Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DEFINIÇÃO Morfologia das Angiospermas: ciclo de vida e sinapomorfias. Evolução das Angiospermas: origem, relações evolutivas e filogenéticas. Morfologia e taxonomia das principais famílias das Angiospermas: o grado ANA, Magnolídeas, Monocotiledôneas e Eudicotiledôneas. PROPÓSITO Compreender o ciclo de vida das Angiospermas e suas sinapomorfias é importante para entendermos a complexidade deste grupo de plantas. A descoberta da origem exata e da evolução das Angiospermas é um dos maiores desafios atuais da Biologia Vegetal. Oportunizar você a entender a evolução deste conhecimento científico será importante para a sua formação. Além disso, a identificação das principais famílias das Angiospermas poderá levá-lo à compreensão da diversidade do maior grupo de plantas do planeta. PREPARAÇÃO PRÉVIA Para facilitar o estudo deste conteúdo, o aluno precisará de um glossário de botânica online. OBJETIVOS MÓDULO 1 Reconhecer o ciclo de vida das Angiospermas e suas sinapomorfias MÓDULO 2 Identificar a origem, evolução e as relações filogenéticas das Angiospermas MÓDULO 3 Classificar as principais famílias das Angiospermas quanto a sua morfologia e taxonomia INTRODUÇÃO O nome Angiospermas vem do grego: sperma= sementes e angeons= bolsa ou seja, “sementes envoltas em uma bolsa”. São frequentemente denominadas como plantas com flores, por ser o único grupo vegetal a possuir flores. Outra importante característica deste grupo é a presença do fruto. Você sabia que as Angiospermas constituem o maior grupo de plantas do planeta? Atualmente são descritas mais de 250 mil espécies, mas estima-se que possam alcançar cerca de 450 mil! A alta diversidade das Angiospermas se dá pelo número de espécies, pela grande variedade de formas, vegetativas e reprodutivas, constituindo: Pequenas ervas (como, por exemplo, do gênero Wolffia); Árvores gigantes (como algumas espécies do gênero Eucalyptus; Plantas com flores enormes, como a magnífica Rafflesia arnoldii). autor/shutterstock Exemplo de Wolffia. autor/shutterstock Exemplo da flor de Rafflesia arnoldii. Além disso, as Angiospermas ocorrem em uma diversa gama de ambientes e biomas, como alguns desertos, ou no caso do Brasil, na Caatinga e nas florestas tropicais, como a floresta amazônica e a Mata Atlântica, onde ocorre a maior diversidade. Outros fatores que estão associados à grande diversidade deste grupo relacionam-se à sua dispersão e polinização, muitas das vezes, gerando uma coevolução com outros organismos (falaremos mais sobre estes tópicos adiante). A PRESENÇA DOS FRUTOS, FLORES E DE SEU CICLO DE VIDA DIFERENCIADO, FEZ DAS ANGIOSPERMAS DIFERENTES DE TODOS OS OUTROS GRUPOS DE PLANTAS EXISTENTES. A evolução e a origem deste grupo foram consideradas por Darwin como um “abominável mistério”, principalmente, pela grande quantidade de registros fósseis em um curto espaço de tempo. Por outro lado, as relações internas deste grupo caminham para um melhor entendimento da comunidade científica. VOCÊ SABIA QUE O BRASIL É O PAÍS COM MAIS DIVERSIDADE DE ANGIOSPERMAS? É importante frisar que o Brasil é o país com maior diversidade de Angiospermas do planeta, com cerca de 35.000 espécies, ou seja, quase 15% do total de espécies descritas até hoje. Além disso, dados da Flora do Brasil 2020 apontam que quase 20 mil espécies são endêmicas do Brasil. Isso se deve, principalmente, à grande variedade de biomas e habitats encontrados. Você está incluído no país com maior diversidade deste grande grupo de plantas. Ter o conhecimento destas espécies será importante para questões educacionais, de conservação das espécies e dos ambientes onde estão inclusas. Sendo assim, aqui traremos perguntas para você refletir sobre diversos aspectos deste magnífico grupo. COMO É O CICLO DE VIDA DAS ANGIOSPERMAS? QUAIS SÃO AS SINAPOMORFIAS DAS ANGIOSPERMAS? COMO SE DEU A ORIGEM E A EVOLUÇÃO DAS ANGIOSPERMAS? QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS FAMÍLIAS DAS ANGIOSPERMAS DO BRASIL E DO MUNDO? VAMOS CONHECER AS REPOSTAS PARA ESSAS PERGUNTAS NOS MÓDULOS A SEGUIR. MÓDULO 1 Reconhecer o ciclo de vida das Angiospermas e suas sinapomorfias O CICLO DE VIDA DAS ANGIOSPERMAS O ciclo de vida está relacionado à reprodução sexuada, ou seja, à geração de novos descendentes. Neste caso (das Angiospermas), a protagonista é a flor. Para dar prosseguimento, vamos relembrar quais são as principais partes da flor (“perfeita”). FLOR PERFEITA Flor perfeita é aquela que possui estruturas reprodutivas masculinas e femininas, ou seja, são andróginas ou bissexuadas. Fonte: Shutterstock. Flor e seus verticilos vegetativos e reprodutivos. Compondo as flores, os verticilos reprodutivos, ou seja, as partes dos estames e pistilo, são as usinas geradoras de gametas e consequentemente dos descendentes. Saiba mais sobre morfologia das flores e dos verticilos florais no vídeo: javascript:void(0) MORFOLOGIA E DIVERSIDADE DAS FLORES A alternância de gerações, como observado em todos os outros grupos de plantas, também é observada nas Angiospermas. Entretanto, enquanto nas “Briófitas” a fase gametofítica é a predominante, nas Angiospermas, a fase esporofítica é a predominante. Nas Angiospermas, os gametófitos são extremamente reduzidos, ainda menores que nas Gimnospermas. Além disso, as Angiospermas são heterospóricas, ou seja, possuem dois tipos de esporos, produzidos pelo Megasporângio (Corresponde à região interna do óvulo (presente no ovário).) e Microsporângio (Encontram-se dentro das anteras.) : MEGASPORÂNGIO Produz os megásporos, posteriormente um deles formará o gametófito feminino (megagametófito ou saco embrionário); MICROSPORÂNGIO Produz os micrósporos (Darão origem aos grãos de pólen.) , que posteriormente formarão os gametófitos masculinos (microgametófito). O CICLO O megasporângio (ou óvulo) com megasporócito, ou célula mãe dos megásporos, (2n), através da meiose, leva a formação de quatro megásporos (n). No entanto, somente um destes se desenvolve. javascript:void(0) javascript:void(0) Fonte: Shutterstock. As sete células do gametófito feminino. As duas camadas em volta do saco embrionário se referem aos dois tegumentos. Após este processo, ocorrem sucessivas divisões mitóticas, as quais formam o gametófito feminino (megagametófito). Este com sete células: 2 sinérgides; 3 antípodas; uma célula central binucleada; e a oosfera (n). Por outro lado, nas anteras, o microesporângio com os microsporócitos (2n), ou célula mãe dos micrósporos, sofre meiose gerando quatro micrósporos (n), também chamados de tétrade de espóros. A partir disso, o processo de divisão mitose gera os grãos de pólen (microgametófito, n). É importante ressaltar que cada pólen, geralmente, possui duas células, uma que formará o tubo polínico e outra que será a geradora dos gametas (geradora de duas células espermáticas). A partir do processo de polinização, quando o pólen alcança a superfície estigmática, ocorre uma “germinação” no estigma, gerando um tubo polínico que se desenvolve através do estilete. Este tubo vai de encontro ao óvulo dentro do ovário. A porta de entrada deste óvulo chama-se micrópila. GERALMENTE, ESTE PROCESSO OCORRE EM DIFERENTES INDIVÍDUOS, DENOMINADO POLINIZAÇÃO OU FECUNDAÇÃO CRUZADA. CONTUDO, ALGUMAS ESPÉCIES APRESENTAM ESTRATÉGIAS DE AUTOFECUNDAÇÃO PARA SUPRIR ESTE PROCESSO. O QUE ACONTECE COM A OUTRA CÉLULA? Outra célula irá se unir àquela célula central, binucleada formando o importante endosperma (3n). Este processo chama-se dupla fecundação e é uma das principais características das Angiospermas. Assim, começa a se desenvolver o embrião, com hipertrofia do óvulo e formação da semente. Fonte: Shutterstock. Ciclo de vida completo de uma Angiosperma. Após a formação e maturação da semente, ocorre a dispersão e sua posterior germinação. Com isso, forma-se uma nova plântula, que cresce e atinge a maturidade com novas flores e o processo se repete. O endosperma será responsável pela nutriçãodo embrião durante a germinação da semente. A semente corresponde ao óvulo fecundado. Os cocos possuem um exemplo interessante de endosperma, que possuem em seus frutos imaturos um endosperma líquido, conhecido como água-de-coco, além do endosperma sólido, conhecido como coco seco. POLINIZAÇÃO E DISPERSÃO Como você viu no tópico anterior, a geração de novos indivíduos depende, principalmente, da etapa de fecundação, onde o pólen entra em contato com a superfície estigmática formando o tubo polínico em direção ao ovário. Para que esta etapa ocorra, as flores devem ser polinizadas. Ao longo da evolução, ocorreu uma gradativa diminuição da dependência de água para a formação do zigoto. Desta forma, novas estratégias em busca do sucesso evolutivo foram surgindo, por exemplo, a liberação de pólens ao vento. Apesar da alta demanda de pólen para a polinização pelo vento, ainda alguns grupos de Angiospermas possuem apenas esta estratégia para sua reprodução sexuada. No entanto, um dos motivos do sucesso reprodutivo das Angiospermas pode estar relacionado à coevolução (Falaremos um pouco melhor disto no tópico Evolução.) entre