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Anti-inflamatórios não esteroidais

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FARMACOLOGIA – AULA 3 P2 CAROL LESSA 5ºPERÍODO 
Anti-inflamatórios 
CASO CLÍNICO 
 
 
 
DOR 
AVALIAÇÃO CLÍNICA DA DOR 
 H – história clínica 
 A – avaliação funcional 
 M – mecanismo da dor 
 S – social e psicológico 
 T - tratamento 
 E - educação 
 R – reavaliação 
AINES 
 Os salicilatos e outros agentes semelhantes usados 
no tratamento da doença reumática compartilham a 
capacidade de suprimir os sinais e os sintomas da 
inflamação, incluindo dor. 
 Esses fármacos também exercem efeitos 
antipiréticos. 
 Como o ácido acetilsalicílico, que é o AINE original, 
apresenta diversos efeitos adversos, foram 
desenvolvidos muitos outros AINEs na tentativa de 
aumentar sua eficácia e diminuir sua toxicidade. 
 
 
QUIMICA E FARMACOCINÉTICA 
 Embora existam muitas diferenças na cinética dos 
AINEs, esses fármacos possuem algumas 
propriedades gerais em comum. 
 Todos os AINEs, com exceção de um, são ácidos 
orgânicos fracos; a exceção é a nabumetona, um 
profármaco de cetona que é metabolizado ao 
fármaco ativo ácido. 
 A maior parte desses fármacos é bem absorvida, e 
sua biodisponibilidade não é consideravelmente 
modificada pela presença de alimento. 
 Os AINEs são, em sua maioria, altamente 
metabolizados, alguns pelos mecanismos de fase I, 
seguida de fase II, e outros por glicuronidação direta 
(fase II) apenas. O metabolismo dos AINEs ocorre, em 
grande parte, pelas famílias CYP3A ou CYP2C das 
enzimas P450 do fígado. 
 Embora a excreção renal seja a via mais importante 
de eliminação final, quase todos os AINEs sofrem 
FARMACOLOGIA – AULA 3 P2 CAROL LESSA 5ºPERÍODO 
graus variáveis de excreção biliar e reabsorção 
(circulação êntero-hepática). 
 Com efeito, o grau de irritação do trato 
gastrintestinal (GI) inferior correlaciona-se com a 
extensão da circulação êntero-hepática. 
 A maioria dos AINEs liga-se altamente às proteínas 
(cerca de 98%), em geral à albumina. 
 Em sua maior parte, os AINEs (p. ex., ibuprofeno, 
cetoprofeno) consistem em misturas racêmicas, ao 
passo que um deles, o naproxeno, é apresentado 
como enantiômero individual, e alguns não possuem 
centro quiral (p. ex., diclofenaco). 
 Todos os AINEs podem ser encontrados no líquido 
sinovial após administração repetida. 
 Os fármacos com meias-vidas curtas permanecem 
nas articulações por mais tempo do que o previsto 
por suas meias vidas, já os fármacos com meias-vidas 
mais longas desaparecem do líquido sinovial em uma 
taxa proporcional às suas meias-vidas. 
FARMACODINÂMICA 
 A atividade anti-inflamatória dos AINEs é mediada 
principalmente pela inibição da biossíntese de 
prostaglandinas. 
 Vários AINEs apresentam possíveis mecanismos 
adicionais de ação, incluindo a inibição da 
quimiotaxia, a infrarregulação da produção de 
interleucina-1 (IL-1), a produção diminuída de 
radicais livres e superóxido e a interferência nos 
eventos intracelulares mediados pelo cálcio. 
 O ácido acetilsalicílico acetila e bloqueia 
irreversivelmente a COX das plaquetas, ao passo que 
os AINEs não seletivos da COX são inibidores 
reversíveis. 
 
 A seletividade para COX-1 versus COX-2 mostra-se 
variável e incompleta no caso dos AINEs mais antigos; 
todavia, foram sintetizados inibidores seletivos da 
COX-2. Esses inibidores não afetam a função 
plaquetária quando administrados em doses 
habituais. INIBIDORES SELETIVOS DE COX2 NÃO 
AFETAM A FUNÇÃO PLAQUETÁRIA! 
 A eficácia dos fármacos seletivos para a COX-2 é igual 
à dos AINEs mais antigos, embora a segurança GI 
possa estar melhorada. 
 Por outro lado, os inibidores seletivos da COX-2 
aumentam a incidência de edema, hipertensão e, 
possivelmente, infarto do miocárdio. 
