Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ARM 2025.1 Patologia UCXIV Esôfago e Estômago Não Neoplásico Histologia do esôfago Tubo com peristaltismo Camadas: epitélio, lâmina própria e mucosa Doenças obstrutivas Mecânicas: Malformações: atresia (não canalização), fístula (com trato respiratório), duplicação → manifesta-se como regurgitação RN Estenose congênita ou adquirida: (refluxo, irradiação, soda cáustica) Funcionais: Acalásia por dismotilidade → relaxamento incompleto e aumento do tônus do EEI e aperistalsia do esôfago o Primária: falha de neurônios (idiopática) o Secundária: neuroparias, doença de Chagas Ectopias: Presença de tecido que não pertence ao esôfago Mais comum: heterotopia gástrica Geralmente não causam obstrução Comumente se manifesta como pólipo, lesão pequena Presença de glândulas sebáceas heterotópicas no esôfago: Doenças vasculares Varizes de esôfago: O sangue venoso do trato gastrointestinal é distribuído para o fígado através da veia porta antes de atingir a veia cava inferior A hipertensão portal induz o desenvolvimento de canais colaterais que possibilitam que o sangue portal desvie para a veia cava Veias colaterais dilatam os plexos venosos submucosos da parte distal do esôfago OBS.: principalmente pacientes cirróticos (50% dos casos), 2° causa mais comum: esquistossomose: Microscopia: vasos dilatados, congestos, proliferados 5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ARM 2025.1 Lacerações Lacerações de Mallory-Weiss (mucosa): associadas a vômitos graves/coercitivos. Mais superficiais. Pacientes em quimioterapia Lacerações esofágicas transmurais (S. Boerhaave): grave, mediastinite; tratamento cirúrgico imediato. Mais severas, mais profundas o Dor torácica e choque o Ruptura completa do esôfago em sua porção torácica inferior Esofagites Causas: substâncias irritativas: álcool, ácidos ou bases, líquidos excessivamente quentes, tabagismo, medicamentos. QMT/RDT; Infecciosas: Candida (mais comum), vírus (CMV/herpes) (mais em imunodeprimidos) Esofagite por Candida: Paciente imunodeprimidos, com esofagite por CMV (células grandes, inclusões virais características) Inclusões virais por Herpes Virus: células multinucleadas 5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ARM 2025.1 Esofagite por DRGE: O refluxo do conteúdo gástrico para a parte inferior do esôfago é a causa mais frequente de esofagite! O epitélio escamoso estratificado do esôfago é resistente à abrasão dos alimentos, mas é sensível ao ácido. Fatores protetores: glândulas submucosas (secreção de mucina e bicarbonato), esfíncter esofágico inferior Mais comum em pacientes > 40 anos, mas pode ocorrer em crianças/lactentes Sintomas: “Azia”, disfagia/odinofagia até dor torácica Patogenia: refluxo de suco gástrico → dano à mucosa o Condições que diminuem o tônus do esfíncter esofágico inferior ou aumentam a pressão abdominal contribuem para a DRGE: consumo de álcool, tabaco, obesidade, gestação, hérnia hiatal, esvaziamento gástrico retardado, alguns tipos de alimentos o Hérnia hiatal: protusão do estômago em direção ao tórax, podendo ser por deslizamento ou rolamento Morfologia: mucosa cronicamente agredida, espessa principalmente na basal (células mais claras), inflamação (PMN e MN), infiltração de eosinófilos Acantose (hiperplasia da camada basal), infiltração de eosinófilos, neutrófilos, papilomatose Eosinófilos: Esofagite eosinofílica: principal diagnóstico diferencial com DRGE (sintomas e biópsia) Distúrbio crônico imunomediado Geralmente pacientes atópicos (pacientes com várias alergias). Pode haver eosinofilia no hemograma Doença primária por definição (ou seja, importante afastar outras causas) Morfologia: infiltração epitelial por grande número de eosinófilos, particularmente na superfície, distante da transição esôfago gástrica EDA: anéis concêntricos, placas branco-acinzentadas Infiltração de eosinófilos, principalmente longe da transição esôfago-gástrica; de 15-25 eosinófilos por campo de grande aumento, ou formação de microabscessos eosinofílicos Microabscessos eosinofílicos: 5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ARM 2025.1 Esôfago De Barrett Complicação da DRGE crônica → metaplasia intestinal (defesa) Até 10% dos pacientes com DRGE Masculinos, 40-60 anos Aumento do risco de adenocarcinoma esofágico o Doença do refluxo gatroesofágico → esôfago/metaplasia de Barrett (transformação do epitélio escamoso para glandular intestinal (células caliciformes) o Acúmulo de mutações, progressão para Barrett displásico (pré-neoplásico) → adenocarcinoma Macro: mucosa predominantemente metaplásica e avermelhada da parte distal do esôfago o Transição entre a mucosa escamosa esofágica (inferior) e a mucosa metaplásica contendo células caliciformes (superior). o Justifica porque os Adenocarcinomas são mais frequentes em terço inferior, e os “CECs” em terço médio e/ou superior Histologia do estômago Antro/Piloro: células produtoras de muco Corpo/Fundo: células principais (zimogênicas: contém pepsinogênio) e células parietais (oxínticas: produção de HCl+ e