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Ano 13 N.º 607 Sexta-feira, 7 de Maio de 2021 Kz 100 Director Agostinho Chitata Director-ADjuNto Mateus Cavumbo Site: www.jornaldeeconomia.sapo.ao e-MAiL: redaccaoeconomia@gmail.com bié Materiais de construção mais caros Os preços alteram todos os dias e, em face disso, tem reduzido o número de compradores. Por exemplo, um varão de aço de 10 centímetros e de 12 estão a ser comercializados no valor de 7.100 kwanzas e 7.500, enquanto um balde de tinta custa 7.500 kwanzas. [22] huíLA PiiM teve execução financeira de 1,6 mil milhões de kwanzas Dos 12 projectos inseridos no Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), cinco já foram concluídos e inaugurados. [12] ALieNAção DA efAcec Governo luso selecciona cinco propostas para a venda de 71,73% [30] AutoNoMiA especialistas avançam as vantagens do novo modelo de gestão do bNA [16] [10-11] No i triMeStre Diamantes dão lucros ao estado de 220,3 milhões de dólares A comercialização das “pedras preciosas” no mercado mundial per- mitiu a Endiama encaixar, no primeiro trimestre deste ano, o valor de mais de 220,3 milhões de dólares, um crescimento homólogo de 35 por cento, dos 162 milhões do mesmo período de 2020, anunciou o director de Comercialização da companhia, José de Sousa. [19] reSuLtADoS Do exercício eNSA obteve desempenho positivo em 2020 O Plano Estratégico aplicado em 2020 no segmento contribuiu para que a seguradora mantivesse a lide- rança do negócio com um resultado líquido de 17,7 mil milhões de kwanzas e prémios bruto de 84,6 mil milhões de kwanzas. [20] “Ainda não houve despedimento na tAAG mas certamente haverá” Presidente da comissão executiva rui carreira Angola perspectiva uma recuperação económica mais sustentada Sociedade de Desenvolvimento empresarial junta recursos angolanos e equato- guineenses [6-9] ViSão De ecoNoMiStAS em maLaBo [4] 2 Economia & Finançasopinião A Regionalização Económica em Angola pode ser, a medio prazo, o caminho para a solução de assimetrias regionais (diferen-ças abismais) entre as diferen- tes parcelas do extenso território nacional. Poderá significar também uma mudança efectiva do paradigma no processo de desen- volvimento da economia nacional, em ter- mos de infraestruturas económico-sociais, assentamentos populacional e para mino- rar permanente êxodo rural. Em termos de conceitos, a “Região Eco- nómica” (RE) pressupõe um determinado espaço, definido não por delimitação geo- gráfica ou territorial, mas sim, por uma série de atributos essenciais, cujas dife- renças são insignificantes ou pouco rele- vantes. São determinantes, na constituição de RE, as similitudes das parcelas quanto a potencialidades que representam. A noção Região Económica está asso- ciada à existência ou criação de Pólos de Crescimento, estruturas tecnológicas fun- damentais que tornam, efectivamente, fun- cionais as regiões económicas. O Polo de Crescimento (PC) pode defi- nir-se como um conjunto de indústrias fortemente interrelacionadas através do encadeamento de inputs /outputs (fluxos reais), ao redor de uma indústria líder que tem a capacidade de gerar o crescimento dinâmico da economia. A RE é uma conexão Industrial capaz de prover maior produtividade, maior efi- ciência e competitividade, proporcionar a diversificação económica e minorar as assimetrias regionais e sociais. Na região económica, procura-se esta- belecer uma relação funcional entre as distintas parcelas do território com poten- cialidades dentro da economia nacional e os critérios essenciais para determi- nar “RE” são as similitudes em termos de recursos naturais. As regiões económicas e respectivos Polos de Crescimento, como estruturas funcionais, vão representar uma disse- minação racional de centros de emprego locais, distribuição de quadros tecnica- mente capazes e uma mudança real do “modus operandi” nas políticas do mer- cado de trabalho . Com a complementaridade de factores, as RE terão influência positiva na redução dos custos de produção, considerando sem- pres a existência de água e luz como facto- res –chave, neste processo. Com base em procedimentos afins, as regiões económicas, porquanto estruturas funcionais, permitem estabelecer maior e eficiente mobilidade de factores na rede mercantil, fluxos reais regulares e coor- denados (inputs/outputs), intra e entre as distintas regiões. O estabelecimento de regiões económi- cas, coerentemente concebidas e bem estru- turadas, vai permitir melhor interacção e eficiência na acção dos agentes intervenien- tes no processo produtivo, promovendo a competitividade na economia nacional. Considerando o factor mão de obra local, os custos de produção e o desemprego, os Polos de Crescimento podem ser estruturas aliciantes para o surgimento de Economias de Escala (EE) por parte de investidores estrangeiros/multinacionais, proporcio- nando boas oportunidades de emprego directo qualificado. A criação de Regiões Económicas visa, fundamentalmente, prover um equilíbrio sustentável no crescimento económico e desenvolvimento harmonioso do país e deve ser assumido pelo Estado porquanto entidade coordenadora e incentivadora da actividade económica. As RE proporcionam o surgimento de centros industriais, especialização indus- trial, fixação da população economicamente activa, evitando a migração permanente, o sufoco e a ruralização dos centros urba- nos existentes. A existência de Regiões Económicas em Angola vai significar, também, a descon- centração necessária dos actuais e tra- dicionais centros industriais do País, comedindo a mobilidade e complemen- taridade de factores produtivos , intra e inter-regiões, a competitividade, a logís- tica e o equilíbrio mercantil . Porquanto estruturas funcionais de Cres- cimento e de Desenvolvimento, as RE per- mitirão, para além de maior mobilidade de factores, melhor coordenação de esforços na alocação de recursos humanos e finan- ceiros pelo Executivo e por demais agen- tes económicos privados. Quer do ponto de vista microeconó- mico (comportamento dos agentes), quer do ponto de vista macroeconómico (forma agregada), é de admitir que, nas actuais condições do país, as regiões económicas, eficientemente implantadas, vão permi- tir maior mobilidade de factores produ- tivos e contribuir, de forma eficaz, para o desenvolvimento harmonioso do sec- tor da Economia Real. A economia angolana é caracterizada hoje pela existência de Oligopólios, obvia- mente, um mercado de concorrência imper- feita e acentuadas distorções. A intervenção do Estado é necessária e essencial para a equidade social. Com o surgimento e desenvolvimento da Economia de Mercado, caracterizada por uma acentuada concorrência imperfeita, a noção de “ Mão Invisível” , ou seja auto- -capacidade de regulação ou auto-regula- ção mercantil, de Adam Smith, há muito deixou de ser uma regra absoluta a obser- var, aliás, isso provam as grandes econo- mias mundiais na actualidade. Tendencialmente, o País caminha para uma fase de Industrialização, com a implan- tação necessária de “Indústrias Transfor- madoras de Ponta” capazes de impulsionar a Diversificação da Economia Nacional e maior nível de acessos no mercado de emprego qualificado. A industrialização, o grande desafio nacional, é uma meta e factor-motor de desenvolvimento e diversificação da eco- nomia. No processo produtivo, as indús- trias desempenham um papel chave na Diversificação da Economia. A indústria permite maior produtividade e alongar o período de consumo directo de produtos agro-pecuários e derivados. O sector produtivo de um país é o garante de uma economia actuante e servidora. Sem produção não há geração de receitas e se se reduz a uma realidade mais virada à importação sobretudo de bens essenciais. Uma nação deve produzir grosso modo o que consome e saber canalizar os seus recursos financeiros na obtenção de factores deprodução. Este tem sido a estratégia que um Estado interessado na estabilidade e na geração de oportunidades deve trilhar para atingir os patamares de satisfação. Afinal o que é o sector produtivo de uma economia? Sob o ponto de vista didáctico, são definidos em três sectores: primário, secundário e terciário. São por via destes em que uma economia, virada ao crescimento, se pode alavancar na verdadeira acepção do termo. Para tal precisa de definir uma estratégia em conformidade com o que quer produzir e como o fazer, assim como os recursos a utilizar. Estes podem, desta forma, mostrar o grau de desenvolvimento que se pretende de uma economia próspera e que possa servir às famílias e às empresas. Numa altura de pandemia, como os demais países do mundo, também se observa entre nós poucas oportunidades de emprego, mormente porque muitas empresas do sector privado tiveram de fechar por razões de insolvência. Entretanto, dizíamos, o sector primário tem a ver com a produção através da exploração especialmente dos recursos naturais. No caso, elencam-se a agricultura, mineração, pesca, pecuária, etc. São estes que fornecem a matéria-prima para a indústria de transformação. O sector secundário é aquele que transforma as matérias- primas produzidas pelo sector primário em produtos industrializados, exemplos, casas, máquinas, automóveis, alimentos industrializados, entre outros. Estes geram lucros significativos ao que a comercialização dos produtos diz respeito. Logo, a grande importância do sector secundário da economia. Digamos assim, este constitui a base do seu “oxigénio”. Diz-se mesmo que países com bom grau de desenvolvimento possuem uma acentuada base económica concentrada neste segmento. O sector terciário é o ligado aos serviços, definidos como os não materiais em que pessoas ou empresas prestam a terceiros para satisfazer determinadas necessidades. Como por