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aps- Antiga Chefatura de Policia

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
CAMPUS FLAMBOYANT
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
JULLIA RODRIGUES DE MELO
Atividade Prática Supervisionada
Metodologia Projetual
GOIÂNIA
2019
JULLIA RODRIGUES DE MELO
Atividade Prática Supervisionada
Metodologia Projetual
Trabalho final da atividade prática supervisionada apresentado a Universidade Paulista (UNIP).
	
GOIÂNIA
2019
Sumário
INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 04 
1.Estudo de Caso 1................................................................................................ 06 
2.Estudo de Caso 2................................................................................................ 28 
3.Exercício de Projeto............................................................................................ 44 
4.Partido................................................................................................................. 51 
5.Bibliografia......................................................................................................54
Introdução
Este trabalho aborda o restauro e as técnicas construtivas da antiga chefatura de polícia de Goiânia propondo uma nova ressignificação sendo um Museo de Goiânia, com espaços que possam passar aos públicos a história e cultura de Goiânia. A importância de preservar e restaurar o patrimônio histórico construído em Goiânia é para que a história da cidade não acabe em ruinas e que a arquitetura tradicional não se perca. sendo também para que esses edifícios possam ser recuperados e reintegrados ao cotidiano dos moradores, valorizando a paisagem urbana e incentivando os cidadãos a valorizar sua história e seus interesses pelo patrimônio histórico e artístico da cidade.
A referência de história e arquitetura de Goiânia é propositalmente arte decô, mas em razão do tempo e do desgaste destes materiais das alterações das técnicas construtivas e perda de função destes edifícios, eles perdem sua referência e sua atribuição. O Art. decô é um estilo de designer e decoração que influenciou a arquitetura mundial. Surgiu na França e teve seu ápice em 1914 e 1945. Essa arquitetura não ficou apenas nesse continente, se espalhou pelas américas, chegando ao brasil, onde foi responsável por influenciar muitas construções.
Goiânia começou a ser construída em 1933, o responsável foi o Pedro Ludovico e Atílio Corrêa Lima foi contratado para elaborar o projeto de Goiânia e com ele a influência para as construções Art. decô para expor toda a modernidade e progresso que a nova capital representava para o estado. Os edifícios e monumentos eram inovadores, diferente de tudo aquilo que era comum na época. Em 24 de novembro de 2003, Goiânia recebeu o título de patrimônio nacional, quando aconteceu o tombamento de 21 bens públicos pela IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e um desses bens era o edifício da Chefatura de polícia de goiás. 
O objetivo desse trabalho é informar os danos, com arquivos fotográficos e mapas de danos, que a Antiga Chefatura de polícia de Goiânia possui devido ao tempo e ações do meio ambiente. Além de apresentar esses danos, são informados quais são as patologias que os causaram, os motivos de aparecer tais patologias e como resolve-las. Também se foi dado um novo uso ao edifício, sem que fosse necessário a demolição de paredes ou algum tipo de destruição que modificasse a estrutura original do prédio, devido ao mesmo ser tombado.
Este trabalho foi dividido em 3 partes, a primeira trás dois estudos de casos com diferentes tipos de requalificação de patrimônios históricos, usados como inspiração para a requalificação da Antiga Chefatura de Policia de Goiânia. A segunda parte trás 8 desenhos a mão livre sobre o a requalificação feita na matéria de Técnica Retrospectivas, que demonstram o encaminhamento do raciocínio projetual. E na última parte é justificado o partido arquitetônico com a utilização da legislação dos órgãos competentes, das teorias da restauração e das cartas patrimoniais. 
Estudo de caso 1 
Nome do Projeto: Projeto de restauro antiga casa de câmara e cadeia museu de história da cidade
Arquiteto/urbanista (autores): Suzane Alberes Araújo, Maria Anilta Nunes
Data do projeto e execução: 2011
Local: Praça XV de Novembro, Centro – Florianópolis- Santa Catarina- (SP) Brasil 
1.2 Informação sobre o Arquiteto 
	O projeto de restauro foi projetado com a colaboração da arquiteta e urbanista Suzane Alberes que é Presidente da Associação Catarinense de Conservadores e Restauradores de Bens Culturais e recebeu a medalha de Mérito Cultural Cruz e Sousa, concedida anualmente pelo Conselho Estadual de Cultura (CEC-SC), órgão da Fundação Catarinense de Cultura (FCC). 
	A restauradora responsável por este projeto é a Maria Anilta, ela possui graduação em Educação Artística pela Universidade do Estado de Santa Catarina (1987), mestrado em Arquitetura pela Universidade Federal de Santa Catarina (2006) e aperfeiçoamento em Princípios Científicos de la Conservacion pela Universidade Federal de Minas Gerais (1998). Atualmente é Técnico de nível superior do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis. Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Tecnologia de Arquitetura e Urbanismo. Atuando principalmente nos seguintes temas: patrimônio histórico, retábulo, preservação, sistemas construtivos em madeira.
