Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Marco Antonio da Silva Rubens Vieira da Silva Gestão de transporte e infraestrutura GESTÃO DE TRANSPORTES E INFRAESTRUTURA M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Jeane Passos de Souza - CRB 8a/6189) Silva, Marco Antonio da Gestão de transportes e infraestrutura / Marco Antonio da Silva, Rubens Vieira da Silva – São Paulo : Editora Senac São Paulo, 2018. (Série Universitária) Bibliografia. e-ISBN 978-85-396-2235-1 (ePub/2018) e-ISBN 978-85-396-2236-8 (PDF/2018) 1. Transporte 2. Logística 3. Comércio Exterior I. Silva, Rubens Vieira da II. Título. III. Série. 18-731s CDD- 388 382 BISAC BUS026000 BUS078000 Índice para catálogo sistemático 1. Transportes 388 2. Transportes : Logística : Comércio Exterior 382 3. Logística : Administração de materiais 658.78 M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . GESTÃO DE TRANSPORTES E INFRAESTRUTURA Marco Antonio da Silva Rubens Vieira da Silva M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Administração Regional do Senac no Estado de São Paulo Presidente do Conselho Regional Abram Szajman Diretor do Departamento Regional Luiz Francisco de A. Salgado Superintendente Universitário e de Desenvolvimento Luiz Carlos Dourado Editora Senac São Paulo Conselho Editorial Luiz Francisco de A. Salgado Luiz Carlos Dourado Darcio Sayad Maia Lucila Mara Sbrana Sciotti Jeane Passos de Souza Gerente/Publisher Jeane Passos de Souza (jpassos@sp.senac.br) Coordenação Editorial/Prospecção Luís Américo Tousi Botelho (luis.tbotelho@sp.senac.br) Márcia Cavalheiro Rodrigues de Almeida (mcavalhe@sp.senac.br) Administrativo João Almeida Santos (joao.santos@sp.senac.br) Comercial Marcos Telmo da Costa (mtcosta@sp.senac.br) Acompanhamento Pedagógico Ariadiny Carolina Brasileiro Maciel Designer Educacional Alexsandra Cristiane Santos da Silva Revisão Técnica Francisco Carlos Gimenez Figueiredo Coordenação de Preparação e Revisão de Texto Luiza Elena Luchini Preparação de Texto Obá Editorial Revisão de Texto Bianca Rocha Projeto Gráfico Alexandre Lemes da Silva Emília Correa Abreu Capa Antonio Carlos De Angelis Editoração Eletrônica Cristiane Marinho de Souza Ilustrações Cristiane Marinho de Souza Imagens iStock Photos E-pub Ricardo Diana Proibida a reprodução sem autorização expressa. Todos os direitos desta edição reservados à Editora Senac São Paulo Rua 24 de Maio, 208 – 3o andar Centro – CEP 01041-000 – São Paulo – SP Caixa Postal 1120 – CEP 01032-970 – São Paulo – SP Tel. (11) 2187-4450 – Fax (11) 2187-4486 E-mail: editora@sp.senac.br Home page: http://www.editorasenacsp.com.br © Editora Senac São Paulo, 2018 M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Sumário M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo 1 Transportes e sua importância dentro do contexto logístico, 9 1 A logística no mercado globalizado, 10 2 A importância dos transportes na logística, 11 3 O investimento no setor de transporte no Brasil em números, 17 Considerações finais, 19 Referências, 19 Capítulo 2 Modais de transporte I: o transporte rodoviário – parte I, 21 1 A relevância do transporte rodoviário, 22 2 A estrutura e a utilização do transporte rodoviário, 25 3 Equipamentos para o transporte rodoviário, 28 Considerações finais, 32 Referências, 32 Capítulo 3 Modais de transporte I: o transporte rodoviário – parte II , 33 1 Órgãos reguladores do transporte rodoviário, 34 2 Legislação de transporte rodoviário, 37 3 Documentos do transporte rodoviário de cargas, 42 4 Operador logístico 3PL e 4PL (third and fourth party logistics), 43 Considerações finais, 46 Referências, 47 Capítulo 4 Modais de transporte II: o transporte aeroviário, 49 1 A relevância do transporte aeroviário, 50 2 Agências reguladoras, 54 3 Os documentos no modal aéreo, 56 Considerações finais, 60 Referências, 60 Capítulo 5 Modais de transporte III: o transporte ferroviário, 63 1 O transporte ferroviário, 64 2 Ferrovia: de estatal para o setor privado, 67 3 Características do transporte por ferrovia, 69 4 Os equipamentos para o transporte ferroviário, 71 5 Agências reguladoras, 72 Considerações finais, 73 Referências, 73 Capítulo 6 Modais de transporte IV: o transporte hidroviário, 75 1 O transporte hidroviário, 76 2 Fatores decisórios para a escolha do transporte hidroviário, 80 3 Transporte marítimo de longo curso, 80 4 Cabotagem, 84 5 Infraestrutura portuária no Brasil, 85 Considerações finais, 86 Referências, 87 M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Capítulo 7 Modais de transporte V: o transporte dutoviário, 89 1 A relevância do transporte dutoviário, 90 2 Rede dutoviária no Brasil, 92 3 Vantagens e desvantagens do transporte dutoviário, 95 4 Visão geral da logística de transporte, 97 Considerações finais, 103 Referências, 105 Capítulo 8 Transporte de produtos perigosos, 107 1 A relevância do transporte de produtos perigosos, 108 2 Classificação internacional para produtos perigosos, 109 3 Identificação do produto perigoso para transporte, 111 4 Embalagens, 117 5 Procedimentos e regulamentos para o transporte de produtos perigosos, 118 Considerações finais, 123 Referências, 123 Apêndice, 125 Capítulo 9 Infraestrutura de transporte e multimodalidade, 131 1 Infraestrutura de transporte de cargas, 132 2 A importância da intermodalidade, 134 3 Intermodalidade e multimodalidade, 135 4 A multimodalidade no Brasil, 138 Considerações finais, 142 Referências, 142 Capítulo 10 Transporte internacional de carga, 145 1 A relevância da logística internacional, 146 2 Os desafios da logística internacional, 148 3 Controles operacional, administrativo e tributário nas operações de logística internacional no Brasil, 150 4 Administração dos serviços de transporte internacional, 155 5 Responsabilidades, deveres e obrigações do vendedor e do comprador internacional e os Incoterms, 156 Considerações finais, 158 Referências, 158 Capítulo 11 Custos logísticos, 161 1Custos logísticos: conceituação, 162 2 Elementos representativos na composição dos custos logísticos, 163 3 Custos de armazenagem e movimentação dos materiais, 165 4 Custos de transporte, 167 5 Custos de embalagens, 168 6 Custos de manutenção de inventário, 170 7 Custos de tecnologia da informação, 172 Considerações finais, 174 Referências, 174 Capítulo 12 Custos de transporte, 177 1 Custos logísticos de transporte: caracterização, 178 2 Fatores determinantes do valor do frete, 179 3 Categorias de custos de transporte: custos fixos e variáveis, 180 4 Elementos componentes de custos aplicados ao transporte rodoviário, 183 Considerações finais, 185 Referências, 185 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo 13 Aplicação de TI no transporte de cargas, 187 1 A evolução da tecnologia da informação aplicada à logística, 188 2 Soluções de TI aplicadas à logística, 190 3 Sistema de gerenciamento de transporte (TMS), 191 Considerações finais, 196 Referências, 197 Capítulo 14 Gestão de riscos no transporte, 199 1 Conceituando gestão de riscos, 200 2 Composição e análise dos fatores de risco, 201 3 Planejamento e estrutura para gerenciamento de riscos, 204 4 O uso da tecnologia da informação na gestão de riscos de transportes, 207 Considerações finais, 211 Referências, 211 Capítulo 15 Regulação ao transporte de cargas, 213 1 Logística e transporte internacional, 214 2 Contratos internacionais, 215 3 Seguro de transporte, 219 Considerações finais, 229 Referências, 230 Capítulo 16 Transportes na gestão da cadeia de suprimentos, 231 1 O processo de transporte, 232 2 A rede de instalação de uma cadeia de suprimentos, 234 3 A relação entre o transporte e a cadeia de suprimentos, 236 Considerações finais, 240 Referências, 241 Sobre os autores, 243 M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . 9 Capítulo 1 Transportes e sua importância dentro do contexto logístico Como pensamos o mundo atualmente? As mudanças são tantas e tão rápidas que quando analisamos o cenário atual é fácil perceber que hoje as empresas atuam em um ambiente dinâmico, instável e de maior complexidade do que nos anos 1980 e 1990. Além disso, a globalização promoveu um intenso estabelecimento de parcerias entre as nações. Se o mundo está mudado, e continuará mudando, assim como o âm- bito dos negócios, as estratégias empresariais e a inovação deverão se tornar aliadas do empreendedor na busca por vantagens competitivas. Para obter essas vantagens, o processo decisório nas empre- sas leva em conta estratégias que envolvem suprimentos, produção, M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. 