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Apostila EE 2021-2024

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3 
 
 
 
 
 
CURSO DE PEDAGOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO: 
 
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2021-2024 
 
4 
 
 
 
DIRETORA GERAL 
Suzana Karling 
 
VICE-DIRETORA GERAL 
Prof.ª Me. Daniela Caldas Acosta 
 
DIRETOR PEDAGÓGICO 
Prof. Me. Argemiro Aluísio Karling 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COORDENADORA DO CURSO DE PEDAGOGIA 
 
Profª. Me. Tais Reis Leal Murta 
 
 
 
 
 
EQUIPE DE PRODUÇÃO DE MATERIAL 
Profª. Me. Maria Ângela Bassan Sierra 
 
 
 
 
FORMATAÇÃO 
 
Wilians Domingos de Morais 
 
 
 
 
REVISÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA 
 
Prof. Me. Cleide Durante 
 
 
 
 
5 
 
 
 
Nenhuma parte deste fascículo pode ser reproduzida sem autorização expressa do IEC e dos autores. 
 
Direitos reservados para: 
 
 
INSTITUTO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO E DA CIDADANIA 
Av. Carlos C. Borges, 1828 – Borba Gato CNPJ – 02.684.150/0001-97 
CEP: 87060-000 - Maringá – PR – Fone: (44) 3225-1197 
e-mail: fainsep@fainsep.edu.br 
6 
 
SUMÁRIO 
APRESENTAÇÃO 6 
PLANO DE ENSINO 7 
INTRODUÇÃO 3 
UNIDADE 1 6 
EDUCAÇÃO ESPECIAL: DA SEGREGAÇÃO À INCLUSÃO 6 
1 PERCURSO HISTÓRICO: DA SEGREGAÇÃO À INCLUSÃO 6 
UNIDADE 2 19 
COMPROMISSO COM A CONSTRUÇÃO DE SISTEMAS EDUCACIONAIS INCLUSIVOS: DOCUMENTOS 
ORIENTADORES 19 
1 COMPROMISSO COM A CONSTRUÇÃO DE SISTEMAS EDUCACIONAIS INCLUSIVOS: DOCUMENTOS 
ORIENTADORES 19 
UNIDADE 3 47 
EDUCAÇÃO ESPECIAL ENQUANTO MODALIDADE DE EDUCAÇÃO ESCOLAR 47 
1 EDUCAÇÃO ESPECIAL – NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS 47 
UNIDADE 4 57 
CURRÍCULO, EDUCAÇÃO ESPECIAL E REDE DE APOIO À INCLUSÃO DE ALUNOS COM NECESSIDADES 
EDUCACIONAIS ESPECIAIS 57 
1 O CURRÍCULO E A EDUCAÇÃO ESPECIAL: FLEXIBILIZAÇÃO E ADAPTAÇÕES CURRICULARES PARA 
ATENDIMENTO ÀS NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS 57 
2 REDE DE APOIO À INCLUSÃO DE ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS 66 
UNIDADE 5 73 
INCLUSÃO E DIVERSIDADE: REFLEXÕES PARA A CONSTRUÇÃO DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO 73 
1 INCLUSÃO E DIVERSIDADE: REFLEXÕES PARA A CONSTRUÇÃO DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO 73 
QUESTÕES DE ESTUDO 94 
REFERÊNCIAS 98 
 
 
 
6 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Olá! 
Prezados alunos: 
Mais um semestre inicia e gostaria de lembrá-los da missão do INSEP que é de 
formar profissionais educadores, bacharéis e tecnólogos; ampliar a formação humanística 
de pessoas para o pleno exercício da cidadania e preparo básico para funções técnicas e 
serviços gerais; oferecer educação continuada por meio de cursos de atualização, 
aperfeiçoamento e especialização, inclusive para o exercício de docência na educação 
superior; enfim, promover a educação e a cidadania por todos os meios, utilizando para tal 
o conhecimento, o desenvolvimento e a aplicação de novas tecnologias e educação a 
distância. 
Dessa forma, saiba que a formação e profissionalização do educador, com 
apropriação de competências e conhecimentos necessários ao exercício da ação docente, 
serão desenvolvidas durante a Graduação em Pedagogia. Com isso, espera-se o 
desenvolvimento de atitudes de reflexão e análise da atuação pedagógica e de valores 
para bem atuar na sociedade como agente de transformação, em busca de uma sociedade 
mais justa, a partir da identificação e análise das dimensões sócio-políticas e culturais de 
seu meio. 
A Pedagogia abrange o campo teórico e investigativo da educação, do ensino, de 
aprendizagens e do trabalho pedagógico propriamente dito, portanto saibam que, nesta 
Instituição, ao término da graduação, vocês não terão apenas um diploma, mas, sim, uma 
mudança e/ou transformação, tanto nos aspectos pessoais como profissionais, tornando-
se um indivíduo crítico, criativo e participativo na busca de uma sociedade mais justa. 
 
Bons Estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
 
PLANO DE ENSINO 
 
 
Módulo: EDUCAÇÃO ESPECIAL 
Carga Horária: 80 horas Código: EE 
 
1. EMENTA 
 
Conceituação. A inclusão. Perspectivas de inserção: discussão de projetos e 
alternativas de atendimento. A função da escola e do professor. As dificuldades de 
adaptação: como trabalhar as diferenças. Direitos humanos. Base legal. 
 
2. OBJETIVO 
. Formar e capacitar o professor pedagogo a conhecer e a desenvolver 
consciência crítica sobre a educação na diversidade, respeitando diferenças e 
possibilidades de cada educando, independente das deficiências. 
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
Graduação em Pedagogia 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
A Educação Especial contemporânea passa por um momento muito importante 
que se caracteriza pelo seu encontro com a Educação Comum, inaugurando o 
movimento denominado Educação Inclusiva. Este movimento não surgiu ao acaso, mas 
como consequência das transformações ocorridas nas atitudes sociais que foram se 
estabelecendo ao longo da história, em relação ao tratamento dado às pessoas com 
deficiência. 
Mazzotta (1993) aponta três atitudes sociais que marcaram a história da 
Educação Especial no tratamento às pessoas com deficiência: marginalização, 
assistencialismo e educação/reabilitação. Cada uma destas posições marca um 
período em que as atitudes eram moldadas por um sentimento específico, que sinaliza 
as formas como a sociedade vê e trata as pessoas com deficiência. Tais aspectos 
levam-nos a perceber que sempre existiu relação entre a forma de representação social 
sobre as deficiências e as atitudes sociais. 
Numa rápida análise, é possível identificar que o período que antecede ao século 
XX foi marcado por atitudes sociais de exclusão, porque os alunos “com deficiência” 
eram considerados indignos da educação escolar. Posteriormente, na década de 1950, 
começaram a surgir as primeiras escolas especializadas e, depois,as classes especiais. 
Na década de 1970, os alunos “com deficiência” começaram a ser admitidos em classes 
comuns, com o surgimento da proposta de integração. 
A proposta de Educação Inclusiva surgiu, nos EUA, em 1975, com a Lei Pública 
nº 94.142, que abriu possibilidades para a entrada de “alunos com deficiência” na 
escola comum. Naquele momento, a Educação Inclusiva limitava-se apenas à inserção 
física dos deficientes na escola comum. 
O que muda na proposta de inclusão em relação à de Integração é que os 
sistemas educacionais passam a ser responsáveis por criar condições de promover 
uma educação de qualidade para todos e fazer adaptações que atendam às 
necessidades educacionais especiais dos alunos “com deficiência”. 
Assim, a Educação Inclusiva contrapõe-se à homogeneização padronizada de 
alunos, conforme critérios que não respeitam a diversidade humana. Cabe ressaltar 
que a deficiência é considerada uma “diferença”, que faz parte da diversidade, e não 
pode ser negada, porque interfere na forma de ser, agir e sentir das pessoas. Neste 
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
Graduação em Pedagogia 
 
 
 
sentido, a Educação Inclusiva visa reduzir as pressões que levam à exclusão e toda a 
desvalorização atribuída aos alunos, seja com base em sua incapacidade, rendimento 
cognitivo, raça, gênero, classe social, estrutura familiar, estilo de vida ou sexualidade. 
Dessa forma, a inclusão educacional corresponde a uma atitude de aceitação 
das diferenças, não simples inserção do aluno em sala de aula. A inclusão ocorre por 
meio da acessibilidade a todos, atendendo à diversidade, garantindo o direito a 
aprender, a conviver e a participar. 
Contudo, estudiosos da Educação Inclusiva como Edler (2000); Werneck (1999); 
Sassaki (1998); Mantoan (1997); entre outros, assinalam que, para viabilizar estratégias 
transformadoras e concretizar ações práticas que a situação de cada instituição 
educacional exige, é preciso vontade política dos dirigentes, recursos econômicos e 
competência dos sistemas educacionais. A conquista de tais condições passa 
necessariamente pela elaboração de um projeto educacional coletivo, com a 
participação de todos os integrantes da escola: alunos, professores, funcionários, pais 
e comunidade, em prol de uma escola dequalidade para todos. 
Esse projeto pressupõe, antes de tudo, a participação de educadores 
comprometidos com uma prática educativa, orientada por concepções otimistas sobre 
o potencial educativo de todos os alunos, especialmente aqueles com diferenças. Para 
que isso ocorra, é necessária uma formação docente que ofereça competência técnica 
e compromisso profissional, fato que encaminha essa reflexão a articular políticas de 
inclusão de alunos e deficiência com políticas de formação docente. 
Como ainda não existem caminhos de uma formação instituída para o exercício 
da docência na Educação Inclusiva, há que se pensar em caminhos que levem os 
sistemas de ensino e as instituições universitárias a construírem tal formação. O curso 
de Pedagogia precisa ampliar as referências epistemológicas, teóricas e metodológicas 
para assumir o desafio da Educação Inclusiva, formando educadores capazes de atuar 
na prática educativa de inclusão com alunos “com deficiência” e enfrentar a dialética 
“exclusão/inclusão”, presente no ensino desses alunos. 
Este módulo dividide-se da seguinte forma. Na Unidade I, é apresentado o 
percurso histórico da Educação Especial; a Unidade II compreende o estudo dos 
documentos norteadores da Educação Especial; na Unidade III, é especificado o que 
representa a Educação Especial e as principais características desta modalidade de 
ensino. Na Unidade IV, há algumas considerações sobre o currículo escolar para alunos 
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
Graduação em Pedagogia 
 
