anti-
inflamatório e levemente analgésico. Adicionalmente,
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um estudo científico já demonstrou ação
nefroprotetora do extrato bruto da planta.
Pode ser utilizado como decocto ou infuso, por via oral. É contraindicada
para pacientes hipotensos, em casos de diarreia e para portadores de
insuficiência renal.
Harpagophytum procumbens (garra-do-diabo)
Garra-do-diabo.
O tubérculo da garra-do-diabo possui glicosídeos iridoides como o
harpagosídeo, o harpagídeo e a procumbina; glicosídeos fenólicos como
o verbascosídeo e o acetosídeo; flavonoides; fitosteróis; triterpenoides
pentacíclicos; ácidos orgânicos e harpagoquinona.
Seus efeitos anti-inflamatório e analgésico são
realizados pela inibição das enzimas COX-2 e óxido
nítrico sintase, do TNF-α e do fator NF-κB, sendo útil no
tratamento de doenças reumáticas como a osteoartrite
e disfunções dolorosas musculoesqueléticas sem
origem determinada.
A garra-do-diabo pode ser utilizada internamente na forma de infusão ou
cápsulas contendo o pó ou extrato seco do tubérculo. É contraindicada
para pacientes com úlcerasgástricas e obstrução das vias biliares.
Solidago chilensis (arnica-do-campo)
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As partes utilizadas da planta na fitoterapia são suas folhas e
inflorescências. Essas partes possuem flavonoides, saponinas,
diterpenoides clerodânicos e labdânicos (solidagenona — principal
marcador da espécie —, solidagolactona e derivados de solidagolactol),
ácidos orgânicos e óleo essencial composto principalmente por
diterpenoides e sesquiterpenoides.
Essa espécie é muito utilizada no Brasil de maneira etnomedicinal,
especialmente de maneira tópica para o tratamento de contusões e dor.
Ela pode ser confundida com a Arnica montana, mas são plantas
diferentes, sobretudo fitoquimicamente.
Arnica montana.
A Arnica montana, além de não possuir a solidagenona como marcador,
tem como principais constituintes fitoquímicos as aminas como a
betaína e a colina e uma mistura de flavonoides muito específica
(betuletol, eupafolina e flavonol).
Repare como as plantas são visualmente distintas.
Extratos aquosos de arnica-do-campo, a S. chilensis, ricos em
solidagenona, apresentam efeito anti-inflamatório mediado por inibição
da migração de leucócitos e de mediadores inflamatórios como
bradicinina, histamina e óxido nítrico (NO). Géis preparados com extratos
de arnica-do-campo são úteis no tratamento de dor lombar e tendinites.
Um estudo também demonstrou a aceleração do processo de
cicatrização de feridas cutâneas tratadas com arnica-do-campo.
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Arnica-do-Campo.
Pode ser utilizada como anti-inflamatório tópico, seja na forma de
compressas do infuso ou da tintura de folhas de arnica-do-campo ou de
cremes e géis produzidos em farmácias com manipulação. O uso
interno, apesar de existirem relatos, não deve ser encorajado por não
existirem estudos suficientes acerca das possíveis toxicidades causadas
pelos extratos de S. chilensis.
Urtica dioica (urtiga)
Urtiga.
No caso da urtiga, a planta inteira pode ser utilizada medicinalmente, na
forma de decocto por via oral, e também podem ser preparadas em
cápsulas contendo o pó ou o extrato seco da planta.
As folhas da urtiga, em especial, são utilizadas como
diurético leve e anti-inflamatório, porém ainda sem o
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mecanismo de ação totalmente esclarecido. Já suas
raízes, ricas em lignanas, são úteis no tratamento da
hiperplasia benigna de próstata.
Os principais constituintes fitoquímicos encontrados na urtiga são os
flavonoides como a quercetina e o kaempferol, alguns carotenoides,
vitaminas C, B e K, triterpenoides, esteróis como o betasitosterol, ácidos
cítrico, acético e fórmico, polissacarídeos e sais minerais.
Fitoterápicos que atuam nas doenças
in�amatórias e reumáticas
Acompanhe agora as aplicações terapêuticas de plantas medicinais e
fitoterápicos que atuam nas doenças inflamatórias e reumáticas. Vamos
lá!

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Assinale a alternativa que apresenta uma planta medicinal utilizada
no tratamento da inflamação e das doenças reumáticas:
A Hypericum perforatum (hipérico)
B Allium sativum (alho)
C Copaifera langsdorffii (copaíba)
D Aesculus hippocastanum (castanha da índia)
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Parabéns! A alternativa C está correta.
