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Psicopedagogia no contexto hospitalar e do envelhecimento

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Ciclo 1 – Origem e Evolução Histórica da Psicopedagogia Hospitalar
Introdução:
Olá! Neste Ciclo 1 de Estudos e Aprendizagem da disciplina Psicopedagogia no Contexto Hospitalar e do Envelhecimento, você vai estudar e refletir sobre o processo de ensino e aprendizagem de crianças em ambiente hospitalar, assim como compreender os objetivos do atendimento educacional hospitalar. Para isso, será necessário estudar, compreender e refletir sobre a origem, a trajetória histórica e as legislações nacionais de atendimento educacional hospitalar.
Você também vai estudar a Psicopedagogia Hospitalar enquanto área de atuação do psicopedagogo, além de pesquisar e a refletir sobre a produção científica nacional existente referente a essa área de atuação da Psicopedagogia.
Então vamos começar?!
A aprendizagem das crianças no contexto hospitalar
A aprendizagem humana, em seus diferentes contextos, é o objeto de estudo da Psicopedagogia. Assim, esse profissional deverá desenvolver competências para o trato com os processos que dizem respeito à aprendizagem em situações do cotidiano hospitalar.
É sabido que o processo de ensino e a aprendizagem devem estar a serviço do aluno, mas, se ele se encontra internado, impossibilitado de frequentar a escola, por um determinado período ou permanentemente, o processo de ensino e aprendizagem deve estar a serviço da recuperação da saúde do então aluno-paciente, termo que utilizaremos ao longo dos nossos estudos.
O ambiente hospitalar é um local que emana diversos sentimentos e sensações: ora doença ou saúde, de imensa tensão ou angústia, alívio, cura ou consolo, pois ainda não é fácil distinguir entre a dor e outras agressões de que a criança ou o adulto é vítima da separação da família, mudança de quadro, rostos e procedimentos desconhecidos (ACAMPORA, 2015, p. 12).
Neste sentido, é preciso considerar todas essas influências internas e externas na aprendizagem de crianças hospitalizadas, uma vez que esse processo de internação é considerado um evento que modifica totalmente a rotina e o emocional da criança e/ou jovens e também de sua família.
São muitas as dificuldades de aprendizagem decorrentes da internação, como o trauma hospitalar, por exemplo, que pode vir a ocasionar dificuldades e/ou problemas no processo de desenvolvimento integral da criança.
Os objetivos do atendimento educacional de crianças e jovens hospitalizados são: impedir a interrupção do processo de aprendizagem da criança internada para no futuro ser integrada à sala de aula; contribuir para diminuir o trauma hospitalar ao trazer para o hospital uma parte de sua vida que é a escola; ampliar o serviço hospitalar ao fazer a junção da educação com a saúde; contribuir para a recuperação da criança ao atribuir-lhe responsabilidades educacionais; orientar o aluno, o professor da escola de origem e a família quanto à necessidade da continuação dos estudos após hospitalização nos casos possíveis; proporcionar condições para a continuidade e alcance da terminalidade escolar, adequadas às características individuais (GONÇALVES, 2015, p. 2).
O fazer pedagógico e psicopedagógico em ambiente hospitalar exige dos profissionais da área da saúde (médicos, enfermeiros, psicólogos) e educação (professor) um trabalho interdisciplinar repleto de sutilezas, em que toda ação educativa é uma luta pela vida e pela recuperação da saúde e do bem-estar integral (físico, emocional, cognitivo e social) do aluno-paciente hospitalizado (ALE, 2020).
Para Porto (2008, p. 48), “a Psicopedagogia Hospitalar surge como uma terceira força da Psicopedagogia que se organiza a partir de várias áreas de Educação e de Saúde”. E nós também acreditamos nisso!
Importante!
No Brasil, ainda nos dias atuais, muitos profissionais que atuam em espaços da saúde e até mesmo os próprios psicopedagogos desconhecem qual seria a sua função no contexto hospitalar. Diante disso, é necessário estudar, compreender e refletir melhor sobre a origem, a evolução histórica e as legislações nacionais acerca do Atendimento Educacional Hospitalar, com vistas para o surgimento da Psicopedagogia Hospitalar como área de atuação da Psicopedagogia.
Origem e evolução histórica do atendimento educacional hospitalar:
Podemos afirmar com propriedade que atendimento educacional hospitalar nasce do bojo da Educação Especial, visto que o Ministério da Educação (MEC) publicou o documento denominado “Política Nacional de Educação Especial”, em 1994, que apresenta uma proposta teórica trazendo à tona as modalidades de atendimento que “são alternativas de procedimentos didáticos específicos e adequados às necessidades educativas do alunado da Educação Especial e que implicam espaços físicos, recursos humanos e materiais diferenciados” [...] (BRASIL, 1994, p. 18).
Conforme essa mesma política, temos as modalidades de atendimento em Educação Especial desenvolvidas no Brasil, nas quais destacamos o Atendimento Domiciliar e a Classe Hospitalar:
Modalidades de atendimento em Educação Especial no Brasil     
Atendimento Domiciliar: atendimento educacional prestado ao portador de necessidades educacionais especiais, em sua casa, face a impossibilidade de sua frequência na escola.