1.3 Informação sobre o Cliente
	A antiga Casa de Câmara e Cadeia, de propriedade da Prefeitura Municipal de Florianópolis, está tombada individualmente pelo Decreto Municipal nº 042/84 e faz parte do conjunto tombado pelos Decretos Municipais nº 270/86 e 521/89. É uma das três edificações mais antigas e significativas situadas na Praça XV de Novembro, local do início do desenvolvimento da antiga póvoa do Desterro no século XVII, hoje centro histórico de Florianópolis. Ao longo dos anos sofreu diversas intervenções que modificaram sua feição estética original, além da substituição de parte dos materiais de época e da adaptação da técnica construtiva original. 
O precário estado de conservação do monumento tem gerado consequências negativas na área de sua abrangência no centro histórico. Considerando tratar-se de área com vocação turística inequívoca, resultado do significativo acervo patrimonial, da diversidade de usos e da infraestrutura disponível, o restauro da edificação com a implantação do Museu da História da Cidade proporcionará a valorização e o fortalecimento da identidade histórico/cultural da cidade.
1.4 programa de Necessidades 
O programa de necessidades do Museu de História da Cidade de Florianópolis prevê a utilização da edificação histórica como espaço museológico, de exposições e com pequeno auditório, numa área de 865,90 m². Para acomodar as funções sanitárias, administrativas e de apoio ao Museu, incluindo espaço de cafeteria aberta ao público será construído nos fundos do terreno um módulo operacional anexo, denominado Unidade de Extensão e Apoio, com 192,00 m². Nesta unidade será instalada toda a infraestrutura necessária ao funcionamento do museu, incluindo a acessibilidade vertical que conectará a edificação histórica ao módulo operacional, através de passarela metálica.
3.1.5 Informação sobre a obra
Datado de 1771 e tombado como patrimônio histórico de Florianópolis em 1984, o casarão foi palco de momentos históricos da então chamada Vila de Nossa Senhora do Desterro, como posse de presidentes da Província e a entrega das últimas cartas de liberdade de escravos da capital, em 25 de março de 1888. Com dois pavimentos e de 865 metros quadrados de área, o casarão sediou festas e bailes memoráveis, serviu de cadeia e, mais tarde, foi sede do Tribunal de Justiça e Tribunal de Júri. Mais recentemente, até 2005, abrigou a Câmara de Vereadores de Florianópolis. Em 2007, foi interditado pelo Ministério Público por problemas de acessibilidade e de má conservação da estrutura.Imagem 1- Prédio em 1950
Fonte: Acervo IHGSC (2018)
Construída há cerca de 240 anos, a antiga Casa de Câmara e Cadeia de Florianópolis acaba de ser completamente restaurada. Trata-se de uma das mais antigas edificações da capital catarinense, localizada em frente à Praça XV de Novembro, que passou por um trabalho minucioso de modernização e foi adequada para sediar o futuro Museu da Cidade. As obras foram acompanhadas por pesquisas arqueológicas e descobertas de peças e remanescentes de construções antigas.
A entrega foi formalizada em setembro de 2018, em cerimônia oficial realizada pela Prefeitura de Florianópolis. A partir de hoje, o Serviço Social do Comércio (SESC) de Santa Catarina tem 180 dias para a instalação do futuro Museu da Cidade, que deverá ser inaugurado em março de 2019. Com um lance de R$ 9 milhões, o SESC foi a instituição vencedora da licitação realizada pela prefeitura em 2015 para exploração do local pelos próximos 20 anos, com a proposta de contar a história política e econômica de Florianópolis, de forma interativa e dinâmica, utilizando tecnologias e mídias contemporâneas, nas versões português, espanhol e inglês.
Imagem 2- Localização em 1764
Fonte: Prefeitura de Florianópolis (2021)
O Projeto de Restauro da antiga Casa de Câmara e Cadeia foi a restauração de um dos monumentos da arquitetura oficial mais significativo do município e sua transformação em equipamento cultural, no Museu de História da Cidade. O restauro da edificação para a implantação do Museu da História da Cidade contribuirá para a valorização da área e o fortalecimento da sua identidade histórico/cultural, dinamizando o Centro Histórico da cidade, especificamente o setor leste da Praça XV de Novembro, juntamente com o Museu Victor Meirelles e o Museu da Escola Catarinense.
3.1.6 Restauração
O processo de restauração da antiga Casa de Câmara e Cadeia foi iniciado em 2009 pelo Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF), liderado pela arquiteta Cristina Piazza, diretora de planejamento do IPUF à época. Segundo ela, o projeto foi desenvolvido juntamente com o Grupo ArqRestauro, formado pelas arquitetas René Raquel Moz, Tatiani Pires Passos, Tatiane Contarine e por ela, com projeto do museu digital desenvolvido pelo designer Ricardo Zaccaro.
Após denúncias de irregularidades, no entanto, o processo foi suspenso e retomado no ano seguinte sob responsabilidade da Gerência do SEPHAN – Serviço do Patrimônio Histórico, Artístico e Natural, vinculado ao IPUF. A equipe técnica do Projeto de Restauro, desenvolvido entre setembro de 2010 e agosto de 2011, foi formada por Maria Anita Nunes, restauradora; pela arquiteta e urbanista Suzane Albers Araújo; por Rafael Haetinger Bernal, desenhista; e pelas acadêmicas de arquitetura Raissa Balthazar, Ronan de Souza Philippi Luz e Maiari Cruz Iassi.
