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Paper Uniasselvi 2018-2 Confiabilidade das Fontes do Novo Testramento

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A CONFIABILIDADE DAS FONTES DO TEXTO DO 
NOVO TESTAMENTO 
 
Jonas Luiz de Souza 
 Pedro Alberto Flores 
Tainá Amaro Cruz 
Professor Cristiano Vianna 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI 
Licenciatura em História (HID 0508) – Seminário da Prática III (HID 19) 
 
 
1 INTRODUÇÃO: 
 
 Tomando por base o tema de referência sugerido na disciplina Seminário da Prática III: O Uso 
das Fontes e a Pesquisa Histórica, optamos por desenvolver um tema direcionado as fontes do texto 
do Novo Testamento. Entendemos que este tema, além de ser relevante historicamente, vai 
aprofundar aspectos da disciplina de História, tais como: 
- A história oral, a tradição e a memória como fonte de pesquisa. O primeiro passo em qualquer 
investigação histórica consiste em ver quais são as fontes que se podem utilizar e até que ponto são 
confiáveis. 
 
- Documentos e suas tipologias (manuscritos antigos conservados em museus, bibliotecas de 
universidades e do próprio Vaticano, coleções particulares, microfilmes e fotografias destes 
manuscritos antigos e etc.). Obviamente que se reconhece que há uma gama de documentos antigos 
que fazem referência aos escritos do Novo Testamento, já no segundo e terceiro séculos da presente 
era, os quais chamaremos de Fontes Externas ao Novo Testamento. Também se farão comparações 
entre a disponibilidade de manuscritos antigos de outras fontes, por exemplo, os escritos dos filósofos 
e historiadores gregos. 
 
 Partindo desta explanação, nos propomos a responder a seguinte problemática: São dignos de 
confiança as fontes utilizadas para edição do Novo Testamento? 
 Para tanto, como tipologia prática, estaremos procedendo a pesquisa histórica das principais 
fontes e manuscritos, começando com as fontes orais, buscando apresentar quem escreveu, que 
documentos e quantidades de manuscritos existem, uma breve comparação entre estas fontes e outras 
fontes textuais da antiguidade, os primeiros colecionadores ou ‘arquivadores’ dos textos do Novo 
Testamento, etc. 
 O objetivo do presente trabalho, que obviamente não pretende ser exaustivo, é fornecer uma 
base de pesquisa de fontes que garantam um mínimo de segurança na resposta do desafio que nos 
propomos, ou seja, mostrar a confiabilidade das fontes do texto do Novo Testamento. 
 Como justificativa para o presente trabalho, consideramos que o tema geral proposto pela 
UNIASSELVI, “O Uso das Fontes e a Pesquisa Histórica”, é em si mesmo um referencial para uma 
busca histórica de fontes que, de uma ou outra maneira, são parte, se não do imaginário geral, pelo 
menos dos céticos de plantão: será que é confiável o texto do Novo Testamento ou é apenas uma 
criação da religião cristã? A História é feita de fontes, queremos ver se são fontes fidedignas. 
 
