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ANESTESIOLOGIA ODONTOLÓGICA 1 Prof. Dra Daniela Alves • Discutir sobre a importância da consulta inicial em Odontologia. Avaliação sistêmica do paciente. • Normas gerais de Biossegurança • Relembrar os mecanismos fisiológicos de transmissão do impulso nervoso • Conhecer o mecanismo de ação dos anestésicos locais, constituintes das soluções anestésicas locais, suas indicações e contra indicações, além do cálculo das doses máximas, critérios para escolha • Compreender a ação dos vasoconstritores nas soluções anestésicas locais, indicação e contra indicações, critérios de escolha OBJETIVOS O que é a anamnese? A anamnese é uma entrevista realizada pelo profissional com o seu paciente durante a consulta em consultório, em que são realizadas perguntas específicas O termo “anamnese” se origina de “ana = trazer de volta”, “recordar” e “mnese” = “memória”, isto é, trazer de volta à mente os fatos relacionados com a pessoa e suas manifestações de doença. É o primeiro contato entre profissional e paciente, estabelecendo-se, então, uma relação de proximidade e confiança, fundamentais para um atendimento humanizado. É fundamental para o diagnóstico e para orientar as decisões clínicas e terapêuticas, faz parte do prontuário do paciente. ✓Fases do interrogatório: * Identificação do paciente ✓Nome/ Endereço/Idade ✓Estado Civil/ Gênero ✓Profissão ✓Naturalidade/Procedência CFO, 2004; Prado&Salim, 2004; Miloro, 2008. ✓Fases do interrogatório: ✓Queixa Principal: motivo fundamental da consulta ✓História da doença atual: histórico completo e detalhado de queixa apresentada em toda sua evolução temporal e sintomatológica. Porto, 2013; Tommasi, 2014. ✓Fases do interrogatório: ✓História buco-dental ✓ Deve investigar todo antecedente estomatológico, compondo um completo histórico das ocorrências. ✓ Nesta fase da anamnese é importante saber : ✓Frequência de visitas ao dentista; ✓Experiências e tratamentos realizados anteriormente; ✓Dores na região facial e da ATM CFO, 2004; Tommasi, 2014. ✓Fases do interrogatório: ✓História médica: Coleta informações detalhadas sobre todas as doenças de caráter sistêmico, alergias, uso de medicamentos. ✓Assegura que o tratamento dental não prejudique o estado geral; ✓Presença de alguma doença ou medicamento que deverá alterar o atendimento odontológico; ✓Representa um documento legal. CFO, 2004; Miloro, 2008. • Você é portador de alguma doença sistêmica? • Como está o controle atual da doença? • Você faz uso diário de algum medicamento? • Você tomou sua medicação hoje? • Você passou por alguma complicação recente? • Você possui alergia a alguma substância ou medicamento? • Você está grávida ou amamentando? ✓Fases do interrogatório: ✓Antecedentes familiais: obtenção de informações sobre o estado de saúde, da família, na busca de uma eventual doença herdada ou com tendência. ✓ Hábitos: conhecimento de hábitos adquiridos pelo paciente, elemento chave para elaborar o diagnóstico e fundamentar o prognóstico. Prado&Salim, 2004; Tommasi, 2014. A anamnese é a base da consulta odontológica, tem como objetivo coletar informações para formar hipóteses diagnósticas, além de permitir ao CD delinear o perfil do paciente que será tratado sob sua responsabilidade. Faz parte do prontuário, sendo um documento legal. Deve sempre ser assinado pelo paciente/responsável O CD deve sempre dirigir a anamnese, demonstrar interesse em conhecer o paciente, saber ouvir, deixando-o à vontade e estabelecendo relação de confiança. ✓Exame Físico: ✓ Protocolo: ✓ Extraoral ✓ Intraoral O CD deve realizar o exame físico local e geral do paciente, observando, em conjunto, o estado psicológico, conversando, perguntando, observando-o e explorando os sinais presentes através da inspeção, palpação, percussão, auscultação A avaliação dos sinais vitais também deve fazer parte do exame físico geral na consulta odontológica inicial. Essa conduta demonstra que precauções quanto à segurança estão sendo tomadas, valorizando a relação de confiança entre paciente e profissional Os sinais vitais (SSVV) são indicadores do estado de saúde e da garantia das funções circulatórias, respiratória, neural e endócrina do corpo. Podem servir como mecanismos de comunicação universal sobre o estado do paciente e da gravidade da doença. VERIFIQUEM O PULSO NAS SEGUINTES ARTÉRIAS Prezados Estudantes, Sejam muito bem-vindos a 2021.1!IDADE BPM BEBÊS 100-170 CRIANÇAS 2-10 ANOS 70-120 CRIANÇAS > 10 ANOS E ADULTOS 60-100 Vídeo pulso carotídeo Vídeo pulso radial PRESSÃO ARTERIAL é definida como a força exercida pelo sangue na parede das artérias e serve como indicador bastante importante sobre a função cardiovascular Pressão arterial sistólica, diastólica (mmHg) JNC7 2017 ACC/AHA < 120 e < 80 PA normal PA normal 120–129 e < 80 Pré-hipertensão PA elevada 130–139 ou 80–89 Pré-hipertensão Hipertensão estágio 1 140–159 ou 90–99 Hipertensão estágio 1 Hipertensão estágio 2 ≥ 160 ou ≥100 Hipertensão estágio 2 Hipertensão estágio 2 CLASSIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL, EM ADULTOS, COMO AFERIR CORRETAMENTE A PRESSÃO ARTERIAL https://youtu.be/-m8Quelqxxk https://youtu.be/-m8Quelqxxk Preparo do paciente: 1. Explicar o procedimento ao paciente e deixá-lo em repouso de 3 a 5 minutos em ambiente calmo. Deve ser instruído a não conversar durante a medição. Possíveis dúvidas devem ser esclarecidas antes ou depois do procedimento. 