Os trabalhos de arqueologia iniciados nos primeiros meses de 2010, com a retirada do assoalho, foram continuados em outubro daquele ano, com a retirada de entulhos para verificação dos alicerces e outras estruturas. No mês seguinte foi feita a prospecção arqueológica de superfície por meio de Radar de Penetração de Solo (GPR), para verificação das estruturas soterradas em até 4,00 metros de profundidade, para fundamentar a terceira etapa, a de escavação.
As obras foram iniciadas em 2014, pela Concrejato Engenharia, empresa especializada na recuperação de estruturas e em restauro do patrimônio histórico e arquitetônico, que venceu a licitação para execução do projeto. Os trabalhos chegaram a ser interrompidos em meados de 2016 e foram retomados em maio de 2017.
Para a completa restauração, foram investidos R$ 7.593.805,29. Deste montante, R$ 4.461.047,73 foram repassados pelo Ministério da Cultura, através do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), por meio de convênio firmado com a Prefeitura, e o restante dos recursos são próprios da administração municipal. A intervenção está entre uma série de investimentos que o Ministério da Cultura (MinC), por meio do Iphan, vem realizando no Patrimônio Cultural de Florianópolis nos últimos anos. Uma delas é a restauração do Museu Victor Meirelles, já em fase de conclusão. Também está em curso a revitalização do Largo da Alfândega, cuja obra foi iniciada em agosto deste ano.
O projeto executado pela empresa Concrejato também previa a construção de um anexo de dois andares, de 196,50 metros quadrados de área total, aos fundos da antiga Casa de Câmara e Cadeia. Concluídos os trabalhos, o espaço servirá como unidade de extensão e apoio, onde vão funcionar os serviços administrativos e técnicos, cinco sanitários (um deles de uso exclusivo de pessoa portadora de deficiência), uma cafeteria e a acessibilidade ao elevador que foi instalado entre o anexo e ao prédio histórico.
A restauração consiste num conjunto de operações destinadas a restabelecer a unidade da edificação, relativa a concepção original ou a um período significativo da história. Baseada em análises e levantamentos, requerendo maior número de ações especializadas. Compreende o atendimento das etapas abaixo: 
A) IDENTIFICAÇÃO E CONHECIMENTO DO BEM CULTURAL: 
• Pesquisa histórica e iconográfica 
• Análise tipológica, identificação de materiais e sistemas construtivos 
• Levantamento cadastral e fotográfico 
• Prospecções (arqueológicas e de arquitetura)
B) DIAGNÓSTICO: 
• Mapeamento de danos
• Análise do estado de conservação 
• Ensaios e testes
C) PROPOSTA DE INTERVENÇÃO:
 • Memorial Descritivo
 • Peças Gráficas 
• Projetos Complementares 
• Planilha Orçamentária 
• Cronograma físico financeiro
3.1.7 Estudo do entorno
Imagem 3- Localização
Fonte: Prefeitura de Florianópolis (2021)
3.1.10 Tipologia e Partido 
A cor rosa da fachada foi substituída logo no início dos trabalhos. Maria Anilta Nunes, restauradora do Sephan e uma das responsáveis pelo projeto, disse à época que a cor rosa não tinha qualquer fundamento histórico.  “Originariamente, a construção era em estilo colonial, branca com janelas verdes. No início do século XX, mudou do colonial para o eclético e passou a ser amarela, exatamente a mesma cor que passou a ter hoje”, argumentou.
Imagem 4- Nova pintura
Fonte: Prefeitura de Florianópolis (2021)
Foram restauradas as pinturas do século XIX de uma coluna e de parte da abóboda do corredor principal, e conservado o arco em tijolos maciços desse mesmo corredor, no térreo. Os tijolos maciços da parte de cima da referida abóboda, já no primeiro andar, ficaram expostos à visualização; porém, protegidos por uma passarela de vidro temperado de 6 mm – que passou a fazer a ligação da antiga edificação à nova unidade de extensão e apoio construída, através do acesso do elevador instalado. As duas canhonetas encontradas no lugar durante as obras e restauradas pela Universidade Federal de Santa Catarina deverão compor o acervo do Museu da Cidade.
O presente projeto prevê a conservação e restauração do monumento na sua concepção atual no estilo eclético, sem a recomposição de alguns elementos originais do estilo, como as bossagens das paredes do térreo, dos pináculos e vasos sobre a platibanda e do relógio interno ao medalhão central, removidos posteriormente. Também prevê a salvaguarda dos vestígios arqueológicos do século XVIII, redescobertos pelas prospecções realizadas nos dias de hoje.
3.1.12 Tecnologias: estrutura, materiais, conforto e sustentabilidade
A renovação da edificação foi completa: restauração da cobertura, dos revestimentos de paredes internas e externas, ornamentos, esquadrias, forros e pisos; novas instalações hidráulicas e elétricas; instalação de elementos de acessibilidade; e construção de uma unidade de extensão e apoio, anexa ao casarão, com elevador. O projeto também contou com a instalação de um sistema de ar condicionado VRF ecologicamente correto, de câmeras de segurança patrimonial e ainda de um sistema preventivo contra incêndio.