 
 
com deficiência; e, para finalizar, a Unidade V traz reflexão sobre o processo de 
inclusão. 
A inclusão vem sendo discutida há várias décadas. No entanto, é preciso superar 
diversos desafios, entre eles, a qualificação dos profissionais da educação. A escola 
inclusiva abre espaço para todos com necessidades especiais e é vista como ponto-
chave de todo o processo de integração social dessas pessoas. Infelizmente, o sistema 
educacional não está preparado para receber esta comunidade, porém estamos 
caminhando para mudanças, pois se torna imprescindível oferecer, a este alunado, um 
ambiente onde possam conviver com outros educandos, em situações de igualdade e 
de oportunidades. Em decorrência deste paradigma, o espaço escolar precisa ser 
repensado e os pedagogos devem estar preparados para que possam desempenhar a 
sua função na formação dos educandos com quadros de deficiências, transtornos 
globais do desenvolvimento e/ou múltiplas deficiências, com deficiência intelectual 
associada, com altas especificidades e que requer atendimento intenso e contínuo, 
muitas vezes, individualizado. 
E você, futuro pedagogo, está disposto a desenvolver habilidades e 
competências que contribuirão para uma sociedade inclusiva? Pense sobre isso e se 
aproprie do conhecimento para transformar a sua prática social! 
 
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
Graduação em Pedagogia 
 
 
 
 
 
UNIDADE 1 
 
 
Para começar nossos estudos 
O que você entende sobre educação 
especial? 
A inclusão é um processo que ocorre 
somente nas escolas? 
Quais mudanças ocorreram no 
percurso histórico da Educação 
Especial? 
As mudanças foram significativas no 
tratamento atribuído à pessoa com 
deficiência? 
 
 
EDUCAÇÃO ESPECIAL: DA SEGREGAÇÃO À INCLUSÃO 
 
 
 
1 PERCURSO HISTÓRICO: DA SEGREGAÇÃO À INCLUSÃO 
 
 
Fonte: http://educaruniversodasdiferencas.blogspot.com.br/2011/08/terminologias-em-educacao-especial.html 
 
A deficiência como fenômeno humano individual e social, em parte, é 
determinada pelas representações socioculturais de cada comunidade, em diferentes 
gerações, e pelo nível de desenvolvimento científico, político, ético e econômico dessa 
http://educaruniversodasdiferencas.blogspot.com.br/2011/08/terminologias-em-educacao-especial.html
http://www.google.com.br/imgres?q=perguntas&start=79&hl=pt-BR&biw=1024&bih=571&addh=36&tbm=isch&tbnid=kAcml0c7a62bBM:&imgrefurl=http://alemdorh.blogspot.com/2012/03/por-que-algumas-perguntas-sao-comuns-em.html&docid=24NL4MltMmRqaM&imgurl=http://2.bp.blogspot.com/-0sFglsPv9Tg/T2yNDt93GwI/AAAAAAAAAIY/4rPJSGuaW3U/s1600/perguntas.jpg&w=278&h=283&ei=B4TzT6i3BZOM0QG7_82ABw&zoom=1&iact=hc&vpx=93&vpy=210&dur=282&hovh=226&hovw=222&tx=121&ty=192&sig=104558201298061307707&page=5&tbnh=126&tbnw=131&ndsp=24&ved=1t:429,r:0,s:79,i:6
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
Graduação em Pedagogia 
 
 
 
mesma sociedade. As raízes históricas e culturais do fenômeno “deficiência” sempre 
foram marcadas por forte rejeição, discriminação e preconceito. A literatura sobre Roma 
Antiga relata que as crianças com deficiência, nascidas até o princípio da era cristã, 
eram afogadas por serem consideradas anormais e débeis. Na Grécia antiga, Platão 
relata, em seu livro A república, que as crianças mal constituídas ou deficientes eram 
sacrificadas ou escondidas pelo poder público. 
A Idade Média conviveu com grandes contradições e ambivalência em relação 
às atitudes e sentimentos frente à deficiência. Os deficientes mentais, os loucos e os 
criminosos eram considerados, muitas vezes, possuídos pelo demônio, por isso eram 
excluídos da sociedade. Aos cegos e surdos, eram atribuídos dons e poderes 
sobrenaturais. No pensamento dos filósofos cristãos, a crença também oscilava entre 
culpa e expiação de pecados e, finalmente, com Santo Tomás de Aquino, a deficiência 
passa a ser considerada fenômeno natural da espécie humana. Tais contradições 
geravam ambivalência de sentimentos e atitudes que iam da rejeição extrema, 
passando por piedade e comiseração, até a superproteção, fazendo com que 
surgissem, assim, as ações de cunho social, religioso e caritativo de proteção e 
cuidados como hospitais, prisões e abrigos. 
No Renascimento, com o surgimento das ciências, as concepções racionais 
começavam a buscar explicações para as causas das deficiências, que foram 
consideradas, do ponto de vista médico, doenças de caráter hereditário, males físicos 
ou mentais. Historicamente, a educação de pessoas com deficiência nasceu de forma 
solitária, segregada e excludente. Surgiu, na Europa, com caráter assistencialista e 
terapêutico pela preocupação de religiosos e filantropos. Mais tarde, nos Estados 
Unidos e Canadá, surgiram os primeiros programas para prover atenção e cuidados 
básicos de saúde, alimentação, moradia e educação a essa parcela da população, até 
então marginalizada e abandonada pela sociedade. 
As primeiras iniciativas para a educação de pessoas com deficiências surgiram 
na França, em 1620, com a tentativa de Jean Paul Bonet de ensinar mudos a falar. Em 
Paris, foram fundadas as primeiras instituições especializadas na educação de pessoas 
com deficiência: a educação de surdos, com o abade Charles L’ Eppé, que criou o 
“Método dos Sinais”, para a comunicação com surdos. O Instituto Real dos Jovens 
Cegos, em Paris, fundado por Valetin Hauy, em 1784, que se destinava à leitura tátil, 
pelo sistema de letras em relevo. Mais tarde, em 1834, Louis Braille criou o sistema de 
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
Graduação em Pedagogia 
 
 
 
leitura e escrita por caracteres em relevo, denominado sistema braile, abrindo 
perspectivas de comunicação, educação e independência às pessoas cegas. 
As primeiras iniciativas para educação de pessoas com deficiência mental foram 
do médico Francês Jean Marc Itard, no século XIX, que sistematizou um método de 
ensino inspirado na experiência do menino selvagem de Ayeron (Sul da França), que 
consistia na repetição de experiências positivas. A primeira instituição pública para 
educação de crianças com deficiência mental foi residencial, fundada pelo médico 
francês Edward Seguin, que criou um método educacional originado da neurofisiologia 
o qual consistia na utilização de recursos didáticos, com cores e música, para despertar 
a motivação e o interesse dessas crianças. 
No Brasil, a primeira escola especial foi criada em 1854, o Imperial Instituto de 
MeninosCegos, no Rio de Janeiro; e, em 1857, o Instituto Imperial de Educação de 
Surdos, também no Rio de Janeiro. Com influência europeia, eles propagaram o 
modelo de escola residencial para todo o País. Na segunda metade do século XIX e 
início do século XX, as escolas especiais proliferaram por toda Europa e Estados 
Unidos. A Educação Especial surgiu com enfoque médico e clínico e com o método de 
ensino para crianças com deficiência mental, criado pela médica italiana Maria 
Montessori, no início do século XX. 
O método Montessori, inspirado na rotina diária e na ação funcional, fundamenta-
se na estimulação sensório-perceptiva e na autoaprendizagem. Emprega rico e variado 
material didático como blocos; cubos e barras em madeira; objetos variados e coloridos; 
material de encaixe e seriação; letras grandes em lixa e outros. O método Montessori 
foi mundialmente difundido e, até hoje, é utilizado, inclusive no Brasil, na Educação Pré-
Escolar de crianças sem qualquer deficiência. 
Já, em meados do século XX, na Europa e Estados Unidos, surgem as 
associações de pais de pessoas com deficiência física e mental. No Brasil, são criadas 
a Pestalozzi e as APAES, destinadas à implantação de programas de reabilitação e 
educação especial. Em decorrência do avanço científico, as causas e origem das 
deficiências foram investigadas e esclarecidas na segunda metade do século XX, 
rompendo, assim, com a visão mítica e maniqueísta entre o bem e o mal. Embora tais 
avanços tenham colaborado para a compreensão da deficiência como condição 
humana e expressão da diversidade entre os homens e natureza, o preconceito 
continua forte. Eles oscilam entre a patologização, ora inerente ao indivíduo, ora ao 
ambiente. Assim, a idade contemporânea é marcada pelo paradigma da cientificidade, 
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
Graduação em Pedagogia 
 