exemplo, educação, saúde, comércio, telecomunicações, seguros, transporte, serviços bancários, de alimentação e limpeza, turismo, etc. Por via da prestação deste sector, entende-se o grau de desenvolvimento económico. Quanto mais os dois primeiros sectores desempenhem o seu papel económico, maior é a presença de actividades do sector terciário. Com o processo de globalização, iniciado no século XX, o terciário foi o sector da economia que mais se desenvolveu no mundo. Como se pode avaliar, tem este jogado um papel determinante naquilo que diz respeito à criação de empregos e de receitas, à sobrevivência das famílias e à funcionalidade das empresas. Como nós estamos relativamente em termos da educação, saúde, comércio, telecomunicações, serviços de informática, seguros, transporte, turismo e serviços bancários? Se existirem muitas reclamações por incumprimentos é porque ainda temos de crescer e trabalhar bastante. Se não, é porque o desempenho começa a surtir efeitos positivos. Verdadeiramente, quer-se um sector produtivo angolano justo e que saiba servir a economia, permitindo à geração de empregos e a felicidade das famílias e empresas. eDitoriAL Regionalização económica solução para assimetrias regionais Patrício Cambuandy Jornalista e economista Quer-se um sector produtivo servidor Uma nação deve prodUzir grosso modo o qUe consome e saber canalizar os seUs recUrsos financeiros na obtenção de factores de prodUção EDiÇÕES noVEMBRo } 3Sexta-feira, 7 de maio de 2021 opinião 13.376.000 kwanzas, representa o capital mínimo de indemni-zação a suportar pelos seguradores no seguro de responsabilidade civil auto- móvel, este valor é extemporâ- neo face a realidade económica e a inflação que regista o nosso país, as companhias de seguros assumem diante dos tomado- res deseguro uma responsabili- dade civil subjectiva, baseada na culpa, o lesado deve ser indem- nizado pelo causador culposo do dano. Mas qualidade e barato não cabem no mesmo saco... Face á insuficiência do capi- tal indemnizatório, a Agência Angolana de Regulação e Super- visão de Seguros (ARSEG), têm a legitimidade de uniformizar os capitais mínimo, os segura- dores tem de cumprirem com o estipulado na lei, ou seja, os seguradores tem que rever os seus câmbios, o preço dos aces- sórios para automóvel no nosso mercado estão muito caros, os preços com as clinicas priva- das também está muito altos, logo, que para uma panóplia de sinistro, 13.370.000 kwanzas está degenerado como capital mínimo de acordo com a reali- dade actual da nossa economia, é displicente pra os tomadores não poderem arcar com as des- pesas na totalidade do terceiro lesado, quando este tem um seguros vigente, tudo porque, o capital mínimo não acompa- nham a realidade económica do pais, para o bem da activi- dade, no cumprimento justo do contrato de seguro automóvel, os seguradores devem actuali- zar os seus câmbios, no sentido de atrair o mercado do seguro em Angola. Atendendo a insuficiência de capital e se existirem vários lesados com direito a indemni- zação que, na sua globalidade, excedem o montante do capital seguro, os direitos dos lesados contra o Segurador ou contra o Fundo de Garantia Automóvel não reduzir-se-ão proporcio- nalmente até á concorrência daquele ínfimo montante. O seguro automóvel 🚗 vigora desde o dia 11 de agosto de 2009, tendo sido objecto de diversas alterações que foram ajustando às directivas comunitárias, não alargando o âmbito de cobertura de danos, e o aumento dos capi- tais mínimo obrigatórios para indemnização, nesta altura foi estipulado pelo regulador, (*) a unidade de conversão fiscal (1 UCF) =53,00KZ, a última actuali- zação é de: 88,00kz) x 152.000,00 veículos automóveis ligeiro- des- pacho nº 221/06 de 7 de abril (**) inclui danos materiais. O seguro de responsabilidade civil automóvel tem carácter pessoal e não real, uma vez que se trata dum seguro pessoal e não de um seguro de coisas. Isto porqueo que se transfere para o segurador é a responsabilidade civil de alguém enquanto deten- tor de determinado veículo, e não o próprio veículo. Não obstante, dada a caracte- rização de índole eminentemente social deste seguro, excepcio- nalmente ficam garantidos os danos causados a terceiro, mas, com este mísero capital mínimo não motiva os cidadãos a subs- creverem a referida modalidade de seguro, até a altura em que redigi este artigo, só a Fideli- dade Seguro é que tem o capi- tal mínimo triplicado. A ARSEG, com atribuições muito alargadas na assistên- cia ao governo na definição das políticas para o sector segura- dor, de que decorrem importan- tes competências: Uma das competências da ARSEG: propor legislação rela- tiva ao sector, nesta conformi- dade, chamo a responsabilidade a ARSEG, pelo busílis que é nocivo ao terceiro lesado, vamos sair dos 88,00kz para um capi- tal contextualizado a real situa- ção económica do nosso país. Os seguros de danos, respei- tam a coisas, bens imateriais, crédito, e quaisquer outros direi- tos patrimoniais. Integram os ramos vulgarmente, incluído os de responsabilidade civil, através dos quais se preserva o património do segurado. Abrangem todos os ramos de seguros que não sejam de pes- soas, portanto, o seguro de res- ponsabilidade civil automóvel é indemnizatório.Na altura,o 13.376.000 de kwanzas corres- pondia 130.000 dólares, mas, com as diversasvariações cam- bias, o valor indemnizatório praticado pelas seguradoras éirrisório para regularização de vários sinistros. A não obrigatoriedade do seguro de responsabilidade civil automóvel criava, com alguma frequência, situação sociais graves, pelo facto de não estar garantido que o causador de danos a terceiros tivesse capa- cidade financeira para reparar os mesmos. Não existiam tam- bém instituições estatais que pudessem colmatar essa falha. De acordo com esta conformi- dade, os seguradores, são cha- mados a responsabilidade em fazerem com a máxima urgência o aumento dos capitais mínimo para a indemnização. O tomadorde seguro, em vez de sujeitar o azar e a incerteza do risco, transfere para o segu- rador as as suas mais graves preocupações mediante uma pequena parcela dos seus rendi- mentos. Pode parecer á primeira vista que os seguros e preven- ção são contraditórios entre si, embora seja lógico pensa-se que diminuição de probabilidade do risco ou a minoração dos danos, tanto interessam ao tomador do seguro como ao segurador. Vimos que actualmente, embora ainda existem alguns danos materiais que não ficam abrangidos pelo seguro obriga- tório, em razão da qualidade das pessoas afectadas ou da carac- terização de alguns acidentes, os danos corporais de terceiros ou de passageiros transporta- dos, ficam sempre abrangidos. A penas se excluem , por razão óbvia, os danos corpo- rais sofridos pelo condutor culposo e os causados a cer- tas pessoas nas situações de furto ou roubo, ou em acidente causados dolosamente. frASe DA SeMANA Indemnização é extemporânea } milton reis Secretário de Estado para o planeamento Queremos encontrar o concorrente que tiver maior capacidade para explorar o aterro sanitário NúMeroS 239 iMóVeiS Activos que o Banco de poupança e Crédito (BpC) vai comercializar, cujo valor patrimonial é de 50 mil milhões de kwanzas, por via de leilões digitais, cumprindo os pressupostos de segurança, lisura e transparência. 7,8 MiL MiLhõeS De KwANzAS Valor que a Recredit - Gestão de Activos recuperou, nos últimos 12 meses, de um total de 182.7 mil milhões de kwanzas, do crédito malparado do Banco de poupança e Crédito. 4,4 MiL toNeLADAS De cereAiS É quanto a Fazenda Gesterra, no município de Cacusso, Malanje, prevê colher durante a segunda época da campanha agrícola 2020/2021. 79,5 MiLhõeS De KwANzAS Corresponde o volume de negócios da actividade do porto de Luanda, durante o exercício económico 2020, representando um aumento de 29.831 milhões de kwanzas (60 por cento) em relação ao ano 2019. 20 ProjectoS Total de investimento de um universo de 27 solicitações, que beneficiaram de financiamento, no âmbito do programa de Reconversão da Economia informal (pREi). fichA técNicA Presidente do conselho de Administração: Drumond Alcides Jaime Mafuta Administradores executivos: Caetano Pedro da Conceição Júnior, Gilson dos Santos Antunes Carmelino, Rui André Marques Upalavela, Eunice Carla Teixeira Moreno Administradores não executivos: Jaime Victorino Azulay Cândido Bessa Receado E.P. JORNAL DE ANGOLA I JORNAL DOS DESPORTOS EDIÇÕES NOVEMBRO Director: Agostinho Chitata Director-adjunto: Mateus Cavumbo Secretário de redacção: Carlos Cardoso redacção: Isaque Lourenço (editor), Adérito Veloso, Ismael Botelho, Pedro Peterson e Armando Estrela (subeditores), António Eugénio, André Sibi, Manuel Barros, Regina Handa, Vânia Inácio, Yola do Carmo e Xavier António (repórteres) Departamento de Paginação : Irineu Caldeira (Chefe), Adilson Santos (Chefe-adjunto), Carlos Casimiro (Chefe de secção), Alcreto Abílio, Bruno Vieira Dias, Paulo Lopes e Alberto Quiluta Sede: Rua Rainha Ginga, 12-26 | Caixa Postal 1312 - Luanda telefone 222 020 174 | telefone geral 222 333 344 fax 222 336 073 Mail: redaccaoeconomia@gmail.com ednovembro.dg@nexus.ao Publicidade: 244-937 550 262/244-949 770 006, www.jornaldeeconomia.co.ao Paulo Calunga Broker de seguros EDiÇÕES noVEMBRo 4 Economia & Finançasespecial Angola perspectiva uma recuperação mais sustentada Economistas Rui Malaquias, Euriteca André e António Estote consideram que o país não está isolado do resto de África em que o impacto da crise financeira e da pandemia atrasaram o crescimento económico Mateus Cavumbo A n g o l a t e m perspectivado uma recupera- ção económica de forma sus- tentada, assim que as reformas duras que estão a ser implementa- das pelo Governo angolano come- cem a dar resultados, segundo opiniões expressas pelos econo- mistas