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A CONFIABILIDADE DAS FONTES DO TEXTO DO NOVO TESTAMENTO Jonas Luiz de Souza Pedro Alberto Flores Tainá Amaro Cruz Professor Cristiano Vianna Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Licenciatura em História (HID 0508) – Seminário da Prática III (HID 19) 1 INTRODUÇÃO: Tomando por base o tema de referência sugerido na disciplina Seminário da Prática III: O Uso das Fontes e a Pesquisa Histórica, optamos por desenvolver um tema direcionado as fontes do texto do Novo Testamento. Entendemos que este tema, além de ser relevante historicamente, vai aprofundar aspectos da disciplina de História, tais como: - A história oral, a tradição e a memória como fonte de pesquisa. O primeiro passo em qualquer investigação histórica consiste em ver quais são as fontes que se podem utilizar e até que ponto são confiáveis. - Documentos e suas tipologias (manuscritos antigos conservados em museus, bibliotecas de universidades e do próprio Vaticano, coleções particulares, microfilmes e fotografias destes manuscritos antigos e etc.). Obviamente que se reconhece que há uma gama de documentos antigos que fazem referência aos escritos do Novo Testamento, já no segundo e terceiro séculos da presente era, os quais chamaremos de Fontes Externas ao Novo Testamento. Também se farão comparações entre a disponibilidade de manuscritos antigos de outras fontes, por exemplo, os escritos dos filósofos e historiadores gregos. Partindo desta explanação, nos propomos a responder a seguinte problemática: São dignos de confiança as fontes utilizadas para edição do Novo Testamento? Para tanto, como tipologia prática, estaremos procedendo a pesquisa histórica das principais fontes e manuscritos, começando com as fontes orais, buscando apresentar quem escreveu, que documentos e quantidades de manuscritos existem, uma breve comparação entre estas fontes e outras fontes textuais da antiguidade, os primeiros colecionadores ou ‘arquivadores’ dos textos do Novo Testamento, etc. O objetivo do presente trabalho, que obviamente não pretende ser exaustivo, é fornecer uma base de pesquisa de fontes que garantam um mínimo de segurança na resposta do desafio que nos propomos, ou seja, mostrar a confiabilidade das fontes do texto do Novo Testamento. Como justificativa para o presente trabalho, consideramos que o tema geral proposto pela UNIASSELVI, “O Uso das Fontes e a Pesquisa Histórica”, é em si mesmo um referencial para uma busca histórica de fontes que, de uma ou outra maneira, são parte, se não do imaginário geral, pelo menos dos céticos de plantão: será que é confiável o texto do Novo Testamento ou é apenas uma criação da religião cristã? A História é feita de fontes, queremos ver se são fontes fidedignas. 2 2 Fontes Externas Ao Novo Testamento A finalidade principal desse trabalho é sem dúvidas dar um parecer sobre a confiabilidade dos textos bíblicos. E para isso utilizarei de comparações com textos de filósofos e historiadores da época datada dos acontecimentos, e não somente deles mas também os de séculos depois através disso pode- se ter uma visão não cristianizada dos fatos. É certo que durante o século três não se tinha uma gama grande de recursos disponíveis para a explicação de certos acontecimentos, portanto tudo se dava por via oral sendo passado de geração em geração e logo após quem tinha o poder da escrita colocava em palavras para que assim como a interpretação de algo muda quando passada para o outro, as escrituras bíblicas mudaram conforme cada pessoa a transcreveu. Durante muito tempo se discutiu sobre a inerrância dos textos bíblicos e até hoje não se chegou a uma conclusão. Dito que trata de textos muito antigos em que não se tem o documento original somente cópias de cópias. Conforme explanado no começo do texto irei me ater agora ao que os filósofos e historiadores falavam sobre o novo testamento e seu principal personagem: Jesus Cristo. Tácito, por exemplo, romano do primeiro século, que é aclamado como um dos mais precisos historiadores da historia antiga, mencionou “cristãos” supersticiosos (denominado a partir de Christus, palavra latina para Cristo), que sofreram nas mãos de Pôncio Pilatos durante o reinado de Tibério. Logo mais Suetônio, secretário chefe do imperador Adriano, escreveu que existiu um homem intitulado Chrestus que viveu durante o primeiro século. Não existindo somente a versão de filósofos, mas também, de pessoas civis como Plínio, o jovem, registrou ressaltando o fato de que os cristãos são culturalmente éticos. No mesmo cenário de admiração ao salvador tem se também o Talmude da Babilônia (Sanhedrin) que confirma as acusações contra cristo de usar magia e encorajar a apostasia dos judeus. Outro exemplo nítido que se pode ter desta vez favorável é o de Luciano de Samosata, um escritor grego do segundo