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3 CURSO DE PEDAGOGIA MÓDULO: EDUCAÇÃO ESPECIAL 2021-2024 4 DIRETORA GERAL Suzana Karling VICE-DIRETORA GERAL Prof.ª Me. Daniela Caldas Acosta DIRETOR PEDAGÓGICO Prof. Me. Argemiro Aluísio Karling COORDENADORA DO CURSO DE PEDAGOGIA Profª. Me. Tais Reis Leal Murta EQUIPE DE PRODUÇÃO DE MATERIAL Profª. Me. Maria Ângela Bassan Sierra FORMATAÇÃO Wilians Domingos de Morais REVISÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA Prof. Me. Cleide Durante 5 Nenhuma parte deste fascículo pode ser reproduzida sem autorização expressa do IEC e dos autores. Direitos reservados para: INSTITUTO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO E DA CIDADANIA Av. Carlos C. Borges, 1828 – Borba Gato CNPJ – 02.684.150/0001-97 CEP: 87060-000 - Maringá – PR – Fone: (44) 3225-1197 e-mail: fainsep@fainsep.edu.br 6 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO 6 PLANO DE ENSINO 7 INTRODUÇÃO 3 UNIDADE 1 6 EDUCAÇÃO ESPECIAL: DA SEGREGAÇÃO À INCLUSÃO 6 1 PERCURSO HISTÓRICO: DA SEGREGAÇÃO À INCLUSÃO 6 UNIDADE 2 19 COMPROMISSO COM A CONSTRUÇÃO DE SISTEMAS EDUCACIONAIS INCLUSIVOS: DOCUMENTOS ORIENTADORES 19 1 COMPROMISSO COM A CONSTRUÇÃO DE SISTEMAS EDUCACIONAIS INCLUSIVOS: DOCUMENTOS ORIENTADORES 19 UNIDADE 3 47 EDUCAÇÃO ESPECIAL ENQUANTO MODALIDADE DE EDUCAÇÃO ESCOLAR 47 1 EDUCAÇÃO ESPECIAL – NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS 47 UNIDADE 4 57 CURRÍCULO, EDUCAÇÃO ESPECIAL E REDE DE APOIO À INCLUSÃO DE ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS 57 1 O CURRÍCULO E A EDUCAÇÃO ESPECIAL: FLEXIBILIZAÇÃO E ADAPTAÇÕES CURRICULARES PARA ATENDIMENTO ÀS NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS 57 2 REDE DE APOIO À INCLUSÃO DE ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS 66 UNIDADE 5 73 INCLUSÃO E DIVERSIDADE: REFLEXÕES PARA A CONSTRUÇÃO DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO 73 1 INCLUSÃO E DIVERSIDADE: REFLEXÕES PARA A CONSTRUÇÃO DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO 73 QUESTÕES DE ESTUDO 94 REFERÊNCIAS 98 6 APRESENTAÇÃO Olá! Prezados alunos: Mais um semestre inicia e gostaria de lembrá-los da missão do INSEP que é de formar profissionais educadores, bacharéis e tecnólogos; ampliar a formação humanística de pessoas para o pleno exercício da cidadania e preparo básico para funções técnicas e serviços gerais; oferecer educação continuada por meio de cursos de atualização, aperfeiçoamento e especialização, inclusive para o exercício de docência na educação superior; enfim, promover a educação e a cidadania por todos os meios, utilizando para tal o conhecimento, o desenvolvimento e a aplicação de novas tecnologias e educação a distância. Dessa forma, saiba que a formação e profissionalização do educador, com apropriação de competências e conhecimentos necessários ao exercício da ação docente, serão desenvolvidas durante a Graduação em Pedagogia. Com isso, espera-se o desenvolvimento de atitudes de reflexão e análise da atuação pedagógica e de valores para bem atuar na sociedade como agente de transformação, em busca de uma sociedade mais justa, a partir da identificação e análise das dimensões sócio-políticas e culturais de seu meio. A Pedagogia abrange o campo teórico e investigativo da educação, do ensino, de aprendizagens e do trabalho pedagógico propriamente dito, portanto saibam que, nesta Instituição, ao término da graduação, vocês não terão apenas um diploma, mas, sim, uma mudança e/ou transformação, tanto nos aspectos pessoais como profissionais, tornando- se um indivíduo crítico, criativo e participativo na busca de uma sociedade mais justa. Bons Estudos! 7 PLANO DE ENSINO Módulo: EDUCAÇÃO ESPECIAL Carga Horária: 80 horas Código: EE 1. EMENTA Conceituação. A inclusão. Perspectivas de inserção: discussão de projetos e alternativas de atendimento. A função da escola e do professor. As dificuldades de adaptação: como trabalhar as diferenças. Direitos humanos. Base legal. 2. OBJETIVO . Formar e capacitar o professor pedagogo a conhecer e a desenvolver consciência crítica sobre a educação na diversidade, respeitando diferenças e possibilidades de cada educando, independente das deficiências. EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia INTRODUÇÃO A Educação Especial contemporânea passa por um momento muito importante que se caracteriza pelo seu encontro com a Educação Comum, inaugurando o movimento denominado Educação Inclusiva. Este movimento não surgiu ao acaso, mas como consequência das transformações ocorridas nas atitudes sociais que foram se estabelecendo ao longo da história, em relação ao tratamento dado às pessoas com deficiência. Mazzotta (1993) aponta três atitudes sociais que marcaram a história da Educação Especial no tratamento às pessoas com deficiência: marginalização, assistencialismo e educação/reabilitação. Cada uma destas posições marca um período em que as atitudes eram moldadas por um sentimento específico, que sinaliza as formas como a sociedade vê e trata as pessoas com deficiência. Tais aspectos levam-nos a perceber que sempre existiu relação entre a forma de representação social sobre as deficiências e as atitudes sociais. Numa rápida análise, é possível identificar que o período que antecede ao século XX foi marcado por atitudes sociais de exclusão, porque os alunos “com deficiência” eram considerados indignos da educação escolar. Posteriormente, na década de 1950, começaram a surgir as primeiras escolas especializadas e, depois,as classes especiais. Na década de 1970, os alunos “com deficiência” começaram a ser admitidos em classes comuns, com o surgimento da proposta de integração. A proposta de Educação Inclusiva surgiu, nos EUA, em 1975, com a Lei Pública nº 94.142, que abriu possibilidades para a entrada de “alunos com deficiência” na escola comum. Naquele momento, a Educação Inclusiva limitava-se apenas à inserção física dos deficientes na escola comum. O que muda na proposta de inclusão em relação à de Integração é que os sistemas educacionais passam a ser responsáveis por criar condições de promover uma educação de qualidade para todos e fazer adaptações que atendam às necessidades educacionais especiais dos alunos “com deficiência”. Assim, a Educação Inclusiva contrapõe-se à homogeneização padronizada de alunos, conforme critérios que não respeitam a diversidade humana. Cabe ressaltar que a deficiência é considerada uma “diferença”, que faz parte da diversidade, e não pode ser negada, porque interfere na forma de ser, agir e sentir das pessoas. Neste EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia sentido, a Educação Inclusiva visa reduzir as pressões que levam à exclusão e toda a desvalorização atribuída aos alunos, seja com base em sua incapacidade, rendimento cognitivo, raça, gênero, classe social, estrutura familiar, estilo de vida ou sexualidade. Dessa forma, a inclusão educacional corresponde a uma atitude de aceitação das diferenças, não simples inserção do aluno em sala de aula. A inclusão ocorre por meio da acessibilidade a todos, atendendo à diversidade, garantindo o direito a aprender, a conviver e a participar. Contudo, estudiosos da Educação Inclusiva como Edler (2000); Werneck (1999); Sassaki (1998); Mantoan (1997); entre outros, assinalam que, para viabilizar estratégias transformadoras e concretizar ações práticas que a situação de cada instituição educacional exige, é preciso vontade política dos dirigentes, recursos econômicos e competência dos sistemas educacionais. A conquista de tais condições passa necessariamente pela elaboração de um projeto educacional coletivo, com a participação de todos os integrantes da escola: alunos, professores, funcionários, pais e comunidade, em prol de uma escola dequalidade para todos. Esse projeto pressupõe, antes de tudo, a participação de educadores comprometidos com uma prática educativa, orientada por concepções otimistas sobre o potencial educativo de todos os alunos, especialmente aqueles com diferenças. Para que isso ocorra, é necessária uma formação docente que ofereça competência técnica e compromisso profissional, fato que encaminha essa reflexão a articular políticas de inclusão de alunos e deficiência com políticas de formação docente. Como ainda não existem caminhos de uma formação instituída para o exercício da docência na Educação Inclusiva, há que se pensar em caminhos que levem os sistemas de ensino e as instituições universitárias a construírem tal formação. O curso de Pedagogia precisa ampliar as referências epistemológicas, teóricas e metodológicas para assumir o desafio da Educação Inclusiva, formando educadores capazes de atuar na prática educativa de inclusão com alunos “com deficiência” e enfrentar a dialética “exclusão/inclusão”, presente no ensino desses alunos. Este módulo dividide-se da seguinte forma. Na Unidade I, é apresentado o percurso histórico da Educação Especial; a Unidade II compreende o estudo dos documentos norteadores da Educação Especial; na Unidade III, é especificado o que representa a Educação Especial e as principais características desta modalidade de ensino. Na Unidade IV, há algumas considerações sobre o currículo escolar para alunos EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia com deficiência; e, para finalizar, a