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MATERIAIS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS Fauzi Marraui Propriedades dos materiais semicondutores Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Caracterizar os materiais semicondutores. � Classificar os materiais semicondutores. � Identificar aplicações dos materiais semicondutores. Introdução Atualmente, a maior parte da eletrônica é dominada pelos dispositivos semicondutores, exceto em algumas aplicações de grande potência e alta tensão. Os dispositivos semicondutores são os componentes básicos para processar sinais elétricos nos sistemas de comutação, comunicação, computação e controle. Dessa forma, o estudo dos semicondutores vem se tornando cada vez mais importante, devido ao seu uso em larga escala no campo da eletroeletrônica. Componentes como transistores, diodos, varistores e circuitos integrados baseiam-se em materiais semicondutores. Neste capítulo, você estudará as principais características dos materiais semicondutores, além de suas classificações e possíveis aplicações. Caracterização dos materiais semicondutores Segundo Callister Junior e Rethwisch (2016), a condutividade elétrica dos materiais semicondutores não é tão elevada quanto a dos metais. Entretanto, apresentam algumas características elétricas especiais que os tornam úteis. As propriedades elétricas desses materiais são extremamente sensíveis à presença de concentrações de impurezas, mesmo as muito pequenas. Em comparação com metais e isolantes, as propriedades elétricas dos semicondutores são afetadas por variações de temperatura, exposição à luz e acréscimos de impurezas. Um semicondutor puro, como o silício, apresenta uma condutividade elé- trica bastante limitada, porém, se pequenas quantidades de impurezas são incorporadas à sua estrutura cristalina, suas propriedades elétricas alteram-se significativamente. O material pode passar a conduzir eletricidade em um único sentido, por exemplo. As propriedades elétricas de um material são consequência da estrutura de sua banda eletrônica, ou seja, do arranjo das bandas eletrônicas mais externas e da forma como as mesmas são preenchidas com elétrons. Para um material conduzir eletricidade, é necessário que os elétrons de valência (por meio de um potencial elétrico aplicado) saltem do nível de valência para um nível ou uma banda de condução. As estruturas de banda eletrônica dos materiais condutores, isolantes e semicondutores estão ilustradas na Figura 1. É possível observar que, nos materiais condutores, há uma superposição das bandas mais externas preen- chidas e vazias; já nos isolantes, o espaçamento entre as bandas é relativamente grande (maior que 2 eV); nos materiais semicondutores, esse espaçamento é relativamente estreito (menor que 2 eV), ou seja, eles podem apresentar alguma condução maior que a dos isolantes e menor que a dos condutores. Figura 1. Estrutura de banda eletrônica dos (a) condutores, (b) isolantes e (c) semicondutores. Fonte: Adaptada de Callister Junior e Rethwisch (2016). Banda vazia Banda preenchida Banda de condução vazia Espaçamento entre bandas Banda de valência preenchida (a) (b) (c) Banda de condução vazia Espaçamento entre bandas Banda de valência preenchida Propriedades dos materiais semicondutores2 Os materiais semicondutores são sólidos ou líquidos, capazes de mudar com certa facilidade sua condição de isolante para a de condutor. Ou seja, podem sofrer grandes alterações em sua condutividade, já que a quantidade de energia necessária para retirar um elétron da banda de valência e levá-lo para a banda de condução é intermediária entre a energia necessária para o isolante e o condutor. Em baixas temperaturas, os semicondutores puros comportam-se como isolantes. Sob temperaturas mais altas, luz ou com a adição de impurezas, sua condutividade pode ser aumentada drasticamente, podendo alcançar níveis que se aproximam dos metais. Classificação dos materiais semicondutores Os materiais semicondutores são classificados em dois tipos: intrínsecos e extrínsecos. Os semicondutores intrínsecos são aqueles nos quais o compor- tamento