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ROTEIRO MORFOFUNCIONAL III Sistema Ósseo HISTOLOGIA . TECIDO ÓSSEO O osso é uma forma especializada de tecido conjuntivo que, assim como outros tecidos conjuntivos, consiste em células e em matriz extracelular. A característica que distingue o tecido ósseo de outros tecidos conjuntivos é a mineralização de sua matriz, que produz um tecido extremamente rígido, capaz de proporcionar suporte e proteção. O principal componente estrutural da matriz óssea é o colágeno do tipo I e, em menor grau, o colágeno do tipo V. A matriz também contém outras proteínas (não colágenas) que constituem a substância fundamental do osso. Os quatro grupos principais de proteínas não colágenas encontradas na matriz óssea são os seguintes: macro moléculas de proteoglicanos; glicoproteínas multiadesivas; proteínas de vitamina K específicas do osso; fatores de crescimento e citocinas. Dentro da matriz óssea há espaços denominados lacunas, que contêm, cada uma, uma célula óssea ou osteócito. O tecido ósseo depende dos osteócitos para manter a sua viabilidade. Além dos osteócitos, quatro outros tipos de células estão associados ao osso. ● As células osteoprogenitoras são células derivadas das células-tronco mesenquimatosas; dão origem aos osteoblastos ● Os osteoblastos são células que secretam a matriz extracelular do osso; quando a célula é circundada pela sua matriz secretada, é denominada osteócito ● As células de revestimento ósseo são células que permanecem na superfície óssea quando não há crescimento ativo. Originam-se dos osteoblastos que permanecem no tecido mesmo após a cessação da deposição óssea ● Os osteoclastos são células de reabsorção óssea encontradas nas superfícies ósseas onde o osso está sendo removido ou remodelado (reorganizado) ou onde o osso foi danificado; pertencem ao sistema fagocitário mononuclear. As células osteoprogenitoras e os osteoblastos são precursores no desenvolvimento do osteócito. Os osteoclastos são células fagocíticas derivadas da fusão de células progenitoras hematopoiéticas na medula óssea, que dão origem às linhagens de granulócitos neutrófilos e monócitos. Figura: Na imagem destacam-se três osteoclastos situados na superfície da matriz óssea. Osteócitos estão presentes no interior da matriz, e osteoblastos, em sua superfície Células Osteoprogenitoras A osteogênese, isto é, o processo de formação de osso, é essencial para a função óssea normal. Exige uma população de células osteoprogenitoras (células precursoras dos osteoblastos) passíveis de renovação, que respondem a estímulos moleculares que as transformam em células formadoras de osso. As células osteoprogenitoras derivam das células-tronco mesenquimatosas na medula óssea, que têm o potencial de se diferenciar em muitos tipos celulares diferentes, incluindo fibroblastos, osteoblastos, adipócitos, condrócitos e células musculares. O fator essencial que deflagra a diferenciação das células osteoprogenitoras é um fator de transcrição, denominado fator de ligação central alfa-1 (CBFA1) ou fator de transcrição relacionado com 2 (RUNX2). Essa proteína leva à expressão de genes que são característicos do fenótipo do osteoblasto. O IGF-1 e o IGF-2 estimulam a proliferação das células osteoprogenitoras e a sua diferenciação em osteoblastos. As células osteoprogenitoras são encontradas nas superfícies externa e interna dos ossos e também podem residir na microvascularização que supre o osso. Osteoblastos Os osteoblastos são as células que sintetizam a parte orgânica da matriz óssea (colágeno tipo I, proteoglicanos e glicoproteínas) e fatores que influenciam a função de outras células ósseas. Eles são capazes de concentrar fosfato de cálcio, participando da mineralização da matriz. Após sintetizar matriz extracelular, o osteoblasto é aprisionado pela matriz orgânica recém-sintetizada e passa a ser chamado de osteócito. A matriz, então, deposita-se ao redor do corpo da célula e de seus prolongamentos e passa por deposição de cálcio, formando as lacunas que contêm os osteócitos e os canalículos – túneis compostos pelos prolongamentos celulares dos osteócitos. Os osteoblastos em fase de síntese mostram as características ultraestruturais das células produtoras de proteínas. A matriz óssea recém-formada, adjacente aos osteoblastos ativos e ainda não calcificada, recebe o nome de osteóide; Osteócitos Os osteócitos são células achatadas encontradas no interior da matriz óssea e ocupam espaços denominados lacunas. Cada lacuna contém apenas um osteócito. Das lacunas partem vários canalículos que contém prolongamentos dos osteócitos, os quais fazem contato com prolongamentos de osteócitos adjacentes por meio de junções comunicantes, por onde podem passar pequenas moléculas e íons de um osteócito para o outro. Não existe difusão de substâncias através da matriz calcificada do osso, pois esta é impermeável. Por esse motivo, a nutrição dos osteócitos depende dos canalículos que existem na matriz, em cujo interior circulam substâncias que possibilitam as trocas de moléculas, íons e gases entre os capilares sanguíneos e os osteócitos; Osteoclastos São derivados de monócitos