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Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 1 Sumário Item Página Testes em Áreas Específicas 02 Resumão 27 Questões 28 Gabarito 41 Questões Comentadas 42 Esta aula contem: 60 páginas Páginas de teoria 26 Páginas de questões comentadas 21 Questões FCC 04 Questões ESAF 09 Questões CESPE 13 Questões FGV 09 Questões VUNESP - Questões DIVERSAS 03 Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 2 1. Tipos de Testes em áreas específicas das Demonstrações Contábeis 1.1 Introdução Antes de começarmos este nosso encontro preciso deixar claro um ponto. De maneira geral, embora aconselhável, o conhecimento de contabilidade não é pressuposto para se entender a matéria auditoria. Entretanto, especificamente em relação a esta aula, é fundamental tal conhecimento, ainda que intermediário, ok? Feita essa consideração, vamos lá! As Demonstrações Contábeis obrigatoriamente sujeitas à Auditoria Independente, segundo a Lei nº 6.404/76 – Lei das Sociedades por Ações – são o Balanço Patrimonial (BP), a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), a Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA), a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), a Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e as Notas Explicativas (NE) que as acompanham. Para atingir suas finalidades, a Contabilidade utiliza-se das seguintes técnicas contábeis: Escrituração (registro dos fenômenos patrimoniais); Demonstrações (balanços e outras demonstrações); Auditoria; e Análise de balanços (ou análise das demonstrações contábeis). Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Galera!!! Grupos de rateio e pirataria são ilegais e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize nosso trabalho e adquira nossos cursos apenas pelo site do 3D CONCURSOS! Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 3 Como temos visto ao longo do nosso curso, a Auditoria é uma técnica contábil que consiste na verificação da exatidão e da fidedignidade dos dados contidos nas demonstrações contábeis, por meio do exame dos registros contábeis e dos documentos que deram origem a esses registros. De acordo com a NBC TA 200, o objetivo da Auditoria das Demonstrações Contábeis é: Aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários. Isso é alcançado mediante a expressão de uma opinião pelo auditor sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com uma estrutura de relatório financeiro aplicável. (Grifei) Ainda, de acordo com a NBC TA 500 – Evidência de Auditoria –, o objetivo do auditor é definir e executar procedimentos de auditoria que permitam conseguir evidência de auditoria apropriada e suficiente que lhe possibilitem obter conclusões razoáveis para fundamentar a sua opinião. Ou seja: 1.2 Tipos de não conformidades Feitas essas considerações iniciais, chegamos ao tema específico desta aula. Para cada tipo de conta das demonstrações contábeis, o auditor deve aplicar testes e procedimentos específicos, em busca de evidências de distorções relevantes que possam justificar a existência de não conformidades porventura existentes. As não conformidades – ou distorções – segundo Ribeiro e Ribeiro (2012), encontradas nas DC podem ser de quatro tipos: Executa PROCEDIMENTOS para conseguir EVIDÊNCIAS que possibilitem obter CONCLUSÕES para fundamentar sua OPINIÃO. Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 4 Saldo superavaliado (valor maior que o real). Saldo subavaliado (valor menor que o real). Saldo fictício (valor inexistente ou irreal). Saldo oculto (omissão de valor). Assim, em virtude desses riscos, recomenda-se que todas as contas apresentadas nas DC sejam testadas. O saldo de uma conta do balanço patrimonial ou da demonstração de resultado do exercício pode estar errado para mais (superavaliado) ou para menos (subavaliado). Por esse motivo, todas as contas da contabilidade devem ser testadas para superavaliação e subavaliação. Segundo Almeida (2012), a experiência tem demonstrado que se deve dirigir os testes principais de superavaliação para as contas devedoras (ativo, despesas) e os de subavaliação para as contas credoras (passivo, receitas). Em linhas gerais, funciona da seguinte forma: o auditor confere os cálculos dos grupos de contas apresentados nas DC, para depois conferir os saldos iniciais com os saldos finais da auditoria do exercício anterior. Adicionalmente, verifica se os saldos informados “batem” com os registrados nos livros contábeis (principalmente no Livro-razão). Se julgar conveniente, em vista do necessário ceticismo que deve possuir, estende as verificações aos registros contábeis. Isso porque o simples confronto entre os saldos das contas apresentadas nas DC com os saldos existentes no Livro-Razão dificilmente irá evidenciar as distorções nos respectivos saldos. Lembrem-se de que, de acordo com o Método das Partidas Dobradas (MPD), a cada débito (ou mais) há um correspondente crédito (ou mais) de igual valor e vice-versa. Exemplo: se durante o exame das demonstrações contábeis de uma empresa para o ano findo em 31/12/2015 o auditor descobre que as despesas de pessoal estão superavaliadas, em função de os salários do mês de janeiro de 2016 terem sido provisionados erroneamente em 2015, é evidente que a conta credora de salários a pagar, classificada no passivo circulante, também está superavaliada. Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 5 Observem o quadro resumo a seguir, contendo algumas das contas que abordaremos “em sala”, conforme a Lei nº 6.404/76, alterada pela 11.941/09. BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Ativo Circulante (AC) - Disponibilidades - Caixa e bancos - Clientes (contas a receber) - Estoques Ativo Não Circulante (ANC) - Ativo Realizável a Longo Prazo (ARLP) - Investimentos - Imobilizado - Intangível Passivo Circulante (PC) Passivo Não Circulante (PNC) Patrimônio Líquido (PL) Esse quadro não está completo, mas serve apenas para os colegas que ainda não estão craques na Contabilidade terem uma noção do posicionamento das contas no Balanço Patrimonial. Teste para superavaliação: No teste para superavaliação, o auditor parte do valor registrado no livro razão geral para o documento-suporte da transação, conforme demonstrado na figura a seguir. O registro final representa o último registro contábil antes do livro razão geral. Já o registro inicial é elaborado com base no documento e representa o primeiro registro contábil em função de uma operação. O Razão Geral Registro Final Registro Intermediário Registro InicialDocumento Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentadosProf. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 6 registro intermediário representa qualquer registro contábil elaborado entre o registro inicial e o final. Teste para subavaliação: Já no teste para subavaliação, o auditor parte do documento para o valor registrado no livro razão geral, conforme demonstrado na figura a seguir. Ativos e passivos - ocultos e fictícios Os testes que acabamos de ver (superavaliação e subavaliação de contas) podem constatar que foi registrado um ativo fictício ou que há um passivo oculto naquele balanço. Ativo fictício é quando bens e direitos existem apenas no Balanço Patrimonial, mas de fato não constam no patrimônio da empresa, não existem na “vida real”. Já Passivo fictício seria uma obrigação que somente consta nas demonstrações contábeis, mas já foram quitadas ou de fato não existem. Por outro lado, podem existir direitos e obrigações que de fato existem, mas não estão registrados na contabilidade da empresa. Nesse caso, dá-se o nome de Ativos ocultos e Passivos ocultos, respectivamente. O primeiro caso (Ativos e Passivos fictícios) gera uma superavaliação das contas, uma vez que os direitos e obrigações registrados nas demonstrações contábeis não existem. Já a segunda situação (Ativos e Passivos ocultos) proporciona uma subavaliação das contas, porque os direitos e obrigações existem, mas não foram registrados nas demonstrações contábeis, reduzindo o valor real dessas contas. Documento Registro Inicial Registro Intermediário Registro Final Razão Geral Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 7 O quadro, baseado na obra de Ribeiro e Ribeiro (2012), apresenta alguns exemplos das situações que podem ocorrer, acerca dos quatro pontos que acabamos de ver: Situação Definição Exemplo Saldo superavaliado O saldo constante de uma conta da DC é superior ao saldo da mesma conta no livro- razão Superavaliação em conta de despesa: despesa de 100 paga em $ (valor deixa de compor “caixa”), mas escriturada como 120. Para haver compensação, ou o caixa será subavaliado em 20 ou o passivo será superavaliado com a inclusão de um saldo fictício (conta inexistente) Saldo subavaliado O saldo constante de uma conta da DC é inferior ao saldo da mesma conta no livro- razão Subavaliação em conta de receita: receita de 500 recebida em $ (valor passa a compor “caixa”), mas escriturada como 400. Acarretará subavaliação na conta de receita, e em contrapartida, subavaliação no saldo da conta “caixa”, que será menor que o real. Saldo fictício O saldo constante de uma conta da DC não existe no livro-razão Para compensar desfalque de 50 no caixa, o contador intencionalmente lança o respectivo valor na conta “duplicatas a receber”. Saldo oculto O saldo de uma conta constante do livro-razão não foi informado ou sequer contabilizado Nota fiscal de venda de mercadorias a prazo, no valor de 80, não escriturada no livro diário. Essa omissão provocou uma subavaliação no saldo da conta “duplicatas a receber” e a consequente subavaliação da conta de “receitas com vendas”. 