Classe comum: ambiente dito regular de ensino/aprendizagem, no qual também estão matriculados, em processo de integração instrucional, os portadores de necessidades especiais que possuem condições de acompanhar e desenvolver as atividades curriculares programadas do ensino comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos normais.
Classe especial: sala de aula em escolas de ensino regular, organizada de forma a se constituir em ambiente próprio e adequado ao processo ensino/aprendizagem do aluno da Educação Especial. Neste tipo de sala especial, os professores capacitados selecionados para esta função utilizam métodos, técnicas e recursos pedagógicos especializados e, quando necessário, equipamentos e materiais didáticos específicos.
Classe hospitalar: ambiente que possibilita o atendimento educacional de crianças e jovens internados que necessitam de Educação Especial e que estejam em tratamento escolar.
Centro Integrado de Educação Especial: organização que dispõe de serviços de avaliação diagnóstica, de estimulação essencial, de escolarização propriamente dita, e de preparação para o trabalho, contando com o apoio de equipe multidisciplinar que utiliza equipamentos, materiais e recursos didáticos específicos para atender os alunos portadores de necessidades especiais.
Ensino com professor itinerante: trabalho educativo desenvolvido em várias escolas por docente especializado, que periodicamente trabalha com o educando com portador de necessidades educacionais especiais e com o professor de classe comum, proporcionando-lhes orientação, ensinamentos e supervisão adequados.
Escola Especial: instituição especializada, destinada a prestar atendimento psicopedagógico a educandos portadores de deficiências e de condutas típicas, onde são desenvolvidos e utilizados, por profissionais qualificados, currículos adaptados, programas e procedimentos metodológicos diferenciados, apoiados em equipamentos e materiais didáticos específicos.
Oficina pedagógica: ambiente destinado ao desenvolvimento das aptidões e habilidades de portadores de necessidades especiais, através de atividades laborativas orientadas por professores capacitados, onde estão disponíveis diferentes tipos de equipamentos e materiais para o ensino/aprendizagem nas diversas áreas do desempenho profissional.
Sala de estimulação essencial: local destinado a atendimento de portadores de deficiência de 0 a 3 anos e de crianças consideradas de alto risco, onde são desenvolvidas atividades terapêuticas e educacionais voltadas para o seu desenvolvimento global. A participação da família é fundamental nos programas de estimulação.
Sala de recursos: local com equipamentos, materiais e recursos pedagógicos específicos à natureza das necessidades educacionais especiais do alunado, onde se oferece a complementação do atendimento educacional realizado em classe comum. O aluno deve seratendido individualmente ou em pequenos grupos, por professores especializados, e em horário diferente do que frequenta no ensino regular [...] (BRASIL, 1994, p. 19-21).
Este documento atende a Resolução CNE/CEB n. 2, de 11 de setembro de 2001, que institui as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica.
Neste contexto, surge um novo campo de atuação para o atendimento educacional especializado: o ambiente hospitalar,cujo objetivo é proporcionar à criança e/ou adolescente internado em tratamento a oportunidade de continuar seus estudos. “Daí a necessidade emergencial de transferência do local comum de aprendizagem – a escola, para o hospital” (MATOS; MUGIATTI, 2009, p. 30).
Pode-se observar que até então os estudos são voltados para a presença do pedagogo especialista em Educação Especial junto à Pedagogia Hospitalar; no entanto, consideramos que o atendimento educacional hospitalar, além de trabalhar com as aprendizagens, também vai trabalhar com as emoções (dor e sofrimento) do aluno – paciente. Por isso, somente a presença do profissional da Pedagogia não é suficiente, sendo necessário incluir a presença do profissional da psicopedagogia, que detém conhecimentos acerca da importância da afetividade e das emoções na relação entre o ensino e aprendizagem (ALE, 2020).
Para tanto, é necessário que o profissional da Psicopedagogia tenha domínio das técnicas, recursos e estratégias metodológicos e específicos da psicopedagogia hospitalar, para que, diante dos problemas de aprendizagem inatos ao aluno-paciente, ou que possam vir a ser ocasionados devido ao episódio de internação hospitalar, intervenha com mais eficiência.
Ainda segundo a autora, a psicopedagogia é um campo de estudos construído, historicamente, a partir da interdisciplinaridade entre a pedagogia e a psicologia e, atualmente, tem se relacionado e se aproximado da neurologia.
Agora, no próximo tópico, convidamos você a estudar e a refletir sobre a legislação nacional existente sobre o Atendimento Educacional Hospitalar.
Legislação nacional sobre o atendimento educacional hospitalar:
Em um contexto mais amplo, temos que, de acordo com o art. 205 da Constituição Federal Brasileira, “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1988). Ademais, no artigo 214, inciso II, recomenda-se que as ações do Poder Público promovam a universalização do atendimento escolar de forma democrática e inclusiva.
Vimos que o atendimento educacional hospitalar teve sua origem pautada nos princípios norteadores dos documentos oficiais sobre Educação Especial e classe hospitalar destinados ao público-alvo da Educação Especial, citados anteriormente. Nesse sentido, em 1994, foi publicado, em versão impressa, o documento Classe Hospitalar – espaço pedagógico para o atendimento a crianças e jovens hospitalizados.
