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Prévia do material em texto

Técnicas de Redação - 2º ano - 2016 1 
 
 
 
 
 
APOSTILA 2016 
 
 
 
 
 
 
TÉCNICAS DE REDAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Técnicas de Redação - 2º ano - 2016 2 
 
 
REVISANDO 
A DIFERENÇA ENTRE DESCRIÇÃO, NARRAÇÃO E DISSERTAÇÃO 
 
Tipos de redação ou composição 
Tudo o que se escreve recebe o nome genérico de redação (ou composição). Existem três tipos 
de redação: descrição, narração e dissertação. E importante que você consiga perceber a 
diferença entre elas. Leia, primeiramente, as seguintes definições: 
 
 
DESCRIÇÃO 
É o tipo de redação na qual se apontam as características que compõem um determinado 
objeto, pessoa, ambiente ou paisagem. 
 
NARRAÇÃO 
É a modalidade de redação na qual contamos um ou mais fatos que ocorreram em determinado 
tempo e lugar, envolvendo certos personagens. 
 
DISSERTAÇÃO 
E o tipo de composição na qual expomos ideias gerais, seguidas da apresentação de 
argumentos que as comprovem. 
 
Veja agora três exemplos dessas modalidades: 
 
Descrição 
 
Sua estatura era alta e seu corpo, esbelto. A pele morena refletia o sol dos trópicos. Os olhos 
negros e amendoados espalhavam a luz interior de sua alegria de viver e jovialidade. Os traços bem 
desenhados compunham uma fisionomia calma, que mais parecia uma pintura. 
 
Narração 
 
Em uma noite chuvosa do mês de agosto, Paulo e o irmão caminhavam pela rua mal-iluminada 
que conduzia à sua residência. Subitamente foram abordados por um homem estranho. Pararam, 
atemorizados, e tentaram saber o que o homem queria, receosos de que se tratasse de um assalto. 
Era, entretanto, somente um bêbado que tentava encontrar, com dificuldade, o caminho de sua casa. 
 
Dissertação 
 
Tem havido muitos debates sobre a eficiência do sistema educacional brasileiro. Argumentam 
alguns que ele deve ter por objetivo despertar no estudante a capacidade de absorver informações 
dos mais diferentes tipos e relacioná-las com a realidade circundante. Um sistema de ensino voltado 
para a compreensão dos problemas socioeconômicos e que despertasse no aluno a curiosidade 
científica seria por demais desejável. 
Assim sendo, podemos elaborar o seguinte quadro: 
 
 
 
 
 
 
Como você pode perceber, não há como confundir estes três tipos de redação. Enquanto a 
descrição aponta os elementos que caracterizam os seres, objetos, ambientes e paisagens, a 
narração implica uma ideia de ação, movimento empreendido pelos personagens da história. Já a 
dissertação assume um caráter totalmente diferenciado, na medida em que não fala de pessoas ou 
fatos específicos, mas analisa certos assuntos que são abordados de modo impessoal. 
 
REDAÇÃO 
OU 
COMPOSIÇÃO 
DESCRIÇÃO 
NARRAÇÃO 
DISSERTAÇÃO 
 
 
Técnicas de Redação - 2º ano - 2016 3 
 
 
Vamos agora treinar o reconhecimento dessas três modalidades de composição. 
 
 EXERCÍCIO 
 
Numere os parágrafos a seguir, identificando o tipo de redação apresentado: 
 
1) descrição 2) narração 3) dissertação 
 
a) ( ) Acreditamos firmemente que só o esforço conjunto de toda a nação brasileira conseguirá 
vencer os gravíssimos problemas econômicos, por todos há muito conhecidos. Quaisquer 
medidas econômicas, por si só, não são capazes de alterar a realidade, se as autoridades 
que as elaboram não contarem com o apoio da opinião pública, em meio a uma comunidade 
de cidadãos conscientes. 
 
b) ( ) Nas proximidades deste pequeno vilarejo, existe uma chácara de beleza incalculável. 
Ao centro avista-se um lago de águas cristalinas. Através delas, vemos a dança rodopiante 
dos pequenos peixes. Em volta deste lago pairam, imponentes, árvores seculares que 
parecem testemunhas vivas de tantas histórias que se sucederam pelas gerações. A relva, 
brilhando ao sol, estende-se por todo aquele local, imprimindo à paisagem um clima de 
tranquilidade e aconchego. 
 
c) ( ) As crianças sabiam que a presença daquele cachorro vira-lata em seu mento seria 
alvo da mais rigorosa censura de sua mãe. Não tinha qualquer cabimento: um apartamento 
tão pequeno que mal acolhia Álvaro, Alberto e além de seus pais, ainda tinha de dar abrigo a 
um cãozinho! Os meninos esconderam o animal em um armário próximo ao corredor e 
ficaram sentados na sala à espera dos acontecimentos. No fim da tarde a mãe chegou do 
trabalho, tardou em descobrir o intruso e a expulsá-lo, sob os olhares aflitos de seus filhos. 
 
d) ( ) Joaquim trabalhava em um escritório que ficava no 12º andar de um edifício da Avenida 
Paulista. De lá avistava todos os dias a movimentação incessante de transeuntes, os 
frequentes congestionamentos dos automóveis e a beleza das arrojadas construções que se 
sucediam do outro lado da avenida. Estes prédios moderníssimos alternavam-se com 
majestosas mansões antigas. O presente e o passado ali se combinavam e, contemplando 
aquelas mansões, podia-se, por alto, imaginar o que fora, nos tempos de outrora, a 
paisagem desta mesma avenida, hoje tão modificada pela ação do progresso. 
 
e) ( ) Dizem as pessoas ligadas ao estudo da Ecologia que são incalculáveis os que o 
homem vem causando ao meio ambiente. O desmatamento de grandes extensões de terra, 
transformando-as em verdadeiras regiões desérticas, os efeitos nocivos da poluição e a 
matança indiscriminada de muitas espécies são apenas alguns dos aspectos a serem 
mencionados. Os que se preocupam com a sobrevivência e o bem-estar das futuras 
gerações temem que a ambição dos da do homem acabe por tornar esta terra inabitável. 
 
f) ( ) O candidato à vaga de administrador entrou no escritório onde iria ser entrevistado. Ele 
se sentia inseguro, apesar de ter um bom currículo, mas sempre se sentia assim quando 
estava por ser testado. O dono da firma entrou, sentou-se com ar de extrema seriedade e 
começou a lhe fazer as perguntas mais var Aquele interrogatório parecia interminável. 
Porém, toda aquela sensação desagradável dissipou-se quando ele foi informado de que o 
lugar era seu. 
 
 
 
 
 
 
 
Agora, que relembramos os tipos de textos existentes, vamos especificar e delimitar o trabalho que 
será realizado neste ano. 
 
 
Técnicas de Redação - 2º ano - 2016 4 
 
 
Estudaremos os textos jornalísticos, com a finalidade de saber que o jornal é um importante meio 
de comunicação que informa, diverte, ensina, dentre outros objetivos. Para isso, as informações são 
divulgadas por meio de diferentes gêneros textuais. Leia, a seguir, um exemplo de gênero veiculado em 
jornais. 
 
Programa Lixo Zero chega a Copacabana 
 
03/09/2013 - 13h47 
 
Meio Ambiente 
 
 
 
Técnicas de Redação - 2º ano - 2016 
5 
 
 
Da Agência Brasil 
 
Rio de Janeiro - O Programa Lixo Zero - que multa 
quem joga resíduos sólidos nas ruas da cidade - chegou hoje 
(3) ao bairro de Copacabana, na zona sul, após dez dias de 
operação no centro da capital. Até o momento, foram 
aplicadas mais de 600 multas, cujos valores vão de R$ 157 a 
R$ 3 mil. 
"A abordagem é a mesma. Aqui o que a gente vai 
observar é um comportamento diferente. Copacabana é uma 
mistura de bairro residencial e comercial. Acredito que aqui 
vamos passar por todos os tipos de experiência por ter caráter 
diferente do centro, predominantemente comercial", explicou 
o presidente da Companhia Municipal de LimpezaUrbana 
(Comlurb), Vinicius Roriz. 
No dia 10, o programa chega a Ipanema, ao Leblon e 
à Lagoa. Em seguida, passará pelos demais bairros da zona 
sul, como Botafogo, Laranjeiras e Catete. Na zona norte 
passará inicialmente pela Tijuca, o Méier e pela zona oeste, 
no bairro de Campo Grande. "Depois a gente vai começar a 
operar com o que se chama de blitz do Lixo Zero. Vamos 
chegar a qualquer bairro da cidade, de surpresa, e efetuar as 
inspeções", avisou Roriz. 
O modo de operação será semelhante ao aplicado 
aos motoristas de trânsito, 
que, também por lei, são impedidos de consumir bebida 
alcoólica e dirigir pelas ruas de todo o país. "Vai ser como na 
Lei Seca, você nunca vai saber no dia anterior para onde a 
equipe vai. Assim vamos controlar o programa", definiu. De 
acordo com a Comlurb, desde que entrou em ação, no último 
dia 20 de agosto, o Programa Lixo Zero já diminuiu a 
quantidade de resíduos nas ruas da capital fluminense em 
34%. Um total de 638 fiscais estão trabalhando na ação, 
sendo 223 agentes da Comlurb, 223 guardas municipais e 192 
policiais militares, em horário de folga. 
O morador de Copacabana Orlando Silvestre, de 37 
anos, disse não concordar com o programa. "Acho um 
absurdo as pessoas terem que pagar valores altíssimos 
simplesmente por terem jogado uma guimba de cigarro no 
chão". 
Já a moradora antiga no bairro Irandir Neves, de 78 
anos, considerou a ação positiva. "Gostei dessa iniciativa para 
multar os porcalhões. Tem muita gente mal--educada na 
nossa cidade e só quando dói no bolso é que muda alguma 
coisa". 
Cada equipe de fiscalização é formada por um fiscal, 
um guarda municipal e um policial militar. No ato, eles já 
registram e emitem o auto de infração. Quem jogou lixo na 
rua, acessa o 
site da 
prefeitura 
para imprimir 
a multa e 
efetuar o 
pagamento. Até o momento, um caso foi levado para a 
delegacia. Das multas de maior valor, duas chegaram a R$ 
980. Dez pessoas entraram com recurso e aguardam decisão 
sobre o caso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Edição: Valéria Aguiar 
 
 
 
Agência Brasil. 3 set. 2013. Extraído do site: 
<http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-09-03/programa-lixo-
zero-chega-copacabanax 
Acesso em: 26 set. 2013. 
Guimba: resto de cigarro. 
 