10 Gestão de transportes e infraestrutura Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Material para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. armazenagem, movimentação e distribuição de produtos e serviços. Considerando essas áreas, a logística é essencial para a redução de custos, e o grande desafio é promover a integração entre as diversas atividades dentro dela e reconhecer que a competição se dá entre as suas cadeias, sejam elas nacionais ou internacionais. Este capítulo tratará da importância dos transportes dentro do con- texto logístico, sua relevância para o desenvolvimento social e eco- nômico, bem como seu papel determinante no processo de troca de mercadorias entre cidades e países, independentemente da distância. Será possível compreender, também, o valor estratégico dessa ativida- de logística na gestão empresarial. 1 A logística no mercado globalizado A logística nem sempre foi da maneira como a conhecemos hoje. A evolução dessa atividade foi tamanha nas últimas décadas que acabou se tornando um fator de competitividade e de grande importância estra- tégica na gestão dos negócios. No passado, a atividade logística estava associada ao transporte de suprimentos aos postos de combate nas guerras. Os esforços logísti- cos eram direcionados a suprir as frentes de batalha, o que, devido à situação, era um grande desafio. É possível imaginar a dificuldade e os riscos que estavam envolvidos nesse processo. As coisas mudaram. O mundo evoluiu. Tudo é mais veloz. Por exem- plo, quando comparamos a tecnologia das décadas de 1970 e 1980 com a atual, é possível compreender o quanto o avanço tecnológico permitiu a conexão entre as pessoas. A partir desse exemplo, vamos refletir: como percebemos o mundo hoje? Por muito tempo, os negócios aconteceram em um cenário mais simples, menos complexo, mais estável e pouco globalizado, o que 11Transportes e sua importância dentro do contexto logístico M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. difere muito dos dias atuais, em que temos um mundo mais dinâmico, mais complexo, instável e em constante mudança. Novos cenários demandam novos desafios. Portanto, os negócios tiveram que evoluir. Dessa forma, a logística foi cada vez mais se in- corporando ao mundo dos negócios e, de maneira natural, passou a ocupar um lugar especial no planejamento estratégico das empresas. A atividade logística assumiu tanta importância que, atualmente, não en- volve apenas as atividades de transporte, mas também os processos de suprimentos, produção, armazenagem, movimentação e distribuição. PARA PENSAR Ao longo dos últimos trinta anos, quanto a tecnologia contribuiu para o avanço dos negócios de forma globalizada? E quanto esse avanço mu- dou o cenário competitivo nos mais variados segmentos da economia? Para dar conta dos novos modelos e estratégias de negócios, a logís- tica passou a ser pensada não mais como uma atividade de transporte desassociada de outras áreas dentro de uma empresa, mas sim como uma variedade de atividades interligadas umas às outras. Integração, essa é a palavra-chave: integrar todos os participantes de um modelo de negócio é garantir uma logística eficiente e de resultados. 2 A importância dos transportes na logística Cada consumidor tem seus próprios critérios e preocupações no momento de obter um bem ou contratar um serviço. Há aqueles que gostam de pagar à vista, outros queparcelam, alguns que valorizam mais o preço do que a qualidade. Mas quando falamos sobre a dispo- nibilidade do produto, todo consumidor dá importância para o prazo de entrega. Independentemente do perfil de compra, eles querem que 12 Gestão de transportes e infraestrutura Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .os produtos estejam disponíveis no momento desejado. Tome como exemplo uma reforma de apartamento. Quem iria gostar de não receber os materiais para a reforma dentro do prazo? Imagine o descontenta- mento se o transportador não fizer a entrega. Esse exemplo do coti- diano nos faz perceber a importância do transporte para disponibilizar produtos no tempo desejado por quem os adquiriu. É possível até dizer que, em alguns casos, o transporte entrega sonhos realizados, dada a sua relevância no funcionamento eficiente da logística. Ao pensar no transporte em um processo logístico, imaginamos quantos produtos precisam ser transportados de um local para outro e a natureza diversa deles: produtos químicos, têxteis, alimentícios, commodities, de tamanho pequeno, grande, de dimensões extraordi- nárias, de grandes turbinas para geração de energia elétrica a peque- nas caixas de fósforo. Atender a essas demandas, disponibilizando os produtos no prazo esperado pelas empresas, faz do transporte uma das etapas essenciais na geração de valor das companhias que utili- zam esse serviço. E será que os diferentes tipos de produtos têm a mesma necessidade em termos de transporte? Obviamente que não. Portanto, o transporte ocupa um papel fundamental na logística de distribuição, sendo respon- sável pela movimentação de diversos produtos em todas as regiões do Brasil e no exterior, e nos mais variados ambientes, contribuindo para fazer chegar o produto certo ao local certo, na hora certa e com preço justo. Ele contribui também para o desenvolvimento social e econômico das regiões por onde passa. Uma região no Brasil, ou mesmo em outro país, quanto mais desenvolvida for, significa que há ali uma atividade industrial intensa, tanto ofertando produtos como serviços. Um cenário assim exige muito do sistema de transporte. Por exemplo, em um país desenvolvido economicamente, com alto grau de industrialização, mas com uma infraestrutura de transporte deficiente, é possível imaginar o quanto isso acarretaria de prejuízos. 13Transportes e sua importância dentro do contexto logístico M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Nesse panorama, os sistemas de transporte, que fazem parte do pro- cesso logístico, assumem um papel fundamental e estratégico para a continuidade do desenvolvimento econômico. Ao longo da história hu- mana, esses sistemas foram sendo aperfeiçoados para atender às novas necessidades da sociedade, bem como para sustentar o crescimento so- cial e econômico. Um exemplo disso pode ser verificado no período entre 1760 a 1840, quando houve a passagem da produção artesanal para a produção por meio de máquinas, o que ficou conhecido como Revolução Industrial e alterou, significativamente, as formas de transporte. Figura 1 – Processo de produção: artesanal e por máquinas Ao longo do tempo, em decorrência de maiores dificuldades na negociação de trocas, inúmeros materiais então disponíveis, foram utilizados como referencial de valor (dinheiro), gerando crescentes demandas por transporte e impondo ao homem que aprendesse a construir e aperfeiçoar veículos de diferentes velocidades e capaci- dades de carga. (RODRIGUES, 2014, p. 15) Transporte, segundo Rodrigues (2014, p. 15), é o deslocamento de pessoas e pesos de um local para o outro. Essa atividade, dentro da logística, é responsável pela coleta e entrega de produtos, levando satis- fação a clientes dos mais diferentes setores, o que evidencia ainda mais sua relevância estratégica no mercado. Como reconhecer a importância da atividade de transporte no mundo atual dos negócios? Basta analisar as diferentes regiões do 14 Gestão de transportes e infraestrutura Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Brasil, a dimensão territorial do país e seus desafios, cada qual com suas carências específicas. Um bom exemplo para justificar essa im- portância é pensarmos no transporte de vacinas e recursos de saúde para regiões remotas do território brasileiro ou para países carentes desses produtos. Na indústria, o transporte representa um elemento determinante dentro do componente logístico, e, considerando a infraestrutura brasi- leira, saber decidir sobre a melhor logística de transporte é gerar ganhos e aumentar a competitividade. Quantas vezes já ouvimos ou lemos so- bre o transporte ser um “gargalo” na logística? Eliminar esse gargalo por meio do planejamento do transporte é contribuir com o crescimento, não só empresarial, mas de toda a sociedade. Vamos considerar, por exemplo, os setores da economia que fabri- cam produtos com excesso de peso e de altura. Imagine a relevância do transporte na circulação dessas cargas e o quanto de planejamento é demandado nesse processo. O planejamento é tão necessário quanto reconhecer a importância do transporte e a infraestrutura necessária. Criar um gargalo nesse serviço é prejuízo na certa. NA PRÁTICA Certa ocasião, em uma reunião de negócios, entrou na sala o respon- sável pela logística informando que a inauguração de uma obra estava comprometida porque uma determinada peça se rompeu e não havia outra disponível para compra na região da obra. A solução encontrada foi retirar uma peça nova da fábrica na cidade de São Paulo e contratar um transporte aéreo para levá-la ao local. Em outra situação, uma turbi- na para geração de energia a vapor foi descarregada de um navio e, para chegar à usina, foi transportada de carreta, o que exigiu um planejamen- to prévio e muito detalhado para a verificação dos desvios do transporte, como evitar passar por pontes e por regiões com postes de energia. 