Agora, vamos para o ano de 1996, em que a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), em seu artigo 5º da Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, assegura o direito de acesso à educação básica obrigatória e, em seu parágrafo 5º, aponta que o Poder Público deve ser responsável por criar alternativas de acesso aos diferentes níveis de ensino.
Entretanto, foi somente a partir da Resolução n. 2, de 11 de setembro de 2001, do Conselho Nacional de Educação (BRASIL, 2001), que se tornou possível organizar o atendimento hospitalar e domiciliar para os alunos enfermos, impedidos de frequentar a escola regular durante internação hospitalar. Foi definido pelo artigo 13 dessa resolução que:
Os sistemas de ensino, mediante ação integrada com os sistemas de saúde, devem organizar o atendimento educacional especializado a alunos impossibilitados de frequentar as aulas em razão de tratamento de saúde que implique internação hospitalar, atendimento ambulatorial ou permanência prolongada em domicílio (BRASIL, 2001, p. 4).
Quase dez anos depois, em 2004,  tivemos o Projeto de Lei nº 4.191-B (BRASIL, 2004), que busca a regulamentação da oferta do atendimento educacional em hospitais para todas as pessoas, independentemente de pertencer ao público-alvo da Educação Especial, sob a seguinte justificativa de seu relator:
[...] os preceitos constitucionais do direito à educação e de que a oferta de educação básica – notadamente de ensino infantil e fundamental, seja garantida a todos os cidadãos, como um dever do Estado e da Família. O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público, ou sua oferta irregular, importa inclusive responsabilidade da autoridade competente. Assim, se todo cidadão brasileiro – criança, jovem ou adulto – tem direito à educação, cabe, portanto, ao Poder Público oferecê-la, por si ou em parcerias que o viabilizem, não sendo admissível que a impossibilidade de comparecer às aulas em escolas regulares, por problemas de saúde, se constitua em impedimento para a oferta educacional (BRASIL, 2005, p. 32).
Em 2005, temos o Projeto de Lei do Senado nº 548 (BRASIL, 2005), que, em sua ementa, pretende alterar a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que dispõe sobre as diretrizes e bases da educação nacional, para dispor sobre o atendimento educacional especializado em classes hospitalares ou mediante atendimento pedagógico domiciliar.
Acrescendo o seguinte art. 60-A:
“Art. 60-A. Os sistemas de ensino, mediante ação integrada com o sistema de saúde, oferecerão atendimento educacional especializado a alunos impossibilitados de frequentar as aulas em razão de tratamento de saúde que implique internação hospitalar, atendimento ambulatorial ou permanência prolongada em domicílio.
§ 1º O disposto no caput será assegurado por meio de classes hospitalares ou de atendimento pedagógico domiciliar, inclusive para crianças, jovens e adultos não matriculados no sistema educacional local, facilitando seu posterior acesso à escola regular.
§ 2º Os professores das classes hospitalares e do atendimento pedagógico domiciliar deverão ser habilitados nos termos do art. 62 desta Lei.
§ 3º O Conselho Nacional de Educação deliberará sobre as diretrizes operacionais e curriculares para o atendimento educacional especializado em classes hospitalares e no atendimento pedagógico domiciliar” (BRASIL, 2005).
Sob a justificativa de seu relator de que, apesar de todas as leis aprovadas em nível estadual, “o assunto ainda não recebeu do legislador federal a atenção que merece, inexistindo norma legal que o discipline” (BRASIL, 2005, p. 2).
Recentemente, em 2018, tivemos publicada a Lei nº 13.716, de 24 de setembro de 2018, que altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), para assegurar atendimento educacional ao aluno da educação básica internado para tratamento de saúde em regime hospitalar ou domiciliar por tempo prolongado.
Art. 4º-A. É assegurado atendimento educacional, durante o período de internação, ao aluno da educação básica internado para tratamento de saúde em regime hospitalar ou domiciliar por tempo prolongado, conforme dispuser o Poder Público em regulamento, na esfera de sua competência federativa (BRASIL, 2018, grifo nosso).
Diante do que estudamos até agora, podemos verificar que só recentemente o psicopedagogo também passou a compor a equipe de educação, embora sua principal função seja atuar em situações de dificuldades de aprendizagem e produção de diagnósticos, criando e aplicando técnicas remediativas, orientando a família e professores e discutindo o caso com outros profissionais da área da Saúde – psicólogos, psicomotricistas, fonoaudiólogos, psiquiatras e psicanalistas, reconhecendo o indivíduo como um cidadão amparado por leis, as quais lhe garantem o direito à vida, à saúde e à educação.
Temos, então, que o atendimento educacional hospitalar no Brasil é normatizado por documentos que devem ser consultados sempre que necessário para melhor entendimento e reflexão. Para tanto, com o intuitode facilitar sua aprendizagem, acompanhe o Quadro 1, que contém tais documentações.
Quadro 1  Documentos Importantes que abordam o Atendimento Educacional Hospitalar.
	DOCUMENTO
	FINALIDADE
	ONDE ENCONTRAR?
	Política Nacional de Educação Especial de 1994 (BRASIL, 1994).
	Nos apresenta as modalidades de atendimento da Educação Especial, entre elas: atendimento domiciliar e a classe hospitalar.