que, no interior do tecido ósseo, fundem-se para formar os osteoclastos multinucleados. São células móveis, de tamanho muito grande e multinucleadas, responsáveis pela reabsorção do tecido ósseo. Têm citoplasma de aspecto granuloso (algumas vezes contendo vacúolos), fracamente basófilo nos osteoclastos jovens e muito acidófilo nos maduros. Os osteoclastos situam-se na superfície do tecido ósseo ou em túneis no interior das peças ósseas. Nas áreas de reabsorção de tecido ósseo, os osteoclastos são encontrados frequentemente ocupando pequenas depressões da matriz escavadas pela atividade dessas células e conhecidas como lacunas de Howship. A superfície ativa dos osteoclastos está voltada para a superfície óssea. Ela apresenta inúmeros prolongamentos irregulares com formato de folhas ou pregas que se ramificam. Em torno dessa área com prolongamentos há uma região de citoplasma, a zona clara, que é pobre em organelas, mas contém muitos filamentos de actina. A zona clara é um local de adesão do osteoclasto à matriz óssea e cria um microambiente fechado entre a superfície ativa da célula e a superfície óssea, no qual ocorre a reabsorção. Os osteoclastos secretam ácido para o interior desse microambiente sob a forma de íons de hidrogênio (H+), além de colagenase e outras hidrolases que atuam localmente, tanto digerindo a matriz orgânica como dissolvendo os cristais de sais de cálcio. A atividade dos osteoclastos é coordenada por citocinas e por hormônios, como a calcitonina, produzida pela glândula tireoide, e o paratormônio, secretado pelas glândulas paratireoides. Algumas dessas ações não são diretas sobre os osteoclastos, mas são desencadeadas por meio de osteócitos. Figura: A figura mostra uma trabécula óssea formada por matriz óssea acidófila (corada em rosa), no interior da qual estão osteócitos situados em cavidades da matriz, chamadas lacunas. A superfície das trabéculas é recoberta por osteoblastos e por um osteoclasto no qual se observam dois ou três núcleos. Matriz Óssea A matriz óssea é constituída de uma parte orgânica e de uma parte inorgânica. Cerca de 95% da parte orgânica da matriz é formada por fibras colágenas constituídas principalmente por colágeno do tipo I, e o restante, por proteoglicanos e glicoproteínas. Em virtude de sua riqueza em fibras colágenas, a matriz óssea descalcificada cora-se pelos corantes seletivos do colágeno e, em cortes corados por HE, é corada em vermelho-rosa por eosina. Dentre as glicoproteínas e sialoproteínas, destacam-se a osteonectina, que parece ser importante para o mecanismo de calcificação da matriz, e a osteopontina. Vários fatores de crescimento fazem parte da matriz orgânica: as proteínas morfogenéticas ósseas (BMP), o fator de crescimento de fibroblastos (FGF) e o fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF). A parte inorgânica representa cerca de 50% do peso da matriz óssea. Os íonsmais encontrados são o fosfato e o cálcio. Há também bicarbonato, magnésio, potássio, sódio e citrato em pequenas quantidades. No entanto, os cristais de matriz óssea mostram imperfeições e não são idênticos à hidroxiapatita encontrada em rochas. Os íons da superfície do cristal de hidroxiapatita são hidratados, existindo, portanto, uma camada de água e íons em volta dele, a qual é denominada capa de hidratação, que facilita a troca de íons entre o cristal e o líquido intersticial. A associação de cristais de hidroxiapatita à superfície das fibras colágenas é responsável pela rigidez e pela resistência mecânica do tecido ósseo. Após a remoção do cálcio, os ossos mantêm sua forma intacta e tornam-se tão flexíveis quanto os tendões. Por outro lado, a destruição da parte orgânica, que é principalmente colágeno, pode ser realizada por incineração e também deixa o osso com sua forma intacta, porém tão quebradiço que dificilmente pode ser manipulado sem se partir. Sabe-se que a calcificação começa pela deposição de sais de cálcio sobre as fibrilas colágenas, um processo que parece ser induzido por proteoglicanos e glicoproteínas da matriz. A deposição dos sais de cálcio é também influenciada pela concentração desses minerais em vesículas (vesículas da matriz) que brotam do citoplasma dos osteoblastos e são expelidas para a matriz. Além disso, existe ainda a possível participação da enzima fosfatase alcalina, sintetizada pelos osteoblastos. Periósteo e Endósteo A superfície externa e interna dos ossos é recoberta por uma camada composta de tecido conjuntivo e de células osteogênicas, constituindo, respectivamente, o periósteo e o endósteo. A camada mais externa do periósteo contém principalmente fibras colágenas e fibroblastos. As fibras de Sharpey são feixes de fibras colágenas do periósteo que penetram o tecido ósseo e prendem firmemente o periósteo ao osso. A camada interna do periósteo é mais celularizada e apresenta células osteoprogenitoras, morfologicamente semelhantes aos fibroblastos. Essas células se multiplicam por mitose e se diferenciam em osteoblastos, desempenhando papel importante no crescimento dos ossos por aposição. O tecido ósseo somente cresce pelo mecanismo de aposição, que também é muito importante na remodelação