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Mindfulness pela percepção holística e metafísica - Tiberio Z

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Licensed to Flor - flordelceibo19@gmail.com
Prefácio do Autor 
 Olá, sou Tibério Z, metafísico e estudante da espiritualidade e estou 
imensamente grato de você estar aqui interessado em Atenção Plena, seja para aprender 
do zero ou para acrescentar algo aos conhecimentos que já tenha. Esse livro foi escrito 
de forma singela, mas muito amorosa, com a intenção de ser um curso teórico e 
prático sobre como aplicar a Atenção Plena no nosso dia a dia. 
 Espero que você esteja empolgado e aberto a todas as mudanças positivas que a 
Atenção Plena pode trazer para sua vida. Não é exagero dizer que ela mudou a minha 
em todos os aspectos! Praticar Atenção Plena é caminhar pela jornada de transformação 
da mente de um mal senhor para um bom servo à consciência. Vamos juntos? 
 
'Se quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá em grupo.' 
Provérbio Africano 
 
 Esse livro conta com três acompanhamentos, meu grupo no telegram, onde 
podemos conversar sobre atenção plena, a vida, o universo e tudo mais. Lá você 
encontra um resumo de todas as práticas apresentadas nesse livro, gratuito para baixar 
além disso, ganha o acesso à um grupo de meditação organizado especialmente para os 
meus alunos. Te espero por lá! 
Clique aqui para conhecer o curso de atenção plena online 
 
 
 
 
 
 
 
Licensed to Flor - flordelceibo19@gmail.com
https://t.me/joinchat/Qnrfy1OklbsdinSESJQYIA
https://www.tiberioz.com.br/curso-de-atencao-plena/
Prefácio da Editora 
 Conheci o trabalho do professor Tibério em uma dessas incríveis 
sincronicidades da vida. Eu estava fazendo o ~maravilhoso~ curso de Cristais dele e 
um dia pensei, 'nossa seria incrível trabalhar com esse cara!'. Na hora não entendi esse 
pensamento, pois minha área de atuação profissional era bem diferente das que um 
possível trabalho com ele exigiriam, então não dei ouvidos à minha intuição e deixei 
passar. 
 O Universo em sua infinita bondade, resolveu me dar uma nova chance e ao 
acompanhar o grupo do telegram do professor, li um comentário em que ele dizia estar 
precisando de alguém para ajudá-lo com seus textos, mas que sabia que o Universo 
agiria a favor, então me enchi de coragem e me candidatei à vaga. Felizmente, o 
professor, tanto quanto eu, acredita nas sincronicidades dos bons encontros e me 
acolheu muito receptivamente. 
 Assim nossa parceria começou e fico imaginando para além da terceira 
dimensão tudo que não precisou ser orquestrado para esse simples encontro. Aliás, 
tamanha simplicidade e fluidez me lembram que esse é o nosso maior tesouro e a nossa 
maior riqueza. 
 Esse trabalho, e por consequência, esse livro são tão valiosos em meu coração 
que não consigo nem quantificar. Aprendi muito e coloquei em cada linha mais amor 
do que já havia. Esse projeto nasceu porque quis nascer, certamente alguém no mundo 
precisa dele e eu fico imensamente grata de, juntamente com o professor Tibério, ser um 
instrumento dessa realização. 
 
Milena Rosa 
 
 
 
 
 
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Um parêntese 
 Vamos abrir um parêntese antes da introdução e de falar sobre a Atenção Plena 
em si, para primeiro entender o que é o cérebro. Desse modo, alguns conceitos que 
virão logo adiante ficarão ainda mais fáceis de serem compreendidos. 
 O cérebro é o equipamento físico que está no corpo físico e é utilizado pela 
consciência, que não está no corpo físico, para se manifestar na 3ª dimensão. A grande 
confusão da humanidade é que a maioria das pessoas se identifica com seus 
pensamentos. Elas associam que o que elas pensam é o que elas são, quando na verdade 
o que elas pensam é o resultado de uma produção mental do cérebro. 
 Ele é um computador biológico com a função de gerar pensamentos e aliás, faz 
isso muito bem e sem parar. Então, assim como o coração bombeia o sangue e os 
pulmões fazem as trocas gasosas, o cérebro cria pensamentos. E, assim como não 
podemos falar que somos nosso coração ou o sangue em nossas veias, nem os pulmões 
ou o ar dentro deles, não podemos dizer que somos nosso cérebro ou nossos 
pensamentos. 
 O desafio é quando esses pensamentos não são elevados e nos identificamos 
com eles, pois geram sentimentos que acabam por baixar nossa frequência energética, 
além de alterar nossas taxas hormonais. Na verdade, todo o corpo se modifica de acordo 
com o pensamento e o sentimento gerado quando nos identificamos com ele, quando 
acreditamos que somos ele. 
 Para nosso cérebro físico existem três tempos, passado, presente e futuro. 
Quando lembramos do passado, com frequência geramos sentimento de culpa e perda, 
que podem ser por algo que fizemos a alguém ou à nós mesmos. E quando pensamos no 
futuro, muitas vezes geramos um sentimento de ansiedade, vivenciamos mentalmente 
experiências que ainda não chegaram. 
 Estar mentalmente no passado e no futuro são as causas das maiores disfunções 
psicológicas, químicas e hormonais que podemos ter no corpo e essa está sendo a sina 
da sociedade moderna. Quando, para sermos saudáveis, o único tempo que a nossa 
consciência deveria estar presente é no tempo presente. 
 
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Módulo 1 – Introdução 
A origem da expressão Atenção Plena 
 Mindfulness ou Atenção Plena é a tradução da palavra Sati, um termo budista 
que surgiu da palavra Satti do sânscrito. 
 A palavra Satti é uma abreviação de Satipatthana, que é uma palavra constituída 
de dois elementos, Sarati e Patthana. 
 Sarati significa clareza mental, atenção no momento presente, estar 
consciente, vigilante e diligente. 
 Patthana significa proximidade, estabelecimento firme e estável, aplicação e 
fundamento. 
 Juntas essas palavras significam que através da intenção colocamos a atenção 
no momento presente, ou seja, a atenção plena se desenvolve através da vontade do 
observador de estar no momento presente. 
 A técnica de estar em atenção plena é o que vamos aprender a partir de agora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Budismo e Atenção Plena 
 Buda criou um método avançado de meditação ao qual deu o nome de foco 
quádruplo. Ele afirmava que se alguém desenvolvesse o foco quádruplo por sete dias 
alcançaria a iluminação, mas para chegar no resultado prometido por Buda o praticante 
deve vencer os cinco obstáculos preliminares: 
1- Desejo sensual; 
2- Má vontade; 
3- Preguiça e torpor; 
4- Inquietação e ansiedade; 
5- Dúvida. 
 E para abandonar os cinco obstáculos devem ser desenvolvidos os quatros 
fundamentos da atenção plena, que de acordo com Buda, são: 
1º Fundamento: Plena Atenção Sobre o Corpo; 
2º Fundamento: Plena Atenção (Consciência) às Sensações; 
3º Fundamento: Plena Atenção à Mente e aos Estados Mentais; 
4º Fundamento: Plena Atenção aos Assuntos do Dharma. 
 Agora vamos abordar cada fundamento resumidamente, mas eles serão 
desenvolvidos com mais profundidade dentro do contexto do curso. O primeiro 
fundamento nos fala da consciência plena sobre o corpo, ou seja, saber identificar cada 
desconforto, prazer, necessidade e emoção manifestada nele. Essa prática se torna um 
treinamento mental porque a atenção no corpo nos devolve para o presente, que é onde 
o corpo sempre está. 
 O segundo fundamento é atenção plena às sensações. Toda sensação física vem 
de uma emoção manifestada, então sempre vamos ligar a sensação à uma emoção 
anterior a ela. Nosso coração acelera quando sentimos raiva de alguém, ou seja, a 
emoção raiva desencadeou a sensação física. 
 É através da atenção plena que percebemos que o estresse gerado em nosso 
corpo é fruto das emoções densas que manifestamos. Essa clareza de saber associar 
sensações físicas e emocionais, umas às outras, saber identificá-las como uma via de 
mão dupla, nos permite mudar padrões de comportamento indesejáveis. 
 O terceiro fundamento é plena atenção à mente e aos estados mentais. 
Basicamente quer dizer estar atento ao queestamos pensando, ser o observador de 
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nossos próprios pensamentos. Ter a percepção se estamos pensando no passado, no 
presente ou futuro. Pois podemos passar o dia inteiro pensando em coisas negativas, 
gerando medo, raiva, escassez e nem percebermos que esse é o nosso padrão mental. 
 Além disso, o que pensamos está diretamente ligado ao que sentimos, inclusive, 
um modo simples de saber a qualidade de nossos pensamentos é perceber como nos 
sentimos na maior parte do dia. 
 Como estão interligados, pensamento e sentimento, facilmente ficamos presos 
em um looping mental que pode não ser positivo. Nesse looping, pensamento gera 
sentimento, sentimento gera sensação física, sensação física gera um novo sentimento e 
o sentimento gera um novo pensamento. 
 O quarto fundamento é a plena atenção aos assuntos do Dharma. Esse tópico 
está mais diretamente ligado ao Budismo e não foi considerado na adaptação ocidental 
da atenção plena. De maneira simples, podemos dizer que Dharma e Karma, são 
sistemas universais, onde o Dharma contabiliza toda ação positiva, toda ajuda e todo 
ato de bondade e o Karma todo ato prejudicial a algo ou alguém. 
 O Dharma e o Karma estão ligados à atenção plena, porque “somar pontos” em 
um deles está relacionado aos sentimentos gerados por nossas ações. Por exemplo, 
quando roubamos, nosso sentimento é de culpa e escassez, mesmo que de modo 
inconsciente, então somamos pontos no Karma. Já quando ajudamos, nosso sentimento 
é de generosidade e abundância, então vamos somar em nosso Dharma. 
 Mas embora, a atenção plena venha do Budismo, não precisamos ser budistas 
para praticá-la, nem sermos espiritualizados ou termos como objetivo atingir a 
iluminação espiritual. Pois como vimos, a conexão entre sentimentos, pensamentos e 
sensações atua diretamente sobre a vida de todos nós e através da atenção plena 
aprendemos a usar essa interação em prol da nossa qualidade de vida. 
 