	BRASIL. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial. Brasília: Secretaria de Educação Especial, 1994.
 
	CONANDA. Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. Resolução nº 41 de 17 de outubro de 1995 (BRASIL, 1995, p. 58-60).
	Dispõe sobre os direitos da criança e do adolescente hospitalizados.
	Clicando aqui!
	Lei nº 10.685, de 30 de novembro de 2000 (BRASIL, 2000).
	Dispõe sobre o acompanhamento educacional da criança e do adolescente internados para tratamento de saúde.
	Clicando aqui!
	Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001 BRASIL, 2001).
 
	Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica.
	Clicando aqui!
	Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações (BRASIL, 2002).
	Objetiva estruturar ações políticas de organização do sistema de atendimento educacional em ambientes hospitalares e domiciliares.
	Clicando aqui!
	
	
	
	Projeto de Lei do Senado n. º 548, de 2005 (BRASIL, 2005c).
	Dispõe sobre as diretrizes e bases da educação nacional, para dispor sobre o atendimento educacional especializado em classes hospitalares ou mediante atendimento pedagógico domiciliar.
	Clicando aqui!
	Lei nº. 13.716 de 24 de setembro de 2018  (BRASIL, 2018).
	Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), para assegurar atendimento educacional ao aluno da educação básica internado para tratamento de saúde em regime hospitalar ou domiciliar por tempo prolongado.
	Clicando aqui!
Psicopedagogia Hospitalar
Temos a Psicopedagogia Hospitalar como um dos mais novos campos de atuação da Psicopedagogia, já podendo ser considerada uma realidade em alguns hospitais no Brasil, apresentando-se comprometida com uma abordagem inovadora, que vem dar suporte e apoio de aprendizagens e reaprendizagem ao paciente hospitalizado, privilegiando a humanização e contribuindo para a promoção da saúde (PORTO, 2008).
A psicopedagogia hospitalar se ocupa fundamentalmente dos problemas e das dificuldades de aprendizagem apresentados pelo aluno durante o período em que ele se encontra internado em hospital ou em outros espaços onde se realizam os serviços de saúde. Neste contexto, o psicopedagogo atua como parte de uma equipe multiprofissional, vinculando-se a médicos, enfermeiros, professores de classe hospitalar e a outros profissionais da saúde e da educação (ALE, 2020, p. 25).
Porto (2008, p. 22) e Acampora (2015) afirmam que a proposta da Psicopedagogia Hospitalar é ser interlocutora, por meio de uma escuta apurada e um olhar sistêmico, analisando, avaliando e intervindo nos fatores que são positivos e/ou negativos ao processo ensino-aprendizagem, “não só de crianças, mas também pode se estender a todos aqueles que passam por internação, sejam elas de curta, média e de longa duração, doenças crônicas e de pacientes terminais”. Com isso, o psicopedagogo utiliza de sua atenção técnica e profissional para contribuir com a criação de um ambiente mais humanizado.
Para entender melhor
O psicopedagogo é considerado um especialista em diagnósticos, intervenções e no tratamento de dificuldades e transtornos de aprendizagem, ocupando-se, no ambiente hospitalar, das dificuldades e/ou problemas de aprendizagem que decorrem da internação.
Vários autores (PORTO, 2008; SOUZA; STOBÃUS, 2012; DANTAS; ACAMPORA, 2015; CASTANHO, 2019; ALE, 2020) consideram a presença do psicopedagogo na equipe multiprofissional em ambientes hospitalares imprescindível, pois esse profissional agregará conhecimentos às diferentes áreas (especialidades), aos diferente olhares, contribuindo para uma ação prática sistemática junto ao aluno-paciente e sua família; em contrapartida, há a problemática revelada pelos profissionais de que nem escolas, nem hospitais apresentam, ainda, clareza sobre qual a função que o psicopedagogo está habilitado a desempenhar dentro do hospital.
Nesse sentido, compreender como estão os estudos e a produção científica a respeito da Psicopedagogia Hospitalar fará toda a diferença para a ampliação dos seus conhecimentos e esclarecimentos acerca dessa nova área de atuação do profissional da Psicopedagogia (Clínica e Institucional).
Ale (2020, p. 57) explica que o atendimento educacional hospitalar, por meio das “classes hospitalares, sua estrutura, seu funcionamento, a prática dos profissionais que lá atuam e o papel do pedagogo e psicopedagogo no ambiente hospitalar tem sido objeto de várias pesquisas nas universidades do país”. Entretanto, cabe ressaltar que, por se tratar de uma área relativamente nova, as produções acadêmicas específicas na área da psicopedagogia hospitalar ainda são bem escassas.
Já com relação ao atendimento hospitalar, foi encontrado somente um artigo, intitulado A produção acadêmica sobre práticas pedagógicas em espaços hospitalares: análise de teses e dissertações (ZAIAS; PAULA, 2010), mas está voltado à Pedagogia Hospitalar.
Para finalizar este tópico, queremos que você perceba que a maioria dos estudos apontam para a necessidade da constituição de uma equipe multidisciplinar e multiprofissional, na qual o psicopedagogo é muito bem-vindo – lembrando que este será o assunto do Ciclo 2 de Estudos e Aprendizagem. Esperamos que aproveite!
