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Lúpus Eritematoso Sistêmico Conceito: • É uma doença autoimune que envolve múltiplos órgãos, caracterizada por uma grande quantidade de autoanticorpos • Mulheres jovens (15 a 45 anos); • Proporção mulheres e homens (9:1) em fase reprodutiva; • Raça negra tem 3 mais chance de desenvolver a doença que a raça branca; • Embora haja a predominância, o Lúpus pode se manifestar em qualquer idade. Epidemiologia: Manifestações clínicas: • Artrite, artralgia; • Febre; • Eritemamalar; • Pericardite; • Pleurite; • Fenômenode Raynaud, etc. Etiologia: • O defeito fundamental no LES é a falha dos mecanismos que mantêm a autotolerância. • Portanto, para o desenvolvimento da doença, há envolvimento de fatores genéticos e ambientais. Fatores genéticos: • O LES é uma doença geneticamente complexa com contribuições dos genes HLA e de múltiplos genes não HLA. Muitas linhas de evidências apoiam uma predisposição genética. ➜ Parentes de primeiro grau; ➜ Gêmeos monozigóticos; ➜ Deficiências hereditárias do complemento (C2, C4 e C1q) Fatores imunológicos: ➜ Falha da autotolelerância de células B; ➜ Células T auxiliares CD4+ escapam da tolerância e contribuem para a produção de autoanticorpos patogênicos de alta afinidade; ➜ Interferons tipo I desempenham um papel na ativação linfocitária no LES; ➜ A ocupação do TLR – aumento de células B. Fatores ambientais: • Há muitas indicações de que fatores ambientais também devem estar envolvidos na patogenia do LES. • Exposição à luz ultravioleta (UV) - a radiação UV pode induzir a apoptose nas células e alterar o DNA de tal forma que ele se torne imunogênico. • Gênero – cromossomo X • Medicamentos - Hidralazina Patogênese: • Genes de susceptibilidade (HLA e não HLA) + irradiação UV + insultos ambientais (gênero, medicamentos) levam à apoptose celular, ➜ a remoção inadequada dos núcleos dessas células resulta uma alta carga de antígenos nucleares (desencadeadores externos) que, por sua vez, aumenta a presença de ANAs. ➜ Além disso, anormalidades subjacentes em linfócitos T são responsáveis pela tolerância defeituosa (autotolerância) - linfócitos autorreativos sobrevivem e continuam funcionais (genes de susceptibilidade). ➜ O resultado é a endocitose de imunocomplexos (antígenos nucleares + autoanticorpos) pelas células B e células dendríticas. ➜ Os antígenos nucleares ocupam os TLR das células B, fazendo com que esses receptores estimulem as células B a produzirem anticorpos IgG antinuclear persistente em altos níveis. ➜ As células dendríticas, ao fazerem a endocitose, são estimuladas a produção de citocinas (interferons tipo 1) ➜ Aumento da resposta imune cíclica Envolvimento do rim: • De acordo com a classificação atualmente aceita, seis padrões da doença glomerular são vistos no LES. ➜ 1. A nefrite lúpica mesangial mínima (classe I): é muito rara e é caracterizada pela deposição de imunocomplexos no mesângio, sem alterações estruturais à microscopia óptica. • 2. A nefrite lúpica mesangial proliferativa (classe II): caracterizada pela proliferação de células mesangiais, muitas vezes acompanhadas pelo acúmulo de matriz mesangial e depósitos mesangiais granulares de imunoglobulina e complemento sem o envolvimento dos capilares glomerulares. • 3. A nefrite lúpica focal (classe III): menos de 50% de todos os glomérulos. Essas lesões podem ser segmentares (afetando apenas uma parte do glomérulo) ou globais (envolvendo todo o glomérulo). Os glomérulos afetados podem exibir edema e proliferação de células endoteliais e mesangiais associada ao acúmulo de leucócitos, necrose capilar e trombos hialinos. • 4. A nefrite lúpica difusa (classe IV): é a forma mais comum da nefrite lúpica. As lesões são semelhantes às da classe III, mas diferem em extensão; tipicamente, na nefrite classe IV, metade ou mais da metade dos glomérulos são afetados • 5. Nefrite lúpica membranosa (classe V): é caracterizada pelo espessamento difuso das paredes dos capilares devido à deposição de imunocomplexos subepiteliais. Há aumento da produção de material tipo membrana basal. • 6. Nefrite lúpica esclerosante avançada (classe VI): é caracterizada pela esclerose de mais de 90% dos glomérulos e representa doença renal em fase terminal. Envolvimento da pele: • Um eritema característico afeta a face ao