15Transportes e sua importância dentro do contexto logístico M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Portanto, a contratação de um serviço de transporte pode exigir bastante conhecimento de mercado, produto, condições de estrada, custos envolvidos, capacidade de relacionamento e habilidade em definir parcerias estratégicas. Segundo Rodrigues (2014), podemos descrever a constituição de um sistema de transporte conforme a figura 2, a seguir: Figura 2 – Constituição de um sistema de transporte Forma (relacionamento entre vários modos de transporte) Modo (via de transporte) Instalações complementares (terminais de carga) Meio (elemento transportador) Sistema de transporte Fonte: adaptado de Rodrigues (2014). Se considerarmos a globalização tal como ela se apresenta atualmen- te, a competição entre as cadeias logísticas mudou a forma de as empre- sas pensarem o transporte e as levou a perceber, analisar e entender sua fundamental importânciano desenvolvimento econômico. PARA PENSAR Será que o consumidor, hoje, tem os mesmos hábitos de compra que há vinte ou trinta anos? O que será que o consumidor espera receber do seu fornecedor quando compra algo? 16 Gestão de transportes e infraestrutura Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Respondendo à pergunta do quadro, o consumidor certamente espera qualidade, preço e atendimento de prazo, no mínimo. Sob essa perspec- tiva, podemos analisar a importância do transporte na logística de uma empresa. Para isso, tomemos como base o transporte rodoviário e pro- dutos embalados em caixa de papelão. Imagine se, ao coletar produtos, o responsável não os acomodar no caminhão de maneira adequada ou simplesmente jogar as caixas. Será que essa atitude compromete o trans- porte em termos de qualidade? Será que interfere no preço? E no prazo de entrega? Supondo que o produto chegasse em caixas amassadas ou rasgadas, isso poderia gerar uma recusa e a devolução do produto? É fácil perceber o quanto o transporte passa a ser a peça-chave para um resultado positivo nos negócios e o quanto pode gerar valor agregado que seja percebido e valorizado pelo cliente. Assim, a logística – sendo o transporte normalmente o seu principal componente – é compreendida como a última fronteira para a redução dos custos das empresas, e, nesse contexto, estudos sobre transportes têm se desenvolvido nas várias áreas do conhecimento, envolvendo aplicações das mais diversas, que passam das especificidades mais técnicas da atividade ao aprofundamento da vi- são logística dos transportes (CAIXETA-FILHO; MARTINS, 2011). Qualidade que seja percebida, valor agregado, fidelização do cliente e concorrência estão, portanto, diretamente relacionados à gestão logís- tica das empresas. Se há uma forma de uma empresa aumentar a mar- gem de lucro, certamente isso passa pela preocupação com a gestão logística e se reverte em rentabilidade. IMPORTANTE Entender a logística de transporte é de fundamental importância para que as empresas atendam seus clientes com qualidade, preço justo e pontualidade. O produto certo, no lugar certo e na hora certa: a logística just in time. 17Transportes e sua importância dentro do contexto logístico M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. 3 O investimento no setor de transporte no Brasil em números A atividade de transporte é tão dinâmica quanto o mercado que a compõe. É influenciada pelo movimento dos mercados e pelas altera- ções da economia, e, nesse sentido, as políticas governamentais para o setor merecem uma atenção especial dos gestores e profissionais de logística. Conhecê-las possibilita tomar as decisões necessárias às adequações no planejamento sobre a movimentação, coleta, entrega e distribuição de cargas. O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil desenvolve polí- ticas para os mais diversos modais e participa do planejamento estraté- gico de investimentos na área. Uma das ações é o Projeto Crescer (PPI), que foi criado pelo governo federal em parceria com a iniciativa privada para coordenar políticas de investimento em infraestrutura, priorizan- do e acompanhando projetos por meio de concessões e privatizações (BRASIL, 2014). PARA SABER MAIS Para conhecer mais sobre o assunto, consulte sobre o Projeto Crescer (PPI) no site do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. Segundo dados do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e da Secretaria de Gestão dos Programas de Transportes (SEGES), os investimentos em obras de manutenção, dupli- cação, adequação e construção de rodovias foram de R$ 6,3 bilhões em 2015. No setor de transporte ferroviário, o setor privado investiu R$ 7,658 milhões em 2015, ano em que o transporte por ferrovia atingiu 485,4 mi- lhões de toneladas úteis segundo a SEGES (BRASIL, 2015). Ainda devido 18 Gestão de transportes e infraestrutura Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .ao aumento das exportações de commodities e da necessidade de uma melhoria na infraestrutura do transporte fluvial, novos terminais fluviais foram construídos principalmente na região amazônica. Seguindo essa linha de investimento e de acordo com dados disponibilizados pelo Ministério, o governo deverá promover um salto qualitativo na gestão dos transportes avançando na melhoria de hidrovias e investindo em centros de integração logística e em parcerias internacionais. PARA SABER MAIS Para conhecer esses indicadores em detalhe, visite o site do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, na seção de Políticas de Trans- portes, e acesse o balanço anual mais recente. O que esse panorama de investimentos pode significar em ganhos ao mercado? Considerando a importância estratégica do setor de transporte para a economia, investimentos nessa área significam mais desenvolvimen- to social e econômico, equilíbrio de renda e emprego, menor custo final dos produtos, maior rentabilidade, ampliação de mercados, melhoria na produção, inovação, entre outros benefícios. Sobre o tema inovação, podemos citar um exemplo relacionado à eficiência no transporte: a melancia quadrada. A fruta cresce em moldes quadrados e adquire um formato diferenciado. Isso permite um transporte mais seguro e com menos danos ao produto, já que esse tipo de melancia pode ser colo- cado dentro de uma caixa com mais facilidade, otimizando o espaço e certamente aumentando a capacidade de transporte. Como um coração que funciona interligado a vários outros órgãos apartados, mas que não funcionam sozinhos, assim a logística re- presenta, sem dúvida, uma importante ferramenta de conquista de novos negócios, porém é essencial que as empresas promovam a 19Transportes e sua importância dentro do contexto logístico M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. integração entre os elos da logística dentro de uma cadeia de su- primentos, sendo eficiente e com produtos com qualidade e preços melhores que o da concorrência. Considerações finais Em um cenário tão imprevisível e de concorrência global, a capaci- dade de compreensão da logística, independentemente do segmento de mercado ou tamanho de uma empresa, determina o quão eficiente ela será no atendimento a seus clientes, ou seja, alinhar as decisões empresariais à sua capacidade de desenvolver uma logística integrada potencializa ganhos. Assim, as ações logísticas devem levar em con- ta as áreas de suprimentos, produção, armazenagem, movimentação e distribuição da empresa, com importância dedicada à atividade de transporte – definido aqui como o deslocamento de pessoas e pesos de um local para o outro. Nesse sentido, se uma empresa percebe a importância do transporte, ela será capaz de identificar as melhores alternativas para redução do custo de seus produtos, bem como realocar seus recursos e investimen- tos propondo melhorias dentrodo planejamento de logística integrada. Cabe lembrar que as decisões devem levar em conta as políticas governamentais para o setor, o sistema de infraestrutura disponível, os programas de melhoria propostos pelo governo e, ainda, estar de olho na realidade mutante dos mercados. Entregar o produto certo no preço justo e no prazo certo resulta em competitividade. Referências BRASIL. Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. Política de transportes. 18 nov. 2014. Disponível em: <http://www.transportes.gov.br/ editoria-a.html>. Acesso em: 3 fev. 2017. 20 Gestão de transportes e infraestrutura Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .______. Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. Transportes 2015. 2015. Disponível em: <http://www.transportes.gov.br/images/2016/04/ Transportes2015Versao_Web.pdf>. Acesso em: 3 fev. 2017. CAIXETA-FILHO, José Vicente; MARTINS, Ricardo Silveira (Orgs.). Gestão logística do transporte de cargas. São Paulo: Atlas, 2011. RODRIGUES, Paulo Roberto Ambrosio. Introdução aos sistemas de transporte no Brasil e à logística internacional. 4. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2014. 21 Capítulo 2 Modais de transporte I: o transporte rodoviário – parte I Quando falamos em logística e no quanto ela representa para as em- presas, sobretudo nas estratégias de negócios, percebemos a extensão do tema e sua relevância nas atividades empresariais, na medida em que orienta todas as etapas de um processo de produção, movimenta- ção, armazenagem e distribuição de bens e serviços. Uma das atividades mais relevantes dentro da logística é o transpor- te rodoviário. Por meio dele, circulam produtos do agronegócio, minério de ferro, bens primários, gêneros de primeira necessidade e tudo mais que os consumidores necessitam. Dada a sua relevância na economia do país, este capítulo aborda as características, a composição, a impor- tância e os equipamentos do transporte no modal rodoviário. Neste capítulo, abordaremos o transporte rodoviário como um dos componentes mais importantes para o desenvolvimento econômico e social, e para a geração de emprego e renda. Partindo da conceitua- ção desse modal, de sua aplicabilidade mais simples e conservadora à M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. 22 Gestão de transportes e infraestrutura Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .mais complexa e desafiadora, o capítulo tratará ainda de sua evolução ao longo dos anos e das expectativas de crescimento e modernização. A relevância do modal e sua força aparecem quando, por algum motivo, o setor sente os efeitos de uma crise global, e o seu desaquecimento acaba interferindo diretamente no equilíbrio econômico, demonstrando ser um importante fator de medição para o desempenho econômico. 1 A relevância do transporte rodoviário Para que uma empresa seja superior em qualidade e preço quando comparada a seus concorrentes, muitos estudos são necessários, prin- cipalmente nos dias atuais, em que a globalização e a integração cada vez mais ganham importância. Assim, a análise sobre o transporte é parte desse processo de busca por mais qualidade e, quando falamos em transporte, não há como desassociar esse componente logístico do crescimento econômico regional, nacional e internacional. É o transpor- te, para muitos especialistas, o principal componente da logística. O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil descreve, em números, a importância da malha rodoviária brasileira (quadro 1): Quadro 1 – Malha rodoviária brasileira O Brasil tem 1,7 milhão de quilômetros de estradas: • Estradas pavimentadas: 12,9% (221.820 km) • Estradas não pavimentadas: 79,5% (1.363,740 km) • Estradas planejadas: 7,5% (128.904 km) • Rodovias estaduais: 14,8% (255.040 km) • Rodovias municipais: 78,11% (1.339,26 km) • Rodovias federais: 7% (119.936 km) • Rodovias pavimentadas em obras: 13.830 km • Rodovias duplicadas: 9.522 km • Rodovias simples: 192.569 km Fonte: DNIT (apud BRASIL, 2015). 23Modais de transporte I: o transporte rodoviário – parte I M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Além da importância nacional, o modal rodoviário tem uma relevan- te participação na América do Sul, sobretudo no âmbito do Mercosul. O Brasil tem acordos de transporte internacional, o que facilita os trâmi- tes fronteiriços. Dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) indicam que há 681 empresas brasileiras habilitadas para o trans- porte internacional, com uma frota conjunta de 561.051 veículos, sendo que a Argentina contempla o maior número dessas empresas: 460. Os estudos na área de transporte são de fundamental importân- cia na atual realidade da globalização. A logística, na qual o trans- porte é normalmente seu principal componente, é vista como a última fronteira para redução de custos para as empresas. Por outro lado, não se concebe uma política de desenvolvimento re- gional e nacional sem adequação da infraestrutura de transporte. (CAIXETA-FILHO; MARTINS, 2011, p. 13) Para facilitar a compreensão sobre a importância do transporte, va- mos voltar no tempo. Nas décadas de 1980 e 1990, no Brasil, como era o mercado para quem desejasse adquirir determinado produto? E como era o comportamento do consumidor nessa época? Foi um período em que não havia opção de mercado fornecedor. As compras eram feitas no mercado doméstico, em raras ocasiões os produtos vinham de fora, assim como era raro o entendimento das empresas sobre qualidade e vantagem competitiva. Era tudo bem diferente quando comparamos com o mundo globalizado de hoje. Atualmente, o mercado consumidor é o mundo. Compramos pela internet produtos da Ásia, da Europa, da América do Sul e de tantos outros lugares. Da mesma forma, enviamos produtos para outros paí- ses. Como consumidores, somos mais exigentes. Temos a vantagem da escolha e queremos o produto certo, com preço justo e dentro do prazo. Entretanto, esses produtos precisam ser coletados, distribuídos e entregues. Quem exerce essas etapas do processo de logística é o transporte, que assume um papel de relevância à medida que, em um mundo globalizado, as transações comerciais passam a ter uma 24 Gestão de transportes e infraestrutura Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .atuação não somente regional, mas também global. Nesse contexto, a existência de uma gestão de transporte eficiente melhora os resul- tados das empresas. Isso independe de seu segmento de atuação ou de seu tamanho. Segundo o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, o transporte rodoviário tem a maiorrepresentatividade entre os modais existentes. Além disso, é adequado para curtas e médias distâncias. As características do transporte rodoviário são (BRASIL, 2015): • baixo custo inicial de implantação; • maior flexibilidade com grande extensão de malhas; • transporte com velocidade moderada; • integração de todos os estados brasileiros. Embora tenha uma representatividade e um valor agregado interes- santes, há desafios a serem superados, uma vez que o transporte rodo- viário tem alto custo de manutenção, impacta no meio ambiente por ser poluente, tem baixa capacidade de carga quando comparado a outros modais e pode não ser viável em termos de custos quando o transporte é de longa distância. IMPORTANTE O transporte caminha lado a lado com o desenvolvimento social e eco- nômico. É uma atividade importante dentro do processo logístico regio- nal, nacional e internacional. Desde 2012, o governo brasileiro vem investindo em logística de transporte rodoviário pelo Programa de Investimento em Logística. A partir dele, foram feitas concessões de rodovias ao setor priva- do em um modelo que busca a redução de tarifas. As propostas de 25Modais de transporte I: o transporte rodoviário – parte I M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. investimento continuam e novas concessões devem ser realizadas nos próximos anos, viabilizando o desenvolvimento desse modal em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso. São dados importantes para um setor-chave na eco- nomia brasileira. Os projetos injetam dinheiro no setor, melhorando a infraestrutura do transporte rodoviário. No próximo tópico, vamos co- nhecer essa estrutura. 