 
 
 
 
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Como a Atenção Plena veio para o Ocidente 
 Nos anos 60 a humanidade presenciou o surgimento do movimento hippie, 
inicialmente nos Estados Unidos e depois se espalhando para o restante do mundo. Essa 
onda facilitou o intercâmbio cultural entre o Ocidente e o Oriente, em especial com 
a cultura indiana. Desse modo, muitas práticas de meditação chegaram aqui através de 
gurus que se tornaram muito populares na época. 
 O Dr. Jon Kabat-Zinn, professor da Universidade de Massachusetts, percebeu os 
efeitos positivos na redução do estresse nas pessoas que começaram a aderir a essas 
práticas meditativas. Então, adaptou o foco quádruplo Budista e seus quatro 
fundamentos, para uma técnica mais dentro do gosto da cultura Ocidental e chamou de 
Mindfulness, ou em português, Atenção Plena. 
 Como vimos, nessa adaptação ele retirou o último fundamento, Plena Atenção 
aos Assuntos do Dharma, por trazer conceitos ainda fora da visão materialista 
científica do Ocidente. Em substituição, foi introduzido o quarto conceito, prestar 
atenção aos conteúdos mentais, que se refere a estar atento à qualidade dos nossos 
pensamentos. Então, segundo o Dr. Jon Kabat-Zinn, os quatro conceitos da Atenção 
Plena, são: 
1- Prestar atenção no corpo; 
2- Prestar atenção em sensações e sentimentos; 
3- Prestar atenção na mente e na consciência; 
4- Prestar atenção aos conteúdos mentais. 
 Ele também foi o responsável pela criação do primeiro programa de Mindfulness 
no mundo. Seu programa original possui 8 semanas de práticas pré-estabelecidas e 
embasadas por seu estudo e pesquisa. Essa adaptação e organização facilitou a adesão 
por ocidentais, que costumam valorizar mais os conteúdos fixos, textos escritos e 
cronogramas. 
 Seu programa é utilizado até os dias de hoje por diversas universidades, 
profissionais da saúde, empresas e organizações como a Força Aérea Norte Americana. 
No Brasil, temos a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Universidade de 
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São Paulo (USP) como referências em pesquisa e oferecimento de ações envolvendo a 
atenção plena. 
 Sempre recomendo aos estudantes da atenção plena que busquem variadas 
fontes de estudo. Para quem é mais espiritualista, sugiro um templo budista, 
independente de religião, pois geralmente eles oferecem meditações diárias abertas ao 
público. 
 Para os mais céticos, sugiro o programa do Dr. Kabat-Zinn, alguma organização 
ou profissional que atue com a técnica. Sigam também neste curso comigo, pois abordo 
a atenção plena por um novo prisma, holístico e metafísico, mas de uma forma simples 
e descontraída. 
 Bom, agora sabemos que o movimento hippie, trouxe não somente sua 
contracultura no pós guerra, seu apelo por paz e amor e muitos psicodélicos, mas 
também a oportunidade de nos inspirarmos na milenar arte Oriental da meditação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Os benefícios da Atenção Plena 
 A atenção plena traz inúmeros benefícios para o corpo, mente e espírito, o 
principal deles é o relaxamento. Pois, sintonizando a mente no presente e em cada ação 
que estamos realizando paramos de ter angústia do passado e ansiedade do futuro, desse 
modo, todo o sistema relaxa. 
 Quando focamos a atenção naquilo que estamos fazendo, o corpo não tem tempo 
de produzir substâncias nocivas a ele mesmo. Ao contrário, por exemplo, se estamos 
lavando louça e começam a vir imagens do passado e se neste momento nos associamos 
à essas imagens, a consciência deixa de estar no presente, estamos então vivenciando 
um teatro mental. 
 Essas vivências imaginárias que criamos começam a modificar nossos padrões 
hormonais, nossas funções químicas e físicas, podendo culminar em quadros de 
ansiedade e tristeza. Quando estamos realizando uma tarefa e começamos a pensar em 
alguém que nos traz um sentimento nocivo, esse pensamento gera tensões que obrigam 
nosso corpo físico a trabalhar mais, a dilatar as artérias, o coração a bombear mais 
sangue e as taxas hormonais a mudar. 
 Essa tensão se retroalimenta e entramos em um círculo vicioso. Ao passo que, se 
tivéssemos apenas concentrado na tarefa, estaríamos completamente relaxados. Pois 
quando estamos focados em uma ação, o relaxamento é natural, nosso foco está no que 
estamos fazendo e não na associação com os pensamentos, que é a fonte de toda tensão 
gerada no corpo físico. 
 Um segundo benefício é o aumento de produtividade. Quando estamos 
realizando uma ação completamente focados, sem interferência dos pensamentos, a 
produtividade aumenta consideravelmente, porque todo nosso sistema está envolvido 
apenas em realizar aquela atividade. Lá no final do curso, vamos ter uma prática focada 
em exponenciar ainda mais esse resultado natural da atenção plena. 
 Outro benefício é melhorar o sistema imunológico. Pois, quando eliminamos 
todos os pontos de tensão do organismo, paramos de gastar energia à toa, criando uma 
reserva de energia física para combater os micro-organismos invasores. Já quando o 
corpo está constantemente tenso, gasta mais energia, reduzindo o que seria direcionado 
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ao sistema imune. Isso agravado pela péssima alimentação que a maioria de nós leva no 
Ocidente, com baixíssima reposição da energia física. 
 A criatividade é outro benefício que a atenção plena traz. Quando estamos 
focados completamente em uma ação, liberamos áreas do cérebro que estariam 
produzindo e associando pensamentos, com essa liberação podemos pensar de modo 
mais construtivo, trazendo soluções para os problemas. 
 Comumente as pessoas chamam esse processo de intuição, que nada mais é do 
que o cérebro trabalhando num subnível, ele gerando soluções e essas soluções 
emergindo no consciente como uma ideia, quando na verdade você simplesmente 
liberou espaço nele, o que tepermitiu acessar e processar uma nova informação. 
 O cérebro é como o processador de um computador, quanto menos comandos 
são dados, mais ágil ele fica. Mas quando inundamos esse processador de pensamentos, 
do passado ou do futuro, estamos sobrecarregando o sistema, reduzindo a capacidade 
dele de processar funções úteis, como soluções de problemas e planejamentos a médio e 
longo prazo. 
 A atenção plena também melhora o sono. Geralmente quem tem insônia, deita-
se e fica mergulhado em pensamentos, um levando ao outro sem parar e gerando uma 
cascata de reações físicas. Esse exemplo ilustra bem o que Buda falava sobre termos 
macacos incontroláveis na mente e o que a atenção plena faz é justamente nos ensinar 
a controlá-los, pode acreditar que ficará mais fácil dormir assim. 
 Esses são alguns benefícios que a meditação plena pode trazer, acredito que ela 
seja o melhor que podemos fazer por nós mesmos. Nascemos em uma sociedade que 
não nos ensina como funciona o cérebro, como controlamos o pensamento, nem como 
os sentimentos são gerados, por isso as pessoas estão cada vez mais tristes e deprimidas, 
simplesmente porque não sabem usar a máquina que possuem. 
 Vivemos dentro de um corpo físico, com um computador na cabeça que 
funciona de maneira descontrolada. Mas não podemos deixar que os pensamentos nos 
dominem, nós dominamos os pensamentos e assim também os sentimentos, e 
dominando os sentimentos, aumentamos nossa frequência energética e vibracional, 
atraindo o que for mais elevado para nossa vida, simples assim. 
 
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Como começar a praticar a Atenção Plena 
 Quando começamos a praticar atenção plena, alguns atributos nos ajudam a 
levar adiante esta resolução. Considero-os como pilares para a prática por sua 
importância na manutenção diária do compromisso que começamos a firmar, são eles a 
atenção, a intenção, a atitude e a compaixão. 
 A primeira é a atenção, vamos conversar mais sobre esse tópico tão fundamental 
mais adiante, mas por agora precisamos entender que temos a capacidade de 
direcionar nossa atenção, de colocarmos ela onde queremos. Isso nos torna o 
observador e como observadores temos distanciamento suficiente para decidir além dos 
nossos pensamentos automáticos. 
 É possível escolher pensar em algo ou não, mas precisamos praticar antes e 
estamos aqui para isso. Ao longo desse curso veremos várias práticas que exercitam 
essa habilidade tão fundamental de escolher conscientemente o que merece nossa 
atenção e o que não, pois a mente não tem filtro, ela apenas dispara os pensamentos e é 
papel da consciência fazer essas escolhas. 
 O segundo pilar é a intenção, que inicialmente pode ser confundida com a 
atenção, mas elas são diferentes. A intenção nasce antes, é a partir dela que 
direcionamos nossa atenção, porque mais do que a capacidade de fazer isso, precisamos 
antes querer. Então, por exemplo, temos a intenção de focar em um objeto, temos a 
intenção de não focar em um pensamento destrutivo, temos a intenção de focar em 
nossa respiração e através dessas intenções é que vamos direcionar nossa atenção. 
 Por isso, temos que ter a intenção de estar em atenção plena, a intenção de 
observar nosso corpo o tempo todo, a intenção de observar o nosso pensamento, a 
intenção de sermos o observador. Desse modo, saímos do modo automático e 
passamos a ir para o modo do querer, damos voz a vontade de nosso ser. 
 O terceiro pilar é a atitude, ou seja, decidimos estudar e praticar atenção plena, 
então vamos realmente fazer. Não desenvolvemos nossos músculos apenas lendo sobre 
musculação, sem treinar e praticar antes. Para a atenção plena vale o mesmo princípio, 
pois ela é um treinamento para o cérebro, por isso, tudo o que veremos aqui precisa da 
atitude de ser colocado em prática. 
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 E o quarto pilar, elemento chave pois sem ele não se pratica atenção plena, é a 
compaixão, a compaixão por si mesmo. Em nossa sociedade, colocamos uma pressão 
enorme em tudo o que vamos fazer, começamos a estudar algo e já temos que ser o 
melhor naquilo. Não há espaço para as falhas, rejeitamos os erros e os vemos como um 
sinal de fracasso. 
 Essa visão nos põe em um nível muito alto de cobrança e a questão é que não 
existe aprendizado sem erro, não há como termos boas ideias, saímos do automático, 
sermos criativos, sem abrir espaço e naturalizar o erro. O medo de errar leva à zona de 
conforto, porque a cobrança e a autocobrança são tão grandes a cada nova tentativa de 
aprendizado, que achamos melhor nem começar. 
 Na atenção plena, a compaixão por nós mesmos nos permite alinhar mais 
corretamente as expectativas, nós somos nós, não somos Buda e não precisamos ser, é 
irreal exigir a perfeição de si. Além disso, nosso progresso deve ser comparado a nós 
mesmos e não aos outros. Se meditávamos 30 segundos e agora meditamos 1 minuto, 
vamos comemorar! Fizemos um enorme progresso! 
 Não precisamos ser os melhores em tudo o que fazemos, o melhor pai, a melhor 
mãe, o melhor funcionário, o melhor líder, pois esse nível de exigência retira a leveza e 
a diversão de tudo. Não devemos fazer da atenção plena mais uma obrigação chata, 
precisamos encará-la como algo gostoso, como uma autodescoberta, sempre seguindo 
em frente, mas sem cobranças. 
 Pois essa pressão de sermos os melhores em tudo nos adoece, não temos que ser 
os melhores, temos que ser felizes. No fim tudo se resume a isso, qualquer dia desses 
todos nós vamos embora daqui e o que levaremos? Levaremos os erros, mas também os 
aprendizados ou só levaremos só medo de errar? Por isso, ressalto, não temos que ser os 
melhores, temos que ser felizes. 
 
