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Questões prova semestre anterior de imunologia 1) Diferença entre imunidade inata e adquirida? SISTEMA IMUNE INATO ou SISTEMA IMUNITÁRIO INATO que é o nome dado ao conjunto de formas de imunidade que nasce com o indivíduo, sem necessidade de introdução de substâncias ou estruturas exteriores ao organismo. É a imunidade fornecida pelos macrófagos que são células fagocitárias; pela pele, que é uma barreira de proteção contra microorganismos invasores; por substâncias químicas presentes no corpo; pelo sistema complemento que é um complexo de proteínas que atuam na imunidade. Essa imunidade não sofre modificações ao longo da vida do individuo e não tem memória, ou seja, tem origem genética. IMUNIDADE INATA (resumo) ➢ Primeira resposta contra o antígeno – 1ª linha de defesa do organismo; ➢ Não reconhece o antígeno, apenas o microorganismo invasor; ➢ Reconhece apenas PAMPS (padrões moleculares associados ao patógeno) ➢ Não gera memória imunológica; ➢ ESTIMULA A IMUNIDADE ADQUIRIDA COMPONENTES DA IMUNIDADE INATA ❖ Barreiras químicas e físicas ❖ Pele e mucosas ❖ Subst. Químicas e microbianas. ❖ Células fagocíticas (neutrófilos e macrófagos) e células natural Killer (NK); ❖ Proteínas do sangue; ❖ Complemento ❖ Outros mediadores inflamatórios ❖ Citocinas IMUNIDADE ADQUIRIDA que refere-se à proteção que um individuo desenvolve contra certos tipos de microorganismo ou substâncias estranhas. A imunidade adquirida é desenvolvida durante toda a vida de um individuo, e esta imunidade pode ser ativa ou passiva; onde a primeira ocorre quando pessoa é exposta a microorganismo ou substâncias estranhas e o sistema imunológico responde. Já a imunidade adquirida passiva ocorre quando são transferidos de uma pessoa para outra. A imunidade adquirida é de origem hereditária, mas depende de fatores ambientais, possui memória, sofre modificações e não é definitiva ao longo da vida. IMUNIDADE ADQUIRIDA (resumo) ➢ “Adquirida após o contato com o Antígeno” ➢ É ativada pela imunidade inata ➢ Reconhece o antígeno – ESPECÍFICO ➢ Aprimora a cada contato com o antígeno – MEMÓRIA ➢ Componentes: linfócitos e seus produtos TIPOS DE LINFÓCITOS ❖ Linfócito B reconhece o antígeno e apresenta como função a secreção de anticorpos; ❖ Linfócito T auxiliar o antígeno é apresentado pela célula acessória (célula APC) que será apresentado apenas na presença de MHC (complexo de histocompatibilidade) que poderá a partir da liberação de citocinas especificas provocar: Ativação (proliferação e diferenciação dos linfócitos B e T; Ativação dos macrófagos; e inflamação). ❖ Linfócito T citotóxico (CLT) no qual a célula alvo expressa o antígeno, e a partir da interação do linfócito T com a célula alvo ocorre, a lise celular da célula – alvo. HÁ TIPOS DE RESPOSTA IMUNE ADQUIRIDA ATIVA e PASSIVA; HUMORAL e CELULAR; ATIVA: O sistema imune é ativado pelo ANTÍGENO; Os linfócitos reconhecem o antígeno, se ativam e produzem uma resposta; Gera MEMÓRIA IMUNOLÓGICA; Sendo obtido (Infecção e vacinação). PASSIVA: O individuo recebe o produto da resposta imune já pronto (transferência de anticorpos); Confere resistência imediata ao antígeno; O sistema imune é NÃO É ATIVADO pelo antígeno, pois não gera memoria imunológica; Obtido por (soro hiperimune e colostro). HUMORAL: Mediada por ANTICORPOS; célula de defesa LINFÓCÍTO B; Defesa contra patógenos extracelular (possui um receptor de antígeno especifico). CELULAR: Mediada pelos linfócitos T; Defesa contra patógenos intracelulares; Estímulo as celulas a combaterem os patógenos (estimulo a fagocitose –citocinas, e a lise das celulas infectadas) IMUNIDADE INATA E IMUNIDADE ADQUIRIDA ✓ Sistema integrado de defesa; ✓ A resposta inata estimula a adquirida; ✓ A resposta adquirida utiliza os mecanismos efetores da imunidade natural para eliminar os microorganismo; ✓ INATA (Barreira epitelial, fagócitos – macrófagos e neutrófilos; células NK) ADQUIRIDA (Linfócitos B, que atuam na produção de anticorpos; Linfócito T que são células efetoras) 2) Maturação dos linfócitos B e