2 A estrutura e a utilização do transporte rodoviário No Brasil, o processo de reestruturação do transporte se intensi- ficou em 1990, quando o governo alavancou uma série de medidas com esse objetivo, assim, todo o setor produtivo da economia (indús- tria, varejo, distribuidores e outras áreas) foi afetado, e as mudanças trouxeram uma nova realidade de mercado, alterando profundamente o que se entendia por logística, a qual passou a exercer um papel cada vez mais estratégico nas organizações. A reestruturação teve reflexos em todas as atividades dentro da logística, o que inclui o transporte rodoviário. Para Valente et al. (2008, p. 2), “[…] o transporte de cargas pelo siste- ma rodoviário no Brasil tem uma estrutura respeitável e é responsável pelo escoamento, que vai desde safras inteiras da agricultura até sim- ples encomendas”. A maior parte da movimentação de produtos no Brasil é feita por ro- dovias, porém o custo elevado dessa atividade faz o transporte rodoviá- rio ser uma pedra no sapato das estratégias logísticas. Mas, mesmo as- sim, há suas vantagens. Como exemplos, uma balsa não chegaria a uma indústria para fazer coleta, e as ferrovias não estão 100% preparadas para coletar produtos em todas as fábricas do Brasil. E, pensando um pouco mais, quando uma empresa precisa de um serviço de transporte, 26 Gestão de transportes e infraestrutura Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .ela liga em uma concessionária ferroviária e logo chega um trem para servi-la? Todos esses fatores jogam a favor do modal rodoviário. IMPORTANTE O transporte rodoviário tem vantagem sobre outros modais porque chega a todos os pontos do país, responde rapidamente a uma demanda por transporte e tem facilidade de contratação. Por ser um modal de simples utilização, o transporte rodoviário ga- nhou espaço e se tornou o que é hoje. Em uma análise bastante sim- ples, basta ter uma rodovia e lá estará um caminhão transportando. Além disso, se considerarmos outros modais, como o ferroviário, o ma- rítimo e o aéreo, o transporte por rodovia é fundamental como logística de abastecimento para os locais de onde partem e chegam os demais modais. É um importante instrumento de logística de movimentação intermediário. Liga produtores a portos e aeroportos, liga centros de dis- tribuição a ramais de transportes por outros modais. No modal marítimo, quem leva ou retira uma carga do porto? O na- vio não vai à fábrica fazer a coleta. A mesma coisa serve para o avião. Portanto, são caminhões que executam essas tarefas, sendo um im- portante meio de ligação entre pontos de embarque e desembarque de bens e passageiros e um elo de integração entre modais. Porém, simplicidade na utilização nem sempre significa qualidade. Embora o transporte rodoviário tenha certa facilidade em comparação a outros, como o marítimo e o aéreo, por exemplo, é muito importante, em seu processo de contratação, que se defina muito bem as condições que vão gerir o transporte rodoviário. Se administrar o trânsito de um único caminhão não é fácil, imagine o de uma frota. Para que o transpor- te rodoviário aconteça, se faz necessário estabelecer condições para a realização: 27Modais de transporte I: o transporte rodoviário – parte I M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. • da coleta; • da entrega; • de segurança da carga; • de embalagem; • do pagamento do frete e outros detalhes. Para Valente et al. (2008), um dos problemas típicos da operação de frota no transporte rodoviário de cargas é o planejamento da ope- ração de coleta e distribuição. Esse problema se enquadra no contexto da logística do transporte e está relacionado ao fato de que uma região geográfica é dividida em zonas, cujos contornos podem ser rígidos ou sofrer alterações. Para cada zona é alocado um veículo com uma equi- pe de serviço; para cada veículo é designado um roteiro incluindo locais de parada e pontos de coleta e entrega; o serviço deve ser realizado dentro de um tempo pretendido; os veículos são despachados a partir de um depósito onde se efetua a triagem da mercadoria ou serviço, e quando há mais de um depósito a organização do serviço deve ser feita conforme a demanda e área geográfica atendida. Na prática, a organização da coleta de produtos e sua distribuição é fortemente influenciada por todas essas variáveis, o que demanda um planejamento minucioso que, se não realizado, compromete a qualidade da logística de transporte. NA PRÁTICA Certa vez, ao contratar o frete rodoviário para uma carga que deveria ser levada ao porto, o fabricante e o transportador contratado não se comuni- caram de forma clara e, quando a mercadoria estava pronta, o fabricante esperou a retirada e o transportador aguardou que a carga fosse entregue em seu armazém. A falta de informação atrasou o transporte e, como resultado, houve uma correria desnecessária para cumprir o prazo. 28 Gestão de transportes e infraestrutura Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Perceba que são detalhes simples que fazem toda a diferença. Note que prestar atenção neles pode evitar retrabalhos e perda de prazos, portanto, estabelecer procedimentos para contratação, operação e con- trole dotransporte rodoviário organiza as tarefas dentro da atividade logística. O modal rodoviário é o principal meio de transporte de cargas no país e desempenha um papel vital para a economia e o bem-estar da nação (VALENTE et al., 2008). 3 Equipamentos para o transporte rodoviário Falando agora da operação no segmento do transporte rodoviário, será que a maneira de prestar esse serviço é igual para todos os seg- mentos e tipos de produtos? Será que, no Brasil, a operação de trans- porte é igual à de outros países? Regras, restrições, legislação e muitos outros fatores externos interferem na organização dessa atividade den- tro da logística. Em alguns países, a distribuição de cargas acontece somente à noite, diferentemente do Brasil, onde a distribuição pode ser feita durante o dia. Partindo dessa afirmação, o transporte rodoviário, obviamente, tem seus gargalos. Dá para citar congestionamentos durante o dia; estradas que cortam cidades, elevando o número de caminhões em centros urba- nos; o valor do pedágio e do combustível, etc. Esses são alguns dos de- safios para o setor de transporte rodoviário, embora ele seja de simples utilização. Além disso, no planejamento da operação de transporte por rodovia, dependendo das características do produto, da complexidade da operação e também das normas legais para a movimentação de al- guns tipos de carga, é preciso estar atento a algumas providências para garantir o êxito na operação. Podemos destacar os seguintes fatores: 29Modais de transporte I: o transporte rodoviário – parte I M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Figura 1 – Fatores de atenção para o planejamento do transporte rodoviário de produtos com restrição Obter autorização para circular junto às autoridades locais quando necessário Atender às restrições de horário de circulação Atender ao rodízio de veículos quando adotado pelas cidades onde se circula Atender às cláusulas estabelecidas em apólice de seguro para o transporte rodoviário de carga Para cumprir todas as suas atividades, a logística de transporte ro- doviário conta com equipamentos específicos de acordo com cada ne- cessidade, produto, capacidade de carga, etc. NA PRÁTICA Em uma operação de transporte, foi realizada a importação de um equi- pamento que saiu da Suíça com destino ao Brasil. Devido ao seu ta- manho e peso, o equipamento foi transportado por via marítima dentro de um contêiner. No entanto, no momento de descarregar, não havia no porto uma empilhadeira que suportasse o seu peso e foi necessário contratar um caminhão munck (veículo com guindaste) que pudesse efetuar a descarga. Sem esse equipamento, a operação de descarregar a máquina seria muito delicada, difícil de ser realizada e muito onerosa. Um exemplo clássico de que o equipamento de suporte ao transporte fez toda a diferença. Os principais equipamentos rodoviários são: • Caminhão-baú: sua estrutura fechada permite segurança e prote- ção da carga contra, por exemplo, o mau tempo. 