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Julia Paris Malaco – UCT17 SP3 – perda de sangue A adesão plaquetária é mediada pelo fator de von Willebrand, que funciona como um cofator necessário para a ligação das plaquetas à parede do vaso danificado (ligação com o colágeno). Essa ligação ocorre através da interação do fator de von Willebrand com os receptores da glicoproteína Ib da membrana plaquetária. As plaquetas aderidas, em seguida, passam por uma “reação de secreção”, durante a qual liberam os constituintes de seus grânulos de armazenamento, incluindo a adenosina difosfato (ADP) e o tromboxano A2, simultaneamente elaborado do ácido aracdônico por meio da reação ciclo-oxigenase, a qual é inibida pelo ácido acetilsalicílico. O ADP, o tromboxano A2 e outros componentes da secreção dos grânulos plaquetários agem em conjunto no recrutamento e na ativação de plaquetas adicionais circulantes para o local da lesão vascular. Essas plaquetas ativadas expõem os sítios de ligação ao fibrinogênio por meio da formação do complexo fibrinogênio-glicoproteína IIb/IIIa de membrana. Durante o processo de agregação plaquetária (interações plaqueta- plaqueta), o fibrinogênio (ou fator de von Willebrand em condições de alta força de cisalhamento) medeia a formação do tampão plaquetário oclusivo. A fibrina, responsável pelo ancoramento do tampão plaquetário, é formada do fibrinogênio plasmático solúvel por meio da ação da potente enzima proteolítica trombina. A malha de fibrina é estabilizada por ligação cruzada covalente mediada pelo fator XIII. A trombina é formada de seu precursor plasmático inativo (zimogênio), a protrombina, por meio da ação do fator X ativado (Xa) e seu cofator, fator Va. Essa sequência de reações vem sendo classicamente referida como via final comum da coagulação. O fator X pode ser ativado pela via do fator tecidual (extrínseca) ou por meio da via de ativação por contato (intrínseca) da coagulação. A via extrínseca, agora considerada a principal via fisiológica de ativação da coagulação, é iniciada por meio da formação do complexo fator tecidual/fator VIIa. É desencadeada pela formação do complexo do fator tecidual (colágeno), que é exposto nas superfícies das células vasculares ativadas e das hemácias, com o fator VII (VIIa) ativado. A via de ativação do contato envolve uma série (ou cascata) de reações enzimáticas protease-zimogênio que são iniciadas pelo fator XII, cininogênio de alto peso molecular e pré-calicreína. O fator XII (XIIa) converte o fator XI em XIa, seguido pela ativação mediada pelo fator IX em IXa. O fator IXa serve como uma enzima para a conversão do fator X em Xa, uma reação que exige a presença do fator VIIIa agindo como um cofator. Mecanismos Antitrombóticos Fisiológicos O endotélio íntegro promove a fluidez sanguínea inibindo a ativação plaquetária e desempenha um papel crucial na prevenção do acúmulo de fibrina. Dentre os sistemas antitrombóticos fisiológicos que produzem esse efeito podemos citar antitrombina III, proteína C e proteína S, inibidor da via do fator tecidual (TFPI) e o sistema fibrinolítico. A antitrombina é a maior protease inibidora do sistema de coagulação: ela inativa a trombina e outros fatores ativados de coagulação. A heparina funciona como um anticoagulante ligando-se à antitrombina e acelerando essas reações. A heparina e os proteoglicanos de sulfato de heparina estão presentes naturalmente nas células endoteliais, de modo que a inativação da trombina e outras proteases de coagulação pela antitrombina ocorrem de modo fisiológico, prioritariamente nas superfícies vasculares, e menos no fluido plasmático. A proteína C ativada, com seu cofator, a proteína S, funciona como um anticoagulante natural ao inativar os fatores Va e VIIIa, dois cofatores essenciais da cascata de coagulação. A trombina, por si só, ativa a proteína C e essa reação ocorre rapidamente e apenas nas superfícies de células endoteliais vasculares intactas onde a trombina liga-se aos glicosaminoglicanos semelhantes à heparina e se liga à trombomodulina, expressa pelas células endoteliais. Essas ligações alteram a capacidade catalítica da trombina. A trombina ligada a trombomodulina reduz sua capacidade de clivar o fibrinogênio e passa a clivar e ativar de forma mais expressiva a proteína C. O TFPI é outro inibidor de protease plasmática que encerra o processo da coagulação induzida pelo fator tecidual. Por fim, a pouca fibrina que Julia Paris Malaco – UCT17 ainda é produzida, apesar desses potentes mecanismos fisiológicos antitrombóticos, é digerida rapidamente pelo sistema fibrinolítico endógeno. A fibrinólise é mediada pela plasmina, que é gerada pela clivagem do plasminogênio plasmático, pela ação dos ativadores do plasminogênio derivados do endotélio. Distúrbios trombóticos – estágios de hipercoagulabilidade Os estados de hipercoagulabilidade, também denominados trombofilias, englobam um grupo de condições hereditárias ou adquiridas que estão associadas a aumento do risco de trombose. Hipercoagulabilidade associada ao aumento da função plaquetária: O estado de hipercoagulabilidade por aumento da função plaquetária resulta em adesão de plaquetas, formação de coágulos de plaquetas e interrupção do fluxo sanguíneo. As causas do aumento da função plaquetária são perturbações no fluxo, lesão endotelial e aumento da sensibilidade das plaquetas aos fatores que causam aderência e agregação. Placas ateroscleróticas perturbam o fluxo sanguíneo, causando danos endoteliais e promovendo adesão plaquetária. As plaquetas que aderem à parede vascular liberam fatores de crescimento que provocam a proliferação de células do músculo liso e, assim, contribuem para o desenvolvimento de aterosclerose. O tabagismo, níveis séricos elevados de lipídios e colesterol, estresse hemodinâmico e diabetes melito são condições que predispõem a danos vasculares, adesão plaquetária e eventual trombose. Hipercoagulabilidade associada ao aumento da atividade de coagulação: A formação de trombos pela ativação do sistema de coagulação pode ser o resultado de transtornos primários (genéticos) ou secundários (adquiridos) que afetam os componentes do processo de coagulação sanguínea (i. e., aumento no nível de fatores de pró-coagulação ou diminuição na taxa de anticoagulação). Os estados de hipercoagulabilidade primária são anormalidades quantitativas ou qualitativas de proteínas específicas da coagulação que induzem um estado pró-trombótico. A maioria ocorre por deficiência de um fator anticoagulante fisiológico (geralmente associada a uma mutação de perda de função) ou a um nível elevado de um fator pró-coagulante (normalmente associado a uma mutação de ganho de função) Os estados de hipercoagulabilidade secundária, um grupo diverso de condições principalmente adquiridas, causam uma tendência trombótica por mecanismos mais complexos e frequentemente multifatoriais. Estados de hipercoagulabilidade primaria Deficiência de fatores antitrombóticos Deficiência de antitrombina (III) Deficiência de proteína C Deficiência de proteína S Aumento dos fatores protromboticos Fator V ativado (resistência à proteína C ativada; fator V de Leiden) Protrombina (mutação G20210A da protrombina levando ao seu aumento Fator IX Padua (fator IX de mutação R338L) Fatores VII, XI, IX, VIII; fator de von Willebrand; fibrinogênio elevados Deficiência de Antitrombina III: A deficiência quantitativa ou qualitativa hereditária de antitrombina III leva a um acúmulo de fibrina e a uma propensão vitalícia à trombose. A antitrombina é o principal inibidor fisiológico da trombina e de outros fatores de coagulação ativados, e sua deficiêncialeva a uma atividade desregulada das proteases e da formação de fibrina. Os pacientes com deficiência de antitrombina tipo I têm níveis plasmáticos proporcionalmente reduzidos de antitrombina antigênica e funcional que resultam de uma deficiência quantitativa da proteína normal. Pacientes com deficiência de antitrombina tipo II têm níveis plasmáticos normais ou próximos da normalidade de antígenos acompanhados de níveis de baixa atividade, indicando uma molécula funcionalmente defeituosa e uma deficiência qualitativa. O padrão de herança da deficiência de antitrombina é autossômico dominante. A maioria dos indivíduos afetados é heterozigota. Em geral, os raros pacientes com deficiência de antitrombina homozigotos apresentam deficiência do tipo II com uma afinidade reduzida pela heparina, uma variante que está associada a um baixo risco de trombose em sua forma heterozigota. Julia Paris Malaco – UCT17 Deficiência de Proteína C: A deficiência de proteína C leva a uma produção desregulada de fibrina devido ao comprometimento da inativação dos fatores VIIIa e Va, dois cofatores essenciais na cascata da coagulação. As duas formas gerais de deficiência de proteína C são reconhecidas: tipo I, em que uma deficiência quantitativa de proteína está associada a um decréscimo proporcional no antígeno e na atividade da proteína C; e tipo II, em que defeitos qualitativos na proteína C são associados à redução desproporcional na atividade relativa da proteína C ao antígeno. O modo de herança da deficiência de proteína C é autossômico dominante, a maioria dos indivíduos acometidos são heterozigotos. Deficiência de Proteína S: A proteína S é o principal cofator da proteína C ativada (PCA), e sua deficiência mimetiza a deficiência da proteína C, causando a perda de regulação da produção