Considerações:
Ciclo 2 – Atuação Psicopedagógica na Equipe Multidisciplinar:
Introdução: 
Neste Ciclo 2 de Estudos e Aprendizagem, abordaremos, basicamente, a importância da prática psicopedagógica no contexto hospitalar e a atuação psicopedagógica e as suas contribuições na equipe multidisciplinar em contextos hospitalares.
Neste sentido, apresentaremos os tipos e/ou níveis de atuação do psicopedagogo em ambiente hospitalar, entre elas: em enfermarias e/ou atendimento ambulatorial, em classe hospitalar, em ludoteca e brinquedoteca hospitalar.
Por fim, destacaremos a importância da formação continuada do Psicopedagogo com ênfase na Psicopedagogia Hospitalar.
A prática psicopedagógica no contexto hospitalar:
No que se refere à prática psicopedagógica no contexto hospitalar, até 2004,
A prática pssicopedagógica hospitalar é bastante comum em alguns países, tais como: Argentina, Estados Unidos e Canadá. Aqui no Brasil, porém, esta é uma modalidade pouco desenvolvida. Tem-se conhecimento de algumas experiências isoladas, situação bem diferente da nossa vizinha Argentina, onde a psicopedagogia hospitalar data já de longo tempo (NASCIMENTO, 2004, p. 50).
Segundo este mesmo autor, traçar uma linha histórica sobre a prática da piscopedagogia hospitalar é praticamente impossível, mas podemos identificar, no Brasil, dois tipos de práticas psicopedagógicas: a primeira em enfermarias e/ou ambulatórios e a segunda em hospital (no próprio leito, nas classes hospitalares e nas ludotecas e/ou brinquedotecas).
O planejamento do projeto de saúde e educacional no hospital é necessário para a melhor organização do trabalho psicopedagógico em ambiente hospitalar.
Além disso, alguns estudos sugerem que para iniciar a sua prática psicopedagógica no contexto hospitalar, o psicopedagogo deve ser capaz de investigar quem é o/a paciente, ou seja, conhecer o seu histórico de vida familiar e escolar, o histórico da sua doença e as suas condições físicas e psicológicas.
Para tanto, o trabalho prático do psicopedagogo em ambiente hospitalar abrangerá as necessidades educacionais de uma criança ou adolescente que se encontrar afastado do convívio familiar e escolar, especificamente, quando estiver em ambiente hospitalar.
Segundo Barbosa (2013), há quatro tipos de atuação do psicopedagogo no ambiente hospitalar, organizadas a seguir:
Fonte: adaptado de Barbosa (2013, [n.p.]).A partir do quadro adaptado de Barbosa (2013), note que toda a ação psicopedagógica no contexto hospitalar deve ser realizada em conjunto, o que necessitará de diálogos, trocas e acordos com a equipe multiprofissional de saúde e educação.
Importante!
Nesse sentido, o psicopedagogo deve ser o elo (interlocutor) entre a família, a escola e o hospital, devendo assessorar o processo de desenvolvimento aluno-paciente desde o início até a sua saída do hospital, com o objetivo de ajudar não só a reintegrá-lo, mas também a incluí-lo, de fato, na sociedade e na sua escola de origem sem grandes prejuízos em seu desenvolvimento integral.
A prática psicopedagógica em enfermarias e/ou atendimento ambulatorial:
Em se tratando de atendimento nas enfermarias pediátricas, voltado para a faixa etária da Educação Infantil (0 a 5 anos e 11 meses), a postura humanizada do psicopedagogo em ambiente hospitalar, também se apoia no conceito de desenvolvimento integral da criança com base na ideia de cuidar e educar, conforme documentos oficiais do Ministério da Educação (MEC), tais como: Referências Curriculares Nacionais para a Educação Infantil – RCNEI (BRASIL, 1998); Diretrizes Nacionais Curriculares da Educação Básica – DCNEI (BRASIL, 2010) e a Base Nacional Comum Curricular – BNCC (BRASIL, 2017).
O psicopedagogo, ao receber a criança, deve conversar com ela e a sua família, apresentando os espaços disponíveis para a realização de atividade lúdicas, na tentativa de diminuir a ansiedade e o sofrimento de ambos (criança e família).
Além do atendimento nas enfermarias pediátricas, ressaltamos, também, sobre a importância do psicopedagogo em enfermarias e unidades de cuidados de queimados. Segundo duas psicopedagogas que atuam junto à Unidade de Queimados da Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas da USP, em Ribeirão Preto (interior de SP), Miranda e Alves (autoras do único artigo científico da literatura brasileira sobre a intervenção psicopedagógica à criança queimada), oportunizar o brincar é uma das possibilidades que, por si só, já funciona como terapia, vejamos:
Para elas ao brincar a criança vence realidades dolorosas e domina seus medos, projetando-os para fora, nos brinquedos, via simbolização, além de amenizar a frieza com o qual o hospital e o tratamento físico se apresentam. “Fica evidente a necessidade de instituir-se nestes ambientes programas de recreação e apoio emocional que auxiliem o paciente na superação de sua angústia e depressão, de modo a otimizar a resposta ao tratamento” (MIRANDA; ALVES apud NASCIMENTO, 2004, p. 52).