as plantas e seus polinizadores. Vale ressaltar que algumas espécies podem possuir polinização mais generalista, ou seja, não dependentes apenas de um grupo funcional para se reproduzir. E outras mais especialistas, dependentes de apenas um grupo funcional de polinizadores (até mesmo de apenas uma espécie). SENDO ASSIM, SÃO AS DIFERENTES FORMAS DE POLINIZAÇÃO: Fonte: Shutterstock. ENTOMÓFILA a polinização por insetos principalmente, por abelhas, besouros, mariposas, borboletas e moscas. De acordo com o tipo de inseto, receberá um nome específico. Fonte: Wikimedia. MASTÓFILA a polinização pelos mamíferos, das quais destacamos, principalmente, a polinização pelos morcegos (a quiropterofilia). Fonte: Shutterstock. ORNITÓFILA a polinização pelas aves, com destaque para os beija-flores. ALÉM DISSO, TAMBÉM EXISTEM PROCESSOS ABIÓTICOS DE POLINIZAÇÃO: Fonte: Wikimedia. ANEMÓFILAS a polinização pelo vento. As Poaceae são um exemplo de família anemófila com grande sucesso reprodutivo. Fonte: Shutterstock. HIDRÓFILAS a polinização pela água. Ocorre, principalmente, em Angiospermas aquáticas. Por outro lado, um fator que está diretamente associado à distribuição de sementes e/ou frutos é a dispersão. Assim como no caso da polinização, a dispersão pode ocorrer por meios bióticos ou abióticos: Fonte: Shutterstock. Anemocoria dispersão pelo vento. Apesar de simples, é uma das formas mais comumente observadas de dispersão abiótica. Geralmente, estão associadas a sementes e/ou frutos aladas (os) (estruturas que parecem “asas”) ou com plumas adaptadas para o “voo”. Fonte: Wikipedia. Autocoria a própria planta realiza sua dispersão. Por vezes, alguns frutos liberam grande quantidade de energia ao abrir, dispersando suas sementes a distâncias consideráveis. Fonte: Wikipedia. Hidrocoria como o próprio nome já diz, refere-se à dispersão pela água. Esta estratégia é observada em espécies principalmente que ocorrem próximos a cursos d’água, como, por exemplo, espécies de mangue, como Rhizophora mangle. Zoocoria refere-se à dispersão de frutos ou sementes pelos animais. Pode ser dividido em três subcategorias: epizoocoria que é relacionada a dispersão de frutos e sementes presas ao corpo de animais, sendo, portanto, involuntária; sinzoocoria dispersão é voluntária e feita por aves que carregam no bico frutos ou sementes carnosos e coloridos e estes caem ao longo do caminho ou ficam esquecidos no ninho, e germinam; e a endozoocoria quando é transportada através dos sistemas digestivos. Esta dispersão é realizada principalmente pelas formigas, pelos peixes, lagartos, mamíferos e pássaros. A formação dos frutos das Angiospermas, em grande parte dos casos, é diretamente relacionada ao interesse destes animais que vão em busca de alimentos. A consequência desta busca é a dispersão destas sementes e/ou frutos. AS SINAPOMORFIAS DAS ANGIOSPERMAS MAS AFINAL, O QUE SÃO SINAPOMORFIAS MESMO? Segundo Judd et al. (2009): “SINAPOMORFIAS SÃO ESTADOS DE CARÁTER QUE SURGIRAM NO ANCESTRAL DE UM GRUPO E QUE ESTÃO PRESENTES EM TODOS OS SEUS INTEGRANTES (MESMO QUE ÀS VEZES DE FORMA MODIFICADA)”. Sendo assim, grupos são nomeados baseados na monofilia e pelo compartilhamento de caracteres derivados entre os seus integrantes. A imagem abaixo exemplifica as sinapomorfias de dois grupos diferentes, apresentadas em uma árvore filogenética. Fonte: O autor Cladograma e sinapomorfias. As Angiospermas tiveram importantes passos evolutivos, os quais foram essenciais para a sua predominância sobre os outros grupos de plantas. Ainda que as flores sejam uma das principais características das Angiospermas, a palavra “flor” pode referir-se a “eixos reprodutivos curtos com esporofilos agregados”, sendo assim já observadas em formas primitivas, como nas Gnetales (Um grupo de Gimnospermas) . Contudo, as flores “verdadeiras” surgiram nas Angiospermas. ATENÇÃO Assim como diversos aspectos da ciência, as características das Angiospermas que podem ser consideradas como sinapomorfias são hipotéticas. A afirmação dessas hipóteses, necessariamente, demandaria um completo registro fóssil dos seus primeiros táxons, o que não ocorre na prática. Muitas dessas características estão relacionadas ao seu ciclo de vida. Sendo assim, são as possíveis sinapomorfias das Angiospermas: 1. Carpelos: a formação de carpelos fechados que produzem sementes através de um estigma germinado; 2. Microgametófito reduzido: o gametófito masculino (ou microgametófito), com 3 células (duas espermáticas e uma geradora do tubo polínico). 3. Megagametófito reduzido: o gametófito feminino (ou megagametófito) das Angiospermas foi reduzido à apenas 7 células (com 8 núcleos); 4. Dupla fecundação: como apresentado no tópico Ciclo de vida, duas células espermáticas fecundam, uma a oosfera e outra a célula central. Neste último caso, resulta na formação do endosperma. 5. Elementos de tubo crivado do floema: Nas Angiospermas, esses elementos possuem células (uma ou mais) companheiras; 6. Flores verdadeiras; 7. Sacos polínicos dos estames: Os estames das Angiospermas possuem dois pares de sacos polínicos (laterais); 8. Endotécio da antera: A formação de um tecido abaixo da epiderme com células reforçadas. Este é responsável pela abertura (deiscência) das anteras. 9. Exina do grão de pólen: a formação de grão de pólen com exina columelada. * Elementos de vaso do xilema: encontrados em todas as Angiospermas, exceto nas Amborellales. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Fonte: Shutterstock. Sacos polínicos abertos. O endotécio é representado pela camada de células abaixo da epiderme (amarelo escuro, de forma quadrada). Fonte: O autor. Sinapomorfias das Angiospermas. ATENÇÃO As sinapomorfias específicas dos grupos de Angiospermas serão discutidas no Módulo 2. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. AS ANGIOSPERMAS FAZEM PARTE DO GRUPO MAIS DIVERSIFICADO DE PLANTAS DO PLANETA. ESTE SUCESSO EVOLUTIVO DEVE-SE EM PARTE PELO SEU EFICIENTE MECANISMO DE REPRODUÇÃO. COM BASE NO CICLO DE VIDA DAS ANGIOSPERMAS, ASSINALE VERDADEIRO (V) OU FALSO (F) SOBRE AS FRASES A SEGUIR: I - AS ANGIOSPERMAS SÃO HETEROSPÓRICAS, OU SEJA, POSSUEM GAMETÓFITOS MASCULINOS (MEGAGAMETÓFITOS) E FEMININOS (MICROGAMETÓFITOS). ( ) II - O GAMETÓFITO FEMININO POSSUI SETE CÉLULAS, SENDO A CÉLULA CENTRAL BINUCLEADA. ( ) III - A DUPLA FECUNDAÇÃO (OU FERTILIZAÇÃO) FORMA O ENDOSPERMA DIPLOIDE, ESTE QUE É ESSENCIAL PARA A NUTRIÇÃO DA SEMENTE DURANTE SEU ESTÁGIO INICIAL DE FERTILIZAÇÃO. ( ) IV - A GERMINAÇÃO DO PÓLEN NO ESTIGMA CONSISTE NA FORMAÇÃO DO TUBO POLÍNICO E A FECUNDAÇÃO DA OOSFERA E DA CÉLULA CENTRAL PELAS DUAS CÉLULAS ESPERMÁTICAS. ( ) V - OS MICROSPORÓCITOS ATRAVÉS DA DIVISÃO MEIÓTICA FORMA A DE TETRÁPODEDE ESPOROS (N). POSTERIORMENTE, APÓS DIVISÕES MITÓTICAS, ESTES ESPOROS FORMAM OS GRÃOS DE PÓLEN. ( ) A SEQUÊNCIA CORRETA É: A) V-F-F-F-V B) F-F-V-V-V C) F-V-F-V-V D) F-V-F-V-F 2. UMA SINAPOMORFIA É COMPARTILHAMENTO DE UMA APOMORFIA (UM CARÁTER DERIVADO, QUANDO COMPARADA A UMA CARACTERÍSTICA ANCESTRAL) POR DOIS OU MAIS GRUPOS (ESPÉCIES, GÊNEROS, FAMÍLIAS). EX.: OS MAMÍFEROS POSSUEM A MAMA COMO UMA SINAPOMORFIA. QUAL DAS SINAPOMORFIAS DAS ANGIOSPERMAS A SEGUIR REPRESENTA UM PASSO EVOLUTIVO IMPORTANTE PARA A NUTRIÇÃO DAS SEMENTES. A) Formação de frutos. B) Endosperma (3n) formado pela dupla fecundação. C) Megagametófito com 7 células e 8 núcleos. D) Elementos de tubo crivado com células companheiras. GABARITO 1. As Angiospermas fazem parte do grupo mais diversificado de plantas do planeta. Este sucesso evolutivo deve-se em parte pelo seu eficiente mecanismo de reprodução. Com base no ciclo de vida das Angiospermas, assinale verdadeiro (V) ou falso (F) sobre as frases a seguir: I - As Angiospermas são heterospóricas, ou seja, possuem gametófitos masculinos (megagametófitos) e femininos (microgametófitos). ( ) II - O gametófito feminino possui sete células, sendo a célula central binucleada. ( ) III - A dupla fecundação (ou fertilização) forma o endosperma diploide, este que é essencial para a nutrição da semente durante seu estágio inicial de fertilização. ( ) IV - A germinação do pólen no estigma consiste na formação do tubo polínico e a fecundação da oosfera e da célula central pelas duas células espermáticas. ( ) V - Os microsporócitos através da divisão meiótica forma a de tetrápode de esporos (n). Posteriormente, após divisões mitóticas, estes esporos formam os grãos de pólen. ( ) A sequência correta é: A alternativa "C " está correta. Com relação às frases falsas: na frase I, o erro encontra-se na nomeação dos gametófitos masculinos (que, na verdade, seria o microgametófito) e feminino (que seria o megagametófito). Já a frase III, o erro encontra-se ao apontar o endosperma diploide. Na verdade, uma das células espermáticas fecunda a célula central, que era binucleada, formando assim o endosperma triploide. As demais frases estão corretas. 