de fibrina por inativação defeituosa dos fatores VIIIa e Va. A proteína S circula no plasma e uma fração forma um complexo com a proteína de ligação do C4b; apenas a proteína S livre, que normalmente constitui cerca de 35% a 40% da proteína S total, pode funcionar como um cofator da PCA. As formas quantitativa (tipo I) e qualitativa (tipo II) de deficiência hereditária da proteína S são conhecidas. Além disso, a deficiência de proteína S tipo III é caracterizada por níveis plasmáticos normais de proteína S total, mas níveis baixos de proteína S livre. Resistência à Proteína C Ativada (Fator V de Leiden): A maior parte dos indivíduos com resistência funcional à PCA apresenta um ponto específico de mutação no gene para o fator V, que é um alvo crítico para a ação fisiológica anticoagulante da PCA. Essa mutação, denominada fator V de Leiden, substitui a guanina por adenina no nucleotídeo 1691 (G1691A), que leva à substituição do aminoácido de Arg504 por Gln e torna o fator Va incapaz de ser inativado pela PCA. Mutação do Gene da Protrombina (Protrombina G20210A): A substituição de G por A no nucleotídeo 20210 do gene da protrombina está associada a níveis plasmáticos elevados de protrombina e a um risco aumentado de trombose venosa. Outros Estados de Hipercoagulabilidade Primária: Os níveis elevados de atividade coagulante do fator VIII são um fator de risco significativo para trombose venosa e sua recorrência. Os níveis aumentados de fatores VII, IX e XI, fibrinogênio, von Willebrand e inibidor da fibrinólise ativada pela trombina, assim como níveis muito baixos do inibidor da via do fator tecidual, também podem conferir um maior risco. Os outros estados de hipercoagulabilidade primária incluem a deficiência do cofator II da heparina, trombomodulina disfuncional e muitos distúrbios fibrinolíticos que levam ao comprometimento de degradação da fibrina, incluindo hipoplasminogenemia, displasminogenemia, deficiência do ativador plasminogênio e certas disfibrinogenemias que causam uma diátese trombótica e não hemorrágica. Manifestações clínicas Os estados de hipercoagulabilidade primária estão associados a complicações de tromboembolismo venoso predominantemente. A trombose venosa profunda (TVP) dos membros inferiores e a embolia pulmonar (EP) são as manifestações clínicas mais frequentes. A trombose venosa ocorrendo em lugares incomuns inclui a tromboflebite superficial e tromboses de veias mesentéricas e cerebrais. Tratamento Como ocorre em pacientes sem trombofilia conhecida, a terapia trombolítica deve ser considerada após trombose venosa maciça ou EP. O controle para o quadro agudo é iniciado com o mínimo de cinco dias de heparina não fracionada ou de baixo peso molecular ou fondaparinux. A anticoagulação oral com varfarina pode ser iniciada no primeiro dia do uso da anticoagulação parenteral e mantida por pelo menos seis meses em pacientes com TEV na ausência de fatores desencadeantes (p. ex., estado pós-operatório), com a regulação da dose para manter uma relação normalizada internacional de tempo de protrombina entre 2,0 e 3,0. A continuação da profilaxia com anticoagulantes orais além dos seis meses iniciais até 12 meses após o episódio agudo de TEV deve ser ponderada em relação à exposição continuada de cada paciente ao risco significativo de complicações hemorrágicas. Pacientes com estados de hipercoagulabilidade primária que apresentaram dois ou mais eventos trombóticos devem receber anticoagulação Julia Paris Malaco – UCT17 por via oral profilática indefinida. A anticoagulação indefinida ou vitalícia é indicada para indivíduos com trombose recorrente mesmo na ausência de estado de hipercoagulabilidade primária identificável. Após um único episódio de trombose, os pacientes com estado de hipercoagulabilidade hereditária provavelmente devem receber anticoagulação indefinida ou vitalícia caso seus episódios iniciais impuserem risco de vida ou ocorrerem em locais não habituais (p. ex., trombose venosa mesentérica, cerebral) ou se apresentarem mais de uma anormalidade genética pró-trombótica. Alguns autores também recomendam anticoagulação indeterminada e por longo tempo após um evento tromboembólico venoso inicial em pacientes cujo risco de recorrência seja elevado: aqueles com deficiências de heterozigoto isolado de antitrombina, proteína C ou proteína S e pacientes com homozigoto de fator V de Leiden. Na ausência dessas características, particularmente se o episódio inicial tiver sido precipitado por uma situação pró-trombótica adquirida transitória (p. ex., gravidez, estado pós-operatório, imobilização), é razoável neste momento descontinuar a terapia com varfarina após três meses e administrar anticoagulação profilática subsequente apenas durante períodos de alto risco. Estado de hipercoagulabilidade secundaria Repouso ou imobilização prolongados no leito Infarto do miocárdio; Fibrilação atrial Lesão tecidual (cirurgia, fratura, queimadura) Câncer Válvulas cardíacas protéticas Coagulação intravascular disseminada Trombocitopenia induzida por heparina Síndrome do anticorpo antifosfolipído Cardiomiopatia Síndrome nefrótica Estados hiperestrogênicos (gravidez e pós- parto) Uso de contraceptivo oral Anemia falciforme Tabagismo Hiper-homocisteinemia: A hiper-homocisteinemia é secundária a níveis sanguíneos elevados de homocisteína. A principal via de remetilação exige a presença de folatos e cobalamina (vitamina B12) e envolve a ação da metilenotetra- hidrofolato redutase (MTHFR). Alternativamente, a homocisteína é convertida a cistationina em uma via de transulfuração catalisada pela cistationina β-sintase (CBS), com a piridoxina sendo usada como um cofator. Os estados de deficiência de CBS homozigotos que levam à hiper-homocisteinemia grave (homocistinúria)causam doença aterosclerótica arterial prematura e TEV, assim como retardo mental, defeitos neurológicos, ectopia do cristalino e anormalidades esqueléticas. Adultos com deficiência de CBS heterozigota, resultando em hiper-homocisteinemia leve a moderada, podem ter apenas manifestações trombóticas venosas ou arteriais. A hiper-homocisteinemia resultante de defeitos hereditários na via de remetilação geralmente envolve a atividade reduzida da MTHFR. Causas adquiridas de hiper-homocisteinemia em adultos mais comumente envolvem deficiências nutricionais dos cofatores necessários para o metabolismo da homocisteína, incluindo a piridoxina, a cobalamina e o folato. A hiper-homocisteinemia adquirida e hereditária provavelmente é um fator de risco para trombose arterial e venosa. O mecanismo da trombose e da aterogênese induzidas por homocisteína envolve efeitos complexos e provavelmente multifatoriais sobre a parede dos vasos. A homocisteína pode causar lesão endotelial vascular, conversão da superfície endotelial dos vasos sanguíneos de antitrombótica para pró-trombótica e proliferação de células musculares lisas. Estes efeitos tóxicos da homocisteína sobre as paredes dos vasos podem ser mediados pelo estresse oxidativo. Malignidade: Várias anormalidades da hemostasia estão envolvidas no estado de hipercoagulabilidade em pacientes com câncer, muitas das quais iniciam um processo sistêmico de coagulação intravascular disseminada crônica. A tendência trombótica de pacientes com câncer também pode estar relacionada a fatores mecânicos, como a imobilidade ou uma massa tumoral volumosa comprimindo os vasos, e a condições comórbidas, como a disfunção hepática secundária a metástases, sepse, cirurgia e os efeitos pró-trombóticos de certos agentes antineoplásicos. As manifestações trombóticas mais comuns em pacientes com neoplasias são a TVP e a EP, porém complicações trombóticas mais infrequentes e distintas também são encontradas. A síndrome de Trousseau, caracterizada por trombofebite superficial migratória dos membros superiores ou inferiores, está ligada fortemente ao câncer. A endocardite trombótica não bacteriana envolve vegetações de fibrina-plaquetas nas valvas Julia Paris Malaco – UCT17 cardíacas, que produzem manifestações por embolização sistêmica. Outras causas de hipercoagulabilidade secundaria: Neoplasias Mieloproloferativas e Hemoglobinúria Paroxística Noturna, síndrome antifosfolipideo, gravidez, contraceptivos orais, terapia de reposição hormonal, inflamação sistemica, estado pos inflamatório, imibilização, trauma. Trombose A formação de trombos é afetada por mecanismos que governam a estrutura e a estabilidade da fibrina, incluindo variantes específicas de fibrinogênio e como elas alteram a formação, a resistência e a estrutura da fibrina. Vários fatores antitrombóticos também regulam a coagulação, incluindo a antitrombina, o inibidor da via do fator tecidual (TFPI, de tissue factor pathway inhibitor), o cofator da heparina II e a proteína C/proteína S. Em condições normais, esses fatores limitam a produção de trombina para impedir a perpetuação da coagulação e a formação de trombo. Quando o coágulo provoca oclusão no local lesionado e começa a se expandir para segmentos adjacentes não lesionados do vaso, as reações anticoagulantes reguladas pelo endotélio normal passam a ser fundamentais para limitar a extensão desse coágulo hemostaticamente protetor. As anormalidades básicas que levam à trombose são lesões endoteliais, estase ou fluxo sanguíneo turbulento e hipercoagulabilidade do sangue Conhecidas como tríade de Virchow. Lesão Endotelial: As lesões endoteliais que levam à ativação plaquetária são a