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HUMANAS 2: SOF - Semana 3 
Conteúdo: Cultura & Sociedade 
Próxima aula: Trabalho & Sociedade (Semana 7) 
 
CULTURA & SOCIEDADE 
 
1. Conceito de cultura; 
2. Cultura material e imaterial; 
3. Componentes da cultura; 
4. Aculturação; 
5. Contracultura; 
6. Cultura de massa; 
7. Cultura popular e cultura erudita; 
8. Identidade cultural; 
9. Etnocentrismo. 
 
1. Conceito de Cultura 
 
O sentido antropológico da palavra cultura não é o mesmo da linguagem do 
senso comum. Na linguagem cotidiana, a palavra cultura é empregada com vários 
significados. Ora significa erudição, grande soma de conhecimentos, quando, por 
exemplo, se diz que “fulano tem cultura”, ora significa um determinado tipo de 
realização humana, como a arte, a ciência, a filosofia. 
No sentido sociológico, essa palavra não se 
limita a essas acepções. É, no entanto, tão amplo 
que não exclui nenhum desses significados. Na 
linguagem sociológica, cultura é tudo o que resulta da 
criação humana. A cultura, portanto, tanto 
compreende ideias quanto artefatos. É clássica a 
definição de Edward B. Tylor: “um todo complexo que 
abarca conhecimentos, crenças, artes, moral, leis, 
costumes e outras capacidades adquiridas pelo 
homem como integrante da sociedade”. 
Neste caso, a cultura compreende todas as elaborações resultantes das 
“capacidades adquiridas pelo homem como integrante da sociedade”, pois a mesma 
não decorre da herança biológica do homem, mas de capacidades por ele 
desenvolvidas através do convívio social. 
Só o homem possui cultura. Todos os homens possuem cultura, no sentido de 
que, vivendo em sociedade, participam de alguma cultura. Ao contrário do que se 
afirma na linguagem vulgar, quando se diz que algum individuo não tem cultura, a 
cultura não é exclusiva das pessoas letradas, já que qualquer indivíduo 
normalmente socializado participa dos costumes, das crenças e de algum tipo de 
conhecimento da sua sociedade. 
Seguindo este raciocínio, podemos afirmar que todas as sociedades, e não 
apenas as que possuem escrita, têm uma cultura. 
Tanto a mais simples e isolada comunidade tribal quanto a mais complexa 
sociedade urbano ‐ industrial possui cultura. A cultura seria então o modo de vida 
próprio de cada povo. Ela é o fundamento da sociedade e o que distingue o homem 
dos animais não humanos. Cada povo, tem sua cultura, o que equivale dizer, seu 
modo de vida. 
 
2. Cultura Material e Imaterial 
 
Pela necessidade do homem se relacionar com o meio natural e 
consequentemente, para sua sobrevivência, transformá-lo, é quando este produz 
cultura. 
As práticas e hábitos que derivam desta, e pela forma que se manifestam é o 
que chamamos de cultura material e imaterial. 
 
A material seria basicamente o fruto da transformação do 
meio natural, gerando a produção de bens, exemplo: roupas, 
construções e eletrodomésticos. 
 
A imaterial é a incorporação de signos e sinais que dão 
sentido a cultura material, o que faz o indivíduo se reconhecer e 
interagir espontaneamente com o meio em que vive, criando 
assim uma rede que engloba um conjunto de diversos aspectos, 
como crenças, valores, leis, línguas, danças, religiões e etc. 
 
Obs! A Unesco define como Patrimônio Cultural Imaterial “as práticas, 
representações, expressões, conhecimentos e técnicas ― junto com os 
instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados ― que 
as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como 
parte integrante de seu patrimônio cultural.” São exemplos de bens registrados 
como Patrimônio Imaterial no Brasil: o Círio de Nazaré no Pará, o Samba de Roda 
do Recôncavo Baiano, o Ofício das Baianas de Acarajé, o Jongo no Sudeste, entre 
outros. 
 
3. Componentes da Cultura 
 
A cultura é um todo orgânico, um sistema, um conjunto de partes que se 
relacionam estreitamente. Para melhor compreender o que é uma cultura, 
estudaremos alguns de seus componentes: 
 
 Traços culturais: A caneta que você costuma usar, seu lápis, 
o seu relógio e as suas ideias são traços culturais, os menores 
e mais amplos componentes representativos de uma cultura. É 
importante ter-se em mente que algo só é um traço cultural se 
a sociedade o considera como tal. 
 
 Complexo cultural: Quando se reúne certa quantidade de 
traços culturais para uma única finalidade, tem-se um 
complexo cultural. É o caso de um autódromo, onde há juízes, 
carros, ou de um jogo de voleibol, em que há regras, juízes, 
quadra e bola. 
 
 Área cultural: A região em que predominam complexos 
culturais específicos forma uma área cultural. Os gaúchos, os 
nordestinos, os paulistas, enfim, cada grupo social determina 
uma área geográfica, cujos traços culturais e costumes são 
semelhantes, delimitando uma área cultural. 
 