 
 
do psicologismo, da valorização dos testes quantitativos, do treinamento sensorial e 
motor. 
A Declaração dos Direitos Humanos (1948) vem assegurar o direito de todos à 
educação pública e gratuita. Essas ideias, reforçadas pelo movimento mundial de 
integração de pessoas com deficiência, defendiam oportunidades educacionais e 
sociais iguais para todos, contribuindo fortemente para a criação dos serviços de 
educação especial e classes especiais em escolas públicas no Brasil. Surge, desta 
forma, uma política nacional de educação, ancorada na Lei Nº 4.024/61 (Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB), com a recomendação de integrar, no 
sistema geral de ensino, a educação de excepcionais, como eram denominadas, na 
época, as pessoas com deficiências. 
A política educacional brasileira, na década de 80 do século XX, teve como meta 
a democratização, mediante a expansão do ensino com oportunidade de acesso das 
minorias à escola pública. A educação de crianças com deficiência na escola comum 
ganhou força com o movimento nacional de defesa dos direitos das pessoas com 
deficiências, que pregava a passagem do modelo educacional segregado ao de 
integração de pessoas com deficiências na escola, no trabalho e na comunidade, tendo 
em vista a igualdade e a justiça social. Por meio deste mecanismo democrático, 
fundado na política de descentralização das ações, são criados os conselhos estaduais, 
municipais e as associações de defesa dos direitos, integrando representantes dos 
diferentes setores: saúde; educação; justiça e ação social; trabalho; transportes e 
comunidade, tendo em vista a formulação de política integrada de desenvolvimento 
humano. 
No âmbito da Educação Infantil e Especial, a democratização do ensino touxe 
consigo o conceito de educação como direito social, passando do modelo médico do 
cuidar, do clínico e terapêutico, para a abordagem social e cultural que valoriza a 
diversidade como forma de aprendizagem, de fortalecimento e modificação do 
ambiente escolar e da comunidade para a promoção da aprendizagem. Neste enfoque 
sociológico, o meio, o ambiente inadequado e a falta de condições materiais são, 
também, fatores produtores de limitação e determinantes do fracasso escolar. 
Na esfera política e da descentralização do poder, as Diretrizes Nacionais para 
a Educação Especial na Educação Básica recomendam a colaboração entre a União, 
Estados e Municípios para que sejam efetivamente exercitados, no País, o debate de 
ideias e o processo de decisões acerca de como devem se estruturar os sistemas 
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
Graduação em Pedagogia 
 
 
 
educacionais e quais procedimentos de controle social serão desenvolvidos (BRASIL, 
2001a). Embora haja avanços na esfera conceitual, as representações míticas, os 
preconceitos e estereótipos acerca das pessoas com deficiência e construídos 
culturalmente determinam e expressam nossas atitudes e ações, consciente ou 
inconscientemente, no contexto familiar, escolar ou comunitário. Tais barreiras 
atitudinais são, por vezes, evidenciadas pelos mecanismos de negação das 
possibilidades dessas pessoas, fortemente firmados no conceito de limitação e 
incapacidade, manifestos pelo assistencialismo e paternalismo ainda vigentes em 
nosso meio. Este é o grande desafio que a Educação Inclusiva propõe romper. 
 
 
 
2 EDUCAÇÃO INCLUSIVA: DIMENSÃO SOCIOCULTURAL E POLÍTICA 
 
 
 
Fonte: http://www.fe.unb.br/educaesp/ 
 
Como vimos em sua evolução sócio-histórica, o conceito de inclusão aponta para 
a necessidade de aprofundar o debate sobre a diversidade. Isso implicaria em 
compreender a heterogeneidade, as diferenças individuais e coletivas, as 
especificidades do ser humano e, sobretudo, as diferentes situações vividas na 
realidade social e no cotidiano escolar. Esta discussão passa necessariamente pela 
reflexão sobre os conceitos historicamente construídos acerca dos alunos com 
deficiências, cristalizados no imaginário social e expressos na prática pedagógica 
centrada na limitação, nos obstáculos e nas dificuldades, que se encontram, muitas 
vezes, presentes na escola. 
A inclusão está fundada na dimensão humana e sociocultural que procura 
enfatizar formas positivas de interação, possibilidades, apoio às dificuldades e 
http://www.fe.unb.br/educaesp/
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
Graduação em Pedagogia 
 
 
 
acolhimento das necessidades dessas pessoas, tendo como ponto de partida a escuta 
dos alunos, pais e comunidade escolar. Estas duas dimensões convergem nosso olhar 
para o interior da escola, fazendo, então, surgir a necessidade de se compreender quais 
seriam as reais dificuldades que os alunos, com necessidades educacionais especiais, 
encontram na classe comum. 
O que significa realmente educação para todos? Em que implicaria, na realidade, 
a igualdade de oportunidades? Quais as demandas e necessidades que emergem do 
processo de aprendizagem? Como a escola tem se organizado para responder a essas 
demandas e necessidades? Como ocorre a prática pedagógica para a diversidade? 
Qual é o nível de participação dos alunos, pais e comunidade na elaboração do projeto 
político pedagógico e na tomada de decisões? Essas são algumas das inquietações e 
dúvidas que os professores têm manifestado e para as quais não temos ainda todas as 
respostas, mas, juntos, talvez, possamos encontrar alguns caminhos para ações 
práticas e implementação de um projeto de educação verdadeiramente inclusivo. 
 
 
 
3 POLÍTICA DE INCLUSÃO: IMPLICAÇÕES E CONTRADIÇÕES 
 
 
A matriz da política educacional de inclusão é a Declaração mundial de educação 
para todos, resultado da Conferência de Educação para Todos, realizada em Jomtien, 
na Tailândia, em 1990, e o Plano decenal de educação para todos (BRASIL, 1993). 
A Declaração mundial de educação para todos propõe uma educação destinada 
a satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem; o desenvolvimento pleno das 
potencialidades humanas; a melhoria da qualidade de vida e do conhecimento; e a 
participação do cidadão na transformação culturalde sua comunidade (Declaração de 
Educação para Todos, Art. 1º). Esses conceitos foram aprofundados e divulgados com 
a Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais 
(BRASIL, 1994), que traz importante modificação nos objetivos e forma de atendimento 
na Educação Especial. 
A meta é incluir todas as crianças, inclusive as que têm deficiências graves ou 
dificuldades de aprendizagem, no ensino regular (BRASIL, 1994, p. 17-18). Nesta linha 
de ação, surge o conceito de “necessidades educacionais especiais”, que se refere a 
todas as crianças ou jovens cujas necessidades decorrem da capacidade ou 
dificuldades de aprendizagem e têm, portanto necessidades educacionais em algum 
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
Graduação em Pedagogia 
 
 
 
momento de sua escolaridade. Assim, o desafio que as escolas enfrentam é o 
desenvolvimento de uma pedagogia centrada na criança (BRASIL, 1994, p. 17-18). 
O conceito de necessidades educacionais especiais é bastante abrangente, 
tornando-se importante que a escola esteja alerta para que não sejam projetadas, nas 
crianças, as limitações e as inadequações metodológicas que se configuram, muitas 
vezes, como dificuldade de aprendizagem ou deficiências do aluno. A escola deve 
refletir sobre sua prática, questionar seu projeto pedagógico e verificar se o mesmo está 
voltado para a diversidade. 
O movimento da inclusão considera necessária uma política pública que tenha 
como objetivo a modificação do sistema; a organização e estrutura do funcionamento 
educativo; a diversidade como eixo central do processo de aprendizagem na classe 
comum. Essa mudança de concepção baseia-se na crença de que as mudanças 
estruturais, organizacionais e metodológicas poderão responder às necessidades 
educativas e beneficiar todas as crianças, independentemente de apresentar qualquer 
tipo de deficiência. Por outro lado, não se pode negar as deficiências e as restrições 
delas provenientes. Por isso, as Diretrizes nacionais para a educação especial na 
educação básica (BRASIL, 2001a) determinam que os sistemas escolares se 
organizem para o atendimento na classe comum, mediante a elaboração de projetos 
pedagógicos orientados pela política da inclusão. 
No projeto político pedagógico, deve estar claro o compromisso da escola com 
o êxito do processo de ensino e aprendizagem, com o provimento de recursos 
pedagógicos especiais necessários, apoio aos programas educativos e capacitação de 
recursos humanos para atender às demandas desses alunos (BRASIL, 2001a). Neste 
sentido, o Plano decenal de educação para todos (BRASIL, 1993) e as diretrizes e 
estratégias e orientações para a educação de crianças com necessidades educacionais 
especiais em creches e pré-escolas orientam a criação de programas de intervenção 
precoce em escolas ou instituições especializadas públicas ou privadas, estabelecendo 
convênios e parcerias com as áreas de saúde e assistência social, para avaliação, 
identificação das necessidades específicas, apoio, adaptações, complementações ou 
suplementações que se fizerem necessárias, tendo em vista o desenvolvimento das 
potencialidades e o processo de aprendizagem dessas crianças. 
Apesar desse avanço conceitual, é necessário reconhecer a necessidade de 
articulação das políticas e de ações práticas efetivas e integradas entre os setores 
governamentais que desenvolvem tais políticas, para que as crianças com 
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
Graduação em Pedagogia 
 
 
 
necessidades educacionais especiais tenham acesso aos recursos e equipamentos 
especiais necessários ao processo de desenvolvimento e aprendizagem no âmbito da 
Educação Infantil. Os focos da política pública integrada devem ser: o desenvolvimento 
humano, a equidade das oportunidades educativas e a participação de todos. 
Enfatizando o eixo da humanização, do desenvolvimento integral e do processo de 
aprendizagem, o acesso ao mundo da cultura e do conhecimento não pode ser 
desfocado de uma política de educação infantil que se considera democrática. 
 
