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Prévia do material em texto

Brasília-DF. 
Topografia aplicada a agriculTura 
de precisão
Elaboração
Leonardo Medeiros Duarte Júnior
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
TOPOGRAFIA CLÁSSICA E MODERNA .................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
A CIÊNCIA TOPOGRÁFICA E SUA EVOLUÇÃO ........................................................................... 9
CAPÍTULO 2
LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS CONTEMPORÂNEOS .......................................................... 13
UNIDADE II
LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS ....................................................................................................... 22
CAPÍTULO 1
OS LEVANTAMENTOS POR SATÉLITES ........................................................................................ 22
CAPÍTULO 2
TIPOS DE LEVANTAMENTOS GNSS E A RBMC ............................................................................ 28
UNIDADE III
CERTIFICAÇÃO, GESTÃO E CADASTRO ................................................................................................ 35
CAPÍTULO 1
A GOVERNANÇA E O GEORREFERENCIAMENTO .................................................................... 35
UNIDADE IV
NORMAS ............................................................................................................................................. 46
CAPÍTULO 1
A NORMATIZAÇÃO EM LEVANTAMENTOS, SUAS DEFINIÇÕES, INSTRUMENTOS, FASES E CONDIÇÕES 
GERAIS .................................................................................................................................. 46
CAPÍTULO 2
AS CONDIÇÕES ESPECÍFICAS, INSPEÇÕES, ACEITAÇÕES E REJEIÇÃO EM LEVANTAMENTOS 
TOPOGRÁFICOS .................................................................................................................... 59
CAPÍTULO 3
SERVIÇOS DE GEORREFERENCIAMENTO EM IMÓVEIS RURAIS .................................................. 69
UNIDADE V
CADASTRO E REDE DE REFERÊNCIA CADASTRAL .................................................................................. 72
CAPÍTULO 1
CADASTRO ............................................................................................................................ 72
CAPÍTULO 2
REDE CADASTRAL ................................................................................................................... 75
UNIDADE VI
LEVANTAMENTOS EM MEIO ELETRÔNICO ............................................................................................. 88
CAPÍTULO 1
PLANILHAS E SOFTWARES EM LEVANTAMENTOS ....................................................................... 88
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 94
5
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém 
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a 
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
6
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para 
aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de 
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
7
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
8
Introdução
A topografia também chamada de geomática é a ciência que busca a determinação 
ou o estabelecimento das posições relativas de pontos sobre a superfície da Terra. 
A geomática consiste na disciplina que empreende métodos de medição e reunião 
de dados físicos diversos do ambiente terrestre, transformando e processando tais 
informações em produtos para as mais diversas aplicações, como um exemplo, podemos 
citar as medições de áreas determinantes de limites das propriedades.
O geoprocessamento geralmente pode ser confundido com outros conceitos das 
geotecnologias (Sistema de Informações Geográficas – SIG, Sensoriamento Remoto, 
Sistema de Posicionamento Global – GPS). Por sua vez, o georreferenciamento está 
relacionado à determinação precisa de um ponto na superfície terrestre, tornando as 
coordenadas desse ponto conhecidas num dado sistema de referências geográficas. 
Exemplificando, caso seja utilizado um GPS outdoor destes mais comuns adquiridos no 
mercado, o sistema de referência adotado por esse tipo de aparelho é o WGS84 (World 
Geodestic System 1984).
Nesta apostila, apresenta-se um apanhado de informações relacionadas à topografia-
geomática, as quais podem ser aplicadas ao georreferenciamento, dentre estas 
podemos citar o uso do GPS geodésico que apresenta receptores com precisão 
ultrafina possibilitando a eliminação de erros. Apresentam-se também os sistemas 
governamentais que possibilitam o cadastramento de informações sobre as áreas rurais 
brasileiras.
Objetivos
 » Apresentar conceitos sobre a ciência topográfica. 
 » Caracterizar o profissional da topografia.
 » Caracterizar a topografia contemporânea.
 » Definir e caracterizar os sistemas GNSS e GPS.
 » Definir tipo de levantamento topográfico.
 » Apresentar sistemas de governança de propriedades rurais.
 » Apresentar as leis e normas relacionadasao georreferenciamento.
 » Apresentar alguns softwares de aplicação topográfica. 
9
UNIDADE I
TOPOGRAFIA 
CLÁSSICA E 
MODERNA
CAPÍTULO 1
A ciência topográfica e sua evolução
A topografia e o profissional topógrafo
Tradicionalmente, a topografia é definida como a ciência e tecnologia que busca definir 
a posição relativa de pontos na superfície terrestre. A ciência topográfica foi utilizada 
inicialmente na definição das propriedades, já o uso moderno da topografia garante a 
precisão de pontos, linhas e graus para os mais diversos fins profissionais.
Segundo Ghilani et al (2013), a topografia surgiu no Egito em 1.400 a.C. quando houve 
a necessidade de se dividir as terras para fins de tributação. Os antigos topógrafos eram 
chamados de esticadores de cordas, devido à forma como eram feitas as medições. Já 
na Grécia, por volta de 120 a. C. tratados importantes para a topografia foram criados, 
relatando métodos de levantamento de campo, de desenho de planos e dos cálculos 
relacionados. Já no século I, os engenheiros topógrafos romanos tiveram grande 
destaque para o desenvolvimento da ciência e das construções da época. 
Figura 1. Dioptra – antigo instrumento topográfico grego.
Fonte: <http://blocs.xtec.cat/viaagusta/14-2/construccio-de-les-vies/>.
10
UNIDADE I │ TOPOGRAFIA CLÁSSICA E MODERNA
Por muito tempo a curvatura do planeta Terra foi ignorada, os antigos tinham para si 
que o mundo era uma superfície plana, porém por meio das observações dos eclipses 
e dos navegadores, a dúvida sobre o formato plano surgiu. Foi Erastóstenes, em 200 
a. C., o primeiro a calcular as dimensões da Terra, com uma proximidade do real 
impressionante. 
Nos séculos XVIII, XIX e XX os avanços da topografia se deram muito em relação às 
necessidades de mapas e das localizações das fronteiras, com a necessidade de grande 
precisão nas triangulações, iniciando-se os estudos de levantamento geodésico. “Terras 
valorizadas e a importância de limites precisos, além de demandas por melhorias 
públicas nas áreas dos canais, das ferrovias e das rodovias, levaram a topografia a uma 
posição de destaque.” (GHILANI, WOLF, 2013: 05). 
Além de reunir uma série de necessidades crescentes da civilização, a 
topografia sempre desempenhou um papel importante nas atividades de 
defesa dos Estados Unidos. A Primeira e a Segunda guerras mundiais, os 
conflitos na Coréia e no Vietnã, e os conflitos mais recentes do Oriente 
Médio e na Europa criaram incríveis demandas por medições precisas 
e mapas exatos. Essas operações militares também estimularam as 
melhorias de instrumentos e métodos para atender essas necessidades. 
A topografia também contribuiu para o programa espacial, além de 
ter se beneficiado dele, para o qual novos equipamentos e sistemas 
forma necessários para fornecer controle preciso sobre alinhamento de 
mísseis e para mapeamento e representação de partes da Lua e planetas 
mais próximos. Os desenvolvimentos em equipamentos de topografia 
e mapeamento agora evoluíram ao ponto em que os instrumentos 
tradicionais que eram usados até por volta dos anos 1960 ou 1970 – o 
teodolito, o nível rústico e a trena – foram quase totalmente substituídos 
por uma série de novos instrumentos de alta tecnologia. Entre eles 
estão a estação total, que pode ser usada para medir e registrar 
automaticamente distâncias horizontais e verticais, além de ângulos 
horizontais e verticais; o sistema global de navegação por satélite 
(GNSS, do inglês Global Navigation Satellite Systems) e o sistema de 
posicionamento global (do inglês, Global Positioning System), que 
pode oferecer informação de localização precisa para qualquer tipo de 
levantamento. [...] (GHILANI, WOLF, 2013: 5).
O profissional da topografia é aquele capaz de realizar atividades correlatas para a 
determinação das medidas de uma área e representação do seu relevo, a medição e 
representação tridimensional de objetos, a determinação de pontos e trajetórias, dentre 
11
TOPOGRAFIA CLÁSSICA E MODERNA │ UNIDADE I
outras capacidades. “Usando modernas tecnologias terrestres, aéreas e por satélite 
com computadores para processar dados, os topógrafos contemporâneos são capazes 
de medir e monitorar a Terra e seus recursos naturais literalmente de forma global.” 
(GHILANI, et al., 2013:01).
O topógrafo e a topografia desempenham atividade de extrema importância para as 
engenharias, pois os trabalhos de levantamento são utilizados no planejamento e 
execução de diversos equipamentos e obras de arte especiais, com destaque as pontes, 
canais e represas. Os trabalhos topográficos estão presentes em ramos da ciência, como 
a agronomia, astronomia, geologia, geografia, arquitetura, arqueologia, meteorologia, 
dentre muitos outros campos profissionais.
Historicamente, os topógrafos faziam suas medições usando métodos 
terrestres e, até relativamente pouco tempo atrás, o teodolito e a 
trena eram seus principais instrumentos. Cálculos e levantamentos, e 
relatórios, gráficos e mapas que eles entregavam a seus clientes eram 
preparados (em forma de papel) por meio de processos manuais tediosos. 