 Desde agosto de 2011, o celecoxibe e o meloxicam 
menos seletivos são os únicos inibidores da COX-2 
comercializados nos Estados Unidos. O celecoxibe 
possui uma “tarja preta” determinada pela FDA, 
advertindo sobre os riscos cardiovasculares. Foi 
recomendada a revisão dos rótulos de todos os 
produtos de AINEs para incluir os riscos 
cardiovasculares. 
 Os AINEs diminuem a sensibilidade dos vasos 
sanguíneos à bradicinina e à histamina, afetam a 
produção de linfocinas pelos linfócitos T e revertem 
a vasodilatação da inflamação. 
 Todos os AINEs mais recentes são, em graus variáveis, 
analgésicos, anti-inflamatórios e antipiréticos, e 
todos (à exceção dos agentes seletivos da COX-2 e 
dos salicilatos não acetilados) inibem a agregação 
plaquetária. 
 Todos os AINEs são irritantes gástricos e também 
podem estar associados a úlceras e sangramento GI, 
embora, como grupo, os fármacos mais recentes 
tenham tendência a causar menos irritação GI do que 
o ácido acetilsalicílico. 
 A nefrotoxicidade, que é relatada com todos os 
AINEs, deve-se, em parte, à interferência na 
autorregulação do fluxo sanguíneo renal, que é 
modulada pelas prostaglandinas. AINE interfere na 
síntese de prostaglandina que está relacionada a 
autorregulação do fluxo sanguíneo renal, se você 
compromete esse fluxo sanguíneo, você pode causar 
uma injuria renal por mecanismo de vasoconstricção. 
 Além disso, pode ocorrer hepatotoxicidade com 
qualquer AINE. 
 Embora esses fármacos inibam efetivamente a 
inflamação, não há evidências de que – em 
contrapartida com certos fármacos, como o 
metotrexato e outros farmacos – possam alterar a 
evolução de qualquer distúrbio artrítico. 
 Vários AINEs (incluindo o ácido acetilsalicílico) 
reduzem a incidência de câncer de cólon quando 
administrados cronicamente. 
 Diversos estudos epidemiológicos de grande porte 
mostraram uma redução de 50% no risco relativo 
dessa neoplasia quando os fármacos são tomados 
durante cinco anos ou mais. O mecanismo desse 
efeito protetor ainda não foi esclarecido. 
FARMACOLOGIA – AULA 3 P2 CAROL LESSA 5ºPERÍODO 
 Embora nem todos os AINEs estejam aprovados pela 
FDA para a ampla variedade de doenças reumáticas, 
a maioria provavelmente é efetiva para a AR, as 
espondiloartropatias soronegativas (p. ex., AP e 
artrite associada à doença inflamatória intestinal), a 
OA, as síndromes musculoesqueléticas localizadas (p. 
ex., distensão e entorse, dor lombar) e a gota (com 
exceção da tolmetina, que parece ser ineficaz nessa 
doença. Os efeitos colaterais costumam ser bastante 
semelhantes para todos os AINEs: 
1. No sistema nervoso central: cefaleias, zumbido, 
tontura e, raramente, meningite asséptica. 
 2. Cardiovasculares: retenção hídrica, hipertensão, 
edema e, raramente, infarto do miocárdio e 
insuficiência cardíaca congestiva (ICC). 
3. Gastrintestinais: dor abdominal, displasia, 
náuseas, vômitos e, raramente, úlceras ou 
sangramento. 
 4. Hematológicos: raramente, trombocitopenia, 
neutropenia ou até mesmo anemia aplásica. 
5. Hepáticos: provas de função hepáticas anormais e, 
raramente, insuficiência hepática. 
6. Pulmonares: asma. 
7. Cutâneos: exantemas de todos os tipos, prurido. 
8. Renais: insuficiência renal, falência renal, 
hiperpotassemia e proteinúria 
ÁCIDO ACETILSALICÍLICO 
 Foi o primeiro AINE 
 Antiagregante plaquetário 
 A longa história de uso do ácido acetilsalicílico e sua 
disponibilidade sem prescrição médica diminuem seu 
apelo em comparação com os AINEs mais recentes. 
 Raramente é usado como anti-inflamatório e só será 
discutido em termos de seus efeitos antiplaquetários 
(i.e., em doses de 81 a 325 mg, 1 vez/dia). 
