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A IMPORTÂNCIA DO GEORREFERENCIMANTO DE IMÓVEIS RURAIS

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A IMPORTÂNCIA DO GEORREFERENCIMANTO DE IMÓVEIS RURAIS
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1. INTRODUÇÃO
O Brasil é um país com dimensões continentais e, necessita ter uma quantidade muito grande de marcos geodésicos para a realização do controle territorial e produzir com precisão informações cartográficas georreferenciadas, para a rede geodésica brasileira. No Brasil existe um grande problema de grilagem de terras, em 28 de agosto de 2001 foi determinado pela Lei 10.267/2001 que, trata do georreferenciamento de imóveis rurais. A lei exige que todos os vértices limítrofes das propriedades devem ser georreferenciados ao Sistema Geodésico Brasileiro (SGB) nos casos de remembramento, mudança de titularidade, parcelamento, desmembramento, retificação de áreas, loteamento, entre outras atividades que envolvam o imóvel.
Caso não seja possível de se ocupar alguns dos vértices da propriedade com receptores GPS em algumas situações, combina-se as técnicas de posicionamento GPS com os métodos convencionais topográficos, efetuando a integração GPS/Topografia (PIOVESAN; CAMARGO; ISHIKAWA, 2004).
Com o passar dos anos e o avanço nos estudos e desenvolvimento de técnicas espaciais de posicionamento, como sendo o mais conhecido e utilizado o GPS (Global Positioning System), os métodos topográficos mais clássicos (nivelamento geométrico, poligonação, etc.) foram perdendo espaço para o espacial, o método espacial se beneficia da precisão, rapidez, simplicidade operacional e baixo custo (BAPTISTA et al., 2008)
1.1 FORMULAÇÃO DA PROBLEMATICA E JUSTIFICATIVA DA PESQUISA
O georreferenciamento dos imóveis ruais brasileiro é necessário? 
Tendo em vista que no Brasil existem muitos imóveis rurais de grande porte e com grande valor. E que em consequência em algumas regiões do país ocorrem disputas por terras e por divisa de terra, onde é comum um vizinho agregar parte do terreno do outro por erro de medição, ou por invasão consciente. Georreferenciamento consiste em precisão na delimitação das áreas e suas localizações.
1.2 OBJETIVO GERAL
O objetivo do presente trabalho é a revisão bibliográfica do assunto, com a finalidade de verificar o quanto é importante para os proprietários rurais o georreferenciamento das propriedades ser realizado.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Esse trabalho consiste em realizar um estudo bibliográfico, buscando fundamentação em livros relacionados ao assunto, artigos científicos, monografias, teses, e sites como Google Scholar.
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
3.1 TOPOGRAFIA
O ser humano desde os primórdios sempre teve a necessidade de conhecer o meio em que estava inserido, tanto o relevo, ecossistema, isso ocorre desde a era das cavernas e esse conhecer foi um dos fatores que possibilitaram a sobrevivência, o cultivo, locomoção, construir. E estas atividades foram cruciais para o desenvolvimento da topografia (VEIGA; ZANETTI; FAGGION, 2012).
A evolução da topografia se inicia ainda nas culturas primitivas com os egípcios, gregos, babilônicos, romanos e chineses esses povos nos deixaram para seus descendentes e para o mundo um legado de processos e instrumentos, apesar de rudimentares, serviram para a descrição, delimitação de propriedades urbanas e rurais.
No século XVI foi quando surgiram os primeiros instrumentos de medidas, tal como o grafômetro (Figura 1), usado para medição ângulos no terreno e posteriormente, lunetas (Figura 2) e os níveis de bolha de ar. No século XVIII iniciou o surgimento dos mapas com curvas de nível e, no século XIX finalmente aconteceu o surgimento dos primeiros aparelhos de grande precisão (SANTIAGO, 1969)
Figura 1 – Grafômetro
 Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Graf%C3%B4metro
Figura 2 – Lunetas
 Fonte: https://mct.ufop.br/topografia-0
Topografia traduz-se no conhecimento dos métodos e instrumentos que se destina a realizar a representação do terreno sobre uma superfície plana que nomeamos de Plano Topográfico. O Plano Topográfico é definido como um plano horizontal tangente ao esferóide terrestre, em um ponto que se encontra situado no interior da área a ser levantada e, no qual se estão projetadas todos os acidentes estudados. Segundo definem Moffitt e Bouchard (1975), topografia é o processo de determinação da posição, na superfície da terra, e das características naturais e artificiais de um estabelecido local e da configuração do terreno.