30 Gestão de transportes e infraestrutura Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . • Caminhão-plataforma: utilizado no transporte de contêineres e cargas com excesso de volume e peso. • Caminhão aberto: destinado ao transporte de produtos não pere- cíveis e pequenos volumes. • Caminhão refrigerado: usado para o transporte de produtos que necessitam de controle de temperatura, como os perecíveis e os sensíveis ao calor. • Caminhão-tanque: utilizado para o transporte de líquidos. Sua estrutura é um reservatório. Com frequência, vemos esse tipo de caminhão abastecendo os postos de combustível. • Caminhão graneleiro: utilizado para o transporte de granel sólido, como soja e milho. • Caminhões especiais: são veículos com estruturas diferenciadas e que servem a várias funções. Por exemplo, caminhões com um guindaste na carroceria, do tipo cegonha, para o transporte de veí- culos, com escadas elevatórias, para o transporte de animais, etc. • Semirreboque: é uma carroceria que se acopla a um veículo de tração. Os tipos e tamanhos são variados e podem ser engatados e desengatados nos armazéns, liberando o cavalo mecânico. • Cavalo mecânico: veículo de tração que recebe o semirreboque para o transporte. • Treminhão: veículo formado por cavalo mecânico, semirreboque e reboque, utilizado para o transporte de grandes cargas. Os equipamentos se adaptam a cada tipo de produto para atender às necessidades específicas e para o bom desempenho do transporte. É importante destacar, também, que em função das restrições de loco- moção, principalmente nos grandes centros, foram criadas outras ca- tegorias de veículos, como os VUCs, os caminhões sider, entre outros. 31Modais de transporte I: o transporte rodoviário – parte I M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. PARA PENSAR Procure acompanhar em estradas uma carreta puxando duas carrocerias ao mesmo tempo. É o treminhão em ação. Observe também que, em de- terminados locais das rodovias, pode haver uma carreta plataforma le- vando um produto que tem peso diferenciado para um porto. É comum que transformadores pesados, que circulam somente à noite, estejam em acostamentos aguardando o horário de seguir viagem. Repare, nas rodo- vias, que caminhões abertos normalmente são cobertos com lona para proteger a carga da chuva. Embora estes sejam os principais equipamentos para o transporte rodoviário, há também os equipamentos de apoio que ajudam nos servi- ços mais simples do transporte, evitam trabalho braçal e desnecessário, agilizam o processo de carga e descarga, dão segurança, etc. Podemos incluir nessa lista os equipamentos a seguir: Figura 2 – Equipamentos de apoio para o transporte rodoviário Por ser um setor em constante evolução, é preciso pensar sempre no bem-estar dos condutores, na tecnologia à disposição do modal, na agilidade, na segurança, na confiabilidade e na redução de custos. Assim, os veículos para o transporte rodoviário vêm a cada ano sendo Carrinho para o transporte de caixa até o caminhão ou do caminhão para o consumidor Paleteira para mover pallets dentro da carroceria do caminhão Cinta de amarração de carga para garantir a segurança durante o trajeto e transporte Cordas para amarração para dar segurança à carga Sapatas de fixação para evitar movimentação da carga Empilhadeira para carregar e descarregar volumes pesados 32 Gestão de transportes e infraestrutura Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .aprimorados, o que gera ganhos em eficiência, permitindo o crescimen- to dos serviços de transporte rodoviário e, além disso, impulsionando o crescimento de outros setores da economia. Equipamentos cada vez mais modernos tornam o modal rodoviário mais eficiente, mais eco- nômico, mais seguro, menos poluente e em sintonia com a cultura da sustentabilidade, alavancando os negócios no Brasil e no mundo. Considerações finais Pense comoseria o ambiente dos negócios sem o modal rodoviário e como a logística na cadeia de suprimentos das empresas seria sofrí- vel e perderia em qualidade. Dada sua significância, o modal rodoviário se apresenta como importante instrumento não só para a movimenta- ção de cargas e pessoas, mas para o desenvolvimento social e econô- mico em nível regional, nacional e internacional. Ao manter os investimentos propostos para o setor, o governo pos- sibilita a manutenção de um forte componente de crescimento. Às em- presas de logística, desenvolver estratégias de transporte rodoviário em sua cadeia de valor constitui um fator de competitividade. À indústria, desenvolver soluções inovadoras para atender à demanda do setor é trabalhar em prol do desenvolvimento, da segurança, da sustentabilida- de e da redução de custo desse importante componente logístico. Referências BRASIL. Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. Transporte rodoviário. nov. 2015. Disponível em: <http://www.transportes.gov.br/ transporte-rodoviario-relevancia.html>. Acesso em: 5 maio 2017. CAIXETA-FILHO, José Vicente; MARTINS, Ricardo Silveira (Orgs.). Gestão de logística do transporte de cargas. São Paulo: Atlas, 2011. VALENTE, Amir Mattar et al. Gerenciamento de transporte e frotas. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008. 33 Capítulo 3 Modais de transporte I: o transporte rodoviário – parte II As boas práticas de mercado instruem os operadores logísticos a atuar da melhor forma possível, com segurança e critérios bem defini- dos, e orientam a execução do trabalho rotineiro. Possibilitam, ainda, compreender os diversos fatores internos e externos da organização e que influenciam nos resultados de suas atividades. Neste capítulo, abordaremos o transporte rodoviário do ponto de vista da legislação que orienta seu funcionamento. Serão mostrados os crité- rios para o transporte de produtos químicos perigosos, os requisitos bá- sicos para o registro do transportador rodoviário de carga e as principais leis do setor. As agências reguladoras e o órgão executivo responsável pela política de infraestrutura também serão tratados neste capítulo. M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. 34 Gestão de transportes e infraestrutura Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Para o exercício da atividade de transporte, é necessária a figura do operador logístico. A relevância de sua função na prestação de serviços e suas formas de atuação, como parte de um processo de terceirização e quarteirização da logística, são assuntos que discutiremos também. Cabe ressaltar a importância de o operador logístico adequar suas deci- sões à legislação, não só sobre o modal rodoviário, mas em toda cadeia logística de suprimentos e produção. 1 Órgãos reguladores do transporte rodoviário Muitos fatores sustentam o transporte rodoviário e frequentemente falamos de um deles: a infraestrutura necessária. Seria impossível admi- nistrar a operação de transporte sem ela. Portanto, são necessários in- vestimentos a curto, médio e longo prazo, sem contar os emergenciais. Mas e se não houvesse leis ou um órgão regulador? Será que o transporte no Brasil seria adequado e de boa qualidade? Não se pode pensar em fazer um transporte de cargas organizado sem legislação e isentar as empresas disso, atribuindo apenas ao poder público a responsabilidade sobre o arranjo do transporte rodoviário. Isso seria um equívoco. Todos, empresas de transporte e governo, têm parte no processo regulatório. PARA PENSAR Já pensou como seria realizar o transporte rodoviário de um produto químico sem que essa atividade fosse amparada pela lei? De quem se- ria o compromisso com o manuseio e acondicionamento corretos nos veículos? Em caso de acidentes que envolvessem pessoas e o meio am- biente, a quem atribuir a responsabilidade? Para que o transporte rodoviário aconteça de maneira organizada, existem normas a serem cumpridas. São leis, resoluções, certificações, 35Modais de transporte I: o transporte rodoviário – parte II M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. etc., que estabelecem os critérios, deveres e obrigações de todos os atores envolvidos na atividade de transporte e na logística como um todo. A legislação tem influência nas decisões de qualquer empresa, pois é ela que estabelece os limites para a atuação no mercado. As leis existem e precisam ser cumpridas. Mas, antes de falar delas, falemos de quem as determina, ou seja, de seus legisladores e executores. 