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FARMACOLOGIA AULA 2 P2 CAROL LESSA 5º PERÍODO Anticoagulantes CASO CLÍNICO MECANISMOS DA COAGULAÇÃO SANGUÍNEA As células endoteliais vasculares (fenótipo anticoagulante) sofrem lesão vascular tem a exposição de proteínas e ativação plaquetária/ agregação plaquetária Ativação plaquetária = ativação do fibrinogênio A deficiência de fibrinogênio é chamada de Doença de Von Willebrand. O paciente tem defeito na formação do tampão plaquetário, não tem fibrinogênio. É um defeito da hemostasia primaria, apresentando sangramento de locais superficiais como gengiva, pele menstruação acentuada Via intrínseca (TTP) e via extrínseca (TP) possuem um fator comum que é o fator Xa O coágulo vai ser estabilizado por uma rede de fibrinas. Com isso, a trombina estimula o fibrinogênio a formar a rede de fibrina. CASCATA DA COAGULAÇÃO O sangue coagula em decorrência da transformação do fibrinogênio solúvel em fibrina insolúvel pela enzima trombina. Em cada etapa, um zimogênio de fator de coagulação sofre proteólise limitada e transforma-se em protease ativa. Cada fator na forma de protease ativa o fator seguinte da coagulação na sequência, culminando na formação de trombina (fator IIa). A trombina é formada pelas vias e estabiliza o coagulo. A trombina cliva proteoliticamente pequenos peptídeos do fibrinogênio, possibilitando a polimerização do fibrinogênio e a formação de um coágulo de fibrina. A fibrina também ativa muitos fatores de coagulação proximais, levando à produção de mais trombina, e também ativa o fator XIII, uma transaminase que estabelece ligações cruzadas no polímero de fibrina e estabiliza o coágulo. A resposta é proporcional e reversível, em um indivíduo saudável. Porque se a resposta fosse desproporcional, coagularia todo o sistema vascular do doente. INICIAÇÃO DA COAGULAÇÃO: o complexo fator tecidual-VIIa A exposição do FT sobre o endotélio lesionado ou ao sangue que extravasou no tecido determina a sua ligação ao fator VIIa. Lembrar que a coagulação sanguínea em um indivíduo saudável é limitada! A antitrombina (AT) é um anticoagulante endógeno, membro da família de inibidores de serina protease (serpina). A AT inativa as serinas protease IIa, IXa, Xa, XIa e XIIa. Os anticoagulantes endógenos, a PROTEÍNA C E A PROTEÍNA S atenuam a cascata da coagulação sanguínea por meio da proteólise dos dois cofatores Va e VIIIa. Se a cascata de coagulação sair do controle, o indivíduo terá eventos tromboembólicos. FARMACOLOGIA AULA 2 P2 CAROL LESSA 5º PERÍODO A ocorrência de defeitos nos anticoagulantes naturais leva a um risco aumentado de trombose venosa. FIBRINÓLISE A fibrinólise refere-se ao processo de digestão da fibrina - do coágulo, pela protease específica de fibrina, a PLASMINA. Em resposta à lesão, as células endoteliais sintetizam e liberam o ativador do plasminogênio tecidual (t-PA), que converte o plasminogênio em plasmina. A plasmina remodela o trombo e limita a sua extensão pela digestão proteolítica da fibrina. Formei o coágulo, preciso remodelar esse coágulo através da plasmina, ao mesmo tempo que o endotélio lesado vai liberar fatores de agregação plaquetária e estimular a formação da rede de fibrina, também solto mediadores que ativam o plasminogênio tecidual que converte o plasminogênio em plasmina. É UM PROCESSO EM EQUILÍBRIO! Tanto a formação do coágulo quanto a digestão deste. À semelhança da cascata da coagulação, existem reguladores negativos da fibrinólise: as células endoteliais sintetizam e liberam o inibidor do ativador do plasminogênio (PAI), que inibe o tPA; além disso, a α2 antiplasmina circula no sangue em altas concentrações e, em condições fisiológicas, inativa com rapidez qualquer plasmina que não esteja ligada a coágulos. Entretanto, esse sistema regulador é sobrepujado por doses terapêuticas de ativadores do plasminogênio. FARMACOLOGIA BÁSICA DOS ANTI - COAGULANTES INIBIDORES DIRETOS DA TROMBINA Heparina Efeito