elétrico tem por base a estrutura eletrônica inerente ao metal puro. Quando as características elétricas são ditadas pelos átomos de impurezas, o semicondutor é dito extrínseco. Os semicondutores intrínsecos são caracterizados por uma banda de va- lência preenchida e separada de uma banda de condução vazia por meio de um espaçamento entre bandas proibido — geralmente menor que 2 eV. Os dois semicondutores elementares (silício e germânio) apresentam energia de espaçamento entre bandas de aproximadamente 1,1 eV e 0,7 eV, respecti- vamente. Ambos pertencem ao grupo IVA da tabela periódica e se unem por ligações covalentes. Vários materiais semicondutores compostos têm o comportamento in- trínseco. Um desses grupos é formado entre elementos dos Grupos IIIA e VA — arseneto de gálio (GaAs) e antimoneto de índio (InSb), por exemplo — são chamados de compostos III-V. Além deles, os elementos dos Grupos IIB e VIA também exibem comportamento semicondutor. Conforme os dois elementos que formam esses compostos ficam mais separados em relação às suas posições na tabela periódica, a ligação atômica torna-se mais iônica, e a magnitude da energia do espaçamento entre as bandas aumenta (os materiais tendem a se tornar mais isolantes). O espaçamento entre bandas para alguns compostos semicondutores é apresentado no Quadro 1. 3Propriedades dos materiais semicondutores Fonte: Adaptado de Callister Junior e Rethwisch (2016). Material Espaçamento entre bandas [eV] Condutividade elétrica [Ω ∙ m]-1 Mobilidade do elétron [m²/V ∙ s] Mobilidade do buraco [m²/V ∙ s] Elementos Si 1,11 4 ∙ 10-4 0,14 0,05 Ge 0,67 2,2 0,38 0,18 Compostos III-V GaP 2,25 – 0,03 0,015 GaAs 1,42 10-6 0,85 0,04 InSb 0,17 2 ∙ 104 7,7 0,07 Compostos II-VI CdS 2,40 – 0,03 – ZnTe 2,26 – 0,03 0,01 Quadro 1. Energias dos espaçamentos entre bandas e algumas características para ma- teriais semicondutores Nos semicondutores intrínsecos, cada elétron excitado para a banda de condução resulta na falta de um elétron em uma das ligações covalentes ou no esquema de bandas (banda de valência). Esse elétron ausente na banda de valência é chamado de buraco, e considera-se que ele tenha carga igual à de um elétron com sinal oposto (+1,6 ∙ 10 - 19 C). Logo, os elétrons excitados e os buracos movem-se em direções opostas quando na presença de um campo elétrico. A Figura 2 apresenta o comportamento dos elétrons na condução elétrica intrínseca. Propriedades dos materiais semicondutores4 Fi gu ra 2 . M od el o de li ga çã o el et rô ni ca p ar a a co nd uç ão e lé tr ic a no si líc io in tr ín se co : ( a) a nt es d a ex ci ta çã o; (b ) e (c ) d ep oi s d a ex ci ta çã o. Fo nt e: A da pt ad a de C al lis te r J un io r e R et hw is ch (2 01 6) . Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Ca m po E Ca m po E (a ) (b ) (c ) El ét ro n liv re El ét ro n liv re Bu ra co Bu ra co 5Propriedades dos materiais semicondutores A condutividade elétrica de um semicondutor intrínseco é expressa pela equação (1): σ = n|e|μe + p|e|μb (1) onde: σ — condutividade elétrica [1/Ω ∙ m]; n — número de elétrons livres por metro cúbico; |e| — magnitude absoluta da carga elétrica de um elétron (1,6 ∙ 10-19 C); µe — mobilidade eletrônica [m²/V ∙ s]; p — número de buracos por metro cúbico; µb — mobilidade dos buracos [m²/V ∙ s]. Para os semicondutores, a magnitude de µb é sempre menor que µe. Para os semicondutores intrínsecos, cada elétron promovido pelo espaçamento entre bandas deixa para trás um buraco na banda de valência. Dessa forma: n = p = ni (2) onde: ni — concentração de portadores intrínsecos por metro cúbico. Logo, a condutividade elétrica em funçãode ni pode ser escrita pela equa- ção (3): σ = n|e|(μe + μb) = p|e|(μe + μb) = ni|e|(μe + μb) (3) Teoricamente, todos os semicondutores comerciais são extrínsecos, ou seja, o comportamento elétrico é determinado pelas impurezas, as quais, mesmo presentes em concentrações mínimas, introduzem um excesso de elétrons ou de buracos. Existem dois tipos de semicondução extrínseca: do tipo n e do tipo p — as quais são explicadas a seguir. Tipo n Considere um semicondutor elementar de silício. Seu átomo