1.1 Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil Entre as várias competências do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil estão a elaboração de políticas nacionais para o transpor- te rodoviário, a formulação, coordenação e supervisão dessas políticas e o planejamento estratégico do transporte rodoviário, estabelecendo as diretrizes que representarão o Brasil em organismos internacionais, convenções, acordos e tratados referentes aos meios de transportes. Além disso, o Ministério atua nos demais modais, desenvolvendo políti- cas e propondo melhorias para essa etapa da logística (BRASIL, 2014). PARA SABER MAIS No site do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil é possível ter acesso ao histórico dos transportes no Brasil, desde sua estrutura- ção pelo Barão de Mauá (1813-1889), e às competências do Ministério, além de outras informações ligadas à área que servem como fonte de orientação a qualquer profissional ou empresa. Lembre-se de sempre visitar os portais dos órgãos controladores e de se atualizar sobre as regras do setor. 1.2 Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) Compete à Agência Nacional de Transportes Terrestres regulamen- tar o transporte terrestre no Brasil com relação a: 36 Gestão de transportes e infraestrutura Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . • concessão de ferrovias e rodovias e transporte ferroviário asso- ciado à exploração da infraestrutura; • permissão para o transporte coletivo regular de passageiros pelos meios rodoviário e ferroviário não associado à explora- ção da infraestrutura; • autorização do transporte de passageiro por empresas de turis- mo e sob o regime de fretamento, o transporte internacional de cargas, o transporte multimodal e terminais (BRASIL, [s.d.]). Como órgão governamental importante para o cenário econômico, a ANTT atua na exploração da infraestrutura e na prestação de serviço público no transporte ferroviário e rodoviário, com a responsabilidade de cadastrar dutovias para o transporte dutoviário, habilitar os opera- dores de transporte multimodal e explorar terminais. Fica fácil perceber que a ANTT integra a política do Ministério, e que juntos fomentam o setor de transporte. PARA SABER MAIS Para conhecer mais sobre o transporte dutoviário, acesse o site da ANTT. 1.3 Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) Não há transporteque funcione sem a devida infraestrutura, desse modo, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) assume vital importância, pois é o órgão executor responsável pela implementação da política de infraestrutura, viabilizando a cons- trução de novas vias e terminais, cabendo-lhe ainda a fiscalização pelo excesso de peso no transporte rodoviário nas rodovias brasileiras por meio das balanças e lombadas eletrônicas. 37Modais de transporte I: o transporte rodoviário – parte II M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Criado em 5 de junho de 2001, pela Lei no 10.233, o DNIT é uma autar- quia federal vinculada ao Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil (BRASIL, 2001). Portanto, os órgãos estatais que mencionamos – juntamente a outros, como a ANTAQ, a INFRAERO e a ANAC – têm, sob sua respon- sabilidade, a normatização, a manutenção da infraestrutura, o planeja- mento, a execução e a coordenação dos transportes. 2 Legislação de transporte rodoviário Segundo Castro (2011), concomitantemente ao processo de indus- trialização, consolidado ao longo do século XX, o Brasil viveu um período de intenso crescimento da demanda de transporte inter-regional. A par- tir desse fato, podemos concluir que o desenvolvimento do transporte rodoviário no país está intrinsecamente ligado ao aumento da produção industrial. E é fácil fazermos essa associação à medida que o cresci- mento gera demanda de serviços. Como consequência do aumento de demanda, houve uma necessidade maior de investimentos. Castro (2011) ainda destaca que o vigoroso aumento da demanda de transportes tem sua linha mestra dada pelos maciços investimentos públicos no setor a partir dos anos 1950. Até meados da década de 1960, mais da metade dos recursos investidos pelo governo e empre- sas estatais era dirigida ao setor de transportes, e, até o final dos anos 1970, essa parcela chegava a um terço. Isso gerou um avanço signifi- cativo do setor, principalmente com a expansão da malha rodoviária. Obviamente, tudo continuou a evoluir. A demanda se alterou no decorrer dos anos seguintes, o processo de globalização mudou o relacionamen- to entre as empresas e seus consumidores, e a tecnologia evoluiu de tal forma que a transmissão de dados acontece em tempo real. As crises que vêm e vão provocam estragos para alguns, mas promovem oportu- nidades para outros. 38 Gestão de transportes e infraestrutura Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .PARA PENSAR E hoje? Com as privatizações das estradas, novos modelos de investi- mento surgiram, o que também transformou o sistema de transporte. Quantos tipos diferentes de produtos são transportados por rodovias? Imagine quantos riscos estão implicados na atividade logística do trans- porte de carga por caminhões. Riscos que envolvem pessoas, a conser- vação das estradas, o meio ambiente, entre tantos outros. Imagine agora quantas regras existem para deliberar sobre esse modal de transporte. O que se pode ou não fazer, as responsabilidades do transportador, os horá- rios para a circulação de produtos, os pesos permitidos para a circulação, e por aí vai. Para garantir uma operação segura e dentro das normas, vamos abordar algumas legislações que regulam o transporte rodoviário. 2.1 Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC) Por ser um assunto amplo, trataremos de forma objetiva o funda- mento legal das obrigações dos transportadores para a obtenção desse registro. Ele é regido pela atual Resolução no 4.799, de 27 de julho de 2015, que “regulamenta procedimentos para inscrição e manutenção no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas, RNTRC; e dá outras providências” (BRASIL, 2015). Nessa resolução, constam os procedimentos para o registro e a manutenção do RNTRC, tornando obrigatório a adequação para (BRASIL, 2015): • transportador autônomo de cargas; • empresa de transporte rodoviário de carga; • cooperativa de transporte rodoviário de carga. 39Modais de transporte I: o transporte rodoviário – parte II M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. O transportador, autônomo ou não, e a cooperativa que queiram saber sobre os requisitos, critérios e documentos para o seu cadastro devem ficar atentos a essa resolução, e cabe ressaltar que muitos dos procedimentos são feitos por meio eletrônico, o que facilita o processo de obtenção do registro. PARA PENSAR Procure analisar nos caminhões de carga que circulam pela cidade que há um adesivo com o código de registro do transportador no RNTRC. Depois do cadastro efetuado, é preciso ficar atento ao prazo para a renovação e assim exercer a atividade do transporte de carga sempre em conformidade com a legislação, evitando assim o risco de pena- lidade de multas. 