FARMACOCINÉTICA 
 O ácido salicílico é um ácido orgânico simples com 
pKa de 3. O ácido acetilsalicílico (AAS) tem uma pKa 
de 3,5. O ácido acetilsalicílico é absorvido em sua 
forma inalterada e sofre rápida hidrólise (meia-vida 
sérica de 15 minutos) a ácido acético e salicilato por 
esterases presentes nos tecidos e no sangue. O 
salicilato liga-se de modo não linear à albumina. A 
alcalinização da urina aumenta a taxa de excreção de 
salicilato livre e de seus conjugados hidrossolúveis.MECANISMO DE AÇÃO 
 O ácido acetilsalicílico inibe a COX plaquetária, de 
modo que o efeito antiplaquetário tem duração de 8 
a 10 dias (tempo de sobrevida da plaqueta). 
 Em outros tecidos, a síntese de nova COX substitui a 
enzima inativada, de modo que as doses habituais 
têm uma duração de ação de 6 a 12 horas. 
USO CLÍNICO 
 O ácido acetilsalicílico diminui a incidência de ataques 
isquêmicos transitórios, angina instável, trombose da 
artéria coronária com infarto do miocárdio e 
trombose após enxerto de derivação da artéria 
coronária. 
 Os estudos epidemiológicos realizados sugerem que 
o uso prolongado de ácido acetilsalicílico, em 
pequenas doses, está associado a uma menor 
incidência de câncer de cólon, possivelmente 
relacionada com seus efeitos inibidores da COX. 
EFEITOS COLATERAIS 
 Além dos efeitos colaterais comuns já mencionados, 
os principais efeitos colaterais do ácido acetilsalicílico 
em doses antitrombóticas consistem em desconforto 
gástrico (intolerância) e úlceras gástricas e 
duodenais. A hepatotoxicidade, a asma, os 
exantemas, o sangramento GI e a toxicidade renal 
raramente ocorrem em doses antitrombóticas. 
AÇÃO ANTIPLAQUETÁRIA 
 A ação antiplaquetária do ácido acetilsalicílico 
contraindica seu uso por pacientes com hemofilia. 
 Embora não tenha sido previamente recomendado 
durante a gravidez, o ácido acetilsalicílico pode ser 
valioso no tratamento da pré-eclâmpsia-eclampsia 
INIBIDORES SELETIVOS DA COX 2 OU COXIBES 
 COX = ciclo oxigenase 
 Os inibidores seletivos da COX-2, ou coxibes, foram 
desenvolvidos na tentativa de inibir a síntese de 
prostaglandinas pela isoenzima COX-2 induzida em 
locais de inflamação, sem afetar a ação da isoenzima 
COX-2 de “manutenção” constitutivamente ativa, 
encontrada no trato GI, nos rins e nas plaquetas. 
 É uma droga mais específica 
 De forma semelhante, os inibidores da COX-2, em 
doses habituais, não têm impacto sobre a agregação 
plaquetária, que é mediada pelo tromboxano 
produzido pela isoenzima COX-1. 
 Em contrapartida, eles inibem a síntese de 
prostaciclina mediada pela COX-2 no endotélio 
vascular. 
 Em consequência, os inibidores da COX-2 não 
apresentam os efeitos cardioprotetores dos AINEs 
não seletivos tradicionais. 
FARMACOLOGIA – AULA 3 P2 CAROL LESSA 5ºPERÍODO 
 As doses recomendadas de inibidores da COX-2 
causam toxicidades renais semelhantes àquelas 
associadas a AINEs tradicionais. 
 Os dados clínicos disponíveis sugerem uma maior 
incidência de eventos trombóticos cardiovasculares 
associados aos inibidores da COX-2, como rofecoxibe 
e valdecoxibe, o que levou à sua retirada do mercado 
CELECOXIBE 
 É um coxibe 
 Inibidor seletivo da COX-2 – cerca de 10 a 20 vezes 
mais seletivo para a COX-2 do que para a COX-1. 
 O celecoxibe está associado a menos úlceras 
endoscópicas do que a maioria dos outros AINEs. 
 Provavelmente por ser uma sulfonamida, pode 
causar exantemas cutâneos. 
 O fármaco não afeta a agregação plaquetária nas 
doses habituais. 
 Em certas ocasiões, interage com a varfarina – como 
seria esperado de um fármaco metabolizado pela 
enzima CYP2C9. 
MELOXICAM 
 É um coxibe de boa absorção, consigo usar dose baixa 
com bom efeito analgésico 
 Não é tão seletivo mas bem eficaz 
 O meloxicam é uma enolcarboxamida relacionada 
com o piroxicam que inibe preferencialmente a COX-
2 em comparação com a COX-1, em especial quando 
administrado na dose terapêutica mais baixa de 7,5 
mg/dia. 
 Esse fármaco não é tão seletivo quanto o celecoxibe 
e pode ser considerado “preferencialmente” seletivo, 
mais do que “altamente” seletivo. 