 
 
 
 
 
Técnicas de Redação - 2º ano - 2016 6 
 
 
 
 
 
ESTUDANDO O TEXTO 
 
1. No texto das páginas 56 e 57, é discutido um tema que gera muita discussão. Qual é esse tema? 
 
2. O assunto é apresentado de maneira concisa e direta, sem dar muitos detalhes, ou são mostrados os 
fatos ilustrados com dados e depoimentos que comprovam o que está sendo discutido? Explique. 
 
3. Ao apresentar os assuntos, há uma imparcialidade na forma de tratá-los? Justifique. 
 
4. Para reforçar a ideia de imparcialidade, característica de gêneros como esse, o texto foi produzido em 
1ª ou em 3ª pessoa? 
 
Textos que têm como principal objetivo informar o leitor sobre algo de maneira objetiva, que não 
apresentam a Opinião de quem os escreve, mas apresentam dados a depoimentos de entrevistados, 
recebem o nome de reportagem. A reportagem é um gênero textual que circula em jornais impressos, 
televisivos ou radiofônicos e na internet. Esse gênero é caracterizado pela linguagem objetiva e direta. O 
conteúdo é breve e sempre traz uma informação nova, que, em geral, é transmitida imediatamente após o 
acontecimento ter ocorrido. 
As reportagens podem ser locais, regionais, nacionais ou internacionais e abordar diversos
 assuntos. 
 
5. A reportagem, de forma geral, contém os elementos a seguir. Identifique-os no texto apresentado nas 
página 04. 
 
a) Local onde se passaram os fatos. 
 
b) Fato anunciado. 
c) Pessoas ou entidades/instituições envolvidas. 
 
d) O dia em que foi publicado. 
 
 
Técnicas de Redação - 2º ano - 2016 7 
 
 
 
e) Veículo onde circulou. 
 
f) No site da Agência Brasil. 
 
 
6. Vimos que as reportagens podem ser locais, regionais, nacionais ou internacionais. Classifique a 
reportagem lida de acordo com essas possibilidades. 
 
7. Na sociedade atual, é possível reconhecer o aumento populacional e, consequentemente, a maior 
produção de lixo. Como não são tomadas medidas para conter o aumento populacional, é preciso lançar 
mão de leis, para diminuição do desperdício e da poluição. Nesse sentido, qual é a relação entre o 
aumento da produção de lixo no Brasil e as medidas tomadas pelo governo do Rio de Janeiro? 
 
8. Na reportagem é exposto o funcionamento do Programa Lixo Zero. 
 
a) Explique como funciona esse programa. 
 
b) De acordo com Vinícius Roriz, presidente da Comlurb, qual é a diferença entre Copacabana e os 
outros bairros cariocas? 
 
c) Qual é a semelhança entre o Programa Lixo Zero e a Lei Seca, segundo Roriz? 
 
d) Em sua opinião, o Programa Lixo Zero pode, de fato, contribuir na diminuição do lixo nas ruas? 
Comente. 
 
9. A reportagem revela uma saída criada para tentar diminuir a quantidade de lixo nas ruas. Sabe-se que a 
geração de lixo tem aumentado devido a muitos fatores, além da taxa de crescimento populacional. Em 
sua opinião, como é possível diminuir os impactos da geração de lixo na poluição do nosso país? Você 
conhece alguma medida, além do Programa Lixo Zero, que foi adotada nesse sentido? 
 
10. No final da reportagem, são apresentadas as opiniões de dois entrevistados. 
 
a) Qual é a opinião de cada entrevistado? 
 
b) Você concorda com a opinião de algum dos entrevistados? Comente. 
 
c) As falas dos entrevistados apresentam pontos de vista iguais? Comente se essas opiniões interferem 
ou não na imparcialidade das informações veiculadas na reportagem. 
 
d) Existe alguma lei que multa as pessoas que jogam lixo nas ruas em sua cidade? Em sua opinião, essa 
medida teria efeitos onde você mora? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O texto a seguir é outro exemplo de gênero que comumente aparece nos jornais. Leia-o 
 
 
 
Técnicas de Redação - 2º ano - 2016 8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Técnicas de Redação - 2º ano - 2016 9 
 
 
ESTUDANDO O TEXTO 
 
1. O que você achou do texto lido? Você concorda com as ideias da autora? Por quê? 
 
2. Que assunto o texto "Presos no mundo soltos na rede" busca discutir? 
 
3. O texto que você leu na página anterior pode ser dividido em três partes, que estabelecem relação 
entre si: introdução, desenvolvimento e conclusão. Associe essas partes aos parágrafos que as 
compõem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. Por que a autora cita algumas pesquisas e dados relacionados ao tema discutido? 
 
 
Textos que comentam um assunto ou fato polêmico, por meio da exposição de argumentos, com o uso 
de uma linguagem objetiva, recebem o nome de artigo de opinião. 
 
5. Nos parágrafos iniciais, é possível saber de que assunto o texto tratará. 
 
a) Qual é o principal tipo de frase que compõe esses parágrafos? 
 
b) Que efeito a escolha por esse tipo de frase causa no leitor? 
 
6. Releia este trecho do texto. 
 
Criar páginas e perfis em sites de relacionamento é uma entre as 
várias atividades que os mais novos podem realizar na internet. 
 
Que outras atividades costumam ser realizadas pelas crianças na internet? 
 
7. De acordo com a autora, muitos pais adotam uma prática que consideram segura para os filhos. 
 
a) Que prática é essa?b) Por que ela não é considerada totalmente segura? 
 
c) Em sua opinião, de que forma os pais podem proteger os filhos no mundo virtual? 
 
8. Para a autora, a escola destaca-se como um ambiente de grande importância na vida das crianças. 
 
a) Quais são as considerações feitas por Rosely Sayão sobre esse ambiente? 
 
b) Quais são as dificuldades pelas quais a escola tem passado quanto à socialização dos alunos, de 
acordo com a autora? 
 
 
Técnicas de Redação - 2º ano - 2016 10 
 
 
9. A autora do texto expõe os dados de forma rápida, concisa e objetiva. 
 
a) É possível identificar um posicionamento crítico por parte dela? Explique. 
 
b) A autora evidencia qual seria a solução para o assunto discutido? Qual trecho do texto justifica sua 
resposta? 
 
10. Ao longo do texto, foi utilizado um registro que costuma ser empregado em artigos de opinião. 
 
a) Esse registro é formal ou informal? 
 
b) Por que esse tipo de registro é usado em artigo de opinião? 
 
Atividade para casa 
 
1. De acordo com a autora, o mundo virtual possui um lado positivo e um lado negativo. 
 
a) E para você, que fatores positivos a internet nos oferece? 
 
b) E quais seriam os negativos? 
 
 
TEXTO JORNALÍSTICO 
 
Você não precisa ser jornalista ou trabalhar na imprensa para escrever notícias ou outros textos 
jornalísticos. 
Na escola ou na empresa, muitas vezes somos levados a escrever textos jornalísticos, por prazer ou 
por obrigação. 
Quase toda grande empresa tem o seu próprio informativo, com a colaboração de funcionários de 
vários setores. Algumas escolas ou turmas também fazem o seu próprio jornal. A sua não tem um? Por 
que não fazê-lo com os colegas? 
Leia o seguinte texto jornalístico. 
 
 
LULA PREPARA O ARRAIAL 
Ministros terão de usar trajes caipiras para a festa no Torto 
Cristiane Jungblut e Luiza. Damé 
BRASÍLIA. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dona Marisa Letícia cuidavam ontem dos mínimos 
detalhes para transformar a Granja do Torto, hoje à noite, num arraial. Dona Marisa passou o dia cuidando 
da decoração, e até Lula encontrou tempo para pendurar algumas bandeirinhas. Animados, os dois 
deixaram claro já no convite que não admitirão convidados que não estejam vestidos a caráter. No convite, 
enviado a ministros, assessores e amigos, Lula e dona Marisa aparecem vestidos de caipiras, de mãos 
dadas e sorriso brejeiro. Ele de chapéu de feltro, ela com vestido de chita, chapéu de palha e maquiagem 
carregada. 
Ontem, os ministros passaram o dia providenciando suas fantasias e as comidas típicas que 
levarão à festa. Alguns, como o ministro da Defesa, José Viegas, se preocupavam com a performance, já 
que não têm sequer noção de passos básicos de forró. Ele prometeu que vai a caráter e levará um doce 
peruano, chamado suspiro a Ia limeña. No convite, aparecem as recomendações: traje caipira e prato 
típico (os ministros devem levar doces ou salgados). 
— Vou botar um suspensório. Talvez um chapéu de palha — disse Viegas. 
Já os ministros da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, e das Comunicações, Eunício Oliveira, 
disseram que vão como verdadeiros caipiras. Fazendeiro, Eunício disse que é um caipira por natureza. 
— Vou à fazenda de manhã e, à noite no Torto, vou com a mesma roupa. O que vou levar, não sei, 
ficou a cargo da minha mulher. 
— Matuto eu já sou. Agora, só falta botar a camisa quadriculada — acrescentou o pernambucano 
Eduardo Campos, afirmando que levará pé-de-moleque e bolo de rolo, típicos do Nordeste. 
 
