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Entre Palvras 10 - manual prof

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Prévia do material em texto

10 .0 Ano de Escolaridade
António Vilas-Boas
Manuel Vieira
ENTRE
PALAVRAS
10
Edição do Professor
PORTUGUÊS
Manual avaliado e certificado pela
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
Manual avaliado e certificado pela
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
Contextualização histórica e literária
Texto 1
Gil Vicente: vida e obra
VICENTE, Gil. A biografia de Gil Vicente continua a ser um dos grandes enigmas da lite-
ratura portuguesa. Segundo Braamcamp Freire, este dramaturgo deve ser identificado com 
o autor da custódia de Belém. Com efeito, um ourives, de nome Gil Vicente, é mencionado, 
num documento da Chancelaria real, datado de 4 de fevereiro de 1513, como «trovador 
mestre da balança». Assim, o mencionado estudioso propugnará pela tese de que o autor 
da custódia, terminada em 1506, que esteve ao serviço de D. Leonor, irmã de D. João II e 
mulher de D. Manuel, e cujo nome figurará em documentos oficiais como ourives até 1517, 
é o mesmo Gil Vicente que, a partir de 1521, será incumbido pelo monarca de organizar as 
festas destinadas a celebrar a chegada da sua terceira mulher. Por sua vez, no Nobiliário de 
D. António de Lima Pereira assinala-se que Gil Vicente nascera em Guimarães. Quanto a 
esta data também surgem discrepâncias, propondo-se um período aproximado que se situa 
entre 1460 e 1470. Quanto à sua morte, é seguro que morrera antes de 1540, talvez em 
1536, ano em que escreve a sua última obra. Teve este dramaturgo cinco filhos, dois do 
primeiro casamento, Gaspar e Belchior Vicente, e três do segundo (com Melícia Rodrigues), 
Paula e Luís Vicente e Valéria Borges. Aos dois primeiros, Paula e Luís, se deverá a organi-
zação das suas obras. Independentemente das questões atrás formuladas, sabe-se que o 
dramaturgo esteve desde 7 de junho de 1502 ao serviço de D. Leonor. Nesta data, repre-
sentou Gil Vicente o seu Monólogo do Vaqueiro perante a rainha velha e sob cuja proteção 
escreverá até à sua morte. Em 1522, ao serviço de D. João III, prosseguirá a sua criação 
dramática, iniciando esta nova etapa com o Auto de D. Duardos. Graças às investigações 
de Braamcamp Freire sabemos que este monarca continuou a apoiar financeiramente Gil 
Vicente, tendo sido documentada a última verba (8000 réis) em 1535. [Gil Vicente foi] o pai 
do teatro literário português.
Álvaro Manuel Machado (Org. e dir.), Dicionário de literatura portuguesa, Lisboa, Editorial Presença, 1996, p. 497.
-
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5
-
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10
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15
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20
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-
-
Roque Gameiro, Gil Vicente na 
corte de D. Manuel, 1917
Representação do Auto da Índia, em Almada, perante a rainha D. Leonor, em 1519
Carolina Santos, in História da literatura portuguesa ilustrada de Albino Forjaz de Sampaio, Lisboa, 1929-1932
116
4 Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira
Texto 1
Aqui [Os Lusíadas, Canto X, est. 75 e seguintes] temos 
nós, a coroar todas as manifestações de recompensa pe-
los atos de heroísmo praticados, o prémio supremo: a en-
trada de posse do divino conhecimento (…) representado 
pela visão da «máquina do mundo».
António Cirurgião, Leituras alegóricas de Camões e outros estudos de 
literatura portuguesa, Lisboa, Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1999, p. 21.
Texto 2
O globo que Tétis e o Gama veem pairando no ar (Os Lusíadas, Canto X, est. 
77, v. 5) constitui uma representação tridimensional in parvum [em tamanho re-
duzido] do universo inteiro, desde as esferas exteriores até à Terra. A máquina do 
Mundo é um «trasunto, reduzido / Em pequeno volume» (Os Lusíadas, Canto X, est. 
79, vv. 5-6), isto é, uma cópia em ponto pequeno de todo o sistema cosmológico. 
(…) As oitavas do discurso de Tétis (da est. 79 à 143) não descrevem o mundo, mas 
descrevem um objeto que representa o mundo. Trata-se de uma representação 
de segundo grau, feita, diz-se, «por divina arte» (Os Lusíadas, Canto X, v. 78). (…)
Hélio J. S. Alves, «Máquina do mundo n’Os Lusíadas» in Vítor Aguiar e Silva (Coord.), Dicionário de Luís de 
Camões, Lisboa, Caminho, 2011, pp. 555 e seguintes. (Texto adaptado)
Texto 3
Aqui, Camões reproduz a cosmografia de Ptolomeu, pondo a Terra no centro 
dos vários orbes concêntricos que compõem o universo. (…)
Tétis passa a resumir o universo para Vasco da Gama e, na estrofe 80, diz que a 
máquina é etérea e elemental. No caso, refere-se às substâncias metafísica e físi-
ca da máquina e às suas partes: a parte etérea é a celestial, feita da quintessência 
imutável e lúcida; a parte elemental corresponde aos orbes compostos dos quatro 
elementos pitagóricos, ar, terra, água e fogo. A seguir, a deusa explica o que são os 
círculos em ordem decrescente, da borda da máquina até o centro, a Terra, onde o 
leitor está com os Portugueses a contemplar o todo. 
João Adolfo Hansen, «A máquina do mundo», in Adauto Novaes (Org.), Poetas que pensaram o mundo, 
São Paulo, Companhia das Letras, 2005, pp. 185-187.
Textos de apoio
A Máquina do Mundo: 
natureza e significado
-
-
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5
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5
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5
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Leitura
1. Considera o texto 2. Explica por que razão a Máquina do Mundo se pode classificar como 
uma «representação de segundo grau», ll. 7-8.
2. Refere, de modo breve, como se apresenta dividida a Máquina do Mundo, com base na 
informação contida no texto 3.
3. Explicita o significado da «Máquina do Mundo» e o seu sentido simbólico.
Andreas Cellarius, 
Harmonia macrocósmica, 
1660/61
257
6Canto X 
Contextualização 
histórica e literária
Parte inicial de cada 
sequência didática, 
com contextualização 
relativa ao estudo 
dos textos, 
acompanhada ou 
não de perguntas no 
domínio da Leitura. 
 Textos não literários
Conjunto de textos dos géneros a estu-
dar no domínio da Leitura.
 Textos literários
Conjunto de textos dos géneros a estu-
dar no domínio da Educação literária.
 Textos de apoio 
Os textos literários são acompanhados, oportunamente, por breves 
textos de apoio, com ou sem questionamento associado nos domínios da 
Leitura e da Escrita, para consolidação das temáticas abordadas.
Verás como é fácil 
«navegar» pelo
Entre
Palavras 10
Lamentos do Poeta 
78
Um ramo na mão tinha1... Mas, ó cego,
Eu, que cometo2, insano3 e temerário4,
Sem vós, Ninfas do Tejo e do Mondego,
Por caminho tão árduo, longo e vário!
Vosso favor invoco, que navego
Por alto mar, com vento tão contrário,
Que, se não me ajudais, hei grande medo
Que o meu fraco batel5 se alague6 cedo.
79
Olhai que há tanto tempo que, cantando
O vosso Tejo e os vossos Lusitanos,
A Fortuna me traz peregrinando,
Novos trabalhos vendo e novos danos:
Agora o mar, agora esprimentando
Os perigos Mavórcios7 inumanos,
Qual Cânace8, que à morte se condena,
Nu~a mão sempre a espada e noutra a pena;
80
Agora, com pobreza avorrecida,
Por hospícios9 alheios degradado;
Agora, da esperança já adquirida,
De novo, mais que nunca, derribado;
Agora, às costas escapando a vida10,
Que dum fio pendia tão delgado,
Que não menos milagre foi salvar-se
Que pera o Rei Judaico acrecentar-se11.
 
1 Camões interrompe uma história que estava a contar; 
2 me atrevo; 3 louco; 4 imprudente; 
5 navio; 6 encha de água, afunde; 
7 de Marte, relativos à guerra; 8 Cânace foi obrigada a suicidar-se por ter cometid
o um crime; escreveu uma mensagem de 
despedida segurando numa mão a pena e na outra a espada com a qual se ia su
icidar; 9 regiões; 10 salvando a vida, a nado, 
nada mais podendo salvar; 11 Ezequias, rei da Judeia, pediu a Deus o milagre d
e lhe dar mais quinze anos de vida, o que 
lhe foi concedido; o milagre de Camões ter salvo a vida não foi menor do que e
ste; 12 os nobres portugueses que na Índia 
se distinguiram; 13 este; 14 de Os Lusíadas; 
15 em vez das recompensas que o Poeta esperava;
 16 coroas de louro, símbolos 
do reconhecimento pelos poetas; 
17 Portugal; 18 estimular; 19 cuidadosos, atentos ao que se passa à sua volta; 
20 o favor, a 
proteção das Ninfas do Tejo e do Mondego; 
21 celebre, cante
81
E ainda, Ninfasminhas, não bastava
Que tamanhas misérias me cercassem,
Senão que aqueles que eu cantando andava
12
Tal13 prémio de meus versos14 me tornassem:
A troco dos descansos que esperava15,
Das capelas de louro16 que me honrassem,
Trabalhos nunca usados me inventaram,
Com que em tão duro estado me deitaram!
82
Vede, Ninfas, que engenhos de senhores
O vosso Tejo17 cria valerosos,
Que assi sabem prezar, com tais favores,
A quem os faz, cantando, gloriosos!
Que exemplos a futuros escritores,
Pera espertar18 engenhos curiosos19,
Pera porem as cousas em memória,
Que merecerem ter eterna glória!
83
Pois logo, em tantos males, é forçado
Que só vosso favor20 me não faleça,
Principalmente aqui, que sou chegado
Onde feitos diversos engrandeça21:
Dai-mo vós sós, que eu tenho já jurado
Que não no empregue em quem o não mereça,
Nem por lisonja louve algum subido,
Sob pena de não ser agradecido.
233
6Canto VII
Apresentação
O teu Manual é constituído por sete 
sequências e um anexo informativo, 
no final.
Quando vires este símbolo, 
não escrevas no Manual, 
se essa for a recomendação do(a) 
teu(tua) professor(a) ou do teu 
encarregado de educação.
Estes símbolos 
remetem para o 
anexo informativo 
no final do 
Manual – sínteses 
informativas – e 
para o Caderno de 
Atividades.
Caderno 
de Atividades
Funções sintáticas 
(complemento do 
adjetivo)
Pág. 17
Anexo 
informativo
Funções sintáticas 
(complemento do 
adjetivo)
Pág. 320
, não b
s me ce
eu cant
versos14 m
que espe
que me h
os me inv
estado me
enhos de se
erosos,
, com tais fav
do, gloriosos
os escritores,
hos curiosos19
em memória,
erna glória!
males, é forçado
me não faleça,
que sou chegado
6II
Inês Per
eira viú
va! Nov
o casam
ento com
 Pero Ma
rques: 
a experi
ência ve
nce a ilu
são
-
-
-
-
5
-
-
-
-
10
-
-
-
-
15
-
-
-
-
20
-
-
-
-
25
Inês Dai-
me vós cá e
ssa chave,
 e i bu
scar vossa v
ida. 
Moço Oh q
ue triste de
spedida!
Inês Mas 
que nova tã
o suave!
 Desa
tado é o nó
. 
 Se eu
 por ele pon
ho dó, 
 o Dia
bo me arreb
ente!
 Pera
 mim era va
lente, 
 e ma
tou-o um m
ouro só!
 