longo do dorso do nariz e bochechas (erupção “em asa de borboletas”) • Também ocorrem urticária, bolhas, lesões maculopapulares e ulcerações. O sol acentua o eritema. • Histologicamente: ➥ 1. Epiderme: degeneração vacuolar da camada basal; ➥ 2. Derme: edema e inflamação; vasculite com necrose fibrinoide. Envolvimento do coração: • O envolvimento do sistema cardiovascular pode manifestar-se como dano a qualquer camada do coração. • Acredita-se que a deposição de imunocomplexos e a ativação do complemento levariam a inflamação aguda, crônica ou recorrente no pericárdio. Isabelle Isis de Mello Assis Artrite reumatoide Conceito: • Um distúrbio inflamatório crônico de origem autoimune, que pode afetar muitos tecidos e órgãos, mas principalmente ataca as articulações, produzindo sinovite inflamatória proliferativa. Sinais e sintomas: Patogênese: Quiz:• AR pode começar lenta e insidiosamente com mal-estar, fadiga e dor musculoesquelética generalizada; • Depois de várias semanas a meses, as articulações são envolvidas; • Os sintomas com frequência se desenvolvem nas mãos (articulações interfalangianas proximais e metacarpofalangianas) e nos pés, seguidos pelo punho, cotovelo, tornozelo e joelho; • O resultado final é um conjunto sem estabilidade, além de mínima ou nenhuma amplitude de movimento; • Pode ter repercussões na pele e pulmões. • Fator genética (HLA e outros – falha na tolerância, ativação desregulada de linfócitos). ➜ Ou ambiental (infecção, tabagismo) ➜ Com essa predisposição genética e susceptibilidade ambiental, ocorre a perda da autotolerância e a formação de proteínas citrulinadas (CCP) aue ocorre devido a uma modificação enzimática de autoproteínas. ➜ Com isso, terá ativação dos linfócitos TCD4+ auxiliares iniciam a resposta autoimune nos tecidos articulares contra as PCC. ➜ A produção de citocinas pelos Th estimula outras células inflamatórias a lesionar o próprio tecido ➥ IFN-y: a partir do Th1 ativa os macrófagos e células sinoviais residentes ➥ IL-17: a partir do Th17 recruta neutrófilos e monócitos ➥ TNF e IL-1: a partir de macrófagos que estimulam células sinoviais a segregar proteases que destroem a cartilagem hialina ➜ Terá estimulação de fibroblastos e hiperplasia de condrócitos e células sinoviais; ➜ Formação de pannus, compreendido como espessamento inflamatório (hiperplasia e hipertrofia) da membrana sinovial, abundante em células, citocinas e enzimas ativas destruição óssea e de cartilagem; edema, febre, fibrose e aniquilose. Histopatologia: • Características: ➜ (1) Proliferação e hiperplasia de células sinoviais; ➜ (2) Denso infiltrado inflamatório (frequentemente formando folículos linfoides) de células T auxiliares CD4 +, células B, plasmócitos, células dendríticas e macrófagos; ➜ (3) Aumento da vascularização; ➜(4) Exsudato fibrinopurulento na superfície sinovial articular; 1- Quais as principais citocinas liberadas pelos linfócitos T CD4+ no desenvolvimento artrite? • IFN-Y, IL-17, TNF e IL-10; 2- Como característica histológica na artrite, podemos apontar: • Proliferação e hiperplasia de células sinoviais; 3- Qual o nome das células que iniciam a resposta imune da artrite? • Linfócitos T CD4+ auxiliares (Th); 4- Quais das opções abaixo equivale da consequência da patogenia da artrite reumatoide? • Destruição óssea e pannus; 5- Qual autoanticorpo que é possível detectar na AR? • Anti-PPC. Isabelle Isis de Mello Assis Rinoinusite Sinusite bacteriana: • Patência dos seios ➜ Devido ao óstio estreito, o seio etmoidal é provavelmente o mais susceptível à obstrução do óstio e infecção. • Função ciliar ➜ Diminuição do transporte: 700bpm -> 300bpm. • Qualidade das secreções nasais. • Exposição à bactériacausa processo inflamatório, espessamento mucoso e edema ➜ resulta na obstrução do óstio sinusal, ➜ essa obstrução leva à estagnação de secreções gera queda do pH e do O2, que favorece no crescimento bacteriano. ➜ A continuidade da inflamação - vasodilatação, edema de mucosa e muco espesso Histopatologia bacteriana: • Edema e inflamação na mucosa • Hiperplasia de caliciforme • Presença de exsudato supurativo • Perda ciliar Patogênese bacteriana: Fatores de virulência de S. pneumoniaie: • 1. Pneumolisina ( Ply ) tem atividade citotóxica, inibe o batimento ciliar, estimula a secreção de citocinas e a ativação do