óssea e na reparação das fraturas. O endósteo reveste as superfícies internas do osso e geralmente é constituído por uma delgada camada de células osteogênicas achatadas, que reveste as cavidades do osso esponjoso, o canal medular, os canais de Havers e os de Volkmann. Além de fornecer novos osteoblastos para o crescimento, a remodelação e a recuperação do osso após traumatismos mecânicos, o endósteo e, principalmente, o periósteo são importantes para a nutrição do tecido ósseo em função da existência de vasos sanguíneos em seu interior. Figura: Secção longitudinal de uma diáfise na qual se observa, além do osso, o periósteo e o endósteo. O periósteo é uma membrana de tecido conjuntivo relativamente espessa, cujas células mais internas, próximas ao osso, são osteogênicas. O endósteo é uma lâmina muito delgada, geralmente formada por uma camada de células. Tecido ósseo imaturo, primário ou não lamelar Em cada osso o primeiro tecido ósseo a ser formado é do tipo primário (não lamelar), sendo substituído gradativamente por tecido ósseo lamelar ou secundário. No adulto é muito pouco encontrado, persistindo apenas próximo às suturas dos ossos do crânio, nos alvéolos dentários e em alguns pontos de inserção de tendões. O tecido ósseo primário tem fibras colágenas dispostas em várias direções sem organização definida, tem menor quantidade de minerais (mais facilmente penetrado pelos raios X) e maior proporção de osteócitos do que o tecido ósseo secundário. Os osteócitos do osso primário se dispõem de maneira aparentemente desorganizada, e a matriz, quando vista em cortes ao microscópio, aparece heterogênea, com manchas mais escuras. Tecido ósseo maturo, secundário ou lamelar O tecido ósseo secundário é a variedade mais encontrada no adulto. Sua principal característica é ser formado por fibras colágenas organizadas em lamelas, que têm de 3 a 7 μm de espessura, são planas ou têm forma de anéis. As fibras colágenas de cada lamela são paralelas entre si; porém, de lamela para lamela as fibras têm direções diferentes. As lacunas que contêm osteócitos estão geralmente situadas entre as lamelas ósseas, mas algumas vezes estão dentro das lamelas. Devido a essa disposição, no osso lamelar os osteócitos se dispõem em fileiras, ao contrário do osso não lamelar, em que se dispõem sem organização aparente. As lamelas ósseas que se reúnem em conjuntos de lamelas podem ter dois tipos de arranjos espaciais: ● Lamelas planas se dispõem paralelamente umas às outras, formando pilhas de lamelas de tecido ósseo ● Lamelas curvas em forma de anéis se dispõem em camadas concêntricas em torno de um canal central Separando conjuntos de lamelas, ocorre frequentemente o acúmulo no meio extracelular de uma substância cimentante, que consiste em matriz mineralizada, porém com pouquíssimo colágeno. Os conjuntos de lamelas organizadas concentricamente formam as estruturas denominadas sistemas de Havers ou ósteons. Cada um desses sistemas é um cilindro longo, às vezes bifurcado, em geral paralelo à diáfise e formado por 4 a 20 lamelas ósseas concêntricas. No centro desse cilindro ósseo existe um canal revestido de endósteo, o canal de Havers, que contém vasos e nervos. A diáfise dos ossos é quase toda composta de osso lamelar e se constitui em um bom material para analisar a distribuição e a organização das lamelas nesse tipo de osso. Suas lamelas ósseas organizam-se em arranjo bastante característico, formando quatro arranjos principais: os sistemas de Havers, os sistemas circunferenciais interno e externo e os sistemas intermediários. Esses quatro sistemas são facilmente identificáveis em cortes transversais à diáfise. Os sistemas de Havers são formados por lamelas dispostas concentricamente, e os outros três são compostos de pilhas de lamelas planas ou levemente curvas. Figura: Parte de um corte transversal de uma diáfise. Observe as lamelas ósseas que formam os sistemas de lamelas circunferenciais interno e externo s e sistemas de Havers Os sistemas circunferenciais interno e externo, constituídos por lamelas ósseas paralelas entre si, formam duas faixas: uma situada na parte interna do osso, em volta do canal medular e em contato com o endósteo, e a outra na região mais externa, próxima ao periósteo. O sistema circunferencial externo é mais espesso do que o interno, e os sistemas de Havers ocupam a porção intermediária da diáfise entre eles. Os sistemas de Havers são constituídos por um número variável de lamelas ósseas concêntricas. Como os osteócitos se nutrem por meio do trânsito de substâncias no interior dos canalículos ósseos, a espessura da parede de cada sistema de Havers é limitada pela distância entre os osteócitos mais externos e o canal central do sistema, o canal de Havers, por onde circulam vasos sanguíneos. ➔ Das lacunas saem canalículos/lamelas que vão nutrir os osteócitos ➔ Lacunas nas lâminas são onde estavam os osteócitos Os canais de Havers comunicam-se entre si, com a cavidade medular e com a superfície externa do osso por meio de túneis transversais ou oblíquos à diáfise, situados no interior do osso, chamados de canais de Volkmann. Estes se distinguem dos de Havers por não serem