apresenta quatro elétrons, os quais estão ligados covalentemente a um de quatro átomos de silício adjacentes. Suponha que um átomo de impureza com valência 5 seja Propriedades dos materiais semicondutores6 adicionado como impureza substitucional. As possibilidades incluem os átomos da coluna do Grupo VA da tabela periódica. Apenas quatro dos cinco elétrons de valência desses átomos de impurezas podem participar da ligação, pois existem apenas quatro ligações possíveis com átomos vizinhos. O elétron adicional, que não forma ligações, fica fracamente preso à região em torno do átomo de impureza, por uma atração eletrostática fraca. A energia de ligação desse elétron é relativamente pequena (da ordem de 0,01 eV). Dessa forma, ele é removido com facilidade do átomo de impureza — nesse caso, ele se torna um elétron livre ou de condução, como ilustra a Figura 3 (CALLISTER JUNIOR; RETHWISCH, 2016). Figura 3. (a) Esquema da banda de energia eletrônica para uma impureza localizada abaixo da banda de condução. (b) Excitação a partir de um estado doador, no qual um elétron livre é gerado na banda de condução. Fonte: Adaptada de Callister Junior e Rethwisch (2016). Estado doador (a) (b) Elétron livre na banda de condução Ba nd a de va lê nc ia Ee Es pa ça m en to en tr e ba nd as Ba nd a de co nd uç ão En er gi a Para cada um dos elétrons fracamente ligados, existe um nível de energia que está localizado dentro do espaçamento proibido entre as bandas, logo abaixo da parte inferior da banda de condução. A energia necessária para excitar o elétron de um estado de impureza até um estado dentro da banda de condução corresponde à energia de ligação desse elétron. Cada excitação fornece ou doa um único elétron para a banda de condução. Uma impureza desse tipo é denominada de doadora. Uma vez que cada elétron doado é excitado a partir de um nível da impureza, nenhum buraco correspondente é criado na banda de valência, como está demonstrado na Figura 4. 7Propriedades dos materiais semicondutores Fi gu ra 4 . M od el o de s em ic on du çã o ex tr ín se ca d o tip o n: (a ) u m á to m o de im pu re za p od e su bs tit ui r u m á to m o de s ilí ci o, o q ue re su lta e m u m e lé tr on d e lig aç ão e xt ra ; ( b) a e xc ita çã o pa ra fo rm ar u m e lé tr on li vr e; (c ) o m ov im en to d es se e lé tr on li vr e em re sp os ta a u m c am po e lé tr ic o. Fo nt e: A da pt ad a de C al lis te r J un io r e R et hw is ch (2 01 6) . Propriedades dos materiais semicondutores8 Devido à grande excitação de elétrons a partir dos estados doadores, o número de elétrons na banda de condução excede em muito o número de buracos na banda de valência (n >> p). Logo, a condutividade elétrica pode ser expressa pela equação (4): σ ≅ n|e|μe (4) Um material desse tipo é um semicondutor extrínseco do tipo n. Os elé- trons são os portadores majoritários, e os buracos são os portadores de carga minoritários. O nível de Fermi é deslocado para cima no espaçamento entre bandas, até a vizinhança do estado doador. Tipo p Um efeito oposto ao que ocorre aos semicondutores extrínsecos do tipo n é produzido pela adição ao silício ou ao germânio de impurezas trivalentes (alumínio, boro e gálio). Uma das ligações covalentes desses átomos fica deficiente em um elétron, e essa deficiência é vista como um buraco que está fracamente ligado ao átomo de impureza. Tal buraco pode ser liberado por meio da transferência de um elétron de uma ligação adjacente, como ilustrado na Figura 5. O elétron e o buraco trocam de posição. Um buraco em movimento é considerado em estado excitado e contribui com o processo de condução de forma análoga à de um elétron excitado. Figura 5. Modelo de semicondução extrínseca do tipo p. (a) Um átomo de impureza pode substituir um átomo de silício. (b) O movimento do buraco em resposta a um campo elétrico. Fonte: Adaptada de Callister Junior e Rethwisch (2016). 