1.3 Contas do Ativo: São objetivos da aplicação de programas de auditoria em contas do Ativo: Integridade: tem como função a verificação de operações existentes e não registradas. Existência: identificar se houve operações registradas e não existentes. Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 8 Propriedade: identificar operações registradas e não pertencentes à entidade. Precisão: identificar operações registradas com dados errados. Valorização: identificar operações calculadas erroneamente. Apresentação: identificar informações imprecisas nas Demonstrações Financeiras. 1.3.1. Caixa e Bancos Como sabemos, no Balanço Patrimonial, os ativos são classificados em ordem decrescente de grau de liquidez. Assim, caixa e bancos são classificados na primeira linha do lado do ativo do BP, pois é o ativo de maior liquidez. São registrados no grupo de caixa e bancos os recursos disponíveis para aplicação nas transações da empresa, tais como: Dinheiro em caixa. Dinheiros em contas correntes bancárias. Recebimentos não depositados. O valor de caixa e bancos é composto, em geral, por dois componentes: o numerário em caixa (também denominado encaixe) e o depósito em bancos. Para cada componente, o auditor realiza procedimentos próprios. De acordo com Almeida (2010), para um ativo ser classificado nesse grupo, é importante que não haja restrições quanto ao seu uso imediato. Os cheques emitidos e ainda não entregues aos beneficiários não devem ser considerados como redução de caixa e bancos. O autor afirma que “caixa e bancos”, por ser um ativo de pronta liquidez, é o mais sujeito a uma utilização indevida. Nessa área, mesmo que haja bom sistema de controle interno, o auditor executa maior volume de testes do que o normal, já que o risco é maior. Os testes de auditoria são dirigidos para superavaliação, e o principal objetivo é verificar a existência do ativo. Entre os objetivos específicos, estão a verificação da existência, da propriedade da exatidão dos valores, a descoberta de restrições e a apresentação Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 9 exata nas DC. E qual seria, na opinião de vocês, a melhor forma de se ter certeza da existência de recursos em caixa? Exatamente: contá-los fisicamente, principalmente em empresas nas quais o fluxo de dinheiro diário é mais expressivo. Sempre que possível, a auditoria das DC deve ser iniciada pela contagem física do dinheiro existente em caixa. Para os recursos em contas correntes bancárias, esse procedimento não poderá ser executado, mas uma carta do banco, em resposta a uma circularização, normalmente é a forma utilizada para essa conferência. As contas “caixa e bancos” são as mais testadas nos trabalhos de auditoria, pois apresentam alto grau de liquidez, oferecendo mais riscos que as demais. Os testes de auditoria são dirigidos para superavaliação, e o principal objetivo é verificar a existência do ativo. 1.3.1.1 Contagem de caixa (encaixe) É normalmente utilizada para as empresas que costumam manter uma quantia considerável em caixa na data do Balanço Patrimonial. Isso é bastante comum naquelas que vendem à vista grandes quantidades de produtos de pequeno valor. Para se realizar a contagem, na visão de Ribeiro e Ribeiro (2012), algumas recomendações devem ser seguidas: Que a contagem física seja realizada em horário bem próximo ao final do expediente, para evitar que o saldo esteja muito baixo, o que descaracterizaria as verificações; O fator surpresa inibe o mascaramento do movimento por parte dos responsáveis (isso pode ser conseguido por meio de uma segunda contagem, já que o auditado vai acabar esperando pela primeira); Quando a empresa trabalhar com mais de um caixa, é importante se destacar membros da equipe de auditoria para que a contagem seja realizada simultaneamente (para evitar que o mesmo numerário seja contado nos dois caixas, por substituição de fundos); Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 10 A contagem do dinheiro deve ser feita, se possível, pelo próprio tesoureiro, na presença da equipe de auditores (os auditores não devem se apoderar dos valores); A contagem física deve abranger não só o dinheiro, mas também outros documentos integrados ao saldo, como por exemplo, recibos e cheques; É importante verificar a existência de cheques depositados e devolvidos por falta de fundos ou por outro motivo (se os cheques não forem depositados enquanto o auditor controla o numerário, não será possível certificar-se da validade dos mesmos); Após a conclusão da contagem, lavrar um termo de conferência. Desfalques no Caixa Basicamente, existem dois tipos de desfalques de caixa: o desfalque encoberto e o desfalque não coberto. Desfalque encoberto é aquele feito por meio de um lançamento de compensação nos registros contábeis, de modo que a falta do bem não seja notada. O desfalque não encoberto é aquele que não é acompanhado de lançamento contábil em contrapartida. Portanto, as faltas resultantes de desfalques não encobertos podem ser escondidas apenas por determinado tempo. Há dois tipos comuns de desfalques não encobertos, que são o lapping e o kiting. 1. O lapping geralmente se faz com cobranças de contas a receber e consiste em desviar os resultados de cobranças, substituindo-se o montante desviado por cobranças posteriores. 2. O kiting é um tipo de desfalque de caixa que envolve os desembolsos ali realizados. É, essencialmente, um sistema de encobrir faltas de dinheiro com transferências, em cheques não registrados. É mais fácil detectar kiting do que lapping, pois, com procedimentos adequados de auditoria de caixa, é possível descobrir tal fraude na data da verificação. Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 11 Entre esses procedimentos, pode-se listar os seguintes: Correto uso do extrato bancário. Coleta de dados de caixa e conferência posterior com a lista de cheques em circulação. Exame de recebimentos não depositados na data da verificação, com o objetivo de se certificar de que não há cheques da empresa entre esses recebimentos. Preparação de uma cédula com todas as transferências bancárias ocorridas durante um período razoável, antes e após a data da verificação. 1.3.1.2 Saldos bancários Aqui, o auditor não mais está tratando de dinheiro em mãos, mas com documentos que comprovam a existência do dinheiro. A checagem é feita, normalmente, por meio de circularização aos bancos e de conferência dos extratos bancários, após a resposta. Almeida (2010) relaciona as principais atividades a serem desenvolvidas pelo auditor, na verificação dos saldos bancários: Solicitar o preenchimento da carta de circularização (lembre- se de que quem preenche a carta é a administração da empresa, pois não há vínculo direto entre a equipe de auditoria e o banco a ser circularizado). Incluir na carta um envelope selado endereçado à própria firma de auditoria (a resposta será enviada diretamente aos auditores, e isso facilitaria o trabalho do banco). Para as cartas não respondidas, reiterar em quinze dias. Se ainda assim não obtiver êxito, obter confirmação pessoalmente. Os procedimentos finais de auditoria concentram-se nas conciliações bancárias. Uma modalidade de reconciliação bancaria particularmente útil para fins de auditoria é a “prova de caixa”. Nessa forma mais ampla de reconciliação, as transações bancárias do período que precede a verificação são analisadas, assim como o saldo bancário na data em que é feita essa verificação. Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 12 A análise de transações durante o período revela qualquer movimentação da conta, que não conste dos livros, ou vice-versa. Os itens mais comuns de reconciliação e os procedimentos de verificação mais usualmente utilizados pelos auditores são: Depósito em transito. Podem-se encobrir temporariamente certas faltas de dinheiro no caixa, simplesmente apresentado a maior os depósitos em trânsito. Na data da verificação, o auditor deve ter contato e, se necessário, controlado todo dinheiro em caixa, até este ser depositado no banco. Cheques em circulação. Omitir da lista de cheques em circulação um item qualquer constitui outro meio de ocultar, ainda que temporariamente, qualquer falta de dinheiro no caixa. O extrato bancário é usado pelo auditor para garantir a exatidão da lista de cheques em circulação. A existência de cheques antigos, lançados como em circulação, assim permanecendo por longos períodos, propicia o encobrimento de desfalques. 1.3.2 Clientes (Outros Créditos) As contas de clientes, ou duplicatas a receber, representam direitos adquiridos por vendas a prazo de bens ou serviços relacionados ao objetivo social da empresa. Além desses, algumas transações são classificadas como outros créditos: Adiantamentos (férias, 13º salário), e empréstimos a empregados, administradores, acionistas e empresas controladas e coligadas. Impostos a recuperar. Conta retificadora (provisão para devedores duvidosos – PDD). Notas fiscais a receber. Duplicatas a receber. Na venda de bens, a principal exigência é a transferência para o comprador dos riscos e benefícios mais significativos inerentes à propriedade dos bens. Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 13 O principal objetivo do auditor na auditoria dos valores a receber é cobrir a existência, a avaliação e a classificação das contas. Por serem de natureza intangível, exigem procedimentos diferentes daqueles aplicados na auditoria de caixa e bancos, tendo o auditor que aplicar critérios de julgamento não só quantitativos, mas qualitativos, por meio de evidências indiretas. Provisão para Créditos de liquidação Duvidosa Para que a conta contas a receber não fique superavaliada é preciso estimar uma quantidade de clientes que provavelmente se tornarão inadimplentes, o que torna subjetiva a mensuração e avaliação desta conta. Entretanto, buscando a melhor estimativa, deve-se seguir alguns passos, tais como classificar todas as contas segundo a idade numa coluna destinada a este tipo de análise, concluindo sobre quais clientes tem o potencial de não pagar. Além disso, pode-se fazer uma comparação entre empresas do mesmo ramo de negócios para que se identifique uma base confiável para a estimativa. Duplicatas descontadas É uma forma das empresas captar recursos junto a redes bancárias. Quando a empresa possui uma duplicata a receber e precisa adiantar esse crédito, a empresa “vende” esta duplicata (para um banco, por exemplo) e recebe o seu valor, mas pago um encargo embutido. Quando a duplicata vencer, caso o cliente não pague, o ônus do pagamento passa imediatamente para a empresa. O fato de as duplicatas terem sido descontadas não lhes retira a característica de títulos a receber. De acordo com Crepaldi (2012), os procedimentos de auditoria usados no exame de contas a receber podem ser classificados da seguinte maneira: a) Coleta e exame de evidências externas; b) Exame de evidências internas da firma; c) Procedimentos analíticos referentes a saldos de contas a recebere Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa. a) Evidências Externas - Confirmação Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 14 A confirmação externa é um dos mais importantes procedimentos de auditoria, e é particularmente utilizado na verificação da conta clientes. Sabemos que podem ocorrer dois tipos de pedidos de confirmação: positivo e negativo. LEMBRETE: O primeiro é utilizado quando há necessidade de resposta da pessoa de quem se quer obter uma confirmação formal. Pode ser usado de duas formas: - branco: quando não se colocam os valores nos pedidos de confirmação; - preto: quando utilizados saldos ou valores a serem confirmados na data- base indicada. O pedido de confirmação negativo é utilizado quando a resposta for necessária em caso de discordância da pessoa de quem se quer obter a confirmação, ou seja, na falta de confirmação, o auditor entende que a pessoa concorda com os valores colocados no pedido de confirmação. Considera-se de melhor qualidade a evidência obtida por meio dos pedidos de confirmação positivos, pois o auditor não tem meios imediatos de determinar se a ausência de resposta ocorreu por anuência ou negligência do devedor. Para as cartas de confirmação não respondidas, Almeida (2010) apresenta alguns procedimentos alternativos: Inspeção de pedido de venda e nota fiscal. Exame de comprovante de embarque, com atenção para as datas. Verificação do recebimento subsequente, por meio da inspeção de recibos, avisos bancários comprovantes de depósitos. b) Evidências Internas – teste de avaliação das contas a receber Os procedimentos utilizados para essa parte da auditoria são os testes de registros contábeis e o exame da documentação hábil. Devem ser testadas a exatidão dos registros contábeis e os documentos comprobatórios, comparando-os aos registros. Esses procedimentos de auditoria são comumente denominados testes de transações. Para tanto, o auditor deve solicitar da empresa um mapa demonstrativo de contas a receber por idade de recebimento, a fim de facilitar a identificação de problemas. c) Procedimentos Analíticos Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 15 Consiste em analisar, pelos vencimentos, os saldos das contas a receber, e fornece dados sobre o vencimento das contas a receber. Esse procedimento relaciona-se diretamente com a avaliação que o auditor faz da adequação da PDD, o que se traduz de grande para a fidedignidade das contas a receber, embora outros dados também possam ser utilizados com a mesma finalidade: Antecedentes de porcentagens dos saldos a receber, expressos pela provisão. Tendências da incidência de dívidas duvidosas. Alterações na política de concessão de crédito. Cálculos de movimentação de contas a receber. Condições econômicas vigentes no momento. 1.3.3 Estoques Segundo Almeida (2010), os estoques são bens destinados à venda ou à fabricação, relacionados com os objetivos e atividades da empresa. Eles são importantes na apuração do lucro líquido de cada exercício social e na determinação do valor do capital circulante líquido do Balanço Patrimonial. A importância dada a este item, na auditoria das DC, deve-se ao fato de que os resultados da empresa podem ser facilmente manipulados pela superavaliação ou subavaliação dos estoques. As principais classes de estoques são: Matérias-primas (bens comprados e destinados à produção). Produtos em processo (bens que estão em processo de produção). Produtos acabados (bens produzidos e destinados à venda). Mercadorias (bens comprados e destinados à venda). Ainda conforme a obra citada, os principais objetivos da auditoria de estoques (feita por amostragem) são: Verificar se as quantidades de bens declaradas realmente existem. Verificar se os bens foram custeados e avaliados de acordo com os princípios de contabilidade. Verificar se as informações referentes aos estoques foram adequadamente divulgadas nas DC. Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 16 Crepaldi (2012), por sua vez, apresenta os seguintes objetivos: Determinação de que há bom controle sobre os estoques. Verificação de que o cliente é realmente o proprietário do estoque. Determinação de quantidade de estoque em mão do cliente. Averiguação e certeza de que o cliente atribui preço adequado a seu estoque. Determinação se há ônus sobre o estoque. Determinação da possibilidade de venda do estoque existente, atentando para indícios, tais como mercadoria danificada, itens obsoletos, etc. Determinação da forma correta de apresentação do estoque nas DC. Os principais procedimentos de auditoria nos estoques são a inspeção física (verificação da existência física) e os testes de avaliação (sistema de alocação de custos aos estoques). A verificação da existência física ocorre por meio da observação e da contagem física, confrontando os resultados com os registros contábeis. A observação de estoque é importante para a auditoria, pois assim o auditor tem uma maior confiança em relação às quantidades, propriedade por parte das empresas em relação ao estoque, existência das mercadorias e suas características. O corte das operações (cut-off), de acordo com Franco e Marra (2011) consiste em determinar o momento em que os registros contábeis auxiliares, bem como os documentos a ele relacionados, refletem o levantamento do inventário. Assim, o que estiver registrado até aquele momento será incluído, o que vier a ser registrado depois será excluído. É escolhida uma data limite, e estando os registros rigorosamente em dia, verifica-se a última anotação constante, a qual indicará os materiais que, até ali, farão parte do inventário. Os testes de avaliação dos estoques dizem respeito à revisão do sistema de alocação de custos aos estoques – PEPS, UEPS – e à verificação de que o somatório das relações finais de inventário Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 17 concorda com os saldos das respectivas contas do razão geral da contabilidade. Os principais procedimentos de auditoria nos estoques são a inspeção física (verificação da existência física) e os testes de avaliação (sistema de alocação de custos aos estoques). Controle na contagem física: Para se obter um maior controle na contagem de estoques, são distribuídas etiquetas pré-numeradas aos empregados para serem usadas nas descrições e registro dos produtos. As etiquetas devem ser bem controladas para que não sejam usadas para outros fins ou de uma maneira equivocada. Apesar de o auditor ser responsável por essas etiquetas, não cabe a ele contar o estoque, e sim, certificar que a contagem está sendo feita corretamente. Avaliação do inventário físico É normal que os auditores registrem comentários em seus papéis de trabalho sobre o levantamento do estoque. Em alguns casos, o auditor pode não ter condições de determinar qualitativamente o estoque. Nesses casos, um especialista deve ser contratado pela auditoria para que possa ajudar na avaliação. 