 
Técnicas de Redação - 2º ano - 2016 11 
 
 
A música para embalar a quadrilha ficará por conta dos ministros Gilberto Gil (Cultura) e José Fritsch 
(Pesca). A dupla Zezé Di Camargo e Luciano, que participa de um evento à tarde no Torto, também deve 
ficar para a festa, que, segundo a Presidência, está sendo paga por um grupo de amigos. 
Mas a festa começa cedo na Granja do Torto. Às 11 h, Lula receberá uma comitiva de carreiros da cidade 
de Damolândia (GO). Os goianos levaram a Brasília um carro de boi construído há 35 anos, com quatro 
juntas de bois (oito animais), que percorreu ontem o Eixo Monumental. O presente deverá virar decoração 
do arraial. 
O Globo, 12/6/2004. 
 
Que elementos do primeiro parágrafo respondem às seguintes perguntas? 
 
a) Quem? 
 
b) O quê? 
 
c) Quando? 
 
d) Onde? 
 
e) Por quê? 
 
f) Como? 
 
 
 
Os textos jornalísticos podem adotar diferentes formas e estilos conforme o tema tratado. Podem 
ser informativos ou opinativos. Os principais são: 
 
 Informativos: notícia, reportagem e entrevista 
 Opinativos: editorial, artigo, coluna, crítica e crônica. 
 
O GÊNERO JORNALÍSTICO 
 
SUBGÊNERO CARACTERÍSTICAS 
Notícia 
Informação sobre fato da atualidade, sem julgamentos ou interpretações, cuja 
linguagem deve ser objetiva, atraente e impessoal, com vocabulário simples. 
 
Reportagem 
Informação sobre assunto de interesse, diferindo da notícia pelo seu conteúdo, 
extensão e profundidade. Geralmente, vem acompanhada de fotos ou 
ilustrações. Apesar do predomínio de informações, o redator pode apresentar 
opiniões discretas. 
 
 
 
Entrevista 
 
Reprodução do diálogo entre o jornalista e uma pessoa, seja pela importância da 
sua opinião sobre um tema, o seu conhecimento de especialista na matéria, seja 
por seu destaque político, artístico, esportivo ou cultural. 
 
Editorial 
Apresenta a opinião oficial da empresa jornalística sobre fatos recentes, 
buscando provocar a reflexão do leitor. 
 
Artigo 
Texto opinativo, escrito por pessoa de destaque político, profissional ou 
educacional, considerada competente para opinar sobre determinado tema. 
 
Coluna 
Seção especializada e assinada, de publicação regular em um periódico, sobre 
temas políticos, econômicos, culturais etc. 
 
Crônica 
Texto subjetivo, que informa e opina sobre fatos do cotidiano ou narra 
acontecimentos com uma linguagem leve e prazerosa. 
 
 
Técnicas de Redação - 2º ano - 2016 12 
 
 
SUBTÍTULO OU "LINHA-FINA" 
 
Frase ou período sem ponto final, que vem logo abaixo do título. Serve para complementa outras 
informações, além de criar no leitor o interesse pela notícia. Distingue-se do título por apresentar um 
tipo de letra diferenciado. Isso faz com que também se diferencie do corpo do texto, que aparece em 
tipos menores. 
 
Lide 
 
O lide, palavra aportuguesada do inglês lead2, é o parágrafo introdutório da matéria jornalística. 
Além de introduzir o leitor no texto, deve prender sua atenção. O lide se caracteriza por: 
 
• conter as primeiras e mais importantes informações e sintetizar a notícia; 
• ser conciso e objetivo; 
• buscar responder às perguntas quem?, o quê?, quando?, onde?, por quê?, como?; 
• citar o local de origem da notícia, quando esta não for uma notícia local. 
 
 
O redator da notícia deve resumir os fatos no primeiro parágrafo (lide), com o cuidado de manter o 
interesse do leitor pelo restante do texto (conforme a notícia que abre esta seção). Portanto, seleciona 
os elementos mais importantes para o lide, escolhe outros fatos que mereçam destaque para os 
primeiros parágrafos, até chegar aos menos importantes, construindo-se o que se chama de "pirâmide 
invertida'! 
Essa é a técnica de redação mais adotada nos jornais. 
 
 
 lide (fatos mais importantes) 
 
 complementação (abrange os fatos de maior destaque até os menos importantes) 
 
 
Além de tudo isso, fotos e ilustrações são fundamentais na edição de jornais e revistas, as locais 
são indispensáveis nos jornais televisivos. 
 
EXERCÍCIOS 
 
1 - Identifique, na notícia que abreesta seção: 
 
a) O título. 
 
 
b) O subtítulo. 
 
 
c) O local de origem da notícia. 
 
 
d) O lide. 
 
 
e) Que informação importante contida no convite encontra desdobramento nos demais parágrafos da 
notícia com exceção do último? Por quê? 
 
 
 
f) Além das informações sobre a solução encontrada por alguns dos convidados para adequarem-se à 
exigência de trajes típicos, que outras informações podem ser obtidas na leitura dos parágrafos que 
completam as informações contidas no lide? 
2
 Lead [li:d], do ingl.: orientação, liderança, exemplo. To have the lead: ter o papel principal; to lead up to: conduzir (conversa) para assunto 
específico; preparer o caminho para. 
 
 
 
Técnicas de Redação - 2º ano - 2016 13 
 
 
 
Objetividade - Não existe objetividade em jornalismo. Ao escolher um assunto, redigir um texto e editá-
lo, o jornalista toma decisões em larga medida subjetivas, influenciadas por suas pó: emoções. 
Isso não o exime, porém, da obrigação de ser o mais objetivo possível. Para relatar um fato com 
fidelidade; reproduzir a forma, as circunstâncias e as repercussões, o jornalista precisa encarar o fato 
com distanciamento e frieza, o que não significa apatia nem desinteresse. 
Folha de S. Paulo, Manual de redação. 
 
TESE E ARGUMENTO 
 
Em um texto argumentativo, aquele que escreve apresenta uma tese (a ideia que quer defender), 
justificando-a com a ajuda de argumentos. Estes argumentos são interligados de maneira lógica à tese 
que querem justificar. Eles são igualmente ligados uns aos outros: 
É preciso incentivar o cinema brasileiro (tese), porque temos produções de excelente qualidade (1a 
argumento) e porque sem o incentivo oficial seria esmagado pelas superproduções americanas (2a 
argumento). 
Neste exemplo, os dois argumentos estão ligados à tese pela conjunção subordinativa "porque" 
(que exprime a causa), e estão coordenados pela conjunção "e". 
 
EXERCÍCIOS 
 
 
1- Leia os seguintes textos: 
 
Texto 1 
Qual é o sentido de escrever poemas em uma época e cultura que valorizam os bens de con-
sumo, a cultura de massa, o mercado e a tecnologia, menosprezando os valores espirituais e a 
expressão artística? 
Para que escrever poemas numa sociedade que vive uma profunda crise de valores, distante de 
qualquer idéia de humanismo? 
A primeira resposta poderia ser muito simples: por teimosia, como resistência à barbárie. Porém, 
este não seria um argumento satisfatório, já que existem outras possibilidades, talvez mais eficazes, de 
reação, inseridas em movimentos sociais e tentativas de reconstrução de valores, como o recente 
diálogo entre a física, a ecologia profunda, o pacifismo e o budismo, que fazem pensar numa 
reordenação do pensamento, em resposta ao crescente utilitarismo de uma visão de mundo baseada no 
lucro e na vantagem pessoal imediata. 
A segunda resposta, ainda mais simplista, porém com o mérito da sinceridade, é o da satisfação 
sensorial.o encantamento e prazer que a poesia nos provoca. Aqui, novamente, poderia ser levantada 
uma objeção, pois que há muitas outras formas de satisfação, talvez mais intensas do que o trabalho 
com a palavra, que exige alto rigor e disciplina. 
 
DANIEL, Cláudio, Por que fazer poesia hoje? http://peledelontra.zip,net, 5/5/3005, 
 
Texto 2 
 
Quem escreve - ainda que um simples bilhete - tenta afastar-se do falar cotidiano, tenta usar uma 
linguagem diferente da que está habituado a usar. E escrever poemas é distanciar-se ainda mais da fala 
do dia-a-dia, É trabalhar a língua, é subverter a sintaxe, é falar à alma. Por isso, as primeiras 
manifestações literárias de um povo costumam ser em versos. Quando não havia escrita, as histórias se 
contavam em poemas, porque as rimas ajudavam no processo de memorização e facilitavam a 
transmissão da cultura.de geração a geração, A perpetuação da ficção da comunidade ágrafa e da sua 
cultura -essa terá sido a primeira função da poesia. 
[...] 
A poesia existe em toda parte, em todo lugar em todos os momentos. Compete ao poeta captá-Ia e 
transpô-la para o livro, ou para o filme, ou para a televisão, ou para a música, ou para a dança, ou para o 
rádio... O poeta é o que vê poesia onde o comum dos mortais não vê nada, além do trivial. 
[...] 
 
 
Técnicas de Redação - 2º ano - 2016 14 
 
 
A poesia é necessária, porque nos revela, como as lentes dos óculos de quem tem problemas 
visuais, um mundo de maravilhas que não saberíamos ver sem ela. 
 
CARVALHO, José Augusto. A necessidade da poesia. www.unieste.com.br/vestlbular/ textos, 5/5/2005. 
 
a) Qual o primeiro argumento utilizado pelo autor do texto 1 para justificar o fato de escrever poemas? 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
 
b) O que justificaria o fato de esse argumento não ser satisfatório? 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
 
c) Qual o segundo argumento utilizado pelo autor do texto 1 ? 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
 
d) Destaque a tese e o argumento presentes no último parágrafo do texto 2. 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
 
O JORNAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
Técnicas de Redação - 2º ano - 2016 15 
 
 
 
Para que serve um jornal mesmo? 
AIlan Novaes 
 
"Um jornal se for só papel serve para cobrir o chão quando pintamos a casa ou embrulhar peixe no 
mercado." 
Por incrível que pareça, o conteúdo vende o jornal Surpreender o leitor com informações que ele 
desconheça e que sejam perfeitamente aplicáveis ao seu cotidiano é indispensável. 
Disponível em: <www.canaldaimprensa.cotn.br/canalant/foco/ dípwnaedicao/focol.htm>. Acesso em: 30ago. 2006. 
 