A Copaifera langsdorffii (copaíba) é utilizada para o tratamento de
inflamações e dores reumáticas devido às suas ações anti-
inflamatória e analgésica conhecidas. As demais plantas são
utilizadas para outros fins terapêuticos.
Questão 2
Sobre as formas de uso da Solidago chilensis (arnica-do-campo),
quais opções abaixo podem ser utilizadas na prática clínica?
I. Cápsulas contendo o pó das folhas.
II. Gel para uso tópico.
III. Emplastros com a infusão das folhas.
IV. Chá das folhas para ingerir.
Parabéns! A alternativa D está correta.
Não existem dados suficientes sobre a toxicidade da arnica-do-
campo para que se possa utilizá-la pela via oral. Portanto, apenas
aplicações tópicas da planta devem ser utilizadas.
E Cecropia pachystachya (embaúba)
A I e II.
B I e III.
C I e IV.
D II e III.
E II e IV.
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4 - Plantas medicinais e �toterápicos usados no tratamento
de patologias dermatológicas
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer quais plantas medicinais e
�toterápicos podem ser utilizados para tratamento de doenças dermatológicas.
Patologias dermatológicas
A pele é o maior órgão do corpo humano, sendo composta por três
camadas: epiderme, derme e hipoderme.
Epiderme (primeira camada)
É a camada mais externa e serve de barreira física para a entrada de
coisas estranhas ao corpo.
Derme (segunda camada)
É a camada intermediária onde se localizam as glândulas sudoríparas,
os vasos sanguíneos que nutrem a pele e as terminações nervosas como
as responsáveis pelo tato.
Hipoderme (terceira camada)
É a camada mais interna de todas, é composta por tecido adiposo e
feixes nervosos, além de vasos sanguíneos calibrosos de onde se
originam os que ficam localizados na derme.
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A pele apresenta algumas funções importantíssimas para o corpo
humano e, para executá-las, precisa estar sempre o mais íntegra
possível.
Exemplo
Ela é responsável por limitar a entrada de microrganismos no corpo,
regular a temperatura corporal, agir como barreira aos raios solares, entre
outras funções.
Diversos tipos de lesão cutânea são conhecidos, e todos eles
comprometem as funções básicas da pele, sendo necessário saná-las o
mais rápido possível. A seguir, falaremos brevemente sobre as lesões
mais comuns na prática dermatológica e elencaremos as plantas
medicinais úteis no tratamento dessas lesões.
Herpes simples
A herpes é causada pelos vírus da família Herpesvirus hominis, e sua
forma de contágio se dá através da mucosa ou da pele não íntegra. Após
penetrar, o vírus se multiplica nas células da pele e acaba atingindo as
terminações nervosas sensoriais. Eles são então transportados pelo
axônio até o corpo da célula nervosa, onde pode inclusive ficar
aquiescente até que haja um momento propício para o retorno da
infecção.
Lábio com herpes simples.
Os sintomas mais comuns são dor ou incômodo local seguido do
surgimento de pequenas bolhas (vesículas), que podem surgir em
qualquer área da pele e podem ou não desencadear prurido (coceira). A
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herpes, no entanto, é mais comumente localizada nos lábios e nas
regiões urogenitais.
As seguintes plantas são indicadas para o tratamento da herpes
simples:
Eczemas
O surgimento de eczemas se dá por meio de um processo inflamatório
inespecífico, que pode surgir na pele ao longo da vida sem que os
motivos sejam descobertos pelo paciente. Existem duas formas de
eczema:
Exsudativa
Nessa forma, ocorre a
produção de líquido
purulento, que passa
através das paredes de
um vasopara os tecidos
adjacentes.
Descamativa
Nessa forma a pele
descama, soltando
pequenos pedaços ao
ser tocada.
1
Echinacea sp. (equinácea).
2
Lippia alba (erva-cidreira).
3
Melaleuca alternifolia
(Melaleuca).
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Líquido purulento
Composto de células, proteínas e outros materiais.
Em geral, a área afetada fica avermelhada, indicando a presença da
inflamação. Podem surgir bolhas, erosões, exsudato, sensação de calor
no local, descamação da pele e prurido.
As seguintes plantas são indicadas para o tratamento de eczemas:
Aloe vera (babosa);
Calendula officinallis (calêndula);
Chamomilla recutita (camomila);
Copaifera langsdorffii (copaíba).
Psoríase
Cotovelo com psoríase.
A psoríase é uma doença inflamatória crônica. Acredita-se que sua
origem está em questões emocionais aliadas a propensões genéticas.