Rui Malaquias, Euriteca André e António Estote. Contactados pelo Jornal de Eco- nomia e Finanças para reagir a notí- cia divulgada ontem pela agência Lusa sobre o mais recente relató- rio da consultora FocusEconomics, sobre as economias da África Sub- saariana, utilizando os dados dos bancos centrais e dos institutos nacionais de estatística dos paí- ses da região Subsaariana, o tam- bém mestre em Finanças e docente universitário, Rui Malaquias diz que é um ciclo normal a desacele- ração esperada por Angola, e de certa forma consentida, sendo que todas as economias africanas caí- ram em termos gerais. A publicação releva que a econo- mia angolana caiu do terceiro para o oitavo lugar na lista das maiores economias da África Subsaariana, devido à depreciação do kwanza e ao crescimento económico negativo dos últimos cinco anos. No documento, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas da consul- tora com sede em Barcelona apon- tam o PIB da região nos 1,5 biliões de dólares, mais de 1,2 biliões de euros, que deverá crescer para mais de 2 biliões de dólares, mais de 1,6 biliões de euros, nos próxi- mos cinco anos. Para este ano, os analistas esti- mam um crescimento económico de 1,4% em Angola, que deverá ace- lerar para 2,7% no próximo ano, antevendo uma subida dos pre- ços na ordem dos 21% este ano e 15% em 2022. De acordo com o mais recente relatório da consultora FocusEco- nomics, a economia de Angola vale agora cerca de 74 mil milhões de dólares (61,5 mil milhões de euros), caindo na lista liderada pela Nigé- ria, cujo Produto Interno Bruto (PIB) chega a 455 mil milhões de dólares, o equivalente a 377 mil milhões de euros. Depois da Nigéria, a lista apre- senta a África do Sul, com 344 mil milhões de dólares (285 mil milhões de euros, e o Quénia, seguindo-se Etiópia, Gana, Tanzânia e Costa do Marfim, antes de aparecer Angola, que surge acima da República Democrática do Congo, Camarões, Uganda, Zâmbia e Botsuana, figu- rando ainda Moçambique como a 14.ª maior economia da África Subsaariana. Para Moçambique, o outro único país lusófono analisado no documento, a FocusEconomics reviu em baixa a perspectiva de crescimento para este ano, ante- vendo agora uma expansão de 2,3%, menos 0,5 pontos percentuais que no mês passado, e prevê uma acele- ração para 4,4% no próximo ano. “Esta queda sequencial da nossa economia, relativamente às suas congéneres africanas já era espe- rada, pois os catalisadores desta desaceleração estão objectivamente verificados. Era de se esperar, pois, Angola está a fazer reformas estru- turais desde 2017 e são reformas duras que ainda não surtiram os efeitos desejados”, disse o econo- mista angolano Rui Malaquias. Acrescentou que a desvalori- zação cambial é um dos princi- pais motivos, sendo que o PIB em Kwanzas perde valor quando se cal- cula a sua equivalência em dólares à medida que a moeda nacional de desvaloriza. “Mas a verdade é que está desvalorização é consen- tida a partir do momento em que o Executivo decidiu tornar a taxa de câmbio livre, o que mostra que este efeito de desvalorização do PIB já era esperado, bem como o efeito negativo da desvalorização cambial no poder de compra das famílias e das empresas”. Para o especialista, a redu- ção da produção petrolífera já era esperada pelo desinvestimento feito no sector antes de 2017 con- duzido pela política menos conse- guida da antiga Administração da Sonangol (ainda na pele de conces- sionária nacional) sob a liderança da Engenheira Isabel dos Santos. Rui Malaquias acredita que a reforma recentemente posta em marcha com a criação da ANPG - Agência Nacional de Petróleo e Gás, os contratos fechados para constru- ção de refinarias e reestruturação da própria SONANGOL, devem dar resultados em breve. Outro catalisador apontado pelo economista é a queda do preço do barril crude no mercado inter- nacional, na medida em que “este factor não é controlado ou influen- ciado pelo nosso Executivo, a pan- demia do Covid-19 que induziuo fechamento das economias mun- diais encolheu a procura por petró- leo no mundo, mantendo a oferta praticamente inalterada, razão pela qual levou à redução do preço do petróleo”. Pandemia e petróleo Por sua vez, Euriteca Rodrigues André, economista e especialista em Contabilidade, Fiscalidade e Finanças Empresariais, reagiu dizendo que contribuiu para a revi- são em baixa da posição da econo- mia angolana a deterioração das perspectivas económicas nacio- nais resultantes da recessão eco- nómica que o país enfrenta desde 2016. No ano passado, os desequi- líbrios da actividade económica agravaram-se devido à pandemia do novo coronavírus e a queda das receitas petrolíferas. A docente universitária afir- mou que Angola já enfrentava dificuldades do ponto de vista eco- nómico antes da crise pandémica. No entanto, com a desaceleração acentuada da actividade econó- mica em 2020, o Fundo Monetá- rio Internacional (FMI) apontou para uma deterioração da economia angolana resultante dos impactos da pandemia da Covid-19. “A depreciação do Kwanza foi resultante da redução nas notas e moedas estrangeiras em circula- ção, originada pela queda na receita das exportações do petróleo”, sus- tentou Euriteca André. Relatório é coincidente Já o economista António Estote, a avaliação apresenta o mesmo sen- tido das previsões do Governo e das instituições nacionais e interna- cionais. “Portando, mais ou menos alguns pontos percentuais, em ter- mos de previsão não é material- mente relevante”. No seu ponto de vista, a abor- dagem das agências de notação de crédito, do Fundo Monetário Internacional e consultoras como a FocusEconomics, são voltadas para o investidor estrangeiro, quando o problema económico nacional maior está na degra- dação das condições de vida das famílias e empresas angolanas”. “A desvalorização cambial ini- ciada em 2018 reduziu o poder de compra dos angolanos em mais do que a metade, alinhado ao aumento da carga fiscal, bem como o aumento do desemprego que, numa primeira fase, deveu-se a redução da produção de bens e serviços e, numa segunda fase, a partir do II trimestre de 2020 aumentou expo- nencialmente devido à Covid-19”, disse António Estote, tendo enfa- tizado que a condição de pobreza uma parte significativa dos ango- lanos resultante da redução signi- ficativa da classe média latente. O economista e investigador salientou, por outro lado, que o aumento do nível geral de preços incrementou incerteza sobre o retorno dos projectos de investi- mentos, levando os investidores a preferirem investir em activos duradouros “imóveis” ou em acti- vos protegido contra a desvalori- zação cambial, desviando, desta forma, os recursos necessários para a reversão da redução da pro- dução de bens e serviços. “Queremos dizer que Angola tem os seus próprios problemas e estes deverão ser o princípio e o fim da intervenção de todos e de cada angolano, sem demérito do que os outros pensam sobre a nossa economia. Em termos miúdos, é preferível estar na posição 100 e todos angolanos poderem fazer pelo menos duas refeições por dia a estar na posição 1 e apenas alguns fazerem quatro refeições por dia”, rematou António Estote. Rui Malaquias Euriteca Rodrigues André António Estote angola está a fazer reformas estruturais desde 2017 e são reformas duras que ainda não surtiram os efeitos desejados nós já enfrentávamos dificuldades económicas antes da crise pandémica as previsões avançadas pela focuseconomics coincidem com as do governo angolano 5Sexta-feira, 7 de Maio de 2021 puBLiCiDADE (3427)PI/C 6 Economia & Finanças Isaque Lourenço | Malabo A ngola, Guiné Equatorial e São Tomé e Príncipe são os três paí- ses-membros com os quais o Banco de Desen- volvimento dos Estados da África Central (BDEAC) conta para cana- lizar à indústria e ao agro-negócio no continente o crédito adicional de 275 mil milhões de Franco CFA (326,4 mil milhões de kwanzas ou 503,3 milhões de dólares), apro- vado para 2021 e 2022. Este valor é adicional aos 325 mil milhões de Franco CFA (385 mil milhões de kwanzas ou 594,8 milhões de dólares) investidos nos últimos quatro anos e que representaram só 45 por cento do valor aprovado nesse período. De acordo com o presidente do Banco de Desenvolvimento dos Estados da África Central (BDEAC), Fortunato Ofa Mbo Nchama, o mercado da África Central é um conjunto de 11 paí- ses, incluindo os três (Angola, Guiné Equatorial e São Tomé DESTAquE Presidente do Banco de Desenvolvimento dos Estados da África Central (BDEAC) abriu a bolsa e garante mais 275 mil milhões de Franco CFA em dois anos depois de os investidores só terem beneficiado de 45 por cento dos financiamentos aprovados nos últimos quatro anos Crédito adicional dá força ao desejo de tornar África em Pólo Industrial e Príncipe), que representa um Produto Interno Bruto de 500 mil milhões de dólares e 190 milhões de consumidores. Logo, acrescenta, os empresá- rios da Confederação Empresarial da Comunidade de Países de Lín- gua Portuguesa (CE CPLP) devem procurar aproveitar as taxas de juro atractivas e os processos flexíveis do BDEAC bem como a geolocalização estratégica da Guiné Equatorial para produzi- rem mais e venderem também nesta subregião africana. “Com isso, quero indicar aos investidores que na hora de con- ceberem os seus projectos a mate- número que forma o mercado regional da África Central, dos quais Angola, Guiné equatorial e são tomé e Príncipe partilham o português como língua comum. PAíSeS 11 É o valor do PiB da África Central, onde também se estima a existência de um conjunto de 190 milhões de consumidores. MiL MiLhõeS De uSD 500 }} Crédito consumido pelos investidores africanos da sub- região central nos últimos quatro anos para diversos projectos privados. Por ceNto 45 } É quanto vai estar disponível, neste e no próximo