Fator intrínseco) Gastrites Lesão na mucosa gástrica Aguda (pouco biopsiadas) x Crônica (mais comum) Gastropatia: principalmente regenerativa Sintomas vão desde nenhum, leves como dor epigástrica, náuseas, até hemorragia em casos mais graves (úlceras) Injúria gástrica induzida por álcool: 5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ARM 2025.1 Patogenia: pH do estômago é próximo de 1. Fatores protetores da mucosa: Muco espesso que recobre o epitélio, com pH neutro; bicarbonato, rica vascularização; tamponamento através de prótons Lesão pode ocorrer por: o AINES – COX1 protetora da mucosa gástrica o H. Pylori transforma ureia em amônia – inibição do transporte de bicarbonato pelos íons de amônia o Idosos: secreção reduzida de mucina e bicarbonato o Produtos químicos agressivos: quimioterapia e radioterapia, agentes ácidos/básicos, refluxo biliar, álcool (dano direto) o Estresse Morfologia: Gastrite hemorrágica erosiva aguda: Gastropatia “aguda”: geralmente não biopsiada (fase muito inicial de doença ou transitória) Formas graves e com evolução rápida de gastrite (por exemplo gastrite supurativa bacteriana e hemorrágica erosiva aguda; raras, emergências) Lesões relacionadas ao estresse Mais de 75% dos pacientes criticamente doentes desenvolvem lesões gástricas Exemplos: Úlceras de estresse → após choque, trauma ou sepse; Úlceras de Curling: após grandes queimaduras Úlceras de Cushing: doença intracraniana; estímulo direto do núcleo vagal Fisiopatologia: isquemia local devido à hipotensão sistêmica ou vasoconstrição esplâncnica + liberação de citocinas vasoconstritoras, Úlceras por estresse – padrão hemorrágico 5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ARM 2025.1 Gastrite crônica Causas: o A causa mais comum de gastrite crônica é a infecção pelo bacilo Helicobacter pylori. o Gastrite auto-imune que causa gastrite atrófica - 10% dos casos o Uso crônico de AINEs é a 3a. causa mais comum H pylori: Bacilos curvos ou espiralados, flagelados Presentes em praticamente todas as biópsias de úlceras gástricas/duodenais Incidência varia de acordo com idade, fatores sociais e geografia (metade da população mundial) Gastrite antral com aumento da produção de ácido Patogenia: Flagelos (mobilidade no muco viscoso); Presença de Urease (gera amônia e aumento do pH regional); Adesinas (ligação à superfície); Toxinas o Desequilíbrio entre as defesas da mucosa e fatores prejudiciais Glândulas com distorção arquitetural, inflamação da lâmina própria, agregados linfoides e plasmócitos. Pode ou não teratividade inflamatória (neutrófilos, abscessos) Pesquisa do H. pylori no HE ou por coloração especial: localiza-se no muco que recobre as fovéolas Complicações: lesão crônica, metaplasia intestinal, displasia, adenocarcinoma, risco aumentado de linfoma Metaplasia intestinal: Gastrite Autoimune ou Atrófica: 10% ou menos dos casos de Gastrite crônica Geralmente poupa o antro, acometendo mais o corpo/fundo e causando hipergastrinemia Presença de: anticorpos contra células parietais (oxínticas) e fator intrínseco, por isso ocorre produção reduzida de ácido clorídrico e deficiência de vitamina B12 (anemia perniciosa) Diminuição dos níveis séricos de pepsinogênio I (pela perda das células principais), hiperplasia células endócrinas do antro (células G – produzem gastrina – hipergastrinemia de forma “compensatória”) Mais comum em idosos, em torno ou após 60 anos 5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ARM 2025.1 Pode haver associação com outras doenças auto- imunes Morfologia: o Auto anticorpos contra células parietais (oxínticas) → destruídas o “Atrofia” da mucosa oxíntica (pode ficar semelhante à mucosa antral) o Importante fazer biópsias em frascos separados quando há essa suspeita (Antro e Corpo/Fundo) – melhor para diferenciar o Além disso, pode haver inflamação aguda e crônica, metaplasia intestinal, hiperplasia de células enteroendócrinas Metaplasia intestinal: Complicações da gastrite Doença ulcerosa péptica: principalmente associadas à H. Pylori (70%) ou AINEs A hiperacidez gástrica contribui para a formação da úlcera (co-fatores: medicações, tabagismo.) As úlceras são mais comuns no duodeno do que no estômago Defeito em “saca-bocado” – buraco na mucosa A base da úlcera péptica é limpa (sem secreção) Micro: tecido de granulação e exsudato fibrinoleucocitário Casos avançados: hemorragia e perfuração Complicações: Metaplasia intestinal: (forma de defesa da mucosa) - pode evoluir para displasia A metaplasia é reversível se tratada Atrofia: pode aparecer nos casos de metaplasia intestinal acentuada (a mucosa gástrica substituída pela intestinal não produz ácido de forma adequada → hipocloridria) Isso também facilita o supercrescimento de bactérias produtoras de nitrosaminas (cancerígenas) A inflamação crônica com regeneração epitelial constante também pode aumentar o risco de mutações → Risco de displasia → neoplasia Bezoar Massas compactas de matéria parcialmente digerida ou não digerida que podem ficar presas no estômago ou intestino Tricobezoar: cabelos
Compartilhar