base quase inevitável da formação de trombo no coração e na circulação arterial, onde a grande velocidade do fluxo sanguíneo impede a formação de coágulos (trombos). Evidentemente, lesões endoteliais graves podem iniciar a trombose ao expor o vWF e o fator tecidual. Contudo, a inflamação e outros estímulos nocivos também promovem a trombose ao alterar o padrão habitual de expressão genética do endotélio para um padrão que seja “pró-trombótico”. Essa mudança é geralmente denominada ativação ou disfunção endotelial e pode ser produzida por diversos fatores, incluindo agressão por agentes físicos, agentes infecciosos, fluxo sanguíneo anormal, mediadores inflamatórios, anormalidades metabólicas, como a hipercolesterolemia ou a homocistinemia, e toxinas devivadas da fumaça do cigarro. Acredita-se que a ativação endotelial desempenhe um papel fundamental no desencadeamento da trombose arterial. Algumas das alterações pró-trombóticas principais: Alterações pró-coagulantes: Células endoteliais ativadas por citocinas reduzem a expressão de trombomodulina, já descrita como um importante modulador da atividade da trombina. Isto pode resultar em ativação prolongada da trombina, que, por sua vez, através dos PARs, pode estimular plaquetas e aumentar a inflamação. Além disso, na inflamação, o endotélio também reduz a expressão de outros anticoagulantes, como a proteína C e a proteína inibidora do fator tecidual, alterações que podem resultar em um estado pró-coagulante. Efeitos antifibrinolíticos: As células endoteliais ativadas secretam inibidores do ativador do plasminogênio (PAIs), que limitam a fibrinólise e diminuem a expressão de t-PA, alterações que também favorecem o desenvolvimento de trombos. Alterações no Fluxo Sanguíneo Normal: A estase é o principal contribuinte no desenvolvimento da trombose venosa. O fluxo sanguíneo normal é laminar, de forma que as plaquetas (e outros elementos celulares sanguíneos) fluem centralmente na luz dos vasos, separados do endotélio por uma camada em movimentação mais lenta de plasma. Por conseguinte, a estase e a turbulência: Promovem a ativação endotelial, aumentando a atividade pró-coagulante e a adesão de leucócitos, em parte através de mudanças induzidas pelo fluxo na expressão Julia Paris Malaco – UCT17 de moléculas de adesão e de fatores pró- inflamatórios. Rompem o fluxo laminar e permitem que as plaquetas entrem em contato com o endotélio. Reduzem a eliminação (“lavagem”) e a diluição dos fatores da coagulação ativados pelo afluxo de sangue fresco e por inibidores dos fatores da coagulação. O fluxo sanguíneo alterado contribui para a trombose em várias condições clínicas. As placas ateroscleróticas ulceradas não somente expõem o vWF e o fator tecidual subendoteliais, mas também causam turbulência. As dilatações aórticas e das artérias em geral, denominadas aneurismas, provocam estase local e são propensas à trombose, Hipercoagulabilidade: A hipercoagulabilidade (também chamada de trombofilia) pode ser definida, genericamente, como qualquer distúrbio do sangue que predispõe à trombose. A hipercoagulabilidade tem um papel particularmente importante na trombose venosa e pode ser dividida em distúrbios primários (genéticos) e secundários (adquiridos). Das causas hereditárias de hipercoagulabilidade, as mutações pontuais do gene do fator V e do gene da protrombina são as mais comuns. Se um paciente sobrevive à trombose inicial, nos dias e semanas subsequentes os trombos sofrerão combinações dos quatros eventos seguintes: Propagação: Os trombos acumulam plaquetas e fibrinas adicionais (ver anteriormente). Embolização: O trombo se desaloja e viaja para outros locais da rede vascular (ver adiante). Dissolução: A dissolução é o resultado da fibrinólise, que pode resultar em rápida diminuição e total desaparecimento de trombos recentes. Em contrapartida, nos trombos mais antigos, a extensa deposiçãoe polimerização da fibrina os tornam mais resistentes à lise. Essa distinção explica porque a administração terapêutica de agentes fibrinolíticos, como o t-PA (p. ex., na trombose coronariana aguda) só é efetiva quando realizada nas primeiras horas após o evento trombótico. Organização e recanalização: Os trombos antigos tornam-se organizados pela proliferação de células endoteliais, células musculares lisas e fibroblastos, sobre e para dentro do trombo. Ocasionalmente, há formação dos canais capilares que tentam restabeler, embora não completamente, a continuidade da luz original do vaso. A recanalização, com o tempo, transforma o trombo em uma massa de tecido conjuntivo que se incorpora à parede vascular. Finalmente, com a remodelação e a contração dos elementos mesenquimais, apenas uma massa fibrosa pode permanecer, marcando o local original do trombo. Os trombos chamam atenção clinicamente quando obstruem artérias ou veias, ou dão origem a êmbolos. Trombose Venosa: A maioria dos trombos venosos ocorre nas veias superficiais ou profundas das pernas. A trombose de veias superficiais geralmente ocorre nas dilatações varicosas das veias safenas. Esses trombos podem causar congestão local, edema, dor e sensibilidade, mas eles raramente embolizam. A trombose venosa profunda (TVP) envolvendo uma das grandes veias da coxa — ao nível ou acima do joelho (p. ex., veias poplíteas, femorais e ilíacas) — é mais grave, pois, com maior frequência, esses trombos causam embolia pulmonar e consequente infarto pulmonar. Embora a TVP possa causar dor local e edema devido à obstrução venosa, tais sintomas geralmente estão ausentes por causa da abertura dos canais venosos colaterais. Por conseguinte, as TVPs são assintomáticas em aproximadamente 50% dos indivíduos afetados e são reconhecidas apenas retrospectivamente, após uma embolia pulmonar. Trombose venosa superficial (tromboflebite) A flebite é uma inflamação nas paredes das veias em que não há a formação de coágulos. Na tromboflebite, ao contrário, a inflamação favorece a aderência de plaquetas e a formação de trombos numa veia superficial da pele (tromboflebite venosa superficial), ou profunda, dentro de um músculo (trombose venosa profunda). A presença desses coágulos pode prejudicar o fluxo natural do sangue. A tromboflebite superficial (TS), também chamada de trombose venosa superficial, é uma condição patológica caracterizada pela presença de um trombo na luz de uma veia superficial, acompanhada pela reação inflamatória da sua parede e dos tecidos adjacentes. Apresenta-se como um cordão palpável, quente, doloroso e hiperemiado no curso de uma veia superficial https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/trombose-venosa-profunda/ https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/trombose-venosa-profunda/ Julia Paris Malaco – UCT17 Acomete desde tributarias pequenas até a extensão de troncos safenos nos membros inferiores (MMII), podendo em casos graves, estender ao sistema venoso profundo (SVP), podendo ocasionar complicações como trombose venosa profunda (TVP) e tromboembolismo pulmonar (TEP). São considerados fatores de risco para o desenvolvimento da flebite/tromboflebite superficial e outras doenças vasculares: Longos períodos de imobilidade, como os que podem ocorrer nas viagens de avião ou de carro, após cirurgias ou por exigência profissional; Cigarro, porque seu uso induz o estreitamento de veias e artérias e lesa o endotélio, camada de tecido que reveste internamente os vasos sanguíneos, Obesidade e sobrepeso, pois dificultam a circulação do sangue; Sedentarismo; Uso de certas substâncias irritantes e de anticoncepcionais orais; Fatores genéticos e hereditários; Gravidez e trauma pós-parto; Traumatismos no interior da veia provocados pelo manuseio de agulhas de injeção, colocação de cateteres e presença de marca-passos; Infecção bacteriana; Veias varicosas Maior frequência em: Veias varicosas (alterações morfológicas – estase) Lesão de endotélio: injeções intra venosas, cat eter ismo venoso, traumas, infecções; Alteração de fluxo: varizes, imobilização; Alteração da coagulação: neoplasias, gravidez, trombofilia, infecção Fisiopatologia A fisiopatologia da TS, à semelhança da trombose venosa profunda (TVP), também tem relação com a tríade de Virchow: Lesão endotelial Estase Hipercoagulabilidade A TS ocorre mais freqüentemente em veias varicosas, pois estas podem apresentar alterações morfológicas na sua parede que predispõem à estase e, conseqüentemente, ao desenvolvimento do processo trombótico. Um grande número de casos de TS ocorre após lesão intimal química, por injeções ou infusões intravenosas de diferentes soluções, com objetivos diagnósticos ou terapêuticos, e/ou mecânicas, como, por exemplo, cateterismo venoso. A TS pode ser prodrômica de várias doenças sistêmicas conhecidas, como neoplasias, arteriopatias e colagenoses , e, também, acompanhar/estar associada a uma série de outras doenças e síndromes, a saber: Síndrome de Trousseau: caracterizada por episódios de tromboflebite migratória superficial recorrente com comprometimento de veias, tanto em membros superiores quanto em membros inferiores, associados a adenocarcinomas do trato gastrointestinal produtores de mucina (estômago, pâncreas e cólon), pulmão, mama, ovário e próstata Doença de Mondor: tromboflebite de ocorrência rara, aparecendo mais freqüentemente na população feminina e comprometendo as veias da parede ântero- lateral do tórax. Na maioria das vezes, a sua etiologia é desconhecida. Em alguns