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CONTABILIDADE DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS CURSO DE GRADUAÇÃO – EAD Contabilidade de Instituições Financeiras – Prof. Ms. Fernando Cesar Rinaldi Olá, pessoal! Meu nome é Fernando Cesar Rinaldi. Sou mestre em Ciências Contábeis pela PUC de São Paulo, com concentração na área de Controladoria Econômica de Gestão. Sou professor do Ensino Superior desde 2001, nas áreas de Contabilidade Geral, Gestão Estratégica de Custos, Demonstrações Financeiras e Contabilidade Social/Ambiental. E-mail: fernando_rinaldi@hotmail.com Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação CONTABILIDADE DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS Fernando Cesar Rinaldi Batatais Claretiano 2014 Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação © Ação Educacional Claretiana, 2014 – Batatais (SP) Versão: dez./2014 657.833 R441c Rinaldi, Fernando Cesar Contabilidade de instituições financeiras / Fernando Cesar Rinaldi – Batatais, SP : Claretiano, 2014. 250 p. ISBN: 978-85-8377-285-9 1. Estrutura do Sistema Financeiro Nacional (COSIF). 2. Títulos e valores mobiliários. 3. Operações com arrendamento mercantil na visão do arrendador. I. Contabilidade das instituições financeiras. CDD 657.833 Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves Preparação Aline de Fátima Guedes Camila Maria Nardi Matos Carolina de Andrade Baviera Cátia Aparecida Ribeiro Dandara Louise Vieira Matavelli Elaine Aparecida de Lima Moraes Josiane Marchiori Martins Lidiane Maria Magalini Luciana A. Mani Adami Luciana dos Santos Sançana de Melo Patrícia Alves Veronez Montera Raquel Baptista Meneses Frata Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli Simone Rodrigues de Oliveira Bibliotecária Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11 Revisão Cecília Beatriz Alves Teixeira Eduardo Henrique Marinheiro Felipe Aleixo Filipi Andrade de Deus Silveira Juliana Biggi Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz Rafael Antonio Morotti Rodrigo Ferreira Daverni Sônia Galindo Melo Talita Cristina Bartolomeu Vanessa Vergani Machado Projeto gráfico, diagramação e capa Eduardo de Oliveira Azevedo Joice Cristina Micai Lúcia Maria de Sousa Ferrão Luis Antônio Guimarães Toloi Raphael Fantacini de Oliveira Tamires Botta Murakami de Souza Wagner Segato dos Santos Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana. Claretiano - Centro Universitário Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000 cead@claretiano.edu.br Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006 www.claretianobt.com.br SUMÁRIO CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 7 2 ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO ............................................................................. 8 3 E-REFERÊNCIAS .................................................................................................. 32 UNIDADE 1 – ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 33 2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 33 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................................... 34 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 34 5 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ...................................................................... 34 6 FUNÇÃO FINANCEIRA DE UMA EMPRESA .......................................................... 52 7 INTREGRAÇÃO ENTRE: EMPRESAS DE SERVIÇOS, INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E A CONTABILIDADE .............................................. 57 8 REESTRUTURAÇÕES SOCIETÁRIAS ...................................................................... 60 9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 66 10 CONSIDERAÇÕES ............................................................................................... 68 11 E-REFERÊNCIAS .................................................................................................. 69 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 69 UNIDADE 2 – CONTABILIDADE DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS 1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 71 2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 71 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................................... 72 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 72 5 COSIF .................................................................................................................. 72 6 PLANO DE CONTAS DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS ........................................ 89 7 BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS .......................... 108 8 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 142 9 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 145 10 E-REFERÊNCIAS .................................................................................................. 145 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 146 UNIDADE 3 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS 1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 147 2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 147 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................................... 148 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 148 5 OPERAÇÕES PASSIVAS ........................................................................................ 148 6 OPERAÇÕES DE CRÉDITO.................................................................................... 152 7 ARRENDAMENTO MERCANTIL FINANCEIRO (LEASING) ..................................... 164 8 DERIVATIVOS ...................................................................................................... 169 9 TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS ..................................................................... 178 10 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 187 11 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 204 12 E-REFERÊNCIAS .................................................................................................. 204 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 205 UNIDADE 4 – PROVISÃO PARA CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA (PCLD) 1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 207 2 CONTEÚDOS .......................................................................................................207 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................................... 207 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 208 5 ANÁLISE DE CRÉDITO ......................................................................................... 208 6 PROVISÃO PARA CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA (PCLD) ........................ 210 7 ORIENTAÇÕES CONFORME DETERMINAÇÃO DA RESOLUÇÃO 2.682/99 DO BACEN ...................................................................... 214 8 CONTABILIZAÇÃO DA PCLD ................................................................................ 219 9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 237 10 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 248 11 E-REFERÊNCIAS .................................................................................................. 249 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 249 CRC Caderno de Referência de Conteúdo 1. INTRODUÇÃO Para facilitar o estudo de Contabilidade de Instituições Fi- nanceiras, dividimos o conteúdo em quatro unidades, que serão resumidamente apresentadas a seguir. Logo no início dos estudos, apresentaremos os conceitos envolvendo a estrutura do Sistema Financeiro Nacional (SFN), co- nhecendo a estrutura básica do Sistema Financeiro, as instituições que fazem parte do subsistema normativo e subsistema de inter- mediação. Dessa forma, na Unidade 1, você aprenderá sobre a forma de constituição das instituições que formam o Sistema Financeiro Nacional e a forma que essas instituições realizam os negócios, entre poupadores e tomadores de recursos. Na Unidade 2, será apresentado o Plano Contábil das Insti- tuições do Sistema Financeiro Nacional (Cosif). Esse plano define Conteúdo ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Estrutura do Sistema Financeiro Nacional (COSIF). Títulos e valores mobiliários. Operações com arrendamento mercantil na visão do arrendador. Derivativos. Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa. Operações Passivas. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– © Contabilidade de Instituições Financeiras8 todas as regras e normas que as instituições que operam no sis- tema financeiro devem observar para realizar o registro contábil, controle da movimentação financeira e elaboração das Demons- trações Financeiras. Na Unidade 3, buscaremos apresentar os principais critérios relacionados com a contabilização de transações bancárias, como: operações de crédito, cessão de direitos creditórios, operações passivas, operações em títulos e valores mobiliários, aplicações in- terfinanceiras de liquidez, operações com arrendamento mercan- til financeiro (leasing) e operações com derivativos. Enfim, na Unidade 4, serão apresentados os critérios para a constituição e a contabilização da Provisão para Créditos de Liqui- dação Duvidosa (PCLD). As concessões de crédito representam um dos principais produtos negociados nas Instituições Financeiras, com isso torna-se necessário realizar provisão para perdas. Acreditamos que ao término de seus estudos você estará apto a analisar (por enquanto, de forma superficial) a estrutura contábil das Instituições Financeiras. Porém, é necessária sua in- teira dedicação à leitura e à prática dos exercícios aqui propostos, como também de livros que devem fazer parte de sua rotina aca- dêmica.Portanto, seu aprendizado dependerá somente de você, e este Material Didático Mediacional que aqui se apresenta é ape- nas uma ferramenta de auxílio, devendo ser complementada por outras fontes de estudo. 2. ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO Abordagem geral Neste tópico, apresenta-se uma visão geral do que será estu- dado nesta obra. Aqui, você entrará em contato com os assuntos principais deste conteúdo de forma breve e geral e terá a oportuni- dade de aprofundar essas questões no estudo de cada unidade. No Claretiano - Centro Universitário 9© Caderno de Referência de Conteúdo entanto, essa Abordagem geral visa fornecer-lhe o conhecimento básico necessário a partir do qual você possa construir um refe- rencial teórico com base sólida " científica e cultural " para que, no futuro exercício de sua profissão, você a exerça com competên- cia cognitiva, ética e responsabilidade social. Vamos começar pela apresentação das ideias e dos princípios básicos que fundamen- tam esta obra. A estrutura do Sistema Financeiro Nacional Em decorrência da crescente expansão dos negócios finan- ceiros em nível mundial e do grau de complexidade e sofisticação dos mercados financeiros mundiais, os países criaram formas de controle da movimentação desses recursos, para que eles não se tornassem vulneráveis.Surge, então, o Sistema Financeiro Nacio- nal (SFN) que visa criar instrumentos financeiros para controlar de forma adequada as movimentações de recursos financeiros entre todas as partes. O SFN é formado por um grupo de instituições financeiras públicas e privadas que operam por meio de diversos instrumen- tos financeiros, com o objetivo de facilitar o caminho entre os pou- padores e os tomadores desses recursos. No Brasil, até 1964 o Sistema Financeiro Nacional necessi- tava de uma estruturação racional adequada para atender às ex- pectativas e carências da sociedade. E, entre 1964 e 2007, ocor- reu uma série de modificações na legislação, visando garantir a transparência das informações do mercado financeiro, com isso, a partir dessas Leis, houve uma estruturação no Sistema Financeiro Nacional, adequando as exigências nacionais e internacionais. En- tre as principais modificações, podemos citar: a Lei da Reforma do Sistema Financeiro Nacional 1) a Lei do Mercado de Capitais 2) a Lei da Comissão de Valores Mobiliários 3) a Lei das Sociedades Anônimas © Contabilidade de Instituições Financeiras10 E, mais recentemente, em 2007, a Lei 11.638 que altera a antiga Lei das Sociedades Anônimas e acrescenta a ela novos dispositivos. Mas, qual foi a finalidade dessa nova Lei das Sociedades Anônimas? Com o surgimento de uma nova realidade econômica no Brasil e a necessidade de o governo ter mais segurança no am- biente do mercado de capitais " que estava se modernizando, com expressivo fluxo de capitais ingressando no pais " existiu a neces- sidade de aprimorar a legislação sobre os aspectos relativos ao di- reito dos acionistas minoritários. A solução foi adequar o modelo contábil brasileiro de acordo com as normas de contabilidade internacional, de forma a propor- cionar maior transparência e qualidade às informações contábeis. Estabelecer novas regras para os balanços, harmonizar a Lei com as práticas contábeis internacionais, buscando eliminar as dificuldades de interpretação e aceitação das práticas contábeis brasileiras. • No Brasil, o Sistema Financeiro Nacional é composto pe- los seguintes órgãos normativos:Conselho Monetário Na- cional (CMN)Banco Central (Bacen)Comissão de Valores Mobiliários (CVM) O Conselho Monetário Nacional é um órgão, acima de tudo, normativo e não desempenha nenhuma atividade executiva. É o órgão máximo do Sistema Financeiro Nacional, entretanto, deve se adequar às regras criadas pela Legislação Brasileira. Processa todo o controle do sistema financeiro e influencia não somente as ações de órgãos normativos, mas também assume funções de legislativo em instituições financeiras públicas e privadas. Além disso, tem a finalidade de formular toda a política de moeda e do crédito, com objetivo de atender aos interesses econômicos e sociais do país. O Banco Central do Brasil é o principal poder executivo das políticas determinadas pelo Conselho Monetário, sendo o órgão fiscalizador do sistema financeiro nacional. Ele opera como um fiscalizador e Claretiano - Centro Universitário 11© Caderno de Referência de Conteúdodisciplinador do mercado financeiro, definindo as regras, os limites e condutas das instituições, ao expedir normas de controle sobre as instituições financeiras. Suas atribuições estão previstas pela Constituição. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL – TÍTULO VI - Da Tributação e do Orçamento CAPÍTULO II - DAS FINANÇAS PÚBLICAS Seção I - NORMAS GERAIS Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo Banco Central. § 1º - É vedado ao Banco Central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira. § 2º - O Banco Central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros. § 3º - As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no Banco Central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei (STF, 2011). –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Finalizando, existe a Comissão de Valores Mobiliários, que é o órgão definido pelo Conselho Monetário Nacional para regula- mentar, acompanhar e fiscalizar as instituições que formam o mer- cado de capitais, como: • a Bolsa de Valores, as Sociedades Distribuidoras de Títu- los e Valores Mobiliários; e • a emissão de Valores Mobiliários. O Conselho Monetário Nacional, o Banco Central e a Comis- são de Valores Mobiliários são instituições que regulamentam e criam normas e regras para o Sistema Financeiro Nacional, por- tanto, elas não fazem negócios, somente desempenham funções executivas e de controle. © Contabilidade de Instituições Financeiras12 As instituições financeiras podem ser classificadas em duas categorias: bancárias ou monetárias e não bancárias ou não mo- netárias. As instituições financeiras classificadas como bancárias ou monetárias são aquelas a quem se permite criar moeda, mediante o recebimento de depósitos à vista. Já as instituições não bancá- rias ou não monetárias não são legalmente autorizadas a receber depósitos à vista, inexistindo, portanto, a possibilidade de criação de moeda. As negociações entre poupadores e tomadores de recursos são realizadas pelos intermediários financeiros, que são as institui- ções financeiras autorizadas para efetuarem e realizarem esse tipo de operação, fazendo a transferência de recursos entre as partes (investidores, poupadores e captadores). Os emprestadores de recursos são aqueles que dispõem de poupança financeira e que possuem recursos financeiros extras. Já os tomadores de recursos são aqueles que necessitam dos recur- sos financeiros. O mercado financeiro faz a intermediação entre as duas partes, disponibilizando os recursos de diversos emprestado- res que existem no mercado para os vários tomadores de recursos. Em troca, a instituição financeira cobra das partes para realizar as transações de empréstimos.Contabilidade de Instituições Finan- ceiras O Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Na- cional (Cosif) é o plano contábil que deve ser adotado pelas insti- tuições financeiras do Sistema Financeiro Nacional como padrão de referência. Ele representa as regras e normas que devem ser seguidas pelas instituições financeiras para a elaboração da conta- bilidade e do registro de todas as transações financeiras dentro da entidade.Portanto, os critérios e procedimentos contábeis que são aplicados as instituições financeiras são determinados pelo Banco Central do Brasil em conformidade com o plano de contas contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional. Claretiano - Centro Universitário 13© Caderno de Referência de Conteúdo O CMN é o órgão responsável em emitir as normas gerais de contabilidade que serão aplicadas pelas instituições financeiras. Enquanto as normas específicas são elaboradas pelo Banco Cen- tral, mas em conformidade com as disposições da Lei das Socieda- des por ações, Lei 11.638, seguindo os Princípios Fundamentais de Contabilidade. O Cosif foi criado com a edição da Circular 1.273, em 29 de dezembro de 1987, com o objetivo de unificar os diversos planos contábeis existentes na época e uniformizar os procedimentos de registro e elaboração de demonstrações financeiras, o que veio a facilitar o acompanhamento, a análise, avaliação do desempenho e controle das instituições integrantes do Sistema Financeiro Na- cional. Dessa forma, seu objetivo é: [...] uniformizar os registros contábeis dos atos e fatos administra- tivos praticados, racionalizar a utilização de contas, estabelecer re- gras, critérios e procedimentos necessários à obtenção e divulgação de dados, possibilitar o acompanhamento do sistema financeiro, bem como a análise, a avaliação do desempenho e o controle, de modo que as demonstrações financeiras elaboradas, expressem, com fidedignidade e clareza, a real situação econômico-financeira da instituição e conglomerados financeiros (Circ. 1273 apud COSIF, 2011, p. 1). A utilização das normas e procedimentos contábeis, bem como a elaboração das demonstrações