Quando pensamos no jornal e em sua importância na era da informação em que vivemos, não 
podemos nos esquecer de que ele é um produto de consumo e de que, por trás de cada notícia, está um 
jornalista com opiniões próprias, ou seja, a favor de algumas coisas e contra outras. 
Por mais objetiva que tente ser a linguagem jornalística, o leitor atento sempre poderá perceber o 
posicionamento do jornalista por meio de alguns detalhes lingüísticos: como foi estruturada a notícia, a 
ordem sintática usada, a ênfase dada à ação, ao agente, ao objeto, ao local, à data etc. 
 
EXERCÍCIOS 
 
 
Leia o texto a seguir, do professor de Comunicações José Marques de Melo, que fala sobre o 
conteúdoe a morfologia (aspecto formal) do jornal: 
 
O jornal, como veículo de comunicação coletiva, apresenta três gêneros específicos de informação, 
no sentido de atender aos anseios e às exigências do público leitor. São: 
— notícias (informações atuais a respeito dos mais diversos setores do conhecimento humano, sob a 
forma de reportagens, entrevistas, editoriais, crônicas, artigos, comentários etc.); 
— propaganda (informações persuasivas, que se destinam a influenciar os indivíduos para a adoção de 
atitudes, seja comprar um produto ou aceitar uma ideia); 
— entretenimento (seções cuja finalidade principal é a de entreter, divertir, ajudar o leitor a "passar o 
tempo", como histórias em quadrinhos, palavras cruzadas, curiosidades). [...] A morfologia de um jornal 
pode ser definida através da comparação entre os elementos utilizados na sua compo¬sição gráfica, ou 
seja, títulos, ilustrações e texto. 
No jornalismo moderno a apresentação gráfica dispõe de importância fundamental. Como o jornal 
se insere numa problemática industrial, figurando como produto de consumo popular e, portanto, 
sujeitando-se às leis do mercado, enfrenta concorrência e precisa utilizar recursos próprios para atrair 
consumidores. Ou seja, o jornal precisa motivar psicologicamente os leitores em potencial para levá-los à 
compra; e o faz, geralmente, através da apresentação gráfica. 
Combinando o texto (núcleo do interesse do leitor) com os títulos, o jornal contemporâneo adquire 
uma forma dotada de atrativos visuais que chamam e/ou prendem a atenção do leitor, conduzindo-o à sua 
escolha entre as demais publicações disponíveis nas bancas. Por outro lado, verifica-se uma 
complementação dessa estrutura motivacional com a inserção de ilustrações (fotografias, desenhos, 
gráficos), no sentido de transmitir ao consumidor das informações uma sensação de realidade, 
fornecendo-lhe imagens vivas dos fatos, aproximando-o, portanto, dos acontecimentos. Esse, aliás, é um 
recurso defensivo que o jornalismo gráfico utiliza para competir com a televisão e o cinema, veículos 
audiovisuais, que noticiam os fatos com riqueza de imagens, dando a impressão ao espectador de que ele 
é participante dos acontecimentos. 
MELO, José Marques de. Estudos de jornalismo comparado. São Paulo: Pioneira, 1972. 
 
1- "Notícias (informações atuais a respeito dos mais diversos setores do conhecimento humano...)." 
Recordando que a linguagem pode ter seis funções (poética, emotiva, conativa, referencial, fática e 
metalinguística), qual é a função da linguagem que predomina em uma notícia? Que modo verbal 
caracteriza essa função da linguagem? 
 
2- "Propaganda (informações persuasivas, que se destinam a influenciar...)." 
Qual é a função da linguagem que predomina na propaganda? Que modo verbal caracteriza essa função 
da linguagem? 
 
 
 
Técnicas de Redação - 2º ano - 2016 16 
 
 
3- O que leva um jornal a ter seções variadas, desde economia e política exterior até esportes, cinema e 
moda? 
 
4- Segundo o texto, qual é o recurso utilizado pelo jornalismo impresso para concorrer com o 
telejornalismo? 
 
A NOTÍCIA 
 
Por ser um produto de consumo que disputa um determinado mercado (representado pelos 
leitores), o jornal tenta satisfazer às necessidades de seus consumidores trabalhando tanto conteúdo como 
forma (sua apresentação gráfica, formal). Entretanto, o elemento fundamental de um jornal, em torno do 
qual tudo gira, continua sendo a notícia. O professor de jornalismo Nilson Lage, em seu livro Estrutura da 
notícia, discute o conceito moderno de notícia: 
 
Do ponto de vista da estrutura, a notícia se define, no jornalismo moderno, como o relato de uma 
série de fatos a partir do fato mais importante ou interessante; e de cada fato, a partir do aspecto mais 
importante ou interessante. Essa definição pode ser considerada por uma série de aspectos. Em primeiro 
lugar, indica que não se trata exatamente de narrar os acontecimentos, mas de expô-los. 
LACE, Nilson. Estrutura da notícia. São Paulo: Atica, 2000. 
 
Já o Novo Manual de Redação, editado pelo jornal Folha de S.Paulo, traz a seguinte definição de 
notícia: 
 
 
notícia - Puro registro dos fatos, sem opinião. A exatidão é o elemento-chave da notícia, mas vários fatos 
descritos com exatidão podem ser justapostos de maneira tendenciosa. Suprimir ou inserir uma informação 
no texto pode alterar o significado da notícia. Não use desses expedientes. 
 
Disponível em: <wwwl,folha.uol.com.br/folha/circulo/manual_edicao_n.htm>. Acesso em: 30 avô. 2006. 
 
Para nós, leitores comuns, acostumados a uma rápida passagem de olhos nas notícias do dia, uma 
expressão do verbete acima chama a atenção: "maneira tendenciosa". Apesar de a empresa jornalística 
responsável pelo Manual afirmar que seus jornalistas não devem usar tais expedientes, verdadeiras 
armadilhas, fica para nós, leitores, a incumbência de descobri-las e desmontá-las. 
 
A CRÔNICA 
 
Misturando características do jornalismo e da literatura, a crônica, no dizer do poeta Carlos 
Drummond de Andrade, é um "pastel de vento": um assunto da realidade que se transforma em texto pela 
utilização de uma linguagem ao mesmo tempo coloquial e elaborada. 
Observe isso, lendo a crônica a seguir. 
 
 Coisa com coisa 
 
E considerado normal uma mãe trocar o 
nome dos filhos, toda mãe troca: chama a Luíza 
de Roberta e a Roberta de Luíza, o Bruno de 
Eduardo e o Eduardo de Bruno. Eu faço a 
mesmíssima coisa, quero chamar uma e digo o 
nome da outra. Nunca me apavorei com essa 
disfunção porque toda mãe é assim; a minha 
trocou a vida toda o nosso nome: inúmeras 
vezes fui chamada de Fernando. 
Só que minha disfunção foi se 
sofisticando com o tempo. Comecei a trocar 
também o nome de outras pessoas. A moça que trabalha na minha casa chama-se Clair e uma de minhas 
grandes amigas, Clarisse. Troco sempre. Justifica-se: são nomes que começam quase igual. Só que eu 
dei pra trocar também Karin por Letícia, Ana por Neca, Suzana por Dorinha, e só não troco o nome do meu 
 
 
Técnicas de Redação - 2º ano - 2016 17 
 
 
marido porque eu me concentro muito antes de pronunciá-lo: por mais que ele saiba desse meu defeito 
crônico, não convém levantar suspeitas. 
Estava levando bem, até que certa vez fui lançar meus livros no Rio. No dia seguinte, de volta a 
Porto Alegre, havia um e-mail de um leitor me esperando na caixa postal. Dizia: "Gostei muito de conhecê-
la pessoalmente, mas acho que você me confundiu com algum amigo seu. Você autografou o livro para 
Marquinhos. E me chamo Romualdo". 
Não era possível que eu tivesse escutado mal o nome do cara: Marquinhos e Romualdo nem 
sequer rimam. Resolvi achar graça da história, pedir desculpas e seguir como se nada estivesse 
acontecendo. 
As coisas estavam num nível de anormalidade aceitável, até que um dia eu atendi ao telefone 
dizendo "tchau". Razoável, se eu fosse italiana. Como não é o caso, passei a admitir que sou uma pessoa 
neurologicamente perturbada. Hoje, o quadro clínico é o seguinte: não digo coisa com coisa. Se quero 
dizer apoteótico, digo apocalíptico. Se quero dizer remendo, digo remédio. [...] Claro que ainda me resta 
algum controle. Socialmente, engano bem. Consigo entabular uma conversa sem dar vexame. Mas em 
casa, livre de qualquer patrulha e avaliação crítica, eu deito e rolo: libero as palavras desencaixadas e 
reinvento meu próprio português informal. Falar é o que menos me importa. Enquanto eu ainda conseguir 
escrever coisa com coisa, me sustento. 
Martha Medeiros. Jornal Zero Hora. Porto Alegre, 15/1/2003. 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. Identifique o assunto do texto e explique se poderia ser assunto para uma notícia. 
 
2. Explique oque leva a narradora a dizer que não convém trocar o nome do marido. 
 
3. Transcreva da crônica exemplos de linguagem coloquial. 
 
4. Na frase "As coisas estavam num nível de anormalidade aceitável", a expressão final tem como efeito 
estilístico o humor. Explique por quê. 
 
5, As trocas vocabulares sugeridas em "não digo coisa com coisa. Se quero dizer apoteótico, digo 
apocalíptico. Se quero dizer remendo, digo remédio", linguisticamente, podem ser relacionadas a uma 
questão fonética. Explique por quê. 
 
6. O título do texto, Coisa com coisa, é retomado duas vezes na crônica, no último parágrafo. Trata-se de 
mera repetição? Justifique. 
 
 
 
 
 
 
 
RESENHA CRITICA 
 
Texto que apresenta um resumo ou a análise de outro, a resenha crítica, além informações, faz 
uma apreciação que justifica um julgamento. É comum o leitor conhecer a resenha crítica antes do texto 
original. Veja um exemplo. 
 