Unidade V traz reflexão sobre o processo de inclusão. A inclusão vem sendo discutida há várias décadas. No entanto, é preciso superar diversos desafios, entre eles, a qualificação dos profissionais da educação. A escola inclusiva abre espaço para todos com necessidades especiais e é vista como ponto- chave de todo o processo de integração social dessas pessoas. Infelizmente, o sistema educacional não está preparado para receber esta comunidade, porém estamos caminhando para mudanças, pois se torna imprescindível oferecer, a este alunado, um ambiente onde possam conviver com outros educandos, em situações de igualdade e de oportunidades. Em decorrência deste paradigma, o espaço escolar precisa ser repensado e os pedagogos devem estar preparados para que possam desempenhar a sua função na formação dos educandos com quadros de deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e/ou múltiplas deficiências, com deficiência intelectual associada, com altas especificidades e que requer atendimento intenso e contínuo, muitas vezes, individualizado. E você, futuro pedagogo, está disposto a desenvolver habilidades e competências que contribuirão para uma sociedade inclusiva? Pense sobre isso e se aproprie do conhecimento para transformar a sua prática social! EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia UNIDADE 1 Para começar nossos estudos O que você entende sobre educação especial? A inclusão é um processo que ocorre somente nas escolas? Quais mudanças ocorreram no percurso histórico da Educação Especial? As mudanças foram significativas no tratamento atribuído à pessoa com deficiência? EDUCAÇÃO ESPECIAL: DA SEGREGAÇÃO À INCLUSÃO 1 PERCURSO HISTÓRICO: DA SEGREGAÇÃO À INCLUSÃO Fonte: http://educaruniversodasdiferencas.blogspot.com.br/2011/08/terminologias-em-educacao-especial.html A deficiência como fenômeno humano individual e social, em parte, é determinada pelas representações socioculturais de cada comunidade, em diferentes gerações, e pelo nível de desenvolvimento científico, político, ético e econômico dessa http://educaruniversodasdiferencas.blogspot.com.br/2011/08/terminologias-em-educacao-especial.html http://www.google.com.br/imgres?q=perguntas&start=79&hl=pt-BR&biw=1024&bih=571&addh=36&tbm=isch&tbnid=kAcml0c7a62bBM:&imgrefurl=http://alemdorh.blogspot.com/2012/03/por-que-algumas-perguntas-sao-comuns-em.html&docid=24NL4MltMmRqaM&imgurl=http://2.bp.blogspot.com/-0sFglsPv9Tg/T2yNDt93GwI/AAAAAAAAAIY/4rPJSGuaW3U/s1600/perguntas.jpg&w=278&h=283&ei=B4TzT6i3BZOM0QG7_82ABw&zoom=1&iact=hc&vpx=93&vpy=210&dur=282&hovh=226&hovw=222&tx=121&ty=192&sig=104558201298061307707&page=5&tbnh=126&tbnw=131&ndsp=24&ved=1t:429,r:0,s:79,i:6 EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia mesma sociedade. As raízes históricas e culturais do fenômeno “deficiência” sempre foram marcadas por forte rejeição, discriminação e preconceito. A literatura sobre Roma Antiga relata que as crianças com deficiência, nascidas até o princípio da era cristã, eram afogadas por serem consideradas anormais e débeis. Na Grécia antiga, Platão relata, em seu livro A república, que as crianças mal constituídas ou deficientes eram sacrificadas ou escondidas pelo poder público. A Idade Média conviveu com grandes contradições e ambivalência em relação às atitudes e sentimentos frente à deficiência. Os deficientes mentais, os loucos e os criminosos eram considerados, muitas vezes, possuídos pelo demônio, por isso eram excluídos da sociedade. Aos cegos e surdos, eram atribuídos dons e poderes sobrenaturais. No pensamento dos filósofos cristãos, a crença também oscilava entre culpa e expiação de pecados e, finalmente, com Santo Tomás de Aquino, a deficiência passa a ser considerada fenômeno natural da espécie humana. Tais contradições geravam ambivalência de sentimentos e atitudes que iam da rejeição extrema, passando por piedade e comiseração, até a superproteção, fazendo com que surgissem, assim, as ações de cunho social, religioso e caritativo de proteção e cuidados como hospitais, prisões e abrigos. No Renascimento, com o surgimento das ciências, as concepções racionais começavam a buscar explicações para as causas das deficiências, que foram consideradas, do ponto de vista médico, doenças de caráter hereditário, males físicos ou mentais. Historicamente, a educação de pessoas com deficiência nasceu de forma solitária, segregada e excludente. Surgiu, na Europa, com caráter assistencialista e terapêutico pela preocupação de religiosos e filantropos. Mais tarde, nos Estados Unidos e Canadá, surgiram os primeiros programas para prover atenção e cuidados básicos de saúde, alimentação, moradia e educação a essa parcela da população, até então marginalizada e abandonada pela sociedade. As primeiras iniciativas para a educação de pessoas com deficiências surgiram na França, em 1620, com a tentativa de Jean Paul Bonet de ensinar mudos a falar. Em Paris, foram fundadas as primeiras instituições especializadas na educação de pessoas com deficiência: a educação de surdos, com o abade Charles L’ Eppé, que criou o “Método dos Sinais”, para a comunicação com surdos. O Instituto Real dos Jovens Cegos, em Paris, fundado por Valetin Hauy, em 1784, que se destinava à leitura tátil, pelo sistema de letras em relevo. Mais tarde, em 1834, Louis Braille criou o sistema de EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia leitura e escrita por caracteres em relevo, denominado sistema braile, abrindo perspectivas de comunicação, educação e independência às pessoas cegas. As primeiras iniciativas para educação de pessoas com deficiência mental foram do médico Francês Jean Marc Itard, no século XIX, que sistematizou um método de ensino inspirado na experiência do menino selvagem de Ayeron (Sul da França), que consistia na repetição de experiências positivas. A primeira instituição pública para educação de crianças com deficiência mental foi residencial, fundada pelo médico francês Edward Seguin, que criou um método educacional originado da neurofisiologia o qual consistia na utilização de recursos didáticos, com cores e música, para despertar a motivação e o interesse dessas crianças. No Brasil, a primeira escola especial foi criada em 1854, o Imperial Instituto de MeninosCegos, no Rio de Janeiro; e, em 1857, o Instituto Imperial de Educação de Surdos, também no Rio de Janeiro. Com influência europeia, eles propagaram o modelo de escola residencial para todo o País. Na segunda metade do século XIX e início do século XX, as escolas especiais proliferaram por toda Europa e Estados Unidos. A Educação Especial surgiu com enfoque médico e clínico e com o método de ensino para crianças com deficiência mental, criado pela médica italiana Maria Montessori, no início do século XX. O método Montessori, inspirado na rotina diária e na ação funcional, fundamenta- se na estimulação sensório-perceptiva e na autoaprendizagem. Emprega rico e variado material didático como blocos; cubos e barras em madeira; objetos variados e coloridos; material de encaixe e seriação; letras grandes em lixa e outros. O método Montessori foi mundialmente difundido e, até hoje, é utilizado, inclusive no Brasil, na Educação Pré- Escolar de crianças sem qualquer deficiência. Já, em meados do século XX, na Europa e Estados Unidos, surgem as associações de pais de pessoas com deficiência física e mental. No Brasil, são criadas a Pestalozzi e as APAES, destinadas à implantação de programas de reabilitação e educação especial. Em decorrência do avanço científico, as causas e origem das deficiências foram investigadas e esclarecidas na segunda metade do século XX, rompendo, assim, com a visão mítica e maniqueísta entre o bem e o mal. Embora tais avanços tenham colaborado para a compreensão da deficiência como condição humana e expressão da diversidade entre os homens e natureza, o preconceito continua forte. Eles oscilam entre a patologização, ora inerente ao indivíduo, ora ao ambiente. Assim, a idade contemporânea é marcada pelo paradigma da cientificidade, EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia do psicologismo, da valorização dos testes quantitativos, do treinamento sensorial e motor. A Declaração dos Direitos Humanos (1948) vem assegurar o direito de todos à educação pública e gratuita. Essas ideias, reforçadas pelo movimento mundial de integração de pessoas com deficiência, defendiam oportunidades educacionais e sociais iguais para todos, contribuindo fortemente para a criação dos serviços de educação especial e classes especiais em escolas públicas no Brasil. Surge, desta forma, uma política nacional de educação, ancorada na Lei Nº 4.024/61 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB), com a recomendação de integrar, no sistema geral de ensino, a educação de excepcionais, como eram denominadas, na época, as pessoas com deficiências. A política educacional brasileira, na década de 80 do século XX, teve como meta a democratização, mediante a expansão do ensino com oportunidade de acesso das minorias à escola pública. A educação de crianças com deficiência na escola comum ganhou força com o movimento nacional de defesa dos direitos das pessoas com deficiências, que pregava a passagem do modelo educacional segregado ao de integração de pessoas com deficiências