envolvidos por lamelas ósseas concêntricas. Os canais vasculares existentes no tecido ósseo se formam pela deposição de matriz óssea ao redor de vasos preexistentes. LÂMINAS OSSO (H-13 e H-14) LÂMINAS MEDULA ÓSSEA (H-34) TECIDO CARTILAGINOSO A cartilagem é um tecido avascular formado por condrócitos e por matriz extracelular abundante. Mais de 95% do volume da cartilagem consiste em matriz extracelular, que constitui o elemento funcional desse tecido. Embora sejam esparsos, os condrócitos atuam como participantes essenciais na produção e na manutenção da matriz. Amatriz extracelular da cartilagem é sólida e firme, mas também ligeiramente maleável, o que explica a sua elasticidade. Como não existe nenhuma rede vascular na cartilagem, a composição da matriz extracelular é de importância crucial para a sobrevivência dos condrócitos. Essencial para a formação e o crescimento dos ossos longos na vida intrauterina e depois do nascimento. Cartilagem Hialina Localização: ● Tecido esquelético fetal, discos epifisários, superfície articular das articulações sinoviais, cartilagens costais da caixa torácica, cartilagens da cavidade nasal, laringe (tireoide, cricoide e aritenoide), anéis da traqueia e placas nos brônquios Funções: ● Resiste à compressão ● Proporciona uma superfície de amortecimento lisa e de baixo atrito para as articulações ● Proporciona um suporte estrutural no sistema respiratório (laringe, traqueia e brônquios) ● Forma a base para o desenvolvimento do esqueleto fetal e a formação adicional de osso endocondral e crescimento do osso Existência de pericôndrio: ● Sim (exceto a cartilagem articular e os discos epifisários) Sofre calcificação: ● Sim (i. e., durante a formação de osso endocondral, durante o processo de envelhecimento) Principais tipos de células presentes: ● Condroblastos e condrócitos Aspectos característicos da matriz extracelular: ● Fibrilas colágenas do tipo II e monômeros de agrecam (o proteoglicano mais importante) Crescimento: ● Intersticial e aposicional, muito limitado nos adultos Reparo: ● Capacidade muito limitada, forma comumente cicatriz, resultando em formação de fibrocartilagem Figura: Fotomicrografia de amostra de cartilagem hialina. A porção superior da fotomicrografia mostra o tecido conjuntivo denso (TCD) sobre o pericôndrio (P), a partir do qual surgem novas células da cartilagem. Uma camada ligeiramente basófila de cartilagem em crescimento (CC) subjacente ao pericôndrio contém condroblastos e condrócitos imaturos, que exibem pouco mais que o núcleo localizado em uma lacuna de aparência vazia. Essa camada representa a deposição de nova cartilagem (crescimento aposicional) sobre a superfície da cartilagem hialina existente. Os condrócitos maduros com núcleos (N) claramente visíveis residem nas lacunas e estão bem preservados nesta amostra. Eles produzem a matriz cartilaginosa que mostra a cápsula ou matriz territorial (MT) de coloração escura circundando imediatamente as lacunas. A matriz interterritorial (MI) é mais afastada da vizinhança imediata dos condrócitos e exibe coloração menos intensa. O crescimento a partir do interior da cartilagem (crescimento intersticial) é refletido pelos pares de condrócitos e agrupamentos, que são responsáveis pela formação dos grupos isógenos (retângulos). Cartilagem Elástica Localização: ● Orelha externa, meato acústico externo, tuba auditiva (de Eustáquio) e cartilagens da laringe (epiglote, cartilagens corniculada e cuneiforme) Funções: ● Proporciona suporte flexível aos tecidos moles Existência de pericôndrio: ● Sim Sofre calcificação: ● Não Principais tipos de células presentes: ● Condroblastos e condrócitos Aspectos característicos da matriz extracelular: ● Fibrilas colágenas do tipo II, fibras elásticas e monômeros de agrecam Crescimento: ● Intersticial e aposicional, muito limitado nos adultos Reparo: ● Capacidade muito limitada, forma comumente cicatriz, resultando em formação de fibrocartilagem Figura: Cartilagem elástica observada após coloração especial para fibras elásticas. Há grande quantidade de fibras elásticas na matriz extracelular. O citoplasma dos condrócitos está fracamente corado, mas alguns núcleos podem ser observados. Fibrocartilagem Localização: ● Discos intervertebrais, sínfise púbica, discos articulares (articulações esternoclavicular e temporomandibular), meniscos (articulação do joelho), complexo da fibrocartilagem triangular (articulação do punho) e inserção de tendões Funções: ● Resiste à deformação em caso de estresse Existência de pericôndrio: ● Não Sofre calcificação: ● Sim (i. e., calcificação do calo fibrocartilaginoso durante o reparo ósseo) Principais tipos de células presentes: ● Condrócitos e fibroblastos Aspectos característicos da matriz extracelular: ● Fibras colágenas dos tipos I e II ● Monômeros e proteoglicanos: agrecam (secretado pelos condrócitos) e versicano (secretado pelos fibroblastos) Crescimento: ● Intersticial e aposicional, muito limitado nos adultos Reparo: ● Capacidade muito limitada, forma comumente cicatriz, resultando em formação de fibrocartilagem Figura: Fibrocartilagem. Neste tipo de cartilagem há grande quantidade de colágeno