casos, encontra-se associada a traumas locais, uso de anticoncepcionais orais, deficiência de proteína C e presença de anticorpos anticardiolipina 15. Farrow et al. observaram associação com neoplasias de mama Síndrome de Lemierre: descrita pela primeira vez em 1936, caracteriza-se pela tromboflebite https://drauziovarella.uol.com.br/videos/comentando-comentarios/anticoncepcionais-nodulos-e-trombose-comenta-06/ Julia Paris Malaco – UCT17 séptica da veia jugular interna concomitante à infecção da orofaringe, podendo evoluir com metástases, principalmente para território pulmonar, mas também fígado e baço. Outras causas relacionadas ao seu aparecimento são: cateterismo venoso central e infecção de outros sítios cervicais 17,18. O agente etiológico mais prevalente é o germe anaeróbio gram- negativo Fusobacterium necrophorum Doença de Buerger (Tromboangeíte obliterante): neste caso, a TS apresenta caráter migratório e pode preceder ou ser concomitante ao comprometimento arterial 20. A sua presença reforça o diagnóstico de doença de Buerger. Do ponto de vista histopatológico, a veia e o trombo na TS apresentam, na sua fase inicial, predominância de infiltrado leucocitário (flogístico), e este processo inflamatório propaga- se para tecidos vizinhos, em especial pele e tecido celular subcutâneo, explicando, assim, a caracterização do seu quadro clínico, como também a menor friabilidade e maior consistência do trombo. Clínica e diagnostico Os sinais típicos dos processos inflamatórios – dor, rubor (vermelhidão), calor, hiperemia e edema (inchaço) – são prevalentes nos casos de flebite e tromboflebite. A febre, quando ocorre, não costuma ser muito alta. Dormência no membro afetado, formação de um cordão fibroso palpável ao longo do trajeto do vaso e enrijecimento das veias acometidas pelo processo inflamatório são outros sintomas comuns dessa condição. Além da trombose venosa superficial (tromboflebite) que afeta as veias superficiais, existetambém a trombose venosa profunda que afeta as veias profundas. Ou seja, quando o coágulo se forma nas veias mais profundas, falámos de trombose venosa profunda. Quando o trombo afeta as veias superficiais, por baixo da pele, dizemos que estamos perante uma trombose venosa superficial ou tromboflebite. O coágulo sanguíneo pode desenvolver-se nas veias (vasos sanguíneos que levam o sangue ao coração), designando-se neste caso por trombose venosa. O coagulo pode também desenvolver-se nas artérias (vasos sanguíneos que trazem o sangue do coração), designando-se neste caso por trombose arterial. Complicações da tromboflebite superficial são raras. É o caso da embolia pulmonar, condição potencialmente fatal, causada pela obstrução das artérias dos pulmões por coágulos, trombos ou êmbolos. Falta de ar, tosse produtiva com sinais de sangue, dor no peito, taquicardia, tontura, entre outros, são sintomas da embolia pulmonar que exigem atendimento médico de urgência. Diagnóstico: História clinica + Exame Físico (diagnostico topográfico) “Cordão com sinais de inflamação sobre trajeto venoso superficial” Atenção aos fatores de risco: neoplasias, tabagismo, infecções. Mapeamento dúplex – USG DOPPLER: visualização direta do trombo; extensão ou acometimento simultâneo do Sistema Venoso Profundo; utilização rotineira Tratamento De forma semelhante às outras doenças trombóticas venosas, o tratamento da TS deve incluir medidas que reduzam a estase e aumentem a velocidade de fluxo venoso. Dentre essas medidas, a deambulação e o repouso em Trendelemburg são as mais comuns e com aceitação mais ampla. Na deambulação, ocorre ativação das bombas da panturrilha e plantar, favorecendo o aumento da velocidade de fluxo e, possivelmente, uma maior atividade do sistema fibrinolítico. De maneira equivalente, o repouso em Trendelemburg favorece o retorno venoso pela drenagem gravitacional que, da mesma forma, pode incrementar a atividade fibrinolítica. A compressão elástica, apesar de difundida, não é consensual. A existência de sinais e sintomas flogísticos na TS sugere a indicação de antiinflamatórios (sistêmicos ou tópicos); no entanto, não existem evidências de sua eficácia. A aplicação de calor úmido, como compressas mornas e bolsas térmicas, parece exercer ação antiinflamatória e é comumente utilizada. AINH (anti -inflamatório não hormonal) Diclofenaco gel Diclofenaco 75mg VO 2x/dia Xarelto HBPM (heparina de baixo peso molecular) Enoxaparina 40mg dia https://www.saudebemestar.pt/pt/clinica/cirurgia-vascular/trombose-venosa-profunda/ https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/embolia-pulmonar/ https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/tosse/ https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/taquicardia-e-bradicardia/ Julia Paris Malaco – UCT17 Tratamento cirúrgico: Impedir a extensão da trombose do sist ema venoso superficial para o profundo; Tratar a insuficiência venosa superficial; Prevenir recidivas Técnicas: Crossectomia na altura da junção safeno- femoral ou safeno-poplítea Ligadura de perfurantes para impedir a extensão do trombo para o Sistema Venoso Profundo Retirada de trajetos com trombos Trombose venosa profunda A trombose venosa profunda (TVP), juntamente com o tromboembolismo pulmonar (TEP), constitui o tromboembolismo venoso (TEV). É uma doença causada pela coagulação do sangue no interior das veias. A TVP ocorre principalmente em membros inferiores, podendo ser dividida em TVP distal (acomete vasos distais às veias poplíteas) e TVP proximal (acomete veias poplíteas, femoral ou ilíacas). A TVP proximal tem pior prognóstico pelo risco aumentado de TEP. A TVP nos membros inferiores é dividida, simplificadamente, segundo sua localização: Proximal - quando acomete veia ilíaca e/ou femoral e/ou poplítea. Distal - quando acomete as veias localizadas abaixo da poplítea (tibial, pediosa, gastrocnemis) Decorre de condições que comprometem o retorno venoso, acarretando disfunção ou lesão endotelial ou provocando hipercoagulabilidade. Pode ser assintomática ou acarretar dor e edema do membro; embolia pulmonar é uma complicação imediata. Os fatores de risco podem ser classificados como: Hereditários: resistência à proteína C ativada (principalmente fator V de Leiden); mutação do gene da protrombina G20210A; deficiência de antitrombina; deficiência de proteína C; deficiência de proteína S; hiperhomocisteinemia; aumento do fator VIII; aumento do fibrinogênio. Adquiridos: síndrome do anticorpo antifosfolipídio; câncer; hemoglobinúria paroxística noturna; idade > 65 anos (a idade é o maior fator de risco para trombose); obesidade; gravidez e puerpério; uso de anticoncepcionais orais doenças mieloproliferativas (policitemia vera; trombocitemia essencial etc.); síndrome nefrótica; hiperviscosidade (macroglobulinemia de Waldenström; mieloma múltiplo); doença de Behçet; trauma; cirurgias (as de maior risco são as neurocirurgias e as ortopédicas, com enfoque em quadril e joelho); imobilização; viagens aéreas prolongadas (>6 horas); terapia estrogênica. A fisiopatologia da doença está relacionada a três fatores (Tríade de Virchow): estase venosa, estados de hipercoagulabilidade lesão endotelial. Esses fatores levam ao recrutamento de plaquetas ativadas, as quais liberam mediadores pró- inflamatórios, desencadeando cascata de reações que resultam em agregação plaquetária e síntese de trombina dependente de plaquetas. Trombos venosos se formam em ambiente de estase, baixa tensão de oxigênio e aumento da expressão de genes pró-inflamatórios. A TVP decorre da desordem dos mecanismos que presidem o equilíbrio entre fatores estimulantes e inibidores da coagulação. São estimulantes as alterações endoteliais, estase e diluição hemática. São inibidores a integridade do endotélio, antitrombina III, heparina e fibrinólise. A formação do trombo ocorre com facilidade, no pós-operatório, no nível das cúspides valvulares, das veias profundas, principalmente dos membros inferiores. Clínica Os sintomas típicos da TVP incluem dor e edema unilateral no membro. Frequentemente, a TVP Julia Paris Malaco – UCT17 produz sintomas iniciais sutis e inespecíficos, como uma sensação leve de câimbra ou de plenitude na panturrilha, sem edema objetivo ao exame. Muitos pacientes usam o termo “cavalo de Charley” para descrever a sensação de uma TVP inicial. Como a veia ilíaca esquerda é vulnerável à compressão pela artéria ilíaca esquerda (síndrome de May-Thurner), a TVP de membros inferiores ocorre com uma frequência ligeiramente maior no membro inferior esquerdo em comparação com o direito; a TVP bilateral de membros inferiores é encontrada em menos de 10% dos pacientes do DE diagnosticados com TVP. De modo similar, os sinais clínicos de TVP variam e podem incluir edema, eritema e calor na extremidade afetada, dor à palpação ao longo da distribuição do sistema venoso profundo, dilatação das veias colaterais superficiais e um cordão varicoso palpável. A febre sugere um diagnóstico alternativo, como celulite. Empastamento muscular é comum (endurecimento e edema de panturrilha) A TVP do membro superior é, por definição, uma trombose na veia axilar, enquanto a trombose da veia braquial é uma trombose superficial. Normalmente, a TVP de membros superiores apresenta-se com edema do braço, no mesmo lado de um cateter de longa permanência ou de infusão endovenosa recente. Na ausência de um cateter, a localização mais frequente da TVP de membro superioré no lado da mão