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Civil - (dos bens)

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Conceito 
O que são bens? O Código Civil português designa 
como coisa aquilo que, como veremos, entende-se no 
Brasil como sendo bem. 
 1 . diz-se coisa tudo aquilo que pode ser 
objecto de relações jurídicas. 
 2 . consideram-se, porém, fora do comércio 
todas as coisas que não podem ser objecto de direitos 
privados, tais como as que se encontram no domínio 
público e as que são. Por sua natureza, insusceptíveis 
de apropriação individual. 
(CÓDIGO CIVIL PORTUGUÊS, artigo 202) 
O Código Civil brasileiro não é claro. A ausência 
da norma faz com que a doutrina diferencie bens e 
coisas. Nesse sentido, segundo Tepedino (2011), 
considera-se coisas todas as entidades do universo, 
algumas das quais, designadas tecnicamente como 
bens, são identificadas como ponto de referência 
objetivo de relação jurídica. 
Conforme Tepedino (2011), a doutrina apenas 
considera coisa aquelas suscetíveis de se construir 
objeto de direito. 
Bem seria objeto de direito, tudo aquilo que, 
direta ou indiretamente, satisfaça um interesse ou 
necessidade humano e como tal possa ser tutelado pelo 
Direito. Deve existir palpável ou ser tangível. 
Um carro, uma conduta e uma criação são 
bens. 
A lua é uma coisa, embora não seja um bem. 
a honra e os direitos autorais são bens que 
não são coisas. 
Coisa é algo corpóreo, com existência física e os 
bens, que são espécies de coisas, são tudo aquilo que 
seja objeto de direito e satisfaça uma necessidade ou 
interesse humano. 
ATENÇÃO 
1) Não se pode confundir OBJETO DE DIREITO com 
CONTEÚDO DE DIREITO, o conteúdo do direito é a 
utilidade que se extrai do bem jurídico para determinado 
aproveitamento econômico. 
Patrimônio, segundo Clóvis Beviláqua (2001) o 
patrimônio seria o complexo das relações jurídicas de 
uma pessoa que tiverem valor econômico. É a atividade 
econômica de uma pessoa, sob o seu aspecto jurídico, 
ou a projeção econômica civil. 
Bens corpóreos, incorpóreos, 
Considerados em si mesmo e 
Reciprocamente considerados 
DIFERENÇA NAS CLASSES DE BENS (livro II – CC) 
(I) Dos Bens Considerados em Si Mesmos: Abarca – 
bens, imóveis, móveis, fungíveis, consumíveis, divisíveis, 
singulares e coletivos. 
(II) Dos Bens Reciprocamente Considerados: Cuida do 
tratamento dos bens principais, pertenças, frutos e 
benfeitorias. 
Direito civil 
Dos bens 
(III) Doa Bens Públicos: compreende os bens 
pertencentes as pessoas jurídicas de direito público 
interno, quais sejam: União, estados, DF, municípios, 
Autarquias e Fundações Públicas. 
Bens corpóreos e incorpóreos 
→Corpóreos – na definição de Gustavo Tepedino 
e Milena Donato Oliva (2021) são bens de natureza 
corpórea não só de os objetos tangíveis, identificados 
no Direito Romano como aqueles que poderia ser tocado 
com os dedos- quae tangi possunt -, mas de qualquer 
modo perceptíveis sensorialmente. Ou, na definição 
mais sucinta de Clóvis Beviçáquia (2001), são os que 
ocupam lugar limitado no espaço. 
 Atualmente consideramos como sendo bens 
materiais ou corpóreos “as diversas formas de energia, 
como a eletricidade, o gás, o vapor” (Gonçalves, 2013). 
→Incorpóreos – aqueles que adquirem vida (jurídica) 
no mundo ideal ou espiritual, providos por vez de valores 
essenciais à pessoa humana. Exemplo, “a energia motriz 
em que resulta a atividade prestacional (obrigação de 
fazer e não fazer), que tem como objeto o 
comportamento humano” (TEPEDINO, 2021). 
 Com a evolução tecnológica, podemos identificar 
novos bens jurídicos, notadamente imateriais, como as 
criações intelectuais, a informação, o know-how, os 
interesses difusos, a reclamarem disciplina jurídica. 
Bens móveis e imóveis 
→móveis – segundo o Art. 82 “são móveis os bens 
suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por 
força alheia, sem alteração da substância ou da 
destinação econômico-social.” 
I – As energias que tenham valor econômico; 
II – Os direitos reais sobre os objetos móveis e ações 
correspondentes; 
III – Os direitos pessoais de caráter patrimonial e 
respectivas ações. 
(CÓDIGO CIVILL, artigo 83) 
→imóveis – segundo o Art. 79. “são bens imóveis o 
solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou 
artificialmente”. A distinção tem relevância, pois certos 
institutos, como a hipoteca (direito real de garantia), só 
são admitidos, em princípio, para bens imóveis. 