 
 
4 INTEGRAÇÃO E INCLUSÃO, DIFERENTES CONCEITOS E 
PRÁTICAS? 
 
Fonte: http://www.pedagogiaaopedaletra.com/posts/o-que-e-educacao-especial/ 
 
O conceito de integração tem origem no princípio ideológico e filosófico da 
normalização, criado, na Dinamarca, por Bank-Mikel Kelsen (l959), e amplamente 
adotado na Suécia, em l969. O referido conceito defendia, para as crianças com 
deficiência, modos de vida e condições iguais ou parecidas com as dos demais 
membros da sociedade. 
A ideia da normalização, como foi proposta, subentendia não tornar o indivíduo 
“normal”, mas torná-lo capaz de participar da corrente natural da vida, inclusive da 
escola. Surge, daí, o princípio de oferecer condições e oportunidades iguais do ponto 
de vista educacional e atividades sociais mais amplas, o que, na década de 70, nos 
EUA e em outros países, era denominado mainstreaming, que significa integrar as 
pessoas com deficiências à corrente principal da vida. Neste conceito, a educação 
deveria ocorrer em ambiente o menos restritivo possível, e o atendimento às 
necessidades individuais, realizado preferencialmente no ensino regular. Somente os 
alunos com deficiências mais graves seriam encaminhados a escolas especiais. 
O conceito da integração, segundo Kaufman (1975) e Warnock (1978, apud 
MAZZOTA, 1982 e CARVALHO, 1997), apresentava três dimensões abrangentes: 
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
Graduação em Pedagogia 
 
 
 
 Integração Física: envolve o espaço e o tempo de convivência no mesmo 
ambiente. Assim, quanto maior a oportunidade de convivência, melhor seriam os 
resultados, desde que a escola e o ambiente fossem preparados 
adequadamente e a integração ocorresse de forma “gradativa”. A outra 
dimensão, “locacional”, é a de que crianças matriculadas na escola comum 
disponham de classes especiais ou salas de recursos organizados para a 
educação especial, onde seriam preparadas para a integração; 
 Integração Funcional: supõe a utilização dos mesmos recursos educacionais 
disponíveis no ensino comum; 
 Integração Social: diz respeito ao processo de interação com o meio, à 
comunicação e à inter-relação por meio da participação ativa nos grupos, na 
escola e na comunidade. Embora a proposta de integração plena estivesse 
voltada à inserção do aluno na classe comum e na comunidade, a educação de 
crianças com deficiência aconteceu de forma paralela em instituições 
especializadas ou em classes especiais. 
Chega, assim, ao nosso meio, o movimento da inclusão com a divulgação da 
Declaração de Salamanca (BRASIL, 1994), com o patrocínio da UNESCO, cujas linhas 
de ação visam ao seguinte universo conceitual: 
O termo necessidades educacionais especiais refere-se a todas aquelas 
crianças ou jovens cujas necessidades se originam em função de deficiências 
ou dificuldades de aprendizagem. As escolas têm de encontrar maneira de 
educar com êxito todas as crianças, inclusive as que têm deficiências graves 
(BRASIL, 1994, p. l7-l8). 
 
Observa-se, no conceito em questão, uma mudança de foco, que deixa de ser a 
deficiência e passa a centrar-se no aluno e no êxito do processo ensino e 
aprendizagem, para o qual o meio ambiente deve ser adaptado às necessidades 
específicas do educando, tanto no contexto escolar e familiar, como no comunitário. 
Esses conceitos revelam que integração e inclusão não são sinônimos, mas 
metáforas distintas que contêm imagens e práticas diferentes. Assim, a metáfora do 
“sistema de cascata”, no conceito da integração, sugere o atendimento às diferenças 
individuais nas classes especiais, salas de recursos ou serviço itinerante, mediante a 
preparação gradativa do aluno para o ensino comum. A ênfase recai, portanto, na 
adaptação do aluno, e não na modificação do ambiente. 
Já, o princípio filosófico da inclusão é definido pela metáfora do “caleidoscópio”, 
cuja imagem sugere uma composiçãomais rica pela combinação e diversidade das 
partes e pelo movimento, obtendo-se composições novas e mais complexas. Assim, 
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
Graduação em Pedagogia 
 
 
 
também as crianças se desenvolvem, aprendem e evoluem melhor em um ambiente 
rico e variado”. A metáfora da inclusão sugere a imagem de uma escola em movimento, 
em constante transformação e construção, de enriquecimento pelas diferenças. 
O referido movimento implica: mudança de atitudes, constante reflexão sobre a 
prática pedagógica; modificação e adaptação do meio; e em nova organização da 
estrutura escolar. Há autores, no entanto, que propõem a inclusão de forma mais 
radical, discordando da validade de adaptações e complementações curriculares, 
enfatizando a necessidade de se rever a prática pedagógica para que seja 
especializada para todos os alunos. Essa dimensão humana e antropológica é ideal, 
desejável por muitos pais e professores, porém há, ainda, um longo caminho a ser 
percorrido, principalmente com relação à formação de professores, em direção à 
educação para diversidade. Esta é uma questão bastante contraditória, por isso merece 
amplo debate entre os estudiosos e os envolvidos: alunos, professores, família e 
comunidade. 
Vamos refletir! 
Prezados acadêmicos, para realizarem uma reflexão sobre as práticas 
pedagógicas vinculadas à Educaçação Especial é importante vocês 
pesquisarem. Sugiro que vocês acessem o site 
http://revistaescola.abril.com.br/inclusao/, pois lá vocês terão muitas informações 
sobre Educação Especial, vale a pena conferir! 
 
 
 
 
5 PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS PARA CONSTRUÇÃO DE UMA 
ESCOLA INCLUSIVA 
 
 
Fonte: http://pedagogiauva-renato.blogspot.com.br/2012/04/educacao-especial.html 
http://revistaescola.abril.com.br/inclusao/
http://pedagogiauva-renato.blogspot.com.br/2012/04/educacao-especial.html
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
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A inclusão é um processo complexo que configura diferentes dimensões: 
ideológica, sociocultural, política e econômica. Os determinantes relacionais 
comportam interações, sentimentos, significados, necessidades e ações práticas; já, os 
determinantes materiais e econômicos viabilizam a reestruturação da escola. Nesta 
linha de pensamento, a Educação Inclusiva deve ter como ponto de partida o cotidiano: 
o coletivo, a escola e a classe comum, onde todos os alunos com necessidades 
educativas, especiais ou não, precisam aprender, ter acesso ao conhecimento, à 
cultura e progredir no aspecto pessoal e social. 
Estudos e experiências realizadas em escolas que estão obtendo êxito no projeto 
de inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais na escola regular 
apontam princípios e fundamentos: 
 o princípio da identidade a construção da pessoa humana em todos seus 
aspectos: afetivo, intelectual, moral e ético; 
 a sensibilidade estética diz respeito à valorização da diversidade para conviver 
com as diferenças, com o imprevisível, com os conflitos pessoais e sociais, 
estimulando a criatividade para a resolução dos problemas e a pluralidade 
cultural; 
 toda criança pode aprender, tornar-se membro efetivo e ativo da classe regular 
e fazer parte da vida comunitária; 
 a construção de laços de solidariedade, atitudes cooperativas e trabalho 
coletivos proporcionam maior aprendizagem para todos; 
 a inclusão significa transformação da prática pedagógica: relações interpessoais 
positivas, interação e sintonia professor-aluno, família-professor, professor-
comunidade escolar e compromisso com o desempenho acadêmico; 
 a inclusão depende da criação de rede de apoio e de ajuda mútua entre escolas, 
pais e serviços especializados da comunidade para a elaboração do projeto 
pedagógico; 
 o projeto pedagógico deve garantir adaptações necessárias ao currículo, apoio 
didático especializado e planejamento, considerando as necessidades 
educacionais de todos os alunos e oferecendo equipamentos e recursos 
adaptados quando necessários; 
 o professor da classe regular assume a responsabilidade pelo trabalho 
pedagógico e recebe apoio do professor especializado, dos pais e demais 
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profissionais envolvidos para a identificação das necessidades educacionais 
especiais, a avaliação do processo de desenvolvimento e aprendizagem e o 
planejamento de metas; 
 o sucesso do processo de aprendizagem depende do projeto de inclusão, com 
trabalho cooperativo entre o professor regular e o professor especializado, na 
busca de estratégias de ensino, alternativas metodológicas, modificações, 
ajustes e adaptações na programação e atividades; 
 a modificação do processo de avaliação e do ensino: avaliação qualitativa dos 
aspectos globais como competência social, necessidades emocionais, estilos 
cognitivos, formas diferenciadas de comunicação, elaboração e desempenho 
nas atividades; 
 a maior valorização das possibilidades, das aptidões, dos interesses e do 
empenho do aluno para a realização das atividades, participação nos projetos e 
trabalhos coletivos; 
 a priorização, além do acesso à cultura e ao conhecimento, do desenvolvimento 
da autonomia e independência e autoconceito positivo pela participação social; 
 a escola e a sala de aula devem ser um espaço inclusivo, acolhedor, um 
ambiente estimulante que reforce os pontos fortes, reconheça as dificuldades e 
se adapte às peculiaridades de cada aluno; 
 a gestão democrática e descentralização, com repasse de recursos financeiros 
diretamente à escola para reestruturação e organização do ambiente, da sala de 
aula, e para as adaptações que se fizerem necessárias; 
 o êxito do processo de aprendizagem e da inclusão depende da formação 
continuada do professor, de grupo de estudos com os profissionais envolvidos, 
possibilitando ação, reflexão e constante redimensionamento da prática 
pedagógica. 
Nesta unidade você aprendeu 
 O percurso histórico da Educação Especial. 
 As modificações que ocorreram em relação ao 
processo de inclusão. 
 Conceitos e práticas relacionados à inclusão. 
 Dimensões sociocultural e política que diz respeito 
aos princípios e fundamentos da Educação Especial. 
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
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Saiba mais sobre a Unidade I, consulte: 
http://www.revista.inf.br/psicologia08/pages/resenhas/edic08-anov-
revisao03.pdf 
http://www.anped.org.br/reunioes/27/gt15/p151.pdf 
http://www.pedagobrasil.com.br/educacaoespecial/educacaoespecial3.htm 
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/introducao.pdf 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.revista.inf.br/psicologia08/pages/resenhas/edic08-anov-revisao03.pdf
http://www.revista.inf.br/psicologia08/pages/resenhas/edic08-anov-revisao03.pdf
http://www.anped.org.br/reunioes/27/gt15/p151.pdf
http://www.pedagobrasil.com.br/educacaoespecial/educacaoespecial3.htm
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/introducao.pdf
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UNIDADE 2 
 