 Guar
dar1 de cava
leirão, 
 Barb
udo, repete
nado,
2 
 que e
m figura de
 avisado 
 é ma
lino e sotra
ncão3.
 Agor
a quero tom
ar, 
 pera
 boa vida go
zar, 
 um m
uito manso
4 marido.
 Não 
no quero já
 sabido, 
 pois 
tão caro há-
de custar. 
Aqui vem L
ianor Vaz,
 e finge Inê
s Pereira e
star chora
ndo, 
e diz Liano
r Vaz:
 
Lia Com
o estais, Inê
s Pereira? 
Inês Muit
o triste, Lia
nor Vaz.
Lia. Que
 fareis ao qu
e Deos faz?
5 
Inês Case
i por minha
 canseira.
6 
Lia Se fic
aste prenhe
 basta. 
Inês Bem
 quisera eu 
dele casta
7, 
 mas 
não quis mi
nha ventura
8. 
Vocabu
lário
1 fugir; 
2 insolente; 
3 é mau e ve
lhaco; 
4 adjetivo co
m duplo se
ntido: carin
hoso, mas 
também qu
e aceita de
 bom grado
 as infidelid
ades 
da mulher;
 5 nada a fa
zer: a mort
e do marid
o foi vontad
e de Deus; 
6 casei por m
inha desgra
ça; 
7 filhos; 
8 sorte; iron
ia de Inês
155
4
g
De novo, mais que nunca, derribado;
Agora, às costas escapando a vida10
p
Onde feitos diversos eengrandeça21: I
nêsIn Mas 
qu
 Desa
tad
 Se eu
 p
 o Dia
b
 Pera
 m
 e ma
t
 Guar
 Barb
 que
 é m
VVoVooccabu
lário
11 fugir; 
2 insole
da mulher;
 5 n
II
V
E
stava uma linda manhã, dur
ante grande par-
te do percurso o caminho se
guiu ao longo da 
costa e a paisagem era de tran
scendente bele-
za; os muros estavam cobert
os com a flor cor-
-de-rosa dos silvados, depois
 eram os campos escarlates 
de papoilas selvagens e toma
dos ainda mais alegres pelo 
brilho de outras flores azuis
 e amarelas; as primeiras fi-
zeram-me recordar a pequen
a Clara, que pensa que tem 
direito exclusivo sobre esta
s flores, que considerámos 
ervas daninhas no nosso jard
im. 
Ao mesmo tempo que se tem
 uma vista alegre de be-
leza luxuriante, ao tornear
1 uma rocha é frequente a pai
-
sagem mudar magicamente 
mostrando toda a grandeza 
selvagem da Natureza; roch
as com várias centenas de 
pés2 de altura, ameaçadoras
, que a cada instante pare-
cem ir cair e esmagar os viaj
antes, uma costa majestosa 
contra a qual o mar ruge enco
lerizado; precipícios e tudo 
o mais que pode impression
ar o espírito de forma subli-
me e ao mesmo tempo terrí
vel; os contrastes abruptos 
tomam o cenário ainda mais
 admirável. 
Cerca das 11 horas chegámo
s a Vila Franca
3, uma pe-
quena e interessante vila, e f
omos para casa de Mr. Hick
ling, onde partilhámos a com
ida fria: galinha, pato e lín-
gua, que ele trouxera de Pon
ta Delgada. (…)
Pouco depois da saída de Vila
 Franca, deixámos a cos-
ta; o caminho tornou-se ma
is montanhoso e o cenário 
mais selvagem, as zonas cult
ivadas iam desaparecendo, 
contudo as montanhas maj
estosas mantinham-se co-
bertas de arvoredo, e tanto 
os cumes como as ravinas
4
eram verdes, o ambiente tra
nquilo era perturbado uni-
camente pelas torrentes de 
água que correm por entre 
os montes. 
Podem imaginar o que é subi
r a 1000 pés de altura por 
um caminho tortuoso, onde
 o panorama faz lembrar os 
Alpes (embora não seja tão 
escarpado), e ao olhar para 
baixo ver um grupo de deza
nove pessoas rodeado por 
montanhas enormes e precip
ícios de centenas de pés. 
Assim andámos até às 4 hor
as, altura em que, ao ro-
dearmos uma montanha, qu
e nos pareceu a mais des-
pojada5 de arvoredo que tín
hamos visto, apareceu pe-
rante nós o encantador Vale 
das Furnas. Seria vão tentar 
descrever esse cenário que u
ltrapassa o maravilhoso! 
Está rodeado de montanh
as muito altas cober-
tas de verdura, o que lhe dá
 um aspeto muito belo! É 
um quadro inigualável! O 
Vale jaz como uma pedra 
preciosa no seio da Nature
za. As casas são quase to-
das brancas e a igreja sobre
ssai no conjunto da aldeia. 
Mr. Hickling é o único cavalh
eiro que tem uma proprie-
dade neste encantador lugar
. A entrada é muito bonita, 
faz-se por uma alameda de 
árvores, cujos ramos se en-
trelaçam de lado a lado, qu
ase tapando o sol mesmo 
quando ele se encontra ma
is alto. Tudo parece fazer 
parte de um conto de fadas 
e ao chegarmos a casa, de-
pois de atravessarmos a ala
meda ensombrada, a visão 
torna-se ainda mais ofuscan
te. 
Uma longa escadaria liga a c
asa a um pequeno lago, 
com cerca de um acre
6, que tem à sua volta um cam
inho 
ladeado de árvores e no me
io do tanque (como se diz 
em português) há uma pequ
ena ilha com um grande sal-
gueiro cujos ramos mergulha
m na água. A ligação à mar-
gem faz-se por uma ponte d
e pedra em forma de arco. 
Segue-se um extenso parqu
e com caminhos por entre 
as árvores e uma ribeira que q
uase rodeia a propriedade, 
tornando-a numa península
. (…)
Uma viagem 
aos Açores
O texto que se segue perte
nce a um diário de viagem 
elaborado por uma senhor
a inglesa no decurso de um
a 
visita feita à ilha de S. Migu
el, Açores, em 1824. 
-
-
-
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5
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10
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15
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20
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-
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25
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30
-
-
Caroline Pomeroy, in O Val
e das Furnas – Coletânea –
 Cronistas e viajantes – 
Textos e imagens – Sécs. X
VI-XIX (1ª e 2ª décadas), Co
imbra, Almedina, 2008, 
pp. 258-259. (Organização
 e introdução por José Man
uel Motta de Sousa) 
(Texto adaptado)
-
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35
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40
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55
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60
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-
-
Texto 1
 Relato de viagem
Vocabulário
1 rodear; 
2 o pé é uma unidade de co
mprimento do sistema ang
lo-sa-
xão que corresponde, no s
istema métrico decimal, a
 30,48 cm; 
3 Vila 
Franca do Campo; 
4 depressões no solo; 
5 livre; 6 unidade de medida
 
para superfícies agrárias
26
1 Textos não literários
a viúvavaaa!!
 Novo ca
samento
 com Per
o Marqu
es: 
a exxxpperi
ência ve
nce a ilu
são
-
15
-
-
-
-
20
-
-
-
-
25
á essa chave
,
sa vida. 
despedida!
va tão suave
!
o nó. 
e ponho dó
, 
e arrebente
!
era valente,
 