financeiras determinados pelo Cosif, deve ser obrigatória para todas as instituições financei- ras. Veremos agora sobre a escrituração contábil das Instituições Financeiras. A competência para expedir normas gerais de con- tabilidade a serem observadas pelas instituições financeiras é do Conselho Monetário Nacional, que é concedida ao Banco Central, em reunião daquele conselho. É de responsabilidade do Bacen e da Comissão de Valores expedirem as normas e os critérios para avaliação dos valores mobiliários registrados nos ativos das socie- dades corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários. © Contabilidade de Instituições Financeiras14 A escrituração das instituições financeiras deve ser completa, mantendo-se em registros permanentes todos os atos e os fatos administrativos que modifiquem ou que venham a modificar, imediatamente ou não, a composição patrimonial dessas entidades.Porém, O simples registro contábil não constitui elemento suficientemen- te comprobatório, devendo a escrituração ser fundamentada em comprovantes hábeis para a perfeita validade dos atos e fatos ad- ministrativos. No caso de lançamentos via processamento de da- dos, tais como: saques em caixa eletrônico, operações “on line” e lançamentos fita a fita, a comprovação faz-se mediante listagens extraídas dos registros em arquivos magnéticos (Circ 1273 apud COSIF, 2011, p. 2). Assim, além das "disposições legais e das exigências regulamentares específicas atinentes à escrituração", deve-se observar "ainda, os princípios fundamentais de contabilidade" (Circ 1273 apud COSIF, 2011, p. 2). Neste sentido, é importante salietar que: O fornecimento de informações inexatas, a falta ou atraso de conciliações contábeis e a escrituração mantida em atraso por período superior a 15 (quinze) dias, subseqüentes ao encerramento de cada mês, ou processados em desacordo com as normas consubstanciadas neste Plano Contábil, colocam a instituição, seus administradores, gerentes, membros do conselho de administração, fiscal e semelhantes, sujeitos a penalidades cabíveis, nos termos da lei (Circ 1273 apud COSIF, 2011, p. 2) Tais peneladidades estão sujeitas à Lei nº 4.595/64 e demais termos da legislação complementar. Os livros de escrituração As instituições financeiras deverão manter o Livro Diário ou o Livro Balancetes Diários e Balanços e demais livros obrigatórios de acordo com as disposições previstas em leis e regulamentos. Poderá ocorrer a substituição do Livro Diário pelo Livro Balancete Diário e Balanços, no entanto, esta substituição deve ser programada para que se processem todas as transações na Claretiano - Centro Universitário 15© Caderno de Referência de Conteúdo mesma data em todas as suas dependências. Caso ocorra este procedimento,a instituição deverá escriturar normalmente o Livro Diário até a véspera da substituição, lavrando o termo de encerramento do Livro no final do expediente. Segundo Norma Básica do Cosif, o banco comercial, ou banco múltiplo com carteira comercial, que mantiver contabilidade descentralizada deve possuir, para a sede e cada uma das agências, o Livro Diário ou livro Balancetes Diários e Balanços, legalizado no órgão competente. O Exercício Social das instituições financeiras terá duração de um ano e a data de seu término, 31 de dezembro, deve ser fixada no estatuto ou contrato social. A instituição não pode alterar ou modificar qualquer elemento caracterizador da conta padronizada pelo Cosif, ou seja, deve manter o seguinte critério: código, título, subtítulo ou função. As demonstrações obrigatórias são: 1) balanço patrimonial 2) demonstração de resultados do exercício 3) demonstração das mutações do patrimônio líquido 4) demonstração do fluxo de caixa 5) demonstração do valor adicionado Operações financeiras e análise de crédito Os depósitos e retiradas referem-se às transações comuns das instituições financeiras, por meio das quais o banco consegue grande parte dos recursos financeiros, que podem ser aplicáveis nas operações de empréstimos e financiamentos. Podemos citar, como exemplo, os depósitos à vista ou a prazo, as retiradas ou saques e os depósitos de poupança. As operações de crédito representam o negócio entre duas pessoas jurídicas ou físicas e são o núcleo da empresa financeira, sendo uma das principais fontes de receita e geração de riqueza. © Contabilidade de Instituições Financeiras16 Nesse tipo de operação, uma das partes transfere para a outra a propriedade de algo e aquele que recebeu obriga-se a restituir o valor equivalente. Como exemplo: • Empréstimos: operações realizadas sem necessidade de comprovação da aplicação dos recursos pelo cliente, como os realizados para adquirir capital de giro, crédito pessoal ou adiantamento a depositantes. • Títulos descontados: operações de desconto de títulos, podendo ser realizados por meio de duplicatas que tenham por lastro as transações mercantis ou notas promissórias. • Financiamentos: operações que necessitam de comprovação da aplicação de recurso pelo cliente, com destinação específica, como financiamentos imobiliários e rurais ou aquisição de máquinas e equipamentos, entre outros. O derivativo refere-se às operações financeiras cujo valor e características de operacionalidade do ativo dependem (derivam) da referência de outro ativo, ou seja, são instrumentos financeiros que se originam do valor de outro ativo, tido como referência. São operações que ocorrem no mercado financeiro, na qual o valor das transações depende do comportamento ou da expectativa futura dos mercados de ações, do câmbio ou dos juros. O que se denomina por derivativo pode ser negociado nas seguintes modalidades: • Mercado a termo • Mercado futuro • Mercado de opções • Mercado de swaps Por fim, as operações de compra e venda de Títulos e Valores Mobiliários representam uma das principais fontes de captação de recursos de curto, médio e longo prazo. Esse tipo de operação também é uma das principais opções de investimento Claretiano - Centro Universitário 17© Caderno de Referência de Conteúdo das instituições financeiras. As transações podem ser realizadas com títulos públicos ou privados, com renda fixa ou variável, de acordo com o emissor. Os títulos devem ser classificados da seguinte forma: • Para negociação • Disponíveis para venda • Mantidos até o vencimento Análise de crédito O crédito é a concedido a um cliente que se responsabilize por seu pagamento futuro. Ao conceder crédito, uma empresa procura avaliar os clientes em potencial, aqueles que provavelmente irão pagar e os que provavelmente não irão pagar. Segundo Ross et al. (1995), podemos utilizar alguns instrumentos para diagnosticar o cliente para avaliação de crédito, conforme segue: • Analisar as demonstrações financeiras: aplicar regras de índices para verificar capacidade de pagamento. • Relatórios de crédito com o histórico de pagamento do cliente junto a outras empresas: buscar histórico de pagamento do cliente em outras instituições. • Experiência de pagamento do cliente com a própria empresa: analisar como o cliente efetuou o pagamento das contas anteriores. E, ainda, conforme os mesmo autores, uma vez coletada as informações sobre o cliente, a empresa defronta-se com a difícil decisão de conceder ou não o crédito. Muitas empresas utilizam os critérios tradicionais e subjetivos, como "os 5C's" do crédito, que compreende a seguinte análise: 1) Caráter: disposição de o cliente liquidar suas obrigações. 2) Capacidade: potencial de o cliente liquidar suas obriga- ções utilizando seus fluxos de caixa operacionais. 3) Capital: reservas financeiras do cliente. © Contabilidade de Instituições Financeiras18 4) Collateral (garantias): ativos que podem servir como ga- rantia em caso de inadimplência. 5) Condições: condições econômicas em geral, vigentes e individuais. Como o recebimento é incerto e muitos clientes podem se tornar inadimplentes, as empresas devem fazer a provisão para possíveis perdas com clientes. Dessa forma, torna-se necessário fazer uma provisão para créditos de liquidação duvidosa, com ob- jetivo de cobrir as possíveis perdas financeiras com aqueles clien- tes que não irão honrar os compromissos assumidos. Portanto, a provisão para devedores duvidosos é uma esti- mativa do risco do cliente ou de um grupo de clientes tornarem-se inadimplentes. A inadimplência reduz os ganhos da empresa, pois assim ela deixa de receber os valores emprestados ou negociados, bem como os ganhos financeiros inclusos nas transações. A provisão visa trazer o valor do ativo ao valor mais próximo da realidade. De acordo com Iudícibus et al. (2003), as contas a receber devem ser avaliadas por seu Valor Líquido de Realização, ou seja, pelo valor residual em dinheiro equivalente que se espera receber ou obter. Portanto, deve-se constituir uma Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa para cobrir eventuais perdas no recebimento das contas a receber. Com isso, essa provisão deve ser classificada como redução do valor das contas a receber, sendo demonstrado, assim, o valor das contas a receber por seu valor líquido realizável. No caso específico das instituições financeiras, elas devem adotar o critério determinado pela Resolução 2.682/99, elaborada pelo Bacen, que estabelece os critérios de classificação das ope- rações de crédito e as regras para a constituição da provisão para créditos de liquidação duvidosa. De acordo com essa resolução, todos os créditos (vencidos ou a vencer) devem ser classificados em níveis distintos de risco de inadimplência. Claretiano - Centro Universitário 