A topografia clássica substituiu os teodolitos mecânicos (Figura 3) pelos teodolitos eletrônicos (Figura 4), ocorreram o surgimento dos medidores eletrônicos de distância (distanciômetros), os quais posteriormente foram acrescentados aos teodolitos eletrônicos dando origem as Estações Totais, os níveis mecânicos estão sendo aposentados pelos mais atuais níveis a lazer e níveis digitais. O avanço considerado mais importante para topografia, ocorreu com o a liberação o sinal do sistema de medições por satélites – GPS (Figura 5), criado inicialmente para uso militares pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, revolucionando por completo os métodos de levantamentos. Conduto paralelamente ao desenvolvimento dos novos instrumentos, ocorreu o desenvolvimento de programas e aplicativos de topografia e geodésia, como o Sistema de Informação Geográfica (SIG) e da Modelagem Digital de Terreno, estão estabelecendo uma nova conduta no tratamento e na coleta dos dados, bem como na apresentação dos resultados (SILVA; ERWES, 1996).
Figura 3 – Teodolito mecânico 
 Fonte: https://geodesical.com/tiendas/portugal/pt/teodolitos-taquimetros-topografia-mecanicos/227418-Teodolito-Analogico-GEOFENNEL-FET-500.html
Buscando atender a Norma Técnica do INCRA, as técnicas convencionais são determinadas como as que aplicam medições lineares, angulares e desníveis por meio de teodolitos (Figura), níveis e medidores eletrônicos de distâncias em suas muitas combinações e cálculos decorrentes (INCRA, 2003). Levantamentos topográficos têm os seus detalhes retratados utilizando uma projeção ortogonal, se tratando de uma superfície plana, onde a linha de projeção referente a cada ponto é normal a essa superfície. Portando a imagem produzida do terreno na projeção em uma escala é nomeada de planta ou superfície topográfica.
Figura 4 – Teodolito Eletrônico 
 Fonte: https://www.buildin.com.br/teodolito-topografia
Figura 5 – GPS 
 Fonte:https://www.directindustry.com/pt/prod/spectra-precision/product-39208-1218307.html
3.2 LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO
O levantamento topográfico realizados com o sistema de posicionamento global – GPS é considerado atualmente, o método de maior eficácia quando consideramos as relações custo e produtividade. Possibilita a obtenção de dados altimétricos e planimétricos simultaneamente, em comparação com os métodos de levantamento convencionais possibilita ter um ganho real de 3/1 em relação ao tempo e redução considerável das equipes destinadas ao serviço de campo (GOMES et al., 2001).
3.3 LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO CADASTRAL
O levantamento topográfico cadastral se destina para finalidade elaborar documentos de medições e plantas, delimitar o território das propriedades públicas e privadas, com precisão elevada proporcionando a seus proprietários todas as garantias jurídicas, aproveitando o embasamento proporcionado pelos levantamentos com meta fiscal (TRUTTMANN, 1969).
MULLER (1953, p.231) diz, que quando se compara um levantamento topográfico a um levantamento topográfico cadastral de determinada região, comenta que este último desempenha principalmente a função da determinação e representação dos limites legais das parcelas de terreno, do cálculo das superfícies, com base em medidas diretas coletadas no próprio terreno, da divisão das parcelas de terreno oriundas de heranças, etc. Tanto o levantamento topográfico e o topográfico cadastral sempre devem estar associados a uma rede de pontos fixos no terreno, proporcionando-lhes todas as referências indispensáveis para os elementos de controle.
BENITE & LIPORONI (1993) comentam que, quando o levantamento topográfico cadastral tem por finalidade a Ação Retificatóriade Registro, afirmam que o levantamento, em caso de ser um lote urbano, há necessidade de identificar corretamente os seus limites. Se são muros, deve-se discernir com a convenção correta. Determinar com exatidão a que pertence à área ocupada por um muro, nesse caso se é pertencente ao lote retificado ou ao lote confinante. A divisa sempre deve ser apontada em qual face das paredes das construções que possivelmente possam estar nas divisas.