A diretora de Operações da Concrejato, Maria Aparecida Soukef, explica que o casarão permaneceu fechado por quase uma década e a integridadedas estruturas estava comprometida, com parte da cobertura destruída, além de infiltrações e umidade. “Todo o telhado foi reconstruído com a avaliação de cada peça sendo reaproveitada ao máximo e substituindo as comprometidas. Nas fundações para criação do anexo novo, fizemos um trabalho menos invasivo para preservar os remanescentes arqueológicos”, conta a diretora.
Paralelamente à obra, deu-se continuidade às pesquisas arqueológicas. “Encontramos pinturas decorativas nas paredes e duas bocas de canhões no local onde foi construído o anexo. Como o imóvel foi concebido em um local aterrado, nas escavações localizamos também embasamentos e alvenarias de outra construção antiga. Tudo foi devidamente registrado, cadastrado e resgatado para preservar a memória do local”, diz Maria Aparecida.
3.1.14 Fases do Restauro 
Imagem 5- Fase 1 Elevação
Fonte: Prefeitura de Florianópolis (2021)
Imagem 6- Fase 1 localização
Fonte: Prefeitura de Florianópolis (2021)
Imagem 7- Fase 1 Características Internas
Fonte: Prefeitura de Florianópolis (2021)
Imagem 8- Fase 1 Características externas
Fonte: Prefeitura de Florianópolis (2021)
Imagem 9- Fase 1 Fluxos 
Fonte: Prefeitura de Florianópolis (2021)
Imagem 10- Fase 2 
Fonte: Prefeitura de Florianópolis (2021)
Imagem 11- Fase 3
Fonte: Prefeitura de Florianópolis (2021)
Imagem 12- Fase 4
Fonte: Prefeitura de Florianópolis (2021)
Imagem 13- Fase 5
Fonte: Prefeitura de Florianópolis (2021)
3.1. Levantamento Cadastral
Imagem 14-Planta Baixa 
Fonte: Prefeitura de Florianópolis (2021)
Imagem 15-Esquadrias
Fonte: Prefeitura de Florianópolis (2021)
3.1.15 Mapa de Danos
Imagem 16-Mapa de Danos
Fonte: Prefeitura de Florianópolis (2021)
Imagem 17-Mapa de Danos parede interna
Fonte: Prefeitura de Florianópolis (2021)
3.1.15 Análise do estado de conservação 
Imagem 18-Tabela Conservação
Fonte: Prefeitura de Florianópolis (2021)
3.1.15 Projeto
Imagem 19-Projeto 
Fonte: Prefeitura de Florianópolis (2021)
Imagem 20-Projeto telhado
Fonte: Prefeitura de Florianópolis (2021)
Imagem 21-Fachadas
Fonte: Prefeitura de Florianópolis (2021)
Imagem 22-Cortes
Fonte: Prefeitura de Florianópolis (2021)
Imagem 23-Volumetria 
Fonte: Prefeitura de Florianópolis (2021)
1.0 Estudo de caso 2 
Nome do Projeto: Casa Bonomi 
Arquiteto/urbanista (autores): Freusa Zechmeister
Data do projeto e execução: 1920 (original) 1994 (reforma)
Local: Av. Afonso Pena, 2600 - Funcionários, Belo Horizonte – MG 
1.2 Informação sobre o Arquiteto 
A obra da arquiteta mineira Freusa Zechmeister é constituída de um vasto e múltiplo repertório formal, desde edificações comerciais que ser tornaram referência na cidade de Belo Horizonte a peças de design derivadas de seus projetos arquitetônicos.  Figurinista, arquiteta e designer. Reconhecida no meio artístico por seu trabalho como figurinista do Grupo Corpo, constrói figurinos valendo-se de sua percepção particular de espaço, movimento e cores, fruto de sua formação como arquiteta e de seu interesse pelas artes. 
Após formar-se pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 1964, Freusa passa a trabalhar com arquitetura, design e paisagismo. Em uma viagem pela Europa, conhece o gestor e produtor cultural Emílio Kalil, então codiretor do Grupo Corpo, de quem se aproxima. É por seu incentivo que Freusa aceita criar figurinos para a companhia, a partir de 1981.
1.4 programa de Necessidades 
A reconversão de uso de edificação residencial, no caso concreto em estilo eclético, para novo uso comercial não é tarefa projetiva simples, haja vista as limitações de espaço, condições estruturais por vezes comprometidas ou restritivas, restrições de afastamentos laterais, além das adaptações das disciplinas complementares como de elétrica e hidráulica, por exemplo. Ao considerarmos o juízo estético, na seara da arquitetura propriamente, verificamos que se faz necessária uma delicada congruência entre a edificação existente, representante da linguagem de uma época e de um uso, com a nova edificação reinterpretada. Por vezes essa simbiose fracassa resultado em edifícios híbridos cuja linguagem arquitetônica não encontra uma temporalidade precisa, algo como um hiato estilístico.
As questões da problemática arquitetônica da Padaria Bonomi originam-se a partir da necessidade de converter a pequena edificação de 1925, ausente de afastamentos laterais, em um estabelecimento comercial cujo programa é inteiramente alheio à conformação espacial. A edificação residencial térrea, abrigando porão e quintal, deveria converter-se em uma padaria sem absorver terrenos lindeiros já ocupados.