2.2 Regulamentação para o transporte de produto perigoso Além da obrigatoriedade do RNTRC, a legislação tem um capítulo de- dicado ao transporte de produtos perigosos com o objetivo de alinhar essa atividade a princípios da sustentabilidade. Certamente, você já per- cebeu quantos caminhões circulam por aí levando produtos perigosos e deve ter prestado atenção que, nesse tipo de transporte, sempre há pla- cas indicativas sobre o risco que o produto oferece. Para isso, a legislação estabelece, por exemplo, os documentos necessários ao transporte, os equipamentos de segurança obrigatórios, as restrições de lugar e horá- rios de circulação, a sinalização adequada, entre outras providências. Segundo Fontana e Aguiar (2011), as empresas que trabalham visan- do a um desenvolvimento sustentável, pesquisando produtos e serviços que provoquem pouco impacto ao meio ambiente, acabam criando um diferencial de mercado e, com isso, abrem novos horizontes em seus 40 Gestão de transportes e infraestrutura Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .lucros, com a implantação de um planejamento estratégico ligado à preocupação ambiental. IMPORTANTE O transportador de produtos perigosos deve sempre estar em conformi- dade com a legislação para essa atividade, caso contrário, poderá recair sobre ele e sobre seus corresponsáveis as penas previstas em lei. Acompanhe os aspectos legais mais relevantes em algumas leis sobre o assunto: • Resolução no 5.232, de 14 de dezembro de 2016, que dispõe so- bre as instruções completares para o transporte de produtos quí- micos perigosos (BRASIL, 2016). • Resolução no 3.880, de 22 de agosto de 2012, que dispõe sobre os códigos de infrações aplicáveis devido à inobservância do regu- lamento para o transporte de produtos perigosos (BRASIL, 2012). • Resolução no 3.665, de 4 de maio de 2011, que atualiza o Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos (BRASIL, 2011). • Lei no 12.305, de 2 de agosto de 2010, que trata da Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010). Além disso, há outros pontos importantes, como a necessidade de treinamentoe de cursos de especificação para o motorista desse tipo de carga, a certificação SASSMAQ, laudos de bombeiros para ativida- des relacionadas ao transporte de carga perigosa, cadastro no Ibama e licenças emitidas pelos órgãos ambientais. Não podemos esquecer de mencionar as normas ISO 14000, que certificam práticas sustentáveis para minimizar impactos ambientais. 41Modais de transporte I: o transporte rodoviário – parte II M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. PARA PENSAR Já imaginou se, no decorrer da análise de um acidente, for descoberto que o motorista ou o transportador da carga estava em desacordo com a legislação? Portanto, para evitar complicações, esteja sempre com a documentação em dia, e saiba que, ao transportador de carga, é tam- bém atribuída responsabilidade civil. 2.3 Responsabilidade civil do transportador de carga Uma empresa que se propõe a atuar no segmento de transporte de car- ga terá obrigações diversas, que vão desde a coleta de produtos e o trans- porte propriamente dito até a entrega desses produtos, e, para ofertar esse serviço, há obrigações contratuais. Mas, além do produto em si, o trans- portador tem responsabilidades para com a segurança das pessoas nas ruas e nas estradas, e também com o meio ambiente e os bens públicos ou privados, os quais, se danificados em decorrência do serviço de trans- porte, imputarão a ele responsabilidades pelo dever de segurança assumi- do na prestação do serviço. Quantas vezes você tomou conhecimento de acidentes com caminhões envolvendo vítimas, ou mesmo veículos que derrubaram postes, muros e até casas? São inúmeros os acidentes cau- sados por veículos de transporte de cargas, e os danos causados deverão ser reparados. Isso deixa claro a responsabilidade civil do transportador. Ainda sobre a legislação, cabe atender o que determinam os sindi- catos em relação a horas trabalhadas do motorista, adicional noturno e de periculosidade, pernoite, horas de descanso obrigatórias e tudo o que for preciso para a segurança da atividade do transporte rodoviário de carga, inclusive o de produtos perigosos. 42 Gestão de transportes e infraestrutura Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . 3 Documentos do transporte rodoviário de cargas Até aqui, apresentamos o registro necessário. Agora, daremos ên- fase aos documentos obrigatórios do modal rodoviário. Acompanhe a seguir uma relação deles: • nota fiscal do produto: o produto não deve circular sem nota fiscal a não ser que haja alguma previsão legal para isso; • Conhecimento de Transporte Rodoviário (eletrônico) – CT-e: foi instituído pelo Ajuste SINIEF 09/2007, realizado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária, e substituiu os modelos de co- nhecimento de transporte existentes até então (BRASIL, 2007). • outros documentos conforme determina a legislação: ◦ ficha de emergência; ◦ certificado de análise; ◦ carta de correção de nota fiscal; ◦ comprovante de recolhimento de impostos, como o ICMS, se necessário. É importante saber que cada operação de transporte terrestre tem sua própria exigência documental por conta da legislação aplicada ao segmento do produto transportado. Cabe ressaltar, como mencionado anteriormente, que é necessário ter todas as certificações dos órgãos fiscalizadores. NA PRÁTICA Verifique nas rodovias de sua cidade, ou quando estiver viajando, quan- tos veículos diferentes há para o transporte de produtos perigosos. Associe sua observação ao capítulo 2, em que apresentamos os veícu- los e equipamentos para o transporte rodoviário, ou mesmo pesquise 43Modais de transporte I: o transporte rodoviário – parte II M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. na internet as opções para esse tipo de transporte. Analise a quantidade de informações presentes no veículo para identificar o tipo de carga que está sendo transportada. Pela particularidade desse segmento de produto, verifique sempre a legislação brasileira, pois ela muda com frequência, e estabelecer um critério de consulta da legislação é imprescindível. Consulte sempre sobre esse tema em sites oficiais do governo, como o da ANTT e o do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. 4 Operador logístico 3PL e 4PL (third and fourth party logistics) Uma atividade essencial em qualquer empresa hoje é a logística. Fator de ganhos e geradora de valor agregado percebido por clientes, ela mere- ce grande atenção quando o assunto for estratégia de mercado e manu- tenção da rentabilidade de um negócio, seja ele regional ou global. Além disso, tem como objetivos a eficiência e a competitividade, as quais não são conquistadas trabalhando sozinho em algo tão complexo como uma cadeia logística. Se temos operações de logística, temos os operadores logísticos para desenvolver as tarefas. Os operadores fornecem soluções nas mais diversas atividades da cadeia de valor, o que inclui suprimentos, produção, armazenagem e distribuição. Eles pensam em soluções, pla- nejam, executam, controlam e avaliam todas as atividades. Em resumo, atuam na prestação de serviços. Conforme já dissemos, quando uma empresa de serviços logísticos consegue operar de forma customizada e inovadora, acaba por gerar valor agregado. Em uma análise mais recente sobre as operações logísticas e sua evolução global, segundo Rodrigues (2014), nos anos 1980, os serviços terceirizados emergiram em larga oferta. Os serviços de atendimen- to ao cliente aumentaram de importância à medida que as empresas 44 Gestão de transportes e infraestrutura Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .tentaram usar recursos logísticos para obter vantagens competitivas. Rodrigues afirma ainda que o campo era fértil para as soluções logísti- cas, de forma a reverter as ameaças geradas pelo inevitável aumento da complexidade operacional. A grande indústria criou o mercado mundial. As velhas indústrias foram aniquiladas e continuam a sê-lo dia a dia. Elas são suplan- tadas por novas, cujos produtos se consomem simultaneamente tanto no próprio país como em todos os continentes. Em lugar das velhas necessidades, atendidas pelos produtos do próprio país, surgem necessidades novas, que exigem, para a sua satisfação, produtos dos países mais longínquos e de climas diversos. (MARX, 1848 apud RODRIGUES, 2014, p. 158) Considerando os padrões atuais de exigência de mercado, muitas empresas se firmaram no exterior e participam ativa ou esporadica- mente da cadeia logística global. Embora uma atividade econômica em âmbito global possa gerar lucro, a complexidade e os riscos são outros quando comparados aos serviços direcionados ao mercado doméstico. Novas demandas surgem, novos serviços são oferecidos, os quais mui- tas vezes são otimizados e inovadores. Nesse cenário vigoroso, está a gestão da cadeia logística, para administrar uma série de atividades. Figura 1 – Algumas atividades administradas pela
Compartilhar