 
 
 
 
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Meditação com foco na Respiração 
 Chegamos à nossa primeira prática, sim, já na introdução! Como mencionado, 
esse é um curso teórico, mas também prático e essa meditação que vamos aprender é 
simples, porém o princípio da atenção plena. Ela vai ser a âncora que te permitirá 
praticar tudo o mais que ainda veremos, por isso, não deixe para depois, vamos começar 
a praticar juntos agora. 
 Inicialmente, recomendo que se faça essa meditação por um a três minutos, não 
mais que isso, pelo menos uma vez ao dia. Pare tudo o que está fazendo, sente ou se 
deite confortavelmente, feche os olhos e simplesmente inspire e expire. Respire de 
modo lento e calmo, mas fluido e natural, enquanto faz isso, observe seus pensamentos, 
mas não se fixe neles, apenas os perceba surgindo, passando pela sua mente e então 
indo embora. 
 Continue inspirando e expirando, e se um novo pensamento surgir em sua 
mente, apenas o deixe passar novamente. Se em algum momento você perceber que foi 
longe nos pensamentos e não está mais prestando atenção na respiração, apenas retorne 
o foco para a respiração, sem julgamentos ou punições. 
 Sempre siga a lógica 'um pensamento roubou minha atenção, volto para a 
respiração', continue nesse processo pelos três minutos, mesmo que constantemente os 
pensamentos surjam e te roubem o foco. É assim mesmo, no início não parece fazer 
sentido permanecer na prática, mas persista um pouco a cada dia e verá aos poucos os 
resultados. 
 Lembre-se que é um treino, um processo, então, não se cobre, não se julgue e 
não fique irritado. Depois de tantos anos de pensamento descontrolado, você não espera 
conseguir domar sua mente na primeira tentativa, não é? Então use sua intenção para 
manter o compromisso e não esqueça de se divertir pelo caminho. 
 
 
 
 
 
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Módulo 2 – Conceitos 
O que é Meditação? 
 Podemos dividir a meditação em dois grandes grupos, a meditação passiva e a 
ativa. A meditação passiva é quando tiramos um horário do dia para ficar em uma 
posição x e praticar o ato de meditar, ou seja, paramos tudo o que estamos fazendo e 
vamos praticar aatividade de meditação. 
 Já a meditação ativa ocorre quando o corpo está acostumado com a meditação 
passiva, com as frequências cerebrais mais baixas que são alcançadas nesse estado e 
incorpora a meditação ao dia a dia. Desse modo, é possível meditar lavando louça, 
correndo, conversando com alguém ou fazendo qualquer atividade. Inclusive, grandes 
meditadores podem estar sempre em estado meditativo. 
 No Ocidente temos uma ideia equivocada do que é meditação, acreditamos que é 
o ato de ficar de olhos fechados, imóveis e sem fazer nada, mas não é isso. Meditação é 
o ato de controlar os pensamentos e conseguir colocar foco no que se está fazendo, é 
quando o pensamento silencia e esse silenciar não é forçado. 
 Uma parábola budista conta que o discípulo chegou para o Mestre e perguntou: 
'Mestre, qual é a coisa mais importante da vida'? O Mestre pegou a cabeça do discípulo 
e afundou em um tanque de água, quando ele estava quase se afogando, o Mestre o 
soltou. Desesperado, o discípulo levantou a cabeça e respirou profundamente. Então o 
Mestre falou: 'nesse momento o mais importante é a respiração'. 
 Com o pensamento ocorre o mesmo, não conseguimos parar de pensar, assim 
como não conseguimos parar de respirar. Por isso, não devemos tentar obrigar o cérebro 
a parar de pensar durante a meditação, ele foi feito para produzir pensamentos, ele pensa 
24 horas por dia e ao tentar pará-lo criamos resistências corporais. 
 A questão não é parar de pensar e sim não se associar aos pensamentos. Quanto 
menos nos associamos com eles, mais intervalos de silêncio criamos na mente e é nesse 
intervalo de silêncio que se atinge o estado de não ser. Nesse estado está a paz absoluta 
e com muito treino, podemos alcançá-la mesmo no dia a dia, pois o corpo e a atenção 
estarão na atividade, mas a mente estará no silêncio. 
 