A reforma resultante distribuiu o programa de necessidade da padaria em dois níveis. O superior, cujo acesso é realizado pela praça frontal, ocupou-se do salão com expositores, mesas para refeições, balcões de atendimento e caixa e instalações sanitárias masculina e feminina. A conexão entre os pavimentos é realizada duplamente, primeiramente através de escada, que cumpre o papel de criar uma transição entre a área “social” e a área de “serviços”, de produção e em um segundo momento por equipamento mecânico de monta cargas que realizada o transporte de alimentos.
O pavimento inferior, ocupando o porão da residência e o antigo quintal, absorveu vestiários, cozinha, área de preparo de pães, almoxarifado e área de serviço. Esta área de preparo e de apoio aos funcionários possui entrada privativa a partir da parte inferior do terreno que possui declive para os fundos. A área da cozinha, dedicada ao preparo de pratos, foi locada sob o novo acréscimo e, a parte correspondente à panificadora propriamente, ocupou o antigo quintal e possui área de cobertura inteiramente nova neste nível inferior.
3.1.5 Informação sobre a obra
A Casa Bonomi, pequena panificadora belo-horizontina, projetada em 1995 e construída no ano seguinte. A atmosfera acolhedora, remete-nos, em grande medida, aos armazéns do século 19 onde a mercadoria estava em contato com o cliente. O mobiliário de madeira de demolição forra grande parte da superfície interna e cumpre a dupla função: humanizar a espacialidade interior e, comercialmente, expõe produtos produzidos. Internamente, as alvenarias foram tradadas de modo a tornar evidente as marcas de pintura realizadas anteriormente; a edificação se desveste para, então, vestir-se novamente em uma nova linguagem de revestimento própria de sua história.
Imagem 24-Padaria Casa Bonomi
Fonte: Vitruvius (2016)
A dinâmica de operação do estabelecimento assemelha-se a de uma padaria padrão, comum a tantos bairros, entretanto, em nosso entendimento, há um elemento agregador, ao redor do qual toda a espacialidade se articula: a mesa.
No centro do amplo salão está disposta uma grande mesa de madeira bruta para 14 lugares. Nela, o espaço compartilhado é apenas pretexto para a reunião das mais diversas pessoas lado a lado. Ou seja, ela potencializa o encontro entre os desacompanhados, acomoda famílias maiores, grupos de amigos, é um local de encontro por excelência na poética espacial da arquiteta Freusa Zechmeister.
 	Nesse momento o sentido familiar da reunião ao redor da mesa é resgatado da ancestralidade da residência e, temperado pelo que se compreende como mineiridade, confere especial sentido ao momento da refeição. A atmosfera intimista criada pela mesa, no grande salão de pé direito elevado, é reforçada por um gradeado de madeira que paira sobre a mesma. Simultaneamente, é recurso no projeto luminotécnico, uma vez que permite a disposição flexível de luminárias pendentes sobre a mesa, sublinhando, mais uma vez, agora por meio da luz, uma espacialidade intimista.
3.1.6 Restauração
A situação do imóvel à época do projeto desconsiderava qualquer valor patrimonial específico, haja vista seu uso como depósito de uma loja de brinquedos situada ao lado do terreno. Pisos de madeira em avançado estado de decomposição, infiltrações e comprometimento do madeiramento do telhado, esquadrias não originais e vãos vedados em alvenaria, caracterizavamo estado da edificação. A parte das patologias descritas e descaracterizações, identificou-se risco de iminente desabamento uma vez que o solo da região, possuindo lençol freático elevado, comprometeu as fundações e, por conseguinte, a integridade do edifício.
Imagem 25-Elementos da fachada
Fonte: Vitruvius (2016)
Originalmente, o núcleo da residência unifamiliar ocupou o terreno a partir da esquina em direção ao que se conformou como fundos do terreno. Neste espaço encontrava-se um pequeno anexo não original que permitia acesso ao quintal, permeável, em nível abaixo. Este apêndice concentrava o núcleo hidráulico e possuía acesso independente por meio de escada. O pavimento inferior possuía três pequenos compartimentos conformados em paredes baldrames, cujos usos não foram possíveis identificar, mas que, possivelmente, seriam áreas de serviço em apoio à residência ou espaços equivalentes.
Nesse sentido, a estratégia de projeto articula três momentos: demolições de elementos não originais, adições de novos elementos construtivos e a recomposição de elementos históricos originais, sendo estes últimos o fio condutor desta nova história. Os novos elementos desenvolvidos, em grande parte, foram oriundos de materiais disponibilizados por demolições de outras edificações mineiras como veremos adiante. Esta ótica nos leva acreditar que a estratégia propositiva constrói um “novo” por meio do rearranjo do “antigo” ressignificado. 
