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Uso de Opioides - Morfina, metadona, fentalina, meperidina, tramadol e butorfanol

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Medicina Veterinária 
Opioides 
O uso de opioides na medicação pré-anestésica é constante. A escolha por esses medicamentos como 
MPA, estão relacionados à sua forte ação analgésica, afinal os outros grupos não cumprem esse papel 
contra a dor. Essas substâncias são originadas do ópio, um composto vindo da papoula, quando possui essa 
origem natural da planta recebem a denominação de opiáceo, sendo esse o caso da morfina, porém 
existem formas sintéticas de conseguir esse composto que então recebem o nome de opioide. 
Naturalmente o organismo animal produz opioides, que são estimulados conforme as vias 
nociceptivas (serotonina) são ativadas, ao receberem sinais de percepção da dor. Assim um dos efeitos 
adversos preocupantes do uso desses medicamentos é a dependência que eles podem causar, pois quando 
se ingere muitos desses o corpo entende que não precisa mais produzi-los e causa então o vicio. A 
abstinência causada por ele é bem seria, capaz de proporcionar ao indivíduo letargia, agressividade, 
contrações, fraqueza e fortes dores, sendo então um dos piores vícios e algo a se ter cuidado quando 
trabalhamos com o grupo. 
O consumo exagerado do medicamento pode ainda causar tolerância ao animal, de modo em que a 
potência do medicamento seja perdida e o paciente precise de doses cada vez maiores. 
Quanto ao seu mecanismo de ação, consiste em atuar se ligando aos receptores opioides, sendo os 
principais listados abaixo. Eles estão presentes principalmente no SNC, mas se dispersam por todos os 
tecidos. 
 MOP (mi)  Maior quantidade no tálamo e córtex; causa dependência (é o maior deles); maior 
repercução clínica; causa efeitos gastrointestinais; reduz a ação do centro termorregulador; causa 
depressão respiratória e possivelmente braquicardia. 
 KOP (kapa)  Localiza-se principalmente na medula espinhal, tálamo, hipotálamo e córtex; com boa 
ação clínica; disforia (oposto de euforia); sedação; analgesia e sua depressão respiratória é menos 
intensa. 
 DOP (delta). 
 
Farmacologicamente eles se dividem em agonistas totais, agonistas parciais, agonistas-antagonistas e 
antagonistas. 
 Agonistas MOP: Morfina, meperidina, tramadol, metadona e fentanil; 
 Agonista KOP e antagonistas MOP: Butorfanol; 
 Antagonista: Naloxona. 
 
Morfina 
 Elevada afinidade com receptores MOP, KOP E DOP  Intensa analgesia; 
 
Medicina Veterinária 
 Sua administração por via IV deve ser evitada  Devido a liberação de histamina, resposta com 
hipotensão, êmese e possível excitação; 
 A via preferencial é a IM  Minimiza os efeitos indesejáveis, além de rápida absorção e curto 
período de latência (até 15min); 
 Via SC pode ser utilizada, porém sua absorção é lenta e a via oral não é efetiva devido a sua pouca 
absorção; 
 Meia vida de 3 a 4h; 
 Promove liberação de histamina, podendo causar alergia no paciente; 
 É possível que provoque hipotensão, náusea, vomito e retenção de urina. 
 
Meperidina 
 Possui 10% da potência da morfina, necessitando de doses maiores para obter boa analgesia em 
cães e gatos; 
 Serve para dores moderadas  Não é uma boa opção para animais politraumatizados; 
 Seu efeito dura por aproximadamente 2h em cães e em gatos é considerado inadequado; 
 Alterações cardiovasculares mais intensas que a morfina; 
 Promove liberação de histamina, hipotensão e inotropismo (capacidade de contração do coração, com 
maior força) negativo; 
 Reduzir doses em pacientes de risco; 
 Contraindicado por via IV; 
 Em grandes animais pode promover ataxia (irregularidade de coordenação dos movimentos) e excitação, 
sendo assim medicamentos a se evitar. 
 
Metadona 
 Com ação dual devido a ser agonista dos receptores MOP e também atuar como antagonista dos 
receptores NMDA (N-metil-D-aspartato, receptores que levam o sinal da dor para o encefálo). Devido a 
essa segunda ação, faz com que ele seja bom para tratamentos de dores crônicas ou refratárias; 
 Bom para castrações; 
 Pode apresentar bradicardia e hipotensão; 
 Bastante promissor na medicina veterinária. 
 
Tramadol 
 Opioide agonista de ação parcial; 
 Usado na MPA e no pós-operatório; 
 Sua analgesia é comparada a da morfina; 
 Os efeitos adversos são mínimos; 
 
Medicina Veterinária 
 Inibe a recaptação das catecolaminas; 
 Dura até 6h; 
 Sendo 70% opioide, é o único que pode ser associado com o butorfanol. 
 
Butorfanol 
 Mais potente que a morfina em 5 a 10x; 
 Agonista dos receptores KOP e antagonista dos receptores MOP; 
 A via IM promove uma absorção rápida, com efeito, iniciando em 5min; 
 Em equinos a dose para analgesia é de 0,1 mg/Kg, durando até 3h, porém se a dose for superior a 
0,2 mg/Kg o efeito será de excitação e maior atividade locomotora; 
 Possui menor depressão respiratória; 
 Bom sedativo em cães e gatos; 
 Boa analgesia visceral, sendo bom para equinos; 
 Prejudica os efeitos agonistas mi  Pode bloquear o efeito desses fármacos, porém traz maior 
segurança quanto seus efeitos. 
 
 
Fentalina 
 Altamente lipossolúveis; 
 Afinidade com receptores MOP  Causa intensa analgesia; 
 Curto período de latência (age em 15 a 20min) e ação  Não pode fazer no animal e mandar para 
casa, pois ele vai sentir dor rapidamente; 
 Possui uso prevalente como infusão contínua durante a anestesia (junto com o soro e em pequenas 
quantidades); 
 Pequenas doses já causam bons resultados em cães e gatos, porém deve ser evitado em grandes 
animais como MPA ou em associações neuroleptoanalgénesicas, pois diminui a motilidade intestinal. 
 Em equinos o uso não é recomendado, pois causa excitação no animal; 
 Em pequenos animais podem ser administradas por via IV e IM, e a via SC deve ser evitada; 
 Efeitos: Intensa analgesia, depressão ventilatória discreta, poucas alterações clínicas se for 
administrado isoladamente; 
 Não causa hipotensão, náuseas ou êmese; 
 Sem liberação de histamina; 
 Possui efeito cumulativo, por isso não é apropriada sua administração infusiva por mais de 2h. 
 
REFERÊNCIA 
Flavio, M. Anestesiologia Veterinária - Farmacologia e Técnicas, 7ª edição. Rio de Janeiro/RJ: Grupo GEN, 2019. 
100x mais potente 
que a morfina.

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