9Propriedades dos materiais semicondutores As excitações extrínsecas podem ser representadas pelo modelo de bandas, conforme a Figura 6, em que cada átomo de impureza desse tipo produz um nível de energia dentro do espaçamento entre bandas, localizado acima da parte superior da banda de valência. Imagina-se que um buraco seja criado na banda de valência devido à excitação térmica de um elétron. Uma impureza desse tipo é denominada de receptora, pois tem a capacidade de aceitar um elétron na banda de valência, deixando para trás um buraco. O nível de ener- gia introduzido no espaçamento entre as bandas por esse tipo de impureza é chamado de estado receptor. Figura 6. (a) Esquema da banda de energia para um nível de impureza receptora acima da banda de valência. (b) Excitação de um elétron para dentro do nível receptor. Fonte: Adaptada de Callister Junior e Rethwisch (2016). Estado receptor (a) (b) Buraco na banda de valência Ba nd a de va lê nc ia Ee Es pa ça m en to en tr e ba nd as Ba nd a de co nd uç ão En er gi a Na excitação extrínseca tipo p, os buracos estão presentes em concen- trações muito maiores que os elétrons (p >> n). Logo, um material sob essas circunstâncias é do tipo p, visto que as partículas carregadas positivamente são as principais responsáveis pela condução elétrica. Nesse caso, os buracos são os portadores majoritários, e os elétrons são os portadores minoritários — portanto, a condutividade elétrica é expressa pela equação (5): σ ≅ p|e|μe (5) Propriedades dos materiais semicondutores10 O nível de Fermi dos semicondutores do tipo p está posicionado dentro do espaçamento entre bandas e próximo ao nível do receptor. Nos semicondutores extrínsecos, grandes números de portadores de carga são criados à temperatura ambiente pela energia térmica disponível, e, como consequência desse fato, são obtidas condutividades elétricas relativamente elevadas. A maioria desses materiais é projetada para aplicações em dispositivos eletrônicos que operam em condições ambientes. Aplicações dos materiais semicondutores Os semicondutores são especialmente utilizados em dispositivos na área da eletrônica, devido às suas propriedades elétricas especiais. Os diodos e transistores (que substituíram as válvulas a vácuo) são exemplos conhecidos. Dentre as vantagens dos dispositivos semicondutores, pode-se citar suas pequenas dimensões, seu baixo consumo de energia e a inexistência de tempo de aquecimento. Segundo Shackelford (2008), circuitos elétricos miniaturizados são o resultado da combinação de materiais semicondutores tipo p e tipo n. Um exemplo é o retificador, ou diodo, que contém uma única junção p–n. Esta junção pode ser produzida pela união física de dois pedaços de material: um tipo p e outro tipo n. Quando uma diferença de potencial é aplicada ao dispositivo, os portadores de carga são afastados da junção (os buracos em direção ao eletrodo negativo, e os elétrons negativos em direção ao eletrodo positivo). Essa polaridade reversa rapidamente leva à polarização do retifi- cador. Os portadores majoritários de carga em cada região são levados para os eletrodos adjacentes, e apenas uma corrente mínima pode fluir, como ilustra a Figura 7. 11Propriedades dos materiais semicondutores Figura 7. (a) Retificador em estado sólido (diodo). (b) Na polaridade reversa, ocorre a polarização e há poucofluxo de corrente. (c) Na polarização direta, a maioria dos portadores flui para a junção, onde são continuamente recombinados. Fonte: Shackelford (2008). junção p–n material tipo p material tipo n (a) Buracos Zona de isolamento Elétrons condutores – eletrodo + eletrodo e– e– (b) Buracos Zona de recombinação Elétrons condutores + –eletrodo eletrodo (c) A inversão de tensão produz uma polaridade direta, em que os portadores de carga majoritários em cada região fluem em direção à junção, onde são continuamente recombinados. Esse processo permite o fluxo contínuo de corrente no circuito. O fluxo de elétrons no circuito externo fornece uma Propriedades dos materiais semicondutores12 fonte nova de buracos no eletrodo positivo e uma fonte nova de elétrons no eletrodo negativo. O retificador ideal não permite a passagem de corrente na polaridade reversa e tem resistividade nula na polaridade direta. Já o dispositivo real apresenta uma pequena corrente na polaridade reversa e uma pequena resistividade na polaridade