na escola, no trabalho e na comunidade, tendo em vista a igualdade e a justiça social. Por meio deste mecanismo democrático, fundado na política de descentralização das ações, são criados os conselhos estaduais, municipais e as associações de defesa dos direitos, integrando representantes dos diferentes setores: saúde; educação; justiça e ação social; trabalho; transportes e comunidade, tendo em vista a formulação de política integrada de desenvolvimento humano. No âmbito da Educação Infantil e Especial, a democratização do ensino touxe consigo o conceito de educação como direito social, passando do modelo médico do cuidar, do clínico e terapêutico, para a abordagem social e cultural que valoriza a diversidade como forma de aprendizagem, de fortalecimento e modificação do ambiente escolar e da comunidade para a promoção da aprendizagem. Neste enfoque sociológico, o meio, o ambiente inadequado e a falta de condições materiais são, também, fatores produtores de limitação e determinantes do fracasso escolar. Na esfera política e da descentralização do poder, as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica recomendam a colaboração entre a União, Estados e Municípios para que sejam efetivamente exercitados, no País, o debate de ideias e o processo de decisões acerca de como devem se estruturar os sistemas EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia educacionais e quais procedimentos de controle social serão desenvolvidos (BRASIL, 2001a). Embora haja avanços na esfera conceitual, as representações míticas, os preconceitos e estereótipos acerca das pessoas com deficiência e construídos culturalmente determinam e expressam nossas atitudes e ações, consciente ou inconscientemente, no contexto familiar, escolar ou comunitário. Tais barreiras atitudinais são, por vezes, evidenciadas pelos mecanismos de negação das possibilidades dessas pessoas, fortemente firmados no conceito de limitação e incapacidade, manifestos pelo assistencialismo e paternalismo ainda vigentes em nosso meio. Este é o grande desafio que a Educação Inclusiva propõe romper. 2 EDUCAÇÃO INCLUSIVA: DIMENSÃO SOCIOCULTURAL E POLÍTICA Fonte: http://www.fe.unb.br/educaesp/ Como vimos em sua evolução sócio-histórica, o conceito de inclusão aponta para a necessidade de aprofundar o debate sobre a diversidade. Isso implicaria em compreender a heterogeneidade, as diferenças individuais e coletivas, as especificidades do ser humano e, sobretudo, as diferentes situações vividas na realidade social e no cotidiano escolar. Esta discussão passa necessariamente pela reflexão sobre os conceitos historicamente construídos acerca dos alunos com deficiências, cristalizados no imaginário social e expressos na prática pedagógica centrada na limitação, nos obstáculos e nas dificuldades, que se encontram, muitas vezes, presentes na escola. A inclusão está fundada na dimensão humana e sociocultural que procura enfatizar formas positivas de interação, possibilidades, apoio às dificuldades e http://www.fe.unb.br/educaesp/ EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia acolhimento das necessidades dessas pessoas, tendo como ponto de partida a escuta dos alunos, pais e comunidade escolar. Estas duas dimensões convergem nosso olhar para o interior da escola, fazendo, então, surgir a necessidade de se compreender quais seriam as reais dificuldades que os alunos, com necessidades educacionais especiais, encontram na classe comum. O que significa realmente educação para todos? Em que implicaria, na realidade, a igualdade de oportunidades? Quais as demandas e necessidades que emergem do processo de aprendizagem? Como a escola tem se organizado para responder a essas demandas e necessidades? Como ocorre a prática pedagógica para a diversidade? Qual é o nível de participação dos alunos, pais e comunidade na elaboração do projeto político pedagógico e na tomada de decisões? Essas são algumas das inquietações e dúvidas que os professores têm manifestado e para as quais não temos ainda todas as respostas, mas, juntos, talvez, possamos encontrar alguns caminhos para ações práticas e implementação de um projeto de educação verdadeiramente inclusivo. 3 POLÍTICA DE INCLUSÃO: IMPLICAÇÕES E CONTRADIÇÕES A matriz da política educacional de inclusão é a Declaração mundial de educação para todos, resultado da Conferência de Educação para Todos, realizada em Jomtien, na Tailândia, em 1990, e o Plano decenal de educação para todos (BRASIL, 1993). A Declaração mundial de educação para todos propõe uma educação destinada a satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem; o desenvolvimento pleno das potencialidades humanas; a melhoria da qualidade de vida e do conhecimento; e a participação do cidadão na transformação culturalde sua comunidade (Declaração de Educação para Todos, Art. 1º). Esses conceitos foram aprofundados e divulgados com a Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais (BRASIL, 1994), que traz importante modificação nos objetivos e forma de atendimento na Educação Especial. A meta é incluir todas as crianças, inclusive as que têm deficiências graves ou dificuldades de aprendizagem, no ensino regular (BRASIL, 1994, p. 17-18). Nesta linha de ação, surge o conceito de “necessidades educacionais especiais”, que se refere a todas as crianças ou jovens cujas necessidades decorrem da capacidade ou dificuldades de aprendizagem e têm, portanto necessidades educacionais em algum EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia momento de sua escolaridade. Assim, o desafio que as escolas enfrentam é o desenvolvimento de uma pedagogia centrada na criança (BRASIL, 1994, p. 17-18). O conceito de necessidades educacionais especiais é bastante abrangente, tornando-se importante que a escola esteja alerta para que não sejam projetadas, nas crianças, as limitações e as inadequações metodológicas que se configuram, muitas vezes, como dificuldade de aprendizagem ou deficiências do aluno. A escola deve refletir sobre sua prática, questionar seu projeto pedagógico e verificar se o mesmo está voltado para a diversidade. O movimento da inclusão considera necessária uma política pública que tenha como objetivo a modificação do sistema; a organização e estrutura do funcionamento educativo; a diversidade como eixo central do processo de aprendizagem na classe comum. Essa mudança de concepção baseia-se na crença de que as mudanças estruturais, organizacionais e metodológicas poderão responder às necessidades educativas e beneficiar todas as crianças, independentemente de apresentar qualquer tipo de deficiência. Por outro lado, não se pode negar as deficiências e as restrições delas provenientes. Por isso, as Diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica (BRASIL, 2001a) determinam que os sistemas escolares se organizem para o atendimento na classe comum, mediante a elaboração de projetos pedagógicos orientados pela política da inclusão. No projeto político pedagógico, deve estar claro o compromisso da escola com o êxito do processo de ensino e aprendizagem, com o provimento de recursos pedagógicos especiais necessários, apoio aos programas educativos e capacitação de recursos humanos para atender às demandas desses alunos (BRASIL, 2001a). Neste sentido, o Plano decenal de educação para todos (BRASIL, 1993) e as diretrizes e estratégias e orientações para a educação de crianças com necessidades educacionais especiais em creches e pré-escolas orientam a criação de programas de intervenção precoce em escolas ou instituições especializadas públicas ou privadas, estabelecendo convênios e parcerias com as áreas de saúde e assistência social, para avaliação, identificação das necessidades específicas, apoio, adaptações, complementações ou suplementações que se fizerem necessárias, tendo em vista o desenvolvimento das potencialidades e o processo de aprendizagem dessas crianças. Apesar desse avanço conceitual, é necessário reconhecer a necessidade de articulação das políticas e de ações práticas efetivas e integradas entre os setores governamentais que desenvolvem tais políticas, para que as crianças com EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia necessidades educacionais especiais tenham acesso aos recursos e equipamentos especiais necessários ao processo de desenvolvimento e aprendizagem no âmbito da Educação Infantil. Os focos da política pública integrada devem ser: o desenvolvimento humano, a equidade das oportunidades educativas e a participação de todos. Enfatizando o eixo da humanização, do desenvolvimento integral e do processo de aprendizagem, o acesso ao mundo da cultura e do conhecimento não pode ser desfocado de uma política de educação infantil que se considera democrática. 