antitrombótico: ligação à trombina e inativação do fator Xa A sua atividade biológica depende do anticoagulante endógeno, a antitrombina (AT). A AT inibe as proteases dos fatores de coagulação, em particular a trombina (IIa) e os fatores Ixa e Xa, formando com eles complexos equimolares estáveis. As frações de HAPM (heparina de alto peso molecular) com alta afinidade pela AT inibem acentuadamente a coagulação sanguínea por meio da inibição de todos os três fatores, particularmente a trombina e o fator Xa. As frações de heparina de cadeias mais curtas e baixo peso molecular (HBPM) inibem o fator X ativado, porém exercem menos efeitos sobre a trombina do que a espécie de HAPM. As HBPM (heparina de baixo peso molecular) – em comparação com a HNF (heparina não fracionada) – apresentam eficácia igual, maior biodisponibilidade a partir do local de injeção subcutânea e necessidade de administração menos frequente (sendo suficiente a sua administração uma ou duas vezes ao dia). A heparina não fracionada (HNF) é a heparina comum, a heparina de baixo peso molecular (HBPM) tem vantagens sobre a HNF, como a comodidade posológica já citada. TOXICIDADE SANGRAMENTO E OUTROS EFEITOS: O principal efeito colateral da heparina é o sangramento. FARMACOLOGIA AULA 2 P2 CAROL LESSA 5º PERÍODO Esse risco pode ser diminuído com seleção criteriosa dos pacientes, controle cuidadoso das doses e monitoração rigorosa. As mulheres idosas e os pacientes com insuficiência renal são mais propensos a hemorragia TROMBOCITOPENIA INDUZIDA POR HEPARINA (HIT): Estado hiper coagulável sistêmico Mortalidade e morbidade = eventos trombóticos. ANTICOAGULANTES CUMARÍNICOS Examplo: Varfarina – Nome comercial: co umadin Anticoagulante oral Biodisponibilidade oral de 100%. Os anticoagulantes cumarínicos bloqueiam a γ- carboxilação de vários resíduos de glutamato existentes na trombina e nos fatores VII, IX e X, bem como nas proteínas anticoagulantes endógenas C e S. O bloqueio resulta na formação de moléculas incompletas de fatores de coagulação, biologicamente inativas. A reação de carboxilação proteica está acoplada à oxidação da vitamina K. O efeito anticoagulante resulta de um equilíbrio entre a síntese parcialmente inibida e a degradação inalterada dos quatro fatores de coagulação dependentes de vitamina K. Um fato importante é que a proteína C tem uma meia-vida curta semelhante ao fator VIIa. Por conseguinte, O EFEITO IMEDIATO DA VARFARINA consiste em causar depleção do fator pro coagulante VII e da proteína C anticoagulante, o que pode criar paradoxalmente um estado hiper coagulável transitório, devido à atividade residual dos pró coagulantes de meia-vida mais longa na presença de depleção da proteína C. Por esse motivo, em pacientes com estados hiper coaguláveis ativos, como TVP ou EP, a HNF ou a HBPM são sempre usadas para obter uma anticoagulação imediata até que ocorra depleção dos fatores de coagulação pro coagulante induzida pela varfarina. A duração dessa terapia de sobreposição é geralmente de 5 a 7 dias TOXICIDADE A varfarina atravessa facilmente a placenta e pode causar distúrbio hemorrágico no feto. O fármaco pode causar grave defeito congênito, caracterizado pela formação anormal dos ossos. Por esse motivo, a varfarina nunca deve ser administrada durante a gravidez. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS AAS / Doença Hepática / Hipertireoidismo aumentam os efeitos da varfarina. Cefalosporinas de 3ª geração eliminam as bactérias do TGI que produzem vitamina K – Potencialização do efeito. Barbitúricos e Rifampicina provocam diminuição da varfarina (indução de enzimas hepáticas). REVERSÃODA VARFARINA Interrupção do fármaco e pela administração de vitamina K1 (fitonadiona) por via oral ou parenteral, plasma fresco congelado, concentrados de complexo protrombínico e fator VIIa recombinante (rFVIIa). Recentemente, um concentrado de quatro fatores contendo os fatores II, VII, IX e X foi aprovado para uso nos