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O que é Atenção? 
 A atenção é a concentração da atividade mental sobre um objeto determinado. É 
similar a usar um microscópio, quando isolamos todas as possibilidades e direcionamos 
o foco em apenas um ponto que escolhemos ver. 
 No dia a dia, podemos usar nossa atenção para desempenhar qualquer tarefa, 
como fazer um artesanato, lavar a louça ou se exercitar. Fechamos todo campo mental e 
visual e nos concentramos apenas no que estamos fazendo. Quando surge um 
pensamento, deixamos ele passar, não nos associamos, nem o deixamos se desenvolver 
e assim continuamos com a mente focada. 
 Muitas pessoas associam meditação e atenção plena com zerar os pensamentos 
ou com não fazer nada, mas obviamente não é isso. Durante milhares de anos, o cérebro 
evoluiu para produzir pensamentos que garantem nossa sobrevivência, com a atenção 
plena não estamos tentando obrigá-lo a deixar de pensar, estamos apenas treinando a 
atenção, treinando colocar o foco onde queremos. 
 Por isso que, mesmo sendo iniciante na prática, podemos treinar a atenção 
plena no dia a dia, fazendo o que normalmente faríamos em nossa rotina. Para isso, 
precisamos direcionar nosso foco para cada detalhe da ação. Quando um pensamento 
surgir, ignoramos e voltamos o foco para nossa atividade. 
 No começo virá uma enxurrada de pensamentos, temos apenas que deixá-los 
passar. Vamos sempre nos lembrar da frase 'um pensamento roubou minha atenção, 
volto para a respiração', que vimos na meditação anterior. A diferença é que agora a 
meditação é ativa e a atenção vai, portanto, para a atividade. 
 Colocar a atenção na tarefa que estamos realizando significa, sentir os objetos 
que estamos tocando, suas texturas, o cheiro que está no ar, sentir a própria respiração, o 
próprio corpo, sentir como está se sentindo. Isso é estar no presente, sentir o que 
realmente estamos sentindo no agora e não aquilo que nossa mente está produzindo. 
 Quando nos associamos com os pensamentos, estamos vivendo uma realidade 
virtual e, portanto, vivendo suas sensações que também são irreais. A única realidade 
que existe é a realidade do tempo presente, é a realidade que estamos sentindo agora. 
Por isso, o que sentimos é real desde que não sejam sensações físicas geradas a partir 
dos pensamentos. Ficamos tristes, nervosos, estressados, irritados, doentes, com dor e 
tudo isso é real sim, se for do agora. 
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 Outro ponto que gostaria de ressaltar é que a atenção vale para todos os tipos de 
sensações, não apenas as positivas, temos que focar nossa atenção em tudo que 
sentimos. Se no momento estamos irritados, não reagimos a isso, apenas observamos a 
irritação e a aceitamos. Ela já existe, portanto, não adianta lutar contra. 
 Apenas colocamos atenção nesse sentimento, percebemos onde ele se aloja no 
corpo, que tipos de pensamentos disparam com essa sensação. E ficamos nesse 
processo de se auto-observar. Quando damos esse passo para trás como observadores 
de si, o sentimento irá ensinar muito, deixará de ser um inimigo e passará a ser um 
mestre. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Quem é o Observador? 
 Falamos anteriormente sobre sermos o observador de nós mesmos, agora vamos 
além e entender quem é esse observador em última instância. Para isso, precisamos 
esclarecer o que é a consciência e essa é uma conversa mais metafísica. Peço, portanto, 
que se ao final não ressoar com você, tudo bem, apenas continue o curso. 
 Podemos dizer que a consciência é o espírito, é a alma? Sim. Mas podemos dizer 
que ela é o corpo físico? Não. O corpo físico é o instrumento para a consciência 
exercer seu papel aqui na terceira dimensão. O corpo é um robô biológico em que a 
consciência está ancorada e que ela anima. 
 Indo um pouco mais além, precisamos entender que tudo o que existe, seja 
cadeira, mesa, planta, eu ou você, é Deus, não existe nada fora Dele. Não há um Deus 
que está lá ou que está aqui, Ele está em tudo. Quanticamente falando, toda energia, 
todos os prótons, elétrons e nêutrons que existem nessa dimensão e em todas as 
dimensões, são Deus, compõe Deus. 
 Então tudo que existe é Deus no sentido energético e no sentido atômico, cada 
átomo é um pedaço Dele. Logo, não existe eu ou você individualmente, só existe a 
consciência unificada de Deus. Se conseguíssemos entrar 100% no micro ou nos 
afastássemos 100% no macro, no fundo, no fim, sempre encontraríamos um ponto e 
esse único ponto é Deus, por isso, tudo o que existe é Ele. 
 Mas então, por que Deus resolveu criar eu, você e tudo o mais? Porque só se 
desdobrando em infinitas possibilidades Ele poderia experimentar. Imagina um ser 
extremamente poderoso, com toda eternidade e com todo amor, mas sem poder trocar, 
Ele cairia no tédio, na zona de conforto se nada fizesse. Como a zona de conforto é a 
pior coisa que existe, Deus resolveu se desdobrar em pequenas consciências e se 
espalhar por infinitas dimensões para experimentar Ele mesmo. 
 Agora pense em um grande computador quântico, porque Deus é como um 
grande computador quântico, imagine tudo o que existe, em todas as dimensões, 
recebendo essas informações, esse fluxo constante, 24 horas por dia pelo infinito. 
 Deus recebe essas informações e elas vão modificando as formas energéticas 
Dele e Ele vai se abastecendo e criando mais informações. Ele cria e se abastece de 
informações sem parar. Nós nada mais somos do que fagulhas de Deus, receptáculos 
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de informações, como se Ele possuísse infinitos tentáculos, que vão recebendo 
informações de tudo o que existe, nós somos um tentáculo Dele, essa é nossa 
consciência. 
 Poderíamos aprofundar os conhecimentos sobre a consciência, mas por agora 
basta saber que esta consciência é uma fagulha de Deus individualizada em tudo o que 
existe. Como vimos, a consciência se manifesta na terceira dimensão ancorada no corpo 
físico, então ela vai comer, ela vai sair,ela vai ir ao cinema, ela vai se casar, ela vai 
namorar, ela vai ter filho, tudo isso para alimentar o banco de dados do Criador. 
 Mais especificamente falando da atenção plena, podemos dizer que se essa 
consciência está ancorada no corpo físico e se esse corpo físico possui um cérebro, é a 
consciência que deve dominar o cérebro e não deixar o cérebro correr sozinho, certo? 
 Essa consciência é o observador, ela tem que se pôr perante o cérebro e os 
pensamentos e selecionar aquilo que ela quer, o que é destrutivo e o que é construtivo. 
Ela é o filtro que vai escolher as informações que são positivas e que podem ajudá-la no 
desenvolvimento aqui na terceira dimensão, das negativas que devem ser descartadas. 
 No começo pode parecer impossível controlar os pensamentos, pois 
provavelmente estivemos sendo guiados pela mente até agora. Então nos sentimos como 
se estivéssemos em um mar agitado com ondas gigantes, mas quanto mais damos 
espaço para a consciência, quanto mais mergulhamos no fundo do mar, mais 
encontramos a paz. 
 Em cima têm todas essas ondas, essas revoadas de pensamentos, mas embaixo 
existe a paz absoluta, a paz que vem da consciência. E ela só existe quando 
aprendemos a controlar os pensamentos, sem isso não somos capazes de ter paz, e a paz 
é o bem mais valioso que temos. 
 Para finalizar, te convido a refletir quanto custa sua paz. Você já sentiu paz de 
espírito? Aquela paz em que internamente está tudo bem, que não importa o que se 
passa no exterior, não existe conflito, tensão nenhuma, só um estado de êxtase, um 
nirvana, uma felicidade plena. 
 E ela não vem da conquista de bens materiais, a paz vem do domínio do 
pensamento, do autodomínio, em ignorar o passado e o futuro e viver no presente. 
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Agora te pergunto, quanto custa sua paz de espírito? As pessoas costumam vender sua 
paz por muito pouco, mesmo sendo seu item mais valioso. 
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As duas flechas de Buda 
 As duas flechas é uma antiga parábola budista, e através dela vamos fazer um 
exercício mais filosófico e reflexivo, com grande potencial de impulsionar a atenção 
plena na sua vida. 
 Começaremos com dois exemplos, primeiro imagine que está andando na rua, 
então se desequilibra, cai e machuca o joelho, essa foi a primeira flecha. Então você 
fica muito chateado, sai praguejando e se perguntando por que aquilo foi acontecer logo 
com você, essa foi a segunda flecha. 
 Agora imagine que acabou de ser demitido, essa foi a primeira flecha. Então 
você foi para casa e ficou remoendo, com raiva e mágoa do que aconteceu. Uma semana 
se passou e ainda se sente triste e injustiçado, lembrando diariamente da demissão, essa 
foi a segunda flecha. 
 O que os dois casos têm em comum? A primeira flecha foi o destino, o universo, 
a vida quem mandou, pois, depois que ralamos o joelho não temos como voltar atrás, 
depois que somos demitidos, não há nada que possamos fazer. Já na segunda flecha, nós 
que escolhemos continuar sofrendo. 
 Buda falava que é impossível evitar a primeira flecha, mas é possível evitar a 
segunda. Sei que vocês estão pensando que não tem como não sentir dor, que é muito 
difícil não se entristecer com uma demissão, mas a questão não é deixar de sentir dor e 
sim a importância que damos para ela. 
 Quando um fato que nos desagrada acontece, não tem como o tempo voltar, é 
aquela história que já conhecemos do leite derramado. Então, se aconteceu e não temos 
como desfazer, por que se dar a segunda flechada? Ela não diminui o desconforto, só 
o aumento, portanto, aceite a primeira flechada e rejeite a segunda. 
 Mas o que esse ensinamento de Buda tem a ver com atenção plena? Tem que se 
você foi demitido na semana passada e seguiu a semana inteira remoendo esse fato, 
você deixou de viver no presente. Algumas pessoas fazem isso por anos, ficam dando 
essa auto flechada, relembrando aquilo que aconteceu e que não pode ser mudado, 
ficam se torturando com esse pensamento. 
 Aceitar a primeira flechada, que é da vida e inevitável, envolve a aceitação de 
que milhares de coisas vão nos acontecer, coisas que constroem e coisas que destroem. 
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Essas duas energias estarão presentes na nossa vida, na verdade, há potencial para 
acontecer de tudo, o possível e até mesmo o inimaginável, existem tantas probabilidades 
na vida, que chega a ser infinito. 
 E para que você não seja seu próprio algoz com a segunda flecha entenda que o 
que aconteceu, aconteceu! Não tem como mudar. Tenha seu tempo de luto, de 
absorver a ideia, de ficar triste, de deixar que vários sentimentos brotem, mas depois 
desse tempo siga em frente, não fique remoendo o que já aconteceu. 
 Portanto, use a primeira flecha para viver o que tem que ser vivido, melhorar 
algumas experiências e ter mais informações sobre a vida. E se pergunte em que 
situações está cravando uma segunda flecha em você mesmo, então em vez de se 
punir com ela, largue-a e pense como pode usar esse tempo e energia para melhorar a 
sua vida agora, não amanhã, nem ontem, hoje. 
 
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Módulo 3 - Fundamentos Básicos da Atenção Plena 
Prestar Atenção 
 Atenção é focar nossa consciência em uma única ação. Portanto, tudo o que 
fazemos, seja lavar a louça, escrever um relatório da empresa ou dirigir, deve ser o foco 
de nossa atenção no momento da ação e os pensamentos que surgirem simplesmente os 
observamos. 
 Não devemos tentar frear os pensamentos, mas sim jogar nossa percepção nas 
respostas orgânicas do corpo, ou seja, nas sensações das pontas dos dedos, no olfato, 
no paladar, na postura que o corpo está. Pois, os pensamentos começam pequenos e se 
ampliam gradativamente, mas quando o foco está no corpo, na tarefa ou na respiração, 
eles naturalmente diminuem e somem. 
 No começo, eles surgem em fluxos constantes, mas quando aprendemos a não 
focar neles, passam a existir intervalos de silêncio, ou seja, espaços de tempo em que 
os pensamentos não se manifestam. Com a prática, esse intervalo de silêncio irá crescer 
e é justamente neles que vamos experimentar uma sensação maior de relaxamento, de 
paz e plenitude. 
 O objetivo da atenção plena é aumentar os intervalos de silêncio, não importa o 
quão pequenos eles sejam no começo. Devemos treinar diariamente enquanto 
executamos algumas tarefas simples e assim progredir nem que seja 10 segundos a mais 
de silêncio por dia. Conforme ganhamos habilidade vamos ampliando esse treino para 
outras atividades da nossa vida. 
 Os pensamentos não deixarão de ter utilidade, mas sim serão usados com foco, 
para alguma atividade específica ou para resolver algum problema prático. Nesses 
casos, eles apenas deixam de ser automáticos, há atenção envolvida e sabedoria da 
hora de desligá-los e deixar a consciência agir. 
 Para chegar nesse ponto, começamos com o básico que é aprender a prestar 
atenção, por isso exercite esse primeiro fundamento. Pratique-o diariamente em suas 
atividades e evolua seus intervalos de silêncio. Paradoxalmente, é através do silêncio 
que a consciência fala conosco, você quem decide o quanto quer ouvi-la ou não. 
 