4 INTEGRAÇÃO E INCLUSÃO, DIFERENTES CONCEITOS E PRÁTICAS? Fonte: http://www.pedagogiaaopedaletra.com/posts/o-que-e-educacao-especial/ O conceito de integração tem origem no princípio ideológico e filosófico da normalização, criado, na Dinamarca, por Bank-Mikel Kelsen (l959), e amplamente adotado na Suécia, em l969. O referido conceito defendia, para as crianças com deficiência, modos de vida e condições iguais ou parecidas com as dos demais membros da sociedade. A ideia da normalização, como foi proposta, subentendia não tornar o indivíduo “normal”, mas torná-lo capaz de participar da corrente natural da vida, inclusive da escola. Surge, daí, o princípio de oferecer condições e oportunidades iguais do ponto de vista educacional e atividades sociais mais amplas, o que, na década de 70, nos EUA e em outros países, era denominado mainstreaming, que significa integrar as pessoas com deficiências à corrente principal da vida. Neste conceito, a educação deveria ocorrer em ambiente o menos restritivo possível, e o atendimento às necessidades individuais, realizado preferencialmente no ensino regular. Somente os alunos com deficiências mais graves seriam encaminhados a escolas especiais. O conceito da integração, segundo Kaufman (1975) e Warnock (1978, apud MAZZOTA, 1982 e CARVALHO, 1997), apresentava três dimensões abrangentes: EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia Integração Física: envolve o espaço e o tempo de convivência no mesmo ambiente. Assim, quanto maior a oportunidade de convivência, melhor seriam os resultados, desde que a escola e o ambiente fossem preparados adequadamente e a integração ocorresse de forma “gradativa”. A outra dimensão, “locacional”, é a de que crianças matriculadas na escola comum disponham de classes especiais ou salas de recursos organizados para a educação especial, onde seriam preparadas para a integração; Integração Funcional: supõe a utilização dos mesmos recursos educacionais disponíveis no ensino comum; Integração Social: diz respeito ao processo de interação com o meio, à comunicação e à inter-relação por meio da participação ativa nos grupos, na escola e na comunidade. Embora a proposta de integração plena estivesse voltada à inserção do aluno na classe comum e na comunidade, a educação de crianças com deficiência aconteceu de forma paralela em instituições especializadas ou em classes especiais. Chega, assim, ao nosso meio, o movimento da inclusão com a divulgação da Declaração de Salamanca (BRASIL, 1994), com o patrocínio da UNESCO, cujas linhas de ação visam ao seguinte universo conceitual: O termo necessidades educacionais especiais refere-se a todas aquelas crianças ou jovens cujas necessidades se originam em função de deficiências ou dificuldades de aprendizagem. As escolas têm de encontrar maneira de educar com êxito todas as crianças, inclusive as que têm deficiências graves (BRASIL, 1994, p. l7-l8). Observa-se, no conceito em questão, uma mudança de foco, que deixa de ser a deficiência e passa a centrar-se no aluno e no êxito do processo ensino e aprendizagem, para o qual o meio ambiente deve ser adaptado às necessidades específicas do educando, tanto no contexto escolar e familiar, como no comunitário. Esses conceitos revelam que integração e inclusão não são sinônimos, mas metáforas distintas que contêm imagens e práticas diferentes. Assim, a metáfora do “sistema de cascata”, no conceito da integração, sugere o atendimento às diferenças individuais nas classes especiais, salas de recursos ou serviço itinerante, mediante a preparação gradativa do aluno para o ensino comum. A ênfase recai, portanto, na adaptação do aluno, e não na modificação do ambiente. Já, o princípio filosófico da inclusão é definido pela metáfora do “caleidoscópio”, cuja imagem sugere uma composiçãomais rica pela combinação e diversidade das partes e pelo movimento, obtendo-se composições novas e mais complexas. Assim, EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia também as crianças se desenvolvem, aprendem e evoluem melhor em um ambiente rico e variado”. A metáfora da inclusão sugere a imagem de uma escola em movimento, em constante transformação e construção, de enriquecimento pelas diferenças. O referido movimento implica: mudança de atitudes, constante reflexão sobre a prática pedagógica; modificação e adaptação do meio; e em nova organização da estrutura escolar. Há autores, no entanto, que propõem a inclusão de forma mais radical, discordando da validade de adaptações e complementações curriculares, enfatizando a necessidade de se rever a prática pedagógica para que seja especializada para todos os alunos. Essa dimensão humana e antropológica é ideal, desejável por muitos pais e professores, porém há, ainda, um longo caminho a ser percorrido, principalmente com relação à formação de professores, em direção à educação para diversidade. Esta é uma questão bastante contraditória, por isso merece amplo debate entre os estudiosos e os envolvidos: alunos, professores, família e comunidade. Vamos refletir! Prezados acadêmicos, para realizarem uma reflexão sobre as práticas pedagógicas vinculadas à Educaçação Especial é importante vocês pesquisarem. Sugiro que vocês acessem o site http://revistaescola.abril.com.br/inclusao/, pois lá vocês terão muitas informações sobre Educação Especial, vale a pena conferir! 5 PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS PARA CONSTRUÇÃO DE UMA ESCOLA INCLUSIVA Fonte: http://pedagogiauva-renato.blogspot.com.br/2012/04/educacao-especial.html http://revistaescola.abril.com.br/inclusao/ http://pedagogiauva-renato.blogspot.com.br/2012/04/educacao-especial.html EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia A inclusão é um processo complexo que configura diferentes dimensões: ideológica, sociocultural, política e econômica. Os determinantes relacionais comportam interações, sentimentos, significados, necessidades e ações práticas; já, os determinantes materiais e econômicos viabilizam a reestruturação da escola. Nesta linha de pensamento, a Educação Inclusiva deve ter como ponto de partida o cotidiano: o coletivo, a escola e a classe comum, onde todos os alunos com necessidades educativas, especiais ou não, precisam aprender, ter acesso ao conhecimento, à cultura e progredir no aspecto pessoal e social. Estudos e experiências realizadas em escolas que estão obtendo êxito no projeto de inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais na escola regular apontam princípios e fundamentos: o princípio da identidade a construção da pessoa humana em todos seus aspectos: afetivo, intelectual, moral e ético; a sensibilidade estética diz respeito à valorização da diversidade para conviver com as diferenças, com o imprevisível, com os conflitos pessoais e sociais, estimulando a criatividade para a resolução dos problemas e a pluralidade cultural; toda criança pode aprender, tornar-se membro efetivo e ativo da classe regular e fazer parte da vida comunitária; a construção de laços de solidariedade, atitudes cooperativas e trabalho coletivos proporcionam maior aprendizagem para todos; a inclusão significa transformação da prática pedagógica: relações interpessoais positivas, interação e sintonia professor-aluno, família-professor, professor- comunidade escolar e compromisso com o desempenho acadêmico; a inclusão depende da criação de rede de apoio e de ajuda mútua entre escolas, pais e serviços especializados da comunidade para a elaboração do projeto pedagógico; o projeto pedagógico deve garantir adaptações necessárias ao currículo, apoio didático especializado e planejamento, considerando as necessidades educacionais de todos os alunos e oferecendo equipamentos e recursos adaptados quando necessários; o professor da classe regular assume a responsabilidade pelo trabalho pedagógico e recebe apoio do professor especializado, dos pais e demais EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia profissionais envolvidos para a identificação das necessidades educacionais especiais, a avaliação do processo de desenvolvimento e aprendizagem e o planejamento de metas; o sucesso do processo de aprendizagem depende do projeto de inclusão, com trabalho cooperativo entre o professor regular e o professor especializado, na busca de estratégias de ensino, alternativas metodológicas, modificações, ajustes e adaptações na programação e atividades; a modificação do processo de avaliação e do ensino: avaliação qualitativa dos aspectos globais como competência social, necessidades emocionais, estilos cognitivos, formas diferenciadas de comunicação, elaboração e desempenho nas atividades; a maior valorização das possibilidades, das aptidões, dos interesses e do empenho do aluno para a realização das atividades, participação nos projetos e trabalhos coletivos; a priorização, além do acesso à cultura e ao conhecimento, do desenvolvimento da autonomia e independência e autoconceito positivo pela participação social; a escola e a sala de aula devem ser um espaço inclusivo, acolhedor, um ambiente estimulante que reforce os pontos fortes, reconheça as dificuldades e se adapte às peculiaridades de cada aluno; a gestão democrática e descentralização, com repasse de recursos financeiros diretamente à escola para reestruturação e organização do ambiente, da sala de aula, e para as adaptações que se fizerem necessárias; o êxito do processo de aprendizagem e da inclusão depende da formação continuada do professor, de grupo de estudos com os profissionais envolvidos, possibilitando ação, reflexão e constante redimensionamento da prática pedagógica. Nesta unidade você aprendeu O percurso histórico da Educação Especial. As modificações que ocorreram em relação ao processo de inclusão. Conceitos e práticas relacionados à inclusão. Dimensões sociocultural e política que diz respeito aos