Estados Unidos. O desaparecimento do efeito excessivo não está correlacionado com as concentrações plasmáticas de varfarina, mas com o restabelecimento da atividade normal dos fatores de coagulação INIBIDORES DIRETOS ORAIS DO FAROR XA Exemplos: Rivaroxabana (xarelto) e Apixabana (eliquis) Inibem o fator Xa, a via comum final da coagulação. São administrados em doses fixas e não necessitam de monitoração. Apresentam rápido início de ação e meias-vidas mais curtas que a da varfarina. Pelo fato de que a varfarina é necessário monitorizar o INR (International Normalized Ratio ou Razão Normalizada Internacional) do paciente, o Xarelto e Eliquis não é necessário monitorizar. Desvantagem é o valor elevado desses medicamentos e não tem antídoto. RIVAROXABANA (XARELTO®) Está aprovada para a prevenção do acidente vascular encefálico (AVE) embólico em pacientes com fibrilação atrial sem doença cardíaca valvar, para prevenção da tromboembolia venosa após cirurgia de quadril ou de joelho e para o tratamento da doença tromboembólica venosa (TEV). APIXABANA (ELIQUIS®) Aprovada para prevenção do AVE na fibrilação atrial não valvar. INIBIDORES DIRETOS DA TROMBINA ETEXILATO DE DABIGATRANA - (PRADAXA) FARMACOLOGIA AULA 2 P2 CAROL LESSA 5º PERÍODO Droga pouco utilizada na prática clínica. Após administração oral, o mesilato de etexilato de dabigatrana é convertido em dabigatrana. A biodisponibilidade oral é de 3 a 7% em voluntários normais. FIBRINOLÍTICOS O plasminogênio também pode ser ativado endogenamente por ativadores do plasminogênio teciduais (t-PA). Esses ativadores ativam sobretudo o plasminogênio ligado a fibrina, o que(teoricamente) limita a fibrinólise aos trombos formados e evita uma ativação sistêmica. O tPA humano recombinante é produzido na forma de alteplase. A administração de agentes fibrinolíticos por via intravenosa está indicada em casos de embolia pulmonar com instabilidade hemodinâmica, trombose venosa profunda grave, como a síndrome da veia cava superior e tromboflebite ascendente da veia ileofemoral, com grave edema dos membros inferiores. AVEi com Δ-t viável de intervenção! ANTIPLAQUETÁRIOS A função das plaquetas é regulada por três categorias de substância. O primeiro grupo consiste em agentes produzidos fora das plaquetas, que interagem com receptores existentes na membrana plaquetária, como catecolaminas, colágeno, trombina e prostaciclina. A segunda categoria inclui agentes produzidos no interior das plaquetas, que interagem com receptores de membrana, por exemplo, ADP, prostaglandina D2, prostaglandina E2 e serotonina. O terceiro grupo compreende agentes produzidos no interior das plaquetas, que atuam dentro da própria plaqueta, como endoperóxidos de prostaglandina e tromboxano A2, nucleotídeos cíclicos AMPc e GMPc, e íons de cálcio. AAS O ácido acetilsalicílico inibe a síntese de tromboxano A 2 por meio da acetilação irreversível da enzima cicloxigenase. CLOPIDOGREL Reduz a agregação plaquetária ao inibirem a via de ADP das plaquetas. Esses fármacos bloqueiam de modo irreversível o receptor de ADP nas plaquetas. Diferentemente do ácido acetilsalicílico, não exercem nenhum efeito sobre o metabolismo das prostaglandinas. O Clopidogrel foi aprovado para pacientes com angina instável ou com IAM sem elevação do segmento ST (IMSEST), em associação com ácido acetilsalicílico, com infarto do miocárdio com elevação do segmento ST (IMCEST) ou com infarto do miocárdio recente, AVE ou doença arterial periférica estabelecida. RESPOSTA DO CASO CLÍNICO Inicio agudo de dispneia e dor pleurítica Edema e eritema de mmii – TVP – trombose venosa profunda TVP + dispneia = embolia pulmonar ou tromboembolia pulmonar Contraceptivo oral pode induzir TVP História familiar para trombose Sinais vitais estáveis Varfarina porquê? Não posso inicia-la sozinha, preciso depletar os fatores prócoagulantes, inicio com heparina e depois introduzo a varfarina.
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