T? A principal célula envolvida na imunidade adaptativa celular é o linfócito T. Ele se origina de PRECURSORES LINFOIDES NA MEDULA óssea e migra para o timo, onde ocorrem maturação e seleção destas células. O PROCESSO DE MATURA OÇÃO DOS LINFÓCITOS T envolve a expressão de um receptor de célula T (TCR- T cell receptor) funcional e das moléculas CD4 e CD8. A geração dos receptores TCR, constituídos por duas cadeias protéicas diferentes, geralmente cadeia alfa e cadeia beta, consiste no rearranjo de vários segmentos gênicos. A recombinação entre esses diferentes segmentos é mediada pelas enzimas RAG1 e RAG2, que são expressas durante a fase de maturação dos linfócitos, gerando um repertório de linfócitos T em torno de 1016. Este repertório possibilita o reconhecimento de diferentes moléculas denominadas antígenos, por serem capazes de induzir respostas imunológicas específicas. Finalizado o processo de maturação no timo, originam-se duas populações de linfócitos T, T CD4+, descritos como auxiliares, e T CD8+, denominados citotóxicos. Essas células atingem a corrente sanguínea e recirculam nos órgãos linfóides secundários, como linfonodos e baço, até encontrarem seu antígeno específico e serem ativadas. Os linfócitos T somente reconhecem antígenos protéicos, processados e apresentados por moléculas de MHC (complexo principal de histocompatibilidade) na superfície de uma célula apresentadora de antígeno - APC (podem ser: um macrófago, uma célula dendrítica). Existem dois tipos principais de MHC, as moléculas de classe I que estão expressas em todas as células nucleadas, e as moléculas de classe II que são encontradas nas APC, principalmente macrófagos, células dendríticas e linfócitos B. O linfócito T CD4+ auxiliar somente reconhece o complexo peptídeo-MHC de classe II, enquanto o linfócito T CD8+ citotóxico reconhece o complexo peptídeo-MHC de classe I. Para que ocorra a apresentação do complexo peptídeo-MHC na superfície celular é necessária a degradação dos antígenos oriundos dos microrganismos, evento denominado processamento antigênico. A localização do antígeno irá determinar por qual molécula de MHC ele será apresentado. Se os antígenos forem fagocitados, eles serão degradados em peptídeos, no interior de vesículas, e apresentados na superfície celular associado ao MHC de classe II(antígenos exógenos e formação de complexos de classe II-peptídio). Por outro lado, se os antígenos estiverem no citosol das células, os mesmos serão clivados por complexos multienzimáticos e associados ao MHC de classe I(antígenos endógenos: geração de complexos de classe I-peptídio). O processo de reconhecimento dos antígenos pelos linfócitos T é altamente específico, com capacidade de distinguir diferenças sutis entre os antígenos. Este evento ocorre nos órgãos linfóides secundários, onde os linfócitos serão ativados e proliferarão após encontrarem as células dendríticas, APC que migram do sítio infeccioso. A resposta mediada por células T ocorre alguns dias após o contato inicial com o antígeno, tempo requerido para que os clones específicos proliferem-se e tornem-se células efetoras. Diferentemente da imunidade inata, composta por células que reconhecem o patógeno, em seu local de entrada no organismo, através de receptores de reconhecimento padrão (PRR). Esses receptores ligam-se a estruturas compartilhas por diversos patógenos (PAMP, do padrão molecular associado ao patógeno) ativando rapidamente as células naquele local. Os linfócitos T que reconhecem o complexo peptídeo-MHC específico irão passar por diversas etapas de ativação até adquirir a capacidade efetora. A ATIVAÇÃO DOS LINFÓCITOS T COMPREENDE TRÊS ETAPAS: 1° sinal - o reconhecimento inicial pelo TCR do complexo peptídeo-MHC, expresso na superfície da APC; 2° sinal - interação das moléculas co-estimuladoras, como B7-1 (CD80) e B7-2 (CD86), expressas nas APC com CD28, expresso nos linfócitos T; 3°sinal - secreção de citocinas pelas APC que atuam nos linfócitos.Após o 1° e 2° sinais, ocorrerá a produção da citocina IL-2 e a expressão do seu receptor de alta