Hoje, o moderno arsenal de ferramentas do topógrafo para medição e 
coleta de informações ambientais inclui instrumentos eletrônicos para 
medir automaticamente distâncias e ângulos, sistemas de medição por 
satélite para obter rapidamente posições precisas de pontos bastante 
espaçados e sistemas modernos de imagens aéreas digitais e varredura 
a laser para mapear e coletar rapidamente outras formas de dados sobre 
a terra na qual vivemos. Além disso, existem sistemas de computação 
que podem processar os dados medidos e produzir automaticamente 
gráficos, mapas e outros produtos em velocidades jamais sonhadas 
há alguns anos. Além do mais, esses produtos podem ser preparados 
em formatos eletrônicos e enviados para locais remotos por meio de 
sistemas de telecomunicação. Simultaneamente ao desenvolvimento 
dessas novas tecnologias de coleta e processamento de dados, os 
sistemas de informações geográficas (SIGs) surgiram e amadureceram. 
Esses sistemas baseados em computador permitem que praticamente 
qualquer tipo de informação espacial relacionada sobre o ambiente 
seja integrada, analisada, exibida e disseminada. A chave para a 
operação bem sucedida de sistemas de informações geográficas são os 
dados de alta qualidade relacionados espacialmente, além da coleta 
e do processamento desses dados, que estabelecem grandes e novas 
demandas da comunicação topográfica. (GHILANI, WOLF, 2013:03) 
12
UNIDADE I │ TOPOGRAFIA CLÁSSICA E MODERNA
Figura 2. Groma – Antigo instrumento topográfico para pontaria.
Fonte: <http://blocs.xtec.cat/viaagusta/14-2/construccio-de-les-vies/>.
A segurança nos trabalhos de topografia é um aspecto que deve ser levado em 
consideração, pois os trabalhos em campo podem esconder os mais diversos perigos, 
por isso a atenção do profissional topógrafo em ambientes potencialmente inseguros é 
importante. Canteiros de obras, por exemplo, com grande movimentação de máquinas 
e ruídos são locais com alto grau de perigo, que podem ser mitigados com planejamento 
e linhas de afastamento. Sinalizar os locais de trabalho é considerado uma boa prática 
de segurança. Outros perigos relacionados aos trabalhos de campo, como aqueles 
inerentes ao clima, a animais e insetos que possam de alguma forma colocar em risco a 
saúde dos profissionais também precisam ser observados.
O uso de equipamentos de segurança visa à proteção individual do profissional (EPI), 
busca-se a diminuição dos perigos que possam ser causados por questões ambientais, 
como exposição ao sol por várias horas, onde um bom chapéu de abas bem largas seria 
muito interessante, ou ainda riscos biológicos, como por exemplo, cobras, onde o uso 
de caneleiras de couro e calças pode salvar a vida do profissional. Combinado ao uso de 
equipamentos de segurança individual e coletivo, uma inspeção prévia do local se faz 
necessária evitando surpresasdesagradáveis. 
13
CAPÍTULO 2
Levantamentos topográficos 
contemporâneos
A topografia moderna
Os levantamentos podem ser classificados em: topográficos e geodésicos. Os levantamentos 
topográficos são aqueles em que a base de referência é uma superfície horizontal plana, 
sendo a direção de prumo paralela por toda a área do levantamento, com ângulos de 
observação igualmente considerados planos. Quando se trata de um levantamento 
topográfico de uma pequena área, supõe-se que a superfície da Terra é um plano. Todavia, 
quando se trata de levantamentos topográficos de grandes áreas, a curvatura da Terra é 
levada em consideração. 
[...] Para áreas de tamanho limitado, a superfície elipsoide é, na realidade 
quase plana. Em uma linha de 8 km de extensão, o arco da elipsoide 
e os comprimentos de corda diferem em apenas cerca de 6 mm. Uma 
superfície plana tangente ao elipsoide se desvia apenas 13 cm a 1 km do 
ponto de tangência. Em um triângulo com área de 194 km², a diferença 
entre a soma dos três ângulos elipsoidais e dos três ângulos planos é de 
apenas 1 segundo. Portanto é evidente que, exceto em levantamentos 
que abordam áreas extensas, a superfície da Terra pode ser aproximada 
como um plano, simplificando assim os cálculos de levantamento 
topográfico no plano. Mesmo para áreas muito grandes, as projeções 
de mapa, [...] permitem que sejam usados cálculos de levantamento 
topográfico. (GHILANI, WOLF, 2013: 08). 
Os levantamentos geodésicos sugerem uma precisão mais elevada em relação aos 
levantamentos topográficos. E têm como diferença básica a referência de cálculo, sendo 
considerada para os levantamentos geodésicos a curvatura da Terra. “Agora é comum 
realizar cálculos geodésicos em um sistema de coordenadas cartesianas tridimensional, 
centrado na Terra, fixado na Terra (ECEF, do inglês Earth-Centered, Earth-Fixed).” 
(GHILANI, WOLF, 2013: 08).
Os levantamentos geodésicos em território brasileiro, suas especificações 
e normas gerais são exarados pela Resolução PR no 22, de 21/7/1983. Vide: 
<http://www.inde.gov.br/images/inde/bservico1602.pdf>. Vide também as 
14
UNIDADE I │ TOPOGRAFIA CLÁSSICA E MODERNA
especificações e normas gerais para levantamentos GPS em: <http://www.inde.
gov.br/images/inde/normas_gps.pdf>.
Quadro 1. Levantamentos topográficos especializados.
De controle Estabelece marcos horizontal e vertical. Cria uma estrutura de referência como suporte para outros levantamentos.
Topográfico Determina localização de recursos naturais e artificiais e elevações para criação de plantas.
De terra, limite e cadastrais Estabelece linhas de propriedades e marcos de divisa de propriedade.
Hidrográfico Define litoral e profundidade de lagos, rios, oceanos, reservatórios e outros.
Marítimo Associado às indústrias de portos e offshore e ao ambiente marinho.
De alinhamento Para planejar, projetar e construir rodovias, ferrovias, tubulações e outros projetos lineares.
De construção Oferecem elevações de linha, grau e controle, posições horizontais, dimensões e configurações para operações de 
construção.
De como construído Documenta os locais finais exatos e layouts de trabalhos de engenharia e registram as mudanças de projeto 
incorporadas ao projeto.
De minas Realizados acima e abaixo do solo para orientar túneis e outras operações associadas à mineração.
Solares Mapeiam limites de propriedade, concessões solares, obstruções de acordo com os ângulos do sol.
Ferramental ótico É conhecido como levantamento industrial ou alinhamento ótico. São medições extremamente acuradas para 
processos de fabricação.
Fonte: Adaptado de: Ghilani, Wolf, 2013:10.
De acordo com Ghilani et al (2013), de forma geral os levantamentos podem também 
ser classificados em: levantamento de campo, levantamento aéreo e levantamento por 
satélites. Sendo que os primeiros utilizam medições feitas a partir de equipamentos 
locados em solo (níveis automáticos, estações total). Os levantamentos aéreos 
(fotogrametria) usam câmeras em aeronaves, as quais possibilitam a obtenção de 
imagens. Os terceiros dizem respeito à tecnologia do sensoriamento remoto, que se 
utiliza de sensores embarcados em aeronaves e satélites. Todos esses métodos de 
levantamento são usados, também, para os levantamentos tabulados, sendo que para o 
levantamento topográfico do tipo ferramental ótico é possível apenas pelo método em 
que os aparelhos são fixados em solo. 
Sistemas de informações da terra (SITs; ou LISs, do inglês Land 
Information Systems) e sistemas de informações geográficas 
(SIGs; ou GISs, do inglês Geographic Information Systems) são 
áreas de atividade que rapidamente assumiram posições de grande 
proeminência na topografia. Esses sistemas baseados em computador 
permitem armazenamento, integração, manipulação, análise e 
exibição de praticamente qualquer tipo de informações relacionadas 
espacialmente em nosso ambiente. SITs e SIGs estão sendo usados em 
todos os níveis governamentais, e por empresas, indústrias privadas e 
companhias de serviços públicos para auxiliar na gestão e na tomada 
de decisão. Aplicações específicas têm ocorrido em muitas áreas 
diversificadas e incluem gerenciamento natural de recursos, localização 
15
TOPOGRAFIA CLÁSSICA E MODERNA │ UNIDADE I
e gerenciamento de instalações, modernização de registros de terreno, 
análises demográfica e de mercado, resposta a emergências e operações 
rápidas, gerenciamento de infraestrutura e monitoramento dos 
ambientes regional, nacional e global. Os dados armazenados dentro 
de SITs e SIGs podem ser naturais e culturais, e podem ser derivados 
de novos levantamentos ou de fontes existentes, como mapas, gráficos, 
fotos aéreas e de satélite, dados e estatísticas tabulados, além de outros 
documentos. [...] Tipos específicos de informações (também chamados 
de temas ou camadas de informação) necessários para os sistemas de 
informações terrestres e geográficas podem incluir fronteiras políticas, 
posse de propriedade individual, distribuição de população, locais de 
recursos naturais, redes de transporte, serviços públicos, zoneamento, 
hidrografia, tipos de solo, uso da terra, tipos de vegetação, pantanais e 
muito mais. Um ingrediente essencial de toda informação incluída em 
bancos de dados SITs e SIGs é que ela seja relacionada espacialmente, 
ou seja, localizada em uma estrutura de referência geográfica comum. 
Somente então as diferentes camadas de informações serão fisicamente 
relacionáveis, de modo que possam ser analisadas por meio de 
computadores para dar suporte à tomada de decisão. Esse requisito 
posicional geográfico fará com que haja uma demanda pesada de 
topógrafos (engenheiros de geomática) no futuro, que desempenharão 
papéis fundamentais no projeto, na implantação e na gestão desses 
sistemas. [...] (GHILANI, WOLF, 2013: 12).
Figura 3. Equipamento topográfico moderno.
Fonte: <https://geoespaciais.wordpress.com/2012/07/26/gps-na-topografia/>.