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2 Fontes Externas Ao Novo Testamento 
A finalidade principal desse trabalho é sem dúvidas dar um parecer sobre a confiabilidade dos 
textos bíblicos. E para isso utilizarei de comparações com textos de filósofos e historiadores da época 
datada dos acontecimentos, e não somente deles mas também os de séculos depois através disso pode-
se ter uma visão não cristianizada dos fatos. 
É certo que durante o século três não se tinha uma gama grande de recursos disponíveis para 
a explicação de certos acontecimentos, portanto tudo se dava por via oral sendo passado de geração 
em geração e logo após quem tinha o poder da escrita colocava em palavras para que assim como a 
interpretação de algo muda quando passada para o outro, as escrituras bíblicas mudaram conforme 
cada pessoa a transcreveu. 
Durante muito tempo se discutiu sobre a inerrância dos textos bíblicos e até hoje não se chegou 
a uma conclusão. Dito que trata de textos muito antigos em que não se tem o documento original 
somente cópias de cópias. Conforme explanado no começo do texto irei me ater agora ao que os 
filósofos e historiadores falavam sobre o novo testamento e seu principal personagem: Jesus Cristo. 
Tácito, por exemplo, romano do primeiro século, que é aclamado como um dos mais precisos 
historiadores da historia antiga, mencionou “cristãos” supersticiosos (denominado a partir de 
Christus, palavra latina para Cristo), que sofreram nas mãos de Pôncio Pilatos durante o reinado de 
Tibério. Logo mais Suetônio, secretário chefe do imperador Adriano, escreveu que existiu um homem 
intitulado Chrestus que viveu durante o primeiro século. Não existindo somente a versão de filósofos, 
mas também, de pessoas civis como Plínio, o jovem, registrou ressaltando o fato de que os cristãos 
são culturalmente éticos. 
No mesmo cenário de admiração ao salvador tem se também o Talmude da Babilônia 
(Sanhedrin) que confirma as acusações contra cristo de usar magia e encorajar a apostasia dos judeus. 
Outro exemplo nítido que se pode ter desta vez favorável é o de Luciano de Samosata, um escritor 
grego do segundo século, trata que Jesus foi adorado por cristãos, introduziu novos ensinamentos e 
foi crucificado pelos romanos. 
Contudo o mais famoso de todos os relatos é o de Flávio Josefo, um historiador judeu, que trata em 
seus livros da história judaica, ele faz uma menção a Tiago, “O irmão de Jesus, que era chamado 
Cristo”. O verso mais popular diz: “por esse tempo apareceu Jesus, um homem sábio, que praticou 
boas obras e cujas virtudes eram reconhecidas. Muitos judeus e pessoas de outras nações tornaram-
se seus discípulos. Pilatos o condenou a ser crucificado e morto. Porém, aqueles que se tornaram-se 
seus discípulos pregaram sua doutrina, talvez ele fosse o Messias previsto pelos maravilhosos 
prognósticos dos profetas”. 
Na modernidade alguns historiadores trazem a pauta o fato de que o relato de Josefo quebra a 
continuidade da narrativa nos textos, como se aquilo somente tivera sido jogado aleatoriamente no 
meio do capítulo. Uma teoria, não muito comentada, é a de que os escritos originais teriam sido 
alterados por monges copistas, visto que, do século dois ao século quinze, as únicas cópias existentes 
dos livros estavam nos conventos. Todavia também há argumentos que ajudam a reforçar a 
legitimidade do texto, como versões árabes e paleo-eslavas das dissertações de Flávio Josefo. 
Importante ressaltar que no ano de 70 d.C., os romanos invadiram e destruíram Jerusalém e grande 
parte de Israel, chacinando os habitantes, vários que foram testemunhas da existência de Jesus, é 
inegável que apesar de toda a áurea espiritual, é preciso admitir, os valores humanitários deixados 
por ele são impactantes e constituem a própria base de nossa civilização. 
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Assim como mostrado anteriormente é inegável até mesmo para os não cristãos que existiu um 
homem intitulado Jesus Cristo. A bíblia como fonte de conhecimento histórico (sendo ela um dos 
documentos mais antigos da humanidade), é fonte de pesquisa até hoje, por sua riqueza de detalhes, 
fazendo uma breve comparação devemos analisar que os manuscritos de Platão são somente sete, já 
os manuscritos bíblicos são mais de 5.000, sem contar, é claro, dos evangelhos apócrifos. 
Se tomarmos como base as diversas vezes em que os textos bíblicos se contradizem é obvio que a 
mesma perderá metade da sua relevância, mas contudo devemos levar em conta que, por exemplo, é 
falado diversas vezes de formas diferentes que Jesus curou um cego em Jerusalém, se fala de formas 
divergentes, mas é claro o caso de que isso aconteceu. 
Apresentando agora uma versão mais positiva sobre os textos bíblicos, cito Suetônio para embasar a 
perspectiva do novo testamento, já que ele foi um historiador romano que se deteve na historicidade 
de Cristo. Como secretário do rei teve acesso direto a arquivos não disponibilizados ao público, 
mostrando assim a sua forte certeza sobre os assuntos tratados. 
É fator preponderante que existem contradições plausíveis para refutar os acontecimentos descritos 
no novo testamento (sensatamente) que “é preciso usar luvas para ler o novo testamento”,afirmando 
claramente as passagens bíblicas, por mais que existem afirmativas negativas em ponto algum deixa 
de se cogitar a imagem de Jesus e seus apóstolos sendo assim seus acontecimentos relevantes para a 
sociedade. 
Conforme o enredo tratado foi possível analisar pontos positivos que reforçam a veracidade dos textos 
do novo testamento, e notamos conjuntamente que apesar das obvias contradições, latentes caso você 
seja um leitor ávido por conhecimento histórico tão presente no mesmo, é possível encontrar vestígios 
concretos de que Jesus existiu e foi um homem de virtudes. 
Como base para estas etapas do paper e também para a sequência do desenvolvimento e sua 
complementação até a conclusão do mesmo, utilizamos as seguintes fundamentações teóricas, que ao 
final serão apresentadas com maiores detalhes: 
FUNDAMENTAÇÕES TEÓRICAS - REFERÊNCIAS 
WALLACE, Daniel; EHRMAN, Barth D. A Credibilidade Textual do Novo Testamento, debate. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=KdJ-NlVYyOA. Acesso em 21/04/2018. 
 
GEISLER, Norman. A Confiabilidade do Novo Testamento. Disponível em: 
http://ateismorefutado.blogspot.com.br/2014/12/a-confiabilidade-do-novo-testamento.html?m=1. 
Acesso em 20/04/2018. 
BORING, M. Eugene. Introdução ao Novo Testamento, Volume 1. História e Literatura. São Paulo. 
Paulus. 2016. 
EHRMAN, Barth D. O Que Jesus Disse? O Que Jesus não Disse? Quem Mudou a Bíblia e Por Quê. 
Rio de Janeiro. Ediouro Publicações. 2006 
SUETÔNIO. A Vida dos Doze Césares. São Paulo. Martin Claret. 2011 
WITHERINGTON, Ben. História e Histórias do Novo Testamento. São Paulo. Edições Vida Nova. 
2005. 
PAGELS, Elaine. Os Evangelhos Gnósticos. Rio de Janeiro. Editora Objetiva. 2006. 
NIETZSCHE, Friedrich. O Anticristo. São Paulo. Martin Claret. 2006.

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