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Momento Presente 
 O segundo fundamento nos traz a ação de estar no momento presente como um 
caminho para a atenção plena. Para isso, precisamos ignorar qualquer tipo de 
pensamento que a mente produza em relação ao passado e ao futuro, sejam esses 
pensamentos, lembranças da infância ou uma tarefa que precise ser entregue. 
 Uma ferramenta para lidar com esses momentos é sempre se perguntar: 'Em 
que tempo eu estou? Então afirme: 'Eu estou no hoje, tudo está bem!' Repita quantas 
vezes forem necessárias no seu dia, quando vir um pensamento do passado, uma 
preocupação de algo no futuro ou mesmo para pensamentos negativos, de doença, 
pobrezae carência. 
 Pense 'Em que tempo eu estou? Eu estou no hoje, tudo está bem!' e volte para o 
presente. Mas lembre-se de não tentar chegar na excelência em um mês, é realmente 
treino, pois não fomos acostumados a usar o cérebro de maneira eficiente e para 
reaprender demora. Precisamos ter paciência e amorosidade conosco e saber comemorar 
as pequenas vitórias. 
 Estar no momento presente passa por cultivar o hábito de focar no que temos 
hoje, não nos deixarmos levar por medos de perdas, de falta, de escassez. Nunca deixe 
as projeções dos seus medos, ou seja, os medos criados na mente tomarem conta de 
você, sempre retorne seu foco para a situação que se apresenta no momento presente. 
 Na maioria das vezes nossos problemas são projeções de um passado que já foi 
ou de um futuro que nem chegou. Além disso, o único momento em que podemos fazer 
algo para resolver uma questão é no presente e talvez fugimos dele justamente por 
medo de resolver o que nos atormenta. 
 
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Não reagir aos pensamentos 
 Não reagir significa escolher não responder imediatamente aos pensamentos e 
sentimentos. E a palavra-chave aqui é escolher, pois podemos acreditar que nascemos 
ou não com o dom da não reatividade, mas a verdade é que, como tudo em nossa 
personalidade, é fruto de intenção e treino. 
 Um pensamento sempre vai nos ligar à um sentimento, podemos reagir a esse 
sentimento de maneira positiva ou de maneira negativa, a questão é que na maioria das 
vezes não temos nem consciência desse processo, a reação ocorre de modo automático. 
 Quando surge um pensamento de um trauma ou uma situação difícil pela qual 
passamos, se desencadeia um sentimento que já está relacionado a esse pensamento. 
Esse sentimento vai influenciar toda nossa química corporal, trazendo tensão e estresse, 
mesmo que a intenção inicial tenha sido reagir positivamente a ele. 
 Portanto, o treino agora é manter-se neutro em relação aos pensamentos, ser o 
observador, porque pode ser frustrante tentar reagir positivamente a algo e não 
conseguir. Por isso, antes de tentarmos direcionar nossa reação precisamos ter 
consciência dos pensamentos que as disparam, isso torna tão importante simplesmente 
observar. 
 Sim, não reagir também pode ser difícil. Se no começo conseguimos só observar 
e não reagir à 1 de 100 pensamentos do passado ou do futuro, já é motivo de 
comemoração, pois quer dizer que conseguimos praticar e aplicar a técnica com um 
pensamento. Reafirmo que não façamos cobranças pois elas levam à frustração. 
 Para ajudar nesse processo de manter-se neutro, precisamos entender que o 
pensamento passa. É um processo natural, se não nos apegarmos a ele, ele vai surgir e 
sumir naturalmente. Os pensamentos possuem início, meio e fim. 
 Com o tempo e treino, o intervalo entre os pensamentos vai aumentando, então o 
cérebro entende que não adianta lançar imagens, pois não vamos reagir a elas. Assim, 
a mente fica cada vez mais no presente e fatos que aconteceram no passado ou que 
podem acontecer no futuro, já não vão mais nos atingir emocionalmente como antes. 
 
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Não Julgar 
 Em algum momento das nossas vidas ligamos a chave do julgamento, passamos 
a julgar o que fazemos, pensamos, sentimos, tudo e todos. E geralmente, esse 
julgamento ocorre de duas formas, se acreditando que algo está certo ou se acreditando 
que algo está errado. 
 Fazemos julgamentos de beleza, essa mesa é feia, essa mesa é bonita, 
julgamentos de gosto, essa comida é gostosa, essa comida é ruim, julgamentos morais, 
isso está certo, isso está errado. De tal forma que se torna uma constante em nossa vida 
e assim, passamos a julgar o mundo e não a experimentá-lo. 
 Ao julgar como ruim uma fruta que nunca comemos, perdemos a chance de 
prová-la. Ao julgar uma pessoa por sua aparência, perdemos a chance de conhecer um 
ser humano que poderia ser extraordinário. Com esses exemplos, vemos que o processo 
de julgamento elimina as possibilidades de ampliar a nossa consciência, o julgamento 
nos afasta tudo e todos. 
 Lembra do primeiro fundamento visto nesse módulo? Não dê atenção aos 
pensamentos passados e futuros, dê atenção ao presente! Portanto, o exercício para 
praticar a atenção plena é não julgar nada nem ninguém, mas principalmente não julgar 
os pensamentos. 
 Quando damos atenção a um pensamento passado ou futuro é porque estamos 
associando um julgamento a ele e há grandes chances de ser um julgamento negativo, 
de que o que aconteceu foi ruim ou o que acontecerá será ruim. 
 Julgamos que se não tivermos aquilo que queremos, que se não recebermos a 
promoção ou que se não mudarmos de casa, não vamos estar felizes. Percebam como o 
julgamento está infiltrado em nossa mente e acaba por ser um processo automático e 
nocivo para nós. 
 Por isso, também vamos exercitar pensar em tudo como experiências, não 
importando se foram boas ou ruins e sim que as vivenciamos, pois viemos à Terra só 
para vivê-las. Quem coloca o julgamento, começa a determinar o que é bom e o que é 
ruim, é o ser humano. 
 Para ajudar a diminuir o julgamento ao outro, vamos tomar consciência que 
geralmente nós nos incomodamos muito com pessoas que são iguais a nós. Buda falava 
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do espelho, isto é, quando uma pessoa é muito parecida conosco, quando ela possui 
traços negativos muito similares aos nossos traços negativos, nos incomodamos com ela 
porque ela é um espelho das nossas sombras. 
 Então, na verdade, toda pessoa que nos incomoda, que nos faz reagir, é um 
mestre em nossa vida, porque nos dá a possibilidade de ver nossas sombras. Portanto, 
vamos utilizar positivamente essa oportunidade fazendo um autoexame em vez de 
cultivar o julgamento alheio. 
 Se julgamos alguém porque o achamos muito arrogante, temos que nos 
perguntar: 'Por que a arrogância dessa pessoa me incomoda tanto?' Pode ser uma 
verdade um pouco indigesta, mas a sombra que não temos não nos incomoda. Mas 
não julgue a você também por isso, como disse, são experiências e oportunidades de 
aprendizado. 
 A consciência se expande muito a partir desse processo de perceber que o que 
mais nos incomoda nos outros é aquilo que mais temos dentro de nós. Quando 
reconhecemos nossa sombra, os aspectos negativos de nossa personalidade, 
conseguimos então começar a mudar. 
 
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Coração Aberto 
 Esse quinto fundamento nos convida a fazermos o treino diário da atenção plena 
com o coração aberto, não com um sentimento de obrigação, mas como um 
experimento. Abrirmos o coração, testar e sentir em nossa vida as modificações que 
ela traz, sem julgamentos sobre o processo e os possíveis resultados. 
 É importante dedicar-nos à atenção plena um pouco todo dia, pois é na vivência 
que realmente conhecemos algo. Com certeza aprendemos somente em ler sobre a 
técnica, mas nem perto do que podemos conquistar e expandir a colocando em prática. 
 Em uma sociedade que não ensina e valoriza o controle mental, estudar e 
praticar a atenção plena é um ato de autocuidado, coragem e humildade. Pois, no 
processo, precisamos reconhecer nossas limitações, tentar novamente a cada falha e 
priorizar a saúde de nosso ser em prol de outras possibilidades. 
 Estar de coração aberto é pensar 'O que posso melhorar? Que erros posso não 
mais cometer'? O comum é jogarmos para debaixo do tapete as experiências 
traumáticas, tentar não pensar no que nos dói ou em partes de nós que não gostamos 
tanto. Na atenção plena precisamos encarar esses pensamentos, para através do não 
julgamento, deixá-los ir. 
 Quando olhamos sem julgamentos nossa sombra, nosso trauma ou nossa dor, 
trazemos luz a eles, pouco a pouco aceitamos que vivemos aquilo, que nos modificou, 
mas passou e que agora pode ir, não precisamos mais guardar dentro de nós. 
 Todo esse processoexige muita paciência com nós mesmos, não somos uma 
máquina que se desprograma e programa imediatamente, muito foi acumulado dentro 
de nós durante toda nossa existência. É preciso um coração aberto pois as mudanças 
podem parecer lentas em uma sociedade tão imediatista. 
 Te convido agora, a definir uma característica que quer mudar e então tentar ser 
um pouco melhor nela a cada dia. Sem obrigação de conseguir, não se frustre se você 
falhar, apenas preste atenção nesse aspecto de coração aberto. Buscando mudar um 
pouco a cada dia, você vai se tornando um ser com a consciência mais expandida, um 
ser mais centrado, um ser mais dentro daquilo que sonha para si mesmo. 
 