tipo I; por essa razão, sua matriz extracelular é acidófila. Os condrócitos frequentemente se organizam em fileiras separadas por espessas fibras colágenas. TECIDO MUSCULAR O tecido muscular é constituído de células alongadas, que contêm grande quantidade de filamentos citoplasmáticos compostos de proteínas cujo arranjo torna possível a transformação de energia química em energia mecânica. Estas proteínas produzem a força necessária para a contração das células e do tecido muscular, utilizando a energia armazenada em moléculas de trifosfato de adenosina (ATP). As células musculares têm origem mesodérmica, e, durante sua diferenciação, há síntese de proteínas filamentosas concomitantemente ao alongamento das células. São reconhecidos dois tipos principais de músculos: ● O músculo estriado, cujas células exibem estriações transversais ● O músculo liso, cujas células não exibem estriações transversais. ○ É formado por células fusiformes que não têm estrias transversais. Nele, o processo de contração é lento e não está sujeito ao controle voluntário. O tecido muscular estriado é ainda subclassificado de acordo com sua localização: ● O músculo esquelético está inserido nos ossos e é responsável pelo movimento do esqueleto axial e esqueleto apendicular, bem como pela manutenção da posição e da postura do corpo. Além disso, os músculos esqueléticos do olho (músculos extraoculares) possibilitam o movimento preciso dos olhos ○ Formado por feixes de células cilíndricas multinucleadas e muito longas. Essas células, ou fibras, têm contração rápida e vigorosa e estão sujeitas ao controle voluntário. ● O músculo visceral é morfologicamente idêntico ao músculo esquelético, mas está restrito aos tecidos moles; isto é, língua, faringe, parte lombar do diafragma e parte superior do esôfago. Esses músculos desempenham papel essencial na fala, na respiração e na deglutição ● O músculo cardíaco é encontrado na parede do coração. Encontra-se também em um pequeno trecho da parede das grandes veias pulmonares, que desemboca no coração. ○ Formado por células alongadas, porém muito mais curtas que as do músculo esquelético. Suas fibras são ramificadas e se unem por meio de estruturas chamadas discos intercalares, encontradas exclusivamente no músculo cardíaco. A contração das células musculares cardíacas é involuntária, vigorosa e rítmica. PATOLOGIA . PROCESSO DE REPARO A habilidade em reparar a lesão causada por lesões tóxicas e inflamação é crítica para a sobrevivência de um organismo. A resposta inflamatória a micróbios e tecidos lesados não serve apenas para eliminar esses perigos, mas também inicia o processo de reparo. O reparo, muitas vezes chamado de cura, se refere à restauração da arquitetura e função do tecido após a lesão. Ocorre por dois tipos de reações: regeneração do tecido lesado e formação de cicatriz pela deposição de tecido conjuntivo. Regeneração Alguns tecidos são capazes de substituir células lesadas e retornar ao estado normal; esse processo é chamado de regeneração. A regeneração ocorre por proliferação de células residuais (não lesadas) que retêm a capacidade de divisão e por substituição de células-tronco teciduais. Constitui a resposta típica a lesão em epitélios que se dividem rapidamente, como na pele e nos intestinos e em alguns órgãos, principalmente no fígado. ● Substituição de células lesadas por células idênticas● Processo de reparo que ocorre em tecidos que apresentam células lábeis ou estáveis, desde que o estroma esteja íntegro Formação de Cicatriz Se os tecidos lesados são incapazes de regeneração ou se as estruturas de suporte do tecido são gravemente lesadas, o reparo ocorre por deposição de tecido conjuntivo (fibrose), um processo que resulta em formação de cicatriz. Embora a cicatriz fibrosa não possa realizar a função das células perdidas do parênquima, ela fornece estabilidade estrutural suficiente para tornar o tecido lesado hábil nas suas funções. O termo fibrose é mais frequentemente usado para descrever a extensa deposição de colágeno que ocorre nos pulmões, fígado, rins e outros órgãos, resultante da inflamação crônica, ou no miocárdio após extensa necrose isquêmica (infarto). ● FASES: ○ Formação de novos vasos (angiogênese) ○ Migração e proliferação de fibroblastos e deposição de tecido conjuntivo que, junto com a abundância de vasos e leucócitos dispersos, tem aparência granular e rósea, sendo chamado de tecido de granulação. ○ Maturação e reorganização do tecido fibroso (remodelamento) para produzir uma cicatriz fibrosa estável. ● Substituição de células lesadas por tecido conjuntivo vascularizado, com alteração da arquitetura tecidual ● Processo de reparo que ocorre em tecidos que apresentam células permanentes Fases do processo de Reparo 1. Formação do coágulo 2. Fase reação inflamatória 3. Fase proliferativa (24h) a. Proliferação de vasos (angiogênese) b. Migração e proliferação dos fibroblastos c. Deposição de matriz extracelular 4. Fase de remodelação REMODELAGEM ÓSSEA Remodelação óssea é a substituição contínua do tecido ósseo antigo por tecido ósseo novo. Esse processo envolve reabsorção óssea, que consiste na remoção de minerais e fibras