19© Caderno de Referência de Conteúdo A Resolução nº 2.682 do Banco Central do Brasil determinou quais devem ser os critérios de classificação das operações de cré- dito e criou as regras para a constituição da provisão para créditos de liquidação duvidosa, conforme segue: Art. 1º Determinar que as instituições financeiras e demais institui- ções autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil devem classificar as operações de crédito, em ordem crescente de risco, [...] Art. 2. A classificação da operação no nível de risco correspondente e de responsabilidade da instituição detentora do crédito e deve ser efetuada com base em critérios consistentes e verificáveis, am- parada por informações internas e externas, contemplando, pelo menos, os seguintes aspectos: I - em relação ao devedor e seus garantidores: a) situação econômico-financeira; b) grau de endividamento; c) capacidade de geração de resultados; d) fluxo de caixa; e) administração e qualidade de controles; f) pontualidade e atrasos nos pagamentos; g) contingências; h) setor de atividade econômica; i) limitede crédito; II - em relação a operação: a) natureza e finalidade da transação; b) características das garantias, particularmente quanto a sufici- ência e liquidez; c) valor. Parágrafo único. A classificação das operações de crédito de titularidade de pessoas físicas deve levar em conta, tambem, as situações de renda e de patrimônio bem como outras informações cadastrais do devedor. Art. 3. A classificação das operações de crédito de um mesmo clien- te ou grupo econômico deve ser definida considerando aquela que apresentar maior risco, admitindo-se excepcionalmente classifica- © Contabilidade de Instituições Financeiras20 ção diversa para determinada operação, observado o disposto no art. 2., inciso II (RESOLUÇÃO 2986/99, 2011). Complementando, foi determinado pela Resolução nº 2.682 que a classificação dos níveis de risco das operações de crédito, deve ser revisada da seguinte forma: I - mensalmente, por ocasiao dos balancetes e balancos, em função de atraso verificado no pagamento de parcela de principal ou de encargos, [...] II - com base nos critérios estabelecidos nos arts. 2. e 3.: a) a cada seis meses, para operações de um mesmo cliente ou gru- po econômico cujo montante seja superior a 5% (cinco por cento) do patrimônio líquido ajustado; b) uma vez a cada doze meses, em todas as situações, exceto na hipótese prevista no art. 5.. Parágrafo 1. As operações de adiantamento sobre contratos de câmbio, as de financiamento a importação e aquelas com pra- zos inferiores a um mes, que apresentem atrasos superiores a trin- ta dias, bem como o adiantamento a depositante a partir de trinta dias de sua ocorrência, devem ser classificados, no mínimo, como de risco nível G. Parágrafo 2. Para as operações com prazo a decorrer supe- rior a 36 meses admite-se a contagem em dobro dos prazos previs- tos no inciso I (RESOLUÇÃO 2986/99, 2011). Parágrafo 3. O não atendimento ao disposto neste artigo implica a reclassificação das operações do devedor para o risco nível H, in- dependentemente de outras medidas de natureza administrativa. Art. 5. As operações de crédito contratadas com cliente cuja responsabilidade total seja de valor inferior a R$ 50.000,00 (cin- quenta mil reais) podem ter sua classificação revista de forma au- tomática unicamente em função dos atrasos consignados no art. 4., inciso I, desta Resolução, observado que deve ser mantida a classificação original quando a revisão corresponder a nível de me- nor risco. Claretiano - Centro Universitário 21© Caderno de Referência de Conteúdo Parágrafo 1. O Banco Central do Brasil poderá alterar o valor de que trata este artigo. Parágrafo 2. O disposto neste artigo aplica-se as operações contra- tadas ate 29 de fevereiro de 2000, observados o valor referido no caput e a classificação, no mínimo, como de risco nível A (RESOLU- ÇÃO 2986/99, 2011). Nas operações de crédito, a provisão para créditos de liqui- dação duvidosa deverá ser constituída mensalmente, mas não po- derá ser inferior ao total da aplicação, entre 0,5% e 100% depen- dendo o nível de classificação, sem prejuízo da responsabilidade dos administradores das instituições pela constituição de provisão em montantes suficientes para defrontar perdas prováveis na rea- lização dos créditos. Dessa forma, as instituições financeiras devem manter sua política e procedimentos para concessão e classificação de opera- ções de crédito adequadamente documentados, os quais devem ficar à disposição do Bacen e de auditor independente. Essa docu- mentação deve evidenciar, pelo menos, o tipo e os níveis de risco que se dispõe a administrar, os requerimentos mínimos exigidos para a concessão de empréstimos e o processo de autorização. A composição da carteira de operações de crédito deverá ser divulgada por meio de notas explicitavas, com informações deta- lhadas sobre a sua constituição, que deverá ser observado, no mí- nino as seguintes informações: I - distribuição das operações, segregadas por tipo de cliente e ati- vidade econômica; II - distribuição por faixa de vencimento; III - montantes de operações renegociadas, lancados contra prejuí- zo e de operações recuperadas, no exercício (RESOLUÇÃO 2986/99, 2011). Quando necessário, o Bacen poderá expedir normas com- plementares sobre o cumprimento do disposto nesta Resolução. Acompanhe, pelo quadro a seguir, o nível de risco, os dias de atraso e a porcentagem de provisão que deverá ser constituída. © Contabilidade de Instituições Financeiras22 NÍVEL DE RISCO DIAS DE ATRASO, MÁXIMO % DE PROVISÃO QUE DEVERÁ SER CONSTITUÍDA AA 14 0% A 14 0,5% B 30 1% C 60 3% D 90 10% E 120 30% F 150 50% G 180 70% H – 100% Chegamos ao final dessa abordagem geral e como comple- mentação ao material aqui apresentado e discutido, é importante que pesquise as bibliografias indicadas nas unidades desta obra. Glossário de conceitos O Glossário permite a você uma consulta rápida e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conhecimento dos temas tratados em Contabilidade de Instituições Financeiras. Veja, a seguir, a definição dos principais conceitos desta obra: 1) Acordo de Basileia: Acordo firmado em 1988 e ratifi- cado por mais de 100 países, definido pelo Comitê de Regulamentação Bancária e Práticas de Supervisão, se- diado em Basileia, Suíça. Após longas discussões, esse acordo definiu mecanismos para mensuração do risco de crédito e estabeleceu a exigência de capital mínimo para suportar riscos. Hoje é conhecido como Basileia I (BANCO DO BRASIL, 2011). Claretiano - Centro Universitário 23© Caderno de Referência de Conteúdo 2) Arrendamento mercantil: de acordo com o pronuncia- mento técnico CPC 06, é um acordo pelo qual o arren- dador repassa ao arrendatário o direito de uso de um ativo por determinado período de tempo, em troca de um pagamento ou série de pagamentos. No Brasil, esse tipo de operação foi regulamentada pela Lei nº 6.099 de 12/09/1974, obedecendo às normas determinadas pelo Conselho Monetário Nacional. 3) Bacen: sigla de Banco Central do Brasil, principal poder executivo das políticas determinadas pelo Conselho Mo- netário, órgão com a responsabilidade de fiscalizar o sis- tema financeiro nacional, operando como fiscalizador e disciplinador do mercado financeiro. É responsável pela expedição de normas de controle sobre as instituições financeiras, como definição de regras, limites e conduta dessas instituições. 4) Circular nº 1.273: circular que instituiu, em dezembro de 1987, o Plano de Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional (Cosif). Esse plano que tem como objetivo unificar todos os planos contábeis utilizados até aquele ano em um único procedimento de registro e ela- boração de demonstrações financeiras. O texto comple- to da Circular nº 1.273 encontra-se no Anexo 2. 5) Contas de compensação: de acordo com o item 1.18.1.1 do COSIF, as instituições deverão utilizar as contas de compensação (ativas e passivas) para controle, registro e acompanhamento de quaisquer atos administrativos que venham a se transformar em direito, ganho, obri- gação, perda, risco ou ônus efetivos, em decorrência de acontecimentos futuros, previstos ou fortuitos. 6) Cosif: sigla de Plano de Contábil das Instituições do Siste- ma Financeiro Nacional, instituído pela Circular nº 1.273 (veja Anexo 2), que deve ser utilizado como padrão de referência. Esse plano representa as regras, normas, cri- térios e procedimentos que deverão ser seguidos pelas instituições financeiras. 7) Comissão de Valores Mobiliários (CVM): órgão que tem por responsabilidade regulamentar, acompanhar e fisca- © Contabilidade de Instituições Financeiras24 lizar as instituições que formam o mercado de capitais e emissão de valores mobiliários. 8) Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC): Entida- de autônoma criada pela Resolução CFC 1.055/05, com a seguinte composição: ABRASCA,APIMEC, BOVESPA, CFC, FIPECAFI e IBRACON. Tem por objetivo estudar, pre- parar e emitir pronunciamentos técnicos sobre procedi- mentos contábeis e divulgar informações dessa natureza para as empresas que atuam no Brasil. 9) Demonstrações Contábeis: conjuntos de Demonstra- ções determinadas pela Lei 6.404/76, atualizada pela Lei 11.638/07, com objetivo de fornecer informações sobre a situação patrimonial da entidade, incluindo Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultados do Exercício, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, De- monstração do Fluxo de Caixa e Demonstração do Valor Adicionado. 