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Módulo 4 - Bons Hábitos 
Ser e Fazer 
 Nesse módulo vamos acompanhar 8 bons hábitos que sugiro serem 
desenvolvidos para favorecer e potencializar a prática da atenção plena. Claro, sempre 
respeitando a vontade e a disponibilidade de cada um. Na sequência da explicação de 
cada hábito haverá um exercício para orientar a aplicação dele no dia a dia. 
 O primeiro bom hábito é praticar o ser e o fazer. O ser é um estado natural, todo 
mundo é, mas na sociedade moderna, temos a crença de que se não fazemos algo, não 
somos nada. Poderíamos passar a vida inteira contemplando árvores, rios, vivendo de 
forma retirada, fazendo nada, e ainda sim, continuaríamos sendo. 
 Nossa consciência continua existindo, não importa se fazemos algo ou não, 
continuamos sendo um ser importante, relevante, uma fagulha de Deus no Universo. 
Porém, nossa organização social programa as pessoas para acreditarem que se não 
produzem, não valem nada e isso é uma grande mentira. 
 Então essa é a primeira ilusão que devemos quebrar, não precisamos o tempo 
todo estar produzindo para sermos alguém. Obviamente, para nossa subsistência 
material, para termos uma vida harmoniosa, vamos ter que realizar algumas ações, 
trocas materiais com outras pessoas e isso de modo algum é um problema. 
 O problema é que esse estado de fazer está na nossa vida de modo 
descontrolado. Não temos um momento de descanso, de relaxamento, não 
conseguimos nos permitir não fazer nada nem por um instante, temos que estar 
produzindo como uma máquina o tempo todo. 
 A maioria de nós separa cerca de 8 horas diárias para trabalhar ou produzir de 
alguma forma, então o expediente acaba e não conseguimos parar, nosso cérebro 
continua produzindo. Nem que seja em pensamento, pois o fazer nem sempre é uma 
ação física, pode ser não conseguir parar de projetar o futuro e criar planos, mesmo 
quando visivelmente isso não é eficaz ou produtivo. 
 Quantas vezes tentamos resolver um problema na mente? Mesmo sabendo que 
sua solução demanda um recurso prático ou que não depende de nós. Contra toda a 
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lógica, continuamos a tentar resolvê-lo através de pensamentos repetitivos e teimamos 
em chamar isso de produtividade ou dedicação. 
 Viver esse padrão distorcido da sociedade está nos enlouquecendo, não temos 
um momento de ser. Sentimos quase como uma heresia ter um tempo de relaxamento 
ou apreciação. E isso causa um desgaste enorme de energia psíquica e física, além de 
ser um curto caminho para a ansiedade. 
 Se observarmos a natureza, veremos que uma leoa tem momentos de fazer e 
momentos de ser. Se está com fome, ela caça uma zebra, se alimenta e depois 
simplesmente fica em estado contemplativo. Aliás, os animais em geral se permitem, 
sem culpa, ficar nesse estado. 
 A natureza é contemplativa, tudo o que existe é para sentirmos, para vivermos, 
mas o estado frenético de fazer não nos permite. Seria como uma leoa que não para de 
caçar, abate uma zebra, mal termina de comer e caça outra. 
 Se observarmos a expressão das pessoas por aí, veremos que muitas estão 
caçando o tempo todo e tensas, isso quando já não estão desgastadas, deprimidas, 
saturadas do fazer. Por isso, esse primeiro bom hábito é um convite para quebrarmos 
esse paradigma e assim como os animais, nos permitirmos ter momentos de 
simplesmente contemplar nossa existência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Exercício Ser e Fazer 
 O primeiro passo é diferenciar em qual momento você está produzindo algo e 
em qual não está. Porque os momentos que você for produzir algo, que está no modo 
fazer, você tem que estar 100% focado naquilo que está fazendo e quando você 
determinar que está no modo ser, você tem que ignorar completamente o fazer. 
 Na prática, quando está trabalhando ou em outras tarefas, já identificadas como 
o seu fazer, você se concentra no presente e faz tudo bem feito, o seu melhor mesmo 
que não goste da tarefa. Mas, acabado o horário de fazer, você deve entrar no modo ser. 
 No modo ser, você se recusa a pensar no fazer, a deixar a mente trabalhando. 
Faça isso com a consciência de quem já desempenhou seu papel no fazer e deu o seu 
melhor, portanto pode simplesmente ser por um tempo. 
 Agora vem o desafio para o ocidental, como só ser? Você pode fazer nada, pode 
meditar, pode ficar em estado contemplativo ou pode fazer algo com a condição de que 
te dê prazer, mas um prazer real, que nutra o seu ser, não vale ficar nas redes sociais 
com a desculpa de que gosta disso. 
 O fazer que está relacionado ao ser não está atrelado à uma recompensa. 
Estamos acostumados a fazer algo pelo ganho que podemos obter, seja o salário, um 
elogio ou um like. O ser te convida a experimentar fazer algo para você mesmo, por 
fazer, apenas por prazer, sem a pretensão de ser bom, útil ou ficar bonito. 
 Você gosta de cantar, cante. Você gosta de dançar, dance. Você gosta de montar 
quebra-cabeças, monte. Você gosta de um assunto, estude, mas sem ser para aumentar o 
currículo. Faça pelo prazer em si, não por algum objetivo posterior. 
 Obviamente aqui na terceira dimensão não é possível ser 24 horas por dia, 
precisamos trabalhar, trocar com as pessoas os nossos serviços. Precisamos do modo 
fazer, mas acabado esse tempo de troca com a humanidade, precisamos também saber 
entrar no modo ser. 
 Faça o treino diário de desligar o modo fazer e ligar o modo ser. Para trazer 
essa consciência, utilize a pergunta 'Eu estou sendo ou fazendo?' Se estiver fazendo, 
foque sua atenção em fazer o melhor possível. Se estiver sendo, então se permita 
aproveitar o prazer que vem do ser. 
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Aceitação 
 A aceitação é um bom hábito que devemos cultivar no caminho da Atenção 
Plena, mas aceitar as coisas como elas são pode ser bem desafiador para o nosso ego. 
Quando toco no assunto a primeira coisa que ouço é 'ah, mas esse mundo é muito 
injusto e eu gostaria que fosse diferente'. 
 Porém, a difícil verdade para nossos egos, é que não importa o que gostaríamos, 
o mundo é o que é e ponto final. Sei que é um desafio assimilar que não temos controle 
sobre o mundo, mas a não aceitação apenas nos traz sofrimento, não nos torna um 
objeto da mudança. 
 Observe como a queixa vem sempre no futuro, 'eu gostaria que o mundo fosse 
diferente, que minha vida fosse diferente', e isso não é à toa, pois o futuro não existe e 
só podemos agir no presente. E falando assim, será que estamos querendo ser parte da 
mudança ou só queremos reclamar? 
 Se pôr em um papel de vítima nunca resolveu problema nenhum, precisamos 
aprender a olhar o agora mais friamente. Se questione: 'O que a vida está me dando 
agora?' Responda sinceramente e sem drama, então pense: 'Bom, a vida está me dando 
isso, como eu resolvo?' Esse é o tipo de mentalidade que te permite chegar na solução. 
 Pois, o único modo de resolver algo é olhando de frente, vendo realmente como 
a situação é, sem as nossas projeções, para a partir daí utilizar a consciência e chegar 
na solução mais satisfatória, e isso passa totalmente pelo processo de aceitação. 
 Sempre haverá esses dois caminhos mentaisfrente às situações desafiadoras, o 
do vitimismo e o da autorresponsabilidade. E a verdade é que os problemas humanos 
são sempre muito parecidos, o que nos diferencia é qual caminho escolhemos. 
 Quando culpamos a vida, tendemos a não fazer nada para mudar e não é dessa 
aceitação que estou falando. Estou falando da aceitação que escolhe não sofrer e se 
coloca numa posição de mudança e resolução. E só chegamos nesse nível de 
profundidade de resolução de problemas através da aceitação. 
 A vida não é pessoal, por isso não adianta cultivar raiva acreditando que ela é 
injusta, pois ela não é. Ela simplesmente lança informações e acontecimentos, de acordo 
com o que precisamos, há na vida uma sabedoria intrínseca muito maior que nós. 
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Exercício Aceitação 
 Uma maneira bem simples de começar a “virar a chavinha” da aceitação é 
independentemente se a vida te mandou sol ou chuva, uma situação boa ou ruim, você 
repete para si, 'eu aceito'. Só isso! Se está tendo um dia maravilhoso, repita 'eu aceito'. 
Se está tendo um dia ruim, repita igualmente, 'eu aceito'. 
 Facilita muito esse processo quando entendemos o fluxo natural de tudo, pois no 
Universo nada é linear, sejam as situações, a vida ou a natureza. A linearidade é uma 
percepção limitada do nosso ego, isso significa que naturalmente, tudo tem altos e 
baixos, tudo oscila e se modifica, como o verão e o inverno. 
 Nossa vida também não é linear, ela é mais como uma onda e sendo assim terá 
horas em que estaremos no alto, no pico e horas em que estaremos embaixo, no vale. 
Assim como as estações, às vezes seremos verão, recebendo um fluxo positivo de 
energia, às vezes seremos inverno, quando essa onda começa a cair e então recebemos 
um fluxo negativo de energia. 
 Mas essa característica de impermanência não é algo ruim, pois é o contraste 
que nos dá as sensações, nunca sentiríamos alegria se não soubéssemos o que é a 
tristeza, não saberíamos o que é a saúde se não conhecêssemos a doença. A vida precisa 
criar contrastes para vivenciarmos tudo o que existe. 
 Então cabe a nós aceitar essa sabedoria universal, de que a vida não é feita 
apenas de verão, nem todo dia é de sol. Na vida, existem micro e macro períodos de sol 
e de chuva, por isso, quando estiver tudo fluindo, dando certo, aceite. E quando tudo 
estiver meio travado, dando errado, aceite também, pois faz parte do fluxo. 
 Mas se a aceitação for muito desafiadora para você, comece com coisas simples, 
por exemplo, você está tomando leite, o copo cai e quebra. Dá para você refazer o copo 
quebrado? Não, não dá, então aceita. Vai lá, limpa a bagunça sem reclamar e segue a 
vida. 'Ah, mas era o copo que eu amava'. Paciência, ele quebrou, aceite isso. 
 Então, pratique a aceitação minuto a minuto do seu dia, cada vez que uma coisa 
negativa acontecer, pare e pense 'eu aceito'. Pare de lutar com os pensamentos, de lutar 
com as pessoas mentalmente, de lutar com a vida. Aceite o que a vida traz e encare tudo 
como experiências que vão te levar à uma consciência maior. 
 