um mouro 
só!
de cavaleirã
o,, repetenad
o,2 
figura de av
isado 
o e sotrancã
o3.
 Agor
a quero tom
ar, 
 pera
 boa vida go
zar, 
 um m
uito manso
4 marido.
 Não 
no quero já
 sabido, 
 pois 
tão caro há-
de custar. 
Aqui vem L
ianor Vaz,
 e finge Inê
s Pereira e
star chora
ndo, 
e diz Liano
r Vaz:
Lia Com
o estais, Inê
s Pereira? 
Inês Muit
o triste, Lia
nor Vaz.
Lia. Que
 fareis ao qu
e Deos faz?
5
Inês Case
i por minha
 canseira.
6
Lia Se fic
aste prenhe
 basta. 
Inês Bem
 quisera eu 
dele casta
7, 
 mas 
não quis m
inha ventur
a8. 
é mau e ve
lhaco; 
4 adjetivo co
m duplo se
ntido: carin
hoso, mas 
também qu
e aceita de
 bom grado
 as infidelid
ades 
fazer: a mo
rte do mar
ido foi vont
ade de Deu
s; 6 casei p
or minha d
esgraça; 
7 filhos; 
8 sorte; iron
ia de Inês
155
Sedia-m’eu na ermida 
de Sam Simiom
Meendinho, in A lírica galego-portuguesa, Lisboa, Editorial Comunicação, 1983, p. 254. 
(Apresentação crítica, seleção, notas e sugestões para análise literária de Elsa Gonçalves)
Sedia-m’eu1 na ermida de Sam Simiom2
e cercarom-mi as ondas, que grandes som: eu atendend’o3 meu amigo!
 eu atendend’o meu amigo!
Estando na ermida ant’o altar,
cercarom-mi as ondas grandes do mar: eu atendend’o meu amigo!
 eu atendend’o meu amigo!
E cercarom-mi as ondas, que grandes som,nom ei [i] barqueiro, nem remador:
 eu atendend’o meu amigo!
 eu atendend’o meu amigo!
E cercarom-mi as ondas do alto mar,
nom ei [i] barqueiro, nem sei remar:
 eu atendend’o meu amigo!
 eu atendend’o meu amigo!
Educação literária
1. Infere o possível motivo da presença da amiga na ermida de S. Simon.
2. Explicita a situação, o perigo em que se encontra.
3. Apresenta uma justificação plausível para o facto de ela se encontrar nessa situação.
4. Refere, justificadamente, os sentimentos da amiga implícitos nas suas palavras.
5. Atenta nos vários tipos de repetições paralelísticas presentes na cantiga.5.1 Refere-os.
5.2 Explicita a sua função.
-
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5
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20
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Vocabulário
1 estava eu
2 S. Simon, na ilha do mesmo nome, em frente a Vigo3 esperando
Nom ei i barqueiro, nem remador,
morrerei [eu] fremosa no mar maior:
 eu atendend’o meu amigo!
 eu atendend’o meu amigo!
Nom ei [i] barqueiro, nem sei remar,
morrerei eu fremosa no alto mar:
 eu atendend’o meu amigo!
 eu atendend’o meu amigo!
Heinrich Johann Vogeler, O sonho, 1912
Cantigas de amigo
57
2
P R O F E S S O R
5.3 A relação entre ambas é de 
intimidade e de amizade; trata-a 
várias vezes por «Filha»; procu-
ra seduzi-la, convencê-la atra-
vés de um discurso com marcas 
de sedução, como «minhas flo-
res», v. 124; aconselha-a quanto 
ao caminho a seguir no casa-
mento, com base na sabedoria 
popular. 
5.4 Aqui se encontram referên-
cias a um quotidiano marcado 
pelas preocupações materiais 
do casamento, num tempo em 
que a mulher dependia do ma-
rido; aqui está presente a alco-
viteira, figura muito importante 
como intermediária de negócios 
amorosos num tempo em que 
as relações entre jovens eram 
muito vigiadas.
6. 
6.1 Ocorre neste segmento tex-
tual, por várias vezes, a presen-
ça de ditados populares cuja 
função é servirem de caução aos 
conselhos dados a Inês pela al-
coviteira e pela mãe; exemplos 
desses ditados encontram-se 
nos vv. 176-178, 183-186.
Gramática 
1. «peitogueira», v. 52, «sami-
cas», v. 157. Ambas as palavras 
caíram em desuso.
Arcaísmos
Observa as palavra «ieramá», v. 44 e «al», v. 58.
Apesar de serem habituais na linguagem de comunicação nos séculos XV e XVI, 
estas palavras foram, com o tempo, deixando de se usar.
Observa que o mesmo processo se verificou com os seguintes vocábulos:
«chantou», v. 59
forma 
verbal
plantou, colocou
«vós», v. 123 pronome 
forma de tratamento respeitosa, mas 
pouco comum, mais usada em regiões 
conservadoras
As palavras ou construções que caem em desuso, isto é, que deixam de ser usa-
das numa determinada língua ou comunidade linguística, chamam-se arcaísmos.
4. Inês pretende um noivo com determinadas características.
4.1 Explicita-as.
5. A função da alcoviteira, enviada por Pero Marques, é levar Inês a aceitar o pretendente. 
5.1 Refere as qualidades que ela atribui a Pero Marques.
5.2 Explicita os argumentos que tanto ela como a mãe de Inês apresentam perante a 
reação de recusa do pretendente por parte de Inês.
5.3 Caracteriza a relação entre a alcoviteira e Inês.
5.4 Explica de que modo este momento da farsa pode caracterizar o quotidiano do tem-
po da primeira representação da peça, o século XVI.
6. A sabedoria popular é utilizada tanto por Lianor Vaz como pela mãe de Inês para a con-
vencer a aceitar Pero Marques como marido.
6.1 Justifica esta afirmação com base em elementos textuais pertinentes.
1. Identifica um arcaísmo no v. 52 e outro no v. 157. 
Gramática
Caderno 
de Atividades
Arcaísmos e 
neologismos
Pág. 39
131
4
Oralidade
COMPREENSÃO DO ORAL
Documentário
«Portugueses pelo mundo – S. Tomé e Príncipe»
Escuta / visionamento – apreensão de 
sentidos globais e de pormenor
1. Procede ao visionamento do vídeo e usa os tópicos da
grelha seguinte para tomares notas.
Portugueses Profissão 
Atividade 
em S. Tomé
O que 
«descobrem» 
em S. Tomé
Como olham 
para S. Tomé 
a. 
b. 
c. 
d. 
2. ntário.
3. 
a. grarem para países tropicais.
b. é e Príncipe, a sua beleza natural, economia, 
c. nvolvidas pelos portugueses radicados no ar-
d. nto turístico do país.
4. e vídeo as características próprias de um do-
a. tar uma determinada realidade.
b. pela perspetiva de cada um dos intervenientes.
c. todos os intervenientes de forma subjetiva.
d. esporadicamente com a realidade que trata.
e. tanto dos portugueses como de santomenses.
f. m diversos domínios (economia, educação, tu-
Portugueses pelo mundo – 
S. Tomé e Príncipe
6 Luís de Camões, Os Lusíadas
At
eemm e
ume
emig
Tomé
dese
imen
neste
men
rado 
por t
uito e
cos, 
se em
Oralidade
EXPRESSÃO ORAL
Apreciação crítica (de livro)
Um discurso de apreciação crítica pode dirigir-se a um livro, a um filme, a uma reporta-
gem, a um documentário, a uma exposição ou a outra manifestação cultural.
Faz a apreciação crítica de um livro que tenhas lido, num breve discurso de dois a quatro 
minutos.
Antes da planificação
Consulta os elementos paratextuais que te ajudem a antecipar o conteúdo do livro a cuja 
apreciação vais proceder. 
Regista a informação relevante que neles possas encontrar.
Durante a leitura do livro, faz anotações críticas que te ajudem, em momento posterior,
a elaborar o teu discurso.
Planificação
Elabora um plano da tua apresentação. 
Livro a apreciar Indicar o título, o autor, a editora.
Objetivos do meu 
texto
Fazer a apreciação crítica do livro.
Indicar as suas características objetivas.
Apresentar a minha posição crítica relativamente ao que li.
Introdução Um parágrafo: justificar a seleção do livro a apreciar.
Desenvolvimento
Três parágrafos:
• descrever sucintamente o livro (elementos objetivos);
• comentar criticamente – apreciação pormenorizada sobre o livro.
Conclusão
Um parágrafo:
Pode revestir a forma de um apelo ou uma sugestão para ler o livro.
Conectores a utilizar Para organizar a informação, utiliza: por um lado, por outro, etc.
Palavras ou 
expressões para 
apreciar criticamente
Apreciei / aprecio bastante; gostei / gosto; não concordei / não
concordo quando; agradou-me / agrada-me; etc.
Apresentação e avaliação
Apresenta a apreciação crítica de acordo com os aspetos verbais e não verbais presentes 
na grelha de avaliação projetada pelo teu professor. Em caso algum poderás ler ou decorar 
um texto previamente escrito.
Procede à avaliação do teu discurso com base na grelha.
Redação
Estrutura o teu texto em introdução, desenvolvimento e conclusão.
Segue a proposta de organização do texto de apreciação crítica apresentado.
Revisão / avaliação
Revê o teu texto tendo em conta a grelhade avaliação apresentada pelo teu professor.
37
1
 Teste de avaliação de conhecimentos
No final de cada sequência, realiza o teste 
que te é proposto para avaliares os teus 
conhecimentos.
 
Educação literária
Questionamento sobre 
os textos literários 
de tipologia variada 
para treinares e te 
ires preparando para o 
Exame Nacional.
 Gramática 
Secção que se articula com o domínio da Educação literá-
ria e a análise dos textos, visando consolidar conhecimen-
tos adquiridos e/ou aprender novos.
 Escrita 
Propostas que visam a produção de textos respeitando as marcas dos 
géneros previstos para o 10º Ano, com apresentação de textos-modelo.
Os textos fazem-se acompanhar de 
atividades nos vários domínios:
 Oralidade (compreensão do oral e expressão oral)
Atividades para desenvolveres a capacidade de com-
preensão e de expressão oral dos géneros previstos 
para o 10º Ano.
 