de colágeno do osso pelos osteoclastos, e deposição óssea, que é a adição de minerais e fibras de colágeno ao osso pelos osteoblastos. Dessa maneira, a reabsorção óssea resulta em destruição de matriz extracelular óssea, enquanto a deposição óssea ocasiona formação de matriz extracelular óssea. Remodelagem óssea - Primeira-intenção: ● Neoformação de osso cortical unindo as extremidades da fratura ● As extremidades da fratura ficam justapostas Remodelagem óssea - Segunda-intenção: ● Aumenta o número de osteoclastos que vão remover as superfícies fraturadas ● Há um espaço maior entre as extremidades da fratura ● Ocorre em 5 fases: 1° Forma um coágulo, que induz reação inflamatória, com angiogênese; 2° Formação de cartilagem (calo mole); 3° Ossificação do calo mole (reabsorção da matriz cartilaginosa); 4° Formação do osso membranoso (calo duro) (osteoblastos produzindo colágeno tipo I e mineralização); 5° Remodelação do osso (imaturo para lamelar) Fraturas Fratura é qualquer perda da continuidade óssea. O reparo de uma fratura óssea envolve as seguintes fases: 1. Fase reativa. Fase inflamatória inicial. Os vasos sanguíneos que cruzam a linha de fratura estão rompidos. Com o extravasamento sanguíneo das extremidades rompidas dos vasos, uma massa de sangue (normalmente coagulado) se forma ao redor do local da fratura. Essa massa de sangue, chamada hematoma de fratura, em geral se forma 6 a 8 h depois da lesão. Visto que a circulação sanguínea no local onde o hematoma de fratura se desenvolve é interrompida, as células ósseas circunvizinhas morrem. O edema e a inflamação que ocorrem em resposta às células ósseas mortas produzem mais resíduos celulares. Os fagócitos (neutrófilos e macrófagos) e osteoclastos começam a remover o tecido morto ou danificado dentro e ao redor do hematoma de fratura. Este estágio pode durar até algumas semanas. 2a. Fase de reparação. Formação do calo fibrocartilaginoso. A fase de reparação é caracterizada por dois eventos: formação de um calo fibrocartilaginoso e de um calo ósseo para preencher o intervalo entre as extremidades ósseas fraturadas. Vasos sanguíneos começam a crescer no hematoma da fratura e fagócitos começam a limpar as células ósseas mortas. Os fibroblastos do periósteo invadem o local da fratura e produzem fibras de colágeno. Além disso, as células do periósteo se desenvolvem em condroblastos e começam a produzir fibrocartilagem nessa região. Esses eventos promovem o desenvolvimento de um calo fibrocartilaginoso (mole), que consiste em massa de tecido de reparação composta por fibras de colágeno e cartilagem que une as extremidades do osso. A formação do calo fibrocartilaginoso leva cerca de 3 semanas. 2b. Fase de reparação. Formação do calo ósseo. Nas áreas mais próximas ao tecido ósseo saudável bem vascularizado, células osteogênicas se desenvolvem em osteoblastos, os quais começam a produzir trabéculas de osso esponjoso. As trabéculas unem as porções vivas e mortas dos fragmentos ósseos originais. Por fim, a fibrocartilagem é convertida em osso esponjoso e o calo passa a ser chamado calo ósseo (duro). O calo ósseo persiste por 3 a 4 meses. 3. Fase de remodelação óssea. A fase final do reparo da fratura é a de remodelação óssea do calo. As porções mortas dos fragmentos originais do osso fraturado são gradativamente reabsorvidas pelos osteoclastos. Osso compacto substitui osso esponjoso na periferia da fratura. Às vezes, o processo de reparo é tão completo que a linha de fratura é indetectável, mesmo na radiografia. Entretanto, uma área espessada na superfície do osso permanece como evidência da fratura consolidada. Degeneração A velocidade da destruição e reposição de osso velho ou danificado é determinada pelo número de UBM que está funcionando em dado momento. Geralmente, é maior no osso trabecular. Os osteoclastos são células diferenciadas da linhagem macrófago/monócito, multinucleadas, dirigidas para uma sequência de eventos, que inclui proliferação, diferenciação, fusão e ativação. Esses eventos estão sob controle de hormônios e citocinas locais, juntamente com o microambiente ósseo. Interleucinas (IL-1, IL-6, IL-4, IL-7, IL-11, IL-17), fator de necrose tumoral (TNF-α), fator de transformação do crescimento β (TGF-β), prostaglandina E2 e hormônios atuam em conjunto para controlar os osteoclastos. A descoberta de um receptor ativador do fator nuclear κB ligand (RANKL), uma citocina essencial para a osteoclastogênese, veio melhorar a compreensão da patogênese das doenças osteometabólicas. RANKL é um membro da superfamília TNF, expressa pelos Ob e seus precursores imaturos. Essa citocina ativa seus receptores RANK, promovendo a formação e ativação dos Oc, prolongando sua sobrevivência por meio da supressão da apoptose. Os efeitos do RANKL são bloqueados pela osteoprotegerina (OPG), a qual atua como receptor solúvel, agindo como antagonista do RANKL. O equilíbrio entre RANKL e OPG é regulado pelas citocinas e hormônios e determina as funções dos Oc. Alterações da relação entre RANKL/OPG são críticas na patogênese das doenças ósseas reabsortivas; entretanto, seus papéis na osteoclastogênese são controversos, exigindo investigação