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A doença renal crônica difere de insuficiência renal crônica, pois esta é a fase final de uma patologia que acomete 10% da população mundial. A DRC é caracterizada por qualquer alteração de função renal por mais de 90 dias. As alterações podem ser: albuminúria acima de 30 mg/g, TFG < 60 ml/min, marcadores de lesão renal (síndrome nefrótica, síndromes tubulares, sintomas de trato urinário, EQU alterado assintomático, anormalidades radiológicas assintomáticas, HAS com DR). A elevação da pressão arterial é o sinal mais importante de perda de função renal (lembrar que a HAS é prevalente em 30% da população). Além disso, o edema também é outro sinal importante de mal funcionamento renal. Ao passo que sintomas urinários são irrelevantes e inexistentes na grande maioria dos casos. Desde 1990, a doença renal aumentou em 30% sua prevalência, com 43% de aumento nos casos de diálise e de mortalidade. Nos EUA, 26 milhões de pessoas possuem DRC, gerando um gasto anual de cerca de 16 bilhões de dólares para o sistema de saúde. Além disso, pacientes que possuem DRC e DM possuem um risco seis vezes maior de mortalidade por doenças cardiovasculares. É importante lembrar que a creatinina não é marcador isolado de perda de função renal, visto que há variabilidade de acordo com o tamanho, sexo e idade dos pacientes, mas sim o cálculo estimado da Taxa de Filtração Glomerular. Após os 40 anos, há uma perda fisiológica da função renal. Um jovem sem outras comorbidades associadas tem maior risco de mortalidade do que um indivíduo mais velho com a mesma TFG. Modificáveis - tratamento de DM, tratamento de HAS, história prévia de IRA, polifarmácia (extremamente comum atualmente e muito importante, apesar de pouco comentada). Não-modificáveis - HF de DR, DM e HAS, idade (>60 anos), raça (mais comum em afroamericanos e hispânicos). EQU não é rastreamento de DRC! O exame da urina de 24 h (permite calcular o clearence de creatinina, quase nunca é utilizado porque a coleta é muito difícil e pode alterar muito os resultados). Medida de albuminúria. Cálculo de TFG. Uso de IECA ou BRA, se houver indicação - nefroprotetores. Evitar o uso de AINES, sobretudo ibuprofeno. CAUSAS: 80% dos casos correspondem a HAS e a DM, sendo a terceira causa mais comum doenças glomerulares. FATORES DE RISCO: AVALIAÇÃO E RASTREAMENTO: Estágios do TFG: G1 - > 90, normal. G2 - >60-89, diminuição leve. G3a -> 45-59, diminuição leve/moderada. G3b -> 30-44, diminuição moderada/grave. G4 - >15-29, diminuição grave. G5 -> < 15, falência renal. Acrescentar a letra D, se o paciente for dialítico. Estágios da albuminúria: A1 -> < 30, normal. A2 -> 30-300 aumento moderado. A3 -> aumento grave. Objetivos do tratamento: Diminuir a velocidade de progressão da perda de função renal. Bom controle de pressão arterial (<140/90 mmHg, ótimo se conseguir < 130/80 mmHg), se possível usar IECA ou BRA. Tratar a causa subjacente, se existir. Tratamento de dislipidemia. Controle glicêmico (HbA1c < 7%), pode-se usar ISGLT-2. Evitar o uso de nefrotóxicos (radiocontraste, AINES e aminoglicosídeos). Uso de antagonistas da aldosterona (espironolactona). HAS - há um risco de 30% menos chance de eventos cardiovasculares quando os antihipertensivos são tomados à noite (exceto HCTZ). IECA e BRA - avaliar o risco benefício em idosos; após iniciar o uso deve ser dosada a creatinina e o potássio, pois em 15% dos pacientes pode ocorrer uma redução de TFG (avaliação de risco e benefício) e hipercalemia também é um risco. A supressão da proteinúria é mais eficaz quando aliada a dietas restritas em sódio e proteínas. Nunca associar os dois - agem no mesmo eixo e são perigosos. Controle de glicose - pode ser usado: Agonistas do GLP-1 - liraglutida: não é muito eficaz e é um medicamento com alto custo. IDPP-4 - sitagliptina: é mais eficaz, possui um custo relativamente alto. ISGLT-2 - dapaglifozina: mais eficaz, caro. Reduz até 34% os eventos cardiovasculares, ainda está sendo estudado seu uso em não diabéticos. Finerenona - é um antagonista não-esteroidal de receptor mineralocorticoide, parece reduzir os eventos renais e cardiovasculares em pacientes com DRC. Porém é muito caro (R$ 1800,00 mensais). Dieta de controle proteico - em estudos, a dieta restrita em proteínas (0,6 g/kg/dia) aparentemente não alterou as taxas de filtração glomerular dos pacientes em três anos. Outras modificações - parar com o tabagismo, exercício físico, redução de gorduras da dieta. CLASSIFICAÇÃO: GxAx TRATAMENTO E MANEJO: Nefrologia Doença renal crônica Em casos graves, está indicado terapias de reposição renal, que podem ser: Transplante - seria a primeira opção, porém as filas de espera são muito grandes, é um tratamento paliativo, mas a Sbv média é de 12 anos. Diálise - hemo ou peritoneal. Não é o ideal mas é o que acontece com a grande maioria dos pacientes, a Sbv média é de 5 anos. Anemia (redução de EPO) - tratamento com suplementação de Fe, ou estimuladores eritropoiéticos. Acidose metabólica (menor produção de HCO3) - reposição de bicarbonato. Doenças ósseas (menor conversão de vitamina D), reposição de vitamina D ativa (2000 UI). Hiperfosfatemia (controle do fósforo da dieta). Doenças cardíacas. Hipercalemia - controle do potássio da dieta, parar com AINES, inibidores de COX-2 e DIU, poupadores de potássio (espironolactona), parar ou reduzir a dose de beta- bloqueadores. Hipervolemia. Gota. Reconhecer pacientes com alto risco, explicar sobre a DRC e seus tratamentos, controle efetivo da HAS e do DM, identificar e tratar outros fatores de risco CV, monitorar a albuminúria e a creatinina. COMPLICAÇÕES: Atenção no cuidado primário dos pacientes:
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