ano, na tesouraria do BDeAC para o apoiar os projectos do sector privado do continente. MiL MiLhõeS De cfA 275 } } oS EMpRESáRioS DA ConFEDERAÇão EMpRESARiAL (CE CpLp) DEVEM pRoCuRAR ApRoVEiTAR AS TAxAS DE JuRo ATRACTiVAS E oS pRoCESSoS FLExíVEiS Do BDEAC os empresários da CPlP tomaram nota de um repto lançado pelo “chairman” do BDeAC: o banco garante apoio e financiamentos às Pequenas e médias empresas (Pme), bem como às Pequenas e médias indústrias (Pmi) do continente, uma vez que estas têm um papel de excelente motor na estratégia de desenvolvimento económico dos países africanos. É nesse sentido, disse, que a indústria, através da transformação local de matérias- prima existentes e a diversificação económica se constituem em bússola para a orientação do destino prioritário dos financiamentos. Fortunato ofa mbo nchama entende ser este o momento de África sair da antiga estratégia de simples exportafora de matéria- prima para iniciar uma verdadeira industrialização, através da transformação local dos recursos naturais abundantes e, deste modo, dar-lhe maior valor. “este compromisso do BDeAC com a indústria transformadora é uma mensagem forte que lançamos aos investidores para apostarem no mercado da Guiné equatorial, onde as melhores oportunidades rimam com segurança e rentabilidade”, reafirmou. esta perspectiva, conforme adiantou o bancário, visa rejeitar a posição dada a África no concerto global de simples lugar onde extrai-se matéria-prima ou são comercializados negócios acabados. “Queremos converter-nos num pólo de industrialização, onde produz-se para o continente e para o mundo inteiro”, assumiu Fortunato nchama. A VerDADeirA iNDuStriALizAção fortunato ofa Mbo Nchama rializar na Guiné Equatorial não pensem unicamente nesse país, mas façam dele uma base para ganharem o vasto mercado da África Central”, disse. Partilha de benefícios Para Fortunato Ofa Mbo Nchama, a Cimeira de Negócios da CE CPLP, que hoje encerra, na cidade de Malabo, Guiné Equatorial,trata-se de uma oportunidade histórica e ocasião propícia para partilha dos benefícios mútuos que o banco de desenvolvimento se propõe a conquistar. Ainda segundo o bancário, a celeridade e a flexibilidade na instrução dos processos de crédito, assim como o conheci- mento perfeito das suas equi- pas técnicas sobre os projectos no terreno, constituem-se em características que simbolizam as especificidades da actuação do BDEAC,contrariamente a muitasoutras instituições da sua natureza. Fortunato Nchama foi ora- dor na cerimónia de abertura da Cimeira de Negócios da CE CPLP, aberta quarta-feira e que se encerra hoje, no Centro Internacional de Conferências de Sipopo, na cidade de Malabo - Guiné Equatorial. anGoLa - GuinÉ eQuatoriaL - são tomÉ e PrÍnciPe } o BAnCo GARAnTE Apoio E FinAnCiAMEnToS àS pEquEnAS E MÉDiAS EMpRESAS (pME), BEM CoMo àS pEquEnAS E MÉDiAS inDúSTRiAS (pMi) Do ConTinEnTE 7Sexta-feira, 7 de Maio de 2021 DESTAquE Isaque Lourenço Em p r e s á r i o s d e A n g o l a ( 4 9 p o r cento) e da Guiné Equatorial (51 por cento) a ssi na m , esta manhã, em Malabo, o memorando sobre a criação de uma Sociedade de Desen- volvimento, empresa anónima e de capitais integralmente privado, segundo fez saber o presidente da Confederação Empresarial de Angola, Eli- seu Gaspar. Confor me a rg umentou , sem avançar o capital social subscrito pelas duas partes, a Sociedade ora criada, tem por objectivo juntar os empre- sários dos dois países para explorarem as múltiplas van- tagens existentes no mercado equato-guineense. Desta operação, vai tam- bém resultar o lançamento das bases de cooperação para a conquista plena de novas rotas comerciais já no âmbito da Zona Continental de Livre Comércio (ZCLC), que vigora desde 1 de Janeiro deste ano. São subscritores da ini- ciativa, a Câmara Oficial de Comércio da República da Guiné Equatorial, representada pelo seu presidente Angel Noko- noko Mikoso, o Fórum Empre- sarial dos Paises Africanos de Língua Oficial Portuguesa (FE- -PALOP), representado pelo seu Angolanos criam Sociedade de Desenvolvimento Empresarial Entrada nos mercados da África Central e posterior avanço na generalidade da Zona Continental de Livre Comércio fundamentam a opção dos investidores que querem numa primeira fase tirar vantagem das oportunidades existentes nos 11 países desta subregião A acção, conforme defende, ocorre numa visão de alarga- mento das actividades empre- sariais, porquanto a Guiné Equatorial está numa geoloca- lização estratégica para quem pretende explorar países como Senegal, Gabão e Camarões, por exemplo. “Os empresários angolanos estão, neste momento, num processo de expansão das suas actividades e o posicio- namento da Guiné Equatorial permite-nos alargar a zona de influência na África Central. É este o caminho que preten- demos seguir”, disse. Para Eliseu Gaspar, a Guiné Equatorial pode ser transfor- mada numa plataforma de ascenção dos negócios ango- lanos para a África Central, que no seu conjunto agrega 11 países, incluindo Angola. Sem retirar importância ao certame de Malabo, pelo contrário, o gestor angolano da Confederação Empresa- rial está a aproveitar o evento para formalizar já convites aos empresários presentes nesta edição inaugural para a próxima realização, prevista para o mês de Julho. O fór u m de Lua nda va i decorrer em paralelo com a Cimeira de Chefes de Estado e de Governo, ocasião em que Angola deverá substituir Cabo Verde na presidência rotativa da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). presidente Eliseu Gaspar; pela secretária-geral da Federação das Mulheres Empresárias de Angola (FEMEA), Henriqueta Carvalho e o Fórum Angolano de Jovens Empreendedores, representado pelo presidente da agremiação, Paulo Victor Varela Narciso. As três entidades supra-iden- tificadas perseguem objec- tivos comuns, relacionados com a identificação, imple- mentação e desenvolvimento de negócios entre empresários dos dois países. Para cumprirem esses objec- tivos, necessitam de criar uma estrutura conjunta que divul- gue, coordene e apoie os projec- tos dos seus membros. Atento o que antecede, as partes infe- rem a existência de interesses comuns e reconhecem a impor- tância de cooperação entre as organizações”, declaram. Prospecção de mercado Integrante da delegação ango- lana à primeira Cimeira de Negócios da Confederação Empresarial da Comunidade de Países de Língua Portu- guesa (CE CPLP), Eliseu Gas- par é também vice-presidente da Mesa da Assembleia Geral desta organização. É nesta cond ição que o empresário ligado ao ramo industrial considera a pre- sença da missão angolana como sendo de prospecção de novos mercados. A missão angolana partici- pante à primeira Cimeira de Negócios da Confedera- ção Empresarial da Comu- nidade de Países de Língua Portuguesa (CE CPLP), em Malabo, era, até ontem, no segundo dia de 72 empresá- rios, contra os iniciais pouco mais de 50 do primeiro dia. Organizações como Asso- ciação das Indústrias de Bebidas de Angola (A IBA), Empresas de Comércio e Distribuição Moderna de Angola (ECODIM A), Fundo de Apoio aos Jovens Empre- sários (FAJE) e Federação das Mulheres Empresárias de Angola (FMEA) são só parte da “Task Force” que o país foi apresentar aos homólogos. Estes empresários são tam- bém eles integrantes do Grupo Técnico Empresarial (GTE), um parceiro do Governo e com o qual se tem buscado iden- tificar e remover os actuais constrangimentos ao “bom andamento” dos negócios. O empresário Raúl Mateus, vice-presidente do GTE e pre- sidente do grupo ECODIMA, entende que a presença ango- lana em Malabo é só uma pequena amostra do que eles mobilizam e de como deverá ser o certame de Luanda, no mês de Julho. Para este fórum da Guiné Equatorial, disse, o objectivo transcende Angola, uma vez que se precisa de reforçar a actuação da CPLP e juntar os empresários para juntos par- tirem à conquista de outros mercados no continente. Raúl Mateus voltou a rea- firmar a satisfação pelo facto de 48 por cento dos produtos nas prateleiras dos supermer- cados para o consumo das famílias serem movimenta- dos pela distribuição moderna angolana e são mesmo de pro- dução nacional. O que defendeu ainda assim o empresário da Pomar Belo é que se deixe o mercado auto- -regular por via da oferta e da procura. Para ele, não se devem impor restrições do tipo o quê MAiS De 70 eMPreSárioS MoStrAM ANGoLA eM NeGócioS 51 Por cento das acÇÕes Ficam com a Parte eQuato-Guineense } A pRESEnÇA AnGoLAnA EM MALABo É Só uMA pEquEnA AMoSTRA Do quE ELES MoBiLizAM E DE CoMo DEVERá SER o CERTAME DE LuAnDA, e como importar, mas criar- -se internamente infra-estru- turas para que os operadores comerciais consigam interna- mente dar resposta aos níveis de consumo interno. “Com a liderança do pre- sidente João Lourenço, os empresários estão mais for- tes. Até aqui, as 20 associa- ções cong regadas no GT E lograram um mérito de rever- ter 396 decisões e isso gra- ças à porta ao diálogo que o Governo mantém aberta”, disse. Preço do pão Um dado avançado pelo empre- sário tem a ver também com a taxa fiscal de 14 por cento do pão, facto que tem provo- cado a subida deste alimento básico nos últimos tempos. A isso, Raúl Mateus fala em incompreenssão aos sinais do mercado, uma vez que Angola já produz farinha de trigo acima do seu consumo actual. O empresário assegura que ainda este ano o país vai tes- temunhar a subida da actual cifra de oferta da farinha de trigo, criando, assim, inter- namente, condições para a exportação. Logo, reafirma, não se pode continuar a ver o pão a subir como acontece, sendo, neste momento, esta matéria das várias a prosseguirem nas discussões construtivas que se mantém com o Governo. 