2. Uma sinapomorfia é compartilhamento de uma apomorfia (um caráter derivado, quando comparada a uma característica ancestral) por dois ou mais grupos (espécies, gêneros, famílias). Ex.: Os mamíferos possuem a mama como uma sinapomorfia. Qual das sinapomorfias das Angiospermas a seguir representa um passo evolutivo importante para a nutrição das sementes. A alternativa "B " está correta. Feedback: A formação do tecido nutritivo das sementes (endosperma) se dá pela dupla fecundação. Dessa forma, o endosperma auxiliará na nutrição durante a germinação da semente. MÓDULO 2 Identificar a origem, evolução e as relações filogenéticas das Angiospermas ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS ANGIOSPERMAS “(...) O RÁPIDO DESENVOLVIMENTO, TÃO AVANÇADO QUANTO PODEMOS JULGAR SOBRE TODAS AS PLANTAS SUPERIORES, DAS QUAIS OS ÚLTIMOS TEMPOS GEOLÓGICOS SÃO UM ABOMINÁVEL MISTÉRIO." (DARWIN, 1879) Fonte: Shutterstock. A frase acima trata de um dos maiores enigmas da carreira de Charles Darwin, a origem das Angiospermas. Em uma carta endereçada a seu amigo Hooker, Darwin chamou esta situação de um abominável mistério. “POR QUE EXISTEM TANTOS REGISTROS FÓSSEIS EM UM CURTO ESPAÇO DE TEMPO, VISTO QUE A EVOLUÇÃO É GRADUAL?”. Esta era a pergunta central de Darwin. Hoje, o método mais confortável de responder esta pergunta seria baseado no princípio da evolução saltatória, a qual não necessariamente precisa ocorrer de forma gradual. Para você compreender melhor a origem das Angiospermas (até onde a ciência avançou), vamos começar falando um pouco sobre a história do planeta Terra e das primeiras plantas terrestres. PRIMEIRAS EMBRIÓFITAS 3,5 E 1,2 BILHÕES ANOS (PRÉ-CAMBRIANO) No início da vida na Terra, o Pré-cambriano, mais especificamente entre 3,5 e 1,2 bilhões de anos atrás, foi considerado como a era dos estromatólitos (Essencialmente rastros fósseis da atividade de cianobactérias) (essencialmente rastros fósseis da atividade de cianobactérias). Naquele momento, o planeta era muito isolado, no entanto, com intensa atividade fotossintética realizada por esses organismos. Este foi o primeiro passo para a introdução do oxigênio na atmosfera e, consequentemente, para a vida das plantas terrestres dependentes deste oxigênio. 450 MILHÕES DE ANOS Contudo, estima-se que as primeiras Embriófitas (plantas terrestres) só surgiram há cerca de 450 milhões de anos atrás. Apenas há cerca de 400 milhões de anos começaram a surgir as primeiras plantas vasculares (Traqueófitas), no entanto, ainda com pequenas dimensões. 400 E 380 MILHÕES DE ANOS (PERÍODO DEVONIANO) Já entre 400 e 380 milhões de anos atrás, no Devoniano, iniciou-se a evolução das plantas vasculares, com estes grupos evoluindo para formas mais complexas, desenvolvendo folhas, raízes e estruturas reprodutivas mais derivadas. 380 E 300 MILHÕES DE ANOS (ENTRE O DEVONIANO E O CARBONÍFERO) Posteriormente, surgiram as “primeiras florestas”, principalmente, compostas pelas pró- gimnospermas (Anteriores às Gimnospermas atuais.) e samambaias com sementes (Grupos anteriores ao que conhecemos hoje de plantas com sementes.) . Estima-se que as samambaias com sementes foram o primeiro grupo a possuir sementes verdadeiras. Esses grupos já possuíam sistemas vasculares e estruturas reprodutivas mais derivadas. Além disso, neste momento, provavelmente, ocorreu o desenvolvimento do crescimento secundário (formação do lenho) nesses organismos, favorecendo o alcance de tamanhos maiores. AS ESPERMATÓFITAS (OU PLANTAS COM SEMENTES) O começo do Mesozoico, entre 250 e 145 milhões de anos, foi considerado como a era das Gimnospermas. A vida na Terra naquele momento era dominada por este grupo, os quais já, provavelmente, eram diferenciados em Coníferas, Cicadáceas e Ginkgo. O grupo chamado de Gimnospermas por muitos anos foi considerado como não monofilético. No entanto, hipóteses mais recentes apontaram para o monofiletismo dos grupos atuais de Gimnospermas. A relação entre as Angiospermas e as Gimnospermas ainda permanece em constante discussão no campo científico. Fonte: Wikimedia. O GRUPO DAS GNETALES (UMA GIMNOSPERMA) FOI POR MUITO TEMPO CONSIDERADO MAIS PRÓXIMO DAS ANGIOSPERMAS QUE DAS DEMAIS GIMNOSPERMAS, PRINCIPALMENTE, POR POSSUÍREM “FLORES”, DUPLA FECUNDAÇÃO E ELEMENTOS DE VASO. QUANDO SURGIRAM AS ANGIOSPERMAS? Estima-se que o ancestral dos grupos que nós conhecemos como as Angiospermas atuais surgiu há cerca de 140 milhões de anos, no início do Cretáceo. Entretanto, existem alguns trabalhos que colocam as Angiospermas com origem anterior, no Jurássico superior (160-140 milhões de anos atrás) - ou até mesmo anterior. Fonte: Sauquet et al. 2017 Árvore filogenética datada com a origem das Angiospermas e de seus grupos. “Ma” refere- se a milhões de anos. Os fósseis de Angiospermas mais antigos (Pólens) são pólens datados de cerca de 135 milhões de anos. Além disso, foram descobertos fósseis dos grupos atuais das Angiospermas, datados de cerca de 125 milhões de anos, como no caso das Eudicotiledôneas e de Angiospermas basais. Apesar da constante evolução da ciência, a exata data de origem das Angiospermas permanece sendo refinada ao longo dos diversos trabalhos que são publicados. No entanto, é importante compreender que sua origem se deu antes dos primeiros registros fósseis. O final do Mesozoico, no Cretáceo (145-66 milhões de anos atrás), sem sombra de dúvidas foi a era das Angiospermas. Este grupo que, provavelmente, surgiu, diversificou-se e iniciou sua dominância do ambiente terrestre ainda neste período. Ainda neste momento, as Angiospermas estabeleceram muitas relações de coevolução com seus polinizadores, espalhando-se pelos mais diversos cantos do globo terrestre, os quaispassaram a dominar os ecossistemas, permanecendo nestas condições até os dias atuais. PARA SE TER UMA NOÇÃO, ENQUANTO, ATUALMENTE, AS ANGIOSPERMAS POSSUEM ENTRE 250 MIL E 450 MIL ESPÉCIES, AS GIMNOSPERMAS POSSUEM MENOS DE 1000 ESPÉCIES. COM ASCENSÃO HUMANA AO FINAL DO PLEISTOCENO, A COMPOSIÇÃO DA FLORA MUNDIAL MODIFICOU-SE, PRINCIPALMENTE, DEVIDO A DOMESTICAÇÃO DE ALGUMAS ESPÉCIES PARA A AGRICULTURA E A ORNAMENTAÇÃO. COMO SERIAM AS PRIMEIRAS FLORES? Fonte: (https://www.nature.com/articles/ncomms16047) Modelo da primeira flor das Angiospermas, adaptada de Sauquet et al. (2017). Através de modelagens estatísticas aliadas aos registros fósseis e à morfologia dos primeiros grupos a se divergirem nas Angiospermas, cientistas propuseram a morfologia da primeira flor das Angiospermas. Esta flor, provavelmente, era bissexual. Seu perianto possuía mais de 10 tépalas (não diferenciadas entre sépalas e pétalas), espiraladas, trímeras, livres e actinomorfas. Seu gineceu possuía ovários súperos com mais de 5 carpelos, livres. Seu androceu possuía mais de seis estames, trímeros e introrsos. QUAIS AS RELAÇÕES DAS ANGIOSPERMAS COM OUTROS GRUPOS? Estima-se que as Angiospermas possam ser mais relacionadas às “samambaias com sementes”, ou até mesmo às Bennettitales (grupo extinto afim das Cycadales), com órgãos reprodutivos bem próximos das Angiospermas atuais. Essas relações foram vistas por diferentes formas por especialistas ao longo do século XX, principalmente, quanto à inclusão ou não das Gnetales como grupo irmão das Angiospermas, que junto das Bennettitales, formariam o clado das antófitas. Apesar de diversos trabalhos terem corroborado a formação deste clado, o que também faria sentido morfológico, atualmente acredita-se que as Gnetales são o grupo irmão das Pinales (Coníferas, grupo da árvore de natal.) . Além disso, estudos recentes sem a inclusão de grupos extintos também apontaram as Gimnospermas como um grupo monofilético. Desta forma, não seria possível a formação do clado das Antófitas. Fonte: Adaptada de MOBOT Refere-se à hipótese mais recente. Fonte: Adaptada de Judd et al. 2009 Refere-se à hipótese das antófitas. QUAL A IMPORTÂNCIA DA COEVOLUÇÃO? Outro aspecto importante na evolução das Angiospermas, foi a coevolução de suas espécies e grupos com os outros organismos, principalmente, polinizadores. VOCÊ SABIA As primeiras plantas com sementes produziam grandes quantidades de pólen e eram anemófilas (polinizadas pelo vento). Esta grande quantidade de pólen era necessária para aumentar a probabilidade de alcançarem outro indivíduo fértil e realizarem a fecundação. Estas flores não necessitavam produzir néctar, nem gastar energia na produção de odores e cores atrativos à polinizadores. Já no caso das Gimnospermas, a ausência do tegumento em volta dos óvulos (como observado nas Angiospermas) por vezes, resulta em uma perda de pólen, que, apesar de atrair animais em busca desta “recompensa”, acaba servindo de alimento para esses organismos. Dessa forma, a evolução de um carpelo fechado foi vantajosa para a reprodução deste grupo. Outra característica referente à proteção dos óvulos está relacionada aos ovários ínferos, por vezes observados nas Angiospermas. Entre os principais grupos de polinizadores das Angiospermas, destacam-se as abelhas. Interessantemente, a diversificação das abelhas se deu em tempos parecidos com o de alguns grupos de Angiospermas as quais polinizam. Dessa forma, essa “evolução em conjunto” nos leva a acreditar que esta relação pode ter favorecido ambos os grupos. As Angiospermas desenvolveram diversas estratégias