1.3.4 Investimentos Como parte da política de algumas empresas, estasaplicam recursos em títulos e outros direitos. Essas aplicações normalmente se dividem em três grupos (Almeida, 2010): Instrumentos financeiros de dívidas: aplicações em títulos públicos e privados. Instrumentos financeiros de capital: participação no capital social de outras empresas. Investimentos avaliados pelo método de equivalência patrimonial: investimentos em sociedades coligadas e em sociedades controladas. Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 18 Para concursos – ou seja, o que nos interessa no momento – o mais importante é o investimento no capital de outras empresas, tendo em vista que o que acontece com a investida acaba por refletir na situação da investidora, de acordo com a materialidade do investimento. Na auditoria de investimentos, o auditor deve tomar cuidados especiais, além daqueles comuns a outras contas do BP, em virtude das características das operações que envolvem as operações de investimentos, especificamente às relativas à legislação de aquisição e métodos de avaliação. As informações mais importantes dizem respeito: Natureza do título. Data e valor da aplicação. Data e taxa dos juros e outros rendimentos que eles possam gerar. Data do resgate. Valor dos dividendos provisionados. Valor de mercado, etc. De acordo com Crepaldi (2012), os procedimentos usados pelo auditor para atingir o objetivo referente à existência e à propriedade dos investimentos, normalmente, compreendem exame ou confirmação. Quando há títulos envolvidos, considera-se boa prática examiná-los e confrontá-los com a contagem realizada pelo cliente. Se esse procedimento for impraticável, uma alternativa pode ser a confirmação com o encarregado externo da custódia dos bens, ponderando sobre a reputação e os antecedentes financeiros de quem faz a confirmação. Os principais procedimentos utilizados são, de acordo com a obra de Franco e Marra (2011): 1 - Verificação física (exame documental) dos títulos de investimento: verificação física, caso os títulos, contratos ou certificados estejam de posse da empresa; ou circularização, em caso negativo. 2 - Verificação da contabilização do investimento: quando de sua aquisição, e das variações ocorridas, para assegurar-se da adequação dos valores mencionados no BP. Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 19 3 - Avaliações dos investimentos em coligadas e controladas (investimento relevante): deve ser feito por meio do Método de Equivalência Patrimonial – MEP –, por determinação legal. 1.3.5 Imobilizado O Art. 179, IV, da Lei nº 6.404/76, considera Ativo Imobilizado como sendo os direitos que tenham por objeto os bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da Companhia ou da empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à Cia. os benefícios, riscos e controle desses bens. Ou seja, o Imobilizado é composto exclusivamente por bens materiais, tangíveis. Na auditoria do imobilizado, alguns procedimentos são comuns à auditoria de outras áreas do BP, como a conferência de cálculos, a checagem de saldos do BP com saldos constantes dos livros contábeis e da documentação comprobatória. Uma característica importante, tendo em vista a sujeição ao desgaste pelo uso, ação da natureza e obsolescência, é avaliação dos planos e cálculos de depreciação. As verificações devem abranger os seguintes itens: existência, localização, uso, ociosidade, manutenção, preservação, obsoletismo, reavaliações corretas, depreciações, amortizações, exaustões, vendas, valores residuais, contabilização, seguro e empréstimos. De maneira mais detalhada, de acordo com Crepaldi (2012), a auditoria do imobilizado tem os seguintes objetivos: Determinar sua existência física e a permanência em uso. Determinar se pertence à empresa. Determinar se foram utilizados os princípios de contabilidade, em bases uniformes. Determinar se o imobilizado não contém despesas capitalizadas e, por outro lado, as despesas não contêm itens capitalizáveis. Determinar se os bens do imobilizado foram adequadamente depreciados monetariamente, em bases aceitáveis. Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 20 Determinar a existência de imobilizado penhorado, dado em garantia ou com restrição de uso. Determinar se está corretamente classificado nas DC e se as divulgações cabíveis foram expostas por notas explicativas. Estudar e avaliar o controle interno existente para esses bens. Com base nesses objetivos, podemos concluir pelas ações mais comuns: Avaliação dos bens, inclusive correção. Existência, propriedade e posse. Eventual ônus sobre os bens. Critérios e extensão das depreciações e amortizações. Na auditoria do imobilizado, alguns procedimentos são comuns à auditoria de outras áreas do BP, como a conferência de cálculos, a checagem de saldos do BP com saldos constantes dos livros contábeis e da documentação comprobatória. 1.4 Contas do Passivo Segundo Attie (2010), a auditoria dos passivos tem como finalidade determinar: Se são pertencentes à empresa. Se foram utilizados os princípios de contabilidade. A existência dos ativos dados em garantia ou vinculados aos passivos. Se estão corretamente classificados no BP e se as divulgações cabíveis foram expostas em notas explicativas. 1.4.1 Fornecedores Da mesma forma que nas Contas a Receber, o grupo Contas a Pagar engloba um conjunto de obrigações, como as obrigações com fornecedores, as obrigações trabalhistas, empréstimos, financiamentos, etc., de curto ou de longo prazo, ou seja, podem ser Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 21 classificadas tanto no Passivo Circulante (PC) como no Passivo Não Circulante (PNC). Em geral, o maior volume de testes recai sobre as obrigações com fornecedores. A conta fornecedores (componente do “contas a pagar”) representa uma obrigação da empresa auditada, uma dívida com fornecedores, devida às aquisições de bens ou serviços, e deve ser reconhecida quando a empresa recebe a prestação do serviço ou quando o ativo passa para sua propriedade. Os procedimentos de auditoria são semelhantes aos utilizados nas contas a receber, e podem ser identificados da seguinte forma: Inspeção física. Circularização. Recálculo. Investigação. Em relação à circularização, da mesma forma que na auditoria do ”contas a receber”, no caso de “fornecedores”, é o procedimento mais importante, com a seguinte observação encontrada na obra de Ribeiro e Ribeiro (2012): “Em relação à circularização, nesse caso, nas cartas enviadas aos fornecedores, não constam valores, pois é o fornecedor quem informa o valor da dívida da auditada”. Nesse caso, a experiência demonstra ser a circularização mais eficiente, pois o credor tem maior interesse em demonstrar seu crédito ou apontar irregularidades, sendo de grande importância na detecção de omissão de passivos. 1.4.2 Folha de pagamentos (salários a pagar) De acordo com Franco e Marra (2011), os procedimentos são orientados sobre a razoabilidade do saldo finala pagar. Para tanto, se deve pesquisar o movimento durante o exercício, a fim de verificar possíveis lançamentos extraordinários. O confronto das folhas de pagamento, se demonstrar regularidade, é um bom elemento de convicção. Almeida (2010) sugere as seguintes ações: Análise de composição do saldo da conta. Conferência do valor da análise com a respectiva conta do razão da contabilidade. Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 22 Verificação de que não existam itens antigos ou anormais na análise. Confrontação dos valores com a folha de pagamentos. 