mais aprofundada. Deficiência de estrogênio, uso de corticosteroide, ativação das células T (artrite reumatoide e outras) e doenças malignas (mieloma e metástase) alteram a relação RANKL/OPG, promovendo a osteoclastogênese, acelerando a reabsorção óssea e induzindo a perda óssea. Resumo dos fatores que afetam o crescimento ósseo MINERAIS Cálcio e fósforo Produzem matriz extracelular óssea dura Magnésio Ajuda a formar matriz extracelular óssea Fluoreto Ajuda a reforçar a matriz extracelular óssea Manganês Ativa enzimas envolvidas na síntese de matriz extracelular óssea VITAMINAS Vitamina A Necessária para a atividade dos osteoblastos durante a remodelação óssea; sua de ͅciência retarda o crescimento ósseo; tóxica em doses elevadas Vitamina C Necessária para a síntese de colágeno, a principal proteína óssea; sua de ͅciência ocasiona diminuição da produção de colágeno, retardando o crescimento ósseo e atrasando o reparo de ossos quebrados Vitamina D Sua forma ativa (calcitriol) é produzida pelos rins; ajuda a construir osso por meiodo aumento da absorção de cálcio pelo sistema digestório para o sangue; sua de ͅciência ocasiona ossi ͅcação inadequada e retarda o crescimento ósseo; pode reduzir o risco de osteoporose, porém é tóxica se ingerida em doses elevadas. As pessoas que se expõem pouco aos raios ultravioleta ou que não usam suplementos de vitamina D podem não ter vitamina D su ͅciente para absorver cálcio, o que interfere no metabolismo do cálcio Vitaminas K e B12 Necessárias para a síntese de proteínas ósseas; sua de ͅciência resulta em produção anormal de proteínas na matriz extracelular óssea e diminuição da densidade óssea HORMÔNIOS Hormônio do crescimento (GH) Secretado pela adeno-hipó ͅse; promove o crescimento geral de todos os tecidos corporais, inclusive osso, principalmente pelo estímulo da produção de fatores de crescimento insulina-símiles Fatores de crescimento insulina símiles (IGFs) Secretados pelo fígado, ossos e outros tecidos em resposta ao estímulo promovido pelo hormônio do crescimento; promovem o crescimento ósseo normal pelo estímulo dos osteoblastos e pelo aumento da síntese de proteínas necessárias para formar osso novo Hormônios da tireoide (T3 e T4) Secretados pela glândula tireoide; promovem crescimento ósseo normal estimulando osteoblastos Insulina Secretada pelo pâncreas; promove crescimento ósseo normal pela intensiͅcação da síntese de proteínas ósseas Hormônios sexuais (estrogênios e testosterona) Secretados pelos ovários nas mulheres (estrogênios) e pelos testículos nos homens (testosterona); estimulam osteoblastos e promovem o “estirão do crescimento” que ocorre durante a adolescência; interrompem o crescimento ósseo nas lâminas epiͅsiais entre os 18 e 21 anos, analizando o crescimento em comprimento do osso; contribuem para a remodelação óssea durante a idade adulta, retardando a reabsorção óssea pelos osteoclastos e promovendo a deposição óssea pelos osteoblastos Paratormônio (PTH) Secretado pelas glândulas paratireoides; promove a reabsorção óssea pelos osteoclastos; aumenta a recuperação dos íons cálcio da urina; promove a formação da forma ativa da vitamina D (calcitriol) Calcitonina (CT) Secretada pela glândula tireóide; inibe a reabsorção óssea pelos osteoclastos EXERCÍCIOS FÍSICOS As atividades com sustentação de peso estimulam os osteoblastos e, consequentemente, ajudam a formar ossos mais fortes e mais espessos, além de retardar a perda de massa óssea que ocorre com o envelhecimento ENVELHECIMENTO Com a queda do nível dos hormônios sexuais durante a meia-idade e a velhice, especialmente depois da menopausa, a reabsorção óssea pelos osteoclastos ultrapassa a deposição óssea realizada pelos osteoblastos, reduzindo a massa óssea e aumentando o risco de osteoporose ANATOMIA . OSSOS DA PELVE ➔ Eminência iliopúbica é a protuberância abaixo da espinha ilíaca anteroinferior ➔ Face sacropélvica é a junção da tuberosidade ilíaca e da face auricular ➔ Divisão por cores mostra o ílio (sem cor), ísquio (vermelho) e púbis (azul) ➔ Forames intervertebrais são a conexão entre os forames sacrais anteriores e posteriores - atravessa de um lado ao outro ARTICULAÇÕES DA PELVE ➔ Ligamentos da sínfise púbica ➔ Articulação lombossacral → ligamento iliolombar ➔ Articulação sacroilíaca → Ligamento sacroilíaco, ligamento sacrotuberal, ligamento sacroespinal, forame isquiático maior, forame isquiático menor RADIOLOGIA . DENSITOMETRIA ÓSSEA A densitometria por absorção de raios-X de dupla energia (DEXA), é atualmente considerada a técnica padrão-ouro para a medida da massa óssea, em função da sua precisão, duração, segurança e custo. → As indicações definidas pela National Osteoporosis Foundation para a densitometria óssea compreendem: Mulheres em fase peri on pós-menopausa recente; Alterações vertebrais radiográficas sugestivas de osteopenia; Terapêutica prolongada com glicocorticóides; Hiperparatireoidismo primário assintomático. → Quanto às contra-indicações para o exame, as mesmas são: Gravidez, em função da exposição aos raios-X; Exame recente com radioisótopos; Presença de implantes ou materiais de síntese metálicos; Impossibilidade de correto