1 texto; 2 Lisboa do século 
XIX; 3 do século XIX; 
4 designação política para 
o período compreendido 
entre 1851 e 1868, 
aproximadamente; 
5 conjuntos densos; 
6 suportes para desenhar; 
7 tipo de planície
Fo
to
gr
af
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Jo
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a
, 1
90
0
112
3 Fernão Lopes, Crónica de D. João
 I
GRUPO II
Lê o texto. Em caso de nec
essidade, consulta o vocab
ulário.
Lisboa
Não cabe nas dimensões d
e uma notícia
1 sumária descrever o coraç
ão da Lisboa ro-
mântica2, desde o Rossio ao
 Chiado, ou apresentar a Li
sboa moderna, que chegou
 com 
o comboio nas três últimas
 décadas do século passado
3. O grande responsável pela
 cida-
de sonhada foi o arquiteto R
essano Garcia, que projetou
 chamar Europa ao conjunto
 dos 
bairros que nasciam com a 
reanimação económica que
 se seguiu à Regeneração
4. Era um 
projeto bonito: as grandes a
venidas deviam chamar-se F
rança, Inglaterra, Bélgica, Al
ema-
nha, e seriam muito largas, 
com tufos5 de arvoredo das
 espécies dominantes nos re
speti-
vos países, de tal modo que
 em Lisboa ninguém se sen
tisse completamente estran
geiro. 
Mas o futuro é sempre dist
ante do sonho. As belas ave
nidas foram estreitadas nas
 pran-
chetas6 dos arquitetos, os r
enques de arvoredo foram 
suprimidos e a nomenclatu
ra foi 
adaptada às tortuosas conju
nturas da política: Cinco de
 Outubro, Duque de Ávila, M
iguel 
Bombarda. O projeto europ
eu do grande arquiteto foi sa
crificado às urbanizações de
 quin-
tais, feitas à medida que os n
obres vendiam e os constru
tores compravam.
Com o automóvel veio o n
ovo salto em frente. Os arr
abaldes das hortas e comes
-e- 
-bebes desaparecem, cobre
m-se de prédios, e depress
a são bairros quase centrai
s. (…) 
Cidade milionária, tem os i
nevitáveis zumbidos das ho
ras de ponta: trânsito denso
, pas-
sos apressados, sensação d
e anonimato e de massifica
ção. Mas quase é preciso pr
ocurar 
essas situações para as sofre
r. De um modo geral, Lisboa
 é afetuosa, tépida, feminina
. Dos 
terreiros dos seus muitos m
iradouros respiram-se essê
ncias de madressilva e beir
a-rio. 
A atmosfera é límpida: do a
lto do Parque avisto o casar
io de Palmela e, ainda, a bru
ma da 
charneca7 alentejana. Tudo
 isso é hoje raro no mundo
, mas para nós tão normal 
que já 
nem temos olhos para o ver.
 A dimensão das praças, das
 ruas, do casario, não é monu
men-
tal mas não é mesquinha. T
udo parece ser feito com a p
reocupação de que nos sint
amos 
bem ali dentro.
É a cidade feita à medida d
a gente, não a estrutura des
umana que nos comprime 
ou 
distende, e obriga a obedece
r à dimensão da cidade.
José Hermano Saraiva e J
orge Barros, A memória da
s cidades, Lisboa, CTT Cor
reios, 1999, pp. 90-91.
-
-
-
-
5
-
-
-
-
10
-
-
-
-
15
-
-
-
-
20
-
-
-
-
25
-
1. Para responderes a cad
a um dos itens de 1.1 a 1.
4, seleciona a única
obter uma afirmação corre
ta.
1.1 A beleza do projeto qu
e Ressano Garcia idealizou
 para Lisboa res
(A) em grandes avenidas e
 bairros modernos.
(B) em criar ambientes urb
anos nos quais os europeu
s se sentiss
(C) na decoração das aven
idas com árvores de outros
 países.
(D) no facto de ser um pro
jeto com dimensão e carac
terísticas e
1.2 Este projeto, contudo, 
falhou porque prevalecera
m
(A) interesses de classe so
bre a conceção estética.
(B) interesses dos propriet
ários dos terrenos sobre a 
conceção 
(C) interesses económicos
 sobre a conceção estética
.
(D) interesses políticos sob
re a conceção estética.
1.3 Tendo em consideraçã
o o sentido geral do primei
ro parágrafo, 
móvel veio o novo salto em
 frente.», l. 14, concretiza u
ma
(A) comparação.
(B) ironia.
(C) hipérbole.
(D) anáfora.
1.4 O autor termina o text
o referindo
(A) a consequência de os h
abitantes de Lisboa olhare
m a sua
(B) a causa de os habitante
s de Lisboa olharem a sua 
cidade 
(C) a possibilidade de os lis
boetas olharem a sua cida
de rotin
(D) as consequências de os
 lisboetas não saberem olh
ar a su
2. Responde de forma corr
eta aos itens apresentados
.
2.1 Tem em atenção o tex
to de Fernão Lopes, no Gru
po I. Indica
lógicos que a comparação 
das duas formas apresenta
das pa
permite observar:
a. «sabee», l. 3, > sabei; 
b. «See», l. 31, > Sé.
2.2 Indica a função sintát
ica da expressão «(…) mu
itos lavrad
filhos, (…)», ll. 8-9.
2.3 Classifica as orações: 
a. «(…) que por Castela tom
arom voz.», l. 12; 
b. «(…) que fosse repartida
 a guarda dos muros pelos
 fida
(…)», ll. 22-23.
GRUPO III
Escreve uma síntese do te
xto anterior que tenha cerc
a de um
No final do Manual:
• Anexo informativo
P R O F E S S O R
5.3 A relação entre ambas é de
intimidade e de amizade; trata-a 
várias vezes por «Filha»; procu-
ra seduzi-la, convencê-la atra-
vés de um discurso com marcas 
de sedução, como «minhas flo-
res», v. 124; aconselha-a quanto 
ao caminho a seguir no casa-
mento, com base na sabedoria 
popular.
5.4 Aqui se encontram referên-
cias a um quotidiano marcado 
pelas preocupações materiais 
do casamento, num tempo em 
que a mulher dependia do ma-
rido; aqui está presente a alco-
viteira, figura muito importante 
como intermediária de negócios 
amorosos num tempo em que 
as relações entre jovens eram 
muito vigiadas.
6. 
6.1 Ocorre neste segmento tex-
tual, por várias vezes, a presen-
ça de ditados populares cuja
função é servirem de caução aos 
conselhos dados a Inês pela al-
coviteira e pela mãe; exemplos 
desses ditados encontram-se
nos vv. 176-178, 183-186.
Gramática 
1. «peitogueira», v. 52, «sami-
cas», v. 157. Ambas as palavras 
caíram em desuso.
nicação nos séculos XV e XVI, 
sar.
os seguintes vocábulos:
olocou
tratamento respeitosa, mas
mum, mais usada em regiões
oras
isto é, que deixam de ser usa-
ica, chamam-se arcaísmos.
VI.
omo pela mãe de Inês para a con-
textuais pertinentes.
Caderno 
de Atividades
Arcaísmos e 
neologismos
Pág. 39
131
Educação literária
1. Divide o soneto em partes lógicas, justificando.
2. Explica como é construída, na primeira quadra, a sugestão do movimento da dama.
3. Explicita o sentido da pergunta feita pelo sujeito lírico, na segunda quadra.
4. Atenta no primeiro terceto.
4.1 Identifica as metáforas nele presente.
4.2 Refere a sua expressividade literária.
5. Explicita o desejo expresso pelo sujeito lírico, no último terceto.
5.1 Indica o que está na sua origem.
Ondados fios 
d’ouro reluzente
Luís de Camões, Rimas, Texto estabelecido e prefaciado por 
Álvaro J. da Costa Pimpão, Coimbra, Almedina, 2005, p. 164. 
 Ondados fios d’ouro reluzente,
que agora1 da mão2 bela recolhidos,
agora3 sobre as rosas4 estendidos,
fazeis que sua beleza s’acrecente;
 olhos, que vos moveis tão docemente,
em mil divinos raios encendidos,
se de cá me levais alma e sentidos,5
que fôra, se de vós não fôra ausente?
 Honesto riso6, que entre a mor fineza
de perlas e corais nasce e parece7,
se n’alma em doces ecosnão o ouvisse!
 S’imaginando8 só tanta beleza
de si, em nova glória9, a alma s’esquece,
que fará quando a vir? Ah! Quem a visse!
-
-
-
-
5
-
-
-
-
10
-
-
-
-
Vocabulário
1 num momento; 2 pela mão; 3 noutro momento; 
4 metáfora de face; 5 v. 7: se só pensa nela 
estando longe dela – «cá»; 6 riso discreto, 
ajuizado; 7 aparece; 8 se lembrando; 9 arrebatada
Soneto
Composição lírica de origem italiana, 
introduzido em Portugal por Sá de Miranda, 
no século XVI. É composto por catorze 
versos divididos em duas quadras e dois 
tercetos. O seu esquema rimático é, 
normalmente, abba abba cde edc / 
cdc dcd / cde cde. O verso usado é o 
decassílabo. 
Sandro Botticelli, 
Retrato de uma jovem mulher, 1480
180
5 Luís de Camões, Rimas
Escrita
Exposição sobre um tema
Primeira parte: preparação para a redação de um texto expositivo 
1. Principais marcas linguísticas e textuais de um texto 
expositivo
• Introdução: indica-se o tema a tratar, o assunto a desenvolv
tando eventualmente definições que delimitem o âmbito do t
• Desenvolvimento: apresentação da informação factual rela
de forma organizada, encadeada através de raciocínios lógico
tados.
• Conclusão: tem a forma de resumo ou síntese do exposto.
• Títulos, subtítulos: contribuem para organizar de forma ló
mação no texto.
• Deixis textual: conjunto de palavras ou expressões que se re
tros elementos do texto, retomando algo que já foi enuncia
ciando algo que vai aparecer adiante no texto. Estas expres
buem para a coesão textual e ajudam o leitor a situar-se no t
• Conectores lógicos: elementos linguísticos que unem unida
– orações, parágrafos, secções. Podem ter, entre outras, na
cativa, aditiva, causal, de consequência, de reformulação, de
conclusão, etc.
• Objetividade e impessoalidade: ausência de matizes pessoa
tividade, de valores estilísticos. Predomínio de formas verbais
• Tipo de frase: predomínio de frases do tipo declarativo. Cont
a concisão e a objetividade.
2. Planificar um texto expositivo
Atenta na seguinte proposta de escrita.
Escreve um texto no qual exponhas as principais característ
sia lírica galaico-portuguesa. O teu texto deve ter entre 280 e 32
estruturar-se nas três secções habituais.
Antes de planificares, reflete sobre:
• os destinatários do teu texto: podem ser os teus colegas
como informação fundamental sobre a lírica galaico-portugu
• a intenção com que o escreves: informar com objetividade
facilitar a compreensão e a memorização.
Oficina 
de escrita
Nota:
Págs. 325-327
A
Cantigas de escárnio e maldizer 2
oss
e
ve
te
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os
óg
ef
ad
ss
te
ad
tu
e 
a
s 
tr
tic
20
, 
ue
e,
planificares o teu texto:
• recolher informação: no teu manual escolar, na biblioteca da tua escola – podes con-
sultar em enciclopédias, histórias da literatura portuguesa, na Internet;
• selecionar a informação pertinente: escolher a informação mais adequada. Podes 
fazê-lo em colaboração com o teu professor;
• tratar essa informação: através de paráfrases, resumos, sínteses, elaboração de 
tópicos;
• ordenar a informação tratada: através, por exemplo, de esquemas, de mapas orga-
nizadores; aqui podes já definir, eventualmente, títulos e subtítulos;
• esquematizar o texto nas suas três grandes secções, indicando o que vai aparecer em
cada uma;
• mostrar de novo o trabalho já realizado ao professor ou refletir sobre ele com colegas
que possam estar a trabalhar contigo.
Na planificação, podes ainda elencar algumas marcas linguísticas específicas do tipo
de texto que vais escrever: conectores, expressões da deixis textual, tipo de frase, tendência 
para a objetividade, entre outras.
3. Escrever o texto: uma proposta
A poesia lírica galaico-portuguesa
Introdução
Conclusão
Desenvolvimento
A lírica galaico-portuguesa é a primeira manifestação da nossa literatura. A 
sua produção ocorreu entre finais do século XII e meados do século XIV. Os tex-
tos dividem-se, basicamente, em três grandes categorias, cujas características
veremos: cantigas de amigo, de amor e de escárnio e maldizer. Os autores destas 
formas poéticas designavam-se trovadores e criavam-nas para serem cantadas.
Estas composições poéticas, as primeiras, como vimos, da nossa literatura, de
temática amorosa ou satírica, nascidas na região do Minho e da Galiza há muito 
tempo, continuam a atrair o leitor de hoje. 
Cantigas de amigo. São composições poéticas de temática amorosa. O sujei-
to poético é sistematicamente uma jovem apaixonada que exprime o sentimento 
amoroso, os afetos e as emoções, de muitos modos, que tem uma forte relação 
com a Natureza, sua confidente, no mesmo plano da mãe ou das amigas. Têm
raiz na poesia popular; por isso, apresentam quase sempre estruturas paralelís-
ticas, das quais se destaca o refrão.
Cantigas de amor. Sendo também de temática amorosa, diferem grande-
mente, contudo, das anteriores, já que o sujeito lírico é agora um homem que
presta homenagem à beleza da amada através do elogio cortês e sofre a coita 
de amor com a indiferença desta. Se nas cantigas de amigo encontramos, por 
vezes, o amor realizado e a alegria de amar, nestas deparamo-nos com um amor
idealizado e impossível. Radicam em poesia culta, portanto podem ou não apre-
sentar refrão.
Cantigas de escárnio e maldizer. Este terceiro tipo de cantiga é de nature-
za satírica. A crítica pode recair sobre inúmeros aspetos da vida social: desde a
própria literatura e os seus agentes até traições políticas, infidelidades, modos 
de vestir, miséria de certos cavaleiros presunçosos… A linguagem é, por vezes,
insultuosa e o alvo dos ataques pode ou não ser mencionado.
TEXTO-MODELO
82
2 Poesia trovadoresca
0 Teste diagnóstico
PP. Educação literária Leitura
20 «A aia»
Eça de Queirós
Breve história dos celtas p. 22
2 Poesia trovadoresca
PP. Educação literária Leitura
48-51 Contextualização histórica e literária
Cantigas de amigo
Variedade do sentimento amoroso
«Pois nossas madres van a San Simon» Pero Viviaez
«Sedia-m’eu na ermida de Sam Simom» Meendinho
• O paralelismo / refrão p. 58
Relação com a Natureza | Confidência amorosa
«– Ai flores, ai flores de verde pino» Dom Dinis
Variedade do sentimento amoroso
«Todalas cousas eu vejo partir» Joam Airas de Santiago
Cantigas de amor
O elogio cortês
«Quer’eu em maneira de proençal» Dom Dinis
A coita de amor
«Senhor fremosa, pois me non queredes» Martin Soares
Cantigas de escárnio e maldizer
«Nostro Sennor, e ora que sera» Rui Queimado
Paródia do amor cortês
Cantigas de maldizer
«Roi Queimado morreu com amor» Pero Garcia Burgalês
A crítica de costumes
Cantigas de escárnio
«Un infançon mi á convidado» Nunes
«Un cavalo non comeu» Joan Garcia de Guilhade
Texto 1 | Portugal: o Estado feudal p. 48
Texto 2 | A cultura trovadoresca no Portugal medieval p. 49
Texto 3 | O nascimento da literatura portuguesa p. 50
Texto 4 | Os autores p. 51
Texto 5 | Os textos – as cantigas p. 51
Textos de apoio
Texto 1 | Lirismo e repetição: o paralelismo p. 56
Texto 2 | Função das repetições p. 56
Textos de apoio (Cantigas de amigo)
Textos 1, 2 e 3 p. 69
Textos de apoio (Cantigas de amor)
Texto 1 | Da coita de amor à morte de amor p. 74
Texto 2 | A coita de amor: as palavras p. 74
Texto 3 | O louvor da senhor: o elogio cortês – 
as qualidades p. 74
Textos de apoio
Texto 1 | Paródia p. 77
Texto 2 | Sátira p. 77
Textos de apoio (Cantigas de escárnio e maldizer)
Texto 1 | A sátira trovadoresca p. 80
Texto 2 | Valor documental p. 80
55
57
64
67
70
72
75
76
78
79
84-87 Teste de avaliação de conhecimentos
1 Textos não literários
PP. Leitura
Oralidade 
(compreensão do oral e expressão oral)
26
Relato de viagem
Texto 1 | Uma viagem aos Açores
Exposição sobre um tema
Texto 2 | Sagres – Símbolo de Portugal
Apreciação crítica (de livro)
Texto 3 | As belas adormecidas
Artigo de divulgação científica
Texto 4 | Em busca de vida fora da Terra
Anúncio publicitário 
Escolha Portugal p. 29
Apreciação crítica 
(delivro) p. 3730
33
38
42-45 Teste de avaliação de conhecimentos
Índice remissivo p. 12
PROJETO DE LEITURA p. 14
Escrita Gramática AI*
• Texto de opinião p. 23 Classes de palavras; funções sintáticas; subordinação pp. 309-317; 317-321; 
321-324
Índice geral
* AI é o Anexo informativo, no final do Manual.
Oralidade 
(compreensão do oral e expressão oral)
Escrita Gramática AI*
• Reportagem pp. 60-62 
Festival «Andanças»
• Apreciação crítica (de filme) p. 63 
O nome da rosa
• Exposição sobre 
um tema p. 66
• Exposição sobre 
um tema p. 68
• Exposição sobre 
um tema p. 73
Oficina 
de escrita
• Exposição sobre 
um tema pp. 81-83
O português: génese, variação e mudança 
1. Etapas da formação e da evolução do português 
1.1 Do latim ao galego-português pp. 52-53
1.2 Do português antigo ao português contemporâneo p. 54 
O português antigo (séculos XII-XV)
• Processos fonológicos de inserção, supressão 
e alteração pp. 59-60
• Funções sintáticas p. 60
• Processos fonológicos de inserção, supressão e alteração; 
etapas da formação e da evolução do português p. 65
• Funções sintáticas p. 66
• Etapas da formação e da evolução do português; 
processos fonológicos de inserção, supressão 
e alteração p. 68
• Processos fonológicos de inserção, supressão e alteração; etapas 
da formação e da evolução do português; funções sintáticas p. 71
• Processos fonológicos de inserção, supressão e alteração; 