Vítima da indecisão 
 
Planeta do Tesouro quer agradar a crianças e adolescentes. 
Faltou combinar com eles 
 
Dirigir um estúdio de animação é como manobrar um desses petroleiros gigantes: toma-se uma 
decisão agora e só quilômetros mais adiante se verão os efeitos da alteração de curso. É esse o mal de 
que padece Planeta do Tesouro (Treasure Planet, Estados Unidos, 2002), desde sexta-feira em cartaz no 
Resgate 
Na crônica, fatos comuns do cotidiano são recriados por uma linguagem em que prevalece o humor, a criatividade, as 
associações inusitadas, a coloquialídade. 
 
 
 
Técnicas de Redação - 2º ano - 2016 18 
 
 
país. O novo desenho da Disney é fruto de uma ideia surgida no final da década passada, de ampliar o 
público do filão mirando ao mesmo tempo nas crianças e nos adolescentes — e em especial nos garotos. 
O problema é que essa estratégia já foi responsável por pelo menos dois desastres. Em 2000, Titan levou 
ao fechamento da divisão de animação da Fox, e Atlantis, da própria Disney, também deixou de se pagar 
no ano seguinte. Mas não é que o estúdio esteja insistindo deliberadamente no fiasco. Desenhos 
animados levam no mínimo três anos em fase de produção. Quando as más notícias chegam, muitas 
vezes já é tarde demais para reagir a elas. 
Planeta do Tesouro, na verdade, conta com vários aspectos positivos. Tem uma história bem 
amarrada, animação de boa qualidade e pelo menos um bom personagem, o simpático vilão Silver. Mas 
não é o bastante para obscurecer uma falha grave: o fato de que o filme não sabe com quem quer falar. 
Planeta do Tesouro é uma adaptação de A Ilha do Tesouro, de Robert Louis Stevenson, talvez o maior 
entre os clássicos da literatura infanto-juvenil. Aqui, porém, os galeões não navegam no oceano, e sim no 
espaço, onde Jim, um rapaz impetuoso, procura o butim escondido por um pirata. Como esse último, a 
Disney atira para todos os lados. O enredo inclui drama familiar, animais antropomorfizados e a 
criatura engraçadinha de praxe - aqui, uma bolha cor-de-rosa capaz de assumir qualquer forma. Esse é, 
por assim dizer, o departamento infantil do filme. O protagonista, por outro lado, é um adolescente que 
excede o limite de velocidade com seu skate a jato e volta e meia chega em casa acompanhado pela 
polícia. Esse casamento conflituoso se repete na ambientação, que combina elementos futuristas e de 
época. Nessa tentativa de agradar a todos, o que se obteve foi a rejeição em massa. Com apenas 38 
milhões de dólares acumulados na bilheteria até agora (contra 140 milhões despendidos na produção), 
Planeta do Tesouro promete ser a maior decepção da história recente da Disney. Não deixa de ser uma 
injustiça. O filme está longe de fazer jus à reputação do estúdio, mas é infinitamente melhor do que 
Atlantis, que faturou mais do que o dobro do novo lançamento. 
Revista Veja. São Paulo, Abril, 15 de janeiro de 2003, pág. 89. 
 
 
 
 
EXPLORANDO A ESTRUTURA DO TEXTO 
 
1. No primeiro parágrafo, por meio de uma analogia entre a direção de estúdios de animação e a 
navegação de grandes petroleiros, o resenhista apresenta sua opinião sobre o filme. 
 
a) Transcreva a frase que apresenta essa opinião. 
• O filme Planeta do Tesouro é um fracasso de bilheteria. 
• O fracasso comercial de Planeta do Tesouro deve-se a uma decisão errada do estúdio de animação. 
• O filme Planeta do Tesouro, da Disney, é como um grande petroleiro sem rumo. 
 
b) Identifique a(s) palavra(s) que compõe(m) a analogia. 
 
2. Para justificar opiniões, textos argumentativos podem se utilizar de exemplos. Retire do texto dois 
exemplos que justificam a seguinte afirmação extraída do primeiro parágrafo: Buscar como público 
crianças e adolescentes é um erro. 
 
3. No começo do segundo parágrafo, percebesse que o autor da resenha mantém sua opinião; contudo, 
apresenta aspectos positivos do filme. Releia o trecho e responda. 
 
 "Planeta do Tesouro, na verdade, conta com vários aspectos positivos. Tem uma história bem 
amarrada, animação de boa qualidade e pelo menos um bom personagem, o simpático vilão Silver. Mas 
não é o bastante para obscurecer uma falha grave: o fato de que o filme não sabe com quem quer falar." 
 
a) Seria correto associar esse trecho à seguinte afirmação? Justifique. 
 
 Prever uma posição contrária à nossa e apresentar argumentos que sejam mais fortes que os do 
"adversário" é uma característica desejável em textos argumentativos. Trata-se da contra-argumentação. 
 
Vocabulário 
butim: bens do inimigo apropriados pelo vencedor; 
produto de um saque, de uma pilhagem. 
 
 
Técnicas de Redação - 2º ano - 2016 19 
 
 
b) Embora o trecho transcrito exponha qualidades (pontos positivos) e uma falha (ponto negativo) do filme, 
não se pode falar em contradição. 
 Destaque a palavra que garante a coerência desse trecho. 
 
c) Reelabore o trecho iniciando-o por uma conjunção concessiva como "embora" ou "ainda que". 
 
4. No segundo parágrafo, por duas vezes o autor emprega 
"aqui". Indique o referente desse termo, no contexto. 
 
5. Explique a função da expressão "por outro lado" no 
trecho transcrito a seguir: 
 
 "O enredo inclui drama familiar, animais 
antropomorfizados e a criatura engraçadinha de praxe — 
aqui, uma bolha cor-de-rosa capaz de assumir qualquer 
forma. Esse é, por assim dizer, o departamento infantil do 
filme. O protagonista, por outro lado, é um adolescente que 
excede o limite de velocidade com seu skate a jato e volta 
e meia chega em casa acompanhado pela polícia." 
 
 
6. Leia a frase e responda. 
 
 "Não deixa de ser uma injustiça." 
 
a) Qual seria a injustiça? 
b) Por que o autor considera isso uma “injustiça"? 
 
EDITORIAL 
 
Jornais e revistas publicam textos opinativos sobre assuntos importantes ou polêmicos da 
realidade. Dentre esses textos, o editorial, normalmente sem assinatura, expõe a opinião do jornal. Leia o 
editorial a seguir. 
 
Petróleo e água, eis a questão 
 
Se em busca de petróleo, importante, mas não no 
mesmo nível da água potável, os Estados Unidos 
ameaçam guerra iníqua no Oriente Médio, o que será do 
planeta Terra se no ano 2020 for confirmada a previsão de 
que faltará o chamado "precioso líquido" para mais de 2 
bilhões de pessoas? 
Esta é a pergunta que se faz no III Fórum Mundial 
da Água, que começou ontem e irá até o dia 23, em Kyoto, 
no Japão. Pergunta oportuna, uma vez que, na reunião de 
domingo, nos Açores, os chefes de Estado George W. 
Bush (EUA), Tony Blair (Grã-Bretanha) e José Maria Aznar 
(Espanha) deram ultimato à Organização das Nações 
Unidas (ONU): "Ou a organização internacional desarma 
Saddam Hussein, ou atacaremos o Iraque com forças de 
terra, mar e ar". 
Como a terra e a atmosfera, a água é a condição 
essencial de vida de todo ser vegetal e animal. Sem água— lê-se na Declaração Universal dos Direitos da 
Água (Paris, 1992) — não poderíamos "conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou 
agricultura". Sabemos que hoje existe 1,5 bilhão de seres humanos sem acesso à água potável. Já se 
explora atualmente metade dos recursos hídricos e o consumo somará dois terços do total de reservas até 
LEMBRANDO 
Uma resenha crítica traz informações sobre um texto 
e uma análise que justifica uma opinião. No texto 
analisado, identifica-se a presença de: 
• exemplos — dados particulares que comprovam a 
opinião; 
• contra-argumentação — presença de posição 
contrária à que se defende. 
(Observação: O uso de conectivos [coesão interfrásica] 
é fundamental para que se evite a contradição. 
Exemplos: embora, no entanto, apesar de.]; 
• analogia — apresentação de semelhança entre 
dados diferentes. 
(No caso do texto, a analogia foi empregada como 
introdução da resenha crítica.) 
 
 
 
Técnicas de Redação - 2º ano - 2016 20 
 
 
o ano 2025. Na Conferência de Kyoto (1997), boicotada pelo ex-presidente norte-americano Bill Clinton, 
revelou-se que em 20 anos a disponibilidade de água per capita cairá um terço. Neste ano de 2003, nos 
países ricos uma criança consome até 50 vezes mais água do que uma criança das nações pobres. 
Em um livro dramático, publicado aqui em Minas, Gente cuidando das águas (Mazza Edições, 
2002), o Instituto de Resultados em Gestão Social diz que está passando da hora de despertar o espírito 
de respeito às nascentes, "de modo que elas passem a ser preservadas como criaturas de Deus, um bem 
da natureza e patrimônio da humanidade". Se há ameaça de destruição do Iraque por causa do petróleo, o 
que um país militarmente poderoso pode fazer para tomar água potável dos povos mais privilegiados em 
recursos hídricos? 
 * iníquio – injusto Jornal Estado de Minas, 18/3/2003. 
 
EXPLORAÇÃO DAS ESTRUTURAS TEXTUAIS 
 
 1. Transcreva, do primeiro parágrafo, apenas as informações que constituem pressupostos para o autor 
introduzir sua argumentação. 
 
a) A questão do petróleo é tão importante quanto a questão da água. 
b) A questão do petróleo é menos importante que a questão da água. 
c) Prevê-se que, em 2020, faltará petróleo para 2 bilhões de pessoas. 
d) Prevê-se que, em 20SO, faltará água para 2 bilhões de pessoas. 
 