século, trata que Jesus foi adorado por cristãos, introduziu novos ensinamentos e foi crucificado pelos romanos. Contudo o mais famoso de todos os relatos é o de Flávio Josefo, um historiador judeu, que trata em seus livros da história judaica, ele faz uma menção a Tiago, “O irmão de Jesus, que era chamado Cristo”. O verso mais popular diz: “por esse tempo apareceu Jesus, um homem sábio, que praticou boas obras e cujas virtudes eram reconhecidas. Muitos judeus e pessoas de outras nações tornaram- se seus discípulos. Pilatos o condenou a ser crucificado e morto. Porém, aqueles que se tornaram-se seus discípulos pregaram sua doutrina, talvez ele fosse o Messias previsto pelos maravilhosos prognósticos dos profetas”. Na modernidade alguns historiadores trazem a pauta o fato de que o relato de Josefo quebra a continuidade da narrativa nos textos, como se aquilo somente tivera sido jogado aleatoriamente no meio do capítulo. Uma teoria, não muito comentada, é a de que os escritos originais teriam sido alterados por monges copistas, visto que, do século dois ao século quinze, as únicas cópias existentes dos livros estavam nos conventos. Todavia também há argumentos que ajudam a reforçar a legitimidade do texto, como versões árabes e paleo-eslavas das dissertações de Flávio Josefo. Importante ressaltar que no ano de 70 d.C., os romanos invadiram e destruíram Jerusalém e grande parte de Israel, chacinando os habitantes, vários que foram testemunhas da existência de Jesus, é inegável que apesar de toda a áurea espiritual, é preciso admitir, os valores humanitários deixados por ele são impactantes e constituem a própria base de nossa civilização. 3 Assim como mostrado anteriormente é inegável até mesmo para os não cristãos que existiu um homem intitulado Jesus Cristo. A bíblia como fonte de conhecimento histórico (sendo ela um dos documentos mais antigos da humanidade), é fonte de pesquisa até hoje, por sua riqueza de detalhes, fazendo uma breve comparação devemos analisar que os manuscritos de Platão são somente sete, já os manuscritos bíblicos são mais de 5.000, sem contar, é claro, dos evangelhos apócrifos. Se tomarmos como base as diversas vezes em que os textos bíblicos se contradizem é obvio que a mesma perderá metade da sua relevância, mas contudo devemos levar em conta que, por exemplo, é falado diversas vezes de formas diferentes que Jesus curou um cego em Jerusalém, se fala de formas divergentes, mas é claro o caso de que isso aconteceu. Apresentando agora uma versão mais positiva sobre os textos bíblicos, cito Suetônio para embasar a perspectiva do novo testamento, já que ele foi um historiador romano que se deteve na historicidade de Cristo. Como secretário do rei teve acesso direto a arquivos não disponibilizados ao público, mostrando assim a sua forte certeza sobre os assuntos tratados. É fator preponderante que existem contradições plausíveis para refutar os acontecimentos descritos no novo testamento (sensatamente) que “é preciso usar luvas para ler o novo testamento”,afirmando claramente as passagens bíblicas, por mais que existem afirmativas negativas em ponto algum deixa de se cogitar a imagem de Jesus e seus apóstolos sendo assim seus acontecimentos relevantes para a sociedade. Conforme o enredo tratado foi possível analisar pontos positivos que reforçam a veracidade dos textos do novo testamento, e notamos conjuntamente que apesar das obvias contradições, latentes caso você seja um leitor ávido por conhecimento histórico tão presente no mesmo, é possível encontrar vestígios concretos de que Jesus existiu e foi um homem de virtudes. Como base para estas etapas do paper e também para a sequência do desenvolvimento e sua complementação até a conclusão do mesmo, utilizamos as seguintes fundamentações teóricas, que ao final serão apresentadas com maiores detalhes: FUNDAMENTAÇÕES TEÓRICAS - REFERÊNCIAS WALLACE, Daniel; EHRMAN, Barth D. A Credibilidade Textual do Novo Testamento, debate. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=KdJ-NlVYyOA. Acesso em 21/04/2018. GEISLER, Norman. A Confiabilidade do Novo Testamento. Disponível em: http://ateismorefutado.blogspot.com.br/2014/12/a-confiabilidade-do-novo-testamento.html?m=1. Acesso em 20/04/2018. BORING, M. Eugene. Introdução ao Novo Testamento, Volume 1. História e Literatura. São Paulo. Paulus. 2016. EHRMAN, Barth D. O Que Jesus Disse? O Que Jesus não Disse? Quem Mudou a Bíblia e Por Quê. Rio de Janeiro. Ediouro Publicações. 2006 SUETÔNIO. A Vida dos Doze Césares. São Paulo. Martin Claret. 2011 WITHERINGTON, Ben. História e Histórias do Novo Testamento. São Paulo. Edições Vida Nova. 2005. PAGELS, Elaine. Os Evangelhos Gnósticos. Rio de Janeiro. Editora Objetiva. 2006. NIETZSCHE, Friedrich. O Anticristo. São Paulo. Martin Claret. 2006.
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