Normalmente se apresenta como placas eritematoescamosas
espalhadas pelo corpo, podendo ou não causar prurido no local. Pode
surgir em qualquer local do corpo, sendo os mais comuns as
articulações como joelhos e cotovelos, as palmas das mãos, a sola dos
pés e o couro cabeludo.
Saiba mais
Estudos demonstram que existe uma correlação entre a psoríase e o
desenvolvimento de artrite, com dados demonstrando que cerca de 10%
dos pacientes desenvolvem artrite após algum tempo convivendo com a
psoríase.
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As seguintes plantas são indicadas para o tratamento da psoríase:
Aloe vera (babosa);
Calendula officinallis (calêndula);
Copaifera langsdorffii (copaíba);
Mentha spp. (alevante, poejo ou hortelã).
Acne
O surgimento de acnes é uma reação inflamatória, mais comumente
desenvolvida na época da puberdade, mas que, em algumas pessoas,
pode surgir ou permanecer até a fase adulta. Apresenta-se como lesões
do tipo cistos, pápulas e pústulas, normalmente localizadas na face e na
região superior do tronco.
O sinal característico da acne é a presença dos
comedões, que são cistos formados nos folículos
pilosos. Estes acabam retendo o sebo, determinando o
início do processo inflamatório.
As seguintes plantas são indicadas para o tratamento de acnes vulgares:
Aloe vera (babosa);
Calendula officinallis (calêndula);
Echinacea spp. (equinácea);
Melaleuca alternifolia (melaleuca).
Queimaduras
As queimaduras são classificadas em três níveis de gravidade, de acordo
com a profundidade:
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Primeiro grau
Aquelas que não passam da epiderme e provocam apenas
vermelhidão local.
Segundo grau
Aquelas que atingem a derme e resultam em bolhas.
Terceiro grau
Aquelas que atingem tecidos mais profundos.
O uso de fitoterápicos de ação tópica é indicado apenas para as de
primeiro e segundo graus, quando não estão muito graves.
Atenção!
Lesões mais sérias necessitam de tratamento hospitalar, devido à
possibilidade de complicações e contaminação por microrganismos
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patogênicos como Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa.
As seguintes plantas são indicadas para o tratamento de queimaduras
leves:
Aloe vera (babosa);
Calendula officinallis (calêndula);
Chamomilla recutita (camomila);
Echinacea spp. (equinácea);
Hypericum perforatum (hipérico);
Mentha spp. (alevante, poejo ou hortelã).
Cicatrização de feridas
Feridas são rupturas das estruturas anatômicas e funcionais da pele,
acarretando na perda da continuidade do tecido, ocorrendo em maior ou
menor gravidade. Podem ser classificadas em agudas ou crônicas,
dependendo do tempo necessário para o processo de cicatrização. Veja
a seguir.
Agudas
Exigem um tempo
menor de retorno à
normalidade (até 6
semanas), como cortes,
incisões cirúrgicas e
perfurações.
Crônicas
São lesões de longa
duração, de cicatrização
difícil e sujeita a
complicações, como as
úlceras por pressão e
lesões causadas por
complicações
decorrentes da diabetes,
como o pé diabético.
Também podemos classificar as feridas de acordo com a extensão e
profundidade, sendo chamadas de:
Super�ciais
São aquelas que estão
limitadas à epiderme,
Profundas
Quando atingem
fáscias, músculos,
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derme e hipoderme. aponeuroses,
articulações,
cartilagens, tendões,
ligamentos, ossos,
vasos calibrosos e
órgãos internos.
A cicatrização de uma ferida é iniciada logo após sua ocorrência, por
meio de diversos mecanismos. Pode-se separar este processo em três
fases:
Fase in�amatória
É a responsável pela formação do coágulo e pelo recrutamento
de células de defesa do organismo, como os neutrófilos (que
produzirão radicais livres com ação bactericida no local) e os
macrófagos (que promovem a secreção de citocinas e de
fatores de crescimento e favorecem a angiogênese, a
fibroplasia e a síntese de matriz extracelular).
Fase proliferativa
Ocorre a formação do novo epitélio no local, quando as células
das camadas mais internas da pele migram em direção à
epiderme, ou as células das bordas da ferida migram até se
juntarem, ocluindo o local.
Fase de remodelamento
Ocorre a deposição de colágeno, que preferencialmente deve
acontecer de maneira organizada, formando uma rede densa e
dinâmica resultante da sua constante deposição e reabsorção.