 Padrão Cultural: É um conjunto de normas que rege o 
comportamento dos indivíduos que determinada cultura ou 
sociedade; é algo em que a maioria dos indivíduos de uma 
sociedade acredita, respeitando-o. Padrão é uma norma de 
comportamento, como a poligamia para os mulçumanos. 
 
4. Aculturação 
 
Processo de transformação de culturas em 
contato com outras. O modo de vida de muitos povos 
resulta da fusão de outros modos de vida, isto é, de 
culturas de outros povos que, por algumas 
circunstâncias, entraram em contato. O processo de 
fusão de culturas em contato através da troca de 
seus padrões e da influencia múltipla é denominado, 
em Sociologia, de aculturação ou transculturação. 
O que resulta desse processo é um produto cultural novo, diferente das 
matrizes culturais que lhe deram origem. 
Entretanto, a utilização desse tipo de categoria vem sendo cada vez mais 
criticada e combatida por antropólogos e outros especialistas das ciências humanas; 
a crítica realizada a esse conceito combate a ideia de que uma cultura desaparece 
no momento em que entra em contato com os valores de outras culturas. 
No entanto, essa premissa se mostra equivocada por compreender que a 
cultura consiste em um conjunto de valores, práticas e signos imutáveis no interior 
de uma sociedade. Estudos de natureza histórica e antropológica, principalmente a 
partir da segunda metade do século XX, demonstraram que as sociedades humanas 
estão constantemente reorganizando suas formas de compreender e lidar com o 
mundo. Dessa forma, a cultura não pode ser vista de uma forma estática. Um dos 
mais claros exemplos desse processo pode ser visto com relação às comunidades 
indígenas brasileiras. 
No começo do século XX, as autoridades oficiais acreditavam que a ampliação 
do contato entre brancos e índios poderia, em questão de décadas, extinguirem as 
comunidades indígenas. Contudo, o seu crescimento – a partir da década de 1950 – 
negou o prognóstico do início daquele século. 
Dessa forma, devemos compreender que a cultura é um processo dinâmico e 
aberto em que hábitos e valores são sistematicamente ressignificados. Por isso, a 
ideia de aculturação não pode ser vista como o fim de uma cultura, pois não há 
como pensar que um mesmo grupo social irá preservar os mesmos costumes 
durante décadas, séculos ou milênios. A cultura de um povo, para manter-se viva, 
deve ser suficientemente livre para conduzir suas próprias escolhas, inovações e 
permanências. 
 
5. Contracultura 
 
Partindo para o campo das práticas culturais, podemos notar o 
desenvolvimento de costumes que vão justamente contra os pressupostos 
comungados pela maioria. Foi nesse momento em que passou a se trabalhar com o 
conceito de “contracultura”, definidor de todas as práticas e manifestações que 
visam criticar, debater e questionar tudo aquilo que é visto como vigente em um 
determinado contexto sócio-histórico. 
Um dos mais reconhecidos tipos de manifestação contracultural aconteceu nas 
décadas de 1950 e 1960, nos Estados Unidos. Após a saída deste país da Segunda 
Guerra Mundial, um verdadeiro “baby-boom” foi responsável pelo surgimento de 
uma nova geração que viveria todo o conforto de um país que se enriqueceurapidamente. Contudo, ao contrário do que se podia esperar, essa geração 
 
desempenhou o papel de apontar os limites e problemas gerados pela sociedade 
capitalista. 
Rejeitando o elogio cego à nação, o trabalho e a rápida 
ascensão social, esses jovens buscaram um refúgio contra as 
instituições e valores que defendiam o consumismo e o 
cumprimento das obrigações. A partir daí foi dado o 
aparecimento do movimento hippie, que incitou milhares de 
jovens a cultuarem o amor livre, o desprendimento às 
convenções e o desenvolvimento de todo um mundo que fosse 
alternativo ao que fosse oferecido pelo sempre tão criticado 
“sistema”. 
No Brasil, essa ideia de contracultura pode ser observada com o 
desenvolvimento do movimento hip hop. Embalados pela “beat” eletrônica e letras 
com rimas ácidas, diversos jovens da periferia dos grandes centros urbanos 
absorveram um gênero musical estrangeiro para retratar a miséria e violência que 
se alastravam em várias cidades do país. Atualmente, essa manifestação se 
diversificou e protagoniza a realização de diversos projetos sociais que divulgam 
cultura e educação. 
Com respeito ao conceito de contracultura, não podemos pensar que ele vá 
simplesmente definir a existência de uma cultura única e original. Pelo contrário, as 
manifestações de traço contracultural têm a importante função de revisar os valores 
absorvidos em nosso cotidiano e, dessa forma, indicar novos caminhos pelo qual o 
homem trilha suas opções. Assim, é necessário sempre afirmar que contracultura 
também é cultura. 
 