 O meloxicam está associado a menos sintomas 
gastrintestinais clínicos e complicações do que o 
piroxicam, o diclofenaco e o naproxeno. 
 De modo semelhante, embora se saiba que o 
meloxicam inibe a síntese de tromboxano A2, mesmo 
em doses supraterapêuticas, o bloqueio do 
tromboxano A2 não alcança níveis que resultam em 
diminuição da função plaquetária in vivo. 
INIBIDORES NÃO SELETIVOS DA COX 2 
 Diclofenaco * 
 Diflunisal 
 Etodolaco * 
 Flurbiprofeno 
 Ibuprofeno * 
 Indometacina 
 Cetoprofeno * 
 Naproxeno * 
*principais 
DICLOFENACO 
 O diclofenaco é um derivado do ácido fenilacético 
que é relativamente não seletivo como inibidor da 
COX. 
 A ulceração GI pode ocorrer menos frequentemente 
do que com alguns outros AINEs. 
 Uma preparação que associa o diclofenaco e o 
misoprostol diminui a ulceração GI alta, mas pode 
resultar em diarreia. 
 Outra associação de diclofenaco com omeprazol 
também demonstrou ser efetiva na prevenção de 
sangramento recorrente; entretanto, os efeitos 
colaterais renais foram comuns em pacientes de alto 
risco. 
 O diclofenaco, em uma dose de 150 mg/dia, parece 
comprometer o fluxo sanguíneo renal e a taxa de 
filtração glomerular. 
 A elevação dos níveis séricos das aminotransferases é 
mais comum com esse fármaco do que com outros 
AINEs, o que significa que ele é mais hepatotóxico. 
 Recomenda-se uma preparação oftálmica a 0,1% 
para a prevenção da inflamação oftálmica pós-
operatória; essa preparação pode ser usada após 
implante de lente intraocular e cirurgia para 
estrabismo. Um gel tópico contendo diclofenaco a 3% 
é efetivo para a ceratose solar. O diclofenaco na 
forma de supositório retal pode ser considerado para 
analgesia preemptiva e náuseas pós-operatórias. 
IBUPROFENO 
 O ibuprofeno é um derivado simples do ácido 
fenilpropiônico. Em doses de cerca de 2.400 mg ao 
dia, equivale a 4 g de ácido acetilsalicílico em seu 
efeito antiinflamatório. 
 O ibuprofeno oral é frequentemente prescrito em 
doses menores (< 2.400 mg/dia), com as quais 
apresenta eficácia analgésica, mas não 
antiinflamatória. 
 Está disponível como fármaco de venda livre em 
baixas doses com vários nomes comerciais 
 O ibuprofeno por via oral e IV é efetivo no 
fechamento do canal arterial em prematuros, com 
grande parte da mesma eficácia e segurança da 
indometacina. 
 Uma preparação tópica em creme parece ser 
absorvida na fáscia e no músculo; o creme de 
ibuprofeno foi mais efetivo do que o creme de 
placebo no tratamento da OA primária do joelho. 
Uma preparação em gel líquido de ibuprofeno, de 400 
mg, proporciona alívio imediato e tem boa eficácia 
global na dor dentária pós-operatória 
FARMACOLOGIA – AULA 3 P2 CAROL LESSA 5ºPERÍODO 
 Em comparação com a indometacina, o ibuprofeno 
diminui menos o débito urinário e também provoca 
menos retenção hídrica = menos nefrotóxico. 
 O fármaco está relativamente contraindicado para 
indivíduos com pólipos nasais, angioedema e 
reatividade broncospástica ao ácido acetilsalicílico. 
 Foi relatada a ocorrência de meningite asséptica 
(particularmente em pacientes com LES) e retenção 
hídrica. A administração concomitante de ibuprofeno 
e ácido acetilsalicílico antagoniza a inibição 
plaquetária irreversível induzida pelo ácido 
acetilsalicílico. Por conseguinte, o tratamento com 
ibuprofeno em pacientes com risco cardiovascular 
aumentado pode limitar os efeitos cardioprotetores 
do ácido acetilsalicílico. 
 Não vou receitar ibuprofeno para o paciente que 
necessita de AAS, interação farmacocinética. 
 Além disso, o uso concomitante de ibuprofeno e 
ácido salicílico pode diminuir o efeito anti-
inflamatório total. 
 Os efeitos hematológicos raros consistem em 
agranulocitose e anemia aplásica. 
CETOPROFENO 
 O cetoprofeno é um derivado do ácido propiônico, 
que inibe tanto a COX (de modo não seletivo) como 
a lipoxigenase. 
