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PCC Fonética e Fonologia

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FONÉTICA E FONOLOGIA DA LÍNGUA PORTUGUESA
Prática como Componente Curricular (PCC)
LETRA, FONEMA E ENSINO DE ORTOGRAFIA.
Tutor/Professor: Lana Mara Rodrigues Rego Varizo Tavares
Discente: Helton Roberto Oliveira da Silva
Matrícula: 201901274845
Curso: Letras Língua Portuguesa 
Campo Grande
14/11/2019
1. OBJETIVOS
Identificar a falta de correspondência entre letra e fonema e os problemas ortográficos dos aprendizes.
2. INTRODUÇÃO
Enquanto as letras são sinais gráficos utilizados na escrita, os fonemas são unidades sonoras que compõem a fala ou o discurso. Muitas vezes letra e fonema correspondem numericamente, mas isso nem sempre ocorre e é a partir desse momento que os problemas ortográficos dos aprendizes entram em evidência.
Este relatório abordará a respeito desses problemas ortográficos causados pela confusão entre fonema e letra, demonstrando alguns dos erros mais frequentes da língua portuguesa.
3. LETRA E FONEMA
A falta de correspondência de algumas letras com os fonemas acabam dificultando no processo de aprendizagem do aluno. Eles chegam a escola com seu conhecimento da língua através do convívio com outros falantes, a famosa gramática internalizada, mas quando se deparam com a gramática normativa vivem um duro choque de realidade, pois descobrem que existe uma diferença entre fonema e letra.
Alunos escrevem frases como: “Se ela tivé bom censo, nóis não precizaremos, abissolutamente, de um adivogado.”, pois escrevem como falam. A verdade é que cabe a escola orientar ao aluno para a norma culta, principalmente através dos exercícios de leitura e escrita, o famosa aprendizagem através dos gêneros textuais.
Com bastante leitura o aluno vai assimilando o uso correto da escrita e com as aulas gramaticais ele vai entendendo o porquê de ocorrer essas diferenças entre letra e fonema.
Vamos analisar novamente a frase: “Se ela tivé bom censo, nóis não precizaremos, abissolutamente, de um advogado.” No primeiro erro encontramos a palavra “tivé” que é um fenômeno de metaplasmo por supressão, conhecido como apócope, que neste caso suprimiu o fonema no final do vocábulo “tiver”. Este mesmo caso ocorre com frequência na língua falada e escrita em palavras, por exemplo, como: quer, falar e bobagem que são suprimidas para as formas: “qué”, “falá” e “bobage” consecutivamente.
Os casos das palavras “abissolutamente” e “adivogado” é um típico fenômeno de metaplasmo por aumento, conhecido por anaptixe, que nestes dois casos acrescentou a vogal “i” para desfazer o grupo consonantal “bs” em absolutamente e “dv” em advogado. Esse fenômeno também é comum em outras palavras, por exemplo, como: pneu e ignorante, que sofrem o aumento nas formas: “peneu” e “iguinorante” consecutivamente.
A palavra “nóis” também ficou errada por sofrer fenômeno de metaplasmo por aumento, mas neste exemplo trata-se de um caso de epêntese, pois é apenas uma inserção de fonema no meio da palavra “nós”.
O erro no caso “precizaremos” talvez seja um dos mais comuns, pois a uma confusão clara entre a correspondência da letra e fonema. Por isso os exercícios de leitura e escrita são importantes para a assimilação da norma culta pelo aluno. A gramática apoia ao explicar que a letra “s” entre duas vogais representa graficamente o fonema “z” e que a grafia correta neste caso é precisaremos.
A muitos outros casos de confusão entre letras e fonemas que os alunos irão fazer, por isso é importante que eles conheçam os conceitos de letras e fonemas e saibam diferenciá-los. No entanto é importante saber que os erros ortográficos não se limitam apenas a essa confusão entre fonema e letra, outros elementos como acentuação também ocorrem por falta de entendimento silábico, pois a sílaba, que é formada por um fonema ou um grupo de fonemas que são pronunciados por uma única emissão de voz, é determinante em vários pontos da nossa escrita. Temos como exemplo a acentuação gráfica e fonética, ambas determinadas em função da sílaba. 
4. CONCLUSÃO
Os erros sempre irão ocorrer, pois, como já foi dito, os alunos vêm para a sala de aula com a gramática internalizada, então é preciso que o professor saiba conduzi-los para a norma culta sem preconceitos e sempre fazendo um paralelo entre a língua falada e a língua escrita.
Atualmente é entendido que o processo de ensino-aprendizagem através dos gêneros textuais tem sido um caminho mais assertivo, por isso é fundamental o uso desses gêneros na leitura e na escrita, para que possamos melhorar a qualidade das produções textuais dos alunos, minimizando os erros ortográficos e até mesmo da fala.
6. REFERÊNCIAS
MORAES, Rozangela Nogueira. Fonologia da Língua Portuguesa. 1. Ed. Rio de Janeiro: SESES, 2015.
ARAÚJO, Luciana Kuchenbecker. "Sílabas"; Brasil Escola. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/silabas.htm>. Acesso em 10 nov. 2019.
BOTELHO, J. M.; LEITE, I. L. Metaplasmos contemporâneos – Um estudo acerca das atuais transformações fonéticas da Língua Portuguesa. Disponível em: <https://www.filologia.org.br/cluerj-sg/anais/ii/completos/ comunicacoes/isabellelinsleite.pdf>. Acesso em 12 nov. 2019.
FERNANDES, Márcia. Fonema e Letra. Disponível em: <https://www. todamateria.com.br/fonema-e-letra/>. Acesso em 10 nov. 2019.

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