16
UNIDADE I │ TOPOGRAFIA CLÁSSICA E MODERNA
Com o desenvolvimento das tecnologias da informação e geoinformação, hardwares 
e softwares, a topografia passa por grandes transformações. O modo e a velocidade 
como os dados são gerados, medidos, processados, armazenados e recuperados 
são revolucionários. Modelos digitais em 3D estão muito presentes nos trabalhos 
da topografia moderna, o acesso a diferentes tecnologias e produtos já faz parte do 
cotidiano e são acessíveis aos profissionais. A evolução tecnológica instrumental da 
topografia e das geotecnologias está em curso e serão absorvidas rapidamente pelos 
mais diferentes profissionais e profissões.
Os textos manuscritos das notas de campo e as cadernetas de campo, as quais eram 
o suporte para os registros das medições e descrições das mais diversas informações, 
foram sendo substituídos por coletores de dados automáticos. Essas cadernetas 
eletrônicas de campo e seus controladores de levantamento de dados fazem interface 
com diversos equipamentos topográficosmodernos, são capazes de criar arquivos com 
os registros de campo. Porém, as anotações e descrições das situações observadas em 
campo são suplementares aos dados numéricos gerados eletronicamente. 
Esses dados coletados em campo, sejam eles manuais ou eletrônicos, compõem os 
registros permanentes do trabalho topográfico e devem ser precisos, completos e 
corretos para que não haja perda do trabalho empenhado. Esse momento da coleta, 
ou seja, o registro dos dados em campo é considerado um momento crítico de todo o 
trabalho topográfico, pois ele é substancialmente caro e a perda dessas informações 
ou dados corrompidos pode resultar em grande prejuízo financeiro, devido aos custos 
elevados de pessoal e equipamentos.
Quadro 2. Requisitos das notas de campo.
Precisão Qualidade mais importante nos trabalhos de levantamento topográfico.
Integridade
Um dado de medição ou detalhe omitido pode anular o uso das notas em cálculos ou plotagem. A integridade deve ser 
verificada antes de se deixar o local de levantamento.
Legibilidade Notas inelegíveis não podem ser usadas. A qualidade deve ser profissional.
Organização A organização contribui para a precisão, a integridade e a legibilidade.
Clareza
Planejar para que haja procedimentos apropriados em campo é necessário para a garantia da clareza das anotações e 
tabulações, minimizando os erros grosseiros e omissões.
Nome do projeto, 
local, data, hora do 
dia e horas de início e 
término.
Informações necessárias para documentar a nota de campo e estabelecer um horário, além de correlacionar os diferentes 
levantamentos. Problemas encontrados, precisão e outros fatos podem ser percebidos a partir do tempo exigido para o 
levantamento.
Condições climáticas
Condições adversas, temperatura, velocidade do vento, chuva podem ter influência sobre a precisão nas operações de 
levantamento topográfico. Os trabalhos dos topógrafos poderão ser prejudicados por condições do tempo, esses detalhes 
são importantes na análise das notas de campo, na aplicação de correções devidas às correções de temperatura.
Equipe
Nomes, iniciais dos membros e funções na equipe são necessários para documentação e referências futuras. Os cargos 
podem ser descritos por símbolos. Operador de instrumento, operador de mira e anotador. Geralmente o chefe de equipe é 
o anotador.
Tipo e número do 
instrumento
Marca e número de série do instrumento utilizado e seu grau de ajuste afetam a precisão de um levantamento. A devida 
identificação do equipamento pode auxiliar no isolamento de alguns erros.
Fonte: Adaptado de: Ghilani, Wolf, 2013:27.
17
TOPOGRAFIA CLÁSSICA E MODERNA │ UNIDADE I
O quadro acima apresenta alguns requisitos de notas de campo em trabalhos topográficos 
escritos à mão, e também elementos necessários e pertinentes a um bom trabalho com 
qualidade profissional. Todavia, os avanços tecnológicos permitiram o desenvolvimento 
de sofisticados sistemas de coleta automática de dados para aqueles tipos de anotações 
de campo. São dispositivos com o tamanho portátil, que possuem uma gama de 
recursos e funções, esses coletores de dados ao serem acoplados a instrumentos de 
levantamento modernos recebem e armazenam os dados automaticamente em arquivos 
sincronicamente à medida que as medições são feitas. 
Figura 4. Coletor de dados automático.
Fonte: <http://www.embratop.com.br/produtos/locacao/coletor-de-dados-locacao/>.
No uso de coletores automáticos de dados, a informação preliminar 
comum, como data, equipe, condições do tempo, horário e número do 
instrumento, é informada manualmente no arquivo por meio do teclado. 
Para um determinado tipo de levantamento, o microprocessador 
interno do coletor de dados é programado para seguir uma sequência 
específica de etapas. O operador identifica o tipo de levantamento a 
ser realizado a partir de um menu ou por meio de um código, e depois 
segue as instruções que aparecem na tela da unidade. Mensagens 
passo a passo orientarão o operador a inserir dados externos (que 
podem incluir nomes de estação, descrições ou outras informações) 
ou pressionar uma tecla para iniciar o registro automático dos valores 
observados. Como os coletores de dados exigem que os usuários sigam 
etapas específicas ao realizar um levantamento, elas normalmente 
são chamadas de controladores de levantamento (ou simplesmente 
controladores). [...] A maior parte dos coletores de dados permite 
18
UNIDADE I │ TOPOGRAFIA CLÁSSICA E MODERNA
que um operador role pelos dados armazenados, exibindo-os na tela 
para análise e edição, enquanto ainda estiver no local do trabalho. 
As estruturas organizacionais usadas por diferentes coletores de dados 
no armazenamento de informações variam bastante de um fabricante 
para outro. Todos eles seguem regras específicas, e quando são 
compreendidos, os dados podem ser prontamente interpretados pelo 
pessoal de campo e de escritório. A desvantagem de ter estruturas de 
dados variadas de diferentes fabricantes é que o novo sistema precisa 
ser aprendido com cada instrumento de marca diferente. (GHILANI, 
WOLF, 2013: 30).
Figura 5. Estação total Trimble S6 ou TSC2 Bluetooth.
Fonte: <http://www.prometric.com.mx/tsc2.htm>.
A estação total acima além de proporcionar uma série de funcionalidades tem a 
capacidade de efetuar cálculos em campo diminuindo o tempo dos serviços topográficos, 
possui sistema operacional Windows, podendo executar diversos softwares compatíveis 
a esse sistema operacional, tem tecnologia Bluetooth, é Wi-Fi e possui antena GPS. 
Esse aparelho segue e fixa uma ampla variedade de alvos e prismas convencionais a 
uma grande distância. Possui avançada tecnologia para compensar erros angulares, 
possibilitando medições rápidas e precisas. Corrige automaticamente as vibrações e 
movimentos inesperados quando o operador o manuseia.
Aparelhos automáticos de coleta de dados topográficos possibilitam a redução drástica 
de erros grosseiros na leitura e observações de registros. Também são capazes de 
diminuir sobremaneira o tempo de processamento, exibição e arquivamento das notas 
de campo. Devido à quantidade de dados captados por esses equipamentos, cuidados 
com os arquivos são necessários evitando a perda por descuido dos operadores ou 
19
TOPOGRAFIA CLÁSSICA E MODERNA │ UNIDADE I
mesmo pane, por isso se faz necessário que em intervalos regulares as informações 
armazenadas nos coletores de dados sejam transferidas para outro dispositivo, ou 
mesmo para os escritórios via Wi-Fi. Essa precaução de segurança pode evitar uma 
perda significativa de trabalho. 
À medida que cada nova série de coletores de dados é desenvolvida, 
interfaces de usuário mais sofisticadas são projetadas e o software que 
acompanha os sistemas é melhorado. Esses sistemas têm resultado 
em eficiência e produtividade aumentadas, e têm oferecido ao pessoal 
de campo novos recursos como a capacidade de realizar verificações 
de campo adicionais. Porém, a maior complexidade das instruções de 
levantamento operacionais com coletores de dados avançados também 
exige um pessoal de campo com níveis mais elevados de educação e 
treinamento. (GHILANI, WOLF, 2013:32).
A estação total
As estações totais possuem três elementos básicos, são eles: o instrumento de medição 
eletrônica de distância, também chamado de MED; o componente de medição de ângulos 
e; o hardware integrado coletor de dados. Esses aparelhos observam automaticamente 
os ângulos horizontais e verticais, distâncias inclinadas, são capazes de calcular em 
tempo real as distâncias horizontais e verticais, as elevações e coordenadas dos pontos 
de visada. Também armazenam os dados internamente ou em coletores de dados 
externos que estejam conectados ao equipamento.
A parte superior de uma estação total, conhecida como Alidade (figura 6), possui 
algumas configurações básicas, dentre elas destacam-se a luneta, os círculos graduados 
e outros elementos que são necessários para a medição de distâncias e ângulos.
Figura 6. Alidadee seus componentes.
Fonte: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA8pQAG/manual-estacao-total-gts-210>.
20
UNIDADE I │ TOPOGRAFIA CLÁSSICA E MODERNA
Quadro 3. Alguns itens que compõe uma alidade.
Lunetas São dispositivos curtos, com retículos com linhas cruzadas pintadas no vidro, equipadas com alça de mira ou 
colimador para pontaria aproximada. Podem possuir dois controles de foco, um para focar o objeto que é visto, 
o outro para focar o retículo, podendo ocorrer paralaxe se os focos não forem ajustados coincidentemente. 
Estações totais mais modernas possuem foco automático da lente objetiva.