 A administração concomitante de probenecida eleva 
os níveis de cetoprofeno e prolonga sua meia-vida 
plasmática. A eficiência do cetoprofeno, em doses de 
100 a 300 mg/dia, equivale a de outros AINEs. 
 Os principais efeitos colaterais desse fármaco afetam 
o trato GI e o sistema nervoso central (SNC). 
NAPROXENO O naproxeno é um derivado do ácido 
naftilpropiônico. Trata-se do único AINE atualmente 
comercializado como enantiômero isolado. A fração 
livre do naproxeno é significativamente maior nas 
mulheres do que nos homens, porém sua meia-vida 
é semelhante em ambos os sexos. 
 Esse fármaco mostra-se efetivo para as indicações 
reumatológicas habituais e está disponível em uma 
formulação de liberação lenta, como suspensão oral 
e de venda livre. Dispõe-se também de uma 
preparação tópica e de uma solução oftálmica. 
 A incidência de sangramento GI superior com 
preparações de venda livre é baixa, porém ainda é 
duas vezes maior que a do ibuprofeno de venda livre 
(talvez devido a um efeito da dose). 
 Foram observados casos raros de pneumonite 
alérgica, vasculite leucocitoclástica e pseudoporfiria, 
bem como os efeitos colaterais comuns associados 
aos AINEs. 
 A incidência de sangramento GI superior com 
preparações de venda livre é baixa, porém ainda é 
duas vezes maior que a do ibuprofeno de venda livre 
(talvez devido a um efeito da dose). Foram 
observados casos raros de pneumonite alérgica, 
vasculite leucocitoclástica e pseudoporfiria, bem 
como os efeitos colaterais comuns associados aos 
AINEs. 
PIROXICAM 
 O piroxicam, um oxicam, é um inibidor não seletivo 
da COX que, em altas concentrações, também inibe 
a migração dos leucócitos polimorfonucleares, 
diminui a produção de radicais de oxigênio e inibe a 
função dos linfócitos. 
 Sua meia-vida permite a administração de uma única 
dose ao dia. 
 O piroxicam pode ser usado para as indicações 
reumáticas habituais. 
 Quando administrado em doses acima de 20 mg/dia, 
verifica-se uma incidência aumentada de úlcera 
péptica e sangramento – até 9,5 vezes maior do que 
com outros AINEs. 
A ESCOLHA DO AINE 
 Todos os AINEs, incluindo o ácido acetilsalicílico, têm 
eficácia aproximadamente igual! 
 Por conseguinte, os AINEs tendem a ser diferenciados 
com base em sua toxicidade e custo-benefício. 
 Por exemplo, o uso do cetorolaco é limitado por seus 
efeitos colaterais gastrintestinais e renais. 
 A escolha de um AINE exige a consideração de sua 
eficácia, custo-benefício, segurança e de vários 
fatores pessoais 
 Um paciente com risco aumentado de sangramento 
de tubo digestivo, não posso indicar o piroxicam pelo 
seu potencial de complicações gastrointestinais 
FARMACOS ANTIRREUMÁTICOS MODIFICADORES 
DE DOENÇA OU FARMDS 
 A AR é uma doença imunológica progressiva, que 
provoca efeitos sistêmicos significativos, reduz o 
tempo de sobrevida e diminui a mobilidade e a 
qualidade de vida. Essas terapias incluem fármacos 
antirreumáticos modificadores da doença 
(geralmente designados por FARMDs) não biológicos 
e biológicos. 
 Os agentes não biológicos incluem pequenas 
moléculas, como metotrexato, azatioprina, 
cloroquina e hidroxicloroquina, ciclofosfamida, 
FARMACOLOGIA – AULA 3 P2 CAROL LESSA 5ºPERÍODO 
ciclosporina, leflunomida, micofenolato de mofetila e 
sulfassalazina. 
 Os agentes biológicos são grandes moléculas de 
agentes terapêuticos, geralmente proteínas, que são 
produzidos, com frequência, pela tecnologia do DNA 
recombinante. 
 Os FARMDs biológicos aprovados para a AR incluem: 
um agente biológico modulador das células T 
(abatacepte), um agente citotóxico das células B 
(rituximabe), um anticorpo antirreceptor de IL-6 
(tocilizumabe), agentes inibidores da IL-1 (anacinza, 
rinolacepte, canacinumabe) e agentes bloqueadores 
do TNF-α (cinco fármacos). 
AZATIOPRINA 
MECANISMO DE AÇÃO 
 A azatioprina é um FARMD não biológico sintético, 
que atua por meio de seu metabólito principal, a 6-
tioguanina. 