dominante e os pacientes podem apresentar-se com uma queixa sutil, como notar que seus anéis ficaram apertados nos dedos. Outros sítios de trombose venosa encontrados ocasionalmente no DE incluem as veias jugular, ovariana, mesentérica, renal, porta, hepática, cerebral e retiniana. Esses sítios de trombose venosa são considerados incomuns. A embolia pulmonar é a mais grave conseqüência da TVP e em algumas ocasiões pode ser sua primeira manifestação. É causada pela liberação de um trombo já existente numa veia profunda, na corrente sanguínea, levada ao coração direito e daí, a uma artéria pulmonar, onde provoca sua obstrução, parcial ou total. A sintomatologia depende do tamanho do trombo, do local afetado e de antecedentes de doenças cardiorrespiratórias. As primeiras alterações são: hipoxemia, aumento do espaço morto, aumento do trabalho ventilatório e pneumoconstrição. Diagnostico O diagnóstico de TVP e TEP começa com uma estimativa da probabilidade pré-teste (PPT). Essa estimativa pode ser feita pela avaliação subjetiva de um profissional experiente ou em conjunto com uma ferramenta de decisão clínica, como a que foi criada e validada por Wells. A PPT para TVP também pode ser estimada por uma avaliação subjetiva ou por um método estruturado, com acurácia equivalente, embora o escore de Wells seja preferido porque foi testado em estudos maiores.3 O escore de wells é um modelo de predição clínica, baseado em sinais e sintomas, fatores de risco e diagnósticos alternativos, estimando a probabilidade pré-teste para TVP Alguns sinais podem ser vistos ao exame físico: sinal da bandeira- rigidez da pantirrulha o negativo- TVP o positivo- afasta diagnostico Sinal de Homans: desconforto ou dor na panturrilha após dorsiflexão passiva do pé; Sinal de Bancroft: dor a palpação da panturrilha contra estrutura óssea; Sinal de Lowenberg: dor a compreensão da panturrilha com esfigmomanômetro; Sinal de Olow: dor ao pressionar o músculo da panturrilha contra superfície óssea; Sinal de duque: retificação do oco poplíteo (retificação do S. itálico); Sinal de Pratt: veias superficiais visíveis na face anterior da perna e do pé (sist. profundo comprometido faz regurgitamento para o sist. superficial). Sinal de godet ou cacifo: edema ao pressionar com o polegar a região pré-tibial e maleolar os membros inferiores por, pelo menos, cinco segundos. Escore de wells/ pré-teste para trombose venosa profunda: Câncer ativo (tratado até 6 meses antes ou recebendo atualmente tratamento paliativo) 1 ponto https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788595150874/epub/OEBPS/Text/B9788535291124000787.xhtml?favre=brett#bib0020 Julia Paris Malaco – UCT17 Paralisia, paresia ou imobilização gessada recente dos membros inferiores 1 ponto Recentemente acamado por 3 dias ou mais ou cirurgia importante em até 12 semanas, exigindo anestesia geral ou regional 1 ponto Dor localizada ao longo da distribuição do sistema venoso profundo 1 ponto Perna inteira edemaciada 1 ponto Edema da panturrilha pelo menos 3 cm maior do que o lado assintomático (medido 10 cm abaixo da tuberosidade tibial) 1 ponto Edema compressível confinado à perna sintomática 1 ponto Veias superficiais colaterais (não varicosas) 1 ponto Trombose venosa profunda documentada previamente 1 ponto Diagnóstico alternativo pelo menos tão provável quanto o de trombose venosa profunda -2 pontos Um escore < 2 indica que a probabilidade de trombose venosa profunda é baixa. Diagnostico diferencial: A insuficiência venosa que causa hipertensão venosa e inflamação dolorosa é o diagnóstico alternativo mais comum para a TVP aguda, produzindo muitos achados iguais. A celulite provavelmente é a segunda alternativa mais comum. Outras condições que simulam a TVP incluem o estiramento muscular, hematoma, cisto de Baker e linfedema. Patologias com sintomas associados semelhantes a TVP: Insuficienia venosa crônica Celulite Estiramento ou rompimento muscular Cisto de baker Hematoma Claudiçao/isquemia Compressão intra-abdominal Trauma Avaliação Laboratorial: Um exame quantitativo normal de D-dímero em um paciente com PPT baixa pode ser utilizado para excluir TVP proximal. O D-dímero resulta da decomposição enzimática da fibrina em qualquer trombo intravascular. O valor de referência de dímero-D no sangue é de até 0,500 µd/mL ou 500 ng/Ml. Avaliação radiográfica: Ultrassonografia venosa com Doppler é a preferência na maioria das vezes Tratamento O tratamento é direcionado primeiramente para a prevenção da embolia pulmonar e secundariamente ao alívio dos sintomas, prevenção da insuficiência venosa crônica e síndrome pós-flebítica. Medidas gerais de suporte incluem controle da dor com analgésicos, que podem incluir períodos curtos (3 a 5 dias) de um AINE. O tratamento prolongado com AINEs e aspirina deve ser evitado porque seus efeitos antiplaquetários podem aumentar o risco de complicações hemorrágicas. Os pacientes podem ser tão fisicamente ativos quanto possam tolerar; não há nenhuma evidência de que a atividade precoce aumente o risco de deslocamento de coágulo e embolia pulmonar e pode ajudar a reduzir o risco da síndrome pós-flebítica Anticoagulação Às vezes, filtro para veia cava inferior, fármacos trombolíticos ou cirurgia Terapia primária: A terapia primária consiste em dissolução do coágulo com terapia farmacomecânica, a qual geralmente inclui trombólise com dose baixa dirigida por cateter. Essa abordagem é reservada aos pacientes com TVP extensa em veias femorais, iliofemorais ou de membros superiores. Profilaxia secundária: A profilaxia secundária de TEV é feita com anticoagulação ou com instalação de filtro na veia cava inferior (VCI), que é inserido à beira do leito com visualização por ultrassonografia da veia femoral ou da veia jugular interna, mas sem necessidade de qualquer imagem fluoroscópica ou radiológica. Em pacientes com edema do membro inferior com diagnóstico de TVP, podem ser prescritas meias três-quartos de compressão graduada, geralmente 30 a 40 mmHg, para reduzir o desconforto do paciente. Elas devem ser substituídas a cada 3 meses porque perdem elasticidade. Todavia, a prescrição de meias de compressão vascular em pacientes assintomáticos com diagnóstico recente de TVP não previne o desenvolvimento de síndrome pós- trombótica. https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/embolia-pulmonar-ep/embolia-pulmonar-ep#v14464462_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/doen%C3%A7as-venosas-perif%C3%A9ricas/insufici%C3%AAncia-venosa-cr%C3%B4nica-e-s%C3%ADndrome-p%C3%B3s-fleb%C3%ADtica Julia Paris Malaco – UCT17 Anticoagulação inicial para TVP aguda de MMII: Recomenda-se o tratamento inicial com Heparina de baixo peso molecular (HBPM) subcutânea (SC), heparina não fracionada (HNF) endovenosa (EV) ou subcutânea (SC) monitorizada, dose fixa de HNF SC, ou fondaparinux SC, seguida de anticoagulantes orais a longo prazo. Para pacientes com alta suspeita clínica de TVP, recomenda-se iniciar o tratamento com anticoagulantes enquanto se aguarda a confirmação do diagnóstico, desde que não haja contraindicação. Duração: recomenda-se a duração do tratamento inicial (HNF, HBPM ou fondaparinux) por pelo menos cinco dias, associado aos antagonistas da vitamina K (AVK) desde o primeiro dia de tratamento, até que o RNI (relação de normatização internacional) esteja no nível terapêutico, entre 2 e 3, por dois dias consecutivos. A partir deste momento,as drogas parenterais podem ser suspensas com segurança. Antagonistas da Vitamina K (AVK): devem ser iniciados no primeiro dia de terapia, associados à HNF, HBPM ou fondaparinux, exceto nos pacientes que tenham contraindicação ao seu uso. Tratamento com AVK requer mensuração frequente do RNI e de monitorização das interações alimentares e com outras drogas Em pacientes com TVP causada por fator de risco reversível, recomenda-se a anticoagulação oral com AVK por, pelo menos, três meses. Em pacientes com TVP espontânea, recomenda-se o tratamento com AVK por, pelo menos, três meses e que, após esse período, seja avaliado o risco-benefício do tratamento estendido. Para TVP distal idiopática sugere-se o tratamento oral por três meses, ao invés de terapia por tempo estendido. A terapia estendida é recomendada para: pacientes com primeiro episódio de TVP proximal idiopática, sem fatores de risco para hemorragias e que possam ser submetidos a uma boa monitorização da anticoagulação; pacientes com segundo episódio de TVP idiopática. Durante a terapia anticoagulante estendida, recomenda-se a reavaliação periódica para cada paciente, sobre os riscos e benefícios da continuidade do tratamento. Varfarina: Alcançar o RNI em nível terapêutico (entre 2 e 3) o mais breve possível é importante. Embora a dose de 5mg tenda a prevenir a anticoagulação excessiva, a dose inicial de 10 mg pode alcançar mais rapidamente o RNI terapêutico. Filtro de veia cava (FVC): Não se recomenda a inserção de FVC inferior como tratamento de rotina de TEV. O filtro de VCI pode ajudar a prevenir a embolia pulmonar em pacientes com trombose venosa profunda de membros inferiores e com contraindicações para terapia com anticoagulantes ou em pacientes com trombose venosa profunda recorrente (ou embolia), apesar de anticoagulação adequada. Insere-se o filtro VCJ na veia cava inferior, um pouco abaixo das veias renais por cateterismo de uma veia jugular ou femoral interna. Os FVC reduzem a ocorrência de EP, mas não são mais efetivos