Além disso, não poderíamos deixar de mencionar que, além do psicopedagogo atuar em serviços ambulatoriais de pediatria, em unidades de queimados, a importância de sua atuação também é reconhecida em hospitais e/ou unidades de tratamento oncológico.
Sobre essa temática, sugerimos que você leia o artigo a seguir:
MELO, Luciana de Lione; VALLE, Elizabeth Ranier Martins do. A Brinquedoteca como possibilidade para desvelar o cotidiano da criança com câncer em tratamento ambulatorial. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 44, n. 2, p. 517-525, jun. 2010.
Entretanto, é sabido que, em alguns casos, o tratamento psicopedagógico é paliativo, visando a melhora da qualidade de vida, pois temos casos de crianças e jovens com doenças graves como o câncer em estágio avançado, por exemplo, que podem chegar a sua finitude; a estes devem ser garantidos os direitos de bem-estar enquanto sobreviverem.
A prática psicopedagógica em classe hospitalar:
Vimos, no Ciclo 1, que as classes hospitalares foram criadas a partir da constatação da necessidade de assegurar a crianças e adolescentes hospitalizados a continuidade de sua escolarização.
Em 2002, o Ministério da Educação (MEC), por intermédio da Secretaria de Educação Especial, elaborou um documento intitulado Classe Hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações, com o objetivo de orientar a estruturação das ações políticas de organização do sistema de atendimento educacional em ambientes hospitalares e domiciliares, criando, assim, as classes hospitalares, adotando a seguinte definição:
Denomina-se classe hospitalar o atendimento pedagógico-educacional que ocorre em ambientes de tratamento de saúde, seja na circunstância de internação como tradicionalmente conhecida, seja na circunstância do atendimento em hospital-dia e hospital-semana ou em serviços de atenção integral à saúde mental (BRASIL, 2002, p. 13).
Ademais, são considerados objetivos das classes hospitalares e do atendimento hospitalar:
[...] elaborar estratégias e orientações para possibilitar o acompanhamento pedagógico-educacional do processo de desenvolvimento e construção do conhecimento de crianças, jovens e adultos matriculados ou não nos sistemas de ensino regular, no âmbito da educação básica e que encontram-se impossibilitados de frequentar escola, temporária ou permanentemente e, garantir a manutenção do vínculo com as escolas por meio de um currículo flexibilizado e/ou adaptado, favorecendo seu ingresso, retorno ou adequada integração ao seu grupo escolar correspondente, como parte do direito de atenção integral (BRASIL, 2002, p. 13).
Este mesmo documento também orienta quanto aos aspectos físicos do espaço e das instalações, salientando que o hospital também poderá solicitar uma sala específica da classe hospitalar ou utilizar-se dos espaços para atendimento educacional, devendo disponibilizar recursos audiovisuais essenciais tanto ao planejamento como ao desenvolvimento e avaliação.
Observe que a classe hospitalar é considerada parte de uma Política Nacional de Humanização e foi criada para viabilizar a reinserção mais tranquila do paciente na vida escolar depois da alta do hospital.
Segundo Ale (2020, p. 189), a organização do trabalho psicopedagógico, em classe hospitalar, por exemplo, deve obedecer a dois princípios fundamentais:
- ao direito que qualquer cidadão brasileiro tem de receber educação escolar, independentemente de sua condição de saúde; e,
- ao direito de ser atendido de forma humanizada em todas as instituições de atendimento à saúde e educação do país.
Portanto, a psicopedagogia em classe hospitalar tem como objetivo trabalhar os processos cognitivos e de aprendizagem de crianças e adolescentes hospitalizados, assim como orientar os pedagogos que atuarão mais diretamente e quase que diariamente com os alunos-pacientes.
A prática psicopedagógica em ludoteca e/ou brinquedoteca hospitalar
Com base no que estudamos neste ciclo, podemos notar a importância da criação de espaços lúdicos, tais como: a ludoteca hospitalar e/ou a brinquedoteca hospitalar. Nesse sentido, vejamos as considerações de Amorim (2004, p. 73) sobre a ludoteca:
Considera-se a ludoteca um espaço mágico destinado à expressão criativa das crianças que proporcione e convide à exploração, possibilitando a cada criança, através do acesso a uma variedade de brinquedos, desenvolver sua plenitude, permitindo-lhe expressar seus problemas, descobrir coisas novas, superar os desafios, socializar-se.
Observe que, segundo Amorim (2004), a ludoteca hospitalar funciona como um sistema psicopedagógico preventivo de problemas de aprendizagem. Já a brinquedoteca hospitalar, segundo Viegas (2008, p. 11), trata-se de:
Espaço lúdico no hospital, provido de brinquedos e jogos educativos, destinado a estimular as crianças, os adolescentes e os acompanhantes a brincar no sentido mais amplo e possível e conseguir sua recuperação com uma melhor qualidade de vida.
Pode-se afirmar que, em relação à brinquedoteca hospitalar, temos, pelo menos, dois objetivos principais:
· prevenir e/ou amenizar os traumas psicológicos devido à internação.
· auxiliar no restabelecimento da saúde de crianças hospitalizadas.