 A 6-tioguanina suprime a síntese de ácido inosínico, 
a função das células B e das células T, a produção de 
imunoglobulinas e a secreção de IL-2 
FARMACOCINÉTICA 
 A azatioprina pode ser administrada por via oral ou 
parenteral. 
 Seu metabolismo é bimodal nos seres humanos, e os 
metabolizadores rápidos depuram o fármaco quatro 
vezes mais rapidamente do que os metabolizadores 
lentos. 
 A produção de 6-tioguanina depende da tiopurina-
metiltransferase (TPMT), e os pacientes com 
atividade baixa ou ausente da TPMT (0,3% da 
população) apresentam um risco particularmente 
alto de mielossupressão em consequência das 
concentrações excessivas do fármaco original, se a 
dose não for ajustada. 
INDICAÇÕES CLÍNICAS 
 A azatioprina está aprovada para uso na Artrite 
Reumatóide em uma dose de 2 mg/kg/dia. É também 
usada na prevenção da rejeição do transplante renal 
em associação com outros imunossupressores. 
Ensaios clínicos controlados mostraram a eficácia do 
fármaco na AP, na artrite reativa, na polimiosite, no 
LES, na manutenção da remissão na vasculite e na 
doença de Behçet. 
 A azatioprina também é usada na esclerodermia; 
todavia, em um estudo, foi constatado que ela é 
menos efetiva do que a ciclofosfamida no controle da 
progressão da doença pulmonar na esclerodermia. 
EFEITOS COLATERAIS 
 A toxicidade da azatioprina inclui supressão da 
medula óssea, distúrbios gastrintestinais e certo 
aumento no risco de infecção 
CLOROQUINA E HIDROXICLOROQUINA 
MECANISMO DE AÇÃO 
 A cloroquina e a hidroxicloroquina são fármacos não 
biológicos usados principalmente no tratamento da 
malária e das doenças reumáticas. 
 Foram sugeridos os seguintes mecanismos: supressão 
das respostas dos linfócitos T a mitógenos, inibição da 
quimiotaxia dos leucócitos, estabilização das enzimas 
lisossômicas, processamento por meio do receptor 
Fc, inibição da síntese de DNA e de RNA; e captação 
de radicais livres. 
FARMACOCINÉTICA 
 Os antimaláricos sofrem rápida absorção, e 50% 
ligam-se às proteínas no plasma. 
 Eles se ligam extensamente aos tecidos, sobretudo 
àqueles que contêm melanina, como os olhos, por 
isso causa retinopatia e não deve ser prescrita como 
profilático a COVID-19 
 Esses fármacos são desaminados no fígado e 
apresentam meias-vidas de eliminação no sangue de 
até 45 dias. 
INDICAÇÕES CLÍNICAS 
 Os antimaláricos foram aprovados para a AR, porém 
não são considerados FARMDs muito efetivos. A dose 
de ataque pode aumentar a taxa de resposta. Não há 
evidências de que esses compostos alteram a lesão 
óssea na AR nas doses habituais (até 6,4 mg/kg/dia de 
hidroxicloroquina ou 200 mg/dia de cloroquina). Em 
geral, são necessários 3 a 6 meses para obter uma 
resposta. 
 Os antimaláricos são usados com muita frequência no 
LES, lúpus eritematoso sistêmico, visto que eles 
diminuem a mortalidade e as manifestações 
cutâneas, a serosite e a dor articular nessa doença. 
São também utilizados na síndrome de Sjögren. 
EFEITOS COLATERAIS 
 Embora possa ocorrer toxicidade ocular com doses 
de cloroquina acima de 250 mg/ dia e com doses de 
hidroxicloroquina superiores a 6,4 mg/kg/dia, 
raramente é observada com doses mais baixas. 
Entretanto, aconselha-se uma monitoração 
oftalmológica a cada 12 meses. 
FARMACOLOGIA – AULA 3 P2 CAROL LESSA 5ºPERÍODO 
 Posso induzir arritimia cardíaca 
 Outros efeitos tóxicos incluem dispepsia, náuseas, 
vômitos, dor abdominal, exantema e pesadelos. Esses 
fármacos parecem ser relativamente seguros durante 
a gravidez. 
CICLOFOSFAMIDA 
MECANISMO DE AÇÃO 
 A ciclofosfamida é um FARMD não biológico sintético. 
O principal metabólito ativo é a mostarda de 
fosforamida, que forma ligações cruzadas com o DNA, 
impedindo a replicação da célula. A ciclofosfamida 
suprime a função das células T e das células B em 30 
a 40%; a supressão das células T correlaciona-se com 
a resposta clínica nas doenças reumáticas. 