para atração desses organismos, desde cores vibrantes, resinas e néctar. Enquanto isso, esses organismos também desenvolveram estratégias para alcançar essas recompensas, como longas probóscides (Línguas) , no caso de abelhas, ou bicos finos e alongados, no caso de beija-flores. Fonte: Shutterstock. Fonte: Shutterstock. Com relação às aves e morcegos, a abundância de néctar foi importante para a atração desses animais. Flores adaptadas à polinização por morcegos costumam abrir de noite, justamente devido ao hábito noturno desses animais. Já, por outro lado, flores polinizadas por beija-flores costumam abrir nas primeiras horas da manhã, pelo mesmo motivo. Em ambos os casos, a diversificação dos animais e das Angiospermas que possuem polinização por esses organismos deu-se de forma coevolutiva. Sendo assim, a grande diversidade de formas, cores e odores das flores estão (ou foram) moldadas conforme o interesse de seus polinizadores, ou devido à ausência desses. Fonte: Adaptada de MOBOT Um exemplo de coevolução é a “Orquídea de Darwin” e sua respectiva mariposa (Leia mais sobre este caso no explore +). RELAÇÕES ENTRE AS ANGIOSPERMAS E O APG VOCÊ SABE O QUE É O APG? A sigla APG do inglês refere-se ao Grupo de Filogenia das Angiospermas, ou seja um grupo de botânicos que de tempos em tempos publicam novidades a respeito da classificação das Angiospermas. COMO O PRÓPRIO NOME JÁ DIZ, ESTE SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO É BASEADO EM HIPÓTESES FILOGENÉTICAS RESULTANTES DE ANÁLISES MOLECULARES. DEVIDO AOS FREQUENTES AVANÇOS NESTA ÁREA AO LONGO DOS ANOS, É NECESSÁRIA A FREQUENTE ATUALIZAÇÃO E REDISCUSSÃO DO POSICIONAMENTO DOS GRUPOS. O PRIMEIRO APG FOI PUBLICADO EM 1998, O SEGUNDO EM 2003 E O TERCEIRO EM 2009. ATUALMENTE, ESTE ENCONTRA-SE EM SUA QUARTA EDIÇÃO (APGIV), PUBLICADA EM 2016. O QUE AS EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS ATUAIS SUGEREM PARA O RELACIONAMENTO ENTRE AS ANGIOSPERMAS? Com o passar do tempo e a evolução dos métodos de classificação, houve um refinamento do entendimento das relações entre os grupos de Angiospermas (chamada de filo Magnoliophyta) . Por muitos anos, acreditava-se que o grupo “mais primitivo” das Angiospermas seria o das Magnolídeas (formado pelas famílias do abacate, pimenta-do-reino, Magnólias entre outros). No entanto, com a evolução dos métodos moleculares para utilização do APG como sistema de classificação, esta e outras hipóteses foram refutadas. Anterior à classificação baseada em filogenia molecular do APG, as Angiospermas eram divididas em duas classes, Liliopsida (Monocotiledôneas) e Magnoliopsida (Dicotiledôneas) . Este último grupo englobava além do que é chamado atualmente de eudicotiledôneas, as “Angiospermas basais” (grado ANA e magnolídeas). No entanto, as análises moleculares demonstraram que estas relações poderiam estar erradas, e que a presença dos dois cotilédones não seria suficiente para suportar o grupo das “dicotiledôneas”. Fonte: Adaptada de APG IV e Judd et. al. 2009 Classificação das Angiospermas atuais. Por questão de organização, nomes de grupos e sinapomorfias virão grifadas em negrito e são baseadas em Judd et al. (2009). Os números estão de acordo com a Legenda: Atualmente, acredita-se que os primeiros grupos (dos grupos atuais) a se divergirem dentro das Angiospermas foram as Amborellales (grupo que possui apenas uma espécie, Amborella trichopoda), as Nymphaeales (grupo das vitórias-régias) e Austrobaileyales, ou seja o grado ANA (devido as letras iniciais dos nomes) ou ANITA. Estas três ordens tiveram divergências independentes, por isso não são consideradas como um clado (como mencionado na introdução). Os elementos de vaso (1) sugiram logo após a divergência das Amborellaceae (não incluso neste grupo), sendo presentes nas demais Angiospermas. Após a divergência das Nymphaeales outros dois caracteres importantes também surgiram na evolução das Angiospermas, o pólen columelado (2) e os óleos aromáticos (3). Por outro lado, os carpelos plicados com fusão pós genital (4) são características de todas as Angiospermas, exceto do grado ANA. Ao contrário do grado ANA, as Magnolídeas formam um clado, composto por quatro ordens: Piperales, Laurales, Canellales e Magnoliales, consideradas anteriormente como “basais” das “dicotiledôneas”. Uma característica presente em ambos os grupos,que pode ser considerada como uma sinapomorfia, é a presença dos compostos secundários (5). Curiosamente, muitas espécies deste grupo, como, por exemplo Aristolochia (gênero do papo-de-peru) possuem fortes odores em suas folhas quando maceradas, ou com caules cortados. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal De acordo com o último APG, a ordem Chloranthales, não inclusa em nenhum grande grupo, encontra-se posicionada como grupo irmão das Magnolídeas. As Monocotiledôneas, que, apesar de alguns rearranjos internos, principalmente, a nível de famílias, permaneceram essencialmente as mesmas da última classificação (anterior aos APGs). As novidades evolutivas deste grupo foram principalmente com relação à presença de apenas um cotilédone (6), venação paralela das folhas (7) (com exceção de poucos grupos, por exemplo das Araceae, família da costela-de-adão e da taioba), caule com feixes vasculares esparsos (8), hábito herbáceo (9) e raízes adventícias (10). Além disso, em grande parte das monocotiledôenas são observados verticilos florais (pétalas, sépalas, carpelos, estames) múltiplos de 3 (trímeros). Assim como nos outros grupos, as Monocotiledôneas possuem pólen com apenas uma abertura (monossulcado). As Monocotiledôneas compreendem as orquídeas (Orchidaceae), bromélias (Bromeliaceae), gramíneas (Poaceae), palmeiras (Arecaceae), entre outras famílias. Por outro lado, as Eudicotiledôneas representam cerca de ¾ de todas as espécies de Angiospermas. Além dos dois cotilédones observados também em outros grupos, este grupo tem como características as anteras altamente diferenciadas dos filetes (11), a perda dos óleos aromáticos (12) e a presença de pólen triaperturado (13) (tricolpado, triporado ou tricolporado). A presença deste pólen é uma das características mais importantes e determinantes deste grupo, a qual foi uma das últimas a surgirem nos registros fósseis. • Grande parte das Eudicotiledôneas possui verticilos florais múltiplos de 4 ou 5 (tetrâmeras ou pentâmeras). O grupo das Ceratophyllales, atualmente, encontra-se posicionado como mais próximo às Eudicotiledôneas. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal autor/shutterstock Pólen tricolpado de Eudicotiledônea. autor/shutterstock Feixes vasculares dispersos em caule de Monocotiledônea. NOMENCLATURA BOTÂNICA E DESCRIÇÃO DE NOVAS ESPÉCIES VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. A ORIGEM DAS ANGIOSPERMAS FOI CONSIDERADA POR CHARLES DARWIN COMO UM DOS PRINCIPAIS ENIGMAS PARA O ENTENDIMENTO DA EVOLUÇÃO DESTE GRUPO. COM RELAÇÃO À ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS ANGIOSPERMAS, LEIA AS FRASES A SEGUIR: I - ESTUDOS RECENTES APONTAM A ORIGEM DO ANCESTRAL DOS GRUPOS ATUAIS DAS ANGIOSPERMAS NO INÍCIO DO CRETÁCEO (CERCA DE 140 MILHÕES DE ANOS ATRÁS). II - APESAR DE SURGIREM NO CRETÁCEO, AS ANGIOSPERMAS SÓ SE DIVERSIFICARAM CERCA DE 100 MILHÕES DE ANOS DEPOIS. III - A HIPÓTESE DAS ANTÓFITAS LEVA EM CONSIDERAÇÃO UM CLADO FORMADO PELAS ANGIOSPERMAS E AS CYCADALES. IV - AS PRIMEIRAS FLORES DAS ANGIOSPERMAS, PROVAVELMENTE, ERAM UNISSEXUADAS E APRESENTAVAM VERTICILOS POUCOS NUMEROSOS. V - A COEVOLUÇÃO DE GRUPOS DE ANGIOSPERMAS E DE ANIMAIS POLINIZADORES É OBSERVADA ATRAVÉS DE DATAÇÕES DE DIVERSIFICAÇÕES CONVERGENTES EM ÁRVORES FILOGENÉTICAS. SÃO VERDADEIRAS APENAS AS FRASES: A) I e IV B) II e III C) IV e V D) I e V 2. OS NÚMEROS PRESENTES NESTA ÁRVORE FILOGENÉTICA A SEGUIR REFEREM-SE A ALGUNS NOMES OU SINAPOMORFIAS DE GRUPOS DAS ANGIOSPERMAS. DESSA FORMA, ASSINALE A SEQUÊNCIA CORRETA: A) 1 - Grado ANA; 2 - Magnolídeas; 3 - Eudicotiledôneas; 4 - anteras bem diferenciadas dos filetes; 5 - perda dos óleos aromáticos. B) 1 - Clado ANA; 2 - Magnoliophyta; 3 - Eudicotiledôneas; 4 - anteras bem diferenciadas dos filetes; 5 - perda dos óleos aromáticos. C) 1 - Clado ANITA; 2 - Magnolídeas; 3 - Eudicotiledôneas; 4 - anteras bem diferenciadas dos filetes; 5 - perda dos óleos aromáticos. D) 1 - Grado ANA; 2 - Magnolídeas; 3 - Dicotiledôneas; 4 - anteras bem diferenciadas dos filetes; 5 - venação paralela. GABARITO 1. A origem das Angiospermas foi considerada por Charles Darwin como um dos principais enigmas para o entendimento da evolução deste grupo. Com relação à origem e evolução das Angiospermas, leia as frases a seguir: I - Estudos recentes apontam a origem do ancestral dos grupos atuais das Angiospermas no início do Cretáceo (cerca de 140 milhões de anos atrás). II - Apesar de surgirem no Cretáceo, as Angiospermas só se diversificaram cerca de 100 milhões de anos depois. III - A hipótese das antófitas leva em consideração um clado formado pelas Angiospermas e as Cycadales. IV - As primeiras flores das Angiospermas, provavelmente, eram unissexuadas e apresentavam verticilos poucos numerosos. V - A coevolução de grupos de Angiospermas e de animais polinizadores é observada através de datações de diversificações convergentes em árvores filogenéticas. São verdadeiras apenas as frases: A alternativa "D " está correta. Apesar de alguns estudos anteriores apontarem a origem das Angiospermas anterior ao Cretáceo (no Jurássico, ou até mesmo antes), atualmente, as evidências apontam para o surgimento deste grupo no início do Cretáceo. Ainda no Cretáceo, as Angiospermas tiveram grande diversificação. Com relação ao clado das antófitas, este refere-se às Angiospermas, Gnetales (Gimnosperma) e as Bennetittales (grupo extinto, proximamente relacionado às Cicadáceas. Tendo em vista análises recentes, a “mãe de todas as flores” era bissexual e possuía grande número de verticilos (você poderá rever este assunto no tópico “Como seriam as primeiras flores?”). A coevolução refere-se à evolução “em conjunto”, neste caso, entre a relação planta-polinizador. 