A primeira brinquedoteca hospitalar foi inaugurada em 1956, na Suécia, e devido ao seu sucesso junto ao tratamento de crianças internadas, impulsionou a criação de uma lei que obrigava todos os hospitais suecos infantis a incluir a terapia do brinquedo.
No Brasil, temos a Lei nº 11.104, de31 de março de 2005 (BRASIL, 2005), que dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de brinquedotecas nas unidades de saúde que ofereçam atendimento pediátrico em regime de internação.
Vamos a mais duas sugestões de leitura para complementar seus estudos sobre a psicopedagogia hospitalar, quais sejam:
· A Lei nº 11.104, que “dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de brinquedotecas nas unidades de saúde que ofereçam atendimento pediátrico em regime de internação”.
· No mesmo ano, também tivemos aprovada a Portaria nº 2.261, de 23 de novembro de 2005, que aprova e regulamenta as diretrizes de instalação e funcionamento das brinquedotecas nas unidades de saúde que ofereçam atendimento pediátrico em regime de internação.
É chegado o momento oportuno para assistir ao vídeo desta disciplina sobre as “Brinquedotecas Hospitalares”, no qual pretendemos aprofundar os estudos acerca da brinquedoteca hospitalar, provocando a reflexão sobre a importância da constituição e disponibilização desse espaço em ambientes hospitalares como recurso possibilitador para a atuação profissional da equipe multidisciplinar, com ênfase na atuação do psicopedagogo junto a crianças e adolescentes hospitalizados.
Veja que, em todos esses espaços, o psicopedagogo pode acolher, avaliar e intervir durante todo o tratamento, desde a internação até a alta e reinserção na escola.
Por fim, ao pensar na reabilitação biopsicossocial como área de atuação da prática psicopedagógica, vale complementar que a intervenção psicopedagógica, em parceria com a família e demais profissionais da equipe multiprofissional/multidisciplinar, adequada às reais necessidades do aluno-paciente, poderá contribuir para o processo de reabilitação e inclusão.
Normas de conduta do psicopedagogo hospitalar
  Todo profissional deve conhecer as regras e normas da instituição em que trabalha, para assim desempenhar bem a sua função. Porto (2008, p. 51-52, grifo nosso) propôs algumas normas de boa conduta dentro do contexto hospitalar. Citaremos, aqui, as principais:
• Observar em todos os setores a dinâmica hospitalar: rotinas médicas da equipe de enfermagem, procedimentos, hora das refeições, hora da visita, não interferir no trabalho do outro profissional, você pode até discordar, mas isto existe a interconsulta, em que você pode expor a sua opinião, mas tudo é feito com embasamento teórico, que o psicopedagogo deve ter e não em achismo.
• Anotar todos os setores do hospital e suas atribuições (da portaria à direção), usando sempre sutileza e fazendo vínculos afetivos, pois, no nosso trabalho que é novo e descido para a comunidade hospitalar, podemos estar desenvolvendo um movimento persecutório. É preciso mostrar que não somos detetives nem “espiões da direção do Hospital”.
• Dependendo do tipo de hospital, seja geral, especializados em determinadas patologias, procure sempre estudar sobre as doenças ali encontradas, porque, em nossa profissão, iremos sempre encontrar barreiras, é este estudo e o constante aperfeiçoamento que farão o nosso diferencial como profissionais da psicopedagogia hospitalar.
• Seja profissional, seja amiga, compartilhe com as equipes a vitória e, também, a dor.
• Entre no hospital sempre com sorriso no rosto, procurando diluir o clima que quase sempre é pesado, distribua energia positiva que você a receberá em dobro.
• Leia sempre os prontuários para ver a evolução do quadro e as recomendações médicas.
• Importante: quem transmite notícias de doenças e da morte, quando for o caso, é o médico, nunca aceite esta atribuição, pois não é tarefa nossa e, sim, da equipe médica.
• A ética é um dos fatores mais importantes em nossa profissão.
Segundo a autora, seguindo esses passos, o psicopedagogo terá êxito em sua atuação na prática psicopedagógica hospitalar.
A atuação psicopedagógica na equipe multidisciplinar no contexto hospitalar
O psicopedagogo hospitalar deve compreender que precisará atuar em conjunto e de forma integrada com a equipe multiprofissional e/ou multidisciplinar, tendo em vista que a soma dos diferentes profissionais, das diferentes disciplinas, olhares, métodos e práticas profissionais cooperativas representam uma tendência do trabalho nas áreas da saúde e educação e essa interação poderá proporcionar bom resultados para a recuperação do paciente, além de garantir a prestação de serviços de qualidade numa perspectiva mais humanizada.
De acordo com Nascimento (2004, p. 51), “o psicopedagogo, deve atuar no sentido de diagnosticar e quando necessário tratar dos problemas relacionados a aprendizagem, atuando em conjunto com a equipe composta de neurologista, psiquiatras, entre outros”.
Acrescentando, ainda, que o psicopedagogo deve atuar nos ambulatórios, nos hospitais gerais, nos postos de saúde, enquanto parte das equipes de saúde que buscam a atenção integral à criança hospitalizada. Nesse sentido, vejamos o posicionamento de Ale (2020), que acrescenta:
Podemos considerar que o psicopedagogo hospitalar é também responsável pela conscientização do paciente sobre sua enfermidade, seu tratamento e sua cura. Dessa forma na equipe multiprofissional, o psicopedagogo atua no desenvolvimento educacional do paciente, considerando todos os aspectos que envolvem suas necessidades, inclusive a aceitação e o uso dos medicamentos a serem utilizados na recuperação de sua saúde. (ALE, 2020, p. 97).