6. Cultura de Massa 
 
A expressão “cultura de massa‟, posteriormente trocada por “indústria cultural”, 
é aquela criada com um objetivo específico, atingir a massa popular, maioria no 
interior de uma população, transcendendo, assim, toda e qualquer distinção de 
natureza social, étnica, etária, sexual ou psíquica. Todo esse conteúdo é 
disseminado por meio dos veículos de comunicação de massa. 
Antes do advento da cultura de massa, havia diversas 
configurações culturais: a popular, em contraposição à erudita; a 
nacional, que entretecia a identidade de uma população; a cultura 
no sentido geral, definida como um conglomerado histórico de 
valores estéticos e morais; e outras tantas culturas que 
produziam diversificadas identidades populares. 
Mas, com o nascimento do século XX e, com ele, dos novos meios de 
comunicação, estas modalidades culturais ficaram completamente submergidas sob 
o domínio da cultura de massa. Veículos como o cinema, o rádio e a televisão, 
ganharam notório destaque e se dedicaram, em grande parte, a homogeneizar os 
padrões da cultura. 
Como esta cultura é, na verdade, produto de uma atividade econômica 
estruturada em larga escala, de estatura internacional, hoje global, ela está 
vinculada, inevitavelmente, ao poderoso capitalismo industrial e financeiro. A serviço 
deste sistema, ela oprime incessantemente as demais culturas, valorizando tão 
somente os gostos culturais da massa. 
Edgar Morin define a cultura de massa ou indústria cultural como uma 
elaboração do complexo industrial, um produto definido, padronizado, pronto para o 
consumo. 
Esta cultura é hipnotizante, entorpecente, indutiva. Ela é 
introjetada no ser humano de tal forma, que se torna quase 
inevitável o seu consumo, principalmente se a massa não tem o 
seu olhar e a sua sensibilidade educados de forma apropriada, e 
o acesso indispensável à multiplicidade cultural e pedagógica. 
Com este manancial de recursos, é possível criar modalidades 
de resistência a essa cultura impositiva. 
Do contrário, com os apelos desta indústria, personificados principalmente na 
esfera publicitária, principalmente aquela que se devota sem pudor ao 
sensacionalismo, é quase impossível resistir aos sabores visuais da avalanche de 
imagens e símbolos que inundam a mente humana o tempo todo. Este é o motor 
que move as engrenagens da indústria cultural e aliena as mentalidades 
despreparadas. 
 
 
7. Cultura Popular & Cultura Erudita 
 
Cultura, como vimos, é uma construção humana e se opõe à natureza, aquilo 
que não passa pelo trabalho do homem. Para não deixar o conceito tão amplo, 
algumas divisões são criadas, entre elas as de popular e erudita. 
Fala-se em cultura popular e cultura erudita como se 
houvesse um rio que separasse claramente as duas 
margens. Este rio não existe, mas a divisão tem alguma 
utilidade operacional. 
A cultura popular seria aquela que é produto de um 
saber não institucionalizado, que não se aprende em 
colégios ou academias; exemplo disso é o crochê, ou a 
culinária tradicional, ou ainda a literatura de cordel. 
A cultura erudita, por outro lado, pressupõe 
uma elaboração maior e por isso uma 
institucionalização do saber. Isto é: o domínio da 
cultura erudita passa não pela tradição familiar, 
mas por academias, bibliotecas, conservatórios 
musicais, etc, que selecionam o material e impõem 
regras rígidas e complexas elaborações. Bach, na 
música, e Picasso, na pintura, são exemplos disso. 
Evidentemente, os conceitos popular e erudito 
escondem também uma valoração. 
Por muitos anos, a cultura popular foi considerada inferior à erudita; e erudito 
mesmo era aquilo que era europeu, de preferência francês, inglês ou alemão. Os 
brasileiros eram os primos pobres, que tinham que beber naquelas fontes para se 
curar de seu incurável atraso. Esse pensamento foi se transformando ao longo dos 
anos, graças às contribuições de autores que, dominando o saber erudito, 
reconheciam o valor imenso da cultura popular (Gilberto Freire, Mário de Andrade e 
Guimarães Rosa são alguns desses autores). 
 
8. Identidade Cultural 
 
A identidade cultural é um conjunto vivo de relações sociais e patrimônios 
simbólicos historicamente compartilhados que estabelece a comunhão de 
determinados valores entre os membros de uma sociedade. Sendo um conceito de 
trânsito intenso e tamanha complexidade, podemos compreender a constituição de 
uma identidade em manifestações que podem envolver um amplo número de 
situações que vão desde a fala até a participação em certos eventos. 
Durante muito tempo, a ideia de uma 
identidade cultural não era devidamente 
problematizada no campo das ciências 
humanas. Com o desenvolvimento das 
sociedades modernas, muitos teóricos tiveram 
grande preocupação em apontar o enorme 
“perigo” que o avanço das transformações 
tecnológicas, econômicas e políticas poderiam 
oferecer a determinados grupos sociais. Nesse 
âmbito, principalmente os folcloristas, defendiam 
a preservação de certas práticas e tradições. 
Por outro lado, algumas recentes teorias culturais desenvolvidas no campo das 
Ciências Humanas desempenharam o papel inovador de questionar o próprio 
conceito de identidade cultural. De acordo com essa nova corrente, muito em voga 
com o desenvolvimento da globalização, a identidade cultural não pode ser vista 
como sendo um conjunto de valores fixos e imutáveis que definem o indivíduo e a 
coletividade a qual ele faz parte. 
Partindo dessas novas noções de identidade, antigos temas relacionados à 
cultura que aparentavam completo esgotamento ganharam um novo fôlego 
interpretativo. As identidades passaram a ser trabalhadas com definições menos 
rígidas. Diversos estudos vão contra a ideia de que uma população deve abraçar a 
sua cultura e garantir todas as formas possíveis de cristalizá-la. Dessa forma, 
presenciamos a abertura de novas possibilidades de entender o comportamento do 
homem com seu mundo. 
 