INDICAÇÕES CLINICAS 
 A ciclofosfamida é usada regularmente, em uma dose 
de 2 mg/kg/dia, no tratamento do LES, da vasculite, 
granulomatose de Wegener e outras doenças 
reumáticas graves. 
CICLOSPORINA 
MECANISMO DE AÇÃO 
 A ciclosporina é um antibiótico peptídico, porém éconsiderada um FARMD não biológico. Por meio da 
regulação da transcrição gênica, a ciclosporina inibe a 
produção dos receptores de IL-1 e IL2 e, 
secundariamente, inibe a interação entre macrófagos 
e células T, bem como a responsividade das células T. 
A função das células B dependente das células T 
também é afetada. 
FARMACOCINÉTICA 
 A absorção da ciclosporina é incompleta e um tanto 
errática, embora uma formulação em microemulsão 
melhore sua consistência, proporcionando uma 
biodisponibilidade de 20 a 30%. 
 O suco de pomelo (toranja, grapefruit) aumenta a 
biodisponibilidade do fármaco em até 62%. 
 A ciclosporina é metabolizada pela CYP3A e, 
consequentemente, está sujeita a numerosas 
interações medicamentosa 
INDICAÇÕES CLÍNICAS 
 A ciclosporina está aprovada para uso na AR e retarda 
o aparecimento de novas erosões ósseas. 
 A dose habitual é de 3 a 5 mg/kg/dia, em duas doses 
fracionadas. Relatos empíricos sugerem que o 
fármaco pode ser útil no LES, na polimiosite e 
dermatomiosite, na granulomatose de Wegener e na 
artrite crônica juvenil. 
 A dose habitual é de 3 a 5 mg/kg/dia, em duas doses 
fracionadas. Relatos empíricos sugerem que a 
ciclosporina pode ser útil no LES, na poliomiosite e 
dermatomiosite, na granulomatose de Wegener e na 
artrite crônica juvenil. 
EFEITOS COLATERAIS 
 A leucopenia, a trombocitopenia e, em menor grau, a 
anemia são previsíveis. 
 A ciclosporina em altas doses pode ser cardiotóxica, 
podendo ocorrer esterilidade após administração 
crônica de doses antirreumáticas, particularmente 
em mulheres. 
 O câncer de bexiga é muito raro, mas sua ocorrência 
precisa ser investigada, até mesmo cinco anos após a 
interrupção da ciclosporina. 
METOTREXATO 
 um antimetabólito não biológico sintético, constitui o 
FARMD de primeira linha para o tratamento da AR, 
sendo usado em 50 a 70% dos pacientes. 
 Mostra-se ativo nessa doença, em doses muito mais 
baixas do que aquelas necessárias para a 
quimioterapia do câncer. 
MECANISMO DE AÇÃO 
 O principal mecanismo de ação do metotrexato nas 
pequenas doses usadas para o tratamento das 
doenças reumáticas provavelmente está relacionado 
com a inibição da aminoimidazolcarboxamida 
ribonucleotídeo (AICAR) transformilase e da 
timidilato-sintetase. 
 O AICAR, que se acumula no interior das células, inibe 
competitivamente a AMP-desaminase, com 
consequente acúmulo de AMP. 
 O AMP é liberado e sofre conversão extracelular em 
adenosina, que é um potente inibidor da inflamação. 
 Como consequência, as funções inflamatórias de 
neutrófilos, macrófagos, células dendríticas e 
linfócitos são suprimidas. 
 O metotrexato tem efeitos secundários na 
quimiotaxia dos polimorfonucleares. 
 Observa-se algum efeito na di-hidrofolato-redutase, 
o que afeta a função dos linfócitos e dos macrófagos, 
embora isso não constitua seu principal mecanismo 
de ação. 
 O metotrexato exerce efeitos inibitórios diretos na 
proliferação e estimula a apoptose nas células 
imunes inflamatórias. 
FARMACOLOGIA – AULA 3 P2 CAROL LESSA 5ºPERÍODO 
 Além disso, inibe as citocinas próinflamatórias ligadas 
à sinovite reumatoide. 
FARMACOCINÉTICA 
 Cerca de 70% do fármaco é absorvido após sua 
administração oral. 
 O metotrexato é metabolizado a um produto 
hidroxilado menos ativo. Tanto o composto original 
como o metabólito são poliglutamatados no interior 
das células, onde permanecem por períodos 
prolongados. 
 A meia-vida sérica do metotrexato é normalmente de 
apenas 6 a 9 horas. A hidroxicloroquina pode reduzir 
a depuração ou aumentar a reabsorção tubular do 
metotrexato. 