Ainda segundo a autora, o psicopedagogo exerce, nesse ambiente institucional, também o papel de interlocutor (mediador) nas relações humanas interpessoais entre a criança (respeitando a sua singularidade), a família e todos os profissionais da equipe multiprofissional, buscando sempre integrar educação e saúde, atendendo as políticas de humanização.
Importante!
O Ministério da Saúde adotou nos anos iniciais de 2000, como uma política pública, o Projeto de Humanização do Sistema Único de Saúde (SUS), com o objetivo de valorização da vida, criando uma cultura de respeito e humanização por parte dos profissionais no atendimento ao paciente. Assim, é importante a leitura do Projeto Humaniza SUS, que teve sua última atualização em 2010.
O psicopedagogo, por sua vez, pode contribuir com os outros profissionais na promoção da saúde, em uma proposta de humanização do ambiente hospitalar, de forma colaborativa e articulada, contínua e reflexiva, para que todos reconheçam que existem limitações e dificuldades pessoais e institucionais.
Já no espaço da classe hospitalar, o psicopedagogo pode atuar na assessoria dos professores e pedagogos para a continuidade da atuação formal dos alunos, pacientes, que ocorria antes da sua internação, objetivando a superação das dificuldades de aprendizagem.
Além disso, o psicopedagogo hospitalar também pode participar do processo de mudanças e adequações necessárias entre professores e alunos na classe hospitalar, podendo propor a organização de uma rotina que seja mais produtiva (diminuindo as tensões da rotina hospitalar), a organização de um ambiente lúdico, visando o bem-estar do aluno-paciente hospitalizado e, por fim, auxilia no processo de reinsernção na escola, após alta hospitalar.
Segundo Ale (2020), o psicopedagogo hospitalar assume um papel crítico na investigação institucional, em que avalia não só as dificuldades físicas, cognifitvas ou psicológicas do aluno-paciente no processo de aprendizagem, mas também a interferência dos processos didáticos e metodológicos desenvolvidos pelos professores com os alunos internados. No entanto, ele precisa conhecer o contexto para planejamento da ação e intervenção psicopedagógica, devendo consultar a equipe multiprofissional sempre que necessário, tendo em vista as limitações orgânicas.
Formação continuada no contexto da Psicopedagogia Hospitalar
Quando se trata de formação do profissional da Psicopedagogia, é sempre importante destacar que, além da formação inicial oferecida em cursos de graduação em Psicopedagogia (bacharelado), existe, também, a importância da atualização profissional por meio de formação continuada, seja ela em serviço ou não, por meio de cursosde especialização em Psicopedagogia nos diferentes campos de atuação, o que inclui a Psicopedagogia no contexto hospitalar, desenvolvendo competências e conhecimentos diversos na área da aprendizagem e saúde (PORTO, 2008; CLARO, 2018).
Em 2008, a Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), por meio do documento Diretrizes da formação de psicopedagogos no Brasil, reconheceu a importância da formação continuada para os profissionais da psicopedagogia:
De acordo com o CNE/CP 28/2001, são “os cursos de graduação, etapa inicial da formação em nível superior a ser necessariamente complementada ao longo da vida”. Desta forma, a ABPp reconhece a importância da formação continuada para o desempenho profissional e, portanto, promove cursos e eventos na área, além de enfocar a participação dos psicopedagogos formados em grupos de estudo e a  busca sistemática de supervisão com psicopedagogos e/ou com outros profissionais que apresentem domínio da ação em questão.
Os programas de pós-graduação lato sensu e stricto sensu são em si de formação continuada, devendo ser contemplados no projeto pedagógico os níveis de continuidade e aprofundamento dessa formação (ABPp, 2008).
Além dos cursos de graduação e pós-graduação voltados à área, “são necessários treinamentos e qualificações profissionais constantes, tanto individual, quanto coletivamente” (PORTO, 2008, p. 31). Em se tratando de formação continuada em serviço e coletiva voltada ao psicopedagogo hospitalar, com o objetivo de gerar reflexões sobre a prática profissional e almejando a prática mais humanizada, esta pode acontecer por meio de grupos de estudo, em reuniões multidisciplinares com a equipe multiprofissional, estudo de casos, visando debates e aprofundamentos de temáticas relacionadas ao atendimento educacional especializado em ambiente hospitalar.
A formação continuada externa ao serviço deve ser estimulada pelo ambiente hospitalar por meio do incetivo à participação em palestras, cursos, seminários, simpósios, congressos, entre outros, com temáticas pertinentes ao atendimento psicopedagógico em ambientes hospitarares etc.
Por fim, é sempre bom lembrar que você deve previlegiar formações que estimulem e busquem oferecer uma capacitação de qualidade na prática do atendimento mais humanizado dos indivíduos hospitalizados e suas famílias, tão requerido por toda a sociedade nos dias atuais.
Considerações:
  
Fica hospitalar e atendimento pedagógico domicilia

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