8 Economia & FinançasDESTAquE Isaque Lourenço | Malabo O secretário de Estado pa ra o Comércio, A madeu Lei- t ã o N u n e s, disse, ontem, em M a la b o, que o tomate e a cebola de A ngola são dois dos mu i- tos produtos agrícolas que o país poderá exportar para a Guine Equatorial, no quadro da retoma dos acordos exis- tentes pelos dois países e que datam de 2007. Face à existência de opor- tunidades, uma linha portuá- ria de baixo custo (ligação de apenas dois dias) e uma certa escassez desse produto nos principais mercados, Amadeu Nunes prometeu fazer deste tema um ponto da agenda bilateral que os dois governos mantêm e que têm sido maté- rias de contactos entre ambos departamentos ministeriais. O Comércio como ilustrou o governante angolano é só um dos vários domínios da coo- peração recíproca que Angola e Guine Equatorial desenvol- vem e com maior intensidade nos últimos anos. Trata-se, segundo indica- dores, do segundo e terceiro maiores produtores de petró- leo do continente, posição que interliga os governos face aos interesses comuns. Esta presença dos mem- bros do Governo na Cimeira de Negócios da Confederação Empresarial da Comunidade de Países de Língua Portu- g uesa está mesmo a ser v ir também para a materializa- ção de uma agenda de con- tactos bilatera is, v isa ndo reforça r as pa rcer ias nos negócios e em outras áreas com congéneres presentes na cidade de Malabo. Amadeu Leitão Nunes man- teve encontro oficiais com os ministros do Comércio; da Energia; da Indústria e esteve também no encontro de terça-feira entre o secretário de Estado para a Cooperação Internacional e Comunidades Angolanas, Domingos Custó- dio Vieira Lopes, e o minis- tro das Relações Exteriores e Cooperação Internacional do governo da Guine, Simeõn Angue. interesse comum Durante a audiência, entre Domingos Custódio Vieira Lopes e Simeõn Angue, os dois altos diplomatas passaram em revista o excelente nível das relações de cooperação entre os dois estados, bem como analisaram aspectos relati- vos à realização da próxima sessão da Comissão Bilate- ral Angola-Guiné Equatorial. Nesse encontro, os gover- nantes trocaram pontos de vistas sobre o reforço da coo- peração entre os dois países em áreas de interesse comum, assim como perspectivaram a realização da Cimeira de Negó- cios da Confederação Empresa- rial da CPLP, iniciada ontem, aqui em Malabo, República da Guiné Equatorial. Foram ainda no encontro trocadas impressões sobre o impacto social e económico causado pela Covid-19, no con- tinente africano, particular- mente em Angola e na Guiné Equatorial. Nesse encontro, acompa- nharam o secretário de Estado para a Cooperação Interna- cional e Comunidades Ango- lanas o secretário de Estado do Comércio, Amadeu Leitão Nunes; o director de Coopera- ção Internacional do Ministé- rio das Relações Exteriores, embaixador Carlos Sardinha Dias, o embaixador extraor- dinário e plenipotenciário da República de Angola na Repú- blica da Guiné Equatorial, A ntónio Luvualu de Car va- lho, entre outros altos fun- cionários do MIREX. Hortícolas de Angola vão ser exportadas para a Guiné Equatorial Secretário de Estado para o Comércio, Amadeu Leitão Nunes, reuniu com ministro guineense do sector sobre a reactivação dos acordos de 2007 e fez constar a abertura de canais portuários para a exportação de bens agrícolas possíveis de escoar para mercado deste país Desde a chegada da comitiva angolana ao Aeroporto de malabo, na Guiné equatorial, um senhor-jovem de estilo peculiar, corte de cabelo scovinho fino à moda “mwangole”, barba desenhada do alto a baixo e para não variar de feliz simpatia, faz as honras da casa sem acepção nem excepção. o embaixador António luvualo de Carvalho tenta manter em época de pandemia, obviamente de muitas restrições sanitária e de segurança, a delegação angolana o mais tranquila possível. nalguns momentos, confunde-se o diplomata até com o editor. sugere pauta, propõe os melhores horários e vai buscar as fontes, quando necessário. e não se desliga de momentos essenciais. Alguém diria, de certeza: tem giníca! não é para menos. A Guiné equatorial está numa transicção linguística e o espanhol ainda arranha os esforços de muitos que querem se comunicar já português. sem querer centrar os hollofotes da imprensa, dir- se-ia na gíria “dar show”, pois escapou-nos de tanta cortesia a qualquer entrevista até hoje, o embaixador, além de ficar com a comitiva mesmo já depois da meia noite no dia da chegada, acompanhou a hospedagem de todos e no dia seguinte (na verdade era só mais tarde do mesmo dia), por volta das 10h senão mesmo antes, já estava de volta e com o sorriso no rosto para saudar e alinhar as agendas. Como mandam as regras de eventos internacionais, os testes à Covid-19, no mínimo, fazem-se nos intervalos de 48 a 72 horas. ninguém facilita, nesse sentido. Claramente que todo este empenho do representante do país em malabo não era porque a comunidade angolana na Guiné equatorial seja bem pequena, dominada por missionários levados por irmãos brasileiros, e nem porque era de boa lembrança ver muita “malta” que deixou de ver há algum tempo. era só e as vistas de todos os integrantes um verdadeiro hospitaleiro anfitrião. não nos critiquem a indiscrição, mas da comitiva moçambicana logo se ouviu o sussuro: nós nem sabemos onde estará por agora o nosso embaixador. em português falávamos e logo todos nos entiamos, era já véspera do 5 de maio, o Dia da língua Portuguesa. Viva!!!... eMbAixADor LuVuALo fAz AS hoNrAS DA cASA o hosPitaLeiro-anFitrião diPLomacia econÓmica A GuinÉ EquAToRiAL ESTá nuMA TRAnSiÇão LinGuíSTiCA E o ESpAnhoL AinDA ARRAnhA oS ESFoRÇoS DE MuiToS quE quEREM SE CoMuniCAR Já poRTuGuêS DR DR 9Sexta-feira, 7 de Maio de 2021 “Os países produtores de hidro- carbonetos como a Guiné Equa- torial, Angola, Moçambique ou Brasil e Portugal, como grande consumidor, é muito importante que possamos trabalhar num projecto coordenado ao nível da CPLP para poder explorar o gás para uso das nossas economias”, disse Gabriel Obiang Lima. O ministro falava ontem, no Centro de Conferências de Simpopo, Guiné Equatorial, no segundo dia da cimeira de negócios promovida pela Con- federação de Empresários da Comunidade dos Países de Lín- gua Portuguesa (CPLP). “Cada vez será mais difícil conseguir financiamento para desenvolver os nossos produtos [petrolíferos] porque mundial- mente há uma grande motivação para levar a cabo a transição ener- gética de hidrocarbonetos para as energias renováveis”, assinalou. Mas, apesar disso, defendeu, em países como a Guiné Equato- rial e outros em África, essa tran- sição terá de “levar no mínimo mais 20 anos”. “Só aí estaremos ao nível dos países desenvolvidos”, disse. O ministro equato-guineense falava num painel com responsá- veis governamentais da Guiné- -Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, além de represen- tantes de Portugal, Brasil e Moçambique sobre o papel dos governos na atração de investi- mento estrangeiro. Por seu lado, o deputado socialista portug uês Luís Moreira Testa considerou que, no novo advento das energias renováveis, Portugal tem poten- cial para passar de consumidor a produtor de energia. “Os hidrocarbonetos servirão nas próximas décadas como com- bustíveis de transição. Portugal é um grande consumidor de gás natural, proveniente maioritaria- mente da Argélia, e a nova gera- ção de consumo de gás natural na Europa prevê a obrigatorie- dade de inclusão de hidrogénio verde”, disse. Neste sentido, sublinhou o deputado, os ‘pipelines’ que trazem o gás da Argélia podem, num futuro próximo, levar o gás produzido na Guiné Equa- torial ou em Moçambique cor- tado com hidrogénio verde produzido em Portugal. “Isto pode ser uma grande oportunidade de comunhão ener- gética na CPLP”, disse. Nu m out ro dom í n io, o ministro do Comércio, Indús- tria e Energia de Cabo Verde, Alexandre Dias Monteiro, con- siderou a mobilidade dentro do espaço da comunidade lusófonacomo “um fator crítico” para a criação de um “quadro favorá- vel” aos negócios e ao investi- mento estrangeiro. “A mobilidade é um fator crí- tico de contactos e intercâmbios entre as empresas e empresários”, disse, sublinhando os avanços alcançados neste domínio nos últimos anos, que deverão permi- tir a assinatura de um acordo de mobilidade na próxima cimeira de Chefes de Estado e de Governo, em julho, em Luanda. Por seu lado, o ministro da Economia da Guiné-Bissau, Vitor Mandinga, defendeu a criação de uma agência de promoção de investimento ao nível da comu- nidade que permita uma articu- lação com as agências de cada um dos países. “Esse mecanismo é indis- pensável para tornar mais homogénea a legislação sobre o investimento e mais harmo- nizada a distribuição de opor- tunidades de investimento pelos países”, disse, conside- rando que falta aos empresá- rios “informação transversal” sobre toda a CPLP. A ministra dos Negócios Estrangeiros de São Tomé e Príncipe, Edite Ten Jua, des- tacou a importância de criar um clima de confiança para atrair investimentos, nomea- damente ao nível da proteção jurídica e da justiça fiscal, bem como da simplificação dos procedimentos adminis- trativos, a par com a existên- cia de infraestruturas e meios de transporte e comunicações. A Guiné Equatorial aco- lhe até sexta-feira a primeira cimeira de negócios da CE-CPLP, que reúne 250 empresários de Portugal, Angola, Moçambique e Cabo Verde. DESTAquE De acordo com a base de dados do Fundo Monetário Interna-cional (FMI), consul-tada ontem pela Lusa, a junção do Produto Interno Bruto (PIB) de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Equatorial, Guiné- -Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste daria uma riqueza de 1,8 biliões de dólares, equivalente a cerca de 1,5 biliões de euros. Entre as economias lusófo- nas, o Brasil é, de longe, a maior, com um PIB avaliado em 1,4 biliões de dólares, o que com- para com os 257 mil milhões de dólares de Portugal, a segunda maior economia lusófona, e com os 485 milhões de São Tomé e Príncipe, a mais pequena. De acordo com as previsões do FMI, o valor destas econo- mias vai crescer 9,1% no próximo ano, chegando ao final de 2022 Países lusófonos juntos seriam a 10.