2. Os números presentes nesta árvore filogenética a seguir referem-se a alguns nomes ou sinapomorfias de grupos das Angiospermas. Dessa forma, assinale a sequência correta: A alternativa "A " está correta. Como mencionado na aula, o grado ANA não forma um clado. A presença dos compostos secundários foi considerada uma sinapomorfia das Magnolídeas. O único grupo que possui pólen triaperturado são as Eudicotiledôneas, sendo esta sua principal sinapomorfia. Além disso, as anteras bem diferenciadas dos filetes e a perda dos óleos aromáticos também são características deste grupo. MÓDULO 3 Classificar as principais famílias de Angiospermas quanto a sua morfologia e taxonomia Neste módulo, você aprenderá sobre as características taxonômicas e morfológicas das principais famílias de Angiospermas do Brasil e do mundo. Para fins didáticos, dividimos este em 4 tópicos: o grado ANA ou ANITA; o clado das Magnolídeas, o clado das Monocotiledôneas, o clado das Eudicotiledôneas. Aqui, buscaremos trazer estas informações com maior enfoque nos grupos que ocorrem no Brasil. *A classificação aqui apresentada segue o APG IV. Fonte: APG IV Árvore filogenética das Angiospermas. O GRADO ANA Fonte: Wikipedia. Botões e flores estaminadas (flores masculinas) de Amborella trichopoda. AMBORELLALES O primeiro grupo a se divergir nas Angiospermas atuais. Possui apenas uma família, Amborellaceae, com apenas uma espécie, Amborella trichopoda. Esta espécie é considerada endêmica da Nova Caledônia, um arquipélago da Oceania, ocorrendo nas áreas úmidas. Suas flores são entomófilas ou anemófilas, sendo observada grande frequência de besouros como visitantes florais. Suas flores são unissexuais (ou seja, possuem dois tipos, uma flor estaminada e outra flor carpelada). Possui de 5 a 11 tépalas formando uma corola actinomorfa. Enquanto a flor carpelada possui entre 5 e 6 carpelos, a flor estaminada possui estames numerosos e pólens monoaperturados. Possui um receptáculo levemente côncavo, o qual rasga-se quando a flor está madura. Seus frutos são drupas agregadas. Fonte: O autor Vitória-régia (Victoria amazonica, Nymphaeales).NYMPHAEALES (NYMPHAEACEAE) No Brasil, compreende cerca de 24 espécies (das 58 conhecidas no mundo) distribuídas em três gêneros. Uma conhecida espécie deste grupo é a vitória-régia (Victoria amazonica). Suas flores são, frequentemente, visitadas por abelhas e moscas. Possuem pelos que secretam mucilagem e laticíferos (glândulas de látex). Anatomicamente, possuem feixes vasculares com canais de ar que auxiliam na flutuação de suas folhas. Suas flores são bissexuais, solitárias e emergem em um longo pedicelo. Além disso, possuem tépalas, formando uma corola actinomorfa. Seus estames e carpelos variam de 3 a numerosos. Seus frutos podem ser bagas ou nozes. Fonte: Shutterstock. Fruto de anis estrelado AUSTROBAILEYALES Atualmente, engloba três famílias (Austrobaileyaceae, Illiciaceae, Trimeniaceae) e cerca de 100 espécies distribuídas, principalmente, nas florestas úmidas no sudeste asiático e na região do sudeste dos Estados Unidos, México e Cuba. Uma conhecida espécie deste grupo é o anis- estrelado (Illicium verum), que tem suas flores visitadas por pequenos insetos. Nenhuma das famílias ocorre no Brasil. O CLADO DAS MAGNOLÍDEAS MAGNOLIALES MAGNOLIACEAE Com cerca de 300 espécies, é mais frequente em regiões temperadas, como na Ásia e América do Norte. No Brasil, ocorrem três espécies do gênero Magnolia. Suas espécies são frequentemente utilizadas como plantas ornamentais. Suas flores são bastante vistosas, geralmente, visitadas e polinizadas por besouros (raramente, por abelhas). Possuem flores solitárias e terminais. Essas flores são bissexuais e actinomorfas, possuem tépalas, geralmente, numerosas, assim como seu androceu e gineceu. Seus frutos são folículos e sâmaras. Fonte: Shutterstock. ANNONACEAE Esta família é a mais diversificada da ordem no Brasil. Possui cerca de 380 espécies (das quase 2500 espécies conhecidas). A fruta-do-conde, graviola e as pinhas compõem esta família, atribuindo importância econômica a este grupo. São distribuídas em florestas tropicais e subtropicais ao longo do globo. Suas flores são, frequentemente, visitadas por besouros, moscas e abelhas. Suas flores são actinomorfas, bissexuadas e trímeras. Possuem androceu numeroso e gineceu de 3 a numeroso. Além disso, possuem ovário apocárpico (carpelos separados), que resultam em frutos agregados de bagas. Fonte: Shutterstock. Annona sp. (Annonaceae). LAURALES LAURACEAE Conhecida por ser a família do abacate (Persea americana) e do louro (Laurus nobilis) esta é a maior família das Lauraceae. Amplamente distribuída no planeta (principalmente, nas regiões dos trópicos), ocorre, principalmente, nas florestas úmidas. No Brasil, apresenta cerca de 440 espécies (das quase 3000 conhecidas). Suas flores são frequentemente visitadas por insetos, principalmente, abelhas e moscas. Geralmente, são arbóreas e suas flores são poucos vistosas. Essas flores são trímeras, com androceu variando de 3 a 12 estames e apenas um carpelo disposto em um ovário súpero. Seus frutos são, geralmente, drupas (raramente bagas). Suas sementes possuem grandes cotilédones e endosperma ausente. Fonte: Shutterstock. O abacate, Persea americana (Lauraceae). CANELLALES WINTERACEAE Ao contrário da maioria das Angiospermas, as Winteraceae não possuem elementos de vaso. Com o total de cerca de 100 espécies, no Brasil são conhecidas apenas três (do gênero Drymis). Geralmente, os integrantes desta família apresentam uma polinização, principalmente, por insetos. Possuem hábito arbóreo, as flores são, geralmente, bissexuais, actinomorfas, variando de duas a quatro sépalas, cinco ou mais pétalas. Seu androceu e gineceu podem ser numerosos (sendo o gineceu por vezes reduzido a apenas um). Uma interessante característica desse grupo é a presença de pólens agrupados em quatro (tétrades). Frutos são compostos de bagas e folículos. Fonte: O autor. Drymis brasiliensis (Winteraceae). PIPERALES PIPERACEAE A família é amplamente distribuída no mundo, principalmente, em regiões tropicais e subtropicais. Apresenta flores, geralmente, pouco vistosas dispostas em uma inflorescência do tipo espiga. No Brasil, são conhecidas 470 (das mais de 3500) espécies, principalmente inclusas nos gêneros Peperomia e Piper. Suas flores, em geral, são polinizadas por insetos. Uma espécie de interesse econômico deste grupo é a pimenta-do-reino (Piper nigrum). Geralmente, são ervas ou pequenas arvoretas, frequentemente, encontradas como epífitas (como espécies de Peperomia). As flores são aclamídeas (ou seja, não possuem sépalas, nem pétalas) e actinomorfas. O androceu varia de 1 a 10 estames, gineceu de 1 a 4 carpelos. Frutos do tipo drupas dispostos em espigas. Vale ressaltar que as flores são pequenas, e as espécies monoicas ou dioicas. Fonte: Shutterstock. ARISTOLOCHIACEAE Esta é uma família com morfologia exótica e diferenciada dentro das Angiospermas. Assim como as piperáceas, também são encontradas em todo o globo, desde regiões temperadas a tropicais. No Brasil, possuem 90 (das quase 600) espécies. Suas flores são polinizadas, principalmente, por dípteros (moscas), devido à morfologia diferenciada de suas flores, que possuem o cálice extremamente elaborado. Este cálice, aliado ao odor fétido funciona como uma armadilha para esses animais. São lianas (trepadeiras) e ervas. As flores podem ser actinomorfas ou zigomorfas, em que suas sépalas e pétalas (frequentemente, ausentes) são trímeras, sendo suas sépalas muito mais vistosas e maiores. O androceu varia de 6 a 12 estames e gineceu de 4 a 6 carpelos. Os frutos são cápsulas septícidas, geralmente, presas nas extremidades. Fonte: Shutterstock. Aristolochia sp. (Aristolochiaceae). EXISTEM DOIS GRUPOS DE POSIÇÕES “INCERTAS” NAS ANGIOSPERMAS, AS CHLORANTALES, FREQUENTEMENTE EMERGINDO PRÓXIMO ÀS MAGNOLÍDEAS E AS CERATOPHYLLALES (EMERGINDO PRÓXIMO ÀS EUDICOTILEDÔNEAS). AMBOS OCORREM NO BRASIL. O CLADO DAS MONOCOTILEDÔNEAS ALISMATALES ARACEAE Representa a família da costela-de-adão (Monstera deliciosa) e da taioba (Xanthosoma sagittifolium). Ao contrário das demais Monocotiledôneas, possuem folhas compostas que podem ser palmadas ou pinadas. As inflorescências deste grupo são em forma de espiga (carnosa) e possuem pequenas flores. Este tipo de inflorescência chama-se espádice (envolta de uma bráctea, chamada espata). Em diversos casos, são observados besouros como polinizadores de suas flores. Os gêneros, frequentemente, encontrados no Brasil são Anthurium e Philodendron. Ao todo, são conhecidas cerca de 520 (das cerca de 6500) espécies deste grupo no Brasil. Suas flores são actinomorfas e suas tépalas são, frequentemente, ausentes, porém, quando presentes variando de 4 a 6. O androceu e o gineceu são trímeros. O fruto, geralmente, é do tipo baga. Fonte: Shutterstock. A taioba, Xanthosoma sagittifolium (Araceae). ALISMATACEAE É comum que sejam ervas aquáticas, total ou parcialmente submersas. No Brasil, possui 39 (das cerca de 115) espécies. Suas flores, geralmente, são trímeras (todos verticilos), diclamídeas e heteroclamídeas. O gineceu é dialicarpelar, ou seja, os carpelos não são fundidos. Seus frutos são aquênios ou folículos. Fonte: Wikipedia. Echinodorus macrophyllus (chapéu de couro). DIOSCOREALES Fonte: Wikipedia. Dioscorea esculenta. DIOSCOREACEAE Esta família engloba, principalmente, lianas (trepadeiras) que formam tubérculos. Uma conhecida espécie é o inhame (Dioscorea sp.), presente na culinária brasileira. Possui 141 (das 870) espécies do gênero Dioscorea no Brasil. Suas flores, assim como diversas Monocotiledôneas, são trímeras, actinomorfas, diclamídeas, homoclamídeas. O gineceu é gamocarpelar (fundido). Seus frutos, geralmente, são cápsulas aladas ou bagas. PANDANALES Fonte: O autor. Vellozia sp. (Velloziaceae). VELLOZIACEAE Esta interessante família é muito frequente nas regiões de campo rupestre do Brasil Central e do Leste brasileiro. Podemser encontradas, frequentemente, no domínio do Cerrado e da Mata Atlântica. Suas flores são visitadas por diversos insetos, principalmente, devido as suas grandes flores vistosas, com cores vivas, sendo comum em tons de roxo, como no caso do gênero Vellozia. No Brasil, possui cerca de 220 (das cerca de 300 conhecidas!) espécies. São ervas arborescentes, nos quais seus caules ficam escondidos entre as barrinhas de folhas mortas. Suas flores são extremamente vistosas, trímeras, homoclamidea. O gineceu é gamocarpelar e seus frutos capsulares. LILIALES Fonte: O autor. ALSTROEMERIACEAE Outra família com flores bastante chamativas são as Alstroemeriaceae. Apresentam distribuição, principalmente, nos neotrópicos, com centro de diversidade na região dos Andes. Economicamente, são utilizadas como plantas ornamentais pela sua beleza e facilidade de cultivo de algumas espécies. No Brasil, possui 45 (das 165) espécies, principalmente, do gênero Alstroemeria. São, em geral, lianas, suas folhas são torcidas em ângulo de 180º Suas flores são bastante vistosas, zigomorfas, diclamídias, bissexuadas, com cálice e corola unidos entre si. Os frutos são capsulares. ASPARAGALES AMARYLLIDACEAE No mundo inteiro, esta família é frequentemente utilizada como plantas ornamentais. Ao todo, possuem cerca de 1600 espécies. No Brasil, possui alguns gêneros nativos, como, por exemplo, Hippeastrum, o qual possui belíssimas flores, principalmente, observadas em campos abertos ou até mesmo como epífitas. No Brasil, possui 166 espécies publicadas. São ervas que formam bulbos ou rizomas, suas flores são bastante vistosas, trímeras, diclamídeas e homoclamídeas. Por vezes, o cálice e a corola são unidos entre si. Frutos são cápsulas ou raramente bagas. Fonte: Shutterstock. IRIDACEAE Esta família também possui grande potencial ornamental. Frequentemente, são utilizadas como ornamentais em canteiros do Brasil. A distribuição das iridáceas é praticamente cosmopolita, contudo, existem gêneros nativos do Brasil. Podem ser encontradas em campos rupestres ou até mesmo em regiões sombreadas ou de altitude. No Brasil, possuem cerca de 220 (das mais de 2000) espécies. São ervas bulbosas ou rizomatosas, suas folhas são alternas dísticas (o que é uma importante característica taxonômica). Suas flores são extremamente vistosas, sendo estas diclamídeas. O gineceu é trímero, gamocarpelar e possui o ovário ínfero. Seu androceu varia de 2 a 3 em número. Os frutos das iridáceas são capsulares. Fonte: Shutterstock. Neomarica sp. (Iridaceae). ORCHIDACEAE Esta famosa família é a mais diversa em número de espécies das Monocotiledôneas, possuindo cerca de 20 mil espécies (isso sem contar os híbridos artificiais produzidos, que são inúmeros). É redundante falar que esta espécie possui um grande potencial ornamental, no entanto, as espécies que observamos frequentemente sendo vendidas no Brasil são de origem extrabrasileira (como, por exemplo, as Phalaeonopsis, asiáticas). Além disso, as orquídeas também possuem importância econômica em outras áreas, como na utilização de espécies do gênero Vanilla para a produção do extrato de baunilha. No Brasil, são conhecidas cerca de 2700 espécies, tendo este número aumentado consideravelmente ano a ano através da descoberta de novas espécies. São ervas que formam pseudobulbos (característica taxonômica importante das orquídeas) e que podem ser terrestres, epífitas ou rupícolas. Suas flores, no geral, são extremamente vistosas, diclamídeas com uma das pétalas da corola modificada em “labelo”, servindo como “pista de pouso” para seus polinizadores. Outra característica exclusiva das orquídeas dentro das Monocotiledôneas é a formação de políneas, estas que são formadas por pólen agrupado e lançadas após a visita de seus polinizadores. Seus frutos são capsulares. Fonte: O autor Orquídea ornamental, Orchidaceae. Repare no labelo (a estrutura de cor rosa). ARECALES Fonte: Wikipedia. ARECACEAE Corresponde à família das Palmeiras. Possui grande potencial econômico, desde a indústria alimentícia, como no caso do coco (Cocos nucifera), do açaí (Euterpe oleracea) e do palmito- juçara (Euterpe edulis), como ornamental, no caso da palmeira-imperial (Roystonea oleracea). A distribuição das palmeiras é pantropical. No Brasil, podem ser encontrados nos mais diversos tipos de biomas e são conhecidas 370 espécies. Seus caules são do tipo estipe, apenas presentes neste grupo de plantas, entre as Monocotiledôneas. Seus caules são do tipo estipe, apenas presentes entre as Monocotiledôneas. Suas folhas possuem longos pecíolos, por vezes consideradas como “compostas” (no entanto são pinatipartidas). As inflorescências são comumente paniculadas e anexas a uma bráctea chamada de “espata” (as vezes lenhosa). Suas flores são bem pouco vistosas, geralmente, unissexuadas, trímeras e com androceu numeroso. Seus frutos são drupas ou raramente bagas. POALES BROMELIACEAE Esta família é uma das famílias exclusivas das Américas, com apenas uma exceção na África. Possuem mais de 3.600 espécies descritas, destas, cerca de 1400 ocorrem no Brasil. Além de possuírem grande potencial ornamental em geral, a espécie mais conhecida desta família é o abacaxi (Ananas comosus), o qual está presente na mesa em diversos países. As bromélias são ervas que podem ser epífitas, terrestres ou rupícolas. Suas folhas são dispostas em rosetas que acumulam água no seu interior (esta água é absorvida através de escamas adaptadas para esta função). Suas flores, geralmente, são vistosas, trímeras (em relação a todos os verticilos florais). Além disso, frequentemente, possuem brácteas (folhas modificadas) associadas às suas flores e suas inflorescências. Seus frutos variam de bagas (podendo formar infrutescências, como no caso do abacaxi) ou cápsulas com observadas nas Tillandsia. Fonte: O autor Neoregelia sp. (Bromeliaceae). ERIOCAULACEAE Esta é a família das plantas conhecidas como sempre-vivas, frequentemente, utilizadas em artesanatos em comunidades do norte e nordeste do Brasil. Possuem seu centro de diversidade em campos rupestres do Cerrado e são ervas terrestres e paludosas. No Brasil, são conhecidas 640 (das cerca de 1200) espécies, distribuídas em oito gêneros, sendo o maior e mais conhecido destes, Paepalanthus. Suas folhas também são dispostas em rosetas, como nas bromélias. Suas inflorescências formam “capítulos” e produzem flores discretas e muito pequenas. Suas flores são, geralmente, actinomorfas, diclamídeas, trímeras e unissexuadas. Seu fruto é do tipo cápsula ou aquênio. Fonte: O autor Paepalanthus planifolius (Eriocaulaceae). POACEAE Esta é a família das gramas (também dos bambus), antigamente chamada de Gramineae. Assim como as orquídeas, também é uma das famílias mais diversas do mundo, englobando cerca de 10 mil espécies, sendo 1500 destas ocorrendo no Brasil. Dentre as principais espécies desta família, destacam-se a cana-de-açúcar, milho, trigo, ambos com importante potencial econômico. São, geralmente, herbáceas, por vezes, lignificadas. É comum que suas folhas sejam alternas dísticas e suas inflorescências dispostas em espiguetas com flores não vistosas. Essas flores são, em geral, aclamídeas (sem sépalas ou pétalas) e seus demais verticilos