 O regime jurídico aplicável a cada tipo de bem 
difere como no caso do Art. 108/CC “não dispondo a 
lei em contrário, a escritura pública é essencial á 
validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, 
transferência, modificação ou renúncia de direitos 
reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o 
maior salário-mínimo vigente no País”. Ou seja: bens 
imóveis acima do valor estipulado pela lei só podem ter 
a sua propriedade transferida por meio de escritura 
pública. 
Pela doutrina de Tepedino bem imóvel é “aquilo 
que não se pode transportar sem destruí-lo ou alterá-
lo em sua substância” 
(I) Bens imóveis por natureza ou por acessão 
física natural; 
• “o solo e tudo que a ele adere como 
parte integrante da natureza e que se 
fixa ao solo pela raiz”. Ex.: lagos, lagoas, 
árvores e frutos pendentes (desde que 
naturalmente gerados e até que sejam 
colhidos e separados do solo). 
(II) Bens imóveis por acessão física artificial; 
• As plantações, assim como as 
construções erguidas 
permanentemente, ou de forma 
tendencialmente definitiva, isto é, 
aquelas que se prendem ao solo por 
engenhos fixos de modo a se 
incorporarem à terra, imobilizando-se. 
A fungibilidade abrange não apenas os 
objetos de direito, mas também as 
prestações, isto é, de obrigações de fazer 
ditas infungíveis, como a que contrata um 
pintor de parede. Diferente seria se a 
pintura fosse de uma tela retratando uma 
pessoa. 
 
(III) Bens imóveis por determinação legal; 
ACESSÃO: Tudo que se incorpora permanentemente ao 
solo. 
➔ NATURAIS: aluvião (art.1250/CC) e avulsão 
(art. 1251/CC). 
Aluvião – os acréscimos formados, 
sucessiva e imperceptivelmente, por 
depósitos e aterros naturais ao longo das 
margens das correntes, ou pelo desvio das 
águas destas, pertencem aos donos dos 
terrenos marginais, sem indenização. 
Avulsão – por força natural ou violenta, uma 
porção de terra se destacar de um prédio 
e se juntar a outro, o dono deste adquirirá 
a propriedade do acréscimo, se indenizar o 
dono do primeiro ou, sem indenização, se, em 
um ano, ninguém houver reclamado. 
➔ INDUSTRIAIS: há interferência decisiva da 
atividade humana. 
Segundo TEPEDINO, passam a ter natureza imobiliária: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 84 – “os materiais destinados a alguma 
construção, enquanto não forem empregados, 
conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa 
qualidade os provenientes da demolição de algum 
prédio” 
 Ex.: a madeira que irá construir a casa. Até a 
sua construção ela será considerada móvel; caso haja 
demolição definitiva, isto é, esta não seja mero 
desmonte para posterior reconstrução ela também 
será considerada bem móvel. 
bens móveis por antecipação (art.95/cc): 
apesar de ainda não separados do bem principal, os 
frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico. 
→ fungíveis – são fungíveis os móveis que 
podem substituir-se por outros da mesma espécie, 
qualidade e quantidade. Como por exemplo de fungíveis, 
podemos citar o dinheiro e os gêneros alimentícios em 
geral. 
MÚTUO – EMPRÉSTIMO DE COISAS FUNGÍVEIS – 
ARTIGO 586/CC. 
→infungíveis – os bens que não podem ser 
substituídos por outros da mesma espécie, quantidade 
e qualidade. São exemplos, pinturas e livros. 
COMODATO – EMPRÉSTIMO GRATUITO DE COISAS 
NÃO FUNGÍVEIS – ARTIGO 579/CC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
I 
II 
III 
OS DIREITOS SOBRE COISA ALHEIA, 
PREVISTO NO ART. 1.225/CC, como 
usufruto de bens imóveis, a servidão 
predial, o direito de superfície. 
AS AÇÕES PARA SUA TUTELA, como a 
reivindicatória, hipotecária, negatóriade 
servidão e assim por diante. 
O DIREITO DE SUCESSÃO ABERTA, mesmo 
se o acervo hereditário for composto 
exclusivamente por bens móveis 
separando o legislador, nitidamente, os 
bens do acervo hereditário do direito á 
transmissão em si considerado. 
→consumíveis – art.86/CC – são consumíveis 
os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da 
própria substância, sendo também sendo considerados 
tais os destinados à alienação. 
(II) CONSUNTIBILIDADE/CONSUMIÇÃO FÍSICA – por 
exemplo, biscoito que ao ser comido importa a 
destruição imediata da sua própria substância. 
(II) CONSUNTIBILIDADE/CONSUMIÇÃO JURÍDICA – aqui 
o bem não se destrói ao primeiro uso, embora seja, em 
essência, consumível. Ex.: Carro, o pacote de biscoito na 
prateleira. 
→inconsumíveis - Bens inconsumíveis são os 
que proporcionam reiterados usos, como um vestido, 
sapato etc. Coisas inconsumíveis podem se tornar 
consumíveis se destinadas à alienação. Por exemplo, o 
livro, enquanto na livraria, é um bem consumível, pois 
destina-se à alienação. 
→divisíveis (ART.87) - “Bens divisíveis são 
os que se podem fracionar sem alteração na sua 
substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo 
do uso a que se destinam”. 