Imagem 26-Planta baixa pavimento térreo 
Fonte: Vitruvius (2016)
Imagem 27-Cortes
Fonte: Vitruvius (2016)
O projeto arquitetônico propôs a demolição do anexo e, simultaneamente, o acréscimo de mais um módulo de fachada que compreenderia a outra esquadria. Este recurso permitiu dotar o pavimento térreo de mais 1/4 de área de modo absorver o núcleo hidráulico, compreendendo os banheiros masculino e feminino de uso comercial. Essa intervenção pontual revelou-se extremamente oportuna uma vez que livrou o corpo da edificação original íntegro, sem necessidade de acréscimos ou intervenções de maior porte. O módulo acrescido considerou o ritmo, proporção e estilística da fachada original, buscando mimetizar àquela externamente. O tema do acréscimo será retomado e interpretado a partir da teoria de projeto.
Imagem 28-Levantamento arquitetônico
Fonte: Vitruvius (2016)
Em 1995, o rigoroso levantamento realizado, prestou-se como base para a elaboração do projeto de arquitetura. A parte térrea original, que possuía compartimentação típica de programas residencial distribuídas em áreas sociais e área íntima, converteu-se em um amplo salão sem divisões internas.
No caso presente não se pretendia, num primeiro momento, a aplicação das teorias de restauro na conversão de uso do edifício. Até mesmo por que não havia limitações patrimoniais formais de salvaguarda por parte dos órgãos competentes, seja nas esferas municipal, estadual ou federal. Embora descoberto legalmente, o projeto arquitetônico, ao propor restauro reinterpretativo do bem, foi submetido à aprovação do então Departamento de Memória e Patrimônio Municipal da Prefeitura de Belo Horizonte. O projeto apresentado foi composto de levantamento arquitetônico, relatório fotográfico do estado do bem e projeto arquitetônico.
Imagem 29-Fachadas
Fonte: Vitruvius (2016)
Após análise pormenorizada da situação identificou-se que o mesmo estava listado como “interesse de preservação no Inventário do Patrimônio Urbano e Cultural de Belo Horizonte”.  O parecer do Departamento conclui em 26 de junho 1995: “após avaliação do projeto de reforma/restauro apresentado considerou-se que o mesmo não apresenta descaracterização do referido imóvel”.
Merece menção o fato que, após a reforma, a edificação até então abandonada utilizada como depósito de um museu de brinquedos adquiriu status de patrimônio municipal, haja vista o tombamento pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte.
Imagem 30-Planta baixa atual
Fonte: Vitruvius (2016)
Entre as questões de grande atualidade podem ser citadas: o fato recomendar que se deva restaurar não apenas a aparência do edifício, mas também a função portante de sua estrutura, procurar seguir a concepção de origem para resolver os problemas estruturais; a importância de ser fazer levantamentos pormenorizados da situação existente; agir somente em função das circunstancias, pois princípios absolutos podem levar ao absurdo; a importância de reutilização para a sobrevivência da obra, pois restaurar não é apenas uma conservação da matéria, mas de um espírito da qual ela é suporte .
O trecho de fachada acrescido à construção original, sem o qual não seria possível, atender ao programa comercial demandado, considera os elementos compositivos existentes e, a partir de uma interpretação projetiva e conceitual realiza a bem-sucedida incorporação na fachada voltada a Avenida Afonso Pena. Observamos, aqui, a aplicação unívoca dos postulados de Viollet-de-Duc, uma vez que foi criada uma nova forma arquitetônica inexistente anteriormente, mas que, se houvesse existido, possivelmente, seria desta mesma forma.
3.1.7 Estudo do entorno
A Casa Bonomi é referência gastronômica e arquitetônica na capital de Minas Gerais. Localizada na espinha dorsal da cidade, a Avenida Afonso Pena, a pequena edificação de estilo eclético vence o tempo e a especulação imobiliária do contexto urbano no qual se insere através da conjugação de suas atribuições comerciais e pelo fato de ser, atualmente, reconhecida como patrimônio local.
O passeio arquitetônico pelo trajeto da Avenida Afonso Pena revela-nos, provavelmente, a maior variedade de tipologias arquitetônicas no estado de Minas Gerais. Do estilo eclético destacam-se o Edifício Automóvel Clube, o Conservatório de Música e o conjunto rarefeito do casario na região de transição entre o centro e os bairros nobres em cota altimétrica mais elevada; o Art Deco, expressão institucional por meio da Prefeitura Municipal, dos arquitetos Luiz Signorelli e Raffaello Berti e o Cine Theatro Brasil, do arquiteto Alberto Murgel; o Proto-modernismo vanguardista do Edifício Sulacap, do arquiteto italiano Roberto Capelo; o modernismo do Palácio das Artes, cujo projeto original atribui-se a Oscar Niemeyer e a produção arquitetônica contemporânea nos edifícios comerciais que absorveram terrenos desocupados que, em maior escala, fadaram a demolição do casario original.
Imagem 31-Avenida Afonso Pena na década de 1940
Fonte: Vitruvius (2016)
Um breve panorama histórico da macrorregião comercial da Savassi nos conduz aos anos 40, quando o então bairro Funcionários foi reduto residencial do alto funcionalismo advindo da antiga capital Ouro Preto. Na Praça Diogo de Vasconcelos, ponto convergente do bairro, instalou-se a Padaria e Confeitaria Savassi, cujo proprietário Almicare Savassi, padeiro italiano, anos mais tarde cede o sobrenome para designar a região comercial
Notamos, neste instante, que a gênese da região advém de vocação comercial assim como deriva, intrinsecamente, da atividade panificadora por lá estabelecida. A Padaria encerrou suas atividades no bairro em 1977, quando a família vende o terreno e se transfere para outro local. Entretanto, até hoje os bairros Santo Antônio, São Pedro, Serra, Funcionários, Boa Viagem, Lourdes e Serra são tratados pelo sobrenome do senhor Almicare e sua lendária padaria.