florais são trímeros ou numerosos. Seus frutos são do tipo cariopse (como observado no milho). Fonte: O autor CYPERACEAE Esta é outra família de distribuição cosmopolita. Possuem mais de 5000 espécies, sendo destas, 700 ocorrendo no Brasil. As ciperáceas constituem em sua maioria ervas de pequeno porte com escapo anguloso. Normalmente, possuem folhas alternas espiraladas, inflorescências unidas por glomérulos envoltos por brácteas. Suas flores aclamídeas também não são vistosas. O androceu e o gineceu são trímeros e seu fruto é do tipo aquênio. Fonte: Wikimedia. Cyperus papirus. COMMELINALES Fonte: Reinhold Möller. COMMELINACEAE Família prioritariamentepantropical. No mundo, possuem cerca de 650-700 espécies; no Brasil, são conhecidas cerca de 110 espécies. Constituem ervas, geralmente, trepadeiras, raramente, epífitas. Suas inflorescências são cimosas ou unifloras. Suas flores, geralmente, são trímeras e possuem, frequentemente, pétalas unguiculadas (ou seja, com a parte basal estreitada em direção à inserção da pétala). Seus ovários são súperos e seus frutos, geralmente, capsulares (raramente bagas). ZINGIBERALES Fonte: O autor Heliconia sp. (Heliconiaceae). ZINGIBERALES Este grupo também é frequentemente reconhecido pelo seu potencial ornamental. Possui distribuição neotropical com apenas um gênero, Heliconia. Podem ser encontradas nas florestas úmidas do Brasil (principalmente, da Amazônia e Mata Atlântica). Com o total de 200 espécies, cerca de 30 delas ocorrem no Brasil. São ervas de médio porte, geralmente, com folhas peniparalelinérveas. Suas inflorescências são bastante vistosas, cimosas, com brácteas naviculadas, o que é típico deste grupo. Pode-se dizer que as brácteas são as estruturas que mais chamam atenção deste grupo, principalmente, pelas suas cores vibrantes (muitas das vezes vermelho vivo). Suas flores também são vistosas, bissexuadas, zigomorfas e trímeras. Seus ovários são ínferos e seus frutos são do tipo drupa. O CLADO DAS EUDICOTILEDÔNEAS Fonte: Wikipedia. Opuntia sp. (Cactaceae). CARYOPHYLLALES Refere-se à famosa família dos cactos. Além de seu grande potencial ornamental, também possui potencial econômico relacionado à produção de frutos para o consumo humano, por exemplo, a Pitaia (Hylocereus sp.). Esta família ocorre, principalmente, na região neotropical, com cerca de 1900 espécies. No Brasil, são representados por quase 500 espécies. Uma importante característica desta família é a modificação de suas folhas em espinhos. No entanto, alguns gêneros ainda possuem essas folhas, como por exemplo, o gênero Pereskia. Suas flores são, geralmente, vistosas, bissexuadas e monoclamídeas. Seu gineceu varia de 3 a pluricarpelar. Seus frutos, geralmente, são bagas ou cápsulas carnosas. MALPIGHIALES MALPIGHIACEAE Esta é a família da acerola, fruta bastante consumida no Brasil. Uma de suas principais características é a presença de nectários extraflorais. Esta é uma família bastante diversa no Brasil, englobando quase 600 das cerca de 1250 espécies existentes. São, geralmente, arbóreas ou lianas e suas flores possuem sépalas e pétalas pentâmeras. Seu androceu, em geral, possui 10 estames e seu gineceu é trímero. Os frutos são, frequentemente, esquizocarpos alados. EUPHORBIACEAE Esta é a família da mandioca (ou aipim, Manihot esculenta). Também com distribuição pantropical, esta família possui cerca 6700 espécies. No Brasil, são representadas por quase mil espécies. Outras conhecidas espécies deste grupo são a coroa-de-cristo (muito utilizada para fins ornamentais no Brasil, Euphorbia milii), a seringueira (Hevea brasiliensis) e a mamona (Ricinus communis). Suas espécies podem ser de herbáceas à arbóreas. Às vezes, podem desenvolver estruturas semelhantes às cactáceas, com espinhos. As Euphorbiaceae, geralmente, possuem látex e suas inflorescências são do tipo ciátio, com flores não vistosas, em geral, unissexuais. Seu gineceu trímero, com um óvulo por lóculo e seus frutos, normalmente, capsulares. PASSIFLORACEAE Esta é família dos Maracujás (Passiflora sp.). Possui mais de mil espécies distribuídas na região tropical, em especial, na África e nas Américas. No Brasil, possuem cerca de 160 espécies, principalmente, do gênero Passiflora. Suas flores são extremamente vistosas e possuem uma estrutura muito peculiar, o androginóforo (uma estrutura que eleva o gineceu e androceu), o qual é bastante desenvolvido e chamativo. São usualmente trepadeiras, com inflorescências, geralmente, reduzidas a uma única flor. Suas flores são bissexuais, em geral, pentâmeras e com ovário súpero. Os frutos são do tipo baga. Fonte: Shutterstock. Passiflora sp. (Passifloraceae). FABALES Fonte: Shutterstock. A soja, Glycine max (Fabaceae). FABACEAE Esta família, anteriormente, era conhecida como Leguminosae (principalmente, pelos seus frutos do tipo legumes). É uma das principais famílias de valor econômico, especialmente, por suas espécies alimentícias, como por exemplo, o feijão (Phaseolus vulgaris) e a soja (Glycine max). O pau-brasil (Paubrasilia echinata) também é uma Fabaceae. Possuem quase 20 mil espécies, sendo também uma das maiores famílias do mundo. No Brasil, são muito diversificadas, com quase 3 mil espécies, sendo metade dessas endêmicas. Possuem hábito desde herbáceo a arbóreo, suas folhas são, geralmente, compostas (característica típica desta família, mas também presente em outras, por exemplo, as Bignoniaceae). Suas flores podem ser vistosas, actinomorfas, diclamídeas (raramente monoclamídeas), em geral, pentâmeras, as anteras podem ser rimosas ou poricidas. O gineceu possui de 2 a 16 carpelos. Os frutos são, normalmente, legumes. ROSALES Fonte: Shutterstock. MORACEAE Assim como no caso das Euphorbiaceae, esta família também possui laticíferos (que produzem látex leitoso). Umas conhecidas espécies de Moraceae são os figos (Ficus sp.) e a jaca (Artocarpus heterophyllus), bastante consumidos no Brasil e no mundo. Possuem cerca de 1100 espécies, sendo que mais de 200 destas ocorrem no Brasil. Podem constituir ervas ou arbustos. Sua inflorescência é do tipo sicônio, o qual possui pequenas flores unissexuadas e monoclamídeas, geralmente, pentâmeras. O fruto é do tipo drupa ou aquênio, formando uma infrutescência. MYRTALES Fonte: Shutterstock. Fruto da pitangueira (Eugenia uniflora). MYRTACEAE Esta é uma família de grande importância econômica, principalmente devido a seus frutos, como por exemplo a goiaba (Psidium guajava), a jabuticaba (Myrciaria cauliflora), a pitanga (Eugenia uniflora) entre outros. Possui cerca de 6000 espécies, sendo que destas, mais de mil ocorrem no Brasil. Geralmente, são plantas arbóreas, suas folhas possuem nervuras marginais coletoras. Suas flores, normalmente, são vistosas, tetrâmeras ou pentâmeras e seus estames são numerosos e seu ovário, ínfero. Os frutos são, geralmente, do tipo drupas, bagas ou cápsulas. MALVALES Fonte: Shutterstock. O hibisco, Hibiscus sp. (Malvaceae). MALVACEAE Refere-se à família dos hibiscos e baobás. Uma importante espécie deste grupo é o cacau (Theobroma cacao). Possui distribuição, principalmente, tropical, englobando cerca de 4200 espécies. No Brasil, são conhecidas mais de 800 espécies. São árvores, arbustos ou lianas. Suas flores costumam ser vistosas e bissexuadas, pentâmeras com ovários súperos e a presença de dois ou mais carpelos. Seu androceu é disposto em um andróforo (ou seja, com numerosos estames fundidos ao redor do estilete). O fruto é geralmente do tipo baga, cápsula ou esquizocarpo. SAPINDALES Fonte: Shutterstock. RUTACEAE As rutáceas representam a família das frutas cítricas (Citrus), como por exemplo o limão, a laranja, a tangerina, entre outros. Possui distribuição, principalmente, tropical, com cerca de 2000 espécies. No Brasil, são representadas por mais de 200 espécies. São, geralmente, arbustos ou árvores e possuem folhas com pontuações translúcidas. Suas flores são, normalmente, pouco vistosas, tetrâmeras ou pentâmeras e actinomorfas. Os estames possuem o número igual ou o dobro do número de pétalas. Os carpelos variam de quatro a cinco em número. Seus frutos são do tipo drupa, baga (neste caso podendo ser modificado em hesperídio), folículo ou cápsula. SOLANALES Fonte: Wikimedia. Nicotiana tabacum (tabaco). SOLANALES Esta família, por outro lado, refere-se à família dos tomates (Solanum sp.). São encontradas, frequentemente, nos neotrópicos, em regiões “antropizadas” (como por exemplo em pastos). O principal gênero das solanáceas é Solanum. Uma de suas espécies mais conhecidas é o tabaco(Nicotiana tabacum). Possui quase 2500 espécies, ocorrendo em diversas regiões do planeta. No Brasil, é representada por quase 500 espécies. São, geralmente, ervas ou arvoretas e suas flores são actinomorfas, pentâmeras (pétalas, sépalas e androceu). O gineceu possui dois carpelos e seus frutos são do tipo baga ou cápsula. GENTIANALES RUBIACEAE Esta é a famosa família do café, sendo uma das mais diversas do mundo. Além da sua grande importância alimentícia, também possui grande potencial ornamental e medicinal. No mundo, possui quase 13500 espécies; no Brasil, são