ª maior economia mundial Os nove países de expressão oficial portuguesa seriam a décima maior economia do mundo, valendo 1,8 biliões de dólares, ficando abaixo do Canadá e acima da Coreia do Sul, numa lista liderada pelos Estados Unidos DR DR } CADA VEz SERá MAiS DiFíCiL ConSEGuiR FinAnCiAMEnTo pARA DESEnVoLVER oS noSSoS pRoDuToS [pETRoLíFERoS] poRquE MunDiALMEnTE há uMA GRAnDE MoTiVAÇão pARA LEVAR A CABo A TRAnSiÇão EnERGÉTiCA DE hiDRoCARBonEToS pARA AS EnERGiAS REnoVáVEiS PIB em 2021 Angola 66,4 Brasil 1.491,7 Cabo Verde 2,0 Guiné Equatorial 11,7 Guiné Bissau 1,6 Moçambique 13,9 Portugal 257,3 São Tomé e Príncipe 0,4 Timor-Leste 1,7 FONTE: Base de dados do FMI com uma riqueza total de 2,014 biliões de dólares, equivalentes a 1,65 biliões de euros. Acima da economia lusófona estão os Estados Unidos, com 22 biliões de dólares, a China, com 16 biliões, e depois Japão, Alema- nha, Reino Unido, Índia, França, Itália e Canadá. Guiné equatorial quer projecto comum para exploração de gás O ministro das Minas e Hidrocarbonetos da Guiné Equatorial defendeu ontem um projecto comum dos países lusófonos para a exploração de gás, sublinhando a necessidade de uma transição energética mais demorada em alguns países africanos entre as economias lusófonas, o brasil é, de longe, a maior, com um Pib avaliado em 1,4 biliões de dólares dos estados unidos Economia & Finanças10 O que a TAAG fez para superar as dificuldades causadas pela Covid- 19? Encerrou rotas, cortou destinos? A TA AG já tinha encerrado as suas rotas de desempenho negativo ainda antes do eclo- dir da pandemia, no âmbito do Plano de Reestruturação. Refiro-me às rotas do R io de Janeiro, Havana, Porto, Harare, Lusaka, Brazzavi- lle e Sal, no segmento inter- entrevista Agostinho Chitata ual o efeito da pan- demia do coronavírus para a companhia? O efeito da pan- dem ia tem sido devastador para a TA AG, tal como está a ser para a indústria aeronáutica a nível mundial. As nossas operações estão a 15 por cento do que eram nos períodos homólogos antes da pandemia. Estou a falar do número de voos diários e luga- res oferecidos por quilómetro (um parâmetro essencial para medir a capacidade operacio- nal de uma companhia aérea) e em igual percentagem estão as nossas receitas. Posso dizer, sem medo de errar, que a TA AG está a viver a sua pior crise desde que foi criada. Já é possível estimar o resultado financeiro do ano de 2020? Não podemos já avançar núme- ros exactos, pois estamos no processo de fecho de contas, mas seguramente não esta- mos longe daquilo que eram as nossas previsões já divul- gadas anteriormente. nacional. Cuito e Menongue no segmento doméstico. Por força das medidas restritivas decretadas para a contenção da pandemia, em Março de 2020 todos os voos foram interdita- dos. Apenas fomos autorizados a fazer alguns voos esporá- dicos de carácter humanitá- rio de passageiros e alguns de carga que, aliás, foram de conhecimento público. Com o aligeirar de algumas medidas fomos então, muito recente- mente, autorizados a reali- zar um voo por semana para Lisboa, Joanesburgo e, mais tarde, S. Tomé, bem como ser- vir algumas províncias em A ngola com um número de voos muito reduzidos. Daí afirmar que estamos a ope- rar a uma capacidade de 15 por cento, comparativamente ao período anterior à pande- mia. Sendo certo que o Plano de Reestruturação já preco- nizava uma série de medidas tendentes a reduzir os custos, estas medidas tiveram que ser radicalizadas para garantir a sobrevivência da empresa. Uma das medidas de contingên- cia foi negociar, com os nossos credores, planos e extensões de prazos de pagamento das nossas obrigações, reduzir ser- viços, renegociar e rescindir contratos, suspender o paga- mento de alguns subsídios aos trabalhadores, entre outras. E quanto à frota, o que foi feito? É adequada à demanda da com- panhia? Neste momento, a frota da TAAG é composta por 18 aeronaves. Por força da pandemia, apenas 9 estão operativas pois, com a drástica redução dos voos, não precisamos de as ter todas em estado operacional. As restantes estão imobilizadas, cumprindo com os planos mandatórios de preservação. Numa perspectiva de retoma das operações, julgamos que a nossa frota responde cabalmente à nossa estratégia comercial. Contudo, como a recuperação será lenta, numa primeira fase, ficaremos com uma frota ociosa que, com imaginação e espírito empreendedor, teremos que as rentabilizar. A sua alienação não será, com certeza, um bom negócio, pois precisamente pelo excesso de oferta que se verifica no momento actual (a nível mun- dial grande parte das compa- nhias aéreas colocou à venda os seus aviões), as aeronaves encontram-se bastante des- valorizadas. Assim, achamos que a procura de novos mer- cados, seja para voos regula- res, não regulares (charter), passageiros ou carga, será a via mais inteligente. temos enormes custos fixos a cobrir, por força de compromissos assumidos com os nossos fornecedores, prestadores de serviços, salários dos trabalhadores e obrigações fiscais. entretanto, numa perspectiva de retoma das operações, julgamos que a nossa frota responde cabalmente à nossa estratégia comercial rui carreira Presidente da comissão executiva (Pce) “O efeito da pandemia tem sido devastador para a TAAG” O Presidente da Comissão Executiva (PCE), Rui Carreira, disse que as operações da TAAG estão a 15 por cento do que eram nos períodos homólogos antes da crise sanitária. “Estou a falar do número de voos diários”. Pois, tem-se “enormes custos fixos a cobrir, por força de compromissos assumidos com os nossos fornecedores,prestadores de serviços, salários dos trabalhadores e obrigações fiscais”, sustentou o entrevistado do Jornal de Economia & Finanças Q Sexta-feira, 7 de maio de 2021 11EnTREViSTA houve despedimentos de pessoal por causa da redução das actividades? Ainda não houve, mas certamente haverá. todavia, queremos fazê-lo com sentido de responsabilidade, mediante a execução de um plano bem concebido de aproveitamento deste capital humano que, embora excedentário na tAAG, tem muito a dar ao nosso país. o que pode ser feito no curto prazo para melhorar a eficiência e o desem- penho operacional da empresa? A chave está na cabal implementação do Plano de restruturação que preconiza, além das medidas já anunciadas nas respostas anteriores,orientadas para a redução radical dos custos, uma melhor e mais racional utilização da frota como um dos seus principais pilares. medidas complementares, mas de capital importância, terão que ser tomadas pelo estado angolano no que diz respeito ao valor das taxas a cobrar sobre os serviços aeroportuários e de navegação aérea, preço do combustível, actualização legislativa no domínio dos ntA (normativos técnicos Aeronáuticos), sem descurar os aspectos relacionados com os princípios da boa gestão que deve ser visionária, transparente, parcimoniosa e rigorosa. em contexto de pandemia, como as rotas nacionais podem ser- vir de alternativa na factura- ção da companhia? As rotas nacionais fazem parte do objecto e razão de existir da tAAG e, por isso, estarão sempre nas prioridades da companhia. Contudo, temos de reconhecer que o segmento doméstico não arrecada o mesmo nível de receita que o segmento internacional. em contexto de pandemia serviremos o mercado nacional até onde nos for permitido, mas com a consciência de que as receitas dos voos domésticos, historicamente, representam apenas 12-15 por cento das receitas totais dos voos de passageiros da tAAG. Apesar de já operar com voos de pequeno porte, os preços ainda são vistos como muito caros pelos clientes? os preços estão realmente mais baixos, tal como prometemos por altura do anúncio da entrada em funcionamento da frota Dash-8. A percepção de preço caro pelos clientes deriva das constantes depreciações do Kwanza face ao dólar. Contudo, registamos com agrado nos últimos meses alguma tendência estabilizadora no domínio cambial. infelizmente teremos que fazer sempre esta actualização dos preços, pois 80 por cento dos nossos custos são realizados em divisas e, num ambiente de instabilidade macroeconómica, é bastante penalizador ter como referência a nossa moeda. Por outro lado, é exigência da iAtA (Associação internacional dos transportes Aéreos) que as companhias tenham uma divisa como moeda de referência. Quanto ao mercado internacio- nal, quais as estratégias de curto e médio prazos? em termos de inovação, servir África é a tónica dominante da nossa estratégia para os voos internacionais que deverá ser complementada pela entrada em outros destinos fora do continente mais procurados pelos africanos, nomeadamente, londres e Paris na europa e China e Índia na Ásia. Contudo, estaremos atentos às dinâmicas dos mercados que nos vão dando indicações olharmos para países como Cuba, itália, espanha, israel, líbano e estados Unidos da América. Qual é a estratégia da tAAG para o continente africano? servir o continente africano é a nossa grande aposta. Grande parte das poucas companhias aéreas africanas que havia, perdeu a sua capacidade operacional e nós vemos nisto uma grande oportunidade para preencher esta lacuna. Há mercados directamente ligados a Angola, como sendo a região oeste de África, pela importante comunidade de cidadãos de países desta região que vivem e têm negócios no nosso país, que clama insistentemente por transporte aéreo. mas há também mercados indirectos em que o aeroporto de luanda pode servir de hub e a tAAG pode desempenhar um