2. Certificar-se de que o paciente NÃO: - Está com a bexiga cheia; - Praticou exercícios físicos há pelo menos 60 minutos - Ingeriu bebidas alcoólicas, café ou alimentos; - Fumou nos 30 minutos anteriores. 3. Posicionamento: - O paciente deve estar sentado, com pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e relaxado; - O braço deve estar na altura do coração, apoiado, com a palma da mão voltada para cima e as roupas não devem garrotear o membro. 4. Medir a PA na posição de pé, após 3 minutos, nos diabéticos, idosos e em outras situações em que a hipotensão ortostática possa ser frequente ou suspeitada. Etapas para a realização da aferição: 1. Determinar a circunferência do braço 2. Selecionar o manguito de tamanho adequado ao braço ver 3. Colocar o manguito, sem deixar folgas, 2 a 3 cm acima da fossa cubital; 4. Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial; 5. MÉTODO PALPATÓRIO: Estimar o nível da PAS pela palpação do pulso radial (palpar o pulso radial e inflar o manguito até perceber o desaparecimento da pulsação. Observar o manômetro. Esse valor é uma estimativa da PAS). 6. MÉTODO AUSCUTATÓRIO: Imediatamente após realizar a estimativa da PAS, palpar a artéria braquial na fossa cubital e colocar a campânula ou o diafragma do estetoscópio sem compressão excessiva 7. Inflar rapidamente até ultrapassar 20 a 30 mmHg o nível estimado da PAS obtido pela palpação 8. Proceder à deflação lentamente (velocidade de 2 mmHg por segundo); 9. Determinar a PAS pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff) e, após, aumentar ligeiramente a velocidade de deflação; 10. Determinar a PAD no desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff) 11. Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para confirmar seu desaparecimento e depois proceder à deflação rápida e completa 12. Informar o valor de PA obtido para o paciente; e Anotar os valores exatos sem “arredondamentos” e o braço em que a PA foi medida. Reforça-se a necessidade do uso de equipamento validado e periodicamente calibrado. VER MAIS INFORMAÇÕES EM DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPETENSÃO, 2020. Respiração é um complexo processo que envolve o fornecimento de O2 da atmosfera para as células e a remoção de CO2 em direção à atmosfera. Isso ocorre em várias etapas (Ventilação Pulmonar, trocas gasosas, transporte de gases no sangue). Os movimentos respiratórios de entrada e saída de arentre pulmões e atmosfera podem ser verificados clinicamente através da visualização da expansão e retração da caixa torácica. Vídeo sobre Frequência respiratória VALORES DE REFERÊNCIA PARA RESPIRAÇÃO Adultos – 14 a 18 inspirações/ min; Crianças – 20 a 25 inspirações/ min; Bebês – 30 a 60 respirações/ min. O oxímetro avalia, de forma indireta e indolor, a saturação de hemoglobina no sangue com oxigênio A saturação normal: entre 95% e 100%. Condições leves de saúde como gripes ou resfriados podem apresentar uma saturação entre 90% e 94%. Uma leitura do oxímetro de pulso abaixo de 90% é considerada uma "emergência clínica" pela OMS. Vídeo uso do oxímetro CLASSIFICAÇÃO DO PACIENTE, SEGUNDO SEU ESTADO FÍSICO CLASSIFICAÇÃO DO PACIENTE COM BASE NO ESTADO FÍSICO, PELO SISTEMA ASA, COM ADAPTAÇÕES PARA A CLÍNICA ODONTOLÓGICA (MODIFICADO) ASA I – Paciente saudável que, de acordo com a história médica, não apresenta anormalidade. Mostra pouca ou nenhuma ansiedade, sendo capaz de tolerar muito bem o estresse ao tratamento dental, com risco mínimo de complicações. ASA II – Paciente portador de doença sistêmica moderada ou de menor tolerância que o ASA I, por apresentar maior grau de ansiedade ao tratamento odontológico. Pode exigir certas modificações no plano de tratamento, para cada caso particular (exemplo: sedação por meios farmacológicos, posicionamento na cadeira odontológica, menor duração das sessões de atendimento etc.). Apesar de algumas precauções, o paciente ASA II apresenta risco mínimo de complicações durante o atendimento. A troca de informações com os médicos é recomendável. As condições para que os pacientes sejam incluídos nesta categoria são: - Ansiedade aguda, com história de