9. Etnocentrismo 
 
Em Ciência Social, é a tendência humana universal a perceber e julgar culturas 
e sociedades diferentes através do crivo dos valores da sua própria cultura. Por 
exemplo, o homem ocidental que, por não compreender os padrões de 
comportamento da Índia, acha que essa é uma cultura inferior a sua. Nenhuma 
cultura pode ser compreendida a partir da “lógica” de uma outra, pois cada cultura 
possui sua própria “lógica”. O modo como cada povo organiza suas relações sociais 
para satisfazeras suas necessidades só pode ser compreendido a partir de si 
mesmo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÕES TRADICIONAIS 
 
01) Seguiam-se vinte criados custosamente vestidos e montados em soberbos 
cavalos; depois destes, marchava o Embaixador do Rei do Congo magnificamente 
ornado de seda azul para anunciar ao Senado que a vinda do Rei estava destinada 
para o dia dezesseis. Em resposta obteve repetidas vivas do povo que concorreu 
alegre e admirado de tanta grandeza. 
 
“Coroação do Rei do Congo em Santo Amaro”, 
Bahia apud DEL PRIORE, M. Festas e utopias no Brasil colonial. 
 
Originária dos tempos coloniais, a festa da Coroação do Rei do Congo evidencia um 
processo de 
 
a) exclusão social. 
b) imposição religiosa. 
c) acomodação política. 
d) supressão simbólica. 
e) ressignificação cultural. 
 
02) A África também já serviu como ponto de partida para comédias bem vulgares, 
mas de muito sucesso, como Um príncipe em Nova York e Ace Ventura: um maluco 
na África; em ambas, a África parece um lugar cheio de tribos doidas e rituais de 
desenho animado. A animação O rei Leão, da Disney, o mais bem-sucedido filme 
americano ambientado na África, não chegava a contar com elenco de seres 
humanos. 
LEIBOWITZ, E. “Filmes de Hollywood sobre África ficam no clichê”. 
 
A produção cinematográfica referida no texto contribui para a constituição de uma 
memória sobre a África e seus habitantes. Essa memória enfatiza e negligencia, 
respectivamente, os seguintes aspectos do continente africano: 
 
a) A história e a natureza. 
b) O exotismo e as culturas. 
c) A sociedade e a economia. 
d) O comércio e o ambiente. 
e) A diversidade e a política. 
 
03) A recuperação da herança cultural africana deve levar em conta o que é próprio 
do processo cultural: seu movimento, pluralidade e complexidade. Não se trata, 
portanto, do resgate ingênuo do passado nem do seu cultivo nostálgico, mas de 
procurar perceber o próprio rosto cultural brasileiro. O que se quer é captar seu 
movimento para melhor compreendê-lo historicamente. 
 
MINAS GERAIS. Cadernos do Arquivo 1: 
Escravidão em Minas Gerais. 
 
Com base no texto, a análise de manifestações culturais de origem africana, como a 
capoeira ou o candomblé, deve considerar que elas 
 
a) permanecem como reprodução dos valores e costumes africanos. 
b) perderam a relação com o seu passado histórico. 
c) derivam da interação entre valores africanos e a experiência histórica brasileira. 
d) contribuem para o distanciamento cultural entre negros e brancos no Brasil atual. 
e) demonstram a maior complexidade cultural dos africanos em relação aos 
europeus. 
 
04) O antropólogo americano Marius Barbeau escreveu o seguinte: sempre que se 
cante a uma criança uma cantiga de ninar; sempre que se use uma canção, uma 
adivinha, uma parlenda, uma rima de contar, no quarto das crianças ou na escola; 
sempre que ditos e provérbios, fábulas, histórias bobas e contos populares sejam 
representados; aí veremos o folclore em seu próprio domínio, sempre em ação, vivo 
e mutável, sempre pronto a agarrar e assimilar novos elementos em seu caminho. 
 
UTLEY, F. L. Uma definição de folclore. 
O que é folclore. 
 
O texto tem como objeto a construção da identidade cultural, reconhecendo que o 
folclore, mesmo sendo uma manifestação associada à preservação das raízes e da 
memória dos grupos sociais, 
 
a) está sujeito a mudanças e reinterpretações. 
b) deve ser apresentado de forma escrita. 
c) segue os padrões de produção da moderna indústria cultural. 
d) tende a ser materializado em peças e obras de arte eruditas. 
e) expressa as vivências contemporâneas e os anseios futuros desses grupos. 
 