A principal complicação no processo de cicatrização ocorre na fase
inflamatória, devido à formação contínua de espécies reativas do
oxigênio. Por isso, é importante a utilização de fitoterápicos com ação
antioxidante na cicatrização de feridas. Um exemplo de antioxidante
natural é a quercetina, presente em diversas espécies vegetais.
Resumindo
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Os principais efeitos das plantas medicinais no processo de cicatrização
de feridas são as ações antioxidante, anti-inflamatória e antimicrobiana
(que visam evitar a ocorrência de uma infecção oportunista, aquela que
utiliza a ferida aberta como porta de entrada para o organismo).
Principais plantas utilizadas na cicatrização de feridas:
Aesculus hippocastanum (castanha-da-índia);
Anacardium occidentale (cajueiro);
Calendula officinalis (calêndula);
Casaelpinia ferrea (pau-ferro);
Casearia sylvestris (guaçatonga);
Melaleuca alternifolia (melaleuca).
Plantas medicinais relevantes
Com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre as plantas medicinais
vistas neste módulo, serão apresentadas a seguir algumas de suas
características, os principais componentes fitoquímicos, para o que
servem e suas contraindicações ou possíveis efeitos adversos.
Árvore originalmente brasileira, de cerca de 5 a 10 metros de
altura, com flores pequenas e perfumadas com cores que vão do
vermelho à púrpura. Seus frutos são as castanhas-de-caju, muito
utilizadas na culinária, que se apresentam presas à árvore por
meio do pedúnculo carnoso, popularmente conhecido como caju.
Anacardium occidentale (cajueiro) 
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As partes utilizadas na fitoterapia são suas folhas, as cascas do
caule e as castanhas, na forma de infusão ou decocção para uso
interno e de emplastros tópicos utilizando o infuso. Além disso, o
suco do pedúnculoapresenta atividade em diabetes e serve como
alimento nutritivo.
Seus principais constituintes fitoquímicos são ácidos orgânicos,
açúcares redutores, taninos, fenóis e compostos fenólicos. Estes
últimos possuem alta capacidade antioxidante, sendo muito úteis
no processo de cicatrização, tanto de feridas externas quanto de
úlceras estomacais.
O cajueiro exerce diversas atividades fitoterápicas, tanto interna
quanto externamente. Internamente pode ser utilizado como
antidiarreico, antiasmático, anti-inflamatório e digestivo.
Externamente, como antisséptico, anti-inflamatório e cicatrizante.
Cajueiro.
As partes utilizadas como fitoterápico são os capítulos florais da
calêndula, geralmente na forma de cremes, compressas com
tinturas e óvulos vaginais, todos em concentrações de 10%. Pode
também ser utilizada como infusão.
As flores são ricas em flavonoides (quercitina, isoquercitrina,
narcissina e rutina), e também possui terpenoides (amirinas,
lupeol e longispinogemina), fitosteróis, polissacarídeos, taninos e
carotenoides.
É muito utilizada no tratamento de contusões, queimaduras,
lesões cutâneas e mucosas, dermatites e furúnculos. Possui
atividade anti-inflamatória e cicatrizante. Por via oral, possui
atividade espasmolítica.
Calendula officinallis (calêndula) 
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Flores de calêndula.
O pau-ferro é uma árvore nativa da Mata Atlântica e, devido à sua
madeira resistente, é muito utilizada na construção civil e na
carpintaria. Fitoterapicamente, são utilizadas as cascas tanto de
seu caule como de seus frutos, pois são ricas em polissacarídeos,
saponinas, taninos, flavonoides, cumarinas e derivados
antracênicos.
Um estudo científico demonstrou a utilidade do extrato das
cascas em feridas, com ação sendo realizada principalmente
pelos polissacarídeos e pelos flavonoides do pau-ferro. O uso é
indicado na forma de pomadas ou cremes preparados
farmacotecnicamente a partir do extrato glicólico das cascas.
Pau-ferro.
São árvores de cerca de 5 metros de altura, nativa de quase todo
o território brasileiro. Seu uso data de antes da chegada dos
europeus ao continente, e existem relatos de tribos indígenas que
utilizavam um esmagado de raízes de guaçatonga para
tratamento de feridas e tratamento contra veneno de picada de
cobras.
As partes utilizadas na fitoterapia são suas folhas, cascas do
tronco e raízes, na forma de banho, utilizando a infusão das
Casaelpinia ferrea (pau-ferro) 
Casearia sylvestris (guaçatonga) 
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folhas ou emplastro com extrato das cascas, raízes e/ou folhas.