princípios e fundamentos da Educação Especial. EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia Saiba mais sobre a Unidade I, consulte: http://www.revista.inf.br/psicologia08/pages/resenhas/edic08-anov- revisao03.pdf http://www.anped.org.br/reunioes/27/gt15/p151.pdf http://www.pedagobrasil.com.br/educacaoespecial/educacaoespecial3.htm http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/introducao.pdf http://www.revista.inf.br/psicologia08/pages/resenhas/edic08-anov-revisao03.pdf http://www.revista.inf.br/psicologia08/pages/resenhas/edic08-anov-revisao03.pdf http://www.anped.org.br/reunioes/27/gt15/p151.pdf http://www.pedagobrasil.com.br/educacaoespecial/educacaoespecial3.htm http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/introducao.pdf EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia UNIDADE 2 Para começar nossos estudos Por que é importante o pedagogo conhecer os documentos orientadores da Educação Especial? Como relacionar as práticas pedagógicas vinculadas à Educação Especial com os seus principais documentos? COMPROMISSO COM A CONSTRUÇÃO DE SISTEMAS EDUCACIONAIS INCLUSIVOS: DOCUMENTOS ORIENTADORES 1 Compromisso com a construção de Sistemas Educacionais Inclusivos: documentos orientadores 1.1 No âmbito internacional A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas produziu vários documentos norteadores para o desenvolvimento de políticas públicas de seus pais- membro. O Brasil, enquanto país-membro da ONU e signatário desses documentos, reconhece esses conteúdos e os tem respeitado, na elaboração das políticas públicas internas: Carta para o Terceiro Milênio; Declaração de Salamanca; Conferência Internacional do Trabalho; Convenção daGuatemala; Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes; Declaração Internacional de Montreal sobre Inclusão. http://www.google.com.br/imgres?q=perguntas&start=79&hl=pt-BR&biw=1024&bih=571&addh=36&tbm=isch&tbnid=kAcml0c7a62bBM:&imgrefurl=http://alemdorh.blogspot.com/2012/03/por-que-algumas-perguntas-sao-comuns-em.html&docid=24NL4MltMmRqaM&imgurl=http://2.bp.blogspot.com/-0sFglsPv9Tg/T2yNDt93GwI/AAAAAAAAAIY/4rPJSGuaW3U/s1600/perguntas.jpg&w=278&h=283&ei=B4TzT6i3BZOM0QG7_82ABw&zoom=1&iact=hc&vpx=93&vpy=210&dur=282&hovh=226&hovw=222&tx=121&ty=192&sig=104558201298061307707&page=5&tbnh=126&tbnw=131&ndsp=24&ved=1t:429,r:0,s:79,i:6 EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia 1.1.1 Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) A Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1948, proclamou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, na qual reconhece que "Todos os seres humanos nascem livres e iguais, em dignidade e direitos [...] (Art. 1°.), [...] sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação" (Art. 2°.). Em seu Artigo 7°, proclama que "todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual proteção da lei [...]”. No Artigo 26°, proclama, no Item 1, que "toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino elementar é obrigatório. O ensino técnico e profissional deve ser generalizado [...]"; no Item 2, estabelece que "educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos direitos do Homem e das liberdades fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos [...]" O Artigo 27° proclama, no Item 1, que "toda a pessoa tem o direito de tomar parte livremente na vida cultural da comunidade, de usufruir as artes e de participar no progresso científico e nos benefícios que deste resultam". De maneira geral, esta Declaração assegura às pessoas com deficiência os mesmos direitos à liberdade, a vida digna, à educação fundamental, ao desenvolvimento pessoal e social e à livre participação na vida da comunidade. 1.1.2 Declaração de Jomtien (1990) Em março de 1990, o Brasil participou da Conferência Mundial sobre Educação para Todos, em Jomtien, Tailândia, na qual foi proclamada a Declaração de Jomtien. Nesta Declaração, os países relembram que "a educação é um direito fundamental de todos, mulheres e homens, de todas as idades, no mundo inteiro". Declararam, também, entender que a educação é de fundamental importância para o desenvolvimento das pessoas e das sociedades, sendo um elemento que "pode contribuir para conquistar um mundo mais seguro, mais sadio, mais próspero e ambientalmente mais puro, e que, ao mesmo tempo, favoreça o progresso social, econômico e cultural, a tolerância e a cooperação internacional". EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia Tendo isso em vista, ao assinar a Declaração de Jomtien, o Brasil assumiu, perante a comunidade internacional, o compromisso de erradicar o analfabetismo e universalizar o Ensino Fundamental no país. Para cumprir este compromisso, o Brasil tem criado instrumentos norteadores para a ação educacional e documentos legais para apoiar a construção de sistemas educacionais inclusivos, nas diferentes esferas públicas: Municipal, Estadual e Federal. Fonte: http://rosariamoraes.blogspot.com.br/2009/04/politicas-publicas-brasileiras-em.html 1.1.3 Declaração de Salamanca (1994) A Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais: Acesso e Qualidade, realizada pela UNESCO, em Salamanca (Espanha), em junho de 1994, teve, como objeto específico de discussão, a atenção educacional aos alunos com necessidades educacionais especiais. Nela, os países signatários, dos quais o Brasil faz parte, declararam: Todas as crianças, de ambos os sexos, têm direito fundamental à educação e que a elas deve ser dada a oportunidade de obter e manter um nível aceitável de conhecimentos; Cada criança tem características, interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem que lhe são próprios; Os sistemas educativos devem ser projetados e os programas aplicados de modo que tenham em vista toda a gama dessas diferentes características e necessidades; As pessoas com necessidades educacionais especiais devem ter acesso às escolas comuns, que deverão integrá-las numa pedagogia centralizada na criança, capaz de atender a essas necessidades; http://rosariamoraes.blogspot.com.br/2009/04/politicas-publicas-brasileiras-em.html EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia As escolas comuns, com essa orientação integradora, representam o meio mais eficaz de combater atitudes discriminatórias, de criar comunidades acolhedoras, construir uma sociedade integradora e dar educação para todos. A Declaração destina-se a todos os governos, incitando-os a: Dar a mais alta prioridade política e orçamentária à melhoria de seus sistemas educativos, para que possam abranger todas as crianças, independentemente de suas diferenças ou dificuldades individuais; Adotar, com força de lei ou como política, o princípio da educação integrada, que permita a matrícula de todas as crianças em escolas comuns, a menos que haja razões convincentes para o contrário; Criar mecanismos descentralizados e participativos, de planejamento, supervisão e avaliação do ensino de crianças e adultos com necessidades educacionais especiais; Promover e facilitar a participação de pais, comunidades e organizações de pessoas com deficiência, no planejamento e no processo de tomada de decisões, para atender a alunos e alunas com necessidades educacionais especiais; Assegurar que, num contexto de mudança sistemática, os programas de formação do professorado, tanto inicial como contínua, estejam voltados para atender às necessidades educacionais especiais, nas escolas integradoras. A Assembleia Geral das Nações Unidas sobre a Criança analisou a situação mundial da criança e estabeleceu metas a serem alcançadas. Entendendo que a educação é um direito humano e um fator fundamental para reduzir a pobreza e o trabalho infantil e promover a democracia, a paz, a tolerância e o desenvolvimento, destacou alta prioridade à tarefa de garantir que, até o ano de 2015, todas as crianças tenham acesso ao ensino primário de boa qualidade, gratuito e obrigatório e que terminem os estudos. Ao assinar a Declaração, o Brasil comprometeu-se com o alcance dos objetivos propostos, que visam à transformação dos sistemas de educação em sistemas educacionais inclusivos. 