05) Em 1697, publicou-se, em Lisboa, “A arte da língua de Angola”, a mais antiga 
gramática de uma língua banto, escrita na Bahia, para uso dos jesuítas, com o 
objetivo de facilitar a doutrinação de negros angolanos. Os aportes bantos ou 
“bantuismos”, palavras africanas que se incorporaram à língua portuguesa no Brasil, 
estão associados ao regime da escravidão (senzala, mucama, banguê, quilombo). A 
maioria dessas palavras está completamente integrada ao sistema linguístico do 
português brasileiro, formando derivados da língua com base na raiz banto 
(esmolambado, dengoso, sambista, xingamento, mangação, molequeira, caçulinha, 
quilombola). 
CASTRO, Yeda P. de. Das línguas africanas ao português brasileiro. 
 
Dado o fato histórico-linguístico de incorporação de “bantuismos” na língua 
portuguesa, conclui-se que 
 
a) os grupos dominantes recusam a cultura de setores menos favorecidos da 
sociedade. 
b) a língua é um fenômeno orgânico e histórico cuja dinâmica impossibilita seu 
controle. 
c) os jesuítas foram os responsáveis pela difusão da língua banto no Brasil. 
d) o idioma dos escravos tinha prestígio social, a ponto de merecer um estudo 
gramatical no século XVII. 
e) os vocábulos portugueses derivados das línguas banto evidenciam a ocorrência 
de uma ruptura entre essas línguas. 
 
QUESTÕES CONTEXTUALIZADAS 
 
01) No Brasil, a origem do funk e do hip-hop remonta aos anos 1970, quando da 
proliferação dos chamados “bailes black” nas periferias dos grandes centros 
urbanos. Embalados pela black music americana, milhares de jovens encontravam 
nos bailes de final de semana uma alternativa de lazer antes inexistente. Em 
cidades como o Rio de Janeiro ou São Paulo, formavam-se equipes de som que 
promoviam bailes onde foi se disseminando um estilo que buscava a valorização da 
cultura negra, tanto na música como nas roupas e nos penteados. No Rio de 
Janeiro ficou conhecido como “Black Rio”. A indústria fonográfica descobriu o filão e, 
lançando discos de “equipe” com as músicas de sucesso nos bailes, difundia a 
moda pelo restante do país. 
DAYRELL, J. A música entra em cena: 
o rap e o funk na socialização da juventude. 
 
A presença da cultura hip-hop no Brasil caracteriza-se como uma forma de 
 
a) lazer gerada pela diversidade de práticas artísticas nas periferias urbanas. 
b) entretenimento inventada pela indústria fonográfica nacional. 
c) subversão de sua proposta original já nos primeiros bailes. 
d) afirmação de identidade dos jovens que a praticam. 
e) reprodução da cultura musical norte-americana. 
 
02) Própria dos festejos juninos, a quadrilha nasceu como dança aristocrática, 
oriunda dos salões franceses, depois difundida por toda a Europa. 
No Brasil, foi introduzida como dança de salão e, por sua vez, apropriada e 
adaptada pelo gosto popular. Para sua ocorrência, é importante a presença de um 
mestre “marcante” ou “marcador”, pois é quem determina as figurações diversas 
que os dançadores desenvolvem. Observa-se a constância das seguintes 
marcações: “Tour”, “En avant”, “Chez des dames”, “Chez des chevaliê”, “Cestinha 
de flor”, “Balancê”, “Caminho da roça”, “Olha a chuva”, “Garranchê”, “Passeio”, 
“Coroa de flores”, “Coroa de espinhos” etc. 
No Rio de Janeiro, em contexto urbano, apresenta transformações: surgem 
novas figurações, o francês aportuguesado inexiste, o uso de gravações substitui a 
música ao vivo, além do aspecto de competição, que sustenta os festivais de 
quadrilha, promovidos por órgãos de turismo. 
 
CASCUDO, L. C. Dicionário do folclore brasileiro. 
 
As diversas formas de dança são demonstrações da diversidade cultural do nosso 
país. Entre elas, a quadrilha é considerada uma dança folclórica por 
 
a) possuir como característica principal os atributos divinos e religiosos e, por isso, 
identificar uma nação ou região. 
b) abordar as tradições e costumes de determinados povos ou regiões distintas de 
uma mesma nação. 
c) apresentar cunho artístico e técnicas apuradas, sendo, também, considerada 
dança-espetáculo. 
d) necessitar de vestuário específico para a sua prática, o qual define seu país de 
origem. 
e) acontecer em salões e festas e ser influenciada por diversos gêneros musicais. 
 
03) O Baile Charme, uma das mais conhecidasmanifestações culturais do povo 
carioca, fica cadastrado como bem cultural de natureza imaterial da cidade. O 
decreto considera o Baile Charme uma genuína invenção carioca, e destaca a 
riqueza de sua origem na musicalidade africana, que abriga ritmos como o soul, o 
funk e o rythim’n blues, da fonte norte-americana, e o choro, o samba e a bossa-
nova, criações nascidas no Rio. O Baile Charme é cultuado, principalmente na Zona 
 
Norte da cidade, seja em clubes, agremiações recreativas e espaços públicos como 
a área do Viaduto de Madureira. 
Disponível em: www.jb.com.br. 
 