Para começar nossos estudos 
 
Por que é importante o pedagogo 
conhecer os documentos orientadores 
da Educação Especial? 
Como relacionar as práticas 
pedagógicas vinculadas à Educação 
Especial com os seus principais 
documentos? 
 
COMPROMISSO COM A CONSTRUÇÃO DE SISTEMAS 
EDUCACIONAIS INCLUSIVOS: DOCUMENTOS 
ORIENTADORES 
 
1 Compromisso com a construção de Sistemas Educacionais 
Inclusivos: documentos orientadores 
 
1.1 No âmbito internacional 
 
A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas produziu vários 
documentos norteadores para o desenvolvimento de políticas públicas de seus pais-
membro. O Brasil, enquanto país-membro da ONU e signatário desses documentos, 
reconhece esses conteúdos e os tem respeitado, na elaboração das políticas públicas 
internas: 
 Carta para o Terceiro Milênio; 
 Declaração de Salamanca; 
 Conferência Internacional do Trabalho; 
 Convenção daGuatemala; 
 Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes; 
 Declaração Internacional de Montreal sobre Inclusão. 
 
 
http://www.google.com.br/imgres?q=perguntas&start=79&hl=pt-BR&biw=1024&bih=571&addh=36&tbm=isch&tbnid=kAcml0c7a62bBM:&imgrefurl=http://alemdorh.blogspot.com/2012/03/por-que-algumas-perguntas-sao-comuns-em.html&docid=24NL4MltMmRqaM&imgurl=http://2.bp.blogspot.com/-0sFglsPv9Tg/T2yNDt93GwI/AAAAAAAAAIY/4rPJSGuaW3U/s1600/perguntas.jpg&w=278&h=283&ei=B4TzT6i3BZOM0QG7_82ABw&zoom=1&iact=hc&vpx=93&vpy=210&dur=282&hovh=226&hovw=222&tx=121&ty=192&sig=104558201298061307707&page=5&tbnh=126&tbnw=131&ndsp=24&ved=1t:429,r:0,s:79,i:6
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1.1.1 Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) 
 
A Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1948, proclamou a Declaração 
Universal dos Direitos Humanos, na qual reconhece que "Todos os seres humanos 
nascem livres e iguais, em dignidade e direitos [...] (Art. 1°.), [...] sem distinção alguma, 
nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou 
outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra 
situação" (Art. 2°.). 
Em seu Artigo 7°, proclama que "todos são iguais perante a lei e, sem distinção, 
têm direito a igual proteção da lei [...]”. No Artigo 26°, proclama, no Item 1, que "toda a 
pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo menos a 
correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino elementar é obrigatório. O 
ensino técnico e profissional deve ser generalizado [...]"; no Item 2, estabelece que 
"educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos 
direitos do Homem e das liberdades fundamentais e deve favorecer a compreensão, a 
tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos 
[...]" O Artigo 27° proclama, no Item 1, que "toda a pessoa tem o direito de tomar parte 
livremente na vida cultural da comunidade, de usufruir as artes e de participar no 
progresso científico e nos benefícios que deste resultam". De maneira geral, esta 
Declaração assegura às pessoas com deficiência os mesmos direitos à liberdade, a 
vida digna, à educação fundamental, ao desenvolvimento pessoal e social e à livre 
participação na vida da comunidade. 
 
1.1.2 Declaração de Jomtien (1990) 
Em março de 1990, o Brasil participou da Conferência Mundial sobre Educação 
para Todos, em Jomtien, Tailândia, na qual foi proclamada a Declaração de Jomtien. 
Nesta Declaração, os países relembram que "a educação é um direito fundamental de 
todos, mulheres e homens, de todas as idades, no mundo inteiro". Declararam, 
também, entender que a educação é de fundamental importância para o 
desenvolvimento das pessoas e das sociedades, sendo um elemento que "pode 
contribuir para conquistar um mundo mais seguro, mais sadio, mais próspero e 
ambientalmente mais puro, e que, ao mesmo tempo, favoreça o progresso social, 
econômico e cultural, a tolerância e a cooperação internacional". 
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
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Tendo isso em vista, ao assinar a Declaração de Jomtien, o Brasil assumiu, 
perante a comunidade internacional, o compromisso de erradicar o analfabetismo e 
universalizar o Ensino Fundamental no país. Para cumprir este compromisso, o Brasil 
tem criado instrumentos norteadores para a ação educacional e documentos legais 
para apoiar a construção de sistemas educacionais inclusivos, nas diferentes esferas 
públicas: Municipal, Estadual e Federal. 
 
Fonte: http://rosariamoraes.blogspot.com.br/2009/04/politicas-publicas-brasileiras-em.html 
 
1.1.3 Declaração de Salamanca (1994) 
A Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais: Acesso e 
Qualidade, realizada pela UNESCO, em Salamanca (Espanha), em junho de 1994, 
teve, como objeto específico de discussão, a atenção educacional aos alunos com 
necessidades educacionais especiais. Nela, os países signatários, dos quais o Brasil 
faz parte, declararam: 
 Todas as crianças, de ambos os sexos, têm direito fundamental à educação e 
que a elas deve ser dada a oportunidade de obter e manter um nível aceitável 
de conhecimentos; 
 Cada criança tem características, interesses, capacidades e necessidades de 
aprendizagem que lhe são próprios; 
 Os sistemas educativos devem ser projetados e os programas aplicados de 
modo que tenham em vista toda a gama dessas diferentes características e 
necessidades; 
 As pessoas com necessidades educacionais especiais devem ter acesso às 
escolas comuns, que deverão integrá-las numa pedagogia centralizada na 
criança, capaz de atender a essas necessidades; 
http://rosariamoraes.blogspot.com.br/2009/04/politicas-publicas-brasileiras-em.html
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 As escolas comuns, com essa orientação integradora, representam o meio mais 
eficaz de combater atitudes discriminatórias, de criar comunidades acolhedoras, 
construir uma sociedade integradora e dar educação para todos. 
 A Declaração destina-se a todos os governos, incitando-os a: 
 Dar a mais alta prioridade política e orçamentária à melhoria de seus sistemas 
educativos, para que possam abranger todas as crianças, independentemente 
de suas diferenças ou dificuldades individuais; 
 Adotar, com força de lei ou como política, o princípio da educação integrada, que 
permita a matrícula de todas as crianças em escolas comuns, a menos que haja 
razões convincentes para o contrário; 
 Criar mecanismos descentralizados e participativos, de planejamento, 
supervisão e avaliação do ensino de crianças e adultos com necessidades 
educacionais especiais; 
 Promover e facilitar a participação de pais, comunidades e organizações de 
pessoas com deficiência, no planejamento e no processo de tomada de 
decisões, para atender a alunos e alunas com necessidades educacionais 
especiais; 
 Assegurar que, num contexto de mudança sistemática, os programas de 
formação do professorado, tanto inicial como contínua, estejam voltados para 
atender às necessidades educacionais especiais, nas escolas integradoras. 
A Assembleia Geral das Nações Unidas sobre a Criança analisou a situação 
mundial da criança e estabeleceu metas a serem alcançadas. Entendendo que a 
educação é um direito humano e um fator fundamental para reduzir a pobreza e o 
trabalho infantil e promover a democracia, a paz, a tolerância e o desenvolvimento, 
destacou alta prioridade à tarefa de garantir que, até o ano de 2015, todas as crianças 
tenham acesso ao ensino primário de boa qualidade, gratuito e obrigatório e que 
terminem os estudos. Ao assinar a Declaração, o Brasil comprometeu-se com o alcance 
dos objetivos propostos, que visam à transformação dos sistemas de educação em 
sistemas educacionais inclusivos. 
 