3.4 GEORREFERENCIAMENTO
O georreferenciamento de um imóvel consiste em definir a sua forma, dimensões e localização, fazendo uso de métodos de levantamento topográficos, com a finalidade de tornar as coordenadas geográficas do imóvel conhecidas dentro de uma base de dados de um sistema de referência. Segundo Veronez et al (2000), o georreferenciamento consiste na associação de uma base cartográfica a um sistema de referência de coordenadas.
Para Teixeira e Christofoletti (1997), o georreferenciamento é a circunstância em que uma entidade geográfica é referenciada espacialmente ao terreno pela sua localização, fazendo uso de um sistema de coordenadas.
O georreferenciamento foi criado com a finalidade de se eliminar falhas de levantamentos topográficos antigos, que sempre geravam problemas de sobreposição de áreas, e por consequência disputas jurídicas, conflitos armados etc. Conforme a Lei10.267/01 tornou-se obrigatório o georreferenciamento dos imóveis rurais na escritura para a alteração nas matriculas, remembramento, desmembramento, mudança de titularidade.
4. CONCLUSÃO
Com base no levanto bibliográfico realizado sobre o tema em questão ficou claro que é necessário a realização do georreferenciamento das áreas rurais, tanto que a Lei10.267/01 torna obrigatório o georreferenciamento a partir de 2001.
Essa referida lei foi criada pelo fato de muito problemas ocasionados por grilagem de terra, invasão de divisa de terreno, mapeamentos com sobreposição de terrenos, caso de morte por disputa de terreno. 
Para estudos futuros seria interessante o estudo de caso em campo, bem mais detalhado para agregar conhecimento, e contribuir para a informação da sociedade e acadêmicos.
5. REFRÊNCIAS
BAPTISTA, P.; BASTOS, L.; BERNARDES, C.; CUNHA, T.; DIAS, J.A. Monitoring Sandy Shores Morphologiesby DGPS — A Practical Tool to Generate Digital Elevation Models. Journal of Coastal Research, v. 24, n. 6, p.1516-1528, 2008.
BENITE, O. M.; LIPORONI, A. S. A perícia nas ações reais im obiliárias. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1993, 116 p.
GOMES, E.; PESSOA, L. M. C.; SILVA JR., L. B. S. Medindo Imóveis Rurais com GPS. Brasília: Editora e Comunicação Ltda, , 2001. 136p.
INCRA. Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis Rurais. Brasília, Nov. 2003.
MOFFITT, F.H. ; BOUCHARD, H. .1975 Surveying Sixth Edition, 1975.
M ÜLLER, R. Compêndio general de topografia teórico prática - Tomo 1: agrim ensura, proyecciones cartograficas y catastro, com las tolerancias de agrim ensura legal. 5 ed. Buenos A ires, Editorial Roberto M üller, 1953.
PIOVESAN E. C.; CAMARGO, P. O.; ISHIKAWA, M. I. Lei Nº 10.267/01 Análise e Aplicação. In: COBRAC 2004. Florianópolis: Congresso Brasileiro de Cadastro Técnico Multifinalitário. Anais em CD. 2004
SANTIAGO, A C. Topografia. Campinas: Boletim Técnico - SCR - n 41, 1969. Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, Coordenadoria de Assistência Técnica Integral – CATI.
SILVA, I.; ERWES, H. Curso de atualização e, topografia e GPS. São Carlos: Escola de Engenharia de São Carlos – EESC/USP, São Carlos, 1996.
TEIXEIRA, A. L. de A.; CHRISTOFOLETTI, A. Sistemas de Informação Geográfica. Dicionário Ilustrado do SIG. São Paulo: Hucitec, 1997. 244p.
TRUTTMANN, O. El teodolito y su empleo. W ild Heerbrugg S. A. H eerbrugg, Suíça, março 1969, 107p.
VEIGA, L. A. K.; ZANETTI, M. A. Z. e FAGGION, P. L.Fundamentos de Topografia. Universidade Federal do Paraná. Curitiba, Ed. UFPR 2012.
VERONEZ, M R. et al. GPS: Um Sistema Eficaz no Georreferenciamento de Bases Cartográficas. Criciúma: A Mira, ano X, n. 99, p. 12 -19, 2000.

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