1.4.3 Outros Segue um quadro adaptado de enumeração constante da obra de Attie (2010), no qual o autor ilustra alguns dos principais procedimentos que poderão ser utilizados nos trabalhos de auditoria do Passivo: Procedimento Aplicação Exame físico (inspeção) - Contagem das contas a pagar - Contagem dos títulos a pagar Circularização (confirmação) - Dos fornecedores - Dos empréstimos a pagar - Das contas a pagar Inspeção de documentos - Exame documental das faturas / notas fiscais - Exame documental dos contratos de empréstimos - exame das atas e assembleias -Exame documental das guias de recolhimento de impostos Cálculo (recálculo) - Dos impostos a pagar - Dos juros a pagar - Da composição dos fornecedores - Das provisões de férias, 13º salário - Dos royalties a pagar Observação - Classificação adequada das contas - Observação aos princípios de contabilidade - Observação de ativos dados em garantia Fonte: Attie (Atlas, 2010, p. 455 e 456) Por fim, cabe destacar o que aponta Crepaldi (2012), em relação a empréstimos e financiamentos. Segundo ele, dentre os objetivos da auditoria nessas contas estão verificar se os respectivos encargos são contabilizados de acordo com os princípios contábeis e de forma consistente, livre de distorções. 1.5 Auditoria do Patrimônio Líquido Segundo Attie (2010), a auditoria do PL tem como objetivo determinar: Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 23 Se as ações ou títulos de propriedades do capital social foram adequadamente autorizados e emitidos. Se todas as normas descritas nos estatutos sociais, as obrigações legais e sociais foram cumpridas. Se foram utilizados os princípios de contabilidade. A existência de restrições de uso das contas patrimoniais. Se o PL está corretamente classificado no BP e se as divulgações cabíveis foram expostas por notas explicativas. 1.6 Contas de Resultado Segundo Ferreira (2008), a auditoria das contas de resultado tem como objetivo verificar se: 1 - As receitas e despesas foram apropriadas de acordo com os Princípios de Contabilidade, aplicados uniformemente em relação ao exercício anterior. 2 - As despesas e receitas antecipadas ou diferidas estão corretamente apresentadas em contas patrimoniais. 3 - As notas explicativas esclarecem os principais critérios adotados em relação à apropriação das receitas e despesas. 4 - Foram apropriadas todas as despesas correspondentes às receitas realizadas no período. 1.6.1 Receitas O teste dessas transações consiste em o auditor verificar se os valores foram registrados dentro do regime de competência, se foram aprovados, se estão de acordo com a natureza dos negócios da empresa, se existe documentação suportando a operação e se a classificação contábil foi adequada. Procedimento comum para verificação de receitas operacionais: 1 - De forma geral, o teste das receitas operacionais começa pela seleção de notas fiscais (NF) de venda e conferência da aprovação desses créditos. 2 - Depois, é comparada a NF com o pedido de compra do cliente, checando as somas, multiplicações, cálculos dos impostos, etc. 3 - Feito isso, inspeciona-se a documentação de embarque das mercadorias. Verifica-se também a inclusão da NF no registro inicial de vendas. 4 – Confere-se a soma do registro inicial de vendas. 5 – Verifica-se a inclusão do valor total do registro inicial de vendas no registro intermediário de vendas. Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 24 6 – Confere-se a soma do registro intermediário de vendas. 7 – Verifica-se a inclusão do valor total do registro intermediário de vendas no registro final de vendas. 8 – Confere-se a soma do registro final de vendas. 9 – Verifica-se a inclusão do valor total do registro final de vendas no razão geral de receitas. 10 – Por fim, confere-se a soma do razão geral de receitas. O objetivo principal desse tipo de procedimento de auditoria é identificar subavaliações nas contas de receitas, que poderiam acontecer a partir de uma não contabilização de notas fiscais de vendas, por exemplo. 1.6.2 Presunção de Omissão de Receitas Segundo o Regulamento do Imposto de Renda (RIR), presume- se omissão no registro de receita, ressalvada ao contribuinte a prova da improcedência da presunção, a ocorrência das seguintes hipóteses: 1 – A indicação na escrituração de saldo credor de caixa. 2 – A falta de escrituração de pagamentos efetuados. 3 – A manutenção no passivo de obrigações já pagas ou cuja exigibilidade não seja comprovada. A omissão de receita nada mais é do que o popular “caixa 2”, ou seja, não se escritura contabilmente créditos da empresa. A intenção do contribuinte, nesse caso, é a burla do pagamento de impostos, razão pela qual o tema está disciplinado no regulamento supracitado. Exemplo: a empresa vende um produto e não emite a nota fiscal. Dessa forma, entra um recurso (numerário) no caixa, mas tal valor fica à margem da contabilidade. Saldo credor de caixa Por se tratar de uma conta do Ativo Circulante (e não sendo uma conta retificadora), o Caixa deve se apresentar sempre com saldo devedor ou, na pior das hipóteses, com saldo nulo. Um saldo credor nessa conta significaria dizer que houve pagamentos em montante superior ao que a empresa tinha disponível. Dessa forma, se isso ocorrer e não se tratar de uma falha na contabilidade, resta comprovado que a empresa utilizou numerário que não havia sido contabilizado, ou seja, omissão de receita. Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 25 Esse fenômeno também é chamado de “estouro de caixa”, e indica um saldo anormal, algo atípico à natureza da conta. Suprimentos de Caixa Quando os recursos da empresa são insuficientes para cumprir suas necessidades (pagar as contas, etc.), esta deve optar por obter capital de fontes externas, seja a partir de uma instituição financeira (financiamentos, descontos de duplicatas, etc.) ou até mesmo junto aos proprietários da empresa, via aumento de capital ou empréstimos. Esse aporte realizado pelos sócios também é chamado de suprimento de caixa. Isso tudo é legal. Entretanto, quando não se comprova o efetivo ingresso desse recurso na empresa, tem-se caracterizado o ingresso de valores oriundos do “caixa 2”, devido ao “estouro” do caixa oficial. Nesse caso, utiliza-se como contrapartida contábil uma operação fictícia, como por exemplo, algum empréstimo a pagar. Quando o auditor analisa os suprimentos de caixa ele deve verificar se o empréstimo efetivado por Pessoa Jurídicase encontra devidamente contabilizado na empresa que o procedeu e se a Pessoa Física que procedeu o empréstimo possuía capacidade financeira ou dispunha de recursos suficientes para tanto. O RIR dispõe que, comprovada à omissão de receita, por indícios na escrituração do contribuinte ou qualquer outro elemento de prova, a autoridade tributária poderá arbitrá-la (presumir um valor) com base no valor dos recursos de caixa fornecidos à empresa por administradores, sócios da sociedade não anônima, titular da empresa individual, ou pelo acionista controlador da empresa, se a efetividade da entrega e a origem dos recursos não forem comprovadamente demonstradas. 1.7 Outros 1.7.1 Advogados De acordo com a orientação IBRACON (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil), referente ao tema Contingências, a circularização dos advogados é uma forma de o auditor obter confirmação independente das informações fornecidas pela administração, referentes a situações relacionadas a litígios, pedidos de indenização ou questões tributárias. Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 26 As respostas servem de evidência para que o auditor avalie se a administração adotou os procedimentos adequados para a contabilização e/ou divulgação dos passivos não registrados e/ou das contingências (ativas ou passivas). A extensão da seleção dos advogados a serem circularizados depende do julgamento profissional do auditor, que deve levar em consideração: A estrutura de controles internos da empresa. A natureza e a relevância dos assuntos envolvidos. Ao final o auditor deve avaliar todas as circunstâncias e as evidências obtidas durante a aplicação de seus procedimentos de auditoria para passivos não registrados e contingências para formar o seu julgamento quanto à adequação às práticas contábeis adotadas na elaboração e na apresentação das DC. 1.7.2 Seguros De acordo com Franco e Marra (2011), para verificação deste item, além do exame atento das apólices vigentes, é recomendável a circularização, com o objetivo principal de constatar qual a cobertura existente para os ativos da empresa, se é suficiente e adequada, e se existem outros tipos de seguros para contingências. Dentro dessa técnica, a circularização positiva é mais confiável que a negativa. RESUMÃO As não conformidades ou distorções encontradas nas DC podem ser de quatro tipos: saldo superavaliado, saldo subavaliado, saldo fictício e saldo oculto. Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 27 A experiência tem demonstrado que se deve dirigir os testes principais de superavaliação para as contas devedoras (ativo, despesas) e os de subavaliação para as contas credoras (passivo, receitas). No teste para superavaliação, o auditor parte do valor registrado no livro razão geral para o documento-suporte da transação. Já no teste para subavaliação, o auditor parte desse documento para o valor registrado no livro razão geral. Ativo fictício é quando bens e direitos existem apenas no Balanço Patrimonial, mas de fato não constam no patrimônio da empresa. Já o Passivo fictício seria uma obrigação que somente consta nas demonstrações contábeis, mas já foram quitadas ou de fato não existem. São objetivos da aplicação de programas de auditoria em contas do ativo, verificar a integridade, existência, propriedade, precisão, valorização e apresentação. Considera-se de melhor qualidade a evidência obtida por meio de um pedido de confirmação positivo. Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 28 QUESTÕES CESPE 1 - (CESPE/AFT/2013) - Na realização do seu trabalho em determinado ente, ao constatar que não foram calculados e demonstrados os encargos incidentes sobre salários não reclamados de empregados recém-demitidos e sobre reclamações trabalhistas em tramitação há muito tempo na justiça trabalhista, o auditor-fiscal do trabalho deverá recomendar a constituição de reserva de contingência nos valores correspondentes. 2 - (CESPE/FUB-DF/2013) - A auditoria para apuração do valor real do patrimônio líquido de uma empresa é essencial em circunstâncias tais como a transferência de seu controle acionário. Nessa ocasião, devem ser considerados não apenas os valores patrimoniais contabilizados, mas também os intangíveis. 3 - (CESPE/TCU/2013) - O auditor constata que uma conciliação bancária preparada pelo auditado está correta se, a partir do saldo presente nos livros contábeis, chega ao saldo do extrato bancário mediante a soma dos depósitos em trânsito e dos cheques sem fundos e a subtração dos cheques ainda não descontados. 4 - (CESPE/SEAD-SE/2009) - Com base nos conceitos e aplicações da auditoria, julgue o item a seguir. Entre os testes a serem efetuados pela auditoria de pessoal em um órgão da administração, é pertinente a verificação da compatibilidade dos cargos dos servidores com o regimento do referido órgão, bem como do nível exigido dos servidores com a natureza das funções exercidas. 5 - (CESPE/TCU/2008) - A circularização de ativos sempre se revela mais eficaz, pois o credor tem mais interesse em confirmar seu crédito ou, até mesmo, em apontar possíveis irregularidades. Julgue CERTO ou ERRADO. Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 29 (CESPE/TJ-CE/2008) - Julgue os itens a seguir, relativos à auditoria em geral, suas normas, métodos, técnicas e procedimentos. 6 - A circularização de passivos é considerada muito eficaz para detectar a omissão de passivos. O auditor não deve restringir o pedido de confirmação aos credores em aberto, mas incluir, também, outros com os quais a empresa tenha transacionado, pelo menos mais recentemente. A circularização deve abranger o maior percentual possível de credores combinado com o menor percentual possível dos valores correspondentes a esses credores. 7 - Na hipótese da existência de baixas em valores a receber sem o recebimento correspondente, o programa de auditoria deverá prever a realização de procedimentos tais como o que permite a verificação das respectivas autorizações, bem como a existência de normas internas e de legislação que respaldem o reconhecimento dessas perdas, além da constatação das providências adotadas para a cobrança e execução tempestiva dos valores devidos. 8 - Se, ao examinar a movimentação das entradas e saídas de mercadorias para venda em uma empresa, o auditor constatar que as despesas com transporte e seguro são segregadas em sua totalidade e, posteriormente, lançadas diretamente no resultado, e o estoque é registrado pelo valor líquido da aquisição, os testes conjugando contas de ativo e de despesa apurarão, conseqüentemente, superavaliação de ativo e subavaliação de despesa. 9 - Em relação às aquisições de bens e serviços em geral, entre os procedimentos de auditoria a serem efetuados, deve-se verificar se os encargos incorridos com os financiamentos para tais aquisições estão sendo apropriados de acordo com os períodos de sua incorrência, ou seja, segundo o regime de competência. Texto 1A5AAA O contador de determinada empresa considerou,equivocamente, o valor bruto das vendas de longo prazo, em vez do lucro dessas vendas, na apuração do valor da reserva de lucros a realizar a ser registrado no patrimônio líquido da entidade. Uma auditoria independente nas Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 30 demonstrações contábeis identificou, além da referida distorção de registro, uma falsificação de notas fiscais de saída, com a respectiva subtração indevida de estoques, o que gerou distorção no valor do ativo. Essas foram as únicas distorções encontradas nas demonstrações contábeis. 10 - (CESPE/CAGE-RS/2018) - Na situação hipotética descrita no texto 1A5AAA, o auditor estará correto se concluir que A) parte do lucro obtido foi distribuído indevidamente. B) o resultado do exercício apresentou distorções em razão de mudanças de práticas contábeis. C) as demonstrações contábeis apresentam distorções relevantes. D) as demonstrações contábeis espelham fielmente a situação econômica da empresa. E) o balanço patrimonial carece de notas explicativas. 11 - (CESPE/CAGE-RS/2018) - Relativamente aos estoques, um procedimento correto a ser adotado pelo auditor na situação apresentada no texto 1A5AAA consistiria de A) registrá-los pelo preço de compra somado aos impostos, a outros tributos (exceto os recuperáveis) e aos custos de transporte. B) verificar a existência de banco de dados de credores e de segregação de função entre os setores de compra e orçamento. C) proceder à contagem física ou à checagem do inventário físico. D) permitir a continuidade das operações no estoque mesmo durante o inventário e a contagem física. E) registrá-los pelo custo de aquisição ou de fabricação, deduzido da provisão, para justá-lo ao valor de mercado. 12 - (CESPE/CAGE-RS/2018) - Assinale a opção correta no que se refere à auditoria para empréstimos e financiamentos circulantes e não circulantes A) As obrigações flutuantes devem estar apropriadamente classificadas e descritas nas demonstrações. B) O propósito dessa auditoria inclui verificar se todas obrigações foram devidamente autorizadas pelo controle interno. C) Todos os empréstimos e outras dívidas estão incluídos nas contas a receber, na data do balanço. D) Esse tipo de auditoria possui um único objetivo: verificar se os passivos são registrados na contabilidade corretamente. E) A contabilização dos encargos dever ser livre de distorções e conforme os princípios contábeis. Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 31 13 - (CESPE/CAGE-RS/2018) - Nos casos em que o auditor seleciona contas de receita e de despesa para serem analisadas mais profundamente, o intuito do auditor é A) verificar operações incomuns e aquelas que tenham importância para a situação patrimonial. B) analisar as contas-chave em exercícios financeiros alternados, no caso de suspeita de fraude. C) conferir operações comuns e numerosas, independentemente do valor. D) conferir todas as operações registradas em determinada conta, relevantes ou não. E) atentar mais especificamente a operações comuns entre a empresa e diretores ou empregado-chave. QUESTÕES ESAF 1 - (ESAF / SUSEP / 2010) - O auditor externo, ao realizar testes no cálculo do valor recuperável de um ativo imobilizado, feito pelo método do fluxo de caixa descontado, identificou que a taxa utilizada para descontar o fluxo de caixa estava maior que a recomendada para aquela atividade. Dessa forma, pode- se afirmar que a conta: A) de ajuste especial no Patrimônio Líquido, está subavaliada. B) de despesa de depreciação, do imobilizado, está superavaliada. C) do ajuste especial no Resultado do Exercício, está subavaliada. D) de depreciação acumulada do imobilizado, está superavaliada. E) do ativo imobilizado está subavaliada. 