1.1.4 Convenção da Guatemala (1999) 
A partir da Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas 
de Discriminação contra as Pessoas Portadores de Deficiência, os Estados-partes 
reafirmaram que "as pessoas portadoras de deficiência têm os mesmos direitos 
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
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humanos e liberdades fundamentais que outras pessoas e que esses direitos, inclusive 
o de não ser submetido à discriminação com base na deficiência, emanam da dignidade 
e da igualdade que são inerentes a todo ser humano". 
No seu Artigo 1º, a Convenção define que o termo deficiência "significa uma 
restrição física, mental ou sensorial, de natureza permanente ou transitória, que limita 
a capacidade de exercer uma ou mais atividades essenciais da vida diária causada ou 
agravada pelo ambiente econômico e social". 
Para os efeitos dessa Convenção, o termo discriminação contra as pessoas com 
deficiência "significa toda a diferenciação, exclusão ou restrição baseada em deficiência 
[...] que tenham efeito ou propósito de impedir ou anularo reconhecimento, gozo ou 
exercício por parte das pessoas portadoras de deficiência de seus direitos humanos e 
suas liberdades fundamentais". 
Também define que não constitui discriminação "a diferenciação ou preferência 
adotada pelo Estado Parte para promover a integração social ou desenvolvimento 
pessoal dos portadores de deficiência desde que a diferenciação ou preferência não 
limite em si mesmo o direito a igualdade dessas pessoas e que elas não sejam 
obrigadas a aceitar tal diferenciação". 
 
Fonte: http://pedagogiauva-renato.blogspot.com.br/2012/04/educacao-especial.html 
 
1.2 Legislação Brasileira - Marcos Legais 
 
A sociedade brasileira tem elaborado dispositivos legais que tanto explicitam sua 
opção política pela construção de uma sociedade para todos, como orientam as 
políticas públicas e sua prática social. 
 Os marcos legais tratam do Ordenamento Jurídico, contendo leis que regem a 
educação nacional e os direitos das pessoas com deficiência, constituindo importantes 
subsídios para embasamento legal à gestão dos sistemas de ensino. Incluem a 
seguinte legislação: 
 
http://pedagogiauva-renato.blogspot.com.br/2012/04/educacao-especial.html
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1.2.1 Leis 
 Constituição Federal de 1988 - Educação Especial; 
 Lei nº 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBN; 
 Lei nº 9.394/96 – LDBN - Educação Especial; 
 Lei nº 8.069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente – Educação Especial; 
 Lei nº 8.069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente; 
 Lei nº 8.859/94 – Estágio; 
 Lei nº 10.098/94 – Acessibilidade; 
 Lei nº 10.436/02 – Libras; 
 Lei nº 7.853/89 - CORDE - Apoio às pessoas portadoras de deficiência; 
 Lei n° 8.899/94 - Passe Livre; 
 Lei nº 9.424/96 – FUNDEF; 
 Lei nº 10.845/04 - Programa de Complementação ao Atendimento Educacional 
Especializado às Pessoas Portadoras de Deficiência; 
 Lei nº 10.216/01 - Direitos e proteção às pessoas acometidas de transtorno 
mental; 
 Plano Nacional de Educação - Educação Especial. 
1.2.2 Decretos 
 Decreto nº 5.626/05 - Regulamenta a Lei 10.436 que dispõe sobre a Língua 
Brasileira de Sinais – LIBRAS; 
 Decreto nº 2.208/97 - Regulamenta a Lei 9.394 que estabelece as diretrizes e 
bases da educação nacional; 
 Decreto nº 3.298/99 - Regulamenta a Lei no 7.853/89; 
 Decreto nº 914/93 - Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora 
de Deficiência; 
 Decreto nº 2.264/97 - Regulamenta a Lei nº 9.424/96; 
 Decreto nº 3.076/99 - Cria o CONADE; 
 Decreto nº 3.691/00 - Regulamenta a Lei nº 8.899/96; 
 Decreto nº 3.952/01 - Conselho Nacional de Combate à Discriminação; 
 Decreto nº 5.296/04 - Regulamenta as Leis n° 10.048 e 10.098, com ênfase na 
Promoção de Acessibilidade. 
1.2.3 Portarias 
 Portaria nº 976/06 - Critérios de acessibilidade aos eventos do MEC; 
 Portaria nº 1.793/94 - Formação de docentes; 
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
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 Portaria nº 3.284/03 - Ensino Superior; 
 Portaria nº 319/99 - Comissão Brasileira do Braille; 
 Portaria nº 554/00 - Regulamenta Comissão Brasileira do Braille; 
 Portaria nº 8/01 – Estágios. 
1.2.4 Resoluções 
 Resolução CNE/CEB nº 1 – Estágio; 
 Resolução CNE/CP nº 1/02 - Diretrizes Curriculares Nacionais para a 
Formação de Professores; 
 Resolução CNE/CEB nº 2/01 - Diretrizes Nacionais para a Educação Especial 
na Educação Básica; 
 Resolução CNE/CP nº 2/02 - Institui a duração e a carga horária de cursos; 
 Resolução nº 02/81 - Prazo de conclusão do curso de graduação; 
 Resolução nº 05/87 - Altera a redação do Art. 1º, da Resolução nº 2/81. 
 PARECER Nº 17/01 DO CNE / Câmara de Educação Básica – Diretrizes 
Nacionais para Educação Especial na Educação Básica. 
 
AVISO - Aviso Circular nº 277/96 - Dirigido aos Reitores das IES, solicitando a execução 
adequada de uma política educacional dirigida aos portadores de necessidades 
especiais. 
Constituição da República Federativa do Brasil /88 
 
 Lei 7.853/89 - Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua 
integração social; sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa 
Portadora de Deficiência – CORDE; institui a tutela jurisdicional de interesses 
coletivos ou difusos dessas pessoas; disciplina a atuação do Ministério Público; 
define crimes e dá outra providência. (Alterada pela Lei 8.028/90) 
 Lei 8.069/90 - Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA e dá 
outras providências. 
 Lei 8.859/94 - Modifica dispositivos da Lei nº 6.494, de 07 de dezembro de1977, 
estendendo aos alunos de Ensino Especial o direito à participação em atividades 
de estágio. 
 Lei 9.394/96 - Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBEN. 
 
 
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
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LEI Nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996 
 
CAPÍTULO V - DA EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
Art. 58 - Entende-se por Educação Especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de 
educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos 
portadores de necessidades especiais. §1º - Haverá, quando necessário, serviços de apoio 
especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de Educação 
Especial. 
§2º - O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, 
sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração 
nas classes comuns do ensino regular. 
§3º - A oferta da educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de 
zero a seis anos, durante a Educação Infantil. 
Art. 59 - Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: 
I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização, específicos para atender 
às suas necessidades; 
II – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a 
conclusão do Ensino Fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir 
em menor tempo o programa escolar para os superdotados; 
III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento 
especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses 
educandos nas classes comuns; 
IV – educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, 
inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho 
competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que 
apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora; 
V – acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o 
respectivo nível do ensino regular. 
Art. 60 - Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de caracterização 
das instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em 
educação especial, para fins de apoio técnico e financeiro pelo Poder Público. 
Parágrafo único. O poder Público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do 
atendimento aos educandos com necessidades especiais na própria rede pública regular de 
ensino, independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo. 
 
 
 
 
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
Graduação em Pedagogia 
 
 
 
 
 Lei 9.424/96 - Dispõe sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do 
Ensino Fundamental e Valorização do Magistério - FUNDEF. 
 Lei 10.098/00 - Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção 
da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade 
reduzida, e dá outras providências. 
 Lei 10.172/2001 - Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras 
providências. 
 Lei 10.216/2001 - Dispõesobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras 
de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. 
 Lei 10.436/02 - Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras, e dá outras 
providências. 
 Lei 10.845/2004 – Institui o programa de Complementação ao Atendimento 
Educacional Especializado às pessoas portadoras de deficiência, e dá outras 
providências - PAED. 
 
DECRETOS 
 Decreto 2.264/97 - Regulamenta a Lei 9424/96 - FUNDEF, no âmbito Federal, 
e determina outras providências. 
 Decreto 3.298/99 - Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, que 
dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de 
Deficiência, consolida as normas de proteção e dá outras providências. 
 Decreto 3.030/99 - Dá nova redação ao Art.2º do Decreto 1.680/95 que dispõe 
sobre a competência, a composição e o funcionamento do Conselho Consultivo 
da Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência 
(CORDE). 
 Decreto 3.076/99 – Cria, no âmbito do Ministério da Justiça, o Conselho 
Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência (CONADE). 
 Decreto 3.631/00 - Regulamenta a Lei 8899/94, que dispõe sobre o transporte 
de pessoas portadoras de deficiência no sistema de transporte coletivo 
interestadual. 
 Decreto 3.952/01 - Dispõe sobre o Conselho Nacional de Combate à 
Discriminação (CNCD). 
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
Graduação em Pedagogia 
 
 
 
 Decreto 3.956/01 - Promulga a Convenção Interamericana para a Eliminação de 
Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência 
(Convenção da Guatemala). 
PORTARIAS - MEC 
 Portaria 1.793/94 - Recomenda a inclusão da disciplina Aspectos Ético-Político-
Educacionais na normalização e integração da pessoa portadora de 
necessidades especiais, prioritariamente, nos cursos de Pedagogia, Psicologia 
e em todas as Licenciaturas. 
 Portaria 319/99 – Institui, no Ministério da Educação, vinculada à Secretaria de 
Educação Especial/SEESP, a Comissão Brasileira do Braille, de caráter 
permanente. 
 Portaria 554/00 - Aprova o Regulamento Interno da Comissão Brasileira do 
Braille. 
 Portaria 3.284/03 - Dispõe sobre requisitos de acessibilidade de pessoas 
portadoras de deficiências, para instruir os processos de autorização e de 
reconhecimento de cursos e de credenciamento de instituições. 
 Portaria do Ministério do Planejamento 08/2001 - Atualiza e consolida os 
procedimentos operacionais adotados pelas unidades de recursos humanos 
para a aceitação, como estagiários, de alunos regularmente matriculados e que 
venham frequentando, efetivamente, cursos de Educação Superior, de Ensino 
Médio, de educação profissional de nível médio ou de Educação Especial, 
vinculados à estrutura do ensino público e particular. 
 