afinidade (CD25) que favorecerem a expansão dos linfócitos específicos. Com base nesse conhecimento, podem ser feitas algumas intervenções terapêuticas: utilização de anticorpos que bloqueiam CD25 e/ou moléculas co-estimuladoras, inibindo a proliferação e ativação dos linfócitos e, consequentemente, uma eventual resposta imune direcionada a enxertos em casos de transplante. Após a ativação e expansão clonal dos linfócitos T nos órgãos linfóides secundários ocorre a diferenciação destes linfócitos em células T efetoras e aquisição de moléculas de adesão que permitem o seu endereçamento para o sítio infeccioso. Além disso, essa migração é dependente de quimiocinas secretadas no sítio infeccioso. Neste local, os linfócitos reconhecem novamente o complexo peptídeo-MHC para desempenharem sua função efetora de acordo com o seu padrão de diferenciação, ampliando os mecanismos efetores da imunidade inata. Até o presente, são bem caracterizadas quatro populações de linfócitos T CD4+: Th1 (Th, do inglês T helper), Th2, T reguladoras e Th17. Os linfócitos T CD4+ do padrão Th1 secretam IFNγ, principal citocina envolvida na ativação de macrófagos, importante no controle de infecções por patógenos intracelulares. As células T CD4+ de padrão Th2 secretam IL-4 e IL-5, e estão associadas com as doenças alérgicas e infecções por helmintos. Os linfócitos T CD4+ de padrão Th17 secretam IL-17, que possui importante papel na inflamação, por induzirem o recrutamento de neutrófilos. Evidências clínicas e experimentais sugerem que algumas doenças autoimunes, como esclerose múltipla e artrite reumatóide, estejam relacionadas à produção exacerbada de IL-17. E por fim, as células T CD4+ reguladoras (Treg) têm a função de evitar o desenvolvimento de doenças autoimunes, além de minimizar respostas imunes exacerbadas que provoquem lesão tecidual. Essas células atuam por diferentes mecanismos, sendo um deles a secreção de citocinas com função antiinflamatória, como a IL-10 e o TGF-β. Além dos linfócitos T CD4+ atuarem sobre as células da imunidade inata, eles também influenciam na proliferação e diferenciação dos linfócitos B e T CD8+. Os linfócitos T CD8+ atuam de forma mais direta na célula-alvo através da secreção do conteúdo de seus grânulos: perforinas e granzimas. Essas enzimas induzem a morte da célula alvo basicamente por dois mecanismos: NECROSE E APOPTOSE. As células T CD8+ estão envolvidas principalmente nas respostas antivirais e também possuem atividade antitumoral. Após migrarem para o local da infecção, serem ativados e desempenharem sua função efetora, os linfócitos T morrem por apoptose, permanecendo no organismo as células T de memória. Células de memória serão importantes numa próxima exposição àquele mesmo antígeno porque são ativadas mais rapidamente, e portanto, serão capazes de gerar resposta imune mais intensa e eficiente. A medula óssea constitui o sítio primário de diferenciação da célula B. Estudos sugerem que a diferenciação da célula B ocorra por toda a vida, de modo que o repertório de células B é continuamente reabastecido. A medula óssea é considerado um órgão linfoide primário para a diferenciação da célula B nos seres humanos adultos e em outros mamíferos(precursores da linhagem B são encontrados, no início do desenvolvimento fetal e locais incluindo o fígado). Os linfócitos B originam-se de células tronco hematopoiéticas, onde adesões interativas de células B com o estroma da medula óssea, que é constituído por células não-linfoides que formam o arcabouço da medula e as ações de citocinas fornecem sinais que promovem a sobrevivência e aumento da proliferação da células iniciais da linhagem B. Célula tronco-> Pró-B->Pré-B->B imatura->B madura->B de memória->célula plasmática(as células plasmáticas constituem o estágio terminal de diferenciação da célula B que sintetiza e secreta moléculas de Ig). 3) Mecanismo da resposta pelos anticorpos (cinco etapas)? A imunidade humoral é tipo de imunidade adaptativa que é mediada por anticorpos. Os anticorpos impedem infecções ao bloquear a capacidade dos microorganismos de invadir as células do hospedeiro, e eliminam microorganismos quando ativam diversos mecanismos efetores. 