funções sintáticas p. 73
pp. 
305-307; 
317-321
Escrita Gramática AI*
• Exposição sobre um tema p. 28
Oficina 
de escrita
• Apreciação crítica (de livro) pp. 35-37
• Exposição sobre um tema p. 41
• Funções sintáticas (complemento do adjetivo) p. 28
• Processos irregulares de formação de palavras; 
coordenação e subordinação p. 32
• Formação de palavras – derivação e composição; neologismos pp. 40-41
pp. 
317-321; 
321-324
3 Fernão Lopes, Crónica de D. João I
PP. Educação literária Leitura
90-92 Contextualização histórica e literária
Crónica de D. João I
(Excertos)
Capítulo 11
Capítulo 148
[Primeira parte]
Capítulo 148
[Segunda parte]
Capítulo 148
[Terceira parte]
Texto 1 | Fernão Lopes – vida e obras p. 90
Texto 2 | Contexto histórico – morte do rei 
D. Fernando e crise de 1383-1385 p. 91
Texto 3 | Crónica p. 92
Texto 4 | O cronista/historiador p. 92
Textos de apoio
Crónica de D. João I – Atores individuais
Texto 1 | D. João I p. 103
Crónica de D. João I – Atores coletivos: 
afirmação da consciência coletiva
Texto 2 | Multidões – a consciência coletiva p. 103
93
96
98
101
110-113 Teste de avaliação de conhecimentos
4 Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira
PP. Educação literária Leitura
116-121 Contextualização histórica e literária
Farsa de Inês Pereira | Integral
Inês Pereira, moça solteira e fantesiosa
Lianor Vaz, alcoviteira, propõe um pretendente: 
Pero Marques
Pero Marques: o pretendente rústico rejeitado
Brás da Mata: o pretendente trazido pelos judeus casamenteiros. 
Ilusão. Casamento de Inês.
Desilusão e engano: o discreto marido revela-se um tirano
Inês Pereira viúva! Novo casamento com Pero Marques: 
a experiência vence a ilusão 
Liberdade, enfim!
Texto 1 | Gil Vicente: vida e obra p. 116
Texto 2 | Gil Vicente: iniciador do teatro em Portugal p. 117
Texto 3 | Farsa de Inês Pereira – a intriga p. 118
Texto 4 | Farsa de Inês Pereira – a estrutura p. 119
Farsa de Inês Pereira – as personagens p. 120
Farsa de Inês Pereira – dimensão satírica p. 121
Texto 5 | Farsa p. 121
Textos de apoio
Texto 1 | A revolta de Inês Pereira p. 126
Texto 2 | Inês Pereira e a Mãe: dois modos de ver a vida p. 126
Textos de apoio
Texto 1 | Função das alcoviteiras p. 133
Texto 2 | Lianor Vaz apresenta Pero Marques p. 133
Texto de apoio
Pero Marques: o riso p. 139
Textos de apoio
Texto 1 | O Escudeiro Brás da Mata p. 148
Texto 2 | Brás da Mata: a função crítica do Moço p. 148
Textos de apoio
Texto 1 | Inês Pereira: a esposa prisioneira p. 152
Texto 2 | Inês Pereira: a realidade do marido discreto p. 152
Texto 3 | Inês Pereira: o castigo p. 152
Texto 4 | Inês Pereira: experiência e evolução p. 153
Textos de apoio
Inês viúva: da experiência à mudança p. 158
Textos de apoio
Texto 1 | Pero Marques: o supremo ridículo p. 162
Texto 2 | Pero Marques: o asno que a leva p. 162
123
127
135
140
149
155
159
166- 
-169
Teste de avaliação de conhecimentos
ária
literária
Oralidade 
(compreensão do oral e expressão oral)
Escrita Gramática AI*
• Reportagem p. 104 
Estrangeiros em Lisboa
• Síntese 
Crise de 1383-1385 p. 109
• Exposição sobre 
um tema p. 100
Oficina 
de escrita
• Síntese pp. 105-109
• Processos fonológicos de inserção, supressão 
e alteração; subordinação p. 95
• Processos fonológicos de inserção, supressão 
e alteração p. 99
pp. 
321-324
* AI é o Anexo informativo, no final do Manual.
Oralidade
(compreensão do oral e expressão oral)
Escrita Gramática AI*
• Reportagem pp. 163-164 
Mulheres de sucesso
• Apreciação crítica pp. 164-165 
(de reportagem)
• Síntese p. 117
• Exposição sobre um tema p. 134
• Exposição sobre um tema p. 139
• Síntese p. 148
• Exposição sobre um tema p. 154
• Apreciação crítica p. 165 
(de cartoon)
• Funções sintáticas p. 125
• Arcaísmos p. 131
• Formação de palavras; processos fonológicos de 
inserção, supressão e alteração; subordinação p. 132
• Funções sintáticas p. 138
• Funções sintáticas 
(predicativo do complemento direto) p. 147
• Coordenação e subordinação; processos fonológicos de 
inserção, supressão e alteração; arcaísmos p. 158
• Funções sintáticas p. 161
pp. 
317-321; 
321-324
•
5 Luís de Camões, Rimas
PP. Educação literária Leitura
172-175 Contextualização histórica e literária
A representação da amada | A experiência amorosa 
Vilancete
«Pastora da serra»
Trovas ou endechas
«Aquela cativa»
Soneto
«Ondados fios d’ouro reluzente»
Soneto
«Leda serenidade deleitosa»
A experiência amorosa | A reflexão sobre o Amor
Vilancete
«D’Amor e seus danos»
«Bela bela» Almeida Garrett
Soneto
«Está o lascivo e doce passarinho»
Soneto
«Este amor que vos tenho, limpo e puro»
Recurso expressivo NOVO
(Apóstrofe) p. 187
A representação da Natureza 
A experiência amorosa | A reflexão sobre a vida pessoal
Soneto
«Alegres campos, verdes arvoredos»
A reflexão sobre a vida pessoal
Soneto
«Erros meus, má fortuna, amor ardente»
Soneto
«Oh! Como se me alonga, de ano em ano»
O tema do desconcerto
Esparsa «Os bons vi sempre passar»
Soneto
«O dia em que eu nasci, moura e pereça»
«Lamentações de Job»
Livro de Job
O tema da mudança
Soneto
«Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades»
Texto 1 | Luís de Camões: a vida e a obra pp. 172-173
Renascimento, Humanismo, Classicismo: 
três conceitos intimamente ligados pp. 173-175
Texto 2 | Renascimento – I p. 173
Texto 3 | Renascimento – II p. 173
Texto 4 | Humanismo p. 174
Texto 5 | Classicismo p. 174
Texto 6 | Luís de Camões: a lírica tradicional («medida velha») 
e a inspiração clássica (medida nova) p. 175
Textos de apoio
A representação da amada e da Natureza 
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor pp. 189-190
Texto 1 | Lírica camoniana: a visão petrarquista 
da mulher – I p. 189
Texto 2 | Lírica camoniana: a visão petrarquista 
da mulher – II p. 189
Texto 3 | Lírica camoniana: 
presença e funções da Natureza p. 190
Texto 4 | Lírica camoniana: o sofrimento amoroso – I p. 190
Texto 5 | Lírica camoniana: o sofrimento amoroso – II p. 190
Textos de apoio
A reflexão sobre a vida pessoal; 
o tema do desconcerto; o tema da mudança pp. 200-201
Texto 1 | Lírica camoniana: presença da melancolia p. 200
Texto 2 | Lírica camoniana: 
o desconcerto do mundo – I p. 200
Texto 3 | Lírica camoniana: 
o desconcerto do mundo – II p. 201
Texto 4 | Lírica camoniana: pessimismo e mudança p. 201
Texto5 | O tema da mudança p. 201
176
178
180
181
182
182
184
186
188
191
195
196
197
197
198
202- 
-205
Teste de avaliação de conhecimentos
Oralidade 
(compreensão do oral e expressão oral)
Escrita Gramática AI
• Canção pp. 193-194 
(«Balada astral», Miguel Araújo)
• Expressão de opiniões p. 194 
(apresentar um ponto de vista)
• Exposição sobre 
um tema p. 187
• Exposição sobre 
um tema p. 200
• Campo semântico p. 177
• Subordinação; funções sintáticas p. 179
• Campo lexical p. 183
• Funções sintáticas; subordinação p. 185
• Processos fonológicos de inserção, supressão e alteração; 
arcaísmos p. 187
• Funções sintáticas 
(complemento do nome); subordinação p. 192
• Arcaísmos; processos fonológicos de inserção, supressão 
e alteração; funções sintáticas p. 199
pp. 
317-321; 
321-324; 
325
* AI é o Anexo informativo, no final do Manual.
6 Luís de Camões, Os Lusíadas
PP. Educação literária Leitura
208-210 Contextualização histórica e literária
Os Lusíadas
Canto I
Proposição (Est. 1-3)
Recurso expressivo NOVO
(Anástrofe) p. 213
Canto I
Invocação (Est. 4-5)
Canto I
Dedicatória (Est. 5-18)
Reflexões sobre a fragilidade da vida humana
Canto I (Est. 105-106)
Recurso expressivo NOVO
(Interrogação retórica) p. 225
Crítica à incultura dos Portugueses
Canto V (Est. 92-100)
Recurso expressivo NOVO
(Metonímia) p. 230
Lamentos do Poeta
Canto VII (Est. 78-87)
O poder corruptor do dinheiro
Canto VIII (Est. 96-99)
A Ilha dos Amores I
O espaço e as Ninfas
Canto IX (Est. 52-53; 66-70)
A Ilha dos Amores II
O seu significado
Canto IX (Est. 88-95)
A Ilha dos Amores III
A Máquina do Mundo
Canto X (Est. 75-91)
Reflexões finais do Poeta; conselhos ao rei D. Sebastião
Canto X (Est. 145-156)
Textos 1 e 2 | Necessidade de um poema épico 
que cantasse as Descobertas p. 208
Os Lusíadas
Natureza: uma epopeia p. 209
Estrutura externa p. 209
Estrutura interna p. 209
Os quatro planos temáticos: sua interdependência p. 210
Enquadramento dos planos em Os Lusíadas p. 210
Textos de apoio
Texto 1 | A Proposição – constituição da matéria épica p. 215
Texto 2 | Linguagem e estilo da Invocação p. 215
Texto de apoio
Texto 1 | Natureza da Dedicatória p. 223
Texto de apoio
Reflexão sobre a fragilidade da vida humana p. 225
Texto de apoio
Crítica à incultura dos Portugueses; impossibilidade 
de haver quem os cante no futuro p. 231
Textos de apoio
Textos 1 e 2 | As queixas do Poeta – I e II p. 236
Textos de apoio
Textos 1 e 2 | Reflexões sobre o poder corruptor 
do dinheiro – I e II p. 240
Textos de apoio
Textos 1, 2, 3 e 4 | Significado da Ilha dos Amores p. 246
Textos 5 e 6 | A mensagem humanista de Luís de Camões p. 247
Textos de apoio
Textos 1 a 3 | A Máquina do Mundo: natureza e significado p. 257
Textos de apoio
Textos 1 a 4 | As reflexões finais do Poeta pp. 262-263
212
214
216-221
224
228-229
233-234
238
242
244-245
252-254
258-260
270-273 Teste de avaliação de conhecimentos
7 História trágico-marítima
PP. Educação literária Leitura
276 Contextualização histórica e literária
«As terríveis aventuras de Jorge de Albuquerque 
Coelho (1565)»
(Excertos)
I – A nau «Santo António» parte do Brasil em direção a Lisboa
II – Encontro com corsários franceses. Jorge de Albuquerque decide 
dar-lhes luta.
III – Tempestade!
IV – Finalmente os náufragos chegam a Lisboa
A História trágico-marítima: 
origens e natureza p. 276
280-281
282-283
284-285
286-288
292-295 Teste de avaliação de conhecimentos
298 Anexo informativo
Leitura
e 
A História trágico-marítima: 
origens e natureza p. 276
Oralidade 
(compreensão do oral e expressão oral)
Escrita Gramática AI
• Documentário pp. 248-249 
«Portugueses pelo mundo – 
S. Tomé e Príncipe»
• Apreciação crítica p. 250 
(de documentário)
• Exposição sobre 
um tema p. 223
• Exposição sobre 
um tema p. 225
• Síntese p. 236
• Exposição sobre um tema p. 236
• Síntese p. 240
• Exposição sobre um tema p. 240
• Apreciação crítica p. 250 
(de documentário)
• Classes de palavras p. 213
• Subordinação e funções sintáticas p. 214
• Funções sintáticas p. 218
• Palavras convergentes e divergentes pp. 221-222
• Funções sintáticas; subordinação; palavras convergentes 
e divergentes; processos fonológicos de inserção, 
supressão e alteração pp. 230-231
• Funções sintáticas; subordinação p. 239
• Funções sintáticas; subordinação; campo lexical p. 243
• Funções sintáticas p. 255
• Funções sintáticas; processos fonológicos de inserção, supressão 
e alteração p. 261
O português: génese, variação e mudança 
1. Português clássico (séculos XVI-XVIII) p. 264
2. Português contemporâneo (séculos XIX-XXI) p. 265
Geografia do português no mundo 
1. Português europeu p. 266 
2. Português não europeu (variedade brasileira; variedades africanas; 
crioulos de base portuguesa) pp. 267-269
pp. 
305-308; 
308-309; 
309-317; 
317-321; 
321-324; 
325
* AI é o Anexo informativo, no final do Manual.
Oralidade 
(compreensão do oral e expressão oral)
Escrita Gramática AI
• Documentário pp. 277-279 
«Caravelas, naus e galeões portugueses: 
um choque tecnológico no século XVI 
na época dos Descobrimentos»
• Apreciação crítica p. 279 
(de documentário)
• Apreciação crítica pp. 290-291 
(de quadro)
• Funções sintáticas p. 283
• Campo lexical p. 285
• Funções sintáticas; coordenação 
e subordinação pp. 289-290
pp. 
317-321; 
321-324
Índice 
remissivo
Oralidade
Compreensão do oral
A
Anúncio 29
D
Documentário 248, 277
R
Reportagem 60, 104, 163
Oralidade
Expressão oral
A
Apreciação crítica 
de livro 37
de filme 63
de reportagem 164
de documentário 250, 279
S
Síntese 109
Leitura
A
Apreciação crítica 33
Artigo de divulgação científica 38
E
Exposição sobre um tema 30
R
Relato de viagem 26
Escrita
A
Apreciação crítica
de livro 35 (oficina de escrita)
de cartoon 165 
de documentário 250
de quadro 290 
E
Exposição sobre um tema 28, 41, 66, 68, 73, 81 (oficina de escrita), 
100, 134, 154, 223, 225, 236, 240
S
Síntese 105 (oficina de escrita), 117, 148, 236, 240
Educação literária
Poesia trovadoresca
C
Cantigas de amigo 
Paralelismo 58
Refrão 58
Relação com a Natureza / Confidência amorosa 64
Variedade do sentimento amoroso 55, 57, 67
Cantigas de amor 
Coita de amor 72
Elogio cortês 70
Cantigas de escárnio e maldizer 
Crítica de costumes 78, 79
Paródia do amor cortês 76
Fernão Lopes, Crónica de D. João I
A
Atores coletivos / Afirmação da consciência coletiva 96, 98, 101
Atores individuais 93
C
Contexto histórico 90, 91
Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira
C
Caracterização das personagens 120, 123, 127, 135, 140, 149, 155
Contextualização histórica-literária 116, 117
D
Dimensão satírica 135, 140, 149, 155, 159 
E
Estrutura da obra I 119
Estrutura da obra II 122
Farsa 121
N
Natureza da obra I 118
Natureza da obra II
Quadro dimensão satírica 121
R
Relação entre as personagens 123, 127, 135, 140, 149, 155
Quadro de personagens 120
Representação do quotidiano 127, 131, 140
Luís de Camões, Rimas
C
Classicismo 174
Contextualização histórico-literária 172, 173, 174, 175
E
Experiência amorosa 176, 178, 180, 181, 182, 184, 186, 188 
H
Humanismo 174
L
Lírica de inspiração clássica / Medida nova 175 
Lírica tradicional / Medida velha 175
R
Reflexão sobre a vida pessoal 188, 191, 195
Reflexão sobre o Amor 182, 184, 186
Renascimento 173
Representação da amada 176, 178, 180, 181
Representação da Natureza 188
S
Soneto: características 180
T
Tema da mudança 198
Tema do desconcerto 196, 197
Luís de Camões, Os Lusíadas 
C
Constituição da matéria épica 212, 214, 216, 219, 220, 221, 242, 
244, 252
Contextualização histórico-literária 208
E
Estrutura 209
N
Naturezada obra (Epopeia) 209
P
Planos temáticos 210
R
Reflexões do Poeta 224, 228, 233, 238, 244, 258
Resumo dos cantos 211, 226, 227, 232, 237, 241, 251 
História trágico-marítima
A
Aventuras e desventuras dos Descobrimentos 280, 282, 284, 286
Contextualização histórico-literária 276
Gramática
Português – génese, variação e mudança 
E
Etapas da formação e da evolução do português 52, 65, 68, 71 
Etimologia, étimo 221, 222, 308
L
Latim vulgar e a romanização 52
P
Palavras divergentes e convergentes 221, 222, 231
Português antigo (séculos XII – XV) 54, 305
Português clássico (séculos XVI – XVIII) 264, 306
Português contemporâneo (a partir do século XIX) 265, 307
Português europeu e português não europeu 266, 267, 268
Principais crioulos de base portuguesa 269, 308
Principais línguas românicas 53
Processos fonológicos de inserção, supressão 
e alteração 59, 65, 68, 71, 73, 95, 99, 132, 158, 187, 199, 231, 261
Q
Quadro português europeu-português do Brasil 267
S
Substratos e superstratos 52, 53
Sintaxe
C
Complemento do adjetivo 28
Complemento do nome 192
Coordenação 32, 158, 290, 321, 322
F
Funções sintáticas 28, 60, 66, 71, 73, 125, 138, 147, 161, 179, 185, 
192, 199, 218, 230, 239, 243, 255, 261, 283, 289, 317, 318, 319, 320, 
321
P
Predicativo do complemento direto 147
S
Subordinação 32, 95, 132, 158, 179, 185, 192, 214, 231, 239, 243, 
290, 321, 322, 323, 324
Lexicologia
A
Arcaísmos 131, 158, 187, 199 
C
Campo lexical 183, 243, 285, 325
Campo semântico 177, 325 
N
Neologismos 41
P
Processos irregulares de formação de palavras 32
R
Recursos expressivos 327, 328
Outras sugestões 
programáticas
• Dante Alighieri 
A divina comédia 
(excertos escolhidos), 
Quetzal Editores, 2011
• Adalberto Alves 
O meu coração 
é árabe 
(poemas escolhidos), 
Assírio & Alvim, 1998
• Peter Carey 
O Japão é um lugar 
estranho 
Tinta da China, 2009
• Miguel Cervantes 
D. Quixote de la 
Mancha 
(excertos escolhidos), 
Bertrand, 2010
• António Gedeão 
Poesia completa 
(poemas escolhidos), 
Portugália, 1972
• Clarice Lispector 
Contos 
Relógio d’Água, 2006
• Baltasar Lopes 
Chiquinho 
Biblioteca Editores 
Independentes / Cotovia, 
2008
• Claudio Magris 
Danúbio 
Quetzal Editores, 2011
• Marco Polo 
Viagens 
(excertos escolhidos), 
Assírio & Alvim, 2008
• Walter Scott 
Ivanhoe 
Dom Quixote, 1997
Bruce Chatwin
Na Patagónia
Edição: 2009
Editor: Quetzal
ISBN: 9789725647721
 