papel importante e colher benefícios. Porque privilegiar as rotas para Portu- gal em detrimento de outros destinos? Portugal é e há de ser durante muitos anos o melhor destino internacional da tAAG, por razões óbvias. Além daquilo a que chamamos na linguagem aeronáutica o tráfego étnico, há um enorme volume de negócios entre os dois países, fortalecido pelos laços históricos e linguísticos. É um racional de natureza económica e que já representou mais de 200 milhões de dólares americanos por ano. Uma receita que não pretendemos entregar a outros. A tAAG, enquanto agente económico, tem que ser racional e procurar a receita lá onde ela se encontre. A escolha de destinos é feita mediante o recurso a motores sofisticados de busca. obviamente que estes instrumentos nos dizem que Portugal não é o único bom mercado para a tAAG. Há outros, sem dúvida. mas este é seguramente o melhor, tal como londres é para qualquer companhia nigeriana, ou Paris para qualquer companhia tunisina, para apenas citar estes exemplos. em meio à pandemia, a tAAG teve acesso a novos financiamentos ou ajudas públicas para superar a crise? este é um tabu que nos está a ser difícil esclarecer ou convencer a opinião pública. Até ao momento, a tAAG só foi financiada pelos seus clientes. esperamos com alguma ansiedade a ajuda do estado angolano,seja pela via da capitalização da empresa, pela via do empréstimo, ou ainda pela concessão de garantias soberanas, ou outras vias. entendemos perfeitamente os desafios do estado neste momento tão difícil, mas achamos que não é avisado deixar morrer a companhia de bandeira. temos estado permanentemente a contactar instituições financeiras nacionais e internacionais para suporte de tesouraria. todavia apresentam-nos exigências impossíveis de comportar e nem aceitam a colocação dos nossos activos como garantia. A criatividade financeira apresenta-nos hoje muitas modalidades de financiamento. Contudo, os nossos esforços têm sido infrutíferos. Pensamos que as incertezas de controlo da pandemia a nível mundial levam a que estas instituições ainda não estejam permeáveis a assumir alguns riscos. A chAVe eStá No PLANo De reStruturAção DA coMPANhiA De bANDeirA } AS RoTAS nACionAiS FAzEM pARTE Do oBJECTo E RAzão DE ExiSTiR DA TAAG E, poR iSSo, ESTARão SEMpRE nAS pRioRiDADES DA CoMpAnhiA “PortuGAL é e há De Ser o MeLhor DeStiNo iNterNAcioNAL DA tAAG” A TAAG, EnquAnTo AGEnTE EConóMiCo, TEM quE SER RACionAL E pRoCuRAR A RECEiTA Lá onDE ELA SE EnConTRE. A ESCoLhA DE DESTinoS É FEiTA MEDiAnTE o RECuRSo A MoToRES SoFiSTiCADoS DE BuSCA 12 Economia & FinançasFinAnÇAS Arão Martins | Humpata C inco projectos inseridos no Plano Integrado de Inter- venção nos Muni- cípios ( PI I M), nos domínios da saúde, educação, água e energia eléctrica, foram concluídos no município da Hum- pata, província da Huíla. A administradora munici- pal da Humpata, Rita Miranda Soma, explicou que, aquela municipalidade conta com 12 projectos, avaliados em cerca de kz 2, 6 mil milhões. A responsável disse que dos 12 projectos, cinco já foram concluídos e inaugurados, tais como o hospital municipal, uma escola de 12 salas na localidade de Honkuluvala, duas escolas 7 salas cada nas localidades da Taka, comuna da Palanca e Kalu- mue 1, na comuna da Palanca e a subestação eléctrica na sede municipal da Humpata. Informou que relativamente à execução financeira acumu- lada do PIIM, foram pagos até ontem, kz 1.603.230.940,90 (um mil milhão, seiscentos e três milhões, duzentos e trinta mil, novecentos e quarenta kwanzas e noventa cêntimos), o que cor- responde a uma execução finan- ceira na ordem de 76 e física de 74 por cento, respectivamente. Esclareceu que em emprei- tadas foram gastos kz 1, 5 mil milhão. Acrescentou que nos serviços de fiscalização, foram gastos kz 51, 4 milhões. Susten- tou que, com o apetrechamento, os gastos foram na ordem de kz 262,7 milhões.Rita Soma reconheceu o impacto positivo do PIIM, na vida das comunidades em vários domí- nios. Com o programa, referiu, está-se a melhorar a circulação de pessoas e bens, com os projec- tos de asfaltagem de cinco qui- lómetros e 800 metros na sede municipal, e 42 quilómetros de ter- raplanagem das vias inter-comu- nais, nomeadamente o Alto Bimbi, Neves e Bata-bata. Sustentou que no domínio da educação estão a ser construídas 65 salas de aulas. Segundo disse, o objectivo é beneficiar mais de 5.425 alunos, adiantando que o ganho vai permitir reduzir as actuais 155 turmas ao ar livre. Já no sector da saúde, refe- riu, com a conclusão do Hospi- tal Municipal inaugurado e do centro de saúde das neves em curso, pretende-se aumentar a capacidade de internamento para mais de 140 camas, das 120 já existentes. No âmbito do sector de ener- gia eléctrica, indicou, com a recente inauguração da subes- tação eléctrica, conseguiu-se melhorar a qualidade e a regu- laridade do fornecimento de energia eléctrica com poten- cial para beneficiar mais de 19 mil habitantes, o que permitirá após a implementação da rede de baixa e média tenção, 5 mil ligações domiciliares. “Com o início do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios, criou-se mais de 370 postos de emprego direc- tos”, revelou. Execução financeira acumulada liquidou mais de 1,6 mil milhões de kwanzas na Humpata CMC esclarece papel dos agentes de intermediação e infra-estruturas de mercado Os Agentes de Intermediação e Infra-estruturas de Mer- cado, foi o tema que dominou o webinar sobre mediação e transacção financeira reali- zada pela Comissão do Mer- cado de Capitais (CMC). O objectivo do evento foi dar a conhecer ao público, o papel desempenhado pelos Agentes de Intermediação e a sua impor- tância para a alavancagem do mercado de valores mobiliários angolano (MVM). Esta iniciativa insere-se no âmbito das acções que visam promover o reforço da ima- gem institucional da CMC, para que assegurem o conhe- cimento e entendimento do seu papel enquanto entidade regu- ladora e garantam a percepção da mesma, como uma presença incontornável no mercado, através da promoção de uma política de proximidade com o público, factor que a CMC defi- niu como parte integrante da sua estratégia para dinamiza- ção do MVM no país Durante a sessão, Andilson Clemente, Técnico da Divisão de Educação Financeira da CMC e Hermenegilda Gomes, Eco- nomista do Departamento de Supervisão de Intermediação Financeira e Infra-estruturas de Mercado da CMC, esclarece- ram as dúvidas apresentadas pelos internautas relativamente à definição e a importância da existência de intermediários no sistema financeiro de um país. Foram abordados temas como, o tipo de informação que o intermediário financeiro deve transmitir ao potencial inves- tidor, as responsabilidades que a CMC tem em relação a estes, a diferença entre correctoras de valores mobiliários e ban- cos/distribuidoras e ainda os requisitos necessários para o exercício da actividade no país. Foram igualmente divul- gados, os procedimentos e as regras que podem auxiliar os potenciais investidores numa possível tomada de decisão de investimento e incentivada a aposta neste segmento de mer- cado, enquanto canal alternativo e complementar para o financia- mento da economia angolana. Os técnicos deram a conhe- cer que, intermediários finan- ceiros são os agentes que fazem a mediação de transac- ções financeiras, transferindo dinheiro dos agentes superavi- tários (que passam a ser credo- res) para os agentes deficitários (que se tornam devedores). Actualmente, estão regis- tados na CMC um total de 27 intermediários financei- ros, dos quais 24 bancos e 3 correctoras. PIIM VALORES MOBILIÁRIOS ProGrAMA De coMbAte à PobrezA AtiNGe MiLhAreS De beNeficiárioS mais de 28.160 mil pessoas beneficiaram directamente de acções do programa de combate à pobreza, até março último, no município da Humpata, província da Huíla, informou, a administradora municipal. rita soma que prestou a informação, à margem da visita que os deputados da bancada parlamentar do mPlA pelo círculo provincial efectuaram aos projectos do Piim e de combate à pobreza, disse que foram executadas acções nos domínios de apoio à campanha de registo civil, água, aquisição de bens alimentares da cesta básica e outros. informou que com o programa foram adquiridos meios de biossegurança para apoiar as instituições escolares, devido à Covid-19, reparação de bombas submersível do ponto de água da estação de tratamento de água, na comuna da Palanca. Disse que foi ainda construída uma captação de água semi-industrial na sede municipal da Humpata para melhorar a capacidade de produção de água da estação de tratamento de Água (etA). A administradora municipal da Humpata referiu ainda, a construção de um alpendre para albergar as mulheres empreendedoras na venda de churrascos, distribuição de kits profissionais que beneficiaram mais de 114 ex-militares. esclareceu que a Administração municipal da Humpata empregou mais de 6 milhões de kwanzas no programa de reparação da ruptura do canal de irrigação da barragem das neves. A administradora municipal da Humpata defendeu a necessidade da reabilitação e desassoreamento da barragem das neves, bem como dos 38 quilómetros do perímetro irrigado da mesma barragem. Disse ainda ser necessário a construção de sistemas de água para os novos fogos habitacionais na localidade da Palanca, reabilitação e expansão do sistema de abastecimento de água da sede municipal inscrito no orçamento Geral do estado (oGe) do ministério da energia e Água, desde 2020 e actualmente sem execução. Destacou ser necessário a construção de cinco administrações comunais e respectivos serviços de apoios, a asfaltagem, pavimentação de 6 km de estrada nas novas urbanizações da Palanca, no âmbito da autoconstrução dirigida e dos 200 fogos habitacionais. referiu, igualmente, o apetrechamento do centro comunitário, reestruturação e aconselhamento social nas localidades de Caholo e neves para mais de 70 crianças da mesma localidade. 