 O bem divisível pode ser fracionado em parcelas 
homogêneas, que conservam todas as características 
equivalentes, compatíveis com o todo originário 
(TEPEDINO; OLIVA, 2021). 
→INDIVISÍVEL - No entanto, para o Direito, o 
conceito de (in)divisibilidade é outro, pois indivisível será 
o bem, caso seu fracionamento, embora fisicamente 
possível, importar menoscabo ou desnaturar a vocação 
econômica a que se destina. 
• POR NATUREZA (FÍSICA) – um relógio, 
por exemplo. 
• POR DETERMINAÇÃO LEGAL 
(INDIVISIBILIDADE JURÍDICA) – por 
exemplo a hipoteca, segundo o art. 
1421/CC. 
• POR VONTADE DAS PARTES 
(INDIVISIBILIDADE CONVENCIONAL) – por 
exemplo, quando as partes tornam a 
coisa indivisa (como na hipótese do 
art.1.320, & 1º) 
ARTIGO 88. “bens naturalmente divisíveis podem 
tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por 
vontade das partes” 
→singulares (art.89) - “São singulares os 
bens que, embora reunidos, se consideram de per si, 
independentemente dos demais.” 
Singular é o bem considerado (funcionalmente) em sua 
individualidade, independentemente de se encontrar 
reunido com outros da mesma natureza. EX.: uma 
árvore e um livro são bens singulares. 
→coletivos: 
Coletivo ou universal, ao revés, é o bem constituído pelo 
todo unitário e orgânico resultante da reunião de 
objetos (universalidade). EX.: uma floresta e uma 
biblioteca são bens coletivos, ou, como o Código esmiúça: 
universalidades. 
→simples – os simples consideram-se em sua 
inteireza: o vaso, o boi, a faca. (TEPEDINO; OLIVA,2021) 
→compostos – são formados por partes que, 
sem perderem sua autonomia, se tornam elementos 
constitutivos do objeto considerado: um avião, um 
automóvel, um edifício. (TEPEDINO; OLIVA, 2021) 
→DE FATO – (ART.90) “constitui universalidade de 
fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes 
à mesma pessoa, tenham destinação unitária” 
PARÁGRAFO ÚNICO. Os bens que formam essa 
universalidade podem ser objeto de relações jurídicas 
próprias” 
 No caso do lobo, que existe per si, entretanto, 
uma alcateia é uma universalidade de fato, assim como 
um rebanho. Quando há uma universalidade de fato, 
podem-se criar relações jurídicas que a envolvam, ou 
seja, pode-se vender tanto uma única vaca como todo 
rebanho como algo unitário. 
→de direito – (art. 91) “constitui universalidade 
de direito o complexo de relações jurídicas, de uma 
pessoa, dotadas de valor econômico” 
 A universalidade de direito é aquela criada e 
imposta pela própria lei, que atribui caráter de unidade 
a uma pluralidade de bens. É o caso da herança, de 
massa falida, do patrimônio e do fundo do comércio. 
→bens principais – (art. 92) “a principal é o 
bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; 
acessório, aquele cuja existência supões a do principal” 
 Segundo Tepedino e Milena Donato (2021), “a 
ideia é que diante de dois ou mais bens reciprocamente 
considerados, reputa-se principal o bem cuja função 
pode ser realizada independente de qualquer outro, 
tendo-se, em contrapartida, como acessório o bem cujo 
destino depende do principal”. 
→bens acessórios – pode ocorrer tanto 
entre coisas, como entre direitos, sejam eles pessoais/ 
de crédito ou reais. Como por exemplos, segundo 
Gonçalves (2013), podemos pensar na árvore, que é 
acessório ao solo, assim como no contrato de fiança, 
que pode vir como acessório a um contrato principal de 
locação. 
PRINCÍPIO DA GRAVITAÇÃO JURÍDICA, representado 
pelo brocado latino accessorium sequitur principale: o 
acessório segue o principal. Segundo Tepedino “o bem 
acessório, por sua destinação servil ao principal, não 
recebe do ordenamento tratamento autônomo, 
permanecendo subordinado à finalidade econômica e ao 
destino do bem em cuja órbita gravita”. 
ARTIGOS DO CC, 1.209, 233, 287, 822, 823, 824, 
837, 404 e 407 
Nos artigos 93 e 94, o legislador disciplina as 
PERTENÇAS. Vejamos: 
ARTIGO 93 “são pertenças os bens que, não 
constituindo partes integrantes, se destinam, de modo 
duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento 
de outro” 
ARTIGO 94 “os negócios jurídicos que dizem respeito 
ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se 
ao contrato resultar da lei, da manifestação de 
vontade, ou das circunstâncias do caso” 
 Assim, podemos definir pertença, bens móveis 
não constituindo partes integrantes (como os frutos, 
produtos e benfeitorias), estão afetados por forma 
duradoura ao serviço ou ornamentação de outro, como 
tratores destinados a uma melhor exploração de 
propriedade agrícola e os objetos de decoração de uma 
residência, por exemplo. 
 As pertenças não são acessórios ou partes 
integrantes.

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