«Encontrávamo-nos tão perto da costa, que a ressaca do 
mar batia contra o costado do barco e estávamos assombra-
dos pelo terror do nosso próximo fim.»
«Um livro esplêndido.»
Sunday Times
«Um livro de viagens para se colocar na estante ao 
lado de Graham Greene, Somerset Maugham e Paul 
Theroux.»
The New York Times Book Review
Raul Brandão
As ilhas desconhecidas
Edição: 2011
Editor: Quetzal
ISBN: 9789725649398
 
«Nasce o Sol. No alto, a delicadeza, a beleza, a alegria 
das aves, das gaivotas, a que os rapazes das Flores chamam 
passarocas, atirando-lhes pedras quando elas grasnam – eh! 
eh!...
Passaroca louca, 
O teu pai morreu
Tua avó chorou!...»
«Entre junho e agosto de 1924, na companhia de ou-
tros intelectuais (entre eles, Vitorino Nemésio), Raul 
Brandão viajou pelos arquipélagos da Madeira e dos 
Açores. 
Daí nasceu As ilhas desconhecidas – notas e paisagens, 
um dos mais importantes e belos livros de viagem da li-
teratura portuguesa.»
Texto da contracapa
Umberto Eco
O nome da rosa
Edição: 2011
Editor: Gradiva
ISBN: 9789896164546
 