Segundo o texto, o cadastramento do Baile Charme como bem imaterial da cidade 
do Rio de Janeiro ocorreu porque essa manifestação cultural 
 
a) possui um grande apelo de público. 
b) simboliza uma região de relevância social. 
c) contém uma pluralidade de gêneros musicais. 
d) reflete um gosto fonográfico de camadas pobres. 
e) representa uma diversidade de costumes populares. 
 
04) A hibridez descreve a cultura de pessoas que mantêm suas conexões com a 
terra de seus antepassados, relacionando-se com a cultura do local que habitam. 
Eles não anseiam retornar à sua “pátria” ou recuperar qualquer identidade étnica 
“pura” ou absoluta; ainda assim, preservam traços de outras culturas, tradições e 
histórias e resistem à assimilação. 
 
CASHMORE, E. Dicionário de relações étnicas e raciais. 
 
Contrapondo o fenômeno da hibridez à ideia de “pureza” cultural, observa-se que 
ele se manifesta quando 
 
a) criações originais deixam de existir entre os grupos de artistas, que passam a 
copiar as essências das obras uns dos outros. 
b) civilizações se fecham a ponto de retomarem os seus próprios modelos culturais 
do passado, antes abandonados. 
c) populações demonstram menosprezo por seu patrimônio artístico, apropriando-se 
de produtos culturais estrangeiros. 
d) elementos culturais autênticos são descaracterizados e reintroduzidos com 
valores mais altos em seus lugares de origem. 
e) intercâmbios entre diferentes povos e campos de produção cultural passam a 
gerar novos produtos e manifestações. 
 
05) TEXTO I 
 
 
 
TEXTO II 
 
Partindo do chão coletivo da comunidade rural ou das cidades, à medida que se 
impregna de um ethos urbano — seja por migração, seja pela difusão de novos 
conteúdos midiáticos —, irão surgindo indivíduos que, na área da visualidade, 
gerarão uma obra de feição original, autoral, única. O indivíduo-sujeito recorre à 
memória para a construção de uma biografia, a fim de criar seu projeto artístico, a 
sua identidade social. 
FROTA, L. C. Pequeno dicionário da arte do povo 
brasileiro (século XX). 
 
A partir dos textos apresentados, os trabalhos que são pertinentes à criação popular 
caracterizam-se por 
 
a) temática nacionalista que abrange áreas regionais amplas. 
b) produção de obras utilizando materiais e técnicas tradicionais da arte acadêmica. 
c) ligação estrutural com a arte canônica pela exposição e recepção em museus e 
galerias. 
d) abordagem peculiar da realidade e do contexto, seguindo criação pessoal 
particular. 
e) criação de técnicas e temas comuns a determinado grupo ou região, gerando 
movimentos artísticos. 
 
QUESTÕES ESPECÍFICAS 
 
01) A cultura é uma grande janela (juntamente com a linguagem e o trabalho), que, 
em nosso século, se abriu para o problema do homem. Certamente, o homem 
sempre fez cultura porque é essencialmente um ser cultural e não um ser natural. 
 
Com relação a esse assunto, analise os itens a seguir: 
 
I. Do ponto de vista antropológico, cultura indica a educação, a formação, o cultivo 
do homem. 
II. Cultura é o saber humano que resulta da intervenção do homem na natureza 
mediante o trabalho, da técnica e das ideias bem como dos produtos provenientes 
dessa intervenção transformadora. 
III. Cultura significa um conjunto de costumes, técnicas e valores, que caracterizam 
um grupo social, uma tribo, um povo, uma nação. 
IV. O homem é um ser cultural, independentemente de sua condição natural e 
histórica. 
V. A noção moderna de cultura implica elementos materiais e imateriais, 
apresentando o caráter religioso, moral, estético, técnico ou científico, comum a 
todas as partes de uma vasta sociedade. 
 
Estão corretos os itens 
 
a) I, II, III e V. b) I, III e V. c) II, IV e V. d) II, III e V. e) I e III. 
 
02) Na perspectiva dialética e histórica, a ação do homem no mundo natural, à 
medida que seu crescente desenvolvimento biológico lhe vai permitindo, produz 
duas ordens de resultados: a criação de objetos artificiais e a de ideias, com que, 
cada vez, vai representando melhor e mais extensamente a realidade no 
pensamento. Ambos os tipos de resultados são cultura. 
 
Com relação a esse assunto, analise os itens a seguir: 
 
I. A cultura pode ser considerada um amplo conjunto de conceitos, símbolos, 
valores e atitudes, que modelam uma sociedade. 
II. A cultura não engloba tudo o que é relativo ao homem, sejam coisas e/ou 
acontecimentos; consequentemente, o conceito de cultura também não é 
coextensivo a tudo o que é humano. 
III. A ação humana não se esgota na sua dimensão prática. O homem também 
produz símbolos, isto é, valores, ideias, leis, linguagem, sonhos e fantasias. 
IV. O trabalho viabiliza a interferência consciente do homem na natureza; a cultura 
resulta da capacidade de reter e classificar, sob a forma de ideias, os resultados 
dessa interferência na natureza. 
V. O mundo cultural é um sistema de significados ainda por ser estabelecido de 
modo que, ao nascer, a criança encontra um mundo de valores a ser trabalhado, no 
qual começa a construir sua própria vida cultural sem interferência do processo já 
existente. 
 