 
Fonte: http://www3.afonsoclaudio.es.gov.br/site/index.php/archives/2006 
 
http://www3.afonsoclaudio.es.gov.br/site/index.php/archives/2006
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
Graduação em Pedagogia 
 
 
 
RESOLUÇÕES 
 Resolução 09/78 - Conselho Federal de Educação - Autoriza, 
excepcionalmente, a matrícula do aluno classificado como superdotado nos 
cursos superiores, sem que tenha concluído o curso de 2º grau. 
 Resolução 02/81 - Conselho Federal de Educação - Autoriza a concessão de 
dilatação de prazo de conclusão do curso de graduação aos alunos portadores 
de deficiência física, afecções congênitas ou adquiridas. 
 Resolução 02/01 - Conselho Nacional de Educação - Institui Diretrizes 
Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. 
 Resolução 01 e 02/02 - Conselho Nacional de Educação - Diretrizes Nacionais 
para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, 
graduação plena. 
 Resolução 01/04 - Conselho Nacional de Educação - Estabelece Diretrizes 
Nacionais para organização e realização de Estágio de alunos do Ensino 
Profissionalizante e Ensino Médio, inclusive nas modalidades de Ensino 
Especial e Educação de Jovens e Adultos. 
 
1.3. Legislação do Estado do Paraná 
 
1.3.1 Leis 
 
 Lei nº 11.189/95 - Dispõe sobre condições para internações, em hospitais 
psiquiátricos e estabelecimentos similares, de cidadãos com transtornos 
mentais. 
 Lei nº 11.911/97 - Assegura, conforme especifica, transporte gratuito em linhas 
de transporte intermunicipal, aos portadores de deficiência, quando estiverem se 
submetendo a processo de reabilitação e/ou capacitação profissional. 
 Lei nº 12.095/98 – LIBRAS. 
 Lei nº 13.120/01 - Altera dispositivos da Lei nº 11911/97, estabelecendo prazo 
para que as empresas de transporte coletivo intermunicipal adaptem os ônibus 
das frotas na forma prevista em lei. 
 Lei nº 13.126/01 - Cria o Programa de Remoção de Barreiras Arquitetônicas ao 
Portador de Deficiência. 
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_Lei11189.PDF
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_Lei11911.PDF
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_Lei12095.PDF
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_Lei13120.PDF
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_Lei13126.PDF
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
Graduação em Pedagogia 
 
 
 
 Lei nº 13.450/02 - Dispõe que os deficientes visuais, acompanhados por cães 
guias, especialmente treinados para este fim, têm direito ao acesso e 
permanência em qualquer local aberto ao público, conforme especifica. 
 Lei nº 13.456/02 - Criação do Conselho Estadual da Pessoa Portadora de 
Deficiência - Criação da Assessoria Especial para a Integração da Pessoa 
Portadora de Deficiência, vinculada à Secretaria de Estado da Justiça e 
Cidadania-SEJU, responsável pela execução da política estadual de integração 
à pessoa portadora de deficiência. 
 
1.3.2 Decretos 
 Nº 1.821/00 - Regulamento do Transporte Coletivo Rodoviário Intermunicipal do 
Estado do Paraná – abre o arquivo dec1821.pdf. 
 
 1.3.3 Resoluções 
 Nº 652/91 - Cria o Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Defesa dos 
Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência em todas as comarcas do Estado 
do Paraná. 
 Nº 3.199/2004 - Regulamenta os procedimentos para a celebração de Convênio 
de Cooperação Técnica e Financeira com as instituições especializadas 
conveniadas, parceiras no atendimento aos alunos com necessidades 
educacionais especiais. 
 
1.3.4 Deliberações 
 Nº 02/03 - Normas para a Educação Especial, modalidade da Educação Básica 
para alunos com necessidades educacionais especiais, no Sistema de Ensino 
do Estado do Paraná. 
 
1.3.5 Instruções 
 01/04 - Estabelece critérios para a solicitação do serviço de apoio especializado 
- Professor de Apoio Permanente em Sala de Aula. 
 02/04 - Estabelece critérios para a solicitação do serviço de apoio especializado 
- Centro de Atendimento Especializado - área da Deficiência Física. 
 03/04 - Funcionamento da CLASSE ESPECIAL de 1ª à 4ª séries do Ensino 
Fundamental, na área da Deficiência Mental. 
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_Lei13450.PDF
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_Lei13456.PDF
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_dec1821.PDF
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_res652.PDF
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_res652.PDF
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_res3199.PDF
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_del02-03.PDF
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_Instr01-04.PDF
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_Instr02-04.PDFhttp://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_Instr03-04.PDF
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
Graduação em Pedagogia 
 
 
 
 04/04 - Funcionamento da SALA DE RECURSOS para o Ensino Fundamental 
de 1ª à 4ª séries, na área da Deficiência Mental e Distúrbios de Aprendizagem. 
 05/04 - Funcionamento da SALA DE RECURSOS para o Ensino Fundamental 
de 5ª à 8ª séries, na área da Deficiência Mental e Distúrbios de Aprendizagem. 
 
Vamos refletir! 
Em consonância aos instrumentos legais anteriormente 
mencionados, o Brasil elaborou documentos norteadores 
para a prática educacional, visando especialmente superar 
a tradição segregatória da atenção ao segmento 
populacional constituído de crianças, jovens e adultos com 
necessidades educacionais especiais. 
 
 
 
 
1.4 Política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva 
 
Documento elaborado pelo Grupo de Trabalho, nomeado pela Portaria nº 
555/2007, prorrogada pela Portaria nº 948/2007, entregue ao Ministro da Educação em 
07 de janeiro de 2008. 
 
Fonte: http://amgr.blogs.sapo.pt/ 
 
 
 
 
I Apresentação 
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_Instr04-04.PDF
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_Instr05-04.PDF
http://amgr.blogs.sapo.pt/
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
Graduação em Pedagogia 
 
 
 
O movimento mundial pela inclusão é uma ação política, cultural, social e 
pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de estar juntos, 
aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação. A Educação Inclusiva 
constitui um paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, 
que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis, e que avança em 
relação à ideia de equidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da 
produção da exclusão dentro e fora da escola. 
Ao reconhecer que as dificuldades enfrentadas nos sistemas de ensino 
evidenciam a necessidade de confrontar as práticas discriminatórias e criar alternativas 
para superá-las, a Educação Inclusiva assume espaço central no debate acerca da 
sociedade contemporânea e do papel da escola na superação da lógica da exclusão. 
A partir dos referenciais para a construção de sistemas educacionais inclusivos, a 
organização de escolas e classes especiais passa a ser repensada, implicando 
mudança estrutural e cultural da escola para que todos os alunos tenham suas 
especificidades atendidas. 
Nessa perspectiva, o Ministério da Educação/Secretaria de Educação Especial 
apresenta a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação 
Inclusiva, que acompanha os avanços do conhecimento e das lutas sociais, visando 
constituir políticas públicas promotoras de uma educação de qualidade para todos os 
alunos. 
 
II Marcos históricos e normativos 
A escola historicamente se caracterizou pela visão da educação que delimita a 
escolarização como privilégio de um grupo, exclusão que foi legitimada nas políticas e 
práticas educacionais reprodutoras da ordem social. A partir do processo de 
democratização da educação, evidencia-se o paradoxo inclusão/exclusão, quando os 
sistemas de ensino universalizam o acesso, mas continuam excluindo indivíduos e 
grupos considerados fora dos padrões homogeneizadores da escola. Assim, de formas 
distintas, a exclusão tem apresentado características comuns nos processos de 
segregação e integração que pressupõem a seleção, naturalizando o fracasso escolar. 
A partir da visão dos direitos humanos e do conceito de cidadania fundamentado 
no reconhecimento das diferenças e na participação dos sujeitos, decorre a 
identificação dos mecanismos e processos de hierarquização que operam na regulação 
e produção das desigualdades. Essa problematização explicita os processos 
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
Graduação em Pedagogia 
 
 
 
normativos de distinção dos alunos em razão de características intelectuais, físicas, 
culturais, sociais e linguísticas, entre outras, estruturadoras do modelo tradicional de 
educação escolar. 
A Educação Especial organizou-se tradicionalmente como atendimento 
educacional especializado, substitutivo ao ensino comum, evidenciando diferentes 
compreensões, terminologias e modalidades que levaram à criação de instituições 
especializadas, escolas especiais e classes especiais. Esta organização, 
fundamentada no conceito de normalidade/anormalidade, determina formas de 
atendimento clínico terapêuticos, fortemente ancorados nos testes psicométricos que 
definem, por meio de diagnósticos, as práticas escolares para os alunos com 
deficiência. 
No Brasil, o atendimento às pessoas com deficiência teve início na época do 
Império, com a criação de duas instituições: o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, em 
1854, atual Instituto Benjamin Constant – IBC; e o Instituto dos Surdos Mudos, em 1857, 
atual Instituto Nacional da Educação dos Surdos – INES, ambos no Rio de Janeiro. No 
início do século XX, é fundado o Instituto Pestalozzi - 1926, instituição especializada no 
atendimento às pessoas com deficiência mental. Em 1954, é fundada a primeira 
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE; e, em 1945, é criado o primeiro 
atendimento educacional especializado às pessoas com superdotação na Sociedade 
Pestalozzi, por Helena Antipoff. 
Em 1961, o atendimento educacional às pessoas com deficiência passa a ser 
fundamentado pelas disposições da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 
Lei nº. 4.024/61, que aponta o direito dos “excepcionais” à educação, preferencialmente 
dentro do sistema geral de ensino. 
A Lei nº. 5.692/71, que altera a LDBEN de 1961, ao definir “tratamento especial” 
para os alunos com “deficiências físicas, mentais, os que se encontrem em atraso 
considerável quanto à idade regular de matrícula e os superdotados”, não promove a 
organização de um sistema de ensino capaz de atender às necessidades educacionais 
especiais e reforça o encaminhamento dos alunos para as classes e escolas especiais. 
Em 1973, é criado, no MEC, o Centro Nacional de Educação Especial – 
CENESP, responsável pela gerência da educação especial no Brasil, que, com a égide 
integracionista, impulsionou ações educacionais voltadas às pessoas com deficiência 
e às com superdotação; ainda configuradas por campanhas assistenciais e ações 
isoladas do Estado. 
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
Graduação em Pedagogia 
 