1.1.4 Convenção da Guatemala (1999) A partir da Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadores de Deficiência, os Estados-partes reafirmaram que "as pessoas portadoras de deficiência têm os mesmos direitos EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia humanos e liberdades fundamentais que outras pessoas e que esses direitos, inclusive o de não ser submetido à discriminação com base na deficiência, emanam da dignidade e da igualdade que são inerentes a todo ser humano". No seu Artigo 1º, a Convenção define que o termo deficiência "significa uma restrição física, mental ou sensorial, de natureza permanente ou transitória, que limita a capacidade de exercer uma ou mais atividades essenciais da vida diária causada ou agravada pelo ambiente econômico e social". Para os efeitos dessa Convenção, o termo discriminação contra as pessoas com deficiência "significa toda a diferenciação, exclusão ou restrição baseada em deficiência [...] que tenham efeito ou propósito de impedir ou anularo reconhecimento, gozo ou exercício por parte das pessoas portadoras de deficiência de seus direitos humanos e suas liberdades fundamentais". Também define que não constitui discriminação "a diferenciação ou preferência adotada pelo Estado Parte para promover a integração social ou desenvolvimento pessoal dos portadores de deficiência desde que a diferenciação ou preferência não limite em si mesmo o direito a igualdade dessas pessoas e que elas não sejam obrigadas a aceitar tal diferenciação". Fonte: http://pedagogiauva-renato.blogspot.com.br/2012/04/educacao-especial.html 1.2 Legislação Brasileira - Marcos Legais A sociedade brasileira tem elaborado dispositivos legais que tanto explicitam sua opção política pela construção de uma sociedade para todos, como orientam as políticas públicas e sua prática social. Os marcos legais tratam do Ordenamento Jurídico, contendo leis que regem a educação nacional e os direitos das pessoas com deficiência, constituindo importantes subsídios para embasamento legal à gestão dos sistemas de ensino. Incluem a seguinte legislação: http://pedagogiauva-renato.blogspot.com.br/2012/04/educacao-especial.html EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia 1.2.1 Leis Constituição Federal de 1988 - Educação Especial; Lei nº 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBN; Lei nº 9.394/96 – LDBN - Educação Especial; Lei nº 8.069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente – Educação Especial; Lei nº 8.069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente; Lei nº 8.859/94 – Estágio; Lei nº 10.098/94 – Acessibilidade; Lei nº 10.436/02 – Libras; Lei nº 7.853/89 - CORDE - Apoio às pessoas portadoras de deficiência; Lei n° 8.899/94 - Passe Livre; Lei nº 9.424/96 – FUNDEF; Lei nº 10.845/04 - Programa de Complementação ao Atendimento Educacional Especializado às Pessoas Portadoras de Deficiência; Lei nº 10.216/01 - Direitos e proteção às pessoas acometidas de transtorno mental; Plano Nacional de Educação - Educação Especial. 1.2.2 Decretos Decreto nº 5.626/05 - Regulamenta a Lei 10.436 que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS; Decreto nº 2.208/97 - Regulamenta a Lei 9.394 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional; Decreto nº 3.298/99 - Regulamenta a Lei no 7.853/89; Decreto nº 914/93 - Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência; Decreto nº 2.264/97 - Regulamenta a Lei nº 9.424/96; Decreto nº 3.076/99 - Cria o CONADE; Decreto nº 3.691/00 - Regulamenta a Lei nº 8.899/96; Decreto nº 3.952/01 - Conselho Nacional de Combate à Discriminação; Decreto nº 5.296/04 - Regulamenta as Leis n° 10.048 e 10.098, com ênfase na Promoção de Acessibilidade. 1.2.3 Portarias Portaria nº 976/06 - Critérios de acessibilidade aos eventos do MEC; Portaria nº 1.793/94 - Formação de docentes; EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia Portaria nº 3.284/03 - Ensino Superior; Portaria nº 319/99 - Comissão Brasileira do Braille; Portaria nº 554/00 - Regulamenta Comissão Brasileira do Braille; Portaria nº 8/01 – Estágios. 1.2.4 Resoluções Resolução CNE/CEB nº 1 – Estágio; Resolução CNE/CP nº 1/02 - Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores; Resolução CNE/CEB nº 2/01 - Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica; Resolução CNE/CP nº 2/02 - Institui a duração e a carga horária de cursos; Resolução nº 02/81 - Prazo de conclusão do curso de graduação; Resolução nº 05/87 - Altera a redação do Art. 1º, da Resolução nº 2/81. PARECER Nº 17/01 DO CNE / Câmara de Educação Básica – Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica. AVISO - Aviso Circular nº 277/96 - Dirigido aos Reitores das IES, solicitando a execução adequada de uma política educacional dirigida aos portadores de necessidades especiais. Constituição da República Federativa do Brasil /88 Lei 7.853/89 - Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social; sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência – CORDE; institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas; disciplina a atuação do Ministério Público; define crimes e dá outra providência. (Alterada pela Lei 8.028/90) Lei 8.069/90 - Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA e dá outras providências. Lei 8.859/94 - Modifica dispositivos da Lei nº 6.494, de 07 de dezembro de1977, estendendo aos alunos de Ensino Especial o direito à participação em atividades de estágio. Lei 9.394/96 - Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBEN. EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia LEI Nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996 CAPÍTULO V - DA EDUCAÇÃO ESPECIAL Art. 58 - Entende-se por Educação Especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. §1º - Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de Educação Especial. §2º - O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns do ensino regular. §3º - A oferta da educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a Educação Infantil. Art. 59 - Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização, específicos para atender às suas necessidades; II – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do Ensino Fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados; III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; IV – educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora; V – acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. Art. 60 - Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e financeiro pelo Poder Público. Parágrafo único. O poder Público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com necessidades especiais na própria rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo. EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia Lei 9.424/96 - Dispõe sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério - FUNDEF. Lei 10.098/00 - Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Lei 10.172/2001 - Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. Lei 10.216/2001 - Dispõesobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Lei 10.436/02 - Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras, e dá outras providências. Lei 10.845/2004 – Institui o programa de Complementação ao Atendimento Educacional Especializado às pessoas portadoras de deficiência, e dá outras providências - PAED. DECRETOS Decreto 2.264/97 - Regulamenta a Lei 9424/96 - FUNDEF, no âmbito Federal, e determina outras providências. Decreto 3.298/99 - Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, que dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção e dá outras providências. Decreto 3.030/99 - Dá nova redação ao Art.2º do Decreto 1.680/95 que dispõe sobre a competência, a composição e o funcionamento do Conselho Consultivo da Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE). Decreto 3.076/99 – Cria, no âmbito do Ministério da Justiça, o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência (CONADE). Decreto 3.631/00 - Regulamenta a Lei 8899/94, que dispõe sobre o transporte de pessoas portadoras de deficiência no sistema de transporte coletivo interestadual. Decreto 3.952/01 - Dispõe sobre o Conselho Nacional de Combate à Discriminação (CNCD). EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia Decreto 3.956/01 - Promulga a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência (Convenção da Guatemala). PORTARIAS - MEC Portaria 1.793/94 - Recomenda a inclusão da disciplina Aspectos Ético-Político- Educacionais na normalização e integração da pessoa portadora de necessidades especiais, prioritariamente, nos cursos de Pedagogia, Psicologia e em todas as Licenciaturas. Portaria 319/99 – Institui, no Ministério da Educação, vinculada à Secretaria de Educação Especial/SEESP, a Comissão Brasileira do Braille, de caráter permanente. Portaria 554/00 - Aprova o Regulamento Interno da Comissão Brasileira do Braille. Portaria 3.284/03 - Dispõe sobre requisitos de acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências, para instruir os processos de autorização e de reconhecimento de cursos e de credenciamento de instituições. Portaria do Ministério do Planejamento 08/2001 - Atualiza e consolida os procedimentos operacionais adotados pelas unidades de recursos humanos para a aceitação, como estagiários, de alunos regularmente matriculados e que venham frequentando, efetivamente, cursos de Educação Superior, de Ensino Médio, de educação profissional de nível médio ou de Educação Especial, vinculados à estrutura do ensino público e particular. Fonte: http://www3.afonsoclaudio.es.gov.br/site/index.php/archives/2006 http://www3.afonsoclaudio.es.gov.br/site/index.php/archives/2006 EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia RESOLUÇÕES Resolução 09/78 - Conselho Federal de Educação - Autoriza, excepcionalmente, a matrícula do aluno classificado como superdotado nos cursos superiores, sem que tenha concluído o curso de 2º grau. Resolução 02/81 - Conselho Federal de Educação - Autoriza a concessão de dilatação de prazo de conclusão do curso de graduação aos alunos portadores de deficiência física, afecções congênitas ou adquiridas. Resolução 02/01 - Conselho Nacional de Educação - Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Resolução 01 e 02/02 - Conselho Nacional de Educação - Diretrizes Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, graduação plena. Resolução 01/04 - Conselho Nacional de Educação - Estabelece Diretrizes Nacionais para organização e realização de Estágio de alunos do Ensino Profissionalizante e Ensino Médio, inclusive nas modalidades de Ensino Especial e Educação de Jovens e Adultos. 