em reduzir a mortalidade e aumentam o risco de recorrência de TVP a longo prazo (entre dois e oito anos), se comparados a não utilização ou com terapia anticoagulante. A decisão para a utilização de FVC necessita ser feita baseada na situação clínica de cada paciente. Indicações absolutas: em pacientes com TEV com contraindicação de anticoagulação, ineficiência e/ou complicações da anticoagulação. Indicações relativas: quando o risco de complicações hemorrágicas for alto com anticoagulação; EP massiva; trombo flutuante no segmento ilíaco-caval; TVP em pacientes com limitada reserva cardiopulmonar. Associado à trombólise: em casos específicos, pode ser indicado o FVC inferior (permanente ou temporário), em associação com trombólise direta através de cateter farmacológico, de segmentos venosos ilíaco- femorais. Devem ser ponderados os riscos e benefícios da utilização de FVC para pacientes submetidos à trombólise fármaco- mecânica e para aqueles com trombose estendida para veia cava inferior ou com limitada reserva cardiopulmonar. Nos pacientes com contraindicação à anticoagulação inicial que foram submetidos ao implante de FVC, recomenda-se que recebam terapia anticoagulante, assim que o risco de sangramento seja resolvido. Os filtros de VCI reduzem o risco de complicações embólicas agudas, mas podem ter efeitos colaterais em longo prazo (pode haver desenvolvimento de veias colaterais, fornecendo uma via para que os êmbolos contornem o filtro, com maior risco de trombose venosa profunda recorrente). Além disso, os filtros de VCI podem se desalojar ou ser obstruídos por um coágulo. Assim, Julia Paris Malaco – UCT17 os pacientes com TVP recorrente ou fatores de risco não modificáveis para TVP ainda podem exigir anticoagulação apesar da presença de um filtro VCI. Um filtro coagulado pode causar congestão venosa bilateral de membros inferiores (incluindo phlegmasia cerulea dolens aguda), isquemia da parte inferior do corpo e lesão renal aguda. O tratamento de filtro desalojado consiste na remoção, utilizando angiografia, ou, se necessário, os métodos cirúrgicos. Tratamentos específicos Tromboflebite Superficial da Perna: Com base nos resultados de um grande ensaio clínico randomizado, os pacientes com um coágulo na veia safena magna que se estende acima do joelho correm risco de progressão para TVP via junção da safena com a veia femoral e podem precisar de um curso abreviado de anticoagulação. Evidências publicadas sugerem que a tromboflebite da veia safena distal pode ser tratada adequadamente com anti-inflamatórios não esteroidais, calor local e meias de compressão graduada (ajustada para exercer 30- 40 mmHg de pressão no tornozelo), seguidos por um ultrassom agendado para ser repetido em 2 a 5 dias. Se um coágulo da veia safena for proximal, perto da conexão com a veia femoral, a anticoagulação é indicada. Trombose Isolada de Veias da Panturrilha: Para a trombose das veias tibiais ou peroneal em um paciente ambulatorial saudável, sem outras indicações para anticoagulação, a recomendação é a anticoagulação de curto prazo, realizada com mais facilidade com rivaroxabana (15 mg duas vezes ao dia por 14 dias e depois 20 mg uma vez ao dia) ou apixabana (10 mg duas vezes ao dia, por 7 dias e depois 5 mg duas vezes ao dia, por 7 dias) ou terapia antiplaquetária com aspirina (325 mg/dia de ácido acetilsalicílico com revestimento entérico) e seguimento precoce com um novo ultrassom com Doppler em 2 a 5 dias para avaliar a propagação do coágulo. Flegmasia Cerulea Dolens (Perna Cianótica e Dolorosa): A oclusão maciça da veia iliofemoral resulta em edema da perna inteira, com congestão vascular extensa e isquemia venosa associada, produzindo uma extremidade cianótica e dolorosa. Pode haver um espasmo arterial associado resultando em flegmasia alba dolens (perna branca dolorosa ou perna de leite), que pode imitar uma oclusão arterial aguda. Deve-se solicitar uma avaliação imediata de cirurgião vascular porque os pacientes com flegmasia cerulea dolens podem necessitar de trombectomia de emergência. Tromboses Venosas de Membros Superiores: A TVP de membros superiores pode causar TEP e todos os pacientes com TVP acima do cotovelo requerem tratamento definitivo. Aproximadamente a metade de todas as TVPs de membros superiores estão associadas a um cateter de longa permanência e os cateteres centrais inseridos perifericamente (PICCs) implicam no maior risco. Esses pacientes devem receber anticoagulação, na ausência de contraindicações. A duração recomendada da anticoagulação para TVP após a remoção do cateter continua variável, mas a maioria das diretrizes publicadas recomenda pelo menos 3 meses. Tromboembolismo pulmonar Uma embolia é a presença de uma massa intravascular solta, seja sólida, líquida ou gasosa, que é transportada pelo sangue desde seu ponto de origem até um local distante, onde ela geralmente causa disfunção tecidual ou infarto. A grande maioria de êmbolos são trombos desalojados, por isso o termo tromboembolismo. Outros êmbolos mais raros são: gotículas de gordura, bolhas de nitrogênio, detritos ateroscleróticos (êmbolos de colesterol), fragmentos de tumor, fragmentos da medula óssea ou ainda corpos estranhos. O êmbolo viaja pelo sangue até encontrar vasos tão pequenos que não permitam sua passagem, causando oclusão vascular total ou parcial. Dependendo de seu ponto de origem, o êmbolo pode se alojar em qualquer local da árvore vascular. Como discutido anteriormente, as consequências clínicas variam muito, dependendo do tamanho e da posição onde estava alojado, bem como do leito vascular por eleobstruído. As anormalidades mais comuns na troca gasosa são hipoxemia arterial e aumento no gradiente alveolar-arterial da tensão de O2, que representa a ineficiência na transferência de O2 nos pulmões. O espaço morto anatômico aumenta porque o gás respirado não entra nas unidades de troca gasosa do pulmão. O espaço morto fisiológico aumenta porque a ventilação para as unidades de troca gasosa excede o fluxo sanguíneo venoso que passa pelos capilares pulmonares. Outras alterações fisiopatológicas são: Aumento da resistência vascular pulmonar causada por obstrução vascular ou secreção plaquetária de agentes neuro- https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-geniturin%C3%A1rios/les%C3%A3o-renal-aguda/les%C3%A3o-renal-aguda-lra https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-geniturin%C3%A1rios/les%C3%A3o-renal-aguda/les%C3%A3o-renal-aguda-lra Julia Paris Malaco – UCT17 humorais vasoconstritores, como a serotonina. A liberação de mediadores vasoativos pode produzir desequilíbrio na relação ventilação- perfusão em locais distantes do êmbolo, explicando, assim, a possível discordância entre uma EP de pequena monta e um grande gradiente alveolar-arterial de O2. Comprometimento da troca gasosa em razão de aumento no espaço morto alveolar causado por obstrução vascular, hipoxemia em razão de hipoventilação alveolar em relação à perfusão no pulmão não obstruído, shunt da direta para a esquerda ou redução da transferência de monóxido de carbono em razão da perda de superfície de troca gasosa. Hiperventilação alveolar devido à estimulação reflexa dos receptores alveolares. Aumento da resistência das vias aéreas em razão da constrição de vias aéreas distais aos brônquios. Redução da complacência pulmonar em razão de edema pulmonar, hemorragia pulmonar ou perda de surfactante A embolia pulmonar se origina na trombose venosa profunda e é a forma mais comum da doença tromboembólica. Em mais de 95% dos casos, a embolia pulmonar se origina das TVPs das pernas. Os trombos fragmentados derivados das TVPs são transportados através de veias progressivamente maiores para o lado direito do coração antes de colidir dentro da rede vascular arterial pulmonar. Dependendo do tamanho do êmbolo, ele pode ocluir a artéria pulmonar principal, impactar-se numa bifurcação da artéria pulmonar (êmbolo em sela), ou parar dentro das artérias ramificadas menores. Com frequência, existem êmbolos múltiplos ocorrendo sequencial ou simultaneamente, como uma “ducha” de êmbolos pequenos, a partir de uma única massa maior; em geral, o paciente que sofreu uma embolia pulmonar apresenta risco aumentado de desenvolver outra. Raramente, um êmbolo venoso passa através de uma comunicação interatrial ou interventricular e obtém acesso à circulação arterial sistêmica (embolia paradoxal). A maioria dos êmbolos pulmonares (60% a 80%) é clinicamente silenciosa, pois eles são pequenos. Com o tempo, eles se tornam organizados e são incorporados à parede vascular; em alguns casos, a organização do tromboêmbolo deixa para trás uma delicada trama de pontes de fibrose. A morte súbita, a insuficiência cardíaca direita (cor pulmonale) ou o colapso cardiovascular ocorrem quando 60% ou mais da circulação pulmonar é obstruída por êmbolos. A obstrução embólica das artérias de médio calibre com subsequente ruptura vascular pode resultar em hemorragia pulmonar, mas, geralmente, não causa infarto pulmonar. Isso acontece porque o pulmão é abastecido tanto pelas artérias pulmonares quanto pelas artérias brônquicas, e a circulação brônquica intacta geralmente é suficiente para perfundir a área afetada. De forma compreensível, se o fluxo das artérias brônquicas for comprometido (p. ex., por insuficiência cardíaca esquerda), pode ocorrer um infarto. A obstrução embólica das pequenas terminações arteriolares dos ramos arteriais