 
 
Nesse período, não se efetiva uma política pública de acesso universal à 
educação, permanecendo a concepção de “políticas especiais”, para tratar da temática 
da educação de alunos com deficiência. No que se refere aos alunos com 
superdotação, apesar do acesso ao ensino regular, não é organizado um atendimento 
especializado que considere as singularidades de aprendizagem desses alunos. 
A Constituição Federal de 1988 institui como um dos seus objetivos 
fundamentais “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, 
idade e quaisquer outras formas de discriminação” (Art.3º, Inciso IV). Define, no Artigo 
205, a educação como direito de todos, garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, 
o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho. No seu Artigo 206, Inciso I, 
estabelece a “igualdade de condições de acesso e permanência na escola”, como um 
dos princípios para o ensino e garante, como dever do Estado, a oferta do atendimento 
educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino (Art. 208). 
O Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº. 8.069/90, Artigo 55, reforça os 
dispositivos legais supracitados, ao determinar que "os pais ou responsáveis têm a 
obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino”. Também, na 
referida década, documentos como a Declaração Mundial de Educação para Todos 
(1990) e a Declaração de Salamanca(1994) passam a influenciar a formulação das 
políticas públicas da Educação Inclusiva. 
Em 1994, é publicada a Política Nacional de Educação Especial, orientando o 
processo de “integração instrucional” que condiciona o acesso às classes comuns do 
ensino regular àqueles que "[...] possuem condições de acompanhar e desenvolver as 
atividades curriculares programadas do ensino comum, no mesmo ritmo que os alunos 
ditos normais”. 
Ao reafirmar os pressupostos construídos a partir de padrões homogêneos de 
participação e aprendizagem, a Política não provoca a reformulação das práticas 
educacionais de maneira que sejam valorizados os diferentes potenciais de 
aprendizagem no ensino comum, mantendo a responsabilidade da educação desses 
alunos exclusivamente no âmbito da Educação Especial. 
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
Graduação em Pedagogia 
 
 
 
 
Fonte: http://www.jaguariaiva.pr.gov.br/pmj/index.php/secretaria-mun-educ-cultura-e-esporte/educacao/177-educacao-especial 
 
A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei nº 9.394/96, no 
Artigo 59, preconiza que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos currículo, 
métodos, recursos e organização específicos para atender às suas necessidades; 
assegura a terminalidade específica àqueles que não atingiram o nível exigido para a 
conclusão do Ensino Fundamental, em virtude de suas deficiências; e a aceleração de 
estudos aos superdotados para conclusão do programa escolar. Também define, 
dentre as normas para a organização da educação básica, a “possibilidade de avanço 
nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado” (Art. 24, Inciso V) e “[...] 
oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, 
seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames” (Art. 37). 
Em 1999, o Decreto nº 3.298 que regulamenta a Lei nº 7.853/89, ao dispor sobre 
a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, define a 
Educação Especial como modalidade transversal a todos os níveis e modalidades de 
ensino, enfatizando a atuação complementar da Educação Especial ao ensino regular. 
Acompanhando o processo de mudanças, as Diretrizes Nacionais para a 
Educação Especial na Educação Básica, Resolução CNE/CEB nº 2/2001, no Artigo 2º, 
determinam que: 
Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas 
organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais 
especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade 
para todos (MEC/SEESP, 2001). 
As Diretrizes ampliam o caráter da educação especial para realizar o 
atendimento educacional especializado complementar ou suplementar à escolarização. 
Porém, ao admitir a possibilidade de substituir o ensino regular, não potencializa a 
http://www.jaguariaiva.pr.gov.br/pmj/index.php/secretaria-mun-educ-cultura-e-esporte/educacao/177-educacao-especial
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
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adoção de uma política de educação inclusiva na rede pública de ensino, prevista no 
seu Artigo 2º. 
O Plano Nacional de Educação - PNE, Lei nº 10.172/2001, destaca que “o grande 
avanço que a década da educação deveria produzir seria a construção de uma escola 
inclusiva que garantisse o atendimento à diversidade humana”. Ao estabelecer 
objetivos e metas para que os sistemas de ensino favoreçam o atendimento às 
necessidades educacionais especiais dos alunos, aponta um déficit referente à oferta 
de matrículas para alunos com deficiência nas classes comuns do ensino regular, à 
formação docente, à acessibilidade física e ao atendimento educacional especializado. 
A Convenção da Guatemala (1999), promulgada no Brasil pelo Decreto nº 
3.956/2001, afirma que as pessoas com deficiência têm os mesmos direitos humanos 
e liberdades fundamentais que as demais pessoas, definindo como discriminação com 
base na deficiência toda diferenciação ou exclusão que possa impedir ou anular o 
exercício dos direitos humanos e de suas liberdades fundamentais. Este Decreto tem 
importante repercussão na educação, pois exige a reinterpretação da Educação 
Especial, compreendida no contexto da diferenciação adotada para promover a 
eliminação das barreiras que impedem o acesso à escolarização. 
Na perspectiva da Educação Inclusiva, a Resolução CNE/CP nº1/2002, que 
estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da 
Educação Básica, define que as instituições de Ensino Superior devem prever, em sua 
organização curricular, formação docente voltada para a atenção à diversidade e que 
contemple conhecimentos sobre as especificidades dos alunos com necessidades 
educacionais especiais. 
A Lei nº 10.436/02 reconhece a Língua Brasileira de Sinais como meio legal de 
comunicação e expressão, determinando que sejam garantidas formas 
institucionalizadas de apoiar seu uso e difusão, bem como a inclusão da disciplina de 
Libras como parte integrante do currículo nos cursos de formação de professores e de 
Fonoaudiologia. 
A Portaria nº 2.678/02 aprova diretriz e normas para o uso, o ensino, a produção 
e a difusão do Sistema Braille em todas as modalidades de ensino, compreendendo o 
projeto da Grafia Braile para a Língua Portuguesa e a recomendação para o seu uso 
em todo o território nacional. 
Em 2003, o Ministério da Educação cria o Programa Educação Inclusiva: direito 
à diversidade, visando transformar os sistemas de ensino em sistemas educacionais 
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
Graduação em Pedagogia 
 
 
 
inclusivos, que promovem amplo processo de formação de gestores e educadores nos 
municípios brasileiros para a garantia do direito de acesso de todos à escolarização, à 
organização do atendimento educacional especializado e à promoção da 
acessibilidade. 
Em 2004, o Ministério Público Federal divulga o documento O Acesso de Alunos 
com Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular, com o objetivo de 
disseminar os conceitos e diretrizes mundiais para a inclusão, reafirmando o direito e 
os benefícios da escolarização de alunos com e sem deficiência, nas turmas comuns 
do ensino regular. 
Impulsionando a inclusão educacional e social, o Decreto nº 5.296/04 
regulamentou as Leis nº 10.048/00 e nº 10.098/00, estabelecendo normas e critérios 
para a promoção da acessibilidade às pessoas com deficiência ou com mobilidade 
reduzida. Neste contexto, o Programa Brasil Acessível é implementado com o objetivo 
de promover e apoiar o desenvolvimento de ações que garantam a acessibilidade. 
O Decreto nº 5.626/05, que regulamenta a Lei nº 10.436/2002, visando à inclusão 
dos alunos surdos, dispõe sobre a inclusão da Libras como disciplina curricular, a 
formação e a certificação de professor, instrutor e tradutor/intérprete de Libras, o ensino 
da Língua Portuguesa como segunda língua para alunos surdos e a organização da 
educação bilíngue no ensino regular. 
Em 2005, com a implantação dos Núcleos de Atividade das Altas 
Habilidades/Superdotação – NAAH/S, em todos os estados e no Distrito Federal, são 
formados centros de referência para o atendimento educacional especializado aos 
alunos com altas habilidades/superdotação, a orientação às famílias e a formação 
continuada aos professores. Nacionalmente, são disseminados referenciais e 
orientações para organização da política de educação inclusiva nesta área, de forma a 
garantir esse atendimento aos alunos da rede pública de ensino. 
 
Fonte: http://educacaoespecialbrasil.blogspot.com.br/2012/02/atendimento-educacional-especializado.html 
 
http://educacaoespecialbrasil.blogspot.com.br/2012/02/atendimento-educacional-especializado.html
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
Graduação em Pedagogia 
 
 
 
A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pela 
ONU em 2006, da qual o Brasil é signatário, estabelece que os Estados-Parte devem 
assegurar um sistema

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