10) Depósitos à vista: refere-se à captação de depósitos li- vremente movimentáveis (depósitos de clientes em con- ta-corrente, conta-salário etc.), denominada captação a custo zero. Grande parte desses recursos devem ser re- passados ao Banco Central por meio dos recolhimentos compulsórios. 11) Financial Accounting Standard Board (FASB): órgão americano, responsável pela emissão de normas con- tábeis que devem ser observadas pelas empresas que atuam nos Estados Unidos e suas subsidiárias ao redor do mundo. 12) Generally Accepted Accounting Principles (GAAP): ex- pressão em inglês que representa os Princípios Funda- mentais de Contabilidade, incorporando conjunto de convenções, regras e procedimentos contábeis. 13) Generally Accepted Accounting Principles (US GAAP): expressão em inglês que representa os Princípios Funda- mentais de Contabilidade utilizados pelas empresas dos EUA, incorporando o conjunto de convenções, as regras e os procedimentos contábeis desse país. Claretiano - Centro Universitário 25© Caderno de Referência de Conteúdo 14) Instituições Financeiras Bancárias ou Monetárias: são aquelas que criam moeda, operando com ativos finan- ceiros monetários, que representam os meios de paga- mento, como dinheiro em poder do público em geral e os depósitos à vista, no banco. 15) Instituições Financeiras Não Bancárias ou Não Mone- tárias: são aquelas que não possuem autorização para operar com ativos monetários. Operam exclusivamente com ativos não monetários, como ações, letras de câm- bio, certificados de depósitos bancários, debênture etc. 16) Instrumentos Financeiros Derivativos: operações finan- ceiras cujo valor e características dependem da referên- cia de outro ativo, ou seja, são instrumentos financeiros que se originam (derivam) de outro ativo, tido como re- ferência. 17) International Accounting Standard Committee (IASC): órgão independente, criado em 1973 e reestruturado em 2001, responsável pelo processo de harmonização de normas contábeis internacionais. 18) International Financial Reporting Standard (IFRS): con- junto de normas internacionais de relatórios financeiros, vigentes para as empresas da União Europeia, emitidos pelo IASC. Os critérios determinados pelo IFRS devem ser observados por todas as empresas ao redor do mun- do, como padrão de referência. No Brasil, o modelo tor- nou-se obrigatório a partir de 2010. 19) Leasing financeiro: caracteriza-se como um arrenda- mento mercantil, com a transferência de riscos e bene- fícios para o arrendatário. Existe a transferência de ris- co do arrendador para o arrendatário. De acordo com o item IV do artigo 179, da Lei 11.638/07, mesmo não possuindo a propriedade dos bens, o arrendatário deve classificá-lo com ativo imobilizado. 20) Leasing operacional: caracteriza-se como um arrenda- mento mercantil, diferente do leasing financeiro, sem a transferência de riscos e benefícios para o arrendatário. Nessa modalidade, não existe a transferência de risco do arrendador para o arrendatário. © Contabilidade de Instituições Financeiras26 21) Lei 4.595/64: Lei publicada em 31/12/1964, com objeti- vo de regulamentar, estruturar e aperfeiçoar o Sistema Financeiro Nacional, através das seguintes instituições: Conselho Monetário Nacional, Banco Central do Brasil, Banco do Brasil S.A., Banco Nacional do Desenvolvimen- to Econômico e demais Instituições Financeiras Públicas e Privadas. O texto completo da Lei nº 4.595 encontra-se no Anexo 1. 22) Lei 6.404/76: Lei publicada em 15/12/1976, com o ob- jetivo de normatizar as Sociedades Anônimas, criando regras para constituição das mesmas, bem como a de- finição dos critérios de Contabilização e dos Relatórios Contábeis utilizados por essas empresas. 23) Lei 11.638/07: Lei publicada em 28/12/2009, com obje- tivo de atualizar a Lei 6.404/76, visando harmonizar os critérios contábeis utilizados no Brasil, de acordo com as normas internacionais, bem como facilitar o entendi- mento das Demonstrações Contábeis no Brasil. Essa Lei também determina novos critérios de avaliação dos Ati- vos e Passivos das Sociedades. 24) Lei 11.941/09: Lei publicada em 27/05/2009, visando complementar a Lei 11.638/07, em relação aos crité- rios tributários e estrutura contábil a ser utilizada pelas empresas. Apresenta também, no artigo nº 62, a inde- pendência dos normativos da Lei 4.595/64, em relação à escrituração contábil das instituições financeiras e das demais entidades autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, inclusive aquelas constituídas na forma de Sociedades Anônimas. 25) PROER: o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional, foi um programa brasileiro, lançado pelo Governo Federal, implementado em 1995, com objetivo de recuperar as instituições financeiras que estavam com sérios proble- mas de caixa. Esse programa foi necessário para firmar a estabilidade no sistema financeiro, impedindo que o mesmo entrasse em colapso. 26) Resolução nº 2.682: determinou quais devem ser os critérios de classificação das operações de crédito para Claretiano - Centro Universitário 27© Caderno de Referência de Conteúdo a correta avaliação do nível de risco, criando as regras para a constituição da provisão para créditos de liquida- ção duvidosa. O texto completo da Resolução nº 2.682 encontra-se no Anexo 3. 27) Sistema Financeiro Nacional (SFN): representa o grupo de instituições financeiras públicas e privadas que reali- zam a captação, distribuição e transferência de recursos financeiros, com objetivo de facilitar a conexão entre poupadores e tomadores de recursos financeiros. 28) VGR: sigla de Valor Residual Garantido, representa o valor residual do bem, nas operações de arrendamento mercantil. 29) Valor Justo (Fair Value): de acordo com o IAS 39, é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado, ou um pas- sivo liquidado, entre as partes interessadas, dispostas a negociar em uma transação que não envolva favoreci- mentos. 30) Valor Presente (Present Value): refere-se à estimativa do valor corrente de um fluxo de caixa futuro, no curso normal das operações da empresa. Esquema dos Conceitos-chave Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais im- portantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um Es- quema dos Conceitos-chave da obra. O mais aconselhável é que você mesmo faça o seu esquema de conceitos-chave ou até mes- mo o seu mapa mental. Esse exercício é uma forma de você cons- truir o seu conhecimento, ressignificando as informações a partir de suas próprias percepções. É importante ressaltar que o propósito desse Esquema é re- presentar, de maneira gráfica, as relações entre os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais complexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliá-lo na ordenação e na se- quenciação hierarquizada dos conteúdos de ensino. © Contabilidade de Instituições Financeiras28 Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende- -se que, por meio da organização das ideias e dos princípios em esquemas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu co- nhecimento de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pe- dagógicos significativos no seu processo de ensino e aprendiza- gem. Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem es- colar (como planejamentos de currículo, sistemas epesquisas em Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que estabe- lece que a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos concei- tos e de proposições na estrutura cognitiva do aluno. Assim, novas ideias e informações são aprendidas, uma vez que existem pontos de ancoragem. Tem-se de destacar que "aprendizagem" não significa, ape- nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preci- so, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con- siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei- tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez que, ao fixar esses conceitos nas suas já existentes estruturas cognitivas, outros serão também relembrados. Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é você o principal agente da construção do próprio conhecimento, por meio de sua predispo- sição afetiva e de suas motivações internas e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tornar significativa a sua aprendizagem, transformando o seu conhecimento sistematizado em conteúdo curricular, ou seja, estabelecendo uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer com o que já fazia parte do seu conhecimento de mundo. Claretiano - Centro Universitário 29© Caderno de Referência de Conteúdo Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave de Contabilidade de Instituições Financeiras. Como você pode observar, esse Esquema oferece, como dis- semos anteriormente, uma visão geral dos conceitos mais impor- tantes deste estudo. Ao segui-lo, você poderá transitar entre um e outro conceito desta obra e descobrir o caminho para construir o seu processo de ensino-aprendizagem. Para identificar quais enti- dades devem utilizar o Plano de Contas das Instituições do Sistema Financeiro Nacional (Cosif), você deve conhecer sobre a estrutura do Sistema Financeiro Nacional e o conjunto de entidades que fa- zem parte desse sistema, que estão no Capítulo 1, isso implica, que você deve conhecer a etapa anterior, que antecede a elaboração dos relatórios contábeis, por isso, a Contabilidade é apresentada em etapas. O Esquema dos Conceitos-chave é mais um dos recursos de aprendizagem que vem se somar àqueles disponíveis no ambien- te virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem como àqueles relacionados às atividades didático-pedagógicas realiza- das presencialmente no polo. Lembre-se de que você, aluno EaD, deve valer-se da sua autonomia na construção de seu próprio co- nhecimento. © Contabilidade de Instituições Financeiras30 Questões autoavaliativas No final de cada unidade, você encontrará algumas questões autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem ser de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas disserta- tivas.Responder, discutir e comentar essas questões, bem como relacioná-las com a prática do ensino de Contabilidade de Institui- ções Financeiras pode ser uma forma de você avaliar o seu conhe- cimento. Assim, mediante a resolução de questões pertinentes ao assunto tratado, você estará se preparando para a avaliação final, que será dissertativa. Além disso, essa é uma maneira privilegiada de você testar seus conhecimentos e adquirir uma formação sólida para a sua prática profissional. Você encontrará, ainda, no final de cada unidade, um gabari- to, que lhe permitirá conferir as suas respostas sobre as questões autoavaliativas de múltipla escolha. As questões de múltipla escolha são as que têm como respos- ta apenas uma alternativa correta. Por sua vez, entende-se por questões abertas objetivas as que se referem aos conteúdos matemáticos ou àqueles que exigem uma resposta determinada, inalterada. Já as questões abertas dissertativas obtêm por res- posta uma interpretação pessoal sobre o tema tratado; por isso, normalmente, não há nada relacionado a elas no item Gabarito. Você pode comentar suas respostas com o seu tutor ou com seus colegas de turma. Bibliografia básica É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio- grafias complementares. Figuras (ilustrações, quadros...) Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte inte- grante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilustra- tivas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no Claretiano - Centro Universitário 31© Caderno de Referência de Conteúdo texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os con- teúdos desta obra, pois relacionar aquilo que está no campo visual com o conceitual faz parte de uma boa formação intelectual. Dicas (motivacionais) O estudo desta disciplina convida você a olhar, de forma mais apurada, a Educação como processo de emancipação do ser humano. É importante que você se atente às explicações teóricas, práticas e científicas que estão presentes nos meios de comunica- ção, bem como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao compartilhar com outras pessoas aquilo que você observa, per- mite-se descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e a notar o que não havia sido percebido antes. Observar é, portanto, uma capacidade que nos impele à maturidade. Você, como aluno do curso de Ciências Contábeis na moda- lidade EaD, necessita de uma formação conceitual sólida e con- sistente. Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugerimos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as ativi- dades nas datas estipuladas. É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode- rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ- ções científicas. Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discu- ta a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoau- las. No final de cada unidade, você encontrará algumas questões autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, © Contabilidade de Instituições Financeiras32 pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure- cimento intelectual. Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores. Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a esta obra, entre em contato com seu tutor. Ele estará pronto para ajudar você. 3. E-REFERÊNCIAS BANCO DO BRASIL. Acordo de Basiléia. Disponível em: < h t t p : / / w w w . b b . c o m . b r / p o r t a l b b / p a g e 5 1 , 1 3 6 , 3 6 9 6 , 0 , 0 , 1 , 8 . bb?codigoNoticia=7724&codigoMenu=0&codigoRet=5618&bread=9_1_4>. Acesso em: 21 jul. 2011. COSIF. Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional. Disponível em: <http://www4.bcb.gov.br/denorcosif/DOWNLOAD/nb-01.PDF>. Acesso em: 20 jul. 2011. RESOLUÇÃO 2682/99. Disponível em: <http://www.leasingabel.com.br/site/Adm/ userfiles/Resolucao_2682.pdf>. Acesso em: 21 jul. 2011. STF. Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em: <http://www.stf.jus. br/portal/constituicao/artigoBd.asp?item=1592>. Acesso em: 20 jul. 2011. UFRGS. Utilização de Mapas Conceituais na Educação. Disponível em: <http://penta2. ufrgs.br/edutools/mapasconceituais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 11 mar. 2010. 1 EA D Estrutura do Sistema Financeiro Nacional 1. OBJETIVOS • Conhecer a estrutura do Sistema Financeiro Nacional. • Identificar as características do Sistema Financeiro Nacio- nal e dos Intermediários financeiros. • Entender como é a interaçãoentre as empresa e o mer- cado financeiro. • Conhecer quais são as funções financeiras principais de uma empresa. 2. CONTEÚDOS • Estrutura do Sistema Financeiro Nacional. • Órgãos normativos do Sistema Financeiro Nacional. • Intermediários financeiros. • Interação entre as empresas e o mercado financeiro. • Principais funções financeiras de uma empresa. © Contabilidade de Instituições Financeiras3434 3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que você leia as orientações a seguir: 1) Tenha sempre à mão o significado dos conceitos expli- citados no Glossário e suas ligações pelo Esquema de Conceitos-chave. Isso poderá facilitar sua aprendizagem e seu desempenho. 2) É importante aprofundar os conhecimentos sobre a es- tutura do Sistema Finaneiro Nacional, pesquisando o Ca- pítulo 2, do livro Mercado Financeiro e de Capitais, do autor Roberto Kerr, EDIÇÃO. editora Pearson, disponível no acervo da Biblioteca Virtual. 4. INTRODUÇÃO À UNIDADE Nesta primeira unidade, serão apresentados a estrutura do Sistema Financeiro Nacional, os órgãos normativos reguladores, as instituições financeiras e os intermediários financeiros. Além disso, conheceremos a integração existente entre o mercado de capitais com os tomadores de recursos, verificando a forma em que as empresas conseguem realizar a captação dos recursos financeiros e como aplicam esses recursos nos negócios. Bom estudo! 5. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL O que é o Sistema Financeiro Nacional? O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é formado por um gru- po de instituições financeiras públicas e privadas que operam por meio de diversos instrumentos financeiros, fazendo a captação, distribuição e transferências de recursos entre os diversos agentes econômicos, com objetivo de facilitar o caminho entre os poupa- dores e os tomadores desses recursos. Claretiano - Centro Universitário 35© U1 - Estrutura do Sistema Financeiro Nacional Em decorrência da crescente expansão dos negócios finan- ceiros no mundo e do grau de complexidade e sofisticação dos mercados financeiros mundiais, os países perceberam a impor- tância e a necessidade da criação de algumas formas de contro- le sobre a movimentação desses recursos, para que eles não se tornassem vulneráveis e também para gerar maior credibilidade no mercado. Surge, então, o Sistema Financeiro Nacional que visa criar instrumentos financeiros para controlar de forma adequada as movimentações de recursos financeiros entre todas as partes. Nesse sentido, a autoridade monetária faz a regulamentação do volume de dinheiro em circulação, com objetivo de zelar pela estabilidade da moeda. No Brasil, o Sistema Financeiro Nacional (SFN) representa a forma pela qual o mercado financeiro é estruturado. De acor- do com Lopes et al. (2009) sua regulamentação ocorre, principal- mente, por meio das Lei 4.595/64 (Lei da reforma bancária), Lei 4.728/65 (Lei do mercado de capitais), Lei 6.385/76 (Lei da criação da CVM) e Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações), além de diversas complementações que ocorreram ao longo do tempo. Segundo Iudícibus (1997, p. 94): [...] em países com um ativo mercado de capitais, assume impor- tância impar a existência de informações corretas, oportunas, su- ficientes e inteligíveis sobre o patrimônio líquido das entidades e suas mutações, com vista à adequada avaliação de riscos e opor- tunidades por parte dos investidores, sempre interessados na se- gurança dos seus investimentos e em retornos compensadores em relação às demais aplicações. A qualidade dessas informações deve ser assegurada pelo sistema de normas alicerçadas nos Princípios Fundamentais, o que torna a Contabilidade um verdadeiro catalisa- dor do mercador de ações. Entre 1964 e 2007 ocorreu uma série de modificações na le- gislação, visando garantir a transparência das informações do mer- cado financeiro. Com isso, a partir dessas leis houve uma estru- turação no Sistema Financeiro Nacional, adequando as exigências nacionais e internacionais. © Contabilidade de Instituições Financeiras3636 Veja na Tabela 1 as leis e os respectivos anos que marcam as alterações na legislação: Tabela 1 Anos que marcam alterações nas leis referentes ao mercado financeiro. Ano 1964 1964 1964 1965 1976 1976 2001 2007 2009 Lei 4.357 4.380 4.595 4.728 6.385 6.404 10.303 11.638 11.941 De acordo com Fortuna (2002), até 1964 o Sistema Finan- ceiro Nacional necessitava de uma estruturação racional adequa- da para atender às expectativas e carências da sociedade. Isso se tornou possível a partir da edição das Leis relacionadas a seguir: ........................................................................................................ Lei 4.357/64 – Lei da Correção Monetária • Problema: a inflação no Brasil superava 12% ao ano e, com base na no Direito Canônico, a Lei da Usura limitava os juros a 12% ao ano. Com isso, as empresas e os cidadãos preferiam aplicar seus recursos em outras opções de investimento, inclusive, adiando o pagamento das obrigações tributárias. Essa situação inflacionária limitava a capacidade do Poder Público de financiar-se com a emissão de títulos próprios, necessitando emitir papel moeda para atender suas necessidades financeiras. Outro problema relacionava-se com as Demonstrações Financeiras, que deixavam de refletir adequadamente a situação econômica e financeira, trazendo novamente conseqüência ao Tesouro Nacional, em relação a diminuição da arrecadação e aos potenciais investidores. • Solução: a Lei determinou normas para a indexação de débitos fiscais, criou títulos públicos federais (ORTN), com cláusulas de correção monetária. Essas ações destinavam-se a antecipação das receitas, cobrirem o déficit público e promover investimentos. Lei 4.380/64 – Lei do Plano Nacional de Habitação • Problema: com a recessão econômica dos anos 1960, houve um aumento do número de trabalhadores sem (ou com pouca) qualificação profissional, e o Estado não possuía condições de criar ou fomentar postos de trabalho para essa mão de obra. Uma das alternativas seria a criação de novos empregos na construção civil. • Solução: criação do Banco Nacional da Habitação (BNH), órgão gestor do então criado Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), com objetivo de estimular a construção de casas populares e obras de saneamento e infraestrutura urbana, com moeda própria (UPC – Unidade Padrão de Capital) e seus próprios instrumentos de captação de recursos – Letras Hipotecárias, Letras Imobiliárias e Cadernetas de Poupança. Posteriormente, a esses recursos foram adicionados os do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Claretiano - Centro Universitário 37© U1 - Estrutura do Sistema Financeiro Nacional Lei 4.595/64 – Lei da Reforma do Sistema Financeiro Nacional • Problema: os órgãos de orientação e gestão da política monetária, de crédito e finanças públicas concentravam-se no Ministério de Fazenda, na Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC) e no Banco Central, e essa estrutura não era suficiente para atender aos crescentes encargos e responsabilidades que a condução da política econômica exigia e demandava. • Solução: foi criado o Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central do Brasil (Bacen), bem como, determinadas as normas operacionais, as rotinas de funcionamento e os procedimentos de qualificação, aos quais as entidades do sistema financeiro deveriam se subordinar. Lei 4.728/65 – Lei do Mercado de Capitais • Problema: problema de popularização do investimento estava reprimido em decorrência da nítida preferência dos investidores por imóveis de renda e reserva de valor. Para o governo era interessante a evolução dos níveis de poupança interna e o seu direcionamento para investimentos produtivos. • Solução: foram estabelecidos normas e regulamentos básicos para a estruturação de um sistema de investimentos destinados ao apoio do desenvolvimento nacionale também para atender a crescente demanda de crédito. Lei 6.385/76 – Lei da CMV (Comissão de Valores Mobiliários) • Problema: faltava até o momento, uma entidade responsável pela regulação e fiscalização do mercado de capitais, especialmente direcionada as sociedades de capital aberto. • Solução: criação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), sendo transferida do Banco Central a responsabilidade pela regulamentação e fiscalização das atividades relacionadas ao mercado de valores mobiliários (ações, debêntures etc.). Lei 6.404/76 – Lei das Sociedades Anônimas • Problema: tornou-se necessário atualizar a legislação sobre as sociedades anônimas brasileiras, especialmente em relação dos aspectos relativos a composição acionária, negociação de valores mobiliários (ações, debêntures etc.) e modernizar o fluxo de informações dessas empresas. • Solução: foram estabelecidas regras claras quanto às características, formas de constituição, composição acionária, estrutura das demonstrações financeiras, obrigações societárias, direitos e obrigações de acionistas e órgãos estatutários e legais. Lei 10.303/01 – Lei que altera e acrescenta novos dispositivos na Lei 6.404/76 • Problema: aprimorar a legislação sobre as sociedades anônimas (Lei 6.404/76), especificamente quanto aos aspectos relativos ao direito © Contabilidade de Instituições Financeiras3838 do acionista minoritário, e da Lei 6.385/76, relativamente a algumas atribuições da CVM. • Solução: estabeleceu novos direitos aos acionistas minoritários, tais como o tag along mínino de 80% e a composição de ações (limitando o percentual de ações preferenciais em 50%). Além disso, dentre as alterações da Lei 6.385/76, destaca-se a transferência para a CVM a competência para regular e supervisionar os fundos de investimento e os derivativos. Lei 11.638/07 – Nova Lei das Sociedades Anônimas • Problema: surgimento de uma nova realidade econômica no Brasil e a Necessidade de o governo de ter mais segurança no ambiente do mercado de capitais, que estava de modernizado, com expressivo fluxo de capitais ingressando no país. Necessidade de aprimorar a legislação sobre os aspectos relativos ao direito dos acionistas minoritários. • Solução: adequação do modelo contábil brasileiro de acordo com as normas de contabilidade internacional, de forma a proporcionar maior transparência e qualidade às informações contábeis. Estabelecer novas regras para os balanços, harmonizar a Lei com as práticas contábeis internacionais (IASB) International Accounting Standards Board, buscando eliminar as dificuldades de interpretação e aceitação das práticas contábeis brasileiras. Estabeleceu novos direitos aos acionistas minoritários. Lei 11.941/09 – Lei que altera e acrescenta novos dispositivos na Lei 11.638/07 • Problema: a nova lei das sociedades anônimas (11.638) apresentou uma nova realidade contábil no Brasil, determinando que a contabilidade realizada no pais ocorresse de acordo com os padrões internacionais, seguindo os critérios determinados pelo (IASB) International Accounting Standards Board. Mas, ocorreu o problema de convergência no âmbito contábil, fiscal e tributário. • Solução: A lei 11.941 converteu a MP 449/08 em lei, determinando os critérios fiscais e tributários que devem ser observados pelas empresas e cria o RTT (Regime Tributário Transitório), além de alterar a estrutura do Balanço Patrimonial e da Demonstração de Resultados do Exercício. No artigo 61, reforça a independência dos normativos da Lei 4.595/64, em relação a escrituração contábil das instituições financeiras e de demais entidades autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, incluse aquelas constituídas na forma de Sociedades Anônimas (FORTUNA, 2002, p. 13). –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– A estrutura do Sistema Financeiro Nacional segue os ins- trumentos legais apresentados anteriormente, ela se baseia no modelo de especialização de instituições existentes nos Estados Unidos, em que cada segmento é identificado de acordo com o objetivo principal das destinações dos recursos captados. Claretiano - Centro Universitário 39© U1 - Estrutura do Sistema Financeiro Nacional Segundo Niyama e Gomes (2008), esses segmentos e res- pectivos destinos são os seguintes: Tabela 2 Segmentos do SFN. Crédito de curto e curtíssimo prazo Bancos Comerciais, Caixa Econômica Federal, Cooperativas de Crédito e Bancos Múltiplos com carteira comercial. Crédito de médio e longo prazo Bancos de Investimentos, Bancos de Desenvolvimento, Caixa Econômica Federal e Bancos Múltiplos com carteira de investimento ou desenvolvimento. Crédito ao consumidor Sociedades de Crédito, Financiamentos e Investimentos ("Financeiras") e Bancos Múltiplos com carteira de crédito, financiamento e investimento. Crédito habitacional Caixa Econômica Federal, Associações de Poupança e Empréstimo, Companhias Hipotecárias, Sociedades de Crédito Imobiliário e Bancos Múltiplos com carteira de crédito imobiliário. Intermediação de títulos e valores mobiliários Sociedades Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Bancos de Investimentos e Bancos Múltiplos com carteira de investimento. Arrendamento mercantil Sociedades de Arrendamento Mercantil e Bancos Múltiplos com carteira de arrendamento mercantil. Fonte: adaptado de Niyama; Gomes, (2008, p. 3). Além disso, podemos destacar outras entidades, que são de- tentoras de volume significativo de recursos públicos em geral ou com especialização em determinados segmentos, que mesmo não participando diretamente do processo de intermediação financei- ra ou de distribuição de títulos e valores mobiliários, vem obtendo crescente representatividade no âmbito do Sistema Financeiro Na- cional, conforme segue: 1) Seguradoras 2) Companhias de capitalização 3) Entidades fechadas e abertas de previdência privada 4) Empresas de factoring 5) Consórcios © Contabilidade de Instituições Financeiras4040 6) Companhias hipotecárias 7) Agências de fomento 8) Sociedades de crédito ao microempreendedor. O Sistema Financeiro Nacional está dividido em subsistema normativo e subsistema de intermediação. De acordo com o Bacen, o subsistema normativo é composto pelos seguintes órgãos: Conselho Monetário