1- Funciona como receptor do linfócito B (BCR) Nas moléculas dos anticorpos, as regiões de ligação dos antígenos (Fab) estão espacialmente separadas das regiões efetoras (Fc). A Capacidade dos anticorpos de neutralizar microorganismos e toxinas é uma função inteiramente das regiões de ligação dos antígenos. Até mesmo as funções efetoras dependentes de Fc são ativadas depois que os anticorpos se ligam aos antígenos. 2- Neutralização dos antígenos Os anticorpos neutralizam a infectividade dos microorganismos e a patogenicidade das toxinas microbianas ligando-se a e interferindo na capacidade destes microorganismos e toxinas de se ligar às celulas hospedeiras. 3- Opsonização (revestir) de antígenos Os anticorpos revestem (opsonizam) os microorganismos e promovem a fagocitose quando se ligam aos receptores Fc nos fagócitos. A ligação das regiões Fc dos anticorpos com os receptores Fc também estimula as atividades microbicidas dos fagócitos. 4- Atuação ADCC (citotoxidade celular dependente de anticorpos) As celulas natural Killer (NK) e outros leucócitos podem se ligar às celulas revestidas por anticorpos e destrui-las. As celulas NK expressam um receptor Fc, chamado de FcγRIII (CD16), que se liga a uma variedade de anticorpos IgG ligados a uma célula. Como consequência de sinais mediados por essa CD, as celulas NK são ativadas a liberar os seus grânulos, que contem proteinas capazes de destruir os alvos opsonizados. Esse processo é chamado de citotoxidade mediada por anticorpos (ADCC). Um tipo especial de ADCC, mediada por eosinófilos, desempenha um papel na defesa contra infecções por helmintos, sendo que a resposta humoral aos helmintos é dominada pelos anticorpos IgE. 5- Ativação do sistema complemento (SC) O sistema complemento é um conjunto de proteinas circulantes e de superfície celular que desempenha um papel importante na defesa do hospedeiro. O sistema complemento pode ser ativado nas superfícies microbianas sem anticorpos (o que é chamado de via alternativa, um complemento da imunidade inata) e após a ligação com anticorpos aos antígenos ( a via clássica, componente da imunidade humoral adaptativa). As proteinas do complemento são clivadas sequencialmente, e os componentes ativos, sobretudo C3b, se ligam de modo covalente às superfícies nas quais o complemento é ativado. As etapas finais de ativação do complemento levam a formação do complexo de ataque citolítico. Produtos diferentes da ativação do complemento promovem a fagocitose dos microorganismos, induzindo lise celular e estimulando a inflamação. 4) Apresentação do MHC (complexo principal de histocompatibilidade)? (DIFERENÇAS ENTRE CÉLULA B e T)Células B e células T reconhecem diferentes substâncias como antígenos e reconhecem de uma forma diferente. A célula B usa a imunoglobulina ligada à superfície da célula como um receptor e a especificidade deste receptor é a mesma da imunoglobulina que ela é capaz de secretar após a ativação. Células B reconhecem os seguintes antígenos na forma solúvel: 1) proteínas (ambos determinantes conformacionais e d eterminantes expostos pela desnaturação ou proteólise); 2) ácidos nucléicos; 3) polissacarídeos; 4) alguns lipídios; 5) pequenos agentes químicos (haptenos). Contrariamente, a esmagadora maioria dos antígenos de células T são proteínas, e estas precisam ser fragmentadas e reconhecidas em associação com produtos do MHC expressos na superfície de células nucleadas, não em forma solúvel. Células T estão agrupadas funcionalmente de acordo com a classe de moléculas de MHC que se associa com os fragmentos peptídicos da proteína: células T auxiliares(CD4+) reconhecem apenas aqueles peptídeos associados com moléculasde MHC classe II, e células T citotóxicas(CD8+) reconhecem apenas aqueles peptídios associados com moléculas de MHC classe I. II. PROCESSAMENTO E APRESENTAÇÃO DO ANTÍGENO: O processamento e apresentação do antígeno são processos que ocorrem no interior da célula e