1.3. Legislação do Estado do Paraná 1.3.1 Leis Lei nº 11.189/95 - Dispõe sobre condições para internações, em hospitais psiquiátricos e estabelecimentos similares, de cidadãos com transtornos mentais. Lei nº 11.911/97 - Assegura, conforme especifica, transporte gratuito em linhas de transporte intermunicipal, aos portadores de deficiência, quando estiverem se submetendo a processo de reabilitação e/ou capacitação profissional. Lei nº 12.095/98 – LIBRAS. Lei nº 13.120/01 - Altera dispositivos da Lei nº 11911/97, estabelecendo prazo para que as empresas de transporte coletivo intermunicipal adaptem os ônibus das frotas na forma prevista em lei. Lei nº 13.126/01 - Cria o Programa de Remoção de Barreiras Arquitetônicas ao Portador de Deficiência. http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_Lei11189.PDF http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_Lei11911.PDF http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_Lei12095.PDF http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_Lei13120.PDF http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_Lei13126.PDF EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia Lei nº 13.450/02 - Dispõe que os deficientes visuais, acompanhados por cães guias, especialmente treinados para este fim, têm direito ao acesso e permanência em qualquer local aberto ao público, conforme especifica. Lei nº 13.456/02 - Criação do Conselho Estadual da Pessoa Portadora de Deficiência - Criação da Assessoria Especial para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, vinculada à Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania-SEJU, responsável pela execução da política estadual de integração à pessoa portadora de deficiência. 1.3.2 Decretos Nº 1.821/00 - Regulamento do Transporte Coletivo Rodoviário Intermunicipal do Estado do Paraná – abre o arquivo dec1821.pdf. 1.3.3 Resoluções Nº 652/91 - Cria o Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Defesa dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência em todas as comarcas do Estado do Paraná. Nº 3.199/2004 - Regulamenta os procedimentos para a celebração de Convênio de Cooperação Técnica e Financeira com as instituições especializadas conveniadas, parceiras no atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais. 1.3.4 Deliberações Nº 02/03 - Normas para a Educação Especial, modalidade da Educação Básica para alunos com necessidades educacionais especiais, no Sistema de Ensino do Estado do Paraná. 1.3.5 Instruções 01/04 - Estabelece critérios para a solicitação do serviço de apoio especializado - Professor de Apoio Permanente em Sala de Aula. 02/04 - Estabelece critérios para a solicitação do serviço de apoio especializado - Centro de Atendimento Especializado - área da Deficiência Física. 03/04 - Funcionamento da CLASSE ESPECIAL de 1ª à 4ª séries do Ensino Fundamental, na área da Deficiência Mental. http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_Lei13450.PDF http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_Lei13456.PDF http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_dec1821.PDF http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_res652.PDF http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_res652.PDF http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_res3199.PDF http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_del02-03.PDF http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_Instr01-04.PDF http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_Instr02-04.PDFhttp://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_Instr03-04.PDF EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia 04/04 - Funcionamento da SALA DE RECURSOS para o Ensino Fundamental de 1ª à 4ª séries, na área da Deficiência Mental e Distúrbios de Aprendizagem. 05/04 - Funcionamento da SALA DE RECURSOS para o Ensino Fundamental de 5ª à 8ª séries, na área da Deficiência Mental e Distúrbios de Aprendizagem. Vamos refletir! Em consonância aos instrumentos legais anteriormente mencionados, o Brasil elaborou documentos norteadores para a prática educacional, visando especialmente superar a tradição segregatória da atenção ao segmento populacional constituído de crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais. 1.4 Política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva Documento elaborado pelo Grupo de Trabalho, nomeado pela Portaria nº 555/2007, prorrogada pela Portaria nº 948/2007, entregue ao Ministro da Educação em 07 de janeiro de 2008. Fonte: http://amgr.blogs.sapo.pt/ I Apresentação http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_Instr04-04.PDF http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dee/legislacao/le_Instr05-04.PDF http://amgr.blogs.sapo.pt/ EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia O movimento mundial pela inclusão é uma ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de estar juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação. A Educação Inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis, e que avança em relação à ideia de equidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola. Ao reconhecer que as dificuldades enfrentadas nos sistemas de ensino evidenciam a necessidade de confrontar as práticas discriminatórias e criar alternativas para superá-las, a Educação Inclusiva assume espaço central no debate acerca da sociedade contemporânea e do papel da escola na superação da lógica da exclusão. A partir dos referenciais para a construção de sistemas educacionais inclusivos, a organização de escolas e classes especiais passa a ser repensada, implicando mudança estrutural e cultural da escola para que todos os alunos tenham suas especificidades atendidas. Nessa perspectiva, o Ministério da Educação/Secretaria de Educação Especial apresenta a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, que acompanha os avanços do conhecimento e das lutas sociais, visando constituir políticas públicas promotoras de uma educação de qualidade para todos os alunos. II Marcos históricos e normativos A escola historicamente se caracterizou pela visão da educação que delimita a escolarização como privilégio de um grupo, exclusão que foi legitimada nas políticas e práticas educacionais reprodutoras da ordem social. A partir do processo de democratização da educação, evidencia-se o paradoxo inclusão/exclusão, quando os sistemas de ensino universalizam o acesso, mas continuam excluindo indivíduos e grupos considerados fora dos padrões homogeneizadores da escola. Assim, de formas distintas, a exclusão tem apresentado características comuns nos processos de segregação e integração que pressupõem a seleção, naturalizando o fracasso escolar. A partir da visão dos direitos humanos e do conceito de cidadania fundamentado no reconhecimento das diferenças e na participação dos sujeitos, decorre a identificação dos mecanismos e processos de hierarquização que operam na regulação e produção das desigualdades. Essa problematização explicita os processos EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia normativos de distinção dos alunos em razão de características intelectuais, físicas, culturais, sociais e linguísticas, entre outras, estruturadoras do modelo tradicional de educação escolar. A Educação Especial organizou-se tradicionalmente como atendimento educacional especializado, substitutivo ao ensino comum, evidenciando diferentes compreensões, terminologias e modalidades que levaram à criação de instituições especializadas, escolas especiais e classes especiais. Esta organização, fundamentada no conceito de normalidade/anormalidade, determina formas de atendimento clínico terapêuticos, fortemente ancorados nos testes psicométricos que definem, por meio de diagnósticos, as práticas escolares para os alunos com deficiência. No Brasil, o atendimento às pessoas com deficiência teve início na época do Império, com a criação de duas instituições: o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, em 1854, atual Instituto Benjamin Constant – IBC; e o Instituto dos Surdos Mudos, em 1857, atual Instituto Nacional da Educação dos Surdos – INES, ambos no Rio de Janeiro. No início do século XX, é fundado o Instituto Pestalozzi - 1926, instituição especializada no atendimento às pessoas com deficiência mental. Em 1954, é fundada a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE; e, em 1945, é criado o primeiro atendimento educacional especializado às pessoas com superdotação na Sociedade Pestalozzi, por Helena Antipoff. Em 1961, o atendimento educacional às pessoas com deficiência passa a ser fundamentado pelas disposições da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº. 4.024/61, que aponta o direito dos “excepcionais” à educação, preferencialmente dentro do sistema geral de ensino. A Lei nº. 5.692/71, que altera a LDBEN de 1961, ao definir “tratamento especial” para os alunos com “deficiências físicas, mentais, os que se encontrem em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula e os superdotados”, não promove a organização