«Era uma bela manhã de fim de novembro. Durante a 
noite, tinha nevado um pouco, mas o terreno estava coberto 
por uma camada fresca com não mais de três dedos de altu-
ra. No escuro, logo depois das laudes, tínhamos ouvido missa 
numa aldeia do vale. Depois, ao despontar do Sol, puséramo-
-nos a caminho em direção às montanhas.
Quando trepávamos pela senda escarpada que serpen-
teava em torno do monte, vi a abadia.»
O enredo d’O nome da rosa centra-se nas investiga-
ções de uma série de crimes misteriosos, cometidos 
numa abadia medieval, no norte de Itália. Parecendo 
Sherlock Holmes, o investigador, o frade franciscano 
William de Baskerville, ajudado pelo jovem noviço 
Adso de Melk, leva a cabo as suas investigações, apesar 
de muitas resistências, e acaba por decifrar o mistério – 
com o fim terrível da abadia… Um verdadeiro romance 
policial!
Texto dos autores
PR
OJ
ET
O 
DE
 L
EIT
UR
A:
 A
 N
OS
SA
 S
EL
EÇ
ÃO 1º Período
1
o-nos tão perto da costa, que a ressaca do 
costado do barco e estávamos assombra-
do
The New York Times Book Review
a
46
manhã de fim de novembro. Durante a 
um pouco mas o terreno estava coberto
nhecidas
8
No alto, a delicadeza, a beleza, a alegria
tas a que os rapazes das Flores chamam
14
Outras sugestões 
programáticas
• AA.VV. 
Antologia do 
Cancioneiro Geral 
(poemas escolhidos), 
Verbo, 2009 
• Jorge Amado 
Capitães da areia 
BIS, 2009 
• Italo Calvino 
As cidades 
invisíveis 
Editorial Teorema, 2009 
• Júlio Dinis 
Serões da província 
Publicações 
Europa-América, 1971 
• Cecília Meireles 
Antologia poética 
(poemas escolhidos), 
Relógio d’Água, 2002 
• Vinicius de Moraes 
Antologia poética 
(poemas escolhidos), 
Dom Quixote, 2003 
• Ondjaki 
Os da minha rua 
Editorial Caminho, 2007 
• Pepetela 
Parábola do cágado 
velho 
Dom Quixote, 2006 
• Petrarca 
Rimas 
(poemas escolhidos), 
Bertrand Editora, 2003 
• Lygia Fagundes Telles 
Ciranda de pedra 
Editorial Presença, 2008 
Amin Maalouf
As cruzadas vistas 
pelos Árabes
Edição: 2013
Editor: Edições 70
ISBN: 9789724417561
 
«Na cidade cercada, a esperança dos primeiros dias de maio 
deu lugar à mais total aflição. No palácio como na rua, não 
se compreende por que motivo as tropas de Mossul tardam 
tanto. Yaghi Siyan está desesperado.»
«Texto cativante, que mescla o tom da crónica con-
temporânea com a mestria estilística do autor, As cru-
zadas vistas pelos árabes apresenta-nos uma perspetiva 
que não é habitual, mas não menos empolgante.»
Texto da contracapa
Sophia de Mello Breyner 
Andresen
Navegações
Edição: 1996
Editor: Editorial Caminho
ISBN: 9789722110495
 
«Vi as águas os cabos vi as ilhas
E o longo baloiçar dos coqueirais
Vi lagunas azuis como safiras
Rápidas aves furtivos animais»
«Fala-se aqui, efetivamente, (…) de um certo olhar 
(o do poeta, naturalmente) sobre as grandes navega-
ções portuguesas: todo o insuperável espanto perante 
a novidade e a “veemência do visível” ou “o brilho do 
visível frente a frente”; o entusiasmo particular, único, 
perante os sucessivos cenários de cada “primitiva ma-
nhã da criação”.»
João Rui de Sousa, Colóquio / Letras, Nº 77, janeiro de 1984
Richard Zimler
O último cabalista 
de Lisboa 
Edição: 2014
Editor: Porto Editora
ISBN: 9789720044914
 
«No ano de 1494 da era cristã, tinha eu oito anos, li a 
história dos íbis sagrados que tinham ajudado Moisés a atra-
vessar um pântano etíope infestado de cobras. Com as tintas 
e corantes de meu tio Abraão desenhei um animal vermelho 
e negro com um bico em forma de foice. O meu tio pegou no 
desenho para o observar.»
«Publicado originalmente em Portugal, O último 
cabalista de Lisboa é um extraordinário romance histó-
rico, que catapultou o seu autor para um sucesso inter-
nacional, tendo sido publicado em toda a Europa, nos 
Estados Unidos e Brasil, onde depressa se tornou um 
bestseller.» 
Texto da contracapa
2º Período
stas 
61
a, a esperança dos primeiros dias de maio
total aflição No palácio como na rua não
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14
94 da era cristã, tinha eu oito anos, li a 
grados que tinham ajudado Moisés a atra-
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s cabos vi as ilhas
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Outras sugestões 
programáticas
• Anónimo 
Lazarilho de 
Tormes 
Vega, 1993 
• Ferreira de Castro 
A selva 
Cavalo de Ferro, 2014 
• Mathias Énard 
Fala-lhesde 
batalhas, de reis 
e de elefantes 
Dom Quixote, 2013 
• António Ferreira 
Castro 
Publicações 
Europa-América, 1997 
• Homero 
Odisseia 
(excertos escolhidos), 
Cotovia, 2003 
• Arturo Pérez-Reverte 
A tábua de Flandres 
Edições ASA, 2009 
• Edgar Allan Poe 
Contos fantásticos 
Guimarães Editores, 2004 
• Manuel Rui 
Quem me dera ser 
onda 
Editorial Caminho, 2007 
• William Shakespeare 
A tempestade 
Campo das Letras, 2001 
• Jonathan Swift 
As viagens de Gulliver 
Edições Nelson de Matos, 2009
• Virgílio 
Eneida 
(excertos escolhidos), 
Bertrand Editora, 2011
Vitorino Nemésio
Vida e obra 
do Infante D. Henrique
Edição: 2010
Editor: Texto Editores
ISBN: 9789724742694
 
«As navegações empreendidas ao largo da costa de África 
no sentido atlântico ligam-se, como vimos, à vigilância a 
exercer ao longo do Algarve para o defender dos Moiros. 
Os corsários berberes e tunísios, assaltando o litoral («anda 
moiro na costa»), provocavam a represália.» 
«Vida e obra do Infante D. Henrique, o título que cou-
be a este livrinho (…) não se há de entender tanto por 
biografia pura e resenha de feitos pessoais como por 
narrativa sumária da empresa histórica portuguesa 
desenrolada na contemporaneidade do Infante e seus 
tempos mais próximos, e não menos historicamente 
projetada na sua figura.»
Texto da contracapa
Almeida Faria
O murmúrio do mundo
Edição: 2012
Editor: Tinta da China
ISBN: 9789896711115
 
«O voo para Cochim (Cochi, ou Kochi), capital do estado 
de Kerala, saiu cedo, com tempo claro, sem vento. Os portu-
gueses que antigamente aqui desembarcaram traziam de-
senhadores e cartógrafos para mapearem bancos de areia, 
ilhas, baixios, cabos, reentrâncias, recortes, perigos previsí-
veis e defesas possíveis desta costa que lhes custaria tantas 
vidas.»
«Inesgotável e inumerável, assim se nos apresenta a 
Índia – tantos os mundos, as almas, os mitos e as fábu-
las, os ritos e os ritmos, as gentes e as divindades! (…)
O texto é entremeado de pequenos relatos e comen-
tários dos mais variados autores, portugueses e estran-
geiros, como forma de o enriquecer e de nos levar ao 
conhecimento de outros ângulos de visão de diferentes 
épocas e gentes.(…)»
Marcello Duarte Mathias, Colóquio / Letras, 181, 
setembro / dezembro 2013.Daniel Defoe 
Robinson Crusoe
Edição: 2009
Editor: Relógio D’Água
ISBN: 9789896411336
 
«Por volta do meio-dia o mar cresceu com força, e o nosso 
castelo de popa mergulhava de tal modo no mar que a água 
atravessava e varria o convés; por uma ou duas vezes chegá-
mos a julgar que a âncora tinha cedido. Então o comandante 
ordenou que largássemos a âncora mestra para impedir que 
o buque retrocedesse, depois de ter largado os cabos até ao 
fim.»
«As aventuras de Robinson Crusoe, a história de um 
náufrago que vive vinte e oito anos numa ilha deserta, 
é baseado numa história verdadeira. O romance foi 
publicado pela primeira vez em 1719 e em poucos me-
ses vendeu mais de oitenta mil exemplares. É um dos 
romances de aventuras mais populares em todo o mun-
do. Um verdadeiro clássico da literatura universal.»
Texto da contracapa
3º Período
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Texto da contracapa
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meio-dia o mar cresceu com força, e o nosso
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P R O F E S S O R
EL10: 15.1 a 15.4; 15.6
E10: 10; 11; 12; 13
O10: 3; 4; 5; 6
L10: 7.5; 9.1
Nota prévia
O Programa e Metas Curricu-
lares de Português do Ensino 
Secundário prevê, na página 29, 
relativamente ao Projeto de Lei-
tura, a sua «articulação com a 
Oralidade e a Escrita» «median-
te a concretização de atividades 
inerentes a estes domínios, con-
soante o ano de escolaridade e 
de acordo com o estabelecido 
entre professor e alunos.». Este 
Manual privilegia, neste âmbito, 
o texto de apreciação crítica e o 
discurso de apreciação crítica 
sobre obras do Projeto de Lei-
tura.
 