episódios de alteração da consciência, mal-estar geral ou desmaio em tratamentos odontológicos anteriores; - Obesidade moderada; - Primeiros dois trimestres da gestação; - Hipertensão arterial controlada com medicação; - Diabetes tipo II controlada por meio de dieta, exercícios e medicamentos; - Desordens convulsivas, com uso contínuo de medicação anticonvulsivante e sem apresentar complicações recentes; - Asma brônquica, com uso ocasional de bronco dilatador em aerossol; - Tabagismo, sem apresentar doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC); - Angina estável, assintomática, exceto em extremas condições de estresse; - Infarto do miocárdio, ocorrido há mais de seis meses, sem apresentar sintomas. Maloney WJ, Weinberg MA. Implementation of the American Society of Anesthesiologists Physical Status Classification System in Periodontal Practice. Journal of Periodontology 2008;79(7):1124-6. ASA III – Paciente portador de doença sistêmica severa, que limita suas atividades. Geralmente, exige algumas modificações no plano de tratamento, sendo imprescindível a troca de informações com o médico. O tratamento odontológico eletivo não está contraindicado, embora este paciente represente um maior risco durante o atendimento. São exemplos de ASA III: - Obesidade mórbida; - Último trimestre da gestação; - Diabetes tipo I (insulinodependente), com a doença controlada; - Hipertensão arterial, com níveis pressóricos situados na faixa de 160-194 a 95-99 mm Hg; - Episódios frequentes de angina de peito, com sintomas após exercícios leves; - Insuficiência cardíaca congestiva, com edema de tornozelos; - Doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema ou bronquite crônica); - Episódios frequentes de convulsão ou crise asmática; - Pacientes sob quimioterapia; - Hemofilia; - Infarto do miocárdio, ocorrido há mais de seis meses, mas ainda com sintomas, como dor no peito ou falta de ar. Maloney WJ, Weinberg MA. Implementation of the American Society of Anesthesiologists Physical Status Classification System in Periodontal Practice. Journal of Periodontology 2008;79(7):1124-6. ASA IV – Paciente acometido de doença sistêmica severa, sob constante risco de morte. Ou seja, apresenta problemas médicos de extrema importância para o planejamento do tratamento odontológico. Sempre que possível, os tratamentos eletivos devem ser postergados até que a condição médica do paciente permita enquadrá-lo na categoria ASA III. As urgências odontológicas, como dor e infecção, devem ser tratadas da maneira mais conservadora que a situação permita. Quando houver indicação inequívoca de uma pulpectomia ou exodontia, a intervenção deve ser efetuada em ambiente hospitalar, com a devida supervisão médica. São classificados nesta categoria: - Pacientes com dor no peito ou falta de ar enquanto sentados, sem atividade; - Incapazes de andar ou subir escadas; - Pacientes que acordam durante a noite com dor no peito ou falta de ar; - Pacientes com angina que estão piorando, mesmo medicados; - História de infarto do miocárdio ou de acidente vascular encefálico, no período dos últimos seis meses, com pressão arterial acima de 200/100 mm Hg; - Pacientes que necessitam da administração suplementar de oxigênio, de forma contínua. Maloney WJ, Weinberg MA. Implementation of the American Society of Anesthesiologists Physical Status Classification System in Periodontal Practice. Journal of Periodontology 2008;79(7):1124-6. ASA V – Paciente em fase terminal, cuja expectativa de vida não é maior do que 24 horas, com ou sem cirurgia planejada, invariavelmente hospitalizado. Nesta classe de pacientes, os procedimentos odontológicos eletivos estão contraindicados e as urgências odontológicas podem receber tratamento paliativo, como no caso de dor. Pertencem à categoria ASA V: - Pacientes com falência renal, doença hepática ou doenças infecciosas em estágio final; - Pacientes com câncer terminal. ASA VI – Pacientes com morte cerebral declarada, cujos órgãos serão removidos com propósito de doação. Não se aplica à clínica odontológica. OBS: O cirurgião-dentista deverá estar preparado para reconhecer e instituir medidas de pronto atendimento nas diferentes situações de emergência. É desejável que esteja habilitado a executar as manobras de suporte básico de vida (SBV) e de reanimação cardiopulmonar (RCP), bem como manusear equipamentos auxiliares, administrar soluções injetáveis e instituir outras medidas de suporte. Maloney WJ, Weinberg MA. Implementation of the American Society of Anesthesiologists Physical Status Classification System in Periodontal Practice. Journal of Periodontology 2008;79(7):1124-6. “Curar quando possível, Aliviar quando necessário, Consolar sempre” Hipócrates OBRIGADA!!!
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