de um sistema de ensino capaz de atender às necessidades educacionais especiais e reforça o encaminhamento dos alunos para as classes e escolas especiais. Em 1973, é criado, no MEC, o Centro Nacional de Educação Especial – CENESP, responsável pela gerência da educação especial no Brasil, que, com a égide integracionista, impulsionou ações educacionais voltadas às pessoas com deficiência e às com superdotação; ainda configuradas por campanhas assistenciais e ações isoladas do Estado. EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia Nesse período, não se efetiva uma política pública de acesso universal à educação, permanecendo a concepção de “políticas especiais”, para tratar da temática da educação de alunos com deficiência. No que se refere aos alunos com superdotação, apesar do acesso ao ensino regular, não é organizado um atendimento especializado que considere as singularidades de aprendizagem desses alunos. A Constituição Federal de 1988 institui como um dos seus objetivos fundamentais “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” (Art.3º, Inciso IV). Define, no Artigo 205, a educação como direito de todos, garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho. No seu Artigo 206, Inciso I, estabelece a “igualdade de condições de acesso e permanência na escola”, como um dos princípios para o ensino e garante, como dever do Estado, a oferta do atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino (Art. 208). O Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº. 8.069/90, Artigo 55, reforça os dispositivos legais supracitados, ao determinar que "os pais ou responsáveis têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino”. Também, na referida década, documentos como a Declaração Mundial de Educação para Todos (1990) e a Declaração de Salamanca(1994) passam a influenciar a formulação das políticas públicas da Educação Inclusiva. Em 1994, é publicada a Política Nacional de Educação Especial, orientando o processo de “integração instrucional” que condiciona o acesso às classes comuns do ensino regular àqueles que "[...] possuem condições de acompanhar e desenvolver as atividades curriculares programadas do ensino comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos normais”. Ao reafirmar os pressupostos construídos a partir de padrões homogêneos de participação e aprendizagem, a Política não provoca a reformulação das práticas educacionais de maneira que sejam valorizados os diferentes potenciais de aprendizagem no ensino comum, mantendo a responsabilidade da educação desses alunos exclusivamente no âmbito da Educação Especial. EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia Fonte: http://www.jaguariaiva.pr.gov.br/pmj/index.php/secretaria-mun-educ-cultura-e-esporte/educacao/177-educacao-especial A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei nº 9.394/96, no Artigo 59, preconiza que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos currículo, métodos, recursos e organização específicos para atender às suas necessidades; assegura a terminalidade específica àqueles que não atingiram o nível exigido para a conclusão do Ensino Fundamental, em virtude de suas deficiências; e a aceleração de estudos aos superdotados para conclusão do programa escolar. Também define, dentre as normas para a organização da educação básica, a “possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado” (Art. 24, Inciso V) e “[...] oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames” (Art. 37). Em 1999, o Decreto nº 3.298 que regulamenta a Lei nº 7.853/89, ao dispor sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, define a Educação Especial como modalidade transversal a todos os níveis e modalidades de ensino, enfatizando a atuação complementar da Educação Especial ao ensino regular. Acompanhando o processo de mudanças, as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, Resolução CNE/CEB nº 2/2001, no Artigo 2º, determinam que: Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos (MEC/SEESP, 2001). As Diretrizes ampliam o caráter da educação especial para realizar o atendimento educacional especializado complementar ou suplementar à escolarização. Porém, ao admitir a possibilidade de substituir o ensino regular, não potencializa a http://www.jaguariaiva.pr.gov.br/pmj/index.php/secretaria-mun-educ-cultura-e-esporte/educacao/177-educacao-especial EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia adoção de uma política de educação inclusiva na rede pública de ensino, prevista no seu Artigo 2º. O Plano Nacional de Educação - PNE, Lei nº 10.172/2001, destaca que “o grande avanço que a década da educação deveria produzir seria a construção de uma escola inclusiva que garantisse o atendimento à diversidade humana”. Ao estabelecer objetivos e metas para que os sistemas de ensino favoreçam o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos, aponta um déficit referente à oferta de matrículas para alunos com deficiência nas classes comuns do ensino regular, à formação docente, à acessibilidade física e ao atendimento educacional especializado. A Convenção da Guatemala (1999), promulgada no Brasil pelo Decreto nº 3.956/2001, afirma que as pessoas com deficiência têm os mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais que as demais pessoas, definindo como discriminação com base na deficiência toda diferenciação ou exclusão que possa impedir ou anular o exercício dos direitos humanos e de suas liberdades fundamentais. Este Decreto tem importante repercussão na educação, pois exige a reinterpretação da Educação Especial, compreendida no contexto da diferenciação adotada para promover a eliminação das barreiras que impedem o acesso à escolarização. Na perspectiva da Educação Inclusiva, a Resolução CNE/CP nº1/2002, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, define que as instituições de Ensino Superior devem prever, em sua organização curricular, formação docente voltada para a atenção à diversidade e que contemple conhecimentos sobre as especificidades dos alunos com necessidades educacionais especiais. A Lei nº 10.436/02 reconhece a Língua Brasileira de Sinais como meio legal de comunicação e expressão, determinando que sejam garantidas formas institucionalizadas de apoiar seu uso e difusão, bem como a inclusão da disciplina de Libras como parte integrante do currículo nos cursos de formação de professores e de Fonoaudiologia. A Portaria nº 2.678/02 aprova diretriz e normas para o uso, o ensino, a produção e a difusão do Sistema Braille em todas as modalidades de ensino, compreendendo o projeto da Grafia Braile para a Língua Portuguesa e a recomendação para o seu uso em todo o território nacional. Em 2003, o Ministério da Educação cria o Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade, visando transformar os sistemas de ensino em sistemas educacionais EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia inclusivos, que promovem amplo processo de formação de gestores e educadores nos municípios brasileiros para a garantia do direito de acesso de todos à escolarização, à organização do atendimento educacional especializado e à promoção da acessibilidade. Em 2004, o Ministério Público Federal divulga o documento O Acesso de Alunos com Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular, com o objetivo de disseminar os conceitos e diretrizes mundiais para a inclusão, reafirmando o direito e os benefícios da escolarização de alunos com e sem deficiência, nas turmas comuns do ensino regular. Impulsionando a inclusão educacional e social, o Decreto nº 5.296/04 regulamentou as Leis nº 10.048/00 e nº 10.098/00, estabelecendo normas e critérios para a promoção da acessibilidade às pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. Neste contexto, o Programa Brasil Acessível é implementado com o objetivo de promover e apoiar o desenvolvimento de ações que garantam a acessibilidade. O Decreto nº 5.626/05, que regulamenta a Lei nº 10.436/2002, visando à inclusão dos alunos surdos, dispõe sobre a inclusão da Libras como disciplina curricular, a formação e a certificação de professor, instrutor e tradutor/intérprete de Libras, o ensino da Língua Portuguesa como segunda língua para alunos surdos e a organização da educação bilíngue no ensino regular. Em 2005, com a implantação dos Núcleos de Atividade das Altas Habilidades/Superdotação – NAAH/S, em todos os estados e no Distrito Federal, são formados centros de referência para o atendimento educacional especializado aos alunos com altas habilidades/superdotação, a orientação às famílias e a formação continuada aos professores. Nacionalmente, são disseminados referenciais e orientações para organização da política de educação inclusiva nesta área, de forma a garantir esse atendimento aos alunos da rede pública de ensino. Fonte: http://educacaoespecialbrasil.blogspot.com.br/2012/02/atendimento-educacional-especializado.html http://educacaoespecialbrasil.blogspot.com.br/2012/02/atendimento-educacional-especializado.html EDUCAÇÃO ESPECIAL Graduação em Pedagogia A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pela ONU em 2006, da qual o Brasil é signatário, estabelece que os Estados-Parte devem assegurar um sistema
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