Sistema para medição do ângulo Funcionam pela passagem de um feixe de luz por graduações bem próximas, criando variações alternadas 
de intensidade de luz, os fotodetectores ao sentirem as variações de luz passam por microprocessadores 
convertendo em valores digitais, exibindo os ângulos verticais e horizontais.
Círculo vertical É um componente indexado na direção gravitacional por compensação automática, funcionam semelhantes 
aos níveis automáticos, alinhando o círculo vertical automaticamente. As leituras desse dispositivo são zenitais, 
ou seja, quando a luneta está apontada para cima o ângulo é igual a 0°, quando a luneta está apontada 
verticalmente os ângulos são de 90° ou 270°. 
Cilindro de aço em rolamento de 
precisão
Possibilita a rotação da luneta em torno de um eixo vertical. Existe também o movimento horizontal que é 
controlado por parafuso de trava e de tangência, permitindo esse tipo de rotação. Esses dois componentes 
são responsáveis pela pontaria exata a um alvo.
Base de nivelamento Composto geralmente por três parafusos ou comandos para nivelamento, um nível circular e um dispositivo 
de fixação da estação total. Algumas bases de nivelamento possuem prumos ópticos integrais que permitem a 
centralização de acessórios.
Prumo óptico Geralmente montado na base de nivelamento ou na alidade da estação total, permitem a centralização precisa 
sobre um ponto. Esse prumo fornece uma linha de visada dirigida para baixo, colinear com o eixo vertical do 
instrumento.
Tripés A alidade se apoia na base de nivelamento que se apoia no tripé. Esses elementos são plataformas largas com 
pés ajustáveis.
Microprocessador, teclado, visor e 
porta de comunicação.
O microprocessador oferece ao equipamento a funcionalidade de redução de erros nas leituras e o 
aumento na velocidade dos trabalhos topográficos. O teclado e o visor possibilitam a comunicação com o 
microprocessador. As portas de comunicações permitem a conexão de coletores de informações externos, 
fazendo interface com outros equipamentos. 
Fonte: Adaptado de: Ghilani, Wof, 2013:165.
No passado, trânsitos e teodolitos eram os instrumentos de topografia 
mais usados nas observações de ângulos. Esses dois dispositivos eram 
fundamentalmente equivalentes e poderiam realizar basicamente as 
mesmas tarefas. Hoje, a estação total substitui ambos os dispositivos. As 
estações totais podem realizar todas as tarefas que poderiam ser feitas 
com trânsitos e teodolitos, mas de uma forma muito mais eficiente. Além 
disso, elas também podem observar distâncias com acurácia e rapidez, 
e fazer cálculos com observações de ângulo e distância, mostrando os 
resultados em tempo real. Essas e muitas outras vantagens significativas 
tornaram as estações totais os instrumentos predominantes utilizados 
na prática atual dos levantamentos. Elas são usadas em todos os tipos 
de levantamentos, incluindo o topográfico, o hidrográfico, o cadastral e 
o de construção. (GHILANI, WOF, 2013:161)
Alguns cuidados devem ser observados no manuseio e instalação de uma estação total. 
Como vimos, esses equipamentos possuem uma série de dispositivos de precisão. 
Quando retiradas de suas caixas as alidades devem ser levantadas com cuidado e 
seguradas preferencialmente por sua alça de mão (figura 6). Em seguida, a alidade deve 
ser fixada com firmeza no tripé por meio da base niveladora. Um procedimento seguro 
de instalação de uma estação total deve sempre começar pela colocação do tripé no solo 
21
TOPOGRAFIA CLÁSSICA E MODERNA │ UNIDADE I
de maneira que ele fique estável, um bom ajuste dos pés facilitará a fixação da cabeça 
da estação total evitando queda do equipamento e possíveis avarias.
Figura 7. Tripé.
Fonte: <http://www.x2geo.com.br/acessorios/>.
Figura 8. Base niveladora.
Fonte: <http://www.x2geo.com.br/acessorios/>.
22
UNIDADE IILEVANTAMENTOS 
TOPOGRÁFICOS
CAPÍTULO 1
Os levantamentos por satélites
GNSS e GPS
Os sistemas globais de navegação por satélite (GNSS) e os sistemas de posicionamento 
global (GPS) revolucionaram as técnicas de levantamento de dados da superfície 
terrestre sejam eles físicos ou ambientais, e não foi diferente com a topografia que 
passou a buscar a integração com esses sistemas (figura 3).
A técnica de levantamento de dados pelo sistema de navegação por satélites surgiu no 
final da década de 1950 nos Estados Unidos com o chamado sistema Transit, o qual 
buscava auxiliar a frota de submarinos daquele país. Segundo Ghilani e Wolf (2013), 
a primeira geração desse sistema foi baseada no efeito Doppler que basicamente 
observava as mudanças de frequência dos sinais transmitidos por satélites, os quais 
eram captados em bases terrestres.
O desenvolvimento da primeira geração de sistemas de posicionamento 
por satélites começou em 1958. Esse antigo sistema, conhecido como 
sistema de navegação por satélite da marinha (NNSS, do inglês 
Navy Navigation Satellite System), comumente chamado de sistema 
TRANSIT, operava pelo princípio Doppler. Nesse sistema, o efeito 
Doppler (mudanças de frequência) dos sinais transmitidos de satélites 
era observado por receptores localizados em estações terrestres. O 
efeito Doppler observado é uma função das distâncias até os satélites e 
suas direções de movimento com relação aos receptores. A frequência 
de transmissão era conhecida e, junto dos dados precisos da posição 
orbital do satélite e tempo preciso das observações, as posições das 
estações receptoras poderiam ser determinadas. A constelação de 
satélites no sistema TRANSIT, que variava entre cinco e sete em 
23
LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS │ UNIDADE II
número, operava em órbitas polares em altitudes de aproximadamente 
1100 km. O objetivo do sistema TRANSIT era auxiliar na navegação 
da frota de submarinos Polaris da Marinha dos Estados Unidos. 
O primeiro uso civil autorizado ocorreu em 1967, e a comunidade 
envolvida com levantamentos rapidamente adotou a nova tecnologia, que 
revelou-se particularmente útil em levantamentos de controle. Embora 
esses primeiros instrumentos fossem grandes e caros, as sessões de 
observação fossem demoradas, e a precisão alcançada não passasse 
de moderada, o programa Doppler foi uma inovação importante no 
posicionamento por satélite em geral, e na topografia em particular. 
(GHILANI, WOF, 2013:276)
O sistema de posicionamento global – GPS surgiu na década de 1970, também nos 
Estados Unidos, e foi desenvolvido a partir do programa espacial americano, pago pela 
necessidade dos militares em desenvolverem um sistema de orientação e navegação 
global. A partir do sucesso dos empreendimentos norte-americanos em seus sistemas 
de posicionamento por satélites, outros países começaram a desenvolver seus próprios 
sistemas de posicionamento global por satélites. Desta forma, as constelações de satélite 
lançados ao espaço e seus sistemas passaram a ser conhecidos como GNSS – sistemas 
globais de navegação por satélites.
Figura 9. Satélite NAVSTAR GPS. 
Fonte: <http://www.space.com/19794-navstar.html>.
Devido ao sucesso do programa Doppler, o Departamento de 
Defesa (DoD) dos Estados Unidos iniciou o desenvolvimento do 
sistema de posicionamento global (GPS) NAVigation Satellite 
Timingand Ranging(NAVSTAR). O primeiro satélite a dar suporte 
ao desenvolvimento e ao teste do sistema foi colocado em órbita em 
24
UNIDADE II │ LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS1978. Desde essa data, muitos satélites adicionais foram lançados. 
O sistema de posicionamento global, desenvolvido a um custo de 
aproximadamente US$ 12 bilhões, tornou-se totalmente operacional 
em dezembro de 1993. Assim como as versões Doppler mais antigas, o 
sistema de posicionamento global é baseado em observações de sinais 
transmitidos a partir de satélites, cujas posições dentro de suas órbitas 
são precisamente conhecidas. Além disso, os sinais são rastreados com 
receptores localizados em estações terrestres. Porém, os métodos para 
determinar a distâncias dos receptores aos satélites, e para calcular 
posições dos receptores, são diferentes. [...] O tamanho e o custo do 
equipamento de levantamento por satélite reduziram substancialmente 
desde o programa Doppler, e os procedimentos de campo e escritórios 
envolvidos nos levantamentos têm sido simplificados de modo que, 
agora, uma alta precisão pode ser alcançada em tempo real. (GHILANI, 
WOLF, 2013:277).
Hoje, a orbita da Terra abriga uma constelação de satélites que fazem parte do GNSS – 
Sistema Global de Navegação por Satélite (Global Navigation Satellite Systems). Além 
do sistema NAVSTAR GPS do projeto norte americano que se tornou operacional na 
década de 1990, outros sistemas de posicionamento global começaram a ser lançados, 
como são os casos do sistema russo GLONASS que possui 24 satélites em órbita, o 
sistema europeu GALILEO que possuirá 30 satélites em órbita e o sistema chinês 
COMPASS que terá 35 satélites em órbita. Embora os equipamentos existentes ainda 
não tenham interoperabilidade, essa será uma tendência dos equipamentos do futuro.
Figura 10. Satélite Galileo. 
Fonte: <http://www.esa.int/spaceinimages/Images/2014/07/Galileo_satellite2>.
Segundo Ghilani et al (2013), os fabricantes das tecnologias que trabalham com 
receptores de satélite já buscam adaptar sistemas que possuem capacidade de operarem 
25
LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS │ UNIDADE II
simultaneamente com GPS, GLONASS e GALILEO, fazendo com que as vantagens de 
sistemas múltiplos contribuam, por exemplo, com os trabalhos topográficos trazendo 
maior velocidade e acurácia na capitação dos dados, possibilitando um método viável 
de se obter registros em áreas consideradas críticas, a exemplo de desfiladeiros, minas 
profundas ou áreas urbanas rodeadas de arranha-céus.