2. O texto aborda o tema da água. Transcreva a alternativa que apresenta o aspecto desse tema que se 
deseja discutir. 
 
a) A preservação da água é tarefa de cada cidadão. 
b) As nações mais ricas devem ajudar as mais necessitadas quanto à falta de água potável. 
c) As nações mais ricas em recursos hídricos correm risco no futuro de ser atacadas por outras menos 
ricas nesses recursos, porém mais fortes do ponto de vista bélico. 
d) A luta pela água é mais importante que a luta pelo petróleo. 
e) A luta pela água deve excluir a força bruta. 
 
3. Para introduzir a discussão sobre a água, o editorialista optou por começar com uma pergunta. 
Entretanto, uma introdução pode estabelecer-se de outras formas, por exemplo: 
 
• por uma narrativa sintética que exemplifique o problema; 
• por uma apresentação direta do problema; 
• por uma descrição caracterizadora. 
 
Veja o exemplo de uma descrição introdutória: 
 
 2020, grande cidade da América do Sul. Sol escaldante, roupas leves e as rádios anunciando 
repetidamente: prossegue o racionamento de água. Nas casas, as caixas d'água estão zias: não há 
abastecimento ou poços que resolvam o problema. Nas indústrias, o colapso está prestes a ser 
publicamente explicitado. 
 
 Agora é sua vez. Escolha entre a exemplificação ou a apresentação direta do problema e formule outra 
introdução para o texto. 
 
4. A citação de texto ou autor importante constitui o que se chama "argumento de autoridade". Retire um 
exemplo do texto. 
 
5. Do ponto de vista argumentativo, dados estatísticos são indiscutíveis e, portanto, importantes elementos 
em textos como um editorial. Transcreva um exemplo de dado estatístico. 
 
6. Formulada por meio de uma pergunta, a conclusão retoma a dúvida presente na introdução. Entretanto, 
ela poderia propor uma ação que prevenisse o problema ou uma solução para ele. Elabore essa outra 
conclusão proposta 
 
 
Técnicas de Redação - 2º ano - 2016 21 
 
 
 
A REPORTAGEM 
 
 Jornais e revistas procuram constantemente provocar interesse no público. 
Redatores, repórteres e fotógrafos estão sempre em busca dos "assuntos quentes", 
ou seja, temas, fatos e cenas que conseguem atrair a atenção do maior número 
possível de leitores. Por isso, quando um acontecimento é especialmente 
surpreendente, importante ou curioso, pode merecer maior atenção e dedicação por 
parte dos jornalistas. 
 Nesse caso, em vez de aparecer apenas como notícia, o fato pode gerar uma 
abordagem mais aprofundada. Repórteres vão em busca de informações variadas 
sobre o assunto, fazem entrevistas, coletam e analisam dados, rastreiam 
antecedentes históricos, examinam possíveis repercussões. Depois, selecionam e 
organizam o material obtido, produzindo um texto que muitas vezes vem 
acompanhado de gráficos, tabelas, transcrições de entrevistas. 
 O resultado é o que se costuma chamar de reportagem. 
 
A reportagem é composta de: 
 
• dados, fatos, depoimentos, comentários de análise. 
 
 
ESTRUTURA DA REPORTAGEM 
 
• Uma reportagem pode ser composta de muitas maneiras. O importante é apresentar o tema por vários 
ângulos, contrastando opiniões diferentes, indicando causas, consequências, antecedentes históricos. 
• A incorporação de depoimentos obtidos por meio de entrevistas é uma prática comum. 
• A abertura e o título da reportagem são elaborados de modo a instigar a curiosidade do leitor. 
• Muitas vezes, ao lado do texto principal da reportagem, aparecem boxes, que apresentam textos 
complementares, ou então tabelas, gráficos, ilustrações. 
 
LINGUAGEM DA REPORTAGEM 
 
Como ocorre nas notícias, a objetividade e a clareza devem predominar. Para isso: 
• utilizar vocabulário simples e preciso; 
• construir períodos curtos; 
• restringir o emprego de adjetivos e advérbios, diminutivos, aumentativos; 
• sempre que possível, traduzir termos científicos e técnicos. 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. Leia diferentes exemplos de abertura de reportagens sobre o emprego da arte na cura de doenças. 
Relacione as colunas, identificando a técnica empregada em cada abertura. 
 
I. "A arte faz bem ao corpo e ao espírito, ao rim e ao fígado. O baço adora arte. Quando vemos arte, o 
coração bate mais compassado, e nossos artelhos ficam lépidos e dançantes. Nossa aura adquire uma 
cor azulada, e os chacras superiores emitem mais vibrações. Antes de fazer terapia reichiana ou 
acupuntura, as pessoas deveriam ir a uma galeria!" (José Roberto Aguilar, artista plástico) [...] 
Doris Fleury. Aproximação com a arte melhora a qualidade de vida. In Folha de S. Paulo, 15/5/2003. 
LEMBRANDO 
O editorial expõe a posição do jornal sobre um assunto importante ou polêmico. Trata-se de um texto de caráter 
argumentativo que, quanto à estrutura, apresenta claramente: 
 introdução (por exemplificação, descrição, pergunta ou síntese do problema); 
 desenvolvimento (parte argumentativa propriamente dita, em que se levantam argumentos, como citação de 
autoridade, dados estatísticos e fatos); 
 conclusão (com retomada da opinião principal,proposta de solução do problema, pergunta). 
Quanto à linguagem, conectores que expressam causa, contraste, conclusão — entre outros — auxiliam na 
estruturação do texto.Técnicas de Redação - 2º ano - 2016 22 
 
 
 
II. Foi em 1900 que o austríaco Sigmund Freud, criador da psicanálise, começou a acomodar seus 
pacientes em uma espécie de sofá sem encosto, o diva. Até hoje, mais de 100 anos depois, essa é 
a primeira imagem que vem à cabeça quando se pensa em algum tratamento psicoterapêutico. 
Mas o atendimento está ganhando novas formas. Sessões ao ar livre, desenhos no lugar de 
conversas e técnicas de respiração acelerada, entre outros métodos, passaram a ser 
experimentados por paulistanos que se entediavam com os longos tratamentos da psicanálise. [...] 
Lia Bock. Cadê o diva? In revista Veja - Veja São Paulo. São Paulo: Abril, 11 de agosto de 2004. III. 
 
III. Começa hoje, em São Paulo, uma exposição de quadros realizados por pacientes psiquiátricos do 
Hospital das Clínicas (HC). Os quadros foram pintados durante sessões de arte-terapia, 
psicoterapia que usa a linguagem plástica. [...] 
Gabriela Scheinberg. Pacientes psiquiátricos do HC fazem exposição de quadros. FolhadeS. Paulo, 1º/12/1999. 
 
IV. A arte é "uma fada que transmuta", escreveu Manuel Bandeira, "e transfigura o mau destino." A 
capacidade transformadora e terapêutica da pintura, escrita, música, dança e outras são 
propagadas também na medicina e psicologia. [...] 
Fabiane Leite e Berta Marchiori. Arte-terapia ajuda a superar doenças. Folha de S. Paulo, 6/7/2003. 
V. Guache, tinta a óleo, argila, lápis de cera, telas e pincéis, muitos pincéis. Todo esse aparato está 
instalado no 4º andar do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (SP). Desde 1997, uma 
sala da enfermaria semi-aberta foi transformada em ateliê para abrigar as sessões de arte-terapia, 
que atendem 60 pacientes por semana. [...] 
Arte como terapia. In Folha de S. Paulo, 7/12/2000. VI. 
VI. É raro, mas acontece: um psicoterapeuta pode sugerir que seu paciente assista a um filme 
específico. Quem sabe a experiência facilite a reflexão do paciente sobre suas dificuldades ou o 
ajude a inventar uma solução. [...] 
Contardo Calligaris. A terapia do doutor Cinema. Folha de S. Paulo, 10/1/2002. 
 
a) ( ) Referência histórica: apresentam-se informações do passado que estejam relacionadas ao tema. 
b) ( ) Enumeração de palavras ou frases que compõem um cenário. 
c) ( ) Afirmações inusitadas, frases que soam absurdas. 
d) ( ) Apresentação de uma situação incomum, surpreendente. 
c) ( ) Citação de texto literário. 
f) ( ) Anúncio de um acontecimento relacionado ao tema. 
 
SINÓPSE 
 
Uma sinopse é um resumo, um sumário. 
Utiliza-se esta palavra com muita frequência nos jornais para indicar um resumo da história de um 
filme. 
 
Exemplo: 
Filme: Igualdade de Sexos 
De: Nigel Cole 
Com: Sally Hawkins, Bob Hoskins, Miranda Richardson, Geraldine James, Rosamund Pike, Andrea 
Riseborough 
Género: Drama, Comédia 
Classificacao: M/12 
 
Sinopse: 
Inglaterra, 1968. As operárias responsáveis pelos forros dos bancos na fábrica da Ford em 
Dagenham descobrem que, apesar da igualdade de exigências de trabalho, os homens são mais bem 
remunerados que as mulheres e os seus protestos são ignorados pelas chefias... (in publico.pt) 
 
 
 
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SÍNTESE 
 
 Quando falamos de forma coloquial (no dia a dia) quando alguém se refere a uma síntese está 
fazendo referência a um resumo. A expressão “em sínteses” é sinônimo de “em resumo”. E por isso se 
alguém nos pede algo em forma de sínteses temos que entendê-lo como que o quer de forma resumida. 
 
O que é síntese? 
 
Por outro lado, desde mais uma definição formal de Sínteses temos que a síntese se refere à 
composição de um objeto, coisa, animal ou ideia a partir de seus elementos separados. A Wikipedia diz 
textualmente: 
 
“A síntese se refere à composição de um corpo ou de um conjunto a partir de seus elementos separados 
em um prévio processo de análise.” 
 
Desde uma definição de síntese menos formal seria preciso 
entender que se refere à essência de algo, aquilo ao que pode 
reduzir-se sem perder seus próprio significado. 
 