pulmonares geralmente produz hemorragia ou infarto. Os êmbolos múltiplos ao longo do tempo podem causar hipertensão pulmonar e insuficiência ventricular direita. Fisiopatologia Um TEP acontece quando um coágulo que se formou horas, dias ou às vezes semanas antes nas veias profundas é desalojado, viaja pelo sistema venoso e atravessa o ventrículo direito, entrando na circulação pulmonar. O ventrículo direito normalmente bombeia sangue através e uma circulação pulmonar com uma baixa resistência ao fluxo sanguíneao e as pessoas jovens sem doença cardiopulmonar conseguem tolerar pelo menos 30% de obstrução advinda de um coágulo, com sintomas ou sinais mínimos. Embora uma artéria pulmonar segmentar constitua apenas 1/16 da circulação pulmonar total, um coágulo alojado profundamente em uma artéria segmentar pode obstruir o fluxo sanguíneo suficientemente para causar necrose tecidual. Após se desprender do local de origem, o êmbolo se aloja na circulação arterial pulmonar causando um distúrbio ventilação-perfusão, por causar aparecimento de áreas que são ventiladas, mas inadequadamente perfundidas, ou seja, aumentando o espaço-morto pulmonar. Há liberação de mediadores vasoativos pelas plaquetas, entre eles a serotonina, causando vasoconstrição e aumentando a resistência pulmonar, com redistribuição do fluxo sanguíneo e causando efeito shunt, ou seja, áreas hiperperfundidas com hipoventilação relativa. Essas alterações explicam parcialmente o aparecimento de hipóxia, mas existem outros fatores que contribuem para alterações nas trocas Julia Paris Malaco – UCT17 gasosas, entre eles a broncoconstrição reflexa com aumento da resistência ao fluxo aéreo e a liberação de mediadores que diminuem a síntese e a liberação de surfactante pulmonar com perda do volume alveolar e atelectasias. Além desses fatores, o edema pulmonar concomitante diminui a complacência piorando ainda mais a ventilação pulmonar e as trocas gasosas. Além das alterações ventilação-perfusão no pulmão, a oclusão da vasculatura pulmonar pode causar consequências hemodinâmicas sistêmicas, dependentes do tamanho do êmbolo e da reserva cardíaca e pulmonar do indivíduo. No embolismo maciço, pode ocorrer cor pulmonale agudo pelo aumento súbito da pós- carga do ventrículo direito (VD). O aumento da pressão na artéria pulmonar leva ao aumento na tensão da parede ventricular direita, podendo causar dilatação, disfunção e isquemia, culminando com diminuição da pré-carga do ventrículo esquerdo (VE). Com a dilatação do VD, ocorre o movimento paradoxal do septo interventricular para a esquerda, restringindo o volume diastólico do VE adjacente. A somatória das alterações em VD e VE produz a queda da fração de ejeção, diminuição do débito cardíaco e hipotensão. Clínica O sintoma principal e mais comum de TEP é a dispneia súbita O sinal mais comum é taquipneia. Outros sintomas são: dor pleurítica, hemoptiase, sibilancia, tosse *serotonina promove a broncoconstriçao/vasoconstrição quando o trombo para na parede dos vasos* Os sintomas variam amplamente durante este processo, desde a ausência de sintomas até o colapso cardiovascular. O paciente pode sentir dor localizada, em pontada, pleurítica e exibir uma posição antálgica à respiração. Ao longo de vários dias, o segmento infartado fica consolidado na radiografia torácica e exsuda um derrame pleural, manifestando um processo inflamatório subjacente intenso. O TEP também causa efeitos altamente variáveis nos demais sinais vitais. No DE, cerca de metade de todos os pacientes com TEP têm frequência cardíaca maior que 100 batimentos/min. A taquicardia decorrente do TEP resulta provavelmente do comprometimento do enchimento ventricular esquerdo, levando a um processo fisiopatológico que se assemelha ao do choque hemorrágico.Apenas cerca de metade dos pacientes têm uma frequência respiratória elevada (> 20 respirações/min). A hipotensão arterial (pressão arterial sistólica < 90 mmHg) representa uma consequência hemodinâmica ominosa do TEP. Em sua forma mais extrema, o TEP pode obstruir o fluxo de saída ventricular direito inteiramente ao ocluir todos os ramos da circulação pulmonar ou ocluindo de forma aguda a artéria pulmonar principal. A atividade elétrica sem pulso (AESP, é o achado eletrocardiográfico mais comum do TEP obstrutivo. O TEP pode apresentar-se como uma parada cardíaca. A maioria dos pacientes com TEP fatal incipiente sofre angústia respiratória evidente, síncope ou atividade epileptiforme ou frequência cardíaca mais alta relativamente à pressão arterial sistólica antes da parada. Os primeiros socorristas que presenciam um paciente morrendo de TEP normalmente observam AESP como ritmo inicial de parada cardíaca (> 20 despolarizações/min, sem pulsos palpáveis). O mecanismo da AESP manifesta-se a partir da obstrução do fluxo de saída ventricular direito e comprometimento da contratilidade ventricular direita. O único achado positivo do exame físico detalhado que aumenta confiavelmente a probabilidade de TEP é a evidência de uma TVP – assimetria unilateral da perna, edema unilateral, dor ao longo da distribuição do sistema venoso profundo. Por outro lado, o sibilo, ou tempo expiratório prolongado, sugere o diagnóstico alternativo de broncoespasmo, que reduz a probabilidade de TEP. Dor em panturrilha geralmente é comum no inicio da TEP, com início súbito e dor forte. Julia Paris Malaco – UCT17 Diagnostico Antes de tudo, devemos reunir duas coisas: sinais e sintomas e fatores de risco. Além disso, devemos calcular a probabilidade pré teste utilizando dois escores: Geneva modificado ou Wells. Escore baixo (< ou igual a 4): pede d-dímero. Se vier baixo eu descarto TEP, se vier alto eu realizo Angio-TC de Tórax. o Se angio TC vier negativo, fazer o 2º exame que é Doppler de MMII. o Doppler de MMII se positivo TEP, se negativo, fazer último exame e padrão ouro que é arteriografia pulmonar o O padrão ouro que é a arteriografia pulmonar, se positivo TEP, se negativo descartada a possibilidade de TEP, se positivo confirma TEP Escore médio ou alto (> que 4): pedir angio-TC de tórax - se vier positivo eu confirmo TEP. E – episodio M – malignidade B – batata inchada O – outros diagnósticos L – lung bleeding I – imobilização A – alta frequência cardíaca Raio X: A radiografia de tórax raramente fornece informações específicas, mas é útil na avaliação de diagnósticos diferenciais, como pneumonia, insuficiência cardíaca congestiva, ou pneumotórax. Se os sintomas estiverem presentes por 3 dias ou mais, um infarto pulmonar pode ser visível na radiografia de tórax como uma área de infiltrado em forma de cunha, pleural com ápice central, produzindo o achado conhecido como corcova de Hampton. A oligoemia pulmonar unilateral (sinal de Westermark) é uma manifestação radiográfica rara de uma grande TEP. Corcova de Hampton: (raro) imagens hipotransparentes em formato de cunha em bases pulmonares referentes à área de infarto pulmonar; Sinal de Westermark: (raro) áreas de hipoperfusão pulmonar com diminuição da trama vascular; Sinal de Palla: dilatação da artéria pulmonar. D-dímero: O D-dímero é um produto de degradação da fibrina que é positivo (> 500 ng/mL). Não exclui TEP quando a probabilidade é alta. Está aumentado em outras patologias (ex.: infarto agudo do miocárdio). A investigação do TEP começa com uma avaliação da PPT e pacientes sem sintomas ou sinais de TEP (p. ex., sem dor torácica, falta de ar, ou dispneia aos esforços, com os sinais vitais normais e sem síncope recente) não devem ser investigados mais profundamente, mesmo na presença de fatores de risco. Julia Paris Malaco – UCT17 Para identificar o grupo de muito baixo risco no qual o TEP poderia ser excluído com segurança ainda no leito, sem qualquer teste de diagnóstico, os critérios de exclusão de TEP (ou regra PERC) podem ser utilizados. Quando a suspeita clínica subjetiva do médico for baixa quanto à TEP e cada um dos oito elementos da regra for satisfeito, a regra PERC identifica uma população de muito baixo risco entre a qual nenhum paciente tem uma PPT para TEP maior que 2% e evita outros testes em cerca de 20% dos pacientes do DE. Para um paciente com uma PPT alta (por qualquer método), os emergencista devem pedir imagens da circulação pulmonar e considerar o início da anticoagulação na ausência de contraindicações. Os pacientes com uma PPT que não seja alta (escore de Genebra revisado simplificado < 5, escore de Wells < 5, ou PPT por avaliação subjetiva < 40%) podem ter o TEP excluído com uma concentração normal do D- dímero, usando o corte para valores anormais estabelecido pelo laboratório local. As causas mais comuns de um D-dímero falsamente negativo são o TEP subsegmentar isolado e muito pequeno e o TEP crônico. Como a meia-vida do D-dímero circulante é menos que 8 horas, a sensibilidade do D-dímero pode diminuir se os sintomas do paciente estiverem iniciados há mais de 3 dias. As medições falso-negativas do D- dímero também podem ser vistas com a lipemia grave e com a terapia contínua de warfarina. Ultrassonografia (USG) com Doppler de Membros Inferiores: O Doppler de membros inferiores apresenta boa sensibilidade e especificidade (acima de 90%) para pacientes com sintomas de trombose venosa profunda, entretanto estes índices reduzem-se para valores inferiores a 40% em pacientes assintomáticos, não servindo, assim, para excluir o diagnóstico de TEP. Angio-TC de Tórax: A Angio-TC de Tórax não é o padrão ouro, porém