O sucesso geral do posicionamento por satélite no setor civil é bem 
documentado pelo número e pela variedade de empresas que têm usado 
a tecnologia. Isso tem levado ao aumento e à melhoria nas constelações 
de GNSS. No futuro próximo, haverá melhorias na aquisição de sinal 
e no posicionamento. Por exemplo, os sinais de todos os sistemas de 
posicionamento por satélite poderão penetrar em locais encobertos 
e oferecer capacidades de posicionamento por satélite de dentro de 
prédios. Os sinais adicionais de dentro de cada sistema melhorarão 
tanto a solução de ambiguidades quanto as correções atmosféricas. 
[...] De fato, em teoria, as ambiguidades podem ser determinantes 
com um único instante de referência dos dados. Antecipa-se que 
as acurácias no sistema modernizado serão reduzidas ao nível do 
milímetro. Na verdade, prevê-se que as soluções baseadas em código 
estarão disponíveis até o centímetro mais próximo. A implementação 
completa do sistema GLONASS e o sistema Galileo só deverá melhorar 
essas capacidades. Isso dará aos usuários civis de posicionamento por 
satélite a determinação em tempo real sem precedentes de um local 
altamente preciso em qualquer lugar do planeta. O uso de satélites 
na comunidade envolvida com levantamentos (geomática) continuou 
a aumentar enquanto os custos dos sistemas diminuíram. Essa 
tecnologia tem e sem dúvida continuará a ter impacto considerável 
sobre o modo como os dados são coletados e processados. Na verdade, 
à medida que novas tecnologias de satélite são desenvolvidas, o uso 
de equipamento de topografia convencional diminuirá. Isso se deve à 
facilidade, à velocidade e às precisões alcançáveis que as tecnologias de 
posicionamento por satélite oferecem. (GHILANI, WOLF, 2013:304).
De maneira genérica, o sistema de posicionamento global – GPS, que ainda é o sistema 
mais usual no Brasil, pode ser dividido em três segmentos: o espacial, o de controle e o 
do usuário. O primeiro seguimento diz respeito aos satélites em órbita que estão a uma 
altitude de 20.000 km da superfície terrestre. O segundo seguimento refere-se às estações 
de monitoramento que fazem os controles dos sinais rastreando as posições desses 
equipamentos. Já o terceiro seguimento consiste em duas categorias de receptores, que 
estão de acordo com sua precisão, sendo uma para uso civil e uma para uso militar. 
26
UNIDADE II │ LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS
Hoje, a precisão para uso do departamento de defesa dos estados unidos chega a 18 m 
na horizontal e 28 m na vertical.
Em comparação ao sistema norte americano GPS, o sistema europeu Galileo quando 
totalmente implantado oferecerá alguns níveis de serviço por assinaturas (aberto, 
comercial, segurança de vida, serviço público regulado e busca e resgate). Em relação 
à precisão, o sistema europeu oferecerá precisão de 1 m para o serviço livre e precisão 
de centímetros para o serviço de assinatura comercial. Já o sistema chinês operará em 
dois níveis, um aberto e o outro comercial, com precisão de posicionamento em tempo 
real de 10 metros. 
Figura 11. Receptor GNSS. 
Fonte: <www.sokkia.com>.
A acurácia de um levantamento moderno depende de variados fatores, dentre eles está 
o tipo de receptor utilizado, pois os receptores GNSS podem utilizar várias constelações 
de satélites. Alguns desses receptores são capazes de perceber vários canais, rastreando 
dezenas de satélites dos sistemas GPS, Galileo e GLONASS simultaneamente. Dessa 
forma, em levantamentos topográficos que exigem maior precisão os receptores de 
dupla frequência são preferíveis em relação àqueles capazes de observar apenas a 
banda L1.
Muitos fatores podem ter uma ligação de sucesso final de um levantamento 
por satélite. Há também muitas técnicas diferentes que podem ser 
usadas em termos de equipamento utilizado e dos procedimentos 
seguidos. Devido a essas variáveis, os levantamentos por satélites 
devem ser cuidadosamente planejados antes de ir a campo. Projetos 
27
LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS │ UNIDADE II
pequenos, com pouca necessidade de precisão, podem não exigir um 
grande pré–planejamento além da seleção de locais de receptor e dos 
cuidados para que estejam livres de obstruções aéreas. Por outro lado, 
grandes projetos que devem ser executados com alta ordem de precisão 
exigirão um pré-planejamento extenso para aumentar a probabilidade 
de sucesso do levantamento. Como um exemplo, um levantamento 
com a finalidade de estabelecer o controle para um projeto de trânsito 
rápido na cidade exigirá o máximo de cuidado na seleção de pessoal, 
equipamentos e locais de receptor. Também será necessário fazer uma 
visita ao local antes do levantamento, para localizar o controle existente 
e identificar possíveis obstruções aéreas que possam interferir nos 
sinais vindos do satélite em todos os locais de receptor propostos. Além 
disso, uma pré-análise cuidadosa deverá ser feita para o planejamento 
dos horários ideais da sessão de observação, das durações das sessões 
e para o desenvolvimento de um plano para a execução ordenada das 
sessões. O projeto provavelmente exigirá comunicações em terra para 
coordenar as atividades de levantamento, uma análise de transporte 
para assegurar itinerários razoáveis para a execução do levantamento, e 
a instalação de marcos para indicar permanentemente os novos pontos 
que serão localizados no levantamento. (GHILANI, WOLF, 2013:306).
28
CAPÍTULO 2
Tipos de levantamentos GNSS e a RBMC
Levantamento estático, estático rápido, 
pseudocinemático e cinemático
Nos posicionamentos estáticos, os levantamentos geodésicos de controle sãoutilizados 
dois ou mais receptores GNSS, sendo um deles o aparelho base e os outros os receptores 
móveis, aqueles que se deslocam no terreno. A partir da base, com a estação de controle 
existente, ou seja, com as coordenadas conhecidas, são feitas aferições ocupando as 
outras estações com coordenadas desconhecidas. 
Segundo Ghilani et al (2013), as acurácias relacionadas com esse método de 
levantamento geodésico (estático) são de cerca de 3 a 5 mm, sendo que a duração da 
sessão de observação com equipamentos de simples frequência tem duração típica de 
30 min + 3min/km, e a duração da sessão de observação com equipamentos de dupla 
frequência tem duração típica de 20 mim + 2 min/km.
As taxas de coleta dos receptores são definidas de forma a captarem os sinais transmitidos 
pelos satélites com um devido intervalo de tempo, pois esses sinais são contínuos e, não 
sendo assim, os volumes de dados não seriam suportados pelo armazenamento dos 
equipamentos. Os receptores devem ser preparados para amostragem de coletas em 
certo intervalo de tempo, evitando sobrecarga de dados adquiridos.
Para a primeira sessão de observação, observações simultâneas são 
feitas a partir de todas as estações para quatro ou mais satélites por 
um período de tempo de uma hora ou mais, dependendo da distância 
da linha de base. (Linhas de base maiores exigem maiores tempos 
de observação.) Exceto por um, todos os receptores podem ser 
movimentados ao completar a primeira sessão. O receptor restante 
agora serve como estação base para a próxima sessão de observação. Ele 
pode ser relacionado a partir de qualquer um dos receptores usados na 
primeira sessão de observação. Ao terminar a segunda sessão, o processo 
é repetido até que todas as estações estejam ocupadas, a as linhas de base 
observadas formem figuras geometricamente fechadas. O valor para a 
taxa de coleta em um levantamento estático deverá ser o mesmo para 
todos os receptores durante o levantamento. Normalmente, essa taxa é 
definida como 15 segundos para minimizar o número de observações e, 
29
LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS │ UNIDADE II
dessa forma, minimizar os requisitos de armazenamento de dados. 
A maioria dos receptores terá capacidade de memória interna ou estará 
conectada a controladores que têm memórias internas para armazenar 
os dados observados. Após a conclusão de todas as observações, os 
dados são transferidos para um computador para pós-processamento. 
(GHILANI, WOLF, 2013:308).
Figura 12. Sessão de observação GNSS.
Fonte: <http://www.inde.gov.br/images/inde/recom_gps_internet.pdf>.
Os levantamentos utilizando o posicionamento estático rápido se assemelham com 
os anteriores, porém um dos receptores ficará sempre na mesma posição enquanto 
os demais são movimentados progressivamente de pontos desconhecidos para outros 
pontos desconhecidos. Nesse tipo de levantamento a duração da sessão, segundo 
Ghilani et al (2013), é de 20 min + 2min/km para equipamentos de simples frequência 
e, de 10 min + 1min/km para equipamentos de dupla frequência. 
De acordo com o autor supracitado, o posicionamento relativo estático rápido pode 
gerar dados com acurácia na ordem de 3 a 5 mm em condições favoráveis, sendo o 
método mais indicado para levantamentos de controle de pequenas extensões. 
“O procedimento estático rápido é adequado para observar linhas de base de até 20 km 
de extensão sob boas condições de observações.” (GHILANI, et al, 2013:309).
Os levantamentos pseudocinemáticos também necessitam de no mínimo dois receptores 
GNSS, podem ser definidos como levantamentos intermitentes ou de recuperação. Já os 
cinemáticos são aqueles em que um dos receptores pode estar em constante movimento 
(receptor itinerante). Esse método é considerado o mais produtivo, porém o de menor 
acurácia, com precisão em torno de 1 a 2 cm. Sendo suficiente para muitos tipos de 
30
UNIDADE II │ LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS
levantamentos, como exemplo, a maioria dos topográficos. “Os métodos cinemáticos 
se aplicam a qualquer tipo de levantamento que exija a localização de muitos pontos, o 
que os torna bastante apropriados para a maioria dos levantamentos topográficos e de 
obras.” (GHILANI, et al, 2013:310).