Estão corretos os itens 
 
a) I, II e V. b) I, III e V. c) I, III e IV. d) II, IV e V. e) I, II, III, IV e V. 
 
03) A cultura é o resultado do processo pelo qual existir adquire concretitude. O que 
o existente objetiva transforma‐se em patrimônio comum. Por sua vez, existir 
demanda uma elaboração conceitual e um conhecimento ordenado da herança, que 
se recebe e que vem do mencionado patrimônio comum. 
 
CARVALHO, José Maurício. O Homem e a Filosofia. 
 
Com relação a esse assunto, analise os itens a seguir: 
 
I. A cultura é um espaço de criação humana, que nasce do homem na sua trajetória 
como ser existencial. 
II. O trabalho manifesta o caráter social do homem na transformação em 
conformidade com a cultura. O homem está satisfeito com seu trabalho, com suas 
técnicas, com seus equipamentos, portanto incessantemente satisfeito. 
III. Enquanto o animal permanece sempre o mesmo na sua essência, não se 
ensimesma, o homem tem a capacidade de ensimesmar‐se. O homem não se 
contentou mais em colher aquilo que a natureza lhe colocava à disposição. 
IV. A dimensão conceitual é singularidade do humano, enquanto o mundo do animal 
é um mundo sem conceito. 
V. A dimensão cultural é fruto do resultado da realização dos valores que o homem 
concretiza na prática transformativa da natureza. A cultura é, pois, uma extensão do 
homem na sua existencialidade. 
 
Estão corretos os itens 
 
a) I, II, III e IV. b) II, III, IV e V. c) III, IV e V. d) I, III, IV e V. e) II, III e V. 
 
04) Atente ao texto que se segue sobre a ‘função e o valor existencial da 
linguagem’. 
 
A linguagem é importante não só pela função descritiva e comunicativa como 
também pela função existencial. Com efeito, além de descrever objetos e comunicar 
sentimentos, ela serve ainda para testemunhar aos outros e a nós mesmos a nossa 
existência. 
 
Com base no texto de Mondin, analise as afirmativas a seguir sobre a linguagem 
humana: 
 
 
I. Torna o homem capaz de reorganizar a experiência vivida numa outra perspectiva 
e de dar-lhe novo sentido. 
II. Por meio da representação simbólica e abstrata, permite o distanciamento do 
homem em relação ao mundo e também é o que possibilita seu retorno a este 
mundo para transformá-lo. 
III. Abre-nosà realidade. Nela ouvimos, percebemos, conhecemos, esperamos, 
imaginamos, calculamos. 
IV. É o instrumento privilegiado da comunicação e, também, da presença da 
sociabilidade. 
 
Estão corretos os itens 
 
a) I, II e IV. b) II, III e IV. c) I, II, III e IV. d) I, II e III. e) III e IV. 
 
05) Observe o texto a seguir sobre a linguagem como atividade humana. 
 
As palavras e a linguagem não constituem cápsulas em que as coisas são 
empacotadas para comércio de quem escreve e fala. É na palavra, na linguagem, 
que as coisas chegam a ser e são. 
 
Com base no texto acima, examine as afirmativas a seguir sobre a linguagem 
humana: 
 
I. A linguagem humana em sua forma abstrata distancia o homem da experiência 
vivida, enquanto a linguagem animal objetiva a adaptação à situação concreta. 
II. A linguagem humana funciona como meio de comunicação do homem com o 
mundo e com o meio no qual vive, além de ser imprescindível à vida social, à 
política, à expressão do pensamento e das artes. 
III. A linguagem como atividade humana é o único instrumento na formação do 
mundo cultural, uma vez que permite ao homem se ater, apenas, ao mundo 
concreto material. 
IV. A linguagem humana se baseia em conceitos, e a linguagem de outras espécies 
animais, em sua riqueza de expressão, tem também um aspecto conceitual. 
 
Estão corretos os itens 
 
a) I, II e III. b) I, III e IV. c) I e II. d) II e IV. e) II e III. 
 
QUESTÕES APROFUNDADAS 
 
01) [...] a contraposição entre cultura e natureza é, em grande parte, fictícia. O 
homem “civil” se auto-representa fora da natureza, mas a própria natureza se torna, 
na experiência histórica, um modelo cultural consciente, uma escolha intelectual 
alternativa à da cultura. 
MONTANARI, M. Comida como cultura. 
 
O texto acima faz referência à oposição entre natureza e cultura. Considerando as 
suas aulas de sociologia, comente sobre a construção daquilo que é natural e 
daquilo que é cultural. É possível pensar o natural sem o cultural ou o cultural sem o 
natural? 
 