RESUMO 
 
O resumo é um texto feito a partir de outro. Sua elaboração 
resulta, de um lado, da seleção e organização das informações que 
se supõe são as mais importantes de um texto e, de outro lado, do 
abandone; informações consideradas menos significativas. 
Para depreender a maneira como se elabora um resumo, 
vamos comparar o Texto I, publicado na revista Veja, e o Texto II, 
que resume essa matem. 
 
 
Texto l 
 
Fama — Dólares que caem do céu 
ícones da cultura pop continuam vendendo milhões depois da morte 
 
Para essa turma, quinze minutos de fama é pouco Para 
artistas como Elvis Presley, John Lennon, Bob Marley e Marilyn 
Monroe, o sucesso é parte da vida eterna. Eles continuam levando 
milhões de pessoas à lojas de CDs, cinemas e livrarias mesmo 
depois de mortos. São ícones da sociedade de consumo e fazem as 
caixas registradoras abrir e fechar numa velocidade de dar inveja a 
muito artista vivo. Um levantamento recente feito pela revista 
americana Forbes mostra que há dezenove personalidades já 
mortas que faturara mais de 5 milhões de dólares anuais com 
direitos autorais, vendas de discos, livros, licenciamento de 
produtos, publicidade e direitos sobre o uso de música em 
programas de televisão e no cinema. Entre os d primeiros 
colocados, há cinco músicos, um desenhista, uma atriz, dois 
escritores e um esportista [...]. Morto em 1977, Elvis Presley 
continua sendo fenômeno de vendas. Entre setembro de 2002 e 
setembro de 2003, vendeu 40 milhões de dólares discos e 
licenciamentos. O número de visitantes a Graceland, mansão onde 
Elvis morou e que se transformou em museu, cresceu 4% e atingiu 
600.000 pessoas nos últimos doze meses. O mercado americano 
 
 
Técnicas de Redação - 2º ano - 2016 24 
 
 
responde por 44% do setor de entretenimento e mídia em todo o mundo. Anualmente gastam-se nos 
Estados Unidos 479 bilhões de dólares, o que explica fenômenos tipicamente americanos, como o do 
piloto de corrida Dale Earnhardt, que morreu em 2001, em um acidente. Desde então, as vendas de 
réplicas de brinquedo de seu carro dispararam e surgiu até um celular com sua grife. O rapperTupac 
Shakur é outro caso à parte. O cantor [...] teve oito CDs póstumos que fizeram mais sucesso que os 
lançados quando ele estava vivo. Marilyn Monroe conseguiu a décima posição no ranking da Forbes 
graças a um empurrão dado por uma campanha de publicidade da Chrysler e Volkswagen na Europa. É 
uma alegria para os herdeiros, que só precisam de talento para gastar os milhões que caem do céu em 
suas contas bancárias. 
 
Veja. São Paulo, Abril, 5 de novembro de 2003. 
Texto 1 
 
Muitos artistas do mundo pop continuam fazendo sucesso após a morte e são responsáveis por um 
movimento financeiro invejável. De acordo com a revista Forbes, dezenove deles, entre os quais se 
incluem músicos, escritores, esportistas etc., faturam mais de 5 milhões de dólares anuais com direitos 
autorais, publicidade, licenciamento de produtos etc. Fazem parte dessa lista Elvis Presley, Dale 
Earnhardt, Tupac Shakur, Marilyn Monroe. O primeiro, por exemplo, ainda ganha com a venda de CDs, 
licenciamentos de produtos e visitas à mansão em que morou. Aos herdeiros cabe apenas gastar. 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. Uma das regras básicas de elaboração de resumos é a seleção, ou seja, são escolhidas as 
informações essenciais e eliminados os detalhes óbvios no contexto. Explique por que se pode falar em 
seleção se comparamos os fragmentos a seguir dosdois textos. 
 
• Original: "[...] faturam mais de 5 milhões de dólares anuais com direitos autorais, vendas de discos, 
livros, licenciamento de produtos, publicidade e direitos sobre o uso de músicas em programas de 
televisão e no cinema". 
• Resumo: "[...] faturam mais de 5 milhões de dólares anuais com direitos autorais, publicidade, 
licenciamento de produtos etc.". 
2. Chama-se cancelamento à eliminação de informações desnecessárias para a compreensão de outras 
partes do texto. Transcreva duas alternativas que apresentam informações que foram canceladas no 
resumo do texto. 
 
a) "O mercado americano responde por 44% do setor de entretenimento e mídia em todo o mundo. 
Anualmente gastam-se nos Estados Unidos 479 bilhões de dólares, o que explica fenômenos tipicamente 
americanos, como o do piloto de corrida Dale Earnhardt, que morreu em 2001, em um acidente." 
 
b) "O cantor [...] teve oito CDs póstumos que fizeram mais sucesso que os lançados quando ele estava 
vivo." 
 
c) "É uma alegria para os herdeiros, que só precisam de talento para gastar os milhões que caem do céu 
em suas contas bancárias." 
 
3. A generalização consiste na substituição de elementos particulares por outros, mais gerais, que os 
incluem. Copie a alternativa a seguir que exemplifica a generalização. 
 
a) Original: "Marilyn Monroe conseguiu a décima posição no ranking da Forbes graças a um empurrão 
dado por uma campanha de publicidade da Chrysler e Volkswagen na Europa." 
Resumo: "Fazem parte dessa lista Elvis Presley, Dale Earnhardt, Tupac Shakur, Marilyn Monroe." 
 
b) Original: "Para essa turma, quinze minutos de fama é pouco. Para artistas como Elvis Presley, John 
Lennon, Bob Marley e Marilyn Monroe, o sucesso é parte da vida eterna." 
Resumo: "Muitos artistas do mundo pop continuam fazendo sucesso após a morte." 
 
 
 
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4. Diferentes resumos podem ser elaborados a partir de um texto original, seguindo as regras de seleção, 
cancelamento e generalização, anteriormente exemplificadas. Agora releia o texto original e produza um 
outro resumo, o seu. 
 
5. A seguir, serão fornecidos fragmentos de outros textos para que você exercite cada uma das três regras 
expostas. 
 
a) Resuma o parágrafo a seguir a partir da regra de seleção. Lembre-se de eliminar informações óbvias 
no contexto. 
 
Abaixo a papelada 
 
Quando se inventou o computador, as previsões davam conta de que o consumo de papel cairia 
drasticamente, substituído pela comunicação eletrônica. Na prática, isso não se comprovou — ao 
contrário. A difusão crescente dos computadores só fez alimentar o mercado de impressoras, papéis e 
cartuchos de impressão. 
Revista CartaCapital. São Paulo, Confiança, 5 de novembro de 2003. 
 
b) Resuma o parágrafo a seguir, cancelando informações que são pouco significativas para a 
compreensão do restante do texto. 
 
Leãozinho 
 
Sexto filho de seu Zezinho e dona Cano, Caetano Emanuel Vianna Telles Veloso nasceu em Santo 
Amaro da Purificação e, desde cedo, compunha canções e se interessava por pintura. No início dos anos 
de 1960, sua família mudou-se para a capital baiana. Nessa época, Caetano já estava atraído pela bossa-
nova de João Gilberto. Ao ingressar no curso de Filosofia da Universidade Federal da Bahia, conheceu Cal 
Costa, Tom Zé e Gilberto Gil, com quem realizou os primeiros shows. 
Informe publicitário Guia Pão Music. Apoio cultural Folha. 
 
c) Informações específicas podem ser substi¬tuídas por generalizações para que se resuma o próximo 
parágrafo. 
 
Assim foram os carros do século 20 
 
Um friso. Uma maçaneta cromada. Um farol diferente, uma lanterna traseira comprida, uma grade 
nova — e surge um novo estilo, uma nova moda no desenho dos carros. Nos últimos anos, a cópia dos 
detalhes estilísticos de cada carro se tornou algo tão frequente que acabou por deixá-los; muito parecidos. 
Basta olhar para os novos modelos: faróis com lentes lisas, lanternas nas colunas traseiras e vincos fortes 
na carroceria já estão presentes em vários deles [...] Na história dos automóveis, vez por outra surgem 
modelos que se transformam em exemplo para toda a geração. Alguns, claro, fracassam, ou apenas 
deixam algumas ideias interessantes como legado. Um dos primeiros exemplos da indústria 
automobilística foi o Cord, um carrão americano de 1936 com desenho ousado, que alguns comparavam a 
uma esfinge. Seus faróis viravam de acordo com o movimento do volante — uma ideia que foi retomada, 
agora [...] Ou ainda, o Chrysler Airflou de 1934: com linhas curvas, traseira alongada em forma de gota e 
pára-brisa inclinado, foi um fracasso comercial que depois passou a ser venerado como uma das primeiras 
iniciativas no desenvolvimento da aerodinâmica. 
Fabricio Rocha. Correio Braziliense. Brasíia - Caderno Sobre Rodas, 5/12/2002. 
 
 
A PONTUAÇÃO 
 
Insiste o Autor em combater a ideia, muito divulgada, de que pontuação é problema de ouvido, que 
assinala a pausa e, por isso, dispensa ao escritor os conhecimentos rudimentares de gramática. Bem sabe 
que ouvido e gramática estão aqui unidos como dois braços de um abraço; mas o excessivo 
privilegiamento que se concede à pausa sobre as relações sintáticas que os termos da frase mantêm entre 
si constantemente leva a pessoa a cometer enganos grosseiros no uso da vírgula, muitas vezes com 
resultados desastrosos na comunicação adequada da mensagem. 
 
 
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Uma frase não é um amontoado desordenado de palavras, da mesma forma que um automóvel não 
é um amontoado de peças: tudo aí está interligado por força da funcionalidade de seus elementos 
constitutivos, que ordena o fundamental e o acessório que a gramática procura descrever, explicitando os 
princípios que regem o bom emprego da vírgula e de outros sinais de pontuação. 
EvanUdo Bechara, na apresentação do livro A vírgula: considerações sobre o seu ensino e o seu emprego, 
de Celso Pedro Luft. São Paulo: Atica, 1996. p. 
 