2 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - A empresa de prestação de serviços NBA Informática S.A. tem seus processos integrados sistemicamente. A folha de salários é integrada à contabilidade mensalmente. No mês de julho de 2009, não foi feita a parametrização no sistema, para contabilização de uma nova verba de horas extras a pagar, de 100% de acréscimo. A folha de pagamentos apresentava remuneração de R$ 20.000,00 nessa verba. Dessa forma, pode-se afirmar que: A) o passivo está superavaliado e o resultado está subavaliado. B) o ativo está subavaliado e o passivo está superavaliado. C) o passivo está subavaliado e o resultado está subavaliado. D) os saldos estão adequados sem subavaliação ou superavaliação. E) o passivo está superavaliado e o resultado está superavaliado. 3 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - O auditor, ao avaliar as provisões para processos trabalhistas elaboradas pela Empresa Projeções S.A., percebeu que nos últimos três anos, os valores Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 32 provisionados ficaram distantes dos valores reais. Dessa forma, deve o auditor: A) estabelecer novos critérios para realização das estimativas pela empresa, no período. B) determinar que a administração apresente novos procedimentos de cálculos que garantam os valores registrados. C) ressalvar o parecer, por inadequação dos procedimentos, dimensionando os reflexos nas demonstrações contábeis. D) exigir que seja feita uma média ponderada das perdas dos últimos três anos, para estabelecer o valor da provisão. E) avaliar se houve o ajuste dos procedimentos, para permitir estimativas mais apropriadas no período. 4 - (ESAF/SEFAZ-SP/2009) - A inspeção física, por meio da contagem de numerário, é procedimento básico de auditoria aplicável à verificação em conta do: A) Ativo Circulante. B) Ativo Realizável a Longo Prazo. C) Ativo Permanente. D) Passivo Circulante. E) Patrimônio Líquido. 5 - (ESAF/Pref. Natal-RN - AFTM/2008) - A empresa Grande Porte S.A. tem o seu Ativo formado em 15% pelo Contas a Receber e 35% composto pelos Estoques. Dessa forma, a auditoria contratada, ao realizar seus serviços, deve: A) proceder à conferência de 100% do faturamento e realizar inventário físico na empresa, para confirmar a existência dos estoques. B) ressalvar em parecer o Contas a Receber por não ser possível auditar por amostragem e recalcular a apropriação dos custos. C) realizar o procedimento de circularização para confirmação dos saldos de contas a receber e acompanhar o inventário físico realizado pela entidade. D) confrontar com os fornecedores o saldo de contas a receber e determinar a realização de inventário físico pela empresa. E) validar a existência de todos os clientes, mediante verificação do cadastro de clientes da empresa e realizar com sua equipe técnica, inventário físico para confirmação dos Estoques. 6 - (ESAF/Pref. Natal-RN - AFTM/2008) - No processo de acompanhamento do inventário físico de estoques de matéria- prima, o auditor constatou a existência de quantidades relevantes de itens que não constavam dos registros físico- financeiros e contábeis. Neste caso, o auditor pode ter descoberto: Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 33 A) ativos e passivos fictícios B) ativos e passivos ocultos C) ativos ocultos e passivos fictícios D) ativos fictícios e passivos ocultos E) ativosobsoletos e passivos a descoberto 7 - (ESAF/SEFAZ-CE/ 2007) - Ao analisar a contabilização em uma imobiliária, de um terreno destinado à construção da sede da empresa, percebeu-se que o mesmo tinha sido contabilizado nos Estoques. Pode-se afirmar que: A) ao executar o teste primário de superavaliação na conta de Terrenos no Imobilizado, esta conta estará sub-avaliada e a conta Estoques de Terrenos estará superavaliada. B) ao praticar o teste primário de superavaliação na conta de Estoques, a mesma estará com seu saldo sub-avaliado e o Contas a Pagar superavaliado. C) independentemente da atividade da empresa, terrenos devem ser sempre contabilizados no Imobilizado, por se tratar de bem imóvel. D) ao proceder o teste primário de superavaliação do Contas a Receber, este apresentará saldo sub-avaliado. E) o referido procedimento está adequado, em virtude de a atividade da empresa ser de comercialização de imóveis. 8 - (ESAF/Pref. Natal-RN - AFTM/2008) - Caracteriza-se como fraude o seguinte evento identificado pelo auditor: A) o sistema de folha de pagamentos não está calculando os duodécimos da provisão de férias para dois funcionários. B) a área de produção desativou máquina da linha de produção e não informou a área contábil para suspender a depreciação. C) a empresa não reconheceu os créditos de impostos decorrentes de prejuízos fiscais a compensar. D) saldo em aberto na Conta Fornecedores que, consultado na carta de circularização, respondeu não possuir nenhum crédito contra a empresa. E) existem depósitos não identificados efetuados na conta-corrente que estão em aberto na conciliação. 9 - (ESAF/ISS-Natal-RN/ 2008) - Assinale a opção que não representa um controle eficaz para prevenir o inflacionamento da folha de pagamento. A) Reajuste de salários previamente aprovados pela diretoria. B) Anotações formais de realização de jornada de trabalho. C) Resumo da folha de pagamento contabilizado mensalmente. D) Conferência dos cálculos realizada por funcionário independente. Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 34 E) Comparação com valores anteriores e análise de variações independentes. QUESTÕES FCC 1 - (FCC/DPE SP/2013) - Em um teste para avaliar se há superavaliação, o Auditor deve: A) conferir e inspecionar lançamentos em contas similares no livro razão. B) conferir a composição e o histórico dos lançamentos contábeis referentes ao registro inicial. C) partir do valor total do registro e conferir a soma dos registros intermediários. D) verificar a inclusão do valor total do registro inicial no registro final. E) partir do valor registrado no livro razão e comparar com o documento-suporte da transação. (FCC/SEFAZ – AFRE – ADM. TRIBUTARIA/2016) - Determinada empresa de economia mista do Estado fez o seguro do ativo imobilizado, junto à seguradora Martelo, para o período de 24 meses: 01/10/2015 a 30/09/2017. − O prêmio de seguro foi de R$ 600.000,00, pago 40% no ato e o restante 30 e 60 dias. − A empresa encerra seu exercício social em 31 de dezembro de cada ano. − O lucro do exercício de 2015 foi de R$ 1.390.000,00. O auditor independente no exame dos registros contábeis da apólice do seguro contratado constatou que: − 300.000,00 – foram contabilizados (apropriados) como despesas de seguro do exercício de 2015, e que o valor da apropriação do seguro está incorreto. − 300.000,00 – foram contabilizados na conta “Seguros a Vencer” classificada no realizável de curto prazo. 2 - O auditor concluiu, se a despesa com seguro do exercício de 2015 tivesse sido apropriada corretamente, o lucro do exercício de 2015 passaria de R$ 1.390.000,00, para, em reais, de (A) 1.165.000,00. (B) 1.465.000,00. (C) 1.190.000,00. (D) 1.440.000,00. (E) 1.615.000,00. Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 35 3 - A despesa de seguro paga antecipadamente (seguro a vencer), segundo o auditor, deveria ter sido classificada, respectivamente, nos grupos de contas e valores (A) ativo circulante – R$ 300.000,00 e ativo não circulante – R$ 225.000,00. (B) passivo circulante – R$ 75.000,00 e passivo não circulante – R$ 300.000,00. (C) ativo imobilizado – R$ 300.000,00 e passivo não circulante – R$ 225.000,00. (D) ativo circulante – R$ 75.000,00 e ativo não circulante – R$ 525.000,00. (E) ativo realizável curto prazo – R$ 225.000,00 e ativo realizável longo prazo – R$ 300.000,00. 4 - (FCC/ISS - TERESINA /2016) - Estão sujeitas à auditoria, entre outras demonstrações contábeis, o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício da entidade, elaborados pela sua administração. Na auditoria das demonstrações contábeis do exercício de 2015 de determinada empresa prestadora de serviços, o auditor, ao examinar as obrigações da empresa, constatou que o ISS a recolher com vencimento no exercício subsequente, no valor de R$ 1.487.950,00, foi classificado incorretamente no Balanço Patrimonial. As obrigações, quando se vencerem no exercício seguinte, deverão ser classificadas no grupo de contas do Balanço Patrimonial (A) Ativo diferido. (B) Passivo circulante. (C) Ativo realizável a longo prazo. (D) Passivo não circulante. (E) Obrigações fiscais de longo prazo. QUESTÕES FGV 1 - (FGV/TCM-SP/2015) - O contador está envolvido em um esquema de desfalques no caixa da empresa em que trabalha. A empresa mantém contas nos bancos X e Y. Com o objetivo de encobrir falta de dinheiro na conta do banco X, o contador deposita em 31/12 a quantia que faltava nessa conta, por meio de cheque da conta do banco Y. Porém, o cheque só foi registrado como desembolso na conta do banco Y em janeiro do ano seguinte. Na reconciliação bancária a falta de dinheiro no caixa é temporariamente ocultada em decorrência do tempo de compensação do cheque. Nos trabalhos de auditoria, esse tipo de desfalque é denominado: Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 36 (A) desfalque encoberto; (B) desfalque sistêmico; (C) encaixe; (D) kiting; (E) lapping. 