No levantamento pseudocinemático, o receptor da base sempre 
permanece em uma estação de controle, enquanto o itinerante vai 
para cada ponto de posição desconhecida. Duas sessões de observação 
relativamente curtas (com duração em torno de 5 minutos cada) são 
realizadas com o itinerante em cada estação. O lapso de tempo entre 
a primeira sessão em uma estação e a sessão de repetição deverá ser 
de aproximadamente uma hora. Isso produz a rigidez geométrica 
das observações devido à mudança na geometria do satélite, que 
ocorre durante esse período de tempo. [...] Uma desvantagem desse 
método, em comparação a outros métodos estáticos, é a necessidade 
de retornar às estações. Esse procedimento requer um planejamento de 
pré-levantamento cuidadoso para garantir que haja tempo suficiente 
disponível para o retorno ao local, e para conseguir o roteiro mais 
eficiente. Os levantamentos pseudocinemáticos são usados de modo 
mais apropriado onde os pontos a serem levantados estão ao longo de 
uma estrada, e o movimento rápido de um local para outro pode ser 
feito prontamente. (GHILANI, WOLF, 2013:309).
Levantamentos de controle
De acordo com Ghilani et al (2013), levantamentos de pequeno porte não são tão 
exigentes em aspectos de planejamento de projeto, porém para aqueles levantamentos 
que necessitam de maior acurácia, ou mesmo projetos de grande porte, o controle 
passa a ser elemento crítico para a obtenção de resultados aceitáveis. Projetos 
relacionados com técnicas de posicionamento global devem possuir relação com 
pontos de controle existentes em sua proximidade. A obtenção de informações quanto 
a esses pontos de controle é fundamental para o sucesso de qualquer operação, assim 
como, o conhecimento prévio de campo, terreno, vegetação, dentre outros fatores 
físicos e climáticos que devem compor o planejamento. As restrições de cobertura 
é um fator que pode bloquear os sinais de satélite prejudicando sobremaneira a 
obtenção dos dados fornecidos pelo sistema. Caso seja necessário, uma limpeza ao 
redor das estações pode ser suficiente para atender o critério de visibilidade em um 
planejamento de controle.
31
LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS │ UNIDADE II
Cada método oferece um conjunto exclusivo de requisitos de procedimento 
para o pessoal de campo. Em levantamentos de alta acurácia, que 
envolvem linhas de base longas, o método de levantamento estático com 
receptores GNSS é a melhor solução. Entretanto, em levantamentos 
típicos, limitados à pequenas áreas, um receptor de frequência única que 
use os métodos de levantamento estático rápido, pseudocinemático ou 
cinemático podem ser suficientes. Devido à variabilidade nos requisitos 
e restrições dos levantamentos, a seleção do método de levantamento 
apropriado depende de (1) nível desejado de acurácia nas coordenadas 
finais, (2) intenção de uso do levantamento, (3) tipo de equipamento 
disponível para o levantamento, (4) tamanho do levantamento, (5) 
cobertura e outras condições locais para o levantamento e (6) software 
disponível para pós-processamento dos dados. Raramente há apenas 
um método para realizar o trabalho. Receptores de GNSS reduzirão o 
tempo necessário em cada estação de um levantamento estático devido 
ao maior número de satélites visíveis e a geometria de satélite melhorada. 
(GHILANI, WOLF, 2013: 313).
Outro aspecto importante a ser observado nos levantamentos de controle diz respeito 
às janelas de observação, que é a determinação dos satélites que estarão visíveis (vide: 
www.trimble.com/GNSSPlanningOnline) no período de captação de informações 
do levantamento. Essas janelas de observações de satélites podem ser determinadas 
usando-se almanaques dos sistemas GNSS. 
Figura 13. Janela de observação GNSS. 
Fonte:<http://freegeographytools.com/2007/determining-local-gps-satellite-geometry-effects-on-position-accuracy>.
32
UNIDADE II │ LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS
Estações de referência
A Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo dos sistemas GNSS - RBMC é necessária 
para se alcançar a mais alta ordem de precisão no posicionamento dos levantamentos 
por satélites. Com isso, os trabalhos topográficos e geodésicos possuem maior acurácia, 
agilidade e economicidade. 
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (ibge.gov.br), para as 
aplicações em trabalhos geodésicos e topográficos está implícito o método relativo de 
levantamento, ou seja, ao menos uma estação de coordenadas conhecidas é ocupada de 
forma simultânea com os pontos aferidos. Dessa maneira, as estações que compõem 
a RBMC fazem o papel do ponto de coordenada conhecido pertencentes ao Sistema 
Geodésico Brasileiro – SGB. Com isso, não é necessária a imobilização de um receptor 
GNSS, pois as estações da rede brasileira de monitoramento contínuo dos sistemas 
GNSS são de altíssimo desempenho, proporcionando observações de grande acurácia 
e confiabilidade.
As estações da RBMC são materializadas através de pinos de 
centragem forçada, especialmente projetados, e cravados em pilares 
estáveis. A maioria dos receptores da rede possui a capacidade de 
rastrear satélites GPS e GLONASS, enquanto alguns rastreiam 
apenas GPS. Esses receptores coletam e armazenam continuamente 
as observações do código e da fase das ondas portadoras transmitidos 
pelos satélites das constelações GPS ou GLONASS. Cada estação 
possui um receptor e antena geodésica, conexão de Internet e 
fornecimento constante de energia elétrica que possibilita a operação 
contínua da estação. As coordenadas das estações da RBMC são outro 
componente importante na composição dos resultados finais dos 
levantamentos a ela referenciados. Nesse aspecto, a grande vantagem 
da RBMC é que todas as suas estações fazem parte da Rede de 
Referência SIRGAS (Sistema de Referência Geocêntrico para 
as Américas), cujas coordenadas finais têm precisão da ordem de ± 
5 mm, configurando-se como uma das redes mais precisas do mundo. 
Outro papel importante da RBMC é que suas observações vêm 
contribuindo, desde 1997, para a densificação regional da rede do 
IGS (International GPS Service for Geodynamics), garantindo uma 
melhor precisão dos produtos do IGS – tais como órbitas precisas – 
sobre o território brasileiro. (IBGE.GOV.BR) 
33
LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS │ UNIDADE II
Figura 14. RBMC – Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo. 
Fonte: <ibge.gov.br>.
O marco geodésico é a materialização física para os trabalhos geodésicos, permitindo 
a perenidade das informações, subsidiando os profissionais nos levantamentos 
posteriores. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, uma das suas ações 
desenvolvidas é o estabelecimento de um conjunto homogêneo de marcos geodésico 
com altitudes de alta precisão para todo o território nacional, formalmente conhecido 
como Rede Altimétrica de Alta Precisão (RAAP) do Sistema Geodésico Brasileiro (SGB).
De acordo com o IBGE, a maior parte das altitudes da Rede Altimétrica de Alta Precisão 
– RAAP refere-se ao Datum de Imbituba (ao nível médio do mar no Porto de Imbituba 
em SC) entre os anos de 1949 e1957. 
A rede Maregráfica Permanente para Geodésica – RMPG tem a finalidade de determinação 
e acompanhamento da evolução temporal e espacial dos dados altimétricos do Sistema 
Geodésico Brasileiro. Em operação (Quadro 3), com observações convencionais e 
digitais, uma sexta estação maregráfica será instalada no porto de Belém, região Norte 
do Brasil, permitindo que o nível médio do mar seja determinado em toda a costa 
brasileira.
34
UNIDADE II │ LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS
Quadro 3. Estações Estabelecidas – RMPG. 
ESTAÇÃO CÓDIGO
SANTANA – AMAPÁ EMSAN
FORTALEZA – CEARÁ EMFOR
SALVADOR – BAHIA EMSAL
MACAÉ – RIO DE JANEIRO EMMAC
IMBITUBA – SANTA CATARINA EMIMB
Fonte: Adaptado de: <ibge.gov.br>.
Figura 15. RMPG – Rede Maregráfica Permanente para Geodésia. 
Fonte: <ibge.gov.br>.
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UNIDADE IIICERTIFICAÇÃO, 
GESTÃO E CADASTRO
CAPÍTULO 1
A governança e o georreferenciamento
Georreferenciamento de imóveis rurais
As novas fronteiras alcançadas pela tecnologia aplicada à informação geográfica tornaram 
a localização espacial uma operação relativamente simples para os profissionais da 
topografia. Na descrição dos imóveis rurais, a coleta de dados georreferenciados pelos 
sistemas GNSS, que operam basicamente com a capacidade de medição das distâncias 
entre os receptores em solo e os satélites em órbita, possibilita a determinação precisa 
de um ponto na superfície terrestre.
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA possui norma 
específica para o georreferenciamento de imóveis rurais, em sua terceira edição, 
que exara as condições mínimas exigíveis para a execução de serviços correlatos ao 
georreferenciamento em propriedades rurais públicas ou privadas. “O imóvel rural a ser 
considerado nos serviços de georreferenciamento é aquele objeto do título de domínio, 
bem como aquele passível de titulação.” (INCRA, 2013:2).
Segundo a norma técnica para georreferenciamento de imóveis rurais (2013), a 
identificação de um imóvel rural público ou privado acontece pela correta descrição dos 
seus limites, sendo que esses são segmentos de retas interligados por vértices codificados 
e georreferenciados. Hoje, as coordenadas dos vértices limítrofes dos imóveis rurais são 
referenciadas pelo sistema de referência geocêntrico para as Américas (SIRGAS2000). 