A pontuação na organização do texto 
 
A pontuação organiza o texto escrito, funcionando como importante elemento de coesão, além de 
imprimir nele certas propriedades da língua falada. 
Na fala, podemos contar com uma série de recursos para dar eficácia à mensagem, como os 
gestos, o tom da voz, a expressão facial, a entoação etc. Enfim, quando falamos, nossa mensagem vem 
reforçada por inúmeros recursos que não temos quando escrevemos. Para tentar reproduzir na escrita 
alguns dos recursos de que dispomos na fala, contamos com uma série de sinais gráficos denominados 
sinais de pontuação. 
 
Observe o seguinte enunciado: 
 
Se, por exemplo, usássemos só 10% dos neurônios, os outros 90% deveriam servir como espécie 
de "reserva". 
GALILEU. São Paulo: Globo, n. 139, fev. 2003. p. 7. 
 
 
Temos, em duas situações, o emprego de vírgulas organizando a frase: 
 
• a expressão "por exemplo", que tem função semelhante à de advérbio e papel coesivo indicando 
explicação, aparece entre vírgulas, já que é um termo que pode ser deslocado, interferindo, assim, na 
ordem do enunciado; 
• a oração subordinada adverbial condicional "Se usássemos só 10% dos neurônios", anteposta à oração 
principal, vem marcada por vírgula. 
 
E temos o emprego semântico das aspas, ou seja, as aspas interferindo no significado da palavra 
"reserva", empregada no texto com valor conotativo (o falante se apropriou de uma palavra normalmente 
utilizada em outros contextos). 
Dessa forma, os sinais de pontuação servem para marcar pausas (a vírgula, o ponto-e-vírgula, o 
ponto final) ou a melodia da frase (o ponto de exclamação, o ponto de interrogação etc.). Ao mesmo tempo 
desempenham importante papel na organização do texto,visto que estão ligados à organização sintática 
dos termos na frase e, por isso mesmo, obedecem a certas regras. 
Entretanto, existem também razões de ordem subjetiva, ou de estilo, que determinam a pontuação 
de um texto. Leia uma passagem inicial do livro Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago: 
 
[...] Num movimento rápido, o que estava à vista desapareceu atrás dos punhos fechados do 
homem, como se ele ainda quisesse reter no interior do cérebro a última imagem recolhida, uma luz 
vermelha, redonda, num semáforo. Estou cego, estou cego, repetia com desespero enquanto o ajudavam 
a sair do carro, e as lágrimas, rompendo, tornaram mais brilhantes os olhos que ele dizia estarem mortos. 
Isso passa, vai ver que isso passa, às vezes são nervos, disse uma mulher. O semáforo já tinha mudado 
de cor, alguns transeuntes curiosos aproximavam-se do grupo, e os condutores lá de trás, que não sabiam 
o que estava a acontecer, protestavam contra o que julgavam ser um acidente de trânsito vulgar, farol 
partido, guarda-lamas amolgado, nada que justificasse a confusão. Chamem a polícia, gritavam, tirem daí 
essa lata. 
SARAMAGO, José. Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Cia. das Letras, 1999. p. 12. 
 
É possível afirmar com segurança que esse texto é bem pontuado. O que pode parecer estranho ao 
leitor desavisado é, na verdade, uma escolha bastante particular do autor: ele não utiliza a pontuação 
convencional do diálogo (nem travessões - a indicação gráfica de que alguém vai se pronunciar -, nem 
pontos de exclamação, pontos de interrogação ou reticências - a representação gráfica das emoções dos 
personagens). Isso se deve, como dissemos, a uma escolha subjetiva do autor; trata-se de seu estilo. 
 
 
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Não é uma escolha gratuita, porém. De um lado, as falas incorporam-se à narrativa, como se, com 
ela, formassem um todo indissolúvel; a voz do narrador sobrepõe-se a todas as outras e ele assume uma 
dura neutralidade em relação às emoções dos personagens. De outro, fica também por conta do leitor a 
interpretação sobre a intensidade dessas emoções. 
Leia atentamente um trecho de uma entrevista com a banda Pato Eu (observe que se trata da 
transcrição de uma conversa, portanto o texto tem as marcas da oralidade): 
 
LSI - Foi intencional isso? Vocês usarem a eletrônica, mas de forma discreta, e não como carro-
chefe... Foi intenção de vocês ou rolou natural? 
John - Não, acho que o nosso lance eletrônico era um pouco diferente disso que está agora. 
Disponível em: <www.ufsm.br/alternet/5Al/patol.html>. Acesso em: 26 ago. 2006. 
 
Nesse trecho, notamos o emprego do travessão para introduzir as falas; do ponto de interrogação 
para finalizar um enunciado interrogativo; reticências indicando uma quebra na fala, característica da 
oralidade; vírgulas para separar orações coordenadas; ponto final para encerrar o enunciado de John. 
Mas o caso mais interessante é o emprego da vírgula na resposta: a sua ausência mudaria 
completamente o sentido do enunciado (Não acho que o nosso lance eletrônico...). Essa vírgula (que 
poderia perfeitamente ser substituída por ponto-e-vírgula ou ponto final) isola um termo que se refere ao 
enunciado anterior (como se dissesse: - Não foi nossa intenção.); a ausência de pontuação associaria o 
advérbio "não" ao enunciado posterior, modificando a forma verbal "acho". Em outras palavras: um 
enunciado afirmativo seria transformado em negativo. 
Outra consequência muito comum da má pontuação é a ambiguidade. Compare os exemplos 
abaixo: 
 
Eu como as aves rompendo os grilhões buscando a liberdade. 
Eu, como as aves, rompendo os grilhões, buscando a liberdade. 
 
Enquanto o primeiro exemplo produz ambiguidade pelo emprego da palavra "como" (que tanto 
poderia ser a l.a pessoa do verbo "comer", como a conjunção equivalente a "da mesma forma que"), o 
segundo, devidamente pontuado, permite apenas uma interpretação. 
Regras de pontuação 
 
Muitas são as regras de pontuação; também são muitas as possibilidades de uso da pontuação na 
construção de um texto, dependendo da intenção de quem escreve e dos aspectos que o autor pretende 
ou não realçar. Isso significa que não podemos considerar o conjunto de regras de pontuação como algo 
inflexível, muito pelo contrário. Por essa razão, julgamos desnecessário enumerar todas as regras de 
pontuação; limitaremos nossa abordagem a alguns lembretes e sugestões. 
Sintaxe e bom senso 
 
Sintaxe é a primeira e mais importante regra para a boa pontuação de um texto. O uso da vírgula, 
por exemplo, é determinado pela sintaxe. Por isso, pense na gramática e na organização das ideias, evite 
a armadilha das construções complexas e das frases longas, leia o texto várias vezes para ter certeza de 
que ficou claro e preciso, treine lendo bons autores etc. 
 
PRATICANDO 
 
1. (Fuvest-SP) Do texto abaixo, omitiram-se as vírgulas. Transcreva-o, colocando-as: 
 
"Quando eu pedi três meses depois que casasse comigo laia Lindinha não estranhou nem me despediu." 
 
2. (Fuvest-SP) "Uma flor, o Quincas Borba." 
 
Elipse é uma figura de construção que resulta na omissão de um termo facilmente identificável. Nesta 
famosa frase, de um romance de Machado de Assis, a vírgula indica a elipse de um termo. Qual o termo 
implícito? 
 
 
 
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3. (FCC-SP) Cada um dos períodos seguintes foi pontuado de cinco formas diferentes. Leia-os todos e 
assinale a letra que corresponde ao período de pontuação correta: 
 
a) A questão, porém, não é de pão, é de manteiga. 
b) A questão porém, não é de pão é de manteiga. 
c) A questão, porém, não é de pão é de manteiga. 
d) A questão porém não: é de pão, é de manteiga. 
e) A questão, porém não é de pão, é de manteiga. 
 
4. (PUC-RS) A alternativa com pontuação correta é: 
 
a) Tenha cuidado, ao parafrasear o que ouvir. Nossa capacidade de retenção é variável e muitas vezes 
inconscientemente, deturpamos o que ouvimos. 
b) Tenha cuidado ao parafrasear o que ouvir nossa capacidade de retenção é variável e, muitas vezes, 
inconscientemente, deturpamos o que ouvimos. 
c) Tenha cuidado, ao parafrasear o que ouvir! Nossa capacidade de retenção é variável e muitas vezes 
inconscientemente, deturparmos o que ouvimos. 
d) Tenha cuidado ao parafrasear o que ouvir; nossa capacidade de retenção, é variável e - muitas vezes 
inconscientemente, deturpamos o que ouvimos. 
e) Tenha cuidado, ao parafrasear o que ouvir. Nossa capacidade de retenção é variável - e muitas vezes 
inconscientemente - deturpamos, o que ouvimos. 
 
5. (ITA-SP) Dadas as sentenças: 
 
1) O álbum que comprei contém mais de mil ilustrações. 
2) Meu irmão comprou: uma casa, uma geladeira, uma televisão em cores e um gravador; por isso, está 
com dívidas. 
3) É fácil destruir, difícil é construir mesmo que, para isso, tenhamos que nos sacrificar. 
 
Verificamos que está (estão) devidamente pontuada(s): 
 
a) apenas a sentença 1 
b) apenas a sentença 2 
c) apenas a sentença 3 
d) apenas as sentenças 1 e 2 
e) todas as sentenças 
 
6. (Fuvest-SP) Assinale a alternativa que está com a pontuação correta. 
 
a) Citando o dito da rainha de Navarra, ocorre-me que entre o nosso povo, quando uma pessoa vê outra 
pessoa arrufada, costuma perguntar-lhe: "Gentes, quem matou seus cachorrinhos?" 
 
b) Citando o dito, da rainha de Navarra, ocorre-me que entre o nosso povo quando, uma pessoa vê outra 
pessoa arrufada costuma perguntar-lhe: "Gentes, quem matou seus cachorrinhos?" 
 
c) Citando, o dito da rainha de Navarra, ocorre-me que entre o 
nosso povo, quando uma pessoa vê outra pessoa arrufada costuma perguntar-lhe: "Gentes quem matou 
seus cachorrinhos?" 
 
d) Citando o dito da rainha

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