que resultam na fragmentação de proteínas (proteólise), associação dos fragmentos com moléculas do MHC, e expressão das moléculas “peptídeo-MHC” na superfície onde elas poderão ser reconhecidas pelo receptor de célula T na célula T. Entretanto, a etapa que leva à associação de fragmentos de proteína com moléculas de MHC diferem no MHC classe I e classe II. Moléculas de MHC classe I apresentam produtos de degradação derivados de proteínas intracelulares (endógenas) no citosol. Moléculas de MHC classe II apresentam fragmentos derivados de proteínas extracelulares (exógenas) que estão localizadas em um compartimento intracelular. 1. Processamento e apresentação do antígeno em células expressando MHC classe I. Todas as células nucleadas expressam MHC classe I. As proteínas são fragmentadas no citosol por proteossomos (um complexo de proteínas com atividade proteolítica) ou por outras proteases. Os fragmentos são então transportados através da membrana do retículo endoplasmático por proteínas de transporte. (As proteínas de transporte e alguns componentes do proteossomo têm seus genes no complexo MHC). A síntese e organização das cadeias pesada e beta2 microglobulina ocorre no retículo endoplasmático. No interior do retículo endoplasmático, a cadeia pesada do MHC classe I a beta2microglobulina e o peptídeo formam um complexo estável que é transportado à superfície da célula. 2. Processamento e apresentação do antígeno em células expressando MHC classe II. Enquanto todas as células nucleadas expressam MHC classe I, apenas um limitado grupo de células expressam MHC classe II, que inclui as células apresentadoras de antígenos (APC). As principais APCs são macrófagos, células dendríticas (células de Langerhans), e células B, e a expressão de moléculas de MHC classe II é tanto constitutiva como induzível, especialmente pelo interferon-gama no caso dos macrófagos. As proteínas exógenas incorporadas por endocitose são fragmentadas por proteases em um endossomo. As cadeias alfa e beta do MHC classe II, junto com uma cadeia invariante, são sintetizadas, montadas no retículo endoplasmático e transportadas através do aparelho de Golgi e trans-Golgi para chegar no endossomo, onde a cadeia invariante é digerida, e os fragmentos de peptídios da proteína exógena são capazes de se associar com moléculas de MHC classe II, que finalmente são transportadas para a superfície da célula. 3. Outras informações sobre o processamento e apresentação de antígenos Uma maneira de entender o desenvolvimento de duas vias diferentes é que cada uma delas finalmente estimula a população de células T que é mais eficiente na eliminação do antígeno. Os vírus se replicam no interior de células nucleadas no citosol e produzem antígenos endógenos que podem se associar com MHC classe I. Ao matar essas células infectadas, células T citolíticas ajudam a controlar a propagação do vírus. As bactérias residem e se replicam principalmente no ambiente extracelular. Ao ser incorporado e fragmentado no interior de células como antígenos exógenos que podem se associar com moléculas de MHC classe II, células auxiliares Th2 podem ser ativadas para ajudar células B a fazerem anticorpos contra bactéria, o que limita o crescimento desses organismos. Algumas bactérias crescem intracelularmente no interior de vesículas de células como macrófagos. Células T Th1 inflamatórias ajudam a ativar macrófagos para matar a bactéria intracelular. Fragmentos de proteínas próprias, assim como de não-próprias se associam com moléculas de ambas as classes de MHC e são expressas na superfície da célula. Quais fragmentos se ligam é uma função da natureza química da fenda para aquela molécula de MHC específica. III. RESTRIÇÃO DO MHC AO PRÓPRIO Para que a célula T reconheça e responda a uma proteína antigênica estranha, ela deve reconhecer o MHC na célula apresentadora como sendo MHC próprio. Isso é chamado restrição do MHC ao próprio. Células T auxiliares reconhecem antígeno no contexto de MHC classe II próprio. Células T citolíticas reconhecem antígeno no contexto de MHC classe