Seus principais constituintes fitoquímicos são terpenos (tri e
sesquiterpenos), cumarinas, taninos e flavonoides. Estes últimos
possuem grande ação antioxidante pela inibição da produção de
espécies reativas de oxigênio, útil no tratamento de feridas.
Possuem também capacidade de inibir a síntese de óxido nítrico,
gerando efeito anti-inflamatório.
A guaçatonga também possui atividade antimicrobiana contra
fungos (Aspergillus niger, Candida albicans, Candida tropicalis) e
bactérias (Bacillus subtilis, Bacillus cereus, Staphylococcus
aureus, Enterococcus faecalis, Salmonella enteritidis).
Guaçatonga.
Na fitoterapia, utilizamos todas as suas partes aéreas, na forma
de infusão ou cápsulas contendo seu extrato seco. Como
principal fitoquímico da equinácea, temos o ácido cafeico, assim
como seus derivados cicórico, caftárico e clorogênico. Podemos
citar também a alquilamida equinaceína, polissacarídeos como a
arabinogalactana, flavonoides como quercetina e kaempferol,
terpenoides, ácidos graxos, vitaminas e óleo essencial composto
por borneol, acetato de bornila, pentadeceno e cariofileno.
A equinácea age por meio de imunoestimulação, realizada pelos
derivados do ácido cafeico, em conjunto com os polissacarídeos
e as alquilamidas. Contudo pesquisas ainda são realizadas para
tentar definir o mecanismo de ação exato de cada constituinte da
planta. O que sabemos até o momento é que, ao utilizar a
equinácea, ocorre um recrutamento de interleucina-2 com
aumento da circulação de linfócitos.
Baseado no uso empírico em casos de herpes simples, cientistas
também desenvolveram um estudo para verificar atividade
antiviral da equinácea e chegaram à conclusão que o extrato da
planta possui ação contra o herpes-vírus, promovendo a melhora
das lesões causadas por essa infecção em tempo similar ao
Echinacea purpurea (equinácea) 
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medicamento sintético Aciclovir, comumente utilizado para
tratamento de lesões de herpes simples.
Flores de equinácea ou cometa roxo.
A atividade antisséptica do óleo essencial da melaleuca depende
do sinergismo entre seus mais de cem fitofármacos conhecidos,
sendo o principal deles o terpinen-4-ol. Dentre os demais,
podemos destacar o alfapineno, o terpineno, o limoneno, o
paracimeno e o alfaterpinoleno.
O óleo de melaleuca já possui atividade comprovada contra
diversos microrganismos, sendo muito útil no tratamento de
infecções da pele e podendo ser utilizada na forma de óleo puro,
diluído ou em cremes e géis preparados farmacotecnicamente.
Sua forma de utilização é tópica, não devendo ser ingerida. Como
efeitos adversos, podem ocorrer dermatites de contato,
especialmente por substâncias como o limoneno, e caso seja
ingerido por via oral, pode causar confusão mental.
Melaleuca.
São ervas do gênero Mentha, utilizadas tanto na culinária quanto
na fitoterapia. Em geral, possuem os mesmos componentes,
variando suas concentrações, sem alterar os efeitos
farmacológicos.
O óleo essencial é o principal componente e possui mentol,
mentona, isomentona, eucaliptol, limoneno e outras substâncias
minoritárias. São encontrados ainda alguns polifenóis e
flavonoides como a eriocitrina. O sinergismo entre as moléculas
do óleo essencial e os polifenois é o responsável pelas atividades
farmacológicas do gênero, especialmente na redução de coceiras
Melaleuca alternifolia (melaleuca) 
Mentha spp. (alevante, poejo ou hortelã) 
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e na ação anti-inflamatória e analgésica. Como efeito adicional,
podemos acrescentar o auxílio na redução da sensação de calor
em casos de queimadura, quando aplicada infusão de menta
(depois de esfriar) topicamente (para queimaduras de primeiro
grau).
Não se deve utilizar o óleo essencial em altas concentrações
devido ao risco de ocorrer uma superestimulação do sistema
nervoso central. A dose de 1g/kg do óleo essencial pode ser fatal,
de acordo com estudo científico realizado acerca da dose letal
50. A forma mais recomenda de consumo é a infusão, para evitar
efeitos adversos.
Menta ou hortelã.
Fitoterápicos que atuam no sistema
tegumentar
Veja agora a fitoterapia aplicada às patologias que afetam a pele.
Vamos lá!

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Em relação à calêndula (Calendula officinallis), quais são as partes
da planta que são utilizadas na terapêutica?
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Parabéns! A alternativa D está correta.
A parte da planta utilizada na fitoterapia são seus capítulos florais,

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