“A correta aplicação desta norma está condicionada às especificações dos seguintes 
documentos: a) Manual Técnico de Limites e Confrontações [...] b) Manual técnico de 
Posicionamento [...]”. (INCRA, 2013:1).
Todo o profissional que desenvolver trabalhos de georreferenciamento de imóveis 
rurais deverá ser credenciado pelo INCRA, após envio de certidão específica expedida 
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UNIDADE III │ CERTIFICAÇÃO, GESTÃO E CADASTRO
pelo CREA que tenha registro ou visto, assumindo a responsabilidade técnica pelos 
serviços prestados, comprovado pela ART (anotação de responsabilidade técnica) 
de execução. “[...] Somente está apto a ser credenciado o profissional habilitado pelo 
Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), para execução de serviços de 
georreferenciamento de imóveis rurais.” (INCRA, 2013:4).
As coordenadas dos vértices definidores dos limites do imóvel devem 
ser referenciadas ao SGB, vigente na época da submissão do trabalho. 
Atualmente adota-se o Sistema de Referência Geocêntrico para as 
Américas (SIRGAS), em sua realização do ano 2000 (SIRGAS2000), 
conforme especificações constantes na resolução no 01, de 25 de 
fevereiro de 2005, do Presidente da Fundação Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE). [...] A determinação dos valores de 
coordenadas deve ser realizada em consonância com o Manual Técnico 
de Posicionamento. (INCRA, 2013:3)
Quadro 4. Leis, Normas e Manuais. 
Leis, Normas e Manuais de interesse para georreferenciamento e certificação de imóveis rurais
Lei no 6.015/1973 Dispõe sobre os registros públicos, e dá outras providências. 
Lei no 10.267/2001 Altera dispositivos das leis 4.497/1966; 5.868/1972; 6.015/1973; 6.739/1979; 9.393/1996.
Decreto no 4.449/2002 Regulamenta a lei 10.267/2001, que altera dispositivos das leis 4.947/1966; 5.868/1972; 6.015/1973; 
6.739/1979; e 9.393/1966.
NTGIR/2003 Norma técnica para georreferenciamento de imóveis rurais 1a edição – INCRA.
Decreto no 5.570/2005 Dá nova redação a dispositivo do Decreto no 4.449/2002.
NEI no 80 Norma de execução INCRA no 80 – estabelece diretrizes e procedimentos referentes a certificação e atualização 
cadastral de imóveis rurais.
Lei no 11.952/2009 Dispõe sobre a regularização fundiária das ocupações incidentes em terras situadas em áreas da União, no âmbito da 
Amazônia Legal.
NTGIR/2010Norma técnica para georreferenciamento de imóveis rurais 2a edição – INCRA.
NEI no 92 Norma de execução INCRA no 92 – estabelece as diretrizes e procedimentos referentes à certificação e atualização 
de imóveis rurais no INCRA.
NEI no 96 Norma de execução INCRA no 96 – estabelece as diretrizes e procedimentos referentes à certificação de imóveis 
rurais no INCRA.
NTGIR revisada Norma técnica para georreferenciamento de imóveis rurais 2a edição revisada – INCRA.
Decreto no 7.620/2011 Altera o art. 10 do decreto no 4.449/2002, que regulamenta a lei no 10.267/2001.
NEI no 105 Norma de execução INCRA no 105 – regulamenta o procedimento de certificação da poligonal objeto de memorial 
descritivo de imóveis rurais.
MTP/2013 Manual técnico de posicionamento: georreferenciamento de imóveis rurais.
MTLC/2013 Manual técnico de limites e confrontações: georreferenciamento de imóveis rurais, 1a edição.
MSIGEF Manual eletrônico do sistema de gestão fundiária: governança fundiária do território nacional.
Decreto – lei no 243/1967 Fixa as diretrizes e bases para a cartografia brasileira.
A seguir (quadro 5), uma adaptação de uma série de questionamentos encontrados 
no site do Conselho Federal Colégio Notarial do Brasil, disponível em: <http://www.
notariado.org.br/index.php?pG=X19leGliZV9ub3RpY2lhcw==&in=MzQ0Mg==&filtr
o=9&Data=>, sobre o georreferenciamento de imóveis rurais. Acessado em: 30/3/2016.
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CERTIFICAÇÃO, GESTÃO E CADASTRO │ UNIDADE III
Quadro 5. Questões sobre o georreferenciamento de imóveis rurais. 
Quais imóveis devem ser georreferenciados? Todos os imóveis rurais do Brasil sejam públicos ou privados.
Qual a obrigatoriedade do 
georreferenciamento?
O decreto no 4.449/2002 definiu o cronograma de enquadramento anual em relação à área do 
imóvel rural. A partir de 31/10/2004 foram enquadrados todos os imóveis com mais de 500 
ha e, a partir de 31/10/2005 foram enquadrados todos os imóveis rurais do Brasil. A partir do 
enquadramento, a exigência do prévio georreferenciamento será manifestada pelo Oficial do 
Registro de Imóveis, quando o proprietário solicitar o registro de desmembramento, fracionamento, 
remembramento ou qualquer caso de transmissão do imóvel na respectiva matrícula do imóvel (art. 
3o, lei no 10.267/2001).
A escrituração de um imóvel rural depende do 
georreferenciamento?
As escriturações são realizadas nos cartórios e tabelionatos, sendo que a lei não cria qualquer 
exigência para sua formalização. 
Quem pode executar o georreferenciamento 
de imóveis rurais?
Profissionais com registro/visto nos CREAs e credenciados no INCRA, esses profissionais devem 
fazer a anotação de responsabilidade técnica – ART do serviço prestado.
Como posso verificar se o profissional é 
habilitado?
O INCRA divulga publicamente em seu site a relação de todos os profissionais credenciados pelo 
órgão para o georreferenciamento de imóveis rurais. 
Quais serviços estão envolvidos em um 
georreferenciamento de um imóvel rural?
a) planejamento: análise da documentação e da legislação, consultas aos órgãos envolvidos e a 
definição do que e como georreferenciar.
b) demarcação: reconhecimento dos limites, a monumentação e codificação dos vértices e a 
formalização do termo de concordância dos limites confrontantes.
c) medição: efetivo transporte das coordenadas dos marcos do IBGE até cada vértice, seguindo os 
métodos e precisões estabelecidos em norma.
d) relatório: descrição dos trabalhos, resultados alcançados, geração dos produtos (planta, memorial 
descritivo e arquivos de controle) e requerimento de certificação.
e) certificação: devido acompanhamento junto ao INCRA e atendimento das eventuais diligências. 
Qual a precisão dos dados estabelecida pelo 
INCRA?
A portaria no 932/2002 do órgão estabelece erro máximo de 50 cm na determinação das 
coordenadas de cada vértice dos polígonos.
As medições podem ser feitas por sistemas 
GPS?
Guardando uma precisão mínima em que o erro máximo não ultrapasse 50 cm, pode se usar até 
métodos tradicionais de poligonação. 
A atualização de cadastro junto ao INCRA é 
necessária para o cadastramento?
O art. 2o da lei no 5.868, com as posteriores alterações dada pela lei no 10.267, tornou obrigatória 
a atualização cadastral junto ao órgão no caso do georreferenciamento de imóveis rurais. 
Qual é a nova sistemática para a atualização 
do cadastramento?
Uma série de exigências de informações são necessárias por força de lei (legislação ambiental), 
como exemplo a determinação das áreas de preservação e de reserva legal. Algumas das 
informações exigem laudos específicos e ART (anotação de responsabilidade técnica). As 
informações podem ser verificadas por imagens de satélite. Para o mapeamento dos detalhes e 
áreas internas da propriedade rural, a precisão de +- 20m e/ou imagens de satélite compatíveis 
são suficientes. Antes o cadastramento objetivava comprovar que o imóvel rural era produtivo, hoje 
objetiva também verificar sua sustentabilidade ambiental.
O que o INCRA certifica?
As conformidades dos trabalhos técnicos executados pelo profissional habilitado e certificado, 
com referência a Norma Técnica para o Georreferenciamento de imóveis Rurais. Tendo como 
produto final a planta e o memorial descritivo da propriedade, com a descrição das medidas e 
confrontações de cada lado do perímetro e os pares de coordenadas de todos os vértices.
O que acontece após a certificação pelo 
INCRA?
A planta e o memorial descritivo certificado, juntamente com as declarações de concordância dos 
confrontantes com os limites demarcados são apresentados ao Oficial de Registro de Imóveis que 
tenha solicitado o georreferenciamento. Após a verificação e confirmação pelo Oficial cartorário, 
esse transcreverá o memorial descritivo para a matrícula do imóvel ou abrirá nova matrícula 
conforme o caso. 
Como é georreferenciada uma propriedade 
composta por diversas matrículas?
Em registro de imóvel cada propriedade corresponde a uma matrícula, ou a somatória 
dessas quando do desmembramento. Cada matrícula deve ser demarcada individualmente e 
georreferenciada individualmente. Caso essas propriedades sejam contínuas entre si, o proprietário 
poderá optar pelo remembramento, ou seja, a unificação total da propriedade em uma matrícula, ou 
em uma nova matrícula.
Quando uma propriedade é cortada por uma 
estrada como é a demarcação?
Se esse elemento for um bem público (municipal, estadual ou federal) a matrícula do imóvel será 
obrigatoriamente georreferenciada em duas partes descontínuas, cada parte com um polígono.
Fonte: Adaptado de: <http://www.notariado.org.br/>.
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UNIDADE III │ CERTIFICAÇÃO, GESTÃO E CADASTRO
Certificação de imóveis rurais
Criada pela lei 10.267/2001, a certificação de imóveis rurais é um processo feito com 
exclusividade pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA. 