posicionamento do paciente na mesa de exame. As regiões padronizadas para o exame são a coluna lombar, o fêmur proximal, o rádio distal e o corpo total. Enquanto a mensuração da DMO da coluna lombar seria mais indicada na faixa etária peri-menopausa, o fêmur proximal o seria na faixa senil, o rádio distal na suspeita de hiperparatireoidismo e o corpo total no esqueleto em desenvolvimento da faixa infanto-juvenil. Os resultados são expressos em valores absolutos ou gramas por cm2 de densidade mineral óssea (DMO), e em valores relativos ou desvios-padrão (DP) e porcentagem. Tais valores relativos são expressos pelos índices T e Z, que significam: → Índice T = perda de massa óssea em relação a média da DMO de adultos jovens no pico de massa óssea do mesmo sexo, raça e peso corporal; → Índice Z = perda de massa óssea em relação a média da DMO de controles normais da mesma idade, sexo, raça e peso corporal. A atual classificação densitométrica de perda de massa óssea aceita pela Organização Mundial de Saúde, baseia-se no índice T e compreende: → Normal: T-Score de 0 a -1,0 DP (Desvio Padrão); → Osteopenia: T-Score de - 1,0 a -2,4 DP; → Osteoporose: T-Score de -2,5 ou menos. Para crianças, mulheres pré-menopáusicas com menos de 40 anos e homens com menos de 51 anos, o Z-Score deve ser usado. Para mulheres com ou mais de 40 anos e/ou pós-menopáusicas, e homens com ou mais de 51 anos, o T-Score deve ser utilizado. Osteopenia A osteopenia é uma condição caracterizada pela ocorrência de densidade mineral do osso mais baixa do que o normal. Os ossos são feitos de minerais como o cálcio e o fosfato. A osteopenia é considerada um precursor de uma condição similar do osso chamada osteoporose. Todavia, em muitos casos a osteopenia não conduz necessariamente à osteoporose. A osteopenia é definida quando há uma contagem mineral da densidade do osso entre -1,0 e -2,5. A osteopenia se verifica quando os ossos perdem minerais, como o cálcio e o fosfato. Esta perda enfraquece os ossos, podendo levá-los a sofrer fraturas inclinadas. Quando a perda do osso se torna mais severa, o diagnóstico indica osteoporose; → Diagnóstico: A osteopenia pode ser diagnosticada em uma radiografia como uma perda visual de densidade do osso, ou seja, a imagem na radiografia comparativa apresenta alteração óssea. A baixa densidade do osso é detectada ao se usar uma varredura do tipo Absorciometria de Raios X de Dupla Energia (DEXA), que é um procedimento indolor, não invasivo. → Um raio -x de um paciente com osteoporose é mais escuro. Osteoporose A osteoporose é a doença metabólica óssea mais comum. Ela faz parte do envelhecimento normal, sendo mais comum em mulheres do que em homens. Caracteriza-se pela diminuição da massa óssea e o consequente desenvolvimento de ossos ocos, finos e de extrema sensibilidade, que ficam mais sujeitos a fraturas, seja por pequenos traumas ou espontaneamente. Ela ocorre por causa da brusca diminuição da absorção do cálcio, em decorrência da queda na produção de estrógenos que ocorre na menopausa. Como os homens também produzem estrógenos (embora em quantidade muito menor que as mulheres), a osteoporose também pode afetá-los, embora o faça em número muito menor. → As principais causas de osteoporose: menopausa, história familiar, constituição física magra, raça branca ou asiática, baixa ingestão de cálcio, diabetes mellitus, falta de exposição ao sol, pouca atividade física, hábito de fumar, consumo de álcool e café e doenças crônicas debilitantes. EXAMES - DEXA de lombar - utiliza-se o score T (pcte de 74 anos) - todas as vértebras possuem desvio padrão que indica osteoporose - a média do desvio: -4,8 , indicando osteoporose - DEXA de colo de fêmur - utiliza-se o score T (pcte de 72 anos) - o desvio foi de -2,7, indicando osteoporose - DEXA de lombar - utiliza-se o score T (pcte de 77 anos) - o valor maisalto foi de -4,3 - a média do desvio é de -4,0, indicando osteoporose - DEXA de lombar - utiliza-se o score T (pcte de 60,4 anos) - o valor mais alto foi de -1,3 em uma única vértebra, o que indicaria osteopenia. Mas por se tratar de uma única vértebra alterada deve-se fazer acompanhamento com o paciente para observar se há evolução - a média do desvio: -0,625, indicando normalidade - DEXA de lombar - não aparece a idade do paciente, logo, presumo que devo usar o score T, que apresenta média de -2,06, indicando osteopenia. - DEXA de lombar - utiliza-se o score T (pcte de 74 anos) - metade das vértebras possuem desvio padrão que indica osteoporose - a média do desvio: -2,7 , indicando osteoporose. DOSAGEM DE CÁLCIO O raquitismo é uma doença óssea caracterizada pela diminuição da mineralização da placa epifisária de crescimento e a osteomalacia é caracterizada pela diminuição da mineralização do osso cortical e trabecular, com acúmulo de tecido osteóide não mineralizado ou pouco mineralizado. São processos que, em geral, ocorrem associados. Após o fechamento da cartilagem epifisária, ao término do crescimento, apenas a osteomalacia permanece. IDADE (anos) CÁLCIO (mg) 3 - 8 800 9 - 17 1.300 18 - 50 1.000 51 - 70 1.200 > 70 1.200
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