I próprio. O processo pelo qual células T se tornam restritas ao reconhecimento de moléculas de MHC próprias ocorre no timo. IV. CÉLULAS APRESENTADORAS DE ANTÍGENOS Os três tipos principais de células apresentadoras de antígenos são células dendríticas, macrófagos e células B, embora outras células, que expressem moléculas de MHC classe II, (e.g., células epiteliais do timo) possam agir como células apresentadoras de antígenos em alguns casos. Células dendríticas, que são encontradas na pele e outros tecidos, ingerem antígenos por pinocitose e transportam antígenos para os linfonodos e baço. Nos linfonodos e baço elas são encontrados predominantementemente nas áreas de células T. Células dendríticas são as células apresentadoras de antígenos mais eficientes e podem apresentar antígenos a células não iniciadas (virgens). Além disso, elas podem apresentar antígenos internalizados em associação com moléculas de MHC classe I ou classe II (apresentação cruzada), embora a via predominante para antígenos internalizados é a via de classe II. O segundo tipo de célula apresentadora de antígeno é o macrófago. Essas células ingerem antígenos por fagocitose ou pinocitose. Macrófagos não são tão eficientes na apresentação de antígenos a células T não iniciadas mas eles são muito bons na ativação de células T de memória. O terceito tipo de célula apresentadora de antígeno é a célula B. Essas células se ligam ao antígeno via sua Ig de superfície e ingere antígenos por pinocitose. Assim como macrófagos essas célula não são tão eficientes como as células dendríticas na apresentação de antígeno a células T não iniciadas. Células B são muito eficientes na apresentação de antígeno a células T de memória, especialmente quando a concentração de antígeno é baixa devido às Ig de superfície nas células B se ligarem a antígenos com alta afinidade. V. APRESENTAÇÃO DE SUPERANTÍGENOS: Os superantígenos são antígenos que ativam células T policlonalmente para produzir grandes quantidades de citocinas que podem ter efeitos patológicos. Esses antígenos devem ser apresentados às células T em associação com moléculas de MHC classe II, mas o antígeno não precisa ser processado. No caso de um superantígeno a proteína intata se liga a moléculas do MHC classe II e a uma ou mais regiões Vβ do TCR. O antígeno não é ligado à fenda de ligação ao peptídio da molécula de MHC ou à região de ligação ao antígeno do TCR. Assim, qualquer célula T que usa uma Vβ particular no seu TCR será ativada por um superantígeno, resultando na ativação de um grande número de células T. Cada superantígeno se ligará a um conjunto diferentes de regiões Vβ. V. PAPEL DO TIMO Tanto células Th (linfócito T auxiliar) como Tc( linfócito T citotóxico) tem restrição do MHC ao próprio. Além disso, células T normalmente não reconhecem antígenos próprios. O papel do timo de certificar de que somente células T que chegam à periferia tenham restrição do MHC ao próprio e que sejam incapazes de reagir com antígeno próprio. Células T funcionais na periferia têm que reconhecer antígenos estranhos associados com MHC próprio, porque células APC ou células alvo apresentam antígenos estranhos associados com MHC próprio. Entretanto, um indivíduo não precisa de células T funcionais na periferia que reconheçam antígenos (próprios ou estranhos) associados com MHC não-próprio. Um indivíduo especialmente não deseja células T funcionais na periferia que possam reconhecer antígenos próprios associados com MHC próprio porque eles poderiam levar a danos em tecidos sadios, normais. Processos no timo determinam quais as especificidadesde TCR que serão mantidas. Há duas etapas sequenciais. A primeira, células T com a habilidade de se ligar a moléculas de MHC próprias expressadas pelas células epiteliais corticais do timo são mantidas. Isso é conhecido como seleção positiva. Aqueles que não se ligam, entram em apoptose. Assim, células T com a habilidade de se ligar a moléculas de MHC próprias associadas com moléculas próprias expressadas pelas células epiteliais do timo, células dendríticas e