13Sexta-feira, 7 de maio de 2021 FinAnÇAS Pedro Peterson As remessas dos imi-grantes angolanos recebidas do resto do mundo atingiram no quarto trimestre de 2020, cerca de 3,3 milhões de dólares norte-americanos, con- tra 1,9 milhões registados no tri- mestre anterior, e 1,1 milhões no período homólogo, representando um acréscimo de 75,7 e 211,2 por cento, respectivamente. Seg undo o relatório do Banco Nacional de A ngola ( BNA ), o saldo líquido das remessas e outras transfe- rências pessoais, continuou a registar valores negativos para o país, quase na mesma pro- porção das remessas enviadas, uma vez que as mesmas con- tinuam a suplantar as remes- sas recebidas do exterior, que registam um valor residual. Comparado ao terceiro tri- mestre de 2020, as remessas recebidas tiveram um cresci- mento de aproximadamente 75,7 por cento, enquanto as enviadas decresceram em cerca de 5,1 por cento Relativamente aos países de origem das remessas que entram para Angola, Portugal mantém- -se na liderança com um peso de 12,9 por cento, seguido dos Esta- dos Unidos da América (EUA) e do Grã-Bretanha com 9,8 e 9,3 por cento, respectivamente. Esta posição, segundo o BNA, continua a ser justificada pelo facto de Portugal ainda se cons- tituir num dos principais desti- nos dos angolanos que tomam a decisão de emigrar a fim de cum- prirem certas obrigações eco- nómicas e financeiras no país. Apesar das remessas se constituírem uma das princi- pais fontes externas de apoio à redução da pobreza e de investimento nos países em desenvolvimento, as quantias recebidas do resto do mundo no período em análise perma- neceram ínfimas, presumivel- mente, destinadas a cobertura de necessidades pontuais de consumo, significando que as receitas que ingressam no país,nesta categoria, não têm tido grande impacto na acti- vidade económica. O documento sustenta que, além dos canais formais, os remetentes utilizam também os informais, como amigos viajantes, familiares, socie- dades comerciais e outros, o que pode de certa for ma indiciar que os montantes ora analisados podem estar abaixo do total de remessas que efectivamente entram no território nacional. Remessas atingem 3,3 mil milhões de dólares ANGOLANOS NO ESTRANGEIRO } ApESAR DE AS REMESSAS ConSTiTuiREM uMA DAS pRinCipAiS FonTES ExTERnAS DE Apoio à REDuÇão à poBREzA noS pAíSES EM DESEnVoLViMEnTo, AS quAnTiAS RECEBiDAS não TêM TiDo GRAnDE iMpACTo nA ACTiViDADE EConóMiCA DESSAS EConoMiAS VALor DoS eStrANGeiroS SoMA 145,7 MiLhõeS PortuGAL LiDerA LiStA De reMeSSAS As remessas enviadas pelos estrangeiros residentes no país para o resto do mundo atingiram 145,7 milhões de dólares norte-americanos, representando uma diminuição de 5,1 por cento, quando comparadas com o trimestre anterior em que as mesmas se cifraram em 153,4 milhões de dólares e um acréscimo de 159 por cento em relação ao período homologo. Dos principais países de destino das remessas, o destaque vai para Portugal com 77 por cento dos valores enviados pelos residentes, seguido do Vietname e da China com 6,1 e 4,4 por cento respectivamente. A posição de Portugal pode ser explicada pela dimensão da comunidade portuguesa no nosso país, pela dimensão da comunidade angolana naquele país que depende dos recursos oriundos de Angola para suportar as despesas de educação e saúde, entre outras, bem como pelo facto de Portugal se constituir na porta de saída para as remessas destinadas a outros países da europa e não só. nos principais destinos das remessas, destaque para o Vietname que à semelhança do trimestre anterior, posicionou-se em segundo lugar, justificado pela dimensão da comunidade vietnamita no nosso país, constituída maioritariamente por médicos, professores e comerciantes. no Continente Africano, destaque para o surgimento da namíbia entre os principais destinos, que pode ser explicada pelas deslocações por questões de saúde, bem como pela comunidade angolana estudantil e não só residente naquele país Portugal tem sido o maior destino das remessas recebidas e enviadas por residentes em Angola e o saldo dessas transacções é historicamente negativo para o nosso país, significando que nesta categoria Angola continua a enviar para Portugal muito mais recursos financeiros do que recebe. no período em análise, as remessas recebidas de Portugal tiveram um aumento de 12,3 por cento em relação ao período anterior ao passar de 0,38 milhões de dólares norte- americanos no terceiro trimestre para 0,42 milhões de dólares no quarto trimestre de 2020, ao passo que as remessas enviadas registaram um decréscimo na ordem dos 7,7 por cento ao atingir a cifra de 112,2 milhões de dólares no quarto trimestre, contra os 121,5 milhões de dólares alcançados no trimestre anterior. De acordo com a da Balança de Pagamentos e da Posição de investimento internacional, as transferências pessoais consistem em todas as transferências correntes em dinheiro ou em espécie realizadas/recebidas por famílias residentes de/para famílias não residentes. As transferências pessoais, incluem todas as transferências correntes entre residentes e não residentes. Segundo o relatório do Banco Nacional de Angola (BNA), o saldo líquido das remessas e outras transferências pessoais, continuou a registar valores negativos para o país, quase na mesma proporção das remessas enviadas, uma vez que as mesmas continuam a suplantar as remessas recebidas do exterior que registam um valor residual 14 Economia & FinançasMERCADo Vânia Inácio A Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol), anunciou, ontem, em comunicado de imprensa, a internacionalização de venda de derivados de petró- leo para a Zâmbia, para a cons- trução de um gasoduto, a partir do Porto Comercial do Lobito, na província de Benguela, para fazer chegar, àquele país, um pipeline multiuso para o transporte de pro- dutos energéticos e combustíveis. O acordo, que foi assinado na passada quinta feira, 30 de Abril, em Luanda, é resultante da assi- natura de um Memorando de Entendimento entre os dois esta- dos, encabeçada pelo ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás de Angola, Diamantino Azevedo. Dentro da sua estratégia de internacionalização, a Sonangol, através da sua Unidade de Negó- cio de Distribuição e Comercia- lização (UNDC), irá optimizar a rede de distribuição e comercia- lização de produtos derivados de hidrocarbonetos líquidos, por via da exploração de novas oportuni- dades de negócio na região. Há cerca de três anos que a Zâm- bia mostra interesse em construir um pipeline multi-produtos, para abastecer o seu país em derivados de petróleo, incluindo gasóleo, gasolina e gás, o que fomentou as relações bilaterais entre os países fronteiriços que têm vindo a dar saltos colossais benéficos para as duas partes. Acordo entre Angola e Zâmbia abre novos mercados Desde o início do ano, o petró- leo bruto subiu 32 por cento. Analistas internacionais afir- maram na semana passada que esperam que atinja 80 dólares até ao final do ano, já que a reabertura das eco- nomias dos EUA e da Europa, em particular, traz de volta a demanda global pela commo- dity industrial mais impor- tante do mundo, mais rápido do que parecia possível ape- nas alguns meses atrás. Na quarta feira desta semana, os futuros do Brent testaram 70 dólares por barril pela primeira vez em dois meses depois que o American Petroleum Institute relatou a maior queda semanal dos estoques desde Novembro. . Na quinta-feira passada, os preços do petróleo caíam, apesar da queda nos estoques de petró- leo dos EUA em quase 8 milhões de barris na semana passada. Com isso, os futuros do petró- leo WTI caíam 0,91 por cento abaixo, a 65,02 dólares o barril, enquanto o contrato do Brent recuava 0,77 por cento, para 68,43 dólares norte americano. As acções dos EUA subiram na abertura da última quinta-feira com novos máximos à medida que a temporada de ganhos do primeiro trimestre segue sur- preendendo positivamente. Às 9h29 de ontem, os contra- tos futuros do Dow Jones subi- ram 0,06 por cento, enquanto os do S&P 500 e os do Nasdaq caiam ambos 0,03 por cento . Foi considerada a semana de ganhos mais movimentada do trimestre. Já o ouro futuro subia 0,66 por cento para 1.796,25 dólar a onça. Uma das relações comerciais mais importantes do mundo piorou ainda mais, o último passo para a alienação económica da China em relação ao Ocidente. O gigante asiático disse que sus- penderá o diálogo económico estra- tégico com a Austrália depois que esta última decidiu cancelar uma série de investimentos chineses no país sob a iniciativa ‘Belt and Road’. A China já reduziu drasticamente as compras de cevada e carvão austra- lianos, mas não de minério de ferro, que continua sendo essencial para alimentar o boom de infraestrutura. A medida veio um dia depois que o G7, que inclui países europeus e o Japão, mas não a Austrália, emitir uma declaração condenando a China pelos abusos de direitos humanos contra sua minoria muçulmana em Xinjiang, e pela insistência em blo- quear Taiwan dos fóruns da Organi- zação Mundial da Saúde. A declaração abre caminho para acções mais con- cretas a serem pelo menos discuti- das na cúpula do G7 em Julho. DERIVADOS DO PETRÓLEO Petróleo poderá chegar a 80 dólares até final do ano Futuros dos EUA estáveis com agendas de balanços lotados G7 ataca a China que desconta a frustração na Austrália xxxx cotAçõeS taxas de Juro moeda 07 mai 2021 eUriBor 1 mês eUr -0,553 eUriBor 6 meses eUr -0,515 eUriBor 12 meses eUr -0,483 liBor 1 mês UsD 0,10563 liBor 6 meses UsD 0,20063 liBor 12 meses UsD 0,27900 taxas de câmBio
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