é o exame mais acurado para ser utlizado na prática! Apesar de não está disponível em todos os serviços, a Angio-TC de Tórax é exame de escolha em pacientes estáveis com intermediária ou alta probabilidade de TEP pelos escores prognósticos. BNP, NT-proBNP e Troponina: Utilizados como avaliação prognóstica e estratificação de risco. Troponina é usada para avaliar isquemia de ventrículo direito Gasometria Arterial: Gasometria arterial demonstrando hipoxemia no contexto de um Raio-X de Tórax limpo aumentam a suspeita de TEP. No entanto, esse exame pode vim normal em até 18% dos casos. Dentre as alterações: Hipoxemia (74%); Hipocapnia e alcalose respiratória (41%); Gradiente A-a aumentado (62%). Eletrocardiograma: achado mais comum é taquicardia sinusal e a mais característica S1Q3T3 o S1: onda S em D1, o que fisiologicamente não é normal o Q3: onda Q em d3, que fisiologicamente não é normal o T3: inversão da onda T (fica negativa em D3) Ecocardiograma: avalia disfunção - insuficiência ventricular direita ou infarto Tratamento A anticoagulação efetiva constitui a base do tratamento bem-sucedido de TVP e EP. Há três estratégias principais: A estratégia convencional, mas cada vez menos usada, de anticoagulação parenteral com heparina não fracionada (HNF), heparina de baixo peso molecular (HBPM) ou fondaparinux como “ponte” para a varfarina; Terapia parenteral trocada dentro de 5 dias para um novo anticoagulante por via oral (VO), como a dabigatrana (inibidor direto da trombina) ou a edoxabana (um agente anti- Xa); Anticoagulação VO em monoterapia com rivaroxabana ou apixabana (ambos agentes anti-Xa) com uma dose de ataque de 3 semanas ou 1 semana, respectivamente, seguida por doses de manutençãosem anticoagulação parenteral. Para os pacientes com TEV, diante de trombocitopenia induzida por heparina suspeita ou comprovada, pode-se escolher entre dois inibidores diretos da trombina de uso parenteral: a argatrobana e a bivalirudina. Os pacientes com TTPA alto, sem contraindicação para anticoagulação e evidência de instabilidade hemodinâmica, incluindo síncope recente, qualquer hipotensão, hipoxemia ou evidência clínica de sobrecarga cardíaca direita devem receber heparina empírica antes de esperar pelos resultados das imagens pulmonares. A heparina de baixo peso molecular (HBPM) é vantajosa em comparação com a heparina não fracionada com base em metanálises robustas que demonstraram claramente taxas menores de hemorragias graves, trombocitopenia induzida por heparina e TVE, com custo similar. Julia Paris Malaco – UCT17 Atualmente os pacientes podem ser anticoagulados no DE com apixabana (Eliquis) ou rivaroxabana (Xarelto), disponíveis como agentes orais que inibem especificamente uma enzima na cascata de coagulação. Esses medicamentos podem ser iniciados sem uso prévio ou concomitante de heparina e proporcionam um efeito de anticoagulação terapêutica tão rapidamente quanto a HBPM subcutânea. Os pacientes com história de trombocitopenia induzida por heparina devem receber fondaparinux, argatrobana, apixabana ou rivaroxabana. A maioria dos hematologistas, hospitalistas e obstetras prefere que as pacientes grávidas com TVE recebam HPBM duas vezes ao dia. O efeito anticoagulante da heparina não fracionada pode ser quase completa e rapidamente revertido com protamina, enquanto a HPBM só pode ser 50% neutralizada com protamina. A protamina não surte efeito no fondaparinux, rivaroxabana ou apixabana. No momento, com base nos dados de voluntários saudáveis, o melhor agente para corrigir a coagulopatia da apixabana ou rivaroxabana é o complexo protrombínico ativado de quatro fatores (Beriplex P/N ou K-Centra, 50 U/kg, IV).69,70 Nenhum ensaio clínico foi publicado para testar o efeito desses agentes no sangramento em pessoas com coagulopatia por apixabana ou rivaroxabana Heparina não fracionada: A HNF tem efeito anticoagulante ligando-se à antitrombina e acelerando sua atividade, evitando, assim, a formação de novos trombos. A dose de HNF tem como meta obter tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) de 60 a 80 segundos. O nomograma mais popular usa um bolus inicial de 80 UI/kg, seguido por uma velocidade de infusão inicial de 18 UI/kg/hora em pacientes com função hepática normal. A principal vantagem da HNF é sua meia-vida curta, o que é especialmente útil nos pacientes em que se deseja controle hora a hora do grau de anticoagulação. A heparina também tem efeitos pleiotrópicos que podem diminuir a inflamação local e sistêmica. Heparinas de baixo peso molecular: Esses fragmentos de HNF apresentam menor capacidade de ligação às proteínas plasmáticas e às células endoteliais e, em consequência, têm maior biodisponibilidade, resposta mais previsível à dose e meia-vida mais longa do que a HNF. Não há necessidade de monitoração nem de ajuste da dose, a não ser que o paciente seja acentuadamente obeso ou tenha doença renal crônica. Fondaparinux: O fondaparinux, um pentassacarídeo com ação anti-Xa, é administrado na forma de injeção subcutânea 1×/dia, com dose calculada em função do peso, por meio de seringa pré-preenchida. Não há necessidade de monitoração laboratorial. O fondaparinux é sintetizado em laboratório e, diferentemente da HBPM e da HNF, não é derivado de produtos animais. Ele não causa trombocitopenia induzida por heparina. A dose deve ser reduzida em pacientes com disfunção renal. Varfarina: Esse antagonista da vitamina K impede a ativação da carboxilação dos fatores de coagulação II, VII, IX e X. São necessários pelo menos 5 dias para que a varfarina exerça seu efeito completo, mesmo se o tempo de protrombina, usado para monitoração, apresentar elevação mais rápida. Se a varfarina for iniciada como monoterapia durante um episódio de trombose aguda, uma exacerbação paradoxal da hipercoagulabilidade aumenta a probabilidade de trombose. A sobreposição de HNF, HBPM, fondaparinux ou de inibidores diretos da trombina com a varfarina por pelo menos 5 dias irá anular o efeito pró-coagulante inicial da varfarina. Filtros de veia cava inferior: As duas principais indicações para inserção de filtro na VCI são sangramento ativo que impeça a anticoagulação e trombose venosa recorrente apesar de anticoagulação intensiva. A prevenção da EP recorrente em pacientes com insuficiência cardíaca direita que não sejam candidatos à fibrinólise e a profilaxia de pacientes com risco extremamente elevado são indicações “mais leves” para instalação de filtro. O próprio filtro pode falhar, permitindo a passagem de coágulos de tamanho pequeno a médio. Os grandes trombos podem embolizar para as artérias pulmonares por meio de veias colaterais que se desenvolvem. Na atualidade, podem ser colocados filtros removíveis em pacientes com distúrbio hemorrágico temporário antecipado ou naqueles com alto risco temporário de EP, como os submetidos à cirurgia bariátrica com história pregressa de EP perioperatória. Os filtros podem ser removidos até vários meses após sua inserção, a não ser que haja formação de trombo que esteja aprisionado dentro do filtro. https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788595150874/epub/OEBPS/Text/B9788535291124000787.xhtml?favre=brett#bib0350 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788595150874/epub/OEBPS/Text/B9788535291124000787.xhtml?favre=brett#bib0355 Julia Paris Malaco – UCT17 Fibrinólise: A terapia fibrinolítica bem-sucedida reverte rapidamente a insuficiência cardíaca direita e pode resultar em menor taxa de mortalidade e de EP recorrente ao dissolver grande parte do trombo arterial pulmonar responsável pela obstrução anatômica impedir a liberação contínua de serotonina e outros fatores neuro-humorais que agravam a hipertensão pulmonar lisar grande parte da fonte do trombo nas veias da pelve e nas veias profundas das pernas, diminuindo, assim, a probabilidade de EP recorrente. O esquema fibrinolítico preferido, administrado sistemicamente, é 100 mg de ativador do plasminogênio tecidual (tPA, de tissue plasminogem activator) recombinante, administrados em infusão IV periférica contínua ao longo de 2 horas. Quanto mais cedo se inicia a trombólise, mais efetiva ela é. Entretanto, essa abordagem pode ser usada por pelo menos 14 dias após a ocorrência da EP. Um esquema de dose off label conhecido é o uso de 50 mg de tPA administrados durante 2 horas. Notou-se que essa dose mais baixa está amplamente associada com menos complicações hemorrágicas. Entre as contraindicações para a fibrinólise estão doença intracraniana, cirurgia recente e traumatismo. A taxa global de sangramento significativo é de cerca de 10%, incluindo risco de 2 a 3% de hemorragia intracraniana. A única indicação aprovada pela FDA para o uso de fibrinólise na EP é na EP maciça. Para os pacientes com EP submaciça, que tenham pressão arterial sistólica preservada, mas disfunção do VD moderada a grave, a indicação de fibrinólise permanece controversa. Outras embolias Tromboembolia Sistêmica: A maioria dos êmbolos arteriais sistêmicos (80%) surge a partir de trombos murais intracardíacos, sendo que dois terços desses estão associados a infartos da parede ventricular esquerda e um quarto, com dilatação e fibrilação atrial esquerda. Os restantes se originam de aneurismas aórticos, placas ateroscleróticas, vegetações valvares ou trombo venoso (embolia paradoxal), e ainda 10% a 15% são de origem não determinada. Ao contrário
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