complemento; • 2. A proteína de superfície pneumocócica A ( PspA ) degrada o C3b da via alternativa do complemento, inibindo sua deposição nas bactérias. • 3. A proteína C de superfície pneumocócica ( PspC ) ou proteína A de ligação à colina ( CbpA ) liga-se ao fator H e degrada C3, inibindo assim a fagocitose. Fatores de virulência de H. influenzae: • 1. As adesinas são responsáveis pela colonização pelo H. influenzae. • 2. Cápsula do tipo B (cápsula polissacarídica), que contribui para a invasão da corrente sanguínea, resistência a fagocitose e lise mediada por complemento. • 3. A bactéria também produz endotoxinas, neuraminidase e IgA protease que contribuem com o processo de invasão Sinusite viral: • Infecção viral predispõe a infecção bacteriana: ➥ Lesão do epitélio nasal (patógenos de maior virulência, como influenza e adenovírus). ➥ Aumento de aderência de potenciais bactérias patogênicas na rinofaringe. ➥ Aumento na produção de histamina, bradicinina e várias citocinas, e efeito supressor do vírus na função de neutrófilos, macrófagos e leucócitos. Patogênese viral: • Exposição ao vírus ➜ com a instalação ocorre o aumento da permeabilidade capilar (presença de transudato, secreção hialina) e hipersecreção nasossinusal. ➜ Além disso o efeito tóxico viral sob os cílios diminui o transporte mucociliar. ➜ Logo ocorre edema da mucosa, secreção espessas e discinesia ciliar resultando em obstrução do óstio de drenagem do seio e perpetuação da doença. Sinusite fúngica: • Rinossinusite Fúngica Invasiva (RSFI) é classificada por: ➥ 1) aguda, fulminante ou necrotizante, ➥ 2) granulomatosa, ➥ 3) crônica. Patogênese fúngica: • Exposição ao fungo, como estimulo nocivo, ➜ as células inflamatórias residentes imunes encontram o fungo, libera citocinas o que dispara a resposta imune: produção de imunoglobulinas (gE) e intensa atividade inflamatória (eosinófilos). ➜ A inflamação gerada contribui para edema e exsudato por, conseguinte, obstrução sinusais, com estase de secreções. ➜ A obstrução nasal: queda de 0z e pH o que ocasiona na redução do movimento ciliar. ➜ Com a progressão há necrose local e progressão da inflamação. Aspergillus: • É um fungo ubíquo que causa alergias em pessoas saudáveis, sob os demais aspectos, e sérias sinusites, pneumonia e doença invasiva em indivíduos imunocomprometidos. • Fator de risco: neutropenia e uso de corticoides. Zygomycetes: • Distribuídos na natureza e não causam mal aos indivíduos imunocompetentes, porém infectam pessoas imunossuprimidas, causando a mucormicose. • Os Mucormycetes formam hifas não septadas e com frequente ramificação em ângulo reto, distintas das hifas de Aspergillus, as quais são facilmente demonstradas pelas colorações de hematoxilina e eosina ou fúngicas especiais. Histopatologia fúngica: • Lesões necróticas • Presença de hifas (conjunto de micélios) • Infiltrado inflamatório • Edema e exsudato Isabelle Isis de Mello Assis Hanseníase tuberculoide Conceito: • Forma mais benigna e localizada da doença; • As lesões são poucas, de limites bem definidos e um pouco elevados e com ausência de sensibilidade (dormência). • Agente etiológico: Mycobacterium leprae Patogênese: • Contaminação: solo e via respiratória ➜ M. Leprae se replica em tecidos frios (pele e nas extreminades) (32- 34°C), ➜ tendo liberação de lepromina (extrato bacteriano), ativando reação de hipersensibilidade ➜ terá resposta de T help ➜ Resposta TH1 associada com a produção de IL-2 e IFN-γ. ➜ O IFN-γ funciona na mobilização de uma resposta efetiva dos macrófagos do hospedeiro e, por isso, a carga microbiana é baixa. Histopatologia: • Placa de, aproximadamente, 1 cm de diâmetro com bordos eritematosos elevados, pápula hipercrômica na borda inferior, centro levemente deprimido e halo hipocrômico bem delimitado. Quiz: 1- Quais as citocinas liberadas pelo TH1 na patogênese da HT? • IFN-Y e IL-2; 2- Qual o agente etiológico da HT? • M. Leprae; 3- Quanto ao número de manchas e nervos comprometidos, a HT é classificada como? • Paucibacilar; 4- Em termos de características histopatológicas, a HT apresenta: • Granulomas e células epidelioides; 5- Qual o nome do extrato bacteriano liberado pela M. Leprae que ativa a reação de hipersensibilidade: • Lepromina. Isabelle Isis de Mello Assis
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