 
 
02) Leia a notícia abaixo e responda a questão que se segue: 
 
Brasil 27: Caso Cooperart-Poty 
 
Quem visita Teresina, no Piauí, tem como parada obrigatória o Polo Cerâmico 
de Poty Velho, um dos maiores patrimônios culturais da cidade, onde se transforma 
argila em arte. 
Dentre as 51 oficinas e 284 famílias que compõem o polo, destaca-se a 
Cooperart – Poty (Cooperativa de Artesanato de Poty Velho) pela sua história, 
contada por meio da coleção de bonecas "Mulheres do Poty", o carro-chefe da 
empresa, composta por cinco peças: a mulher religiosa, a do pescador, a da olaria, 
a ceramista e a das continhas. 
 
 
 
A que tipo de patrimônio cultural a reportagem acima faz referência? Patrimônio 
material ou imaterial? Justifique sua resposta. 
 
03) A capital do hambúrguer 
 
Na última década, São Paulo viu o hambúrguer virar mania. Das chapas das 
padarias, ele saltou para os cardápios das casas mais sofisticadas, onde passou a 
ser comido com garfo e faca e custar até mais do que alguns pratos. Agora, os 
excessos gourmets saem de moda para dar lugar a sanduíches menos 
complicados, quase retrô, feitos para ser devorados com as mãos. 
 
GALANTE, Helena. A capital do hambúrguer. Veja São Paulo. 10 jan. 2014. 
 
Apesar de incerta a sua verdadeira origem, o hambúrguer foi mundialmente 
conhecido devido às redes de fast-food norte-americanas. Como afirma a 
reportagem, em São Paulo – e também em outras cidades do país – esse tipo de 
alimento tornou-se bastante comum e apreciado. 
 
Explique, usando argumentos sociológicos, o fato de um alimento popularizar-se em 
um país que não é o seu de origem. 
 
04) No ano de 2010, a Folha registrou uma mesa na Bienal do Livro de São Paulo 
sobre a repercussão internacional da literatura brasileira. Milton Hatoum detectou 
uma melhora nos últimos anos, com a tradução de clássicos e autores 
contemporâneos (ele mesmo foi traduzido para 16 línguas): "O que tenho notado é 
que o interesse pelo Brasil tem aumentado porque hoje temos um maior destaque 
internacional. Mas o fundamental é a qualidade da obra. Cedo ou tarde, bons livros 
serão traduzidos". 
 
A julgar pela reportagem, os debatedores precisaram omitir um detalhe para 
sustentar seu diagnóstico. Trata-se do fato de que o escritor mais lido no mundo, 
cujas vendas já bateram a casa dos 100 milhões de exemplares em 150 países, 
traduzidos em 62 línguas, é o brasileiro Paulo Coelho. É provável que não se trate 
de esquecimento, mas da desconsideração pura e simples do pertencimento de 
Coelho ao domínio culto da literatura. 
 
PINHEIRO, F. A recusa acadêmica em entender Paulo Coelho. 
 
A divisão entre cultura erudita e cultura popular segue um certo padrão que é 
compreendido por Pierre Bourdieu através da noção de distinção. Levando em 
consideração essa noção de Bourdieu, explique por que a obra de Paulo Coelho 
não está inserida no “domínio culto da literatura” brasileira. 
 
05) Tenho uma filha, de sete anos e, ao chegar em casa depois da conversa sobre 
os índios, resolvi olhar o caderno dela para ver o que a professora havia feito no dia 
19 de abril. Fiquei surpresa quando vi a folha de xérox colada no caderno dela, com 
uma figura de índio numa oca, de arco e flecha, no meio de árvores, e escrito "para 
colorir", e mais abaixo, em letras grandes, "19 de abril: Dia do Índio!" Parece que eu 
havia voltado no tempo. Era só uma imagem, mas fiquei pensando que é esse o 
índio que ficará guardado na memória das crianças, como ficou na minha, aquele 
homem sorrindo, nu, que vive com os animais e mora em uma oca. (Marta, 
Pedagogia) 
 
BONIN, Iara Tatiana. Narrativas sobre diferença indígena: como se produz um 
“lugar de índio” no contexto escolar. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. 
 
a) Identifique, a partir do relato acima, três exemplos de uma perspectiva 
etnocêntrica utilizada para caracterizar os povos indígenas brasileiros. 
 
b) Aponte dois procedimentos capazes de eliminar visões etnocêntricas acerca da 
condição dos povos indígenas brasileiros. 
 
Anotações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÕES TRADICIONAIS 
 
Resposta da questão 1: 
[E] 
 
Resposta da questão 2: 
[B] 
 
Resposta da questão 3: 
[C] 
 
Resposta da questão 4: 
[A] 
 
Resposta da questão 5: 
[B] 
 
QUESTÕES CONTEXTUALIZADAS 
 
Resposta da questão 1: 
[D] 
 
Resposta da questão 2: 
[B] 
 
Resposta da questão 3: 
[E] 
 
Resposta da questão 4: 
[E] 
 
Resposta da questão 5: 
[D] 
 
 
QUESTÕES ESPECÍFICAS 
 
Resposta da questão 1: 
[A] 
 
Resposta da questão 2: 
[C] 
 
Resposta da questão 3: 
[D] 
 
Resposta da questão 4: 
[C] 
 
Resposta da questão 5: 
[C]

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