O projeto urbanístico do engenheiro e urbanista Aarão Reis para a nova capital de Minas Gerais, inaugurada em 1897, sobrepôs transversalmente duas malhas quadrangulares, a de menor escala destinou-se a receber as vias secundárias e a maior, cruzando a outra, cumpriu a função de gerar deslocamentos mais rápidos por meio das vias arteriais e principais.
A pequena edificação residencial da Casa Bonomi, localizada em um terreno triangular conformado pelas Avenidas Afonso Pena e Rua Cláudio Manuel (sem saída), está implantada em uma destas praças informais. As árvores, a rua sem saída, os bancos, e porque não o mineiro corrobora juntos com a atmosfera pacata, à margem da grande cidade ao redor, criada no bordo deentrada do terreno da edificação.
A Casa Bonomi localiza-se no limiar da região compreendida como Savassi, em uma zona de ocupação original residencial que, progressivamente, transformou-se em uma zona mista, abrigando residências e comercio. A Lei de Uso e Ocupação do Solo vigente à época do projeto (LUOS/85) estabeleceu um zoneamento baseado nos usos e, ao classificar o quarteirão da antiga edificação eclética como Zona Central 05 – ZC 05, potencializou a conversão do imóvel residencial em uso comercial.
De uma maneira geral, o zoneamento proposto fundamentou-se em maiores permissividades de ocupação e utilização do solo em toda a área central, decrescendo essa potencialidade no sentido centrífugo a esta área. Ou seja, à medida que se afasta da área central, tem-se potenciais construtivos menores.
Imagem 32-Situação urbana no início do século 21
Fonte: Vitruvius (2016)
3.1.10 Tipologia e Partido 
A teoria do restauro de Eugène Emmanuel Viollet-le-Duc (1814-1879), ao estabelecer o verbete restauração e fundamentar as teorias de restauro modernas, parece-nos a mais adequada como fio condutor teórico nesta análise de composição projetiva que envolveu a reforma de conversão da residência unifamiliar em estilo eclético na Padaria Casa Bonomi. O produto final de projeto não considerou, em primeira instância, fundamentação nas teorias de restauro, entretanto pautou os princípios inventivos em uma ampla reforma predial vislumbrando a retomada da temporalidade da antiga edificação que, nesta oportunidade, trataremos por restauro.
 	O conceito do projeto arquitetônico pautou-se em intervenções pontuais no sentido de manter a integridade edificada da construção eclética no limiar de funcionalidade para operação como panificadora e, ao mesmo tempo, propunha um resgate de uma temporalidade perdida. Temporalidade esta que não necessariamente vincular-se-ia à uma ou outra edificação em estilo eclético, mas sim resgata um espírito de uma época passada, aquela em que o tempo passava mais lentamente, das fazendas mineiras.
À luz da teoria de projeto, na escolástica do arquiteto francês Viollet Le-Duc, identificamos a semelhança de estratégias projetivas. No entendimento leduciano o arquiteto deve instrumentalizar-se dos conhecimentos como construtor e atuar, em certo modo, como arqueólogo, cuja função é investigar o passado e, sobre este, realizar interpretações críticas.
3.1.12 Tecnologias: estrutura, materiais, conforto e sustentabilidade
No aspecto material optou-se pelo emprego de elementos naturais, sobretudo a madeira. Piso, parede e teto apresentam o material em diversas forma, seja bruto, seja tratado. Como citado anteriormente, a nova edificação recebeu elementos de diversas outras edificações demolidas no estado de Minas Gerais, entre eles: o piso em madeira de demolição advindo de fazendas; as esquadrias de madeira, cedidas de um convento recém demolido em Juiz de Fora; as luminárias garimpadas em ferros-velhos e o estrado do teto, parte do guarda-corpo de uma antiga fazenda em ruinas.
Imagem 33-Esquadrias
Fonte: Vitruvius (2016)
O caso das esquadrias merece destaque no conjunto das reapropriações. Os vãos da edificação ou possuíam vedação em alvenaria ou possuíam esquadrias não originais, entretanto o vão encontrava-se original ou de modo ser facilmente identificável. Curiosamente, à época surge a oportunidade de aproveitamento das esquadrias do convento acima citado, cujas folhas correspondiam exatamente ao vão existente disponível. A arquiteta atribui tal “milagre” à possibilidade de padronização as esquadrias que o estilo eclético proporcionou à arquitetura.
Imagem 34-Interior padaria
Fonte: Vitruvius (2016)
Outra menção é o projeto luminotécnico com o emprego das luminárias de posteamento urbano no interior da Padaria. Este recurso mesclando “dentro” e “fora”, funde interior e exterior e evoca, novamente, a temporalidade dos tempos passados, das memórias de infância onde brincadeiras eram, então, permitidas nas ruas. As lâmpadas especificadas são incandescentes e fluorescentes, ocorre que estas últimas, na década de 90, ainda não possuíam tecnologia de temperatura de cor desenvolvida. 