macrófagos são mortas. Isso é conhecido como seleção negativa. Aqueles que não se ligam são mantidos. Como resultado dessas duas etapas, células T tendo um TCR que reconhece MHC próprio e antígeno estranho sobrevivem. Cada célula T que sobrevive a seleção positiva e negativa no timo e é liberada na periferia mantém seu receptor de célula T (TCR) específico. Enquanto a seleção positiva e negativa está ocorrendo no timo as células T imaturas estão também expressando antígenos CD4 ou CD8 nas suas superfícies. Inicialmente a célula pré-T que entra no timo é CD4-CD8-. No timo ela se torna CD4+CD8+ e à medida que a seleção positiva e negativa se processa a célula se torna ou uma célula CD4+ ou CD8+. O compromisso de se tornar células CD4+ ou CD8+ depende de qual seja a classe de molécula de MHC que a célula encontra. Se uma célula CD4+CD8+ é apresentada com uma molécula de classe I ela irá regular negativamente CD4 e se tornará uma célula CD8+. Se a célula é apresentada com uma molécula de MHC de classe II ela irá regular negativamente CD8 e se tornará uma célula CD4+ (Figura 7). VII. SELEÇÃO NEGATIVA NA PERIFERIA A seleção positiva e negativa no timo não é um processo 100% eficiente. Além disso, nem todos os antígenos próprios são expressos no timo. Assim, algumas células T autorreativas podem chegar à periferia. Assim, existem mecanismos adicionais elaborados para eliminar células T autorreativas na periferia. Uma vez que células B não têm restrição ao MHC não há necessidade de seleção positiva de células B. Entretanto, seleção negativa (i.e., eliminação de clones autorreativos) de células B é necessária. Isso ocorre durante o desenvolvimento de célula B na medula óssea. Entretanto, seleção negativa de células B não é crítica como no caso das células T uma vez que, na maioria das vezes, células B requerem a ajuda de célula T para se tornarem ativadas. Assim, se uma célula B autorreativa chega à periferia ela não será ativada devido à falta da ajuda da célula T. Hipermutação e Mudanças de Isotipos (classe) A mudança de classe altera a função efetora da célula B, mas não muda a especificidade da célula. A mudança de classe ocorre nas células B maduras estimuladas pelo antígeno, sintetizando IgM e IgD e envolve um rearranjo subseqüente de DNA, justapondo os genes VDJ rearranjados com um gene diferente da região C da cadeia pesada. A mudança de classe depende tanto do antígeno, quanto de fatores conhecidos como citocinas, secretadas pelas células T. Existem poucas ou nenhuma mudança de classe realizada pelas células B na ausência da citocinas derivadas de célula T. A recombinação para a mudança de classe é característica ao lócus da cadeia pesada de Ig. Ela permite ao anticorpo com uma determinada especificidade antigênica se associar a várias diferentes cadeias de região constante e, assim, contar com diferentes funções efetoras. ( As citocinas influenciam qual região constante a ser usada durante a recombinação para a mudança de classe ao emitir sinais que resultam no acesso de uma determinada região de mudança às proteínas “recombinase de mudança”). As mutações que ocorrem nos genes V das cadeias pesadas e/ou leves, durante a vida de uma célula B, também aumentam a variedade de anticorpos produzidos pela população de células B. Conforme a resposta amadurece, e especialmente após o estímulo secundário pelo antígeno, a afinidade dos anticorpos pelo antígeno aumenta; as sequencias de aminoácidos destes anticorpos divergem daquelas codificadas pelo DNA da linhagem germinativa. Esta divergência resulta principalmente de mutações pontuais na unidade VDJ recombinada dos genes V do anticorpo, provocando mudanças em aminoácidos individuais. Este fenômeno é conhecido como hipermutação somática porque ocorre numa taxa pelo menos 10.000 vezes mais alta do que a taxa normal de mutação. Como conseqüência desta afinação da resposta imunológica, a hipermutação somática aumenta a variedade-assim como a afinidade- dos anticorpos produzidos pela população de células B.
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