Trata-se de um documento exigido para as alterações de área ou de titularidade nos 
cartórios de registro de imóveis. Compõe a certificação a planta georreferenciada do 
imóvel rural. “O INCRA comunicará, mensalmente, aos serviços de registros de imóveis 
os códigos dos imóveis rurais decorrentes de mudança de titularidade, parcelamento, 
desmembramento, loteamento e unificação [...]”. (Art. 5o, decreto 5570/2005).
Figura 16. Print Scrn da tela do INCRA / Certificação. 
Fonte: <certificacao.incra.gov.br/certificação>.
Em <incra.gov.br/estrutura-fundiaria/regularizacao-fundiaria/certificacao> pode-se 
consultar as relações de imóveis rurais certificados pelo órgão, por suas regionais ou 
por agentes cadastrados e autorizados pela autarquia. Nesse mesmo caminho “URL” é 
possível acessar diversos arquivos em extensão “PDF”, a saber, os principais manuais 
e normas técnicas para o georreferenciamento de imóveis rurais, como exemplo, 
a terceira edição da norma para o georreferenciamento de imóveis rurais; o manual 
técnico de posicionamento; o manual técnico de limites e confrontações; entre outros.
Na certificação do imóvel ruralé emitido documento que valida e comprova o 
cadastramento, o CCIR – certificado de cadastro de imóvel rural. De acordo com a 
autarquia, esse é indispensável para o desmembramento de terra, para o arrendamento 
da propriedade, para hipotecar, vender ou prometer em venda. É também indispensável 
para a homologação de partilha amigável ou judicial (sucessão causa mortis), e para a 
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CERTIFICAÇÃO, GESTÃO E CADASTRO │ UNIDADE III
concessão de crédito agrícola por bancos e agentes financeiros. Importante salientar 
que os dados constantes nesse certificado são apenas cadastrais, esses não legitimam 
direitos de domínio e de posse.
Figura 17. Imóveis certificados – INCRA. 
Fonte: Adaptado de: <certificacao.incra.gov.br>.
SIGEF – Sistema de Gestão Fundiária
Trata-se de um sistema desenvolvido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma 
Agrária – INCRA e Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA. Por meio desse 
programa que são realizados os recebimentos, as validações, as organizações, as 
regularizações e as disponibilizações dos georreferenciamentos dos limites e poligonais 
dos imóveis rurais. 
O Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF) é uma ferramenta eletrônica 
desenvolvida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma 
Agrária (INCRA) e pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) 
para subsidiar a governança fundiária do território nacional. Por ele 
são efetuadas a recepção, validação, organização, regularização e 
disponibilização das informações georreferenciadas de limites de 
imóveis rurais, públicos e privados. O projeto SIGEF foi apresentado 
pela Câmara Técnica de Ordenamento Territorial, Regularização 
Fundiária e Gestão Ambiental do Plano de Desenvolvimento Regional 
Sustentável do Xingu (PDRS Xingu). O desenvolvimento do projeto é 
coordenado pela SERFAL/MDA, com especificação em parceria com o 
INCRA, que contribuiu com o conhecimento previamente acumulado 
para o projeto de certificação automatizada e-Certifica. Por meio do 
SIGEF são realizadas a certificação de dados referentes a limites de 
imóveis rurais (§ 5o do art. 176 da Lei no 6.015, de 31 de dezembro 
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UNIDADE III │ CERTIFICAÇÃO, GESTÃO E CADASTRO
de 1973) e a gestão de contratos de serviços de georreferenciamento 
com a administração pública, compreendendo: a) Credenciamento de 
profissional apto a requerer certificação; b) Autenticidade de usuários do 
sistema com certificação digital, seguindo padrões da Infraestrutura de 
Chaves Públicas (ICP-Brasil); c) Recepção de dados georreferenciados 
padronizados, via internet; d) Validação rápida, impessoal, 
automatizada e precisa, de acordo com os parâmetros técnicos vigentes; 
e) Geração automática de peças técnicas (planta e memorial descritivo), 
com a possibilidade de verificação de autenticidade online; f) Gerência 
eletrônica de requerimento relativos a parcelas: certificação, registro, 
desmembramento, remembramento, retificação e cancelamento; g) 
Possibilidade de inclusão de informações atualizadas do registro de 
imóveis (matrícula e proprietário) via internet, permitindo a efetiva 
sincronização entre os dados cadastrais e registrais; h) Gestão de 
contratos de serviços de georreferenciamento com a administração 
pública, com acesso para órgãos públicos, empresas, responsáveis 
técnicos e fiscais; i) Pesquisa pública de parcelas certificadas, 
requerimento e credenciados. (SIGEF.INCRA.GOV.BR).
Figura 18. Entendendo o processo. 
Fonte: <sigef.incra.gov.br>.
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CERTIFICAÇÃO, GESTÃO E CADASTRO │ UNIDADE III
Figura 19. Entendendo o processo. 
Fonte: <sigef.incra.gov.br>.
Para acessar o Sistema de Gestão Fundiária – SIGEF, os usuários devem ser 
certificados digitalmente segundo os padrões da Infraestrutura de Chaves Públicas – 
ICP Brasil, conferindo segurança e confiabilidade aos profissionais no sistema. Existe a 
necessidade para a autenticação dos usuários a utilização de TOKEN, esses dispositivos 
funcionam como chaves de código fornecidas por certificadoras oficiais, como exemplo, 
o SERPRO. “Isso significa que qualquer certificado emitido por uma AC da ICP-Brasil 
será reconhecido por aplicações que utilizam a mesma infraestrutura.” <sigef.incra.
gov.br>.
Qualquer profissional que possuir habilitação técnica para se credenciar poderá requerer 
o seu credenciamento a partir do site do SIGEF, porém esse deverá possuir a certificação 
digital para cadastrar-se como usuário. Dessa forma, somente um profissional usuário 
autenticado poderá acessar a página inicial do usuário no sistema, a partir da inserção 
do PIN, senha do token ou cartão inteligente.
Caso o profissional usuário já possua cadastro credenciado junto ao Instituto Nacional 
de Colonização e Reforma Agrária, seus dados serão migrados automaticamente para o 
SIGEF, não necessitando preencher o cadastro de novo usuário do sistema. Nos casos 
de profissionais habilitados para execução de serviços de georreferenciamento junto ao 
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UNIDADE III │ CERTIFICAÇÃO, GESTÃO E CADASTRO
INCRA, mas que não possuem cadastro no SIGEF, este poderá fazer uma solicitação 
diretamente na página do usuário, na opção solicitar credenciamento.
É importante entender que o INCRA não é uma Autoridade Certificadora, dessa forma 
não fornece token ou cartão inteligente. De acordo com o ITI – Instituto Nacional de 
Tecnologia da Informação (ITI.GOV.BR), o certificado digital é uma identidade virtual 
que permite a identificação segura e inequívoca da autoridade de uma mensagem por 
meio eletrônico, via web.
Para se obter a certificação digital, o primeiro passo é escolher uma das diversas 
Autoridades Certificadoras da ICP- Brasil, a saber, CERPRO, Caixa Econômica Federal, 
Serasa Expirian, dentre outras, e fazer a solicitação no portal da internet da instituição, 
sendo que a validação deve ser feita pessoalmente na Autoridade de Registro (AR) da 
Autoridade Certificadora (AC).
Figura 20. UFs mais certificadas por hectare. 
Fonte: <sigef.incra.gov.br>.
Figura 21. UFs mais certificadas por parcelamento. 
Fonte: <sigef.incra.gov.br>.
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CERTIFICAÇÃO, GESTÃO E CADASTRO │ UNIDADE III
As planilhas eletrônicas de dados georreferenciados a seguir (figura 21 e figura 
22) referente às identificações do serviço de georreferenciamento, do detentor da 
propriedade, da identificação da área e da tabela de perímetro, respectivamente, foram 
desenvolvidas para o uso no Sistema de Gestão Fundiária – SIGEF. Essas planilhas 
representam os produtos dos serviços executados pelo profissional habilitado (RT – 
responsável técnico), e seu preenchimento é de responsabilidade desse profissional e as 
informações devem condizer com a realidade da propriedade rural. 
Figura 22. Modelo de planilha ODS – Identificação. 
Fonte: <sigef.incra.gov.br>
Figura 23. Modelo de planilha ODS – Perímetro. 
Fonte: <sigef.incra.gov.br>.
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UNIDADE III │ CERTIFICAÇÃO, GESTÃO E CADASTRO
CAR – Cadastro Ambiental Rural
O cadastro ambiental rural é um dispositivo legal criado pela Lei no 12.651/2012, 
esta dispõe sobre a proteção da vegetação nativa, áreas de preservação permanente 
e as áreas de reserva legal, entre outras providências. Ele é um cadastro eletrônico, 
obrigatório para todos os imóveis rurais, dando subsídio à base de dados para o controle, 
monitoramento e combate ao desmatamento dos biomas brasileiros, serve também 
para o planejamento ambiental e econômico das propriedades rurais. O CAR integra 
o Sistema Nacional de Informação sobre o Meio Ambiente – SINIMA, informando 
sobre a situação das áreas consolidadas, de preservação permanente e uso restrito nas 
propriedades e posses rurais. 
Figura 24. CAR em números. 
Fonte: <mma.gov.br>
O cadastramento de uma propriedade deve ser feito/iniciado por meio do “CAR – 
Módulo de Cadastro” que deve primeiramente ser instalado / baixado no computador. 
Em seguida, as imagens de satélite (Rapideye) para a área a ser cadastrada devem 
ser instaladas no módulo do cadastramento. A partir de então, as informações sobre

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