A temperatura de cor alta, demasiadamente branca, não proporcionaria a atmosfera intimista desejada. A limitação tecnológica permitiu o desenvolvimento de uma fina malha que, ao recobrir a lâmpada tubular, tornou a luz amarelada, conferindo assim a ambientação pretendida. Atribuímos esta eficiente solução à experiência pregressa da arquiteta como figurinista da companhia de balé contemporâneo Grupo Corpo.
Imagem 35-Materiais antigas e novos
Fonte: Vitruvius (2016)
No tocante ao emprego de elementos construtivos não originais podemos dividi-los em dois grupos: materiais novos e matérias de reuso advindo de edificações demolidas. Os primeiros, como o caso da viga metálica de suporte do trecho acrescido, primam pela atualização tecnológica, enquanto os outros consideram aspectos referencias construtivos equivalentes à época da edificação original, como o caso das esquadrias oriundas do convento.
 O grupo de materiais novos corroboram com os preceitos de Le-Duc, segundo o qual, toda parte substituída deve ser realizada somente por materiais melhores e por meios mais eficazes e perfeitos, de modo a prezar por sobrevida do bem maior que a previamente decorrida. A rigor, o grupo de materiais de reuso foge a esta premissa de exclusividade. Entretanto os materiais elencados, sobretudo madeiras nobres, sofreram tratamento técnico (escovação, aparelhamento, selagem e/ou pintura) de modo a revalidar-lhe o uso em condições equivalentes, ou possivelmente, superiores a materiais novos.
3.1 Exercício de Projeto 
3.1 Partido
Visando reestabelecer o vínculo entre a comunidade e cultura, optou-se pela readequação de áreas internas da Antiga Chefatura de polícia de Goiânia. A criação e definição de novos espaços de convivência e interação relacionadas com o contexto atual de pandemia e novas tecnologias são os carros chefes da intervenção proposta.
Desde que se tornou possível o acesso e consumo à bens culturais de forma digital, os índices de visitação a centros de cultura vem caindo vertiginosamente. A comodidade aliada à não adaptação desses centros aos meios de tecnologia são alguns dos principais motivos da ausência de interesse por parte dos consumidores de cultura. O grupo entende como imprescindível a presença de visitantes à bens culturais, como forma de manutenção da cultura e do espaço físico dos museus, galerias, centros culturais, etc. A adequação de espaços à usos mais modernos pode ser a chave para o resgate do público, hoje habituado com interações digitais e cada vez mais distante da interação física.
A instalação de uma cafeteria e a repaginação da paisagem interna são medidas adotadas para o lazer dos visitantes, a criação de um espaço de exposição artística mescla o Art decô ao novo, trazendo à tona memórias do estado de Goiás às novas gerações, e possibilitando que antigos moradores do estado possam reviver os mais diversos momentos da construção cultural do estado. 
Ao submeter antigas áreas a um processo de readequação, o grupo prezou pela manutenção e conservação dos materiais do projeto original. Apenas uma alteração na estrutura original do edifício foi realizada, os novos espaços ganharam estruturas de drywall (estrutura em aço galvanizado e gesso acartonado), para a criação e separação de novos ambientes, as pinturas originais foram recuperadas, os pisos mantidos e restaurados, e os forros ganham vida nova após um intenso processo de restauração. 
Seguindo o laudo técnico do IPHAN, que aponta as maiores deficiências internas do edifício de caráter brando, o grupo optou pela conservação e reparo das paredes, forros, e pisos dos ambientes alterados. Apenas a paisagem interior do prédio ganha novos 38 elementos de estar e convivência condizentes com a arquitetura original, tudo isso visando a preservação e manutenção do contexto histórico ao qual o prédio foi idealizadoe edificado. 
As alterações arquitetônicas propostas neste trabalho seguem os princípios do Restauro Crítico, encabeçado por Cesare Brandi, historiador, crítico de arte, e um dos principais nomes da restauração artística. Em seus postulados, Brandi, expõe a necessidade de associar a criatividade à um teor crítico avaliativo da ação de restauro, de modo à não pensar o restauro como uma simples ação mecânica, mas como a valorização da importância histórica e estética da obra. As intervenções realizadas devem ser pautadas na importância histórica do edifício sem nunca infligir a própria unidade arquitetônica original.
1.0 Bibliografia 
https://floripacentro.com.br/ha-exatos-250-anos-primeira-sede-da-camara-de-vereadores-da-capital-foi-construida-com-imposto-sobre-a-cachaca/
https://www.sesc-sc.com.br/museudeflorianopolis/sobre-o-museu/casa-de-camara-e-cadeia
https://www.pmf.sc.gov.br/arquivos/arquivos/pdf/19_06_2015_14.04.06.878ac4c5491b70c408313a54545b5f41.pdf 
http://revistaarea.com.br/restaurado-casarao-historico-de-florianopolis-vai-abrigar-o-museu-da-cidade/#! 
https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/17.196/6222https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa613/freusa-zechmeisterhttps://www.40forever.com.br/casa-bonomi-em-belo-
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