direta. Esse dispositivo substituiu a válvula retificadora a vácuo. Outro dispositivo semicondutor muito utilizado na eletrônica é o transistor, que tem duas funções principais: amplificar um sinal elétrico e servir como dispositivo interruptor nos computadores para processamento e armazenamento de informações. Os dois tipos principais são o transistor de junção e o MOSFET. O transistor de junção é composto por duas junções p–n em uma confi- guração n–p–n ou p–n–p. A Figura 8 ilustra o diagrama de um transistor de junção p–n–p, juntamente com seu circuito correspondente. Figura 8. Diagrama de um transistor de junção p–n–p. Fonte: Adaptada de Callister Junior e Rethwisch (2016). +Carga Vo lta ge m d e �u xo p ar a a fre nt e Voltagem de alimentação Voltagem de saída Vo lta ge m d e �u xo re ve rs o Junção 1 Junção 2 Vo lta ge m de e nt ra da (m V) Vo lta ge m de sa íd a (m V) 0,1 Tempo Tempo 10 + – Emissor p Base p Coletor p Como o emissor é do tipo p, e a junção 1 apresenta fluxo para frente, um grande número de buracos entra na região da base. Esses buracos são portadores minoritários na base do tipo n, e alguns se combinarão com elétrons majori- 13Propriedades dos materiais semicondutores tários. Porém, se a base for extremamente fina e os materiais semicondutores tiverem sido preparados corretamente, a maioria dos buracos passará através da base sem recombinação e irá, então, através da junção 2, para o coletor do tipo p. Os buracos se tornam agora parte do circuito emissor-coletor (Figura 9). Um pequeno aumento na tensão de alimentação no circuito emissor-base produz um grande aumento na corrente por meio da junção 2. Esse grande aumento na corrente do coletor também é refletido para um grande aumento na tensão por meio do resistor de carga. Dessa forma, um sinal de tensão que passa em um transistor de junção é amplificado (CALLISTER JUNIOR; RETHWISCH, 2016). Figura 9. Distribuição e direção dos movimentos dos portadores de carga: (a) quando não há potencial aplicado; e (b) com o fluxo apropriado para ampli- ficação de tensão solda de componentes eletrônicos. Fonte: Adaptada de Callister Junior e Rethwisch (2016). + + + ++ + + + ++ + + + + + ++ + + + – – – – – + + + ++ + + + ++ + + + + + ++ + + + – – – – – Tipo pTipo n Emissor Coletor (a) (b) Junção 1 Junção 2 Tipo p Base – –+ + Propriedades dos materiais semicondutores14 Em um transistor n–p–n, o raciocínio é análogo, porém são os elétrons que são injetados através da base para dentro do coletor. O MOSFET consiste em duas pequenas ilhas de semicondutor do tipo p, que são criadas em um substrato de silício do tipo n, como é ilustrado em seção transversal na Figura 10. As ilhas são unidas por um canal do tipo p. Uma camada isolante de dióxido de silício é formada pela oxidação da superfície do silício. Então, um conector final (porta) é colocado sobre a superfície dessa camada isolante. Figura 10. Vista esquemática da seção transversal de um MOSFET. Fonte: Adaptada de Callister Junior e Rethwisch (2016). Fonte Porta Dreno Camada isolante de SiO2 Substrato de Si do tipo n Canal do tipo p Si do tipo p Si do tipo p A condutividade do canal varia pela presença de um campo elétrico apli- cado à porta. Caso seja aplicado um campo positivo na porta, os portadores de carga serão direcionados para fora do canal, reduzindo a condutividade elétrica e causando uma variação grande na corrente entre a fonte e o dreno. O MOSFET e o transistor de junção têm uma operação muito parecida, mas a principal diferença entre eles é que a corrente da porta do MOSFET é muito pequena em comparação à corrente de base do transistor de junção. Portanto, os MOSFET são utilizados onde as fontes de sinal a serem amplificadas não suportam uma corrente mais alta. 15Propriedades dos materiais semicondutores CALLISTER JUNIOR, W. D.; RETHWISCH, D. G. Ciência e engenharia dos materiais: uma introdução. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. 912 p. SHACKELFORD, J. F. Ciência dos materiais. 6. ed. São Paulo: Pearson, 2008. 576 p. Propriedades dos materiais semicondutores16 Conteúdo:
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