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Paciência 
 Sabemos que nós, humanos, somos parte da natureza, o que nem sempre 
percebemos é que a realidade que nosso cérebro cria não faz parte dela. Por isso, nem 
estranhamos quando queremos tudo para hoje, para o ego é um sofrimento a ideia de 
esperar até amanhã. 
 Um exemplo disso é a quantidade de pessoas endividadas que existe. Isso 
ocorre, em sua maioria, porque o desejo de comprar algo naquele momento é tão 
grande que se gasta o que não se tem, mesmo quando se sabe das consequências. 
 O ego sem controle atrapalha muito nossa vida, porque ele não quer esperar, não 
aceita o tempo necessário para algo acontecer e esse querer para hoje é contrário às leis 
naturais. A natureza não tem pressa, tudo tem seu tempo para existir e ela é paciente 
em suas criações. 
 Um bebê demora 9 meses para nascer, uma macieira precisa de pelo menos 3 
anos para dar frutos, a Terra demora 365 dias para dar uma volta em torno do Sol. Isso 
mostra que a paciência é fundamental para realizarmos nossos projetos, uma vez que 
fizemos o que havia para ser feito, precisamos esperar o Universo agir, esperar 
acontecer. 
 Se plantamos uma macieira, não adianta apressá-la, a maçã não virá mais rápido 
porque desejamos. O ego, porém, não quer esperar e esse tipo de sensação pode levar a 
duas ações. Nem se planta pensando em como vai demorar para desfrutar da maçã, ou 
seja, nem se inicia um projeto por conta do tempo que pode levar para realizá-lo ou se 
planta a macieira, mas se desiste no meio do caminho, achando que a maçã nunca virá. 
 O projeto pode estar andando, a macieira brotando e virando uma pequena 
árvore, mas a expectativa da maçã ainda não se realizou, o projeto mental da maçã 
começa então a se tornar uma frustração para o ego, nesse ponto a maioria das pessoas 
desiste de seus projetos. A maçã está a caminho mesmo que elas não vejam, mas não há 
paciência para esperar. 
 Na Grécia Antiga, se difundiu o conceito de psiquê, ou seja, algo que permeia 
tudo o que existe, trazendo consciência a tudo, uma psiquê única, seja uma mesa, uma 
cadeira, eu ou você. A psiquê que há em tudo controla as sincronicidades que 
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ocorrerão por nós e através de nós. Sincronicidade é um conceito junguiano para definir 
acontecimentos que ocorrem por significado e não por uma relação causal. 
 Por exemplo, alguém precisa de um produto específico para solucionar um 
problema que possua, de repente num dia qualquer, aparece no caminho dessa pessoa 
alguém que oferece o produto. A pessoa que vendeu estava precisando muito do 
dinheiro, desse modo, o Universo, com uma única ação beneficiou duas pessoas. 
 A psiquê controla todo esse movimento complexo do Universo e para promover 
suas sincronicidades ele precisa de tempo. Quando paramos para observar fica claro, 
que o Universo está sempre agindo, unindo a pessoa A com a pessoa B no momento 
exato de suas necessidades, orquestrando situações perfeitas, mas não temos paciência 
de esperar, queremos resolver tudo para ontem, não é? 
 Antigamente, quando se estava mais conectado com os ciclos da natureza, e 
ainda hoje, quem trabalha diretamente com ela, consegue ter uma noção maior do 
tempo, pois sabe que quando se planta, não há outro modo além de esperar frutificar. 
Mas nas cidades, se está perdendo essa noção, não desenvolvemos a paciência e por isso 
nos sentimos muito angustiados constantemente. 
 Isso se estende para tudo na vida, se o projeto é meditar, logo nos frustramos 
pois não nos tornamos exímios meditadores em um mês. Mas se passamos anos 
fazendo mau uso do cérebro, não podemos querer que em um mês meditar seja um 
hábito já consolidado como escovar os dentes. 
 O ego não aceita que desenvolver uma nova habilidade é um treino lento, como 
aprender um esporte, um instrumento ou uma nova língua. Não existe mágica no 
universo, por isso, não busque fórmulas prontas. Principalmente quando se tem contato 
com o espiritual, pode-se acreditar que tudo se resolverá como um milagre, mas esse é 
um pensamento infantil. 
 A criança por ainda não ter noção de como está estruturada a sociedade, quando 
ganha um brinquedo, acredita que ele simplesmente brotou ali. Ela ignora que o 
brinquedo foi produzido, vendido, comprado e que tudo isso exigiu tempo e esforço. 
 Muitos de nós cresce ainda com essa visão infantil, com a ilusão de que tudo vai 
se resolver em um passe de mágica, sem tempo e dedicação próprias, mas tudo exige 
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uma ação. Por isso, tantos buscam nas religiões soluções imediatas para resolver os 
problemas que eles próprios levaram anos criando. 
 Também é importante ter clareza de que semente estamos escolhendo quando 
plantamos. Se o objetivo for colher maçãs, não adiantaplantar alface. Por mais óbvio 
que seja dizer isso, quantos de nós não insiste anos a fio nesse erro? 
 Mas uma vez se tendo certeza de ser a semente certa, os próximos passos são 
estudar o melhor modo de fazer essa semente frutificar, agir de acordo e então esperar 
o tempo do Universo de fazer todas as coisas acontecerem. 
 Quando o ego começar a tomar conta e a paciência vacilar, lembre-se que o 
Universo sabe o que é melhor para nós. Deus é puro amor, portanto é inadmissível crer 
que Ele queira o mau de alguma das suas criações. Ele tem o tempo dele, a natureza tem 
o tempo dela e só cabe a nós ter a paciência de esperar. 
 Ser paciente pode parecer difícil, mas não ser é muito mais. Quanto menos 
paciência temos, mais angústia sentimos, mais neuroses desenvolvemos e maior a 
chance de nossos projetos falharem, isso quando nos permitimos começá-los. 
 A natureza pode ser uma grande fonte de inspiração, seja em uma pedra virando 
areia, seja numa planície virando montanha, num córrego virando rio, num bebê sendo 
gestado. A natureza nos ensina diariamente que com ação, tempo e paciência, tudo 
pode existir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Exercício Paciência 
 Pode parecer uma antítese, mas uma forma muito eficaz de treinar a paciência é 
estando em situações de impaciência. Portanto, aproveite esses momentos que surgem 
naturalmente e quando se perceber impaciente, ansioso, angustiado, repita para si 
'paciência, paciência, paciência', como um mantra. 
 Por exemplo, você está na fila do banco e há dez pessoas na sua frente, você 
poderia ficar impaciente, então nesse momento, repita mentalmente 'paciência, 
paciência, paciência'. Com o tempo esse exercício vai trazendo a clareza da 
arrogância que é querer que tudo funcione no nosso tempo, querer prioridade de 
atendimento e situações privilegiadas. 
 Esquecemos que vivemos em sociedade e precisamos esperar nossa vez e que 
também há a vez do outro. A paciência nos coloca no nosso lugar, porque o ego 
encontra mil desculpas e justificativas para ter vantagens, 'eu tenho que ser atendido 
primeiro pois estou atrasado para outro compromisso'. Paciência! 
 Outra ótima fonte de exercício da paciência são os engarrafamentos no trânsito. 
Não importa com quanta pressa você esteja, você pode gritar, ficar bravo, querer 
avançar o carro em cima do outro, ainda continuará preso no engarrafamento e terá que 
esperar sua vez de andar. 
 Aproveite essa oportunidade, pois a vida praticamente está te forçando a 
aprender a esperar. Quando começar a vir a ansiedade e a raiva, repita o mantra da 
paciência. No começo é difícil, mas pouco a pouco, você vai doutrinando a mente, 
fazendo ela entender que precisa esperar sua vez para tudo. 
 Esse entendimento favorece a Atenção Plena, pois geralmente quando não temos 
paciência, estamos projetando o futuro, 'estou no banco, mas gostaria de estar no 
trabalho', 'estou no inverno, mas gostaria de estar no verão'. Mas você está onde está, 
admita que você está no banco, admita que ainda é inverno. A verdade é que não é estar 
em outro lugar ou em outro momento que te traria paz. 
 Então foque sua mente no presente, relaxe, relaxe os ombros e repita o mantra da 
paciência. Depois de algum treino você começa a ver que pode aproveitar esses 
momentos para ser mais feliz. É sempre uma questão de escolha tornar um momento 
desafiador, que não pode ser evitado, no melhor possível. 
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 Se estiver paciente, você pode estar parado no trânsito, relaxado, escutando uma 
música, praticando um exercício de respiração ou cantando com o rádio. E quando for 
contabilizar todos os momentos da sua vida, os momentinhos alegria e prazer, serão 
maiores que os de aborrecimento. 
 
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Confiança 
 Você acredita que quando uma águia pousa em um galho, ela tem medo do galho 
quebrar? Não, ela não tem. Ela confia em suas asas e sabe que mesmo que o galho 
quebre, ela pode sair voando. 
 Então a partir dessa pergunta vamos refletir sobre a falta de confiança, que penso 
ser sempre, na verdade, falta de acreditar que existe um ser consciente por trás de todo 
Universo, que controla tudo e que quer o bem de todo mundo, o que gera, por 
consequência, uma falta de confiança em si mesmo. 
 O Criador está por trás de tudo, porque Ele é tudo que existe, como vimos, Ele é 
cada átomo, próton, elétron, cada quark e além. E se Ele é tudo, não vai querer para si 
algo que O faça infeliz, Ele quer abundância, amor, alegria, quer o melhor para Ele 
mesmo. 
 O que impede as pessoas de vivenciarem o melhor é a falta de confiança nelas e 
na vida. E confiar é parar de por pressão. Se eu confio que o arroz vai cozinhar em 15 
minutos, eu não fico a cada 2 minutos verificando se ele está cozinhando mesmo, eu 
coloco o arroz no fogo e sei que a natureza se encarregará do restante. 
 A confiança traz um senso de relaxamento, faz com que paremos de ficar 
projetando o futuro e lembrando do passado, cria um sentimento de que tudo flui como 
tem que fluir, como Deus quer. Por isso a falta de confiança está atrelada à falta de fé. 
 Quando observo pessoas falando 'eu acredito em Deus' e percebo na vida delas 
uma total falta de confiança, que colocam pressão em tudo o que fazem, que querem a 
vida do jeito delas, vejo que é uma fé vazia, uma fé da boca para fora. 
 Quando confiamos totalmente em Deus, não existe motivo para acordar da cama 
tenso, não há motivo para exigir do Universo o que se quer, porque Ele sabe o que é 
melhor para nós. Se Ele mandar chuva, é chuva o melhor, se Ele mandar sol, é sol o 
melhor. 
 Essa confiança nos torna mais relaxados na vida, pois começamos uma ação, 
fazemos o possível dentro da nossa capacidade humana e então confiamos que o 
Universo vai pegar essa ação e vai nos levar para onde Ele quiser, não está mais sob 
nosso controle. Afinal, não sabemos quais são os planos Dele para Ele mesmo, ninguém 
sabe o que Ele quer experimentar através de nós. 
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 Certamente você consegue pensar em algo na sua vida, que aconteceu há muito 
tempo, mesmo que algo simples, como uma ida ao shopping ou à um show, mas que se 
não tivesse acontecido, não teria desencadeado várias outras ações, algumas de 
grande impacto na sua vida até hoje. 
 Dessa forma, percebemos como uma única ação é fundamental para que todas as 
outras ações aconteçam, mas a nossa mente não é capaz de processar a quantidade de 
variáveis que uma vida pode ter. E já que ela não é capaz de processar todas as 
sincronicidades, a única coisa que nos resta é confiar! 
 Confiar que existe uma consciência muito superior à nossa, com real 
capacidade de calcular os acontecimentos e tomar conta de tudo. Cabendo a nós 
simplesmente se dedicar para fazer um trabalho melhor, para ser uma pessoa melhor, 
estudar, estudar e estudar, então relaxar e entregar o restante para Deus e seu fluxo 
natural. 
 Não existe fé sem confiança e não adianta confiar só quando tudo está bem. 
Confiar é confiar até o fim, mesmo nos períodos de turbulência. Confiar na vida é saber 
que mesmo um grande problema desencadeia uma série de ações que sempre nos 
levarão à um lugar melhor, sempre. 
 Por isso, todo processo que possa parecer negativo em nossa vida, como uma 
doença, um desemprego ou o fim de um relacionamento, vão a médio e longo prazo 
desencadear outras ações com potencial positivo, apesar dos desafios iniciais. A 
natureza sempre encaminha todos os seres para um lugar melhor, mesmo que não 
consigamos enxergar ainda nessa vida. 
 Na verdade, podemos demorar várias vidas para lapidar situações ou 
características, talvez sem entender o porquê de determinados eventos, mas de repente 
em alguma vida, aqui ou em outro planeta, vamos entender que sem aquele evento 
passado, não teríamos chegadoao estado atual de desenvolvimento. 
 