Escrita
Nota
No Caderno de Atividades, os 
alunos poderão encontrar ou-
tras propostas de escrita de 
textos de apreciação crítica de 
livros não constantes na lista do 
Projeto de Leitura do Programa 
e Metas Curriculares de Portu-
guês do Ensino Secundário. 
• Grelha de planificação 2, 
p. 68
• Grelha de avaliação 2, 
p. 99
L
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 Documentos
Grelhas de planificação 
e de avaliação 2
Oralidade
Expressão oral
• Grelha de planificação 1, 
p. 60
• Grelha de avaliação 1, 
p. 92
L
P
P
 
 Documentos
Grelhas de planificação 
e de avaliação 1
Atividades 
Escrita
Apreciação crítica
Elabora uma apreciação crítica de um livro 
que tenhas lido no âmbito do teu Projeto de 
Leitura, num texto que tenha entre 200 e 300 
palavras.
Sobre as características deste tipo de texto – 
consulta a página 34 do Manual. 
Sobre a redação deste tipo de texto, consulta 
as páginas 35-37 do Manual.
Divide o teu texto em duas secções:
• primeira: descrição sucinta do livro en-
quanto objeto (formato, capa, contracapa, 
editor, ano e lugar da edição, organização 
interna…);
• Segunda: comentário crítico.
Oralidade
EXPRESSÃO ORAL
Apreciação crítica
Apresenta uma apreciação crítica de um li-
vro que tenhas lido no âmbito do teu Projeto 
de Leitura, numa intervenção de cerca de seis 
minutos.
Estrutura-a em introdução, desenvolvi-
mento e conclusão.
Na introdução, faz uma breve descrição dos 
aspetos físicos do livro (capa, contracapa, editor, 
ano e lugar de edição, organização interna, etc.).
No desenvolvimento, procede a um comen-
tário crítico que incida nos aspetos que preten-
des destacar. (Vê os exemplos indicados para a 
atividade de escrita.)
Indica os aspetos do livro que mais valorizaste, 
justificando sempre. 
Por exemplo:
• um episódio, referindo-o sucintamente;
• uma personagem, caracterizando-a;
• um espaço, identificando-o e descrevendo-o;
• a relação entre duas ou mais personagens, 
identificando-as e explicitando-a;
• a relação do autor ou do narrador com um 
espaço, ou de personagens com um espaço;
• um excerto que vale a pena ler, reler, guardar 
na memória…
Integra estas duas secções no desenvolvi-
mento do teu texto, que deve ter também uma 
introdução e uma conclusão.
Na conclusão, aconselha ou desaconselha a 
leitura do livro, fundamentando.
Faz a tua apresentação seguindo os aspetos 
verbais e não verbais presentes na grelha de 
heteroavaliação.
Podes servir-te de meios TIC na tua apresen-
tação.
Sobre as características do discurso de apre-
ciação crítica, consulta a página 34.
17
0Teste diagnóstico
Em destaque:
Educação literária
«A aia»
Eça de Queirós 
EXCERTO
Leitura
«Breve história dos celtas»
Gramática
• Classes de palavras 
• Funções sintáticas
• Subordinação
Escrita
• Texto de opinião
P R O F E S S O R
Grupo I 
A
1.
1.1 Os advérbios que caracteri-
zam o choro da rainha são, por 
esta ordem, «magnificamen-
te», l. 8, «desoladamente», l. 8, 
e «ansiosamente», l. 9. Todos 
estão ligados a um motivo de 
choro diferente e com ele litera-
riamente relacionados. Assim, 
dada a qualidade social do mari-
do, rei, o advérbio utilizado para 
caracterizar o choro por ele, 
«magnificamente», relaciona-
-se com o seu muito elevado 
estatuto social; a tristeza pro-
funda da rainha por ter perdido, 
além do seu rei, o próprio mari-
do, tristeza de viúva, provocou 
um choro triste, desesperado, 
na solidão que ela adivinha – 
chorou pois «desoladamente»; 
o choro da mãe, extremamente 
preocupada com a sorte do filhi-
nho, infante, está bem traduzi-
do pelo advérbio «ansiosamen-
te», que sugere a expectativa 
temerosa quanto ao futuro da 
criança indefesa, sem pai que a 
proteja perante perigos da mãe 
bem conhecidos. 
GRUPO I
A
Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário.
A aia
Era uma vez um rei, moço e valente,senhor de um reino abundante em cidades e searas, 
que partira a batalhar por terras distantes, deixando solitária e triste a sua rainha e um filhi-
nho, que ainda vivia no seu berço, dentro das suas faixas.
A lua cheia que o vira marchar, levado no seu sonho de conquista e de fama, começava 
a minguar, quando um dos seus cavaleiros apareceu, com as armas rotas, negro do sangue 
seco e do pó dos caminhos, trazendo a amarga nova de uma batalha perdida e da morte do 
rei, trespassado por sete lanças entre a flor da sua nobreza, à beira de um grande rio.
A rainha chorou magnificamente o rei. Chorou ainda desoladamente o esposo, que era 
formoso e alegre. Mas, sobretudo, chorou ansiosamente o pai que assim deixava o filhinho 
desamparado, no meio de tantos inimigos da sua frágil vida e do reino que seria seu, sem 
um braço que o defendesse, forte pela força e forte pelo amor.
Desses inimigos o mais temeroso era seu tio, irmão bastardo do rei, homem depravado 
e bravio, consumido de cobiças grosseiras, desejando só a realeza por causa dos seus te-
souros, e que havia anos vivia num castelo sobre os montes, com uma horda1 de rebeldes, 
à maneira de um lobo que, entre a sua atalaia, espera a presa. Ai! a presa agora era aquela 
criancinha, rei de mama, senhor de tantas províncias, e que dormia no seu berço com o seu 
guizo de ouro fechado na mão!
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Robert Henri, A lavadeira, 1916
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0 Teste diagnóstico
P R O F E S S O R
2. A identificação do tio com a 
fera deriva do facto de ele habi-
tar, como os lobos, nos altos das 
montanhas – sempre a esprei-
tar a possível presa. 
3. Trata-se de uma escrava ex-
tremamente fiel em relação aos 
seus senhores e profundamente 
protetora do pequeno infante de 
quem deve cuidar; chorou inten-
samente a morte do seu senhor; 
era-lhe de tal modo fiel que via 
já o dia em que o iria servir no 
Céu. Além disso, o seu instinto 
protetor em relação ao pequeno 
príncipe, profundamente mater-
nal, avivou-se com a sua nova si-
tuação de criança indefesa. Fiel 
e protetora são, pois, dois adje-
tivos que a caracterizam bem, 
com base nas suas atitudes e 
nos seus pensamentos. 
4. Trata-se da metáfora «flor».
1 bando 
2 a devoção, o culto 
3 servidores
4 subiria
5 vaso pequeno de cerâmica 
onde se queimam plantas 
aromáticas
6 espadas
Ao lado dele, outro menino dormia noutro berço. Mas este era um escravozinho, filho 
da bela e robusta escrava que amamentava o príncipe. Ambos tinham nascido na mesma 
noite de verão. O mesmo seio os criava. Quando a rainha, antes de adormecer, vinha beijar 
o principezinho, que tinha o cabelo louro e fino, beijava também, por amor dele, o escravo-
zinho, que tinha o cabelo negro e crespo. Os olhos de ambos reluziam como pedras precio-
sas. Somente o berço de um era magnífico e de marfim entre brocados – e o berço do outro, 
pobre e de verga. A leal escrava, porém, a ambos cercava de carinho igual, porque, se um era 
o seu filho – o outro seria o seu rei.
Nascida naquela casa real, ela tinha a paixão, a religião2 dos seus senhores. Nenhum 
pranto correra mais sentidamente do que o seu pelo rei morto à beira do grande rio. Per-
tencia, porém, a uma raça que acredita que a vida da Terra se continua no Céu. O rei seu 
amo, decerto, já estaria agora reinando em outro reino, para além das nuvens, abundante 
também em searas e cidades. O seu cavalo de batalha, as suas armas, os seus pajens tinham 
subido com ele às alturas. Os seus vassalos3, que fossem morrendo, prontamente iriam, 
nesse reino celeste, retomar em torno dele a sua vassalagem. E ela, um dia, por seu turno, 
remontaria4 num raio de luz a habitar o palácio do seu senhor, e a fiar de novo o linho das 
suas túnicas, e a acender de novo a caçoleta5 dos seus perfumes; seria no Céu como fora na 
Terra, e feliz na sua servidão.
Todavia, também ela tremia pelo seu principezinho! Quantas vezes, com ele pendurado 
do peito, pensava na sua fragilidade, na sua longa infância, nos anos lentos que correriam 
antes que ele fosse ao menos do tamanho de uma espada, e naquele tio cruel, de face mais 
escura que a noite e coração mais escuro que a face, faminto do trono, e espreitando de 
cima do seu rochedo entre os alfanges6 da sua horda! Pobre principezinho de sua alma! 
Com uma ternura maior o apertava então nos braços.
Eça de Queirós, «A aia», in Contos, Lisboa, Edições Livros do Brasil, 2012, pp. 157-160.
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1. Atenta na reação da rainha quando soube da morte do marido na guerra – terceiro 
parágrafo, ll. 8-11. 
1.1 Justifica a utilização de cada um dos três advérbios que servem para caracteri-
zar o seu choro.
2. Refere o facto que possibilita ao narrador identificar o tio do pequenino príncipe com 
um lobo, l. 15.
3. Elabora a caracterização psicológica da escrava tendo em consideração as suas ati-
tudes presentes no texto.
4. Identifica o recurso expressivo presente em «(…) trespassado por sete lanças entre a 
flor da sua nobreza, à beira de um grande rio.», l. 7. 
B
Escreve um texto no qual, recorrendo à tua experiência de leitura, apresentes uma 
personagem marcante de uma narrativa que tenhas lido na íntegra durante o 3º Ciclo. 
Não deixes de justificar a escolha dessa personagem.
O teu texto deve ter entre 80 e 130 palavras.
21
0
GRUPO II
Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário.
Os celtas não morreram. É certo que já lá vão 
dois milénios desde que a civilização céltica per-
deu a sua grandeza, depois de ter dominado a Eu-
ropa Central e Ocidental durante cinco séculos. 
Foi destruída pela colonização romana, pelas inva-
sões germânicas e pelo desenvolvimento do cris-
tianismo. Mas os celtas não se apagaram na grande 
amálgama1 de populações que, desde então, foi 
incessantemente alterando a face da Europa. No 
continente, perderam a identidade e a especifi-
cidade; mas o seu espírito sobreviveu na sombra 
das lendas e do folclore, e também na língua, que 
se manteve, apesar de tudo, na Bretanha. Nas ilhas 
britânicas, na Irlanda, no País de Gales e na Escó-
cia, continuaram vivos, na mesma altura em que 
Roma mergulhava na decadência. O próprio cris-
tianismo não abafou por completo a sua cultura: 
eram monges os que, nos finais da Idade Média, 
transcreveram as obras-primas de uma literatura 
oral que propagava2 mitos e lendas dos quais a cul-
tura europeia se alimentou em grande parte. Artur, 
Lancelote, Merlin, Morgana, o Graal e a Távola Re-
donda, que passaram a fazer parte do seu patrimó-
nio, embora muito corrigidos pelos ensinamentos 
da Igreja, provêm da herança céltica. Portanto, os 
celtas ainda vivem, pelo menos no nosso imaginá-
rio, e hoje, na orla3 atlântica da Europa Ocidental, 
entoam um canto vindo do fundo dos séculos.
Uma origem imprecisa
Ao iniciarmos um livro que lhes é consagra-
do, gostaríamos de poder defini-los com bastante 
exatidão, de modo a circunscrever4 o campo de 
estudo e precavermo-nos5 contra qualquer ris-
co de confusão. Mas o tempo e o espaço em que 
se afirmaram foram tão extensos que é impossí-
vel encerrá-los em fronteiras definidas ou entre 
duas datas. A arqueologia, a filologia6 e a mitologia 
atestam-no: um conjunto de povos cuja origem só 
em parte se conhece partilhou, durante vários mi-
lénios, línguas, práticas, crenças, se não comuns, 
pelo menos semelhantes.
Keltoi: é assim que os celtas são mencionados 
nos primeiros textos gregos, no século VI a. C. O 
nome parece provir daquele que eles próprios já se 
atribuíam (teriam, pois, uma consciência de iden-
tidade). Qualificava diversas populações que ocu-
pavam então a maior parte da Europa Ocidental e 
Oriental, onde haviam edificado7 a primeira grande 
civilização.
 Gilles Plazy, ABCedário dos celtas, Lisboa, Público, 2001. 
(Texto adaptado)
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