Nacional CMN Conselho Nacional de Seguros Privados CNSP Conselho de Gestão da Previdência Complementar CGPC Fonte: Adaptado de Filgueiras (2010, p. 17). Figura 1 Órgãos que compõem o SFN. Sistema normativo O objetivo do subsistema normativo é editar normas que de- terminem os parâmetros para a realização das transferências de recursos financeiros entre os poupadores e os tomadores, exer- cendo o controle sobre o funcionamento das instituições e entida- des que realizam atividades de intermediação financeira. Dessa forma, cada um dos três órgãos normativos apresen- tados possui suas entidades supervisoras e os operadores, apre- sentados da seguinte forma: Claretiano - Centro Universitário 41© U1 - Estrutura do Sistema Financeiro Nacional Tabela 3 Órgãos normativos do SFN, entidades supervisoras e operadores. ÓRGÃOS NORMATIVOS ENTIDADES SUPERVISORAS OPERADORES Conselho Monetário Nacional (CMN) Banco Central do Brasil (Bacen) Instituições financeiras captadoras de depósitos à vista Demais instituições financeiras Outros intermediários financeiros e administradores de recursos de terceirosComissão de Valores Mobiliários (CVM) Bolsa de Mercadorias e Futuros Bolsa de Valores Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) Superintendência de Seguros Privados (Susep) Brasil Resseguros (IRB) Sociedades Seguradoras So ci ed ad es d e ca pi ta liz aç ão En tid ad es a be rt as de p re vi dê nc ia co m pl em en ta r Conselho de Gestão da Previdência Complementar (CGPC) Secretaria de Previdência Complementar (SPC) Entidades fechadas de previdência complementar (fundos depensão) Fonte: Banco Central do Brasil, 2010. Fazem parte da composição do Conselho Monetário Nacio- nal (CMN) os seguintes órgãos: • Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN). • Banco Central do Brasil (BCB). • Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Em relação ao Conselho Nacional de Seguros Privados, faz parte da composição desse órgão a: • Superintendência de Seguros Privados (Susep). E, finalizando, faz parte da composição do Conselho de Gestão da Previdência Complementar a: • Secretaria de Previdência Complementar (SPC). © Contabilidade de Instituições Financeiras4242 O Conselho Monetário Nacional (CMN) é um órgão acima de tudo normativo e não desempenha nenhuma atividade execu- tiva. É composto pelo Ministro de estado da Fazenda, na qualidade de Presidente, Ministro de Estado de Orçamento e Gestão e o Pre- sidente do Banco Central. É o órgão máximo do SFN, entretanto deve se adequar às re- gras criadas pela Legislação Brasileira. Ele processa todo o controle do sistema financeiro, influencia as ações de órgãos normativos e assume funções de legislativo em instituições financeiras públicas e privadas. O CMN tem amplas atribuições e a finalidade de formular toda a política de moeda e do crédito, buscando atender aos in- teresses econômicos e sociais do país. Suas atribuições estão defi- nidas na Lei nº 4.595/64, dentre as quais Assaf Neto (2001, p. 70) cita as principais: • Fixar as diretrizes e as normas da política cambial, através da regulamentação das operações de câmbio, com objetivo de controlar a paridade da moeda e o equilíbrio da balança de pagamentos. • Regulamentaras taxas de juros e, comissões, bem como, quaisquer outras formas de renumeração realizadas pelas instituições financeiras. • Estabelecer regras para a constituição e funcionamento das instituições financeiras, zelando pela sua liquidez. • Determinar orientações para as instituições financeiras, mediante fixação de índices de encaixe, de capital mínimo, de normas de contabilização etc. • Adicionar as medidas de prevenção para eventuais desequilíbrios econômicos, tendências inflacionárias etc. • Regulamentar todos os tipos de credito e orientar as instituições financeiras na aplicação dos seus recursos, com objetivo de promover o desenvolvimento equilibrado da economia. • Estabelecer regras para as operações de redesconto e as demais operações que ocorrem no mercado aberto. O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) foi criado pelo Decreto nº 91.152/85, com o objetivo de Claretiano - Centro Universitário 43© U1 - Estrutura do Sistema Financeiro Nacional julgar, em primeira e segunda instância, os recursos provenientes das decisões envolvendo aplicações de penalidades administrati- vas que foram determinadas pelo Bacen, pela CMV e pela Secreta- ria de Comércio Exterior (Secex). O Banco Central do Brasil (Bacen) é o principal poder executivo das políticas determinadas pelo Conselho Monetário, sendo o órgão fiscalizador do sistema financeiro nacional. Ele opera como um fiscalizador e disciplinador do mercado financeiro, definindo as regras, os limites e condutas das instituições, ao expedir normas de controle sobre as instituições financeiras. É o agente da sociedade que possui, entre suas responsabilidades, a manutenção da estabilidade do poder de compra da moeda brasileira. Suas principais funções e atribuições são: 1) A fiscalização das instituições financeiras e a aplicação das penalidades previstas em Lei, caso necessário. 2) A concessão de autorizações para que as instituições fi- nanceiras funcionem no país, se instalem ou transfiram suas sedes e dependências. Além disso, concede demais solicitações para fusões e incorporações. 3) A realização das operações de redesconto e de emprés- timos a instituições financeiras. 4) A execução da emissão de papel-moeda, o controle do crédito e o recebimento de depósitos compulsórios dos bancos. 5) A supervisão dos serviços de compensação de cheques e outros papéis, efetuar como instrumento de política monetária, a compra e venda de títulos públicos. Dessa forma, o Bacen atua como um regulador do suprimen- to de moeda no mercado e mantenedor do equilíbrio monetá- rio, exercendo a autoridade monetária. De acordo com Filgueiras (2010, p. 3), suas atribuições são seguintes: • Banco dos bancos: sendo o emprestador de recursos financeiros de última instância das instituições que fazem parte da composição do sistema financeiro nacional; © Contabilidade de Instituições Financeiras4444 • Único banco emissor: banco que exerce a função de autoridade monetária, detendo o monopólio sobre a emissão de moeda; • Banqueiro do governo: o banco central é o centralizador do caixa do governo. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é o órgão definido pelo CMN para regulamentar, acompanhar e fiscalizar a emissão de Valores Mobiliários e as instituições que formam o mercado de capitais: Bolsa de Valores, Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários entre outras. As principais leis que norteiam o ambiente da CMV e do mercado de Valores Mobiliários são: • Lei nº 6.385/76, que disciplinou o mercado de capitais e criou a CVM; • Lei nº 6404/76, que dispõe sobre as sociedades por ações, atualizada pela Lei nº 11.638/07. A CVM controla e disciplina a emissão e a distribuição de títulos mobiliários. São funções básicas da Comissão de Valores Mobiliários: 1) Dar proteção aos investidores do mercado de ações. 2) Assegurar a transparência das operações de compra e venda de valores mobiliários. 3) Disciplinas e fiscalizar a emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado, bem como organizar o funcio- namento e operações das bolsas de valores. 4) Fiscalizar as companhias abertas. 5) Fixar limites máximos de preços e comissões cobradas pelos intermediários. O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é um ór- gão criado em 1966, com a responsabilidade de normatizar as atividades securitárias do país, determinando diretrizes e normas da política governamental para as instituições que operam com seguros privados, capitalização e previdência privada abertas. En- tre suas principais atribuições, citadas por Filgueiras (2010, p. 23), destacamos: Claretiano - Centro Universitário 45© U1 - Estrutura do Sistema Financeiro Nacional • Fixação das diretrizes e normas da política de seguros privados; • Regulamentação da constituição, organização, funcionamento e fiscalização daqueles que exercem atividades subordinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados, e na determinação das penalidades previstas; • Fixação das características gerais dos contratos de seguros, previdência privada e capitalização; • Estabelecimento das diretrizes gerais sobre as operações de resseguros; • Determinação dos critérios de constituição das sociedades seguradoras, de previdência privada aberta e de capitalização; • Disciplinar a corretagem no mercado e a profissão de corretor. O Conselho de Gestão da Previdência Complementar (CGPC) é um órgão vinculado ao Ministério da Previdência e As- sistência Social, responsável pela regulamentação, normatização e coordenação das atividades realizadas pelas entidades fechadas de previdência complementar. Suas principais atribuições são: 1) Estabelecer normas complementares a legislação, apli- cáveis a entidades fechadas de previdência complemen- tar. 2) Determinar regras para a constituição e funcionamento das sociedades fechadas. 3) Determinar padrões para a instituição de operação de planos de benefícios, para assegurar a transparência, solvência, liquidez e equilíbrio financeiro. 4) Determinar a metodologia que deverá ser aplicada nas avaliações atuariais. 5) Estabelecer normas gerais de contabilidade, atuária, econômico financeiro e estatísticas. Sistema de intermediação O Conselho Monetário Nacional, o Banco Central e a Comis- são de Valores Mobiliários são instituições que regulamentam
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