encontrados diversos gêneros nativos, englobando quase 1500 espécies. As rubiáceas possuem características muito interessantes, como as estípulas interpeciolares e a frequente heterostilia (a qual a mesma espécie pode apresentar morfos diferentes relativos à altura dos estigmas e anteras). São, geralmente, actinomorfas, possuem pétalas, sépalas e androceu tetrâmeros ou pentâmeros. Seu gineceu varia de dois a cinco carpelos. Seus frutos, normalmente, podem ser cápsulas, esquizocarpos, bagas ou drupas. Fonte: Shutterstock. O café, Coffea arabica (Rubiaceae). APOCYNACEAE Esta é mais uma das famílias que possuem látex como importante característica taxonômica. Possuem grande potencial ornamental, como por exemplo, as espirradeiras (Nerium oleander) e a jasmim-manga (Plumeria rubra). Possuem distribuição, principalmente, tropical, com cerca de 5000 espécies. No Brasil, a família é representada por quase 1.000 espécies. Geralmente, formam arbustos, ervas ou lianas. As flores são vistosas, pentâmeras e actinomorfas. O androceu possui estames epipétalos, os quais liberam pólens agrupados em políneas. Seu ovário é súpero e, geralmente, possuem dois carpelos. Seu fruto, em geral, é do tipo folículo. Fonte: Shutterstock. Nerium oleander (espirradeira). LAMIALES BIGNONIACEAE Esta é a família dos Ipês (Tabebuia sp.) e da flor-de-são-joão (Pyrostegia venusta). Possuem distribuição tropical, concentradas na América do Sul. Ao todo, possui quase 800 espécies, das quais no Brasil são representadas por mais de 400 (mais da metade do total). Geralmente, são árvores e suas flores são bastante vistosas, bissexuadas, diclamídeas e zigomorfas. Seu cálice e sua corola são pentâmeros. Seus estames são quatro, didínamos, enquanto seu gineceu, normalmente, possui dois carpelos. Seus frutos podem ser do tipo cápsula septicida ou loculicida. Em geral, possuem sementes aladas. Fonte: Shutterstock. O ipê amarelo, Handroanthus albus (Bignoniaceae). ACANTHACEAE Esta também é uma família com grande potencial ornamental, como por exemplo, as tumbérgias (Thunbergia sp.) e o camarão-amarelo (Pachystachys lutea). Possui distribuição tropical, com cerca de 4000 espécies, sendo destas, quase 500 ocorrendo no Brasil. Em geral, são ervas, raramente, lianas. Suas flores possuem brácteas vistosas e são, geralmente, zigomorfas, bissexuadas, com cálice e corola pentâmeros. O androceu é didínamo e o gineceu possui dois carpelos. Seus frutos podem ser cápsulas ou raramente drupas. Fonte: Shutterstock. Thumbergia grandiflora (tumbérgia). ASTERALES Fonte: Shutterstock. A camomila, Asteraceae. ASTERACEAE Anteriormente, conhecida como Compositae (ou compostas), esta família também é uma das mais emblemáticas e diversas das Angiospermas, sendo a maior família das Eudicotiledôneas (e das Angiospermas), com incríveis mais de 25 mil espécies, sendo mais de 2000 presentes no Brasil. Esta família possui importante valor econômico por diversos aspectos, desde alimentícios até a ornamentais, como por exemplo, o girassol (Helianthus annus). O que, aparentemente, seria chamado de “flores” neste grupo, na verdade, corresponde às suas inflorescências, chamadas de “capítulos”. Estas inflorescências possuem basicamente dois tipos de flores, sendo as flores do raio (geralmente, liguladas), que são parecidas com “pétalas” e as flores internas (geralmente, tubulares e bem pequenas). Podem ser ervas, arbustos, lianas, com presença ou não de espinhos. Suas inflorescências possuem brácteas involucrais, as quais protegem as flores dispostas em um receptáculo. As flores são actinomorfas ou zigomorfas. O cálice é, frequentemente, modificado (“plumoso”), a corola é pentâmera. Possui ovário ínfero com dois carpelos. Seu fruto é do tipo aquênio, que, muitas das vezes, são dispersos por animais ou pelo vento. OUTRAS FAMÍLIAS DE ANGIOSPERMAS VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. LEIA COM ATENÇÃO AS INFORMAÇÕES SOBRE AS SEGUINTES FAMÍLIAS: I - EUPHORBIACEAE: PRESENÇA DE TRÊS CARPELOS, PRESENÇA DE LATICÍFEROS. II - ALSTROEMERIACEAE: ERVAS COM FOLHAS TORCIDAS EM 180 GRAUS. III - NYMPHAEACEAE: INFLORESCÊNCIAS UNIFLORAS. IV - ARISTOLOCHIACEAE: FLORES SEM PÉTALAS, COM SÉPALAS DESENVOLVIDAS. V - CERATOPHYLLACEAE: FRUTO DO TIPO AQUÊNIO. A QUAIS GRUPOS PERTENCEM AS FAMÍLIAS ACIMA DESCRITAS DE I A V, RESPECTIVAMENTE? A) Monocotiledôneas, eudicotiledôneas, magnolídeas, grado ANA, eudicotiledôneas. B) Eudicotiledôneas, monocotiledôneas, grado ANA, magnolídeas, posicionamento incerto. C) Monocotiledôneas, eudicotiledôneas, magnolídeas, grado ANA, posicionamento incerto. D) Eudicotiledôneas, monocotiledôneas, grado ANA, magnolídeas, eudicotiledôneas. 2. JOÃO, AO FAZER UMA TRILHA NA MATA ATLÂNTICA, DEPARA-SE COM UMA PLANTA COM AS SEGUINTES CARACTERÍSTICAS: ARBÓREA, FOLHAS COMPOSTAS E FRUTO DO TIPO LEGUME. PROVAVELMENTE, JOÃO ENCONTROU UMA: A) Asteraceae B) Myrtaceae C) Fabaceae D) Velloziaceae GABARITO 1. Leia com atenção as informações sobre as seguintes famílias: I - Euphorbiaceae: presença de três carpelos, presença de laticíferos. II - Alstroemeriaceae: Ervas com folhas torcidas em 180 graus. III - Nymphaeaceae: Inflorescências unifloras. IV - Aristolochiaceae: Flores sem pétalas, com sépalas desenvolvidas. V - Ceratophyllaceae: Fruto do tipo aquênio. A quais grupos pertencem as famílias acima descritas de I a V, respectivamente? A alternativa "B " está correta. Ao longo das diversas análises realizadas, as Ceratophyllaceae emergiram como grupo irmão de diversos grupos (monocotiledôneas, eudicotiledôneas, de todas as Angiospermas exceto o grado ANA). No entanto, o APG IV sugere o posicionamento como grupo irmão das eudicotiledôneas, contudo, sendo considerada ainda como um grupo de posicionamento incerto. 2. João, ao fazer uma trilha na Mata Atlântica, depara-se com uma planta com as seguintes características: Arbórea, folhas compostas e fruto do tipo legume. Provavelmente, João encontrou uma: A alternativa "C " está correta. As Fabaceae (anteriormente, conhecidas como Leguminosae) são conhecidas, principalmente, pelos seus frutos do tipo legume e suas folhas compostas. Como falado anteriormente, muitas espécies de importância alimentícia pertencem a esta família, como as vagens, feijão, soja, entre outros. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste tema, você conheceu o ciclo de vida, as sinapomorfias dos grupos, a origem e a evolução das Angiospermas. As estratégias sofisticadas do ciclo de vida das Angiospermas são uma das suas principais características e, provavelmente, levaram a esta dominância em relação aos demais grupos de plantas. Estudos relacionados à origem e evolução das plantas com flores continuam evoluindo, ano a ano, em busca de trazer novas evidências sobre este “abominável mistério de Darwin”. Você também aprendeu um pouco sobre algumas das principais famílias que ocorrem no Brasil e no mundo. Compreender e diferenciar esses grupos é de grande importância para você, que está inserido no país de maior biodiversidade de plantas do mundo, o Brasil! Antes de conservarmos a vida, devemos conhecê-la! AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS APG IV. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG IV. Botanical Journal of the Linnean Society, v. 181, n. 1, p. 1-20, 2016. FLORADO BRASIL. Angiospermas. In: Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Consultado em meio eletrônico em: 29 jul. 2020. GONÇALVES, E. G.; LORENZI, H. J. Morfologia vegetal: organografia e dicionário ilustrado de morfologia das plantas vasculares. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2007. JUDD, W. S.; CAMPBELL, C. S.; KELLOGG, E. A.; STEVENS, P. F.; DONOGHUE M. J. Sistemática Vegetal: Um Enfoque Filogenético. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. SAUQUET, H.; BALTHAZAR, M.; MAGALLÓN, S.; DOYLE, J. A.; ENDRESS, P. K.; BAILES, E. J.; DE MORAIS, E. B.; et al. The ancestral flower of angiosperms and its early diversification. Nature Communications, v.8, n. 1, p. 1-10, 2017. SOUZA, V. C.; LORENZI, H. Botânica Sistemática: guia ilustrado para identificação das famílias de Fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG III. 3ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2012. STEVENS, P. F. Angiosperm Phylogeny Website. In: Mobot. Atualizado em: 14 jul. 2017. EXPLORE+ PARA SABER MAIS SOBRE OS ASSUNTOS EXPLORADOS NESTE TEMA, LEIA: A matéria 5 Experimentos de Darwin que você pode fazer em casa, de Alejandra Martins, publicada em 8 dez. 2019 na BBC News Mundo. Neste material, o tema foi abordado no tópico sobre a coevolução e a “orquídea de Darwin”. PESQUISE: As principais famílias de Angiospermas do Brasil no website oficial da Flora do Brasil, do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. ASSISTA AOS VÍDEOS: Flor ancestral: estudo mostra como seria a mãe de todas as flores. Trata-se de uma interessante reportagem disponibilizada no Canal da USP, no Youtube. O ciclo de vida das Angiospermas, da Caed UFMG, disponível no Youtube. CONTEUDISTA Igor Musauer Kessous CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
Compartilhar