 
 
 
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Exercício Confiança 
 Geralmente quando não temos confiança é porque estamos criando na mente 
uma imagem do passado de alguém que nos diminuiu ou de algo que fizemos e não deu 
certo. De alguma forma, essa imagem reverbera até hoje causando um pensamento de 
que não somos capazes de realizar e não há como ser confiante sem mudar esse padrão 
mental negativo. 
 Pense, qual a diferença entre uma pessoa que sabe fazer algo de uma que não 
sabe? A pessoa que sabe estudou, pesquisou, treinou, tem um conhecimento técnico 
sobre o assunto, mas mais que isso, ela confiou que podia. A pessoa que não sabe, não 
estudou aquele conhecimento específico, mas isso de maneira alguma quer dizer que ela 
não fosse capaz, talvez só tenha faltado confiança em si. 
 Percebam como é mais uma questão de confiança para começar do que de ter 
capacidade ou não. Muitas vezes nem começamos porque temos muitos pensamentos de 
incapacidade minando nossa mente. Você não consegue, por exemplo, ser um químico 
avançado, se não tiver se dedicado e estudado para isso, mas antes de tentar não tem 
como saber se você seria capaz ou não. 
 Pensamentos derrotistas, como a lembrança de algum familiar desacreditando de 
nossas capacidades ou uma experiência dolorosa em algum emprego podem rondar 
nossa mente, mas não podemos seguir deixando que eles influenciem nossas atitudes 
hoje. Eles referem-se somente à uma situação do passado, o que importa é o que 
podemos fazer agora. 
 Portanto, pare de rotular que não consegue, que não é capaz de algo. A confiança 
vem principalmente do seu estudo e da sua pesquisa. Para ser confiante, domine o 
assunto que é mais importante para você no momento, estude, pesquise e pratique. 
Depois de um tempo esse conhecimento vai estar dentro de você e então será um 
processo natural se sentir mais confiante a partir dele. 
 Durante esse caminho, o exercício que sugiro, é policiar constantemente sua 
mente para quando vir um pensamento negativo, imediatamente lançar um positivo em 
cima. Por exemplo, pensou 'eu não posso', imediatamente pense, 'eu posso'. Pensou 'não 
consigo', coloca um 'eu consigo' por cima, pensou 'eu sou um inútil', pense 'eu sou útil 
como tudo o que existe na natureza'. 
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 Cada vez que vier um pensamento que vai tirar sua confiança, te depreciar, te 
jogar para baixo, use essa técnica de rebater a afirmação negativa com uma positiva, 
não se deixe convencer pelo pior. Se te deram uma tarefa desafiadora, sua mente vai 
falar 'você não consegue fazer isso', então imediatamente lance o pensamento em cima 
'sim, eu posso fazer isso, eu consigo'. 
 No começo pode ser difícil, pois sua mente já está habituada a você se associar 
com pensamentos ruins sobre si, mas conforme vai deixando de se associar, o cérebro 
vai entendendo que esse tipo de pensamento não ressoa mais, que não é para ele ficar 
lançando isso na sua mente. Então, aos poucos os pensamentos negativos vão se 
silenciando e se atenuando. 
 Repita para si 'eu posso tudo, sou capaz de tudo'. E, na verdade, todos podemos 
tudo, desde que estudemos e tomemos ações rumo a fazer o que queremos. Claro, seja 
coerente com as possibilidades, não adianta se dizer capaz de construir um foguete, sem 
o conhecimento especializado, sem a matéria-prima, e no caso, talvez um emprego na 
Nasa. 
 A questão é que depreciamos até mesmo as coisas mais simples em nós. Você 
quer cozinhar algo diferente, mas se limita, nem tenta porque se sente incapaz. Sonha 
com uma viagem, mas não se permite nem pensar por que não tem dinheiro. Com isso 
está sempre colocando um pensamento de impotência na mente, roubando seu poder 
pessoal e sua capacidade de realização. 
 Independente dos seus sonhos serem simples ou complexos, sempre se pergunte 
'o que eu posso fazer para que isso se realize?' Estude a sério a situação e descubra o 
que você está disposto a abrir mão para fazer o que realmente quer. Na maioria das 
vezes há caminhos e possibilidades, desde que se esteja disposto a alguns sacrifícios, a 
se fazer escolhas e renunciar às idealizações. 
 Podemos tudo, só não podemos nos deixar derrotar pelo primeiro pensamento 
que aparece. É esse pensamento que nos distância do que nos dá prazer e realmente 
queremos vivenciar. Ao substituir pensamentos negativos por positivos, estudar e 
desenvolver nossas habilidades intelectuais, vamos entendendo que somos a experiência 
de Deus na Terra e, portanto, não há limitações para os desejos reais de nosso coração. 
 
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Curiosidade 
 O ser humano percebe o universo através dos 5 sentidos, mas quando nos 
comparamos com algumas outras espécies concluímos que nossa percepção do que está 
acontecendo a nossa volta é limitada. O cachorro, por exemplo, tem uma audição duas 
vezes mais ampla que a nossa, e ainda sim, não possui nem 1/3 da capacidade auditiva 
de um golfinho. 
 Já no olfato, os cães nos superam em pelo menos 25 vezes. Quando o assunto é 
visão, se for de longo alcance perdemos fácil para as aves de rapina e para os felinos, 
para os coelhos perdemos em amplitude, para a coruja em visão noturna, já na visão 
colorida perdemos feio para uma espécie de camarão, na verdade, quando o assunto é 
ver cores, perdemos até mesmo para os pombos. 
 Esses são só alguns exemplos para mostrar que cada ser desenvolveu uma 
potencialidade de sentidos para perceber o universo e a realidade que existe. E nós, os 
seres humanos, também usamos os sentidos para perceber a realidade, só que os 
sentidos possuem uma faixa de atuação, por isso percebemos uma fatia muito pequena 
da realidade e do universo. 
 É loucura, ingenuidade ou soberba achar que aquilo que nós percebemos com 
nossos sentidos é toda a realidade, o universo é muito mais amplo e complexo. Há uma 
infinidade de partes da realidade que sequer nossos sentidos percebem, o universo vai 
imensamente além do que nós experienciamos dele através dos nossos sentidos. 
 Por isso, pare de associar a verdade a aquilo que os sentidos percebem, não é 
porque você não enxerga a luz ultravioleta, que ela não existe, não é porque você não 
enxerga os micro-organismos, que eles não existem, não é porque você não enxerga 
outras dimensões, que elas não existem. Tudo continua existindo, nós só não 
percebemos. 
 Então, como um ser que percebe tão pouco da realidade, do que ela realmente é, 
pode determinar que essa realidade é a verdade? Nossos sentidos são um instrumento 
muito fraco para perceber a existência inteira, percebemos aquilo que é necessário para 
continuar existindo nesse planeta e só. 
 Por isso a curiosidade é importante, porque nos incentiva a usar os sentidos e ir 
além. Se limitamos a vida apenas ao que os sentidos oferecem, chega um momento que 
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não temos mais curiosidade por nada. A mente acredita que aprendeu tudo que 
poderia aprender sobre essa realidade, então fixa a ideia e enrijece os pensamentos, 
porque julga que não há mais nada para ser descoberto. 
 Perdemos o sentimento de surpresa, de espanto, de cada dia descobrirmos um 
pouquinho da realidade que Deus “escondeu” de nós e que está para além dos nossos 
sentidos. É como crianças entediadas quando há uma infinidade de ovos de Páscoa para 
se procurar pelo jardim. Elas acreditam que não há mais nada porque não veem, não 
importa o quanto tenha sido dito que há muito mais. 
 O que ocorre é que estamos sempre nos fechando para o novo, seja em nossas 
profissões, em nossos relacionamentos, na vida. Nós fechamos inclusive ao que os 
sentidos oferecem, paramos de explorar a realidade que nos é naturalmente oferecida, 
ficamos com o que é conhecido e rejeitamos todo o restante. 
 Mas se não nos abrirmos a explorar os sentidos como poderemos sequer cogitar

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