2 - (FGV/TCM-SP/2015) - Durante a execução do trabalho de auditoria em uma determinada empresa, um auditor detectou que uma aquisição de mercadorias a prazo realizada em dezembro de 2012 só foi registrada quando do efetivo pagamento, no exercício seguinte. Em consequência disso, as contas de fornecedores a pagar e mercadorias para revenda apresentaram distorções no exercício de competência. Nessa situação os testes realizados pelo auditor são: (A) teste principal para superavaliação de ativo e teste secundário para subavaliação de passivo; (B) teste principal para superavaliação de passivo e teste secundário para subavaliação de ativo; (C) teste principal para subavaliação de ativo e teste secundário para subavaliação de passivo; (D) teste principal para subavaliação de passivo e teste secundário para subavaliação de ativo; (E) teste principal para subavaliação de passivo e teste secundário para superavaliação de ativo. 3 - (FGV/TCM-SP/2015) - Durante a execução de um trabalho de auditoria, o auditor responsável precisa de informações mais detalhadas sobre a suficiência dos seguros contratados pela empresa auditada para a cobertura dos seus ativos. Nessa situação, a técnica recomendada é a: (A) averiguação; (B) correlação; (C) circularização positiva; (D) circularizaçãonegativa; (E) inspeção de documentos. 4 - (FGV/TCM-SP/2015) - Em muitas entidades, o Imobilizado representa um dos grupos de contas mais relevantes do Ativo e, como está sujeito a registros sistemáticos durante o exercício, deve passar por procedimentos específicos no exame de auditoria. Dos objetivos apresentados, o que está dissociado da auditoria do Imobilizado é: (A) avaliação dos bens, inclusive quanto à correção monetária; (B) especificação do custo de reposição dos bens; (C) detecção de eventual existência de ônus; Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 37 (D) identificação de critérios e extensões das depreciações; E) verificação de existência, propriedade e posse. 5 - (FGV/HEMOCENTRO-SP/2013) - No exame das demonstrações contábeis de uma entidade para o ano de 2012, em que a contabilidade atendeu integralmente ao princípio de competência para as despesas públicas, o auditor identificou que a conta despesa com pessoal ativo estava superavaliada em razão do registro indevido em dezembro de 2012, da provisão da folha de pagamento de janeiro de 2013. Tal fato ocasionou: A) uma subavaliação no orçamento de 2013. B) uma subavaliação no ativo circulante de 2012. C) uma subavaliação no passivo circulante de 2012. D) uma superavaliação no passivo circulante de 2012. E) uma superavaliação no orçamento de 2012. 6 - (FGV / ACI-RJ / 2011) - A diferença fundamental entre fraudes e erros reside na intenção. Havendo intenção de cometer o ato ou omiti-lo, está caracterizada a fraude. Se aquele item não estiver presente, trata-se de erro. Esses termos podem ser definidos da seguinte forma: I. Fraude: o ato intencional de omissão ou manipulação de transações, adulteração de documentos, registros e demonstrações contábeis; e II. Erro: o ato não intencional resultante de omissão, desatenção ou má interpretação de fatos na elaboração de registros e demonstrações contábeis. O “estouro de caixa” é uma evidência de “caixa dois” (omissão de receitas, existência de recursos não contabilizados). Nesse diapasão, pode-se afirmar que uma de suas causas (“estouro”), que têm como consequência o saldo credor da conta contábil “caixa”, é: (a) O lançamento contábil da compra de mercadorias sem documento fiscal correspondente. (b) A venda de mercadorias para recebimento no longo prazo sem documento fiscal correspondente. (c) A venda de mercadorias à vista (com a consequente entrada de recursos) não contabilizada. (d) O recebimento de receitas antecipadas (adiantamento de clientes) contabilizado com observância do princípio da oportunidade e da competência. (e) O pagamento de despesas dedutíveis para fins de imposto de renda adequadamente contabilizado. 7 - (FGV / SEAD-AP / 2010) - Assinale a alternativa que apresente o objetivo específico da auditoria do resultado: Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 38 (A) comprovar se compras de mercadoria estão de acordo com os objetivos da empresa. (B) confirmar se os pagamentos realizados foram conciliados. (C) verificar se as despesas correspondentes às receitas realizadas foram apropriadas no período. (D) comprovar a correta apropriação das despesas em obediência ao regime de caixa. (E) conferir a exatidão dos registros contábeis dos estoques de mercadorias. 8 - (FGV / SEAD-AP / 2010) - Assinale a alternativa que indique os procedimentos de auditoria aplicáveis à conta Provisão para Devedores Duvidosos. (A) Inspeção documental para exame dos documentos de pagamentos e recebimentos e solicitação de informações aos bancos mediante circularização. (B) Revisão de cálculos por meio da conferência da exatidão aritmética do valor e inspeção para verificação dos documentos que serviram de base para fixação dos critérios de cálculo. (C) Inspeção de documentos e revisão dos cálculos para a verificação dos valores lançados nos investimentos. (D) Inspeção de documentos e revisão dos cálculos no caso de depreciação e amortização acumulada. (E) Revisão de cálculos e investigação e confirmação das operações por meio de circularização de informações financeiras. 9 - (FGV / ICMS-RJ / 2009) - O contador da Cia. Quartzo Rosa incorreu em um erro no reconhecimento da apropriação da receita de juros sobre o investimento em debêntures, deixando de contabilizar a receita de juros no ano corrente. Antes que qualquer ajuste seja efetuado, esse erro gera o seguinte efeito no patrimônio da empresa: (A) subavalição do ativo, do lucro líquido e do patrimônio líquido. (B) subavaliação do passivo, do patrimônio líquido e do lucro líquido. (C) superavaliação do ativo, do lucro líquido e do patrimônio líquido. (D) superavaliação do passivo, do patrimônio líquido e do lucro líquido. (E) subavaliação do ativo e do resultado e superavaliação do patrimônio líquido. QUESTÕES DIVERSAS 1 - (FUNDATEC/SEFAZ-RS/2014) – Uma máquina registrada no ativo imobilizado da Companhia Mega foi adquirida, em 31de dezembro de 2012, por R$ 1.200.000,00. Em 31 de dezembro Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 39 de 2013, o saldo da depreciação acumulada referente a essa máquina era de R$ 120.000,00, enquanto o valor justo recuperável líquido, apontado por uma empresa de avaliação, era de R$ 1.120.000,00. Com base nesses dados, o auditor conclui que o valor contábil líquido desse bem, em 31 de dezembro de 2013, é de: A) R$ 1.120.000,00, devendo ser feito um ajuste ao valor contábil líquido de R$ 40.000,00. B) R$ 1.200.000,00, devendo ser feito um ajuste ao valor contábil líquido de R$ 80.000,00. C) R$ 1.080.000,00, não devendo ser feito qualquer ajuste ao valor contábil líquido. D) R$ 1.120.000,00, não devendo ser feito qualquer ajuste ao valor contábil líquido. E) R$ 960.000,00, devendo ser feito um ajuste ao valor contábil líquido de R$ 120.000,00. 2 - (FUNDATEC/SEFAZ-RS/2014) – Ao acompanhar o inventário dos estoques da Companhia Delta, antes de qualquer ajuste efetuado, o auditor apurou os seguintes dados: I - O saldo dos estoques no início do inventário era de R$ 1.500.000,00. II - Foram identificados itens na contagem física, que a nota fiscal de compra de matéria prima ainda não havia registrado na contabilidade, sendo o seu valor total de R$ 240.000,00, com R$ 40.000,00 de impostos recuperáveis incluídos no valor total. III - Não foram encontrados itens de estoque no valor total de R$ 130.000,00. IV - Os estoques considerados de giro lento totalizaram R$ 300.000,00, sendo composto por R$ 200.000,00 formados nos últimos 6 meses e R$ 100.000,00 há mais de 12 meses. V - Os estoques obsoletos totalizaram R$ 180.000,00. Considerando os dados apurados na contagem dos estoques e que a Companhia Delta tem por critério, validado pela auditoria, provisionar os estoques de giro lento com prazo superior a 1 ano, bem como provisionar a totalidade dos itens obsoletos, qual será o saldo ajustado dos estoques após todos os efeitos decorrentes do inventário serem contabilizados? A) R$ 1.330.000,00. B) R$ 1.290.000,00. C) R$ 1.090.000,00. D) R$ 1.130.000,00. E) R$ 1.190.000,00. Curso de Auditoria para ICMS-RS 2018 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Fontenelle – Aula 05 Prof. Rodrigo Fontenelle WWW.3DCONCURSOS.COM.BR 40 3 - (FUNDATEC/SEFAZ-RS/2014)
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