 O metotrexato é excretado principalmente na urina, 
porém até 30% pode ser excretado na bile. 
INDICAÇÕES CLÍNICAS 
 Embora o esquema posológico mais comum do 
metotrexato para o tratamento da AR seja de 15 a 25 
mg por semana, observa-se um efeito aumentado 
com 30 a 35 mg por semana. 
 O fármaco diminui a taxa de aparecimento de novas 
erosões. 
 As evidências sustentam o seu uso na artrite crônica 
juvenil, e o metotrexato tem sido usado na psoríase, 
AP, EA, polimiosite, dermatomiosite, granulomatose 
de Wegener, arterite de células gigantes, LES e 
vasculite. 
EFEITOS COLATERAIS 
 Os efeitos tóxicos mais comuns consistem em 
náuseas e úlceras da mucosa. 
 Além disso, muitos outros efeitos colaterais, como 
leucopenia, anemia, estomatite, ulcerações 
gastrintestinais e alopecia, provavelmente resultem 
da inibição da proliferação celular. 
 Com frequência, ocorre hepatotoxicidade 
relacionada com a dose progressiva, na forma de 
elevação das enzimas, porém a cirrose é rara (<1%). 
 A hepatotoxicidade não está relacionada com a 
concentração sérica de metotrexato. 
 Foi documentada uma rara reação pulmonar 
semelhante à hipersensibilidade, com dispneia 
aguda, bem como reações pseudolinfomatosas. 
 A incidência de anormalidades das provas de função 
GI e hepática pode ser reduzida com o uso de 
leucovorina 24 horas após cada dose semanal ou com 
a administração diária de ácido fólico, embora isso 
possa diminuir a eficácia do metotrexato em cerca 
de 10%. 
 O fármaco está contraindicado durante a gravidez. 
MICLOFENOLATO DE MOFETILA 
 Imunossupressor utilizado no transplante 
hepático 
MECANISMO DE AÇÃO 
 O micofenolato de mofetila (MMF), um FARMD 
semissintético, é convertido em ácido micofenólico, a 
forma ativa do fármaco. 
 O produto ativo inibe a inosina monofosfato 
desidrogenase, levando à supressão da proliferação 
dos linfócitos T e B. 
 Distalmente, o fármaco interfere na adesão dos 
leucócitos às células endoteliais por meio da inibição 
da E-selectina, P-selectina e molécula de adesão 
intercelular 1. 
INDICAÇÕES CLÍNICAS 
 O MMF mostra-se efetivo no tratamento da doença 
renal causada por LES e pode ser útil na vasculite e na 
granulomatose de Wegener. 
 Embora o MMF seja ocasionalmente usado em uma 
dose de 2 g/dia para o tratamento da AR, não existem 
dados bem controlados sobre a sua eficácia nessa 
doença. 
EFEITOS COLATERAIS 
 O MMF está associado a náuseas, dispepsia e dor 
abdominal. 
 À semelhança da azatioprina, o MMF pode causar 
hepatotoxicidade. 
 Esse fármaco também pode provocar leucopenia, 
trombocitopenia e anemia. O fármaco está associado 
a uma incidência aumentada de infecções. 
 Só raramente tem sido associado à neoplasia 
maligna. 
RITUXIMABE 
MECANISMO DE AÇÃO 
 O rituximabe é um agente biológico, um anticorpo 
monoclonal quimérico, cujo alvo é o linfócito B CD20. 
 A depleção dessas células ocorre por meio de 
citotoxicidade mediada por células e dependente de 
complemento e pela estimulação da apoptose 
celular. 
 A depleção dos linfócitos B reduz a inflamação ao 
diminuir a apresentação de antígenos aos linfócitos T 
e ao inibir a secreção de citocinas pró-inflamatórias. 
FARMACOLOGIA – AULA 3 P2 CAROL LESSA 5ºPERÍODO 
 O rituximabe rapidamente causa depleção das células 
B periféricas, embora essa depleção não esteja 
correlacionada com sua eficácia nem com sua 
toxicidade. 
FARMACOCINÉTICA 
 O rituximabe é administrado em duas infusões 
intravenosas de 1.000 mg, com intervalo de duas 
semanas. 
 A administração pode ser repetida a cada 6 a 9 meses, 
quando necessário. Os ciclos repetidos permanecem 
efetivos. 
 O pré-tratamento com paracetamol, um anti-
histamínico e glicocorticoides intravenosos 
(geralmente 100 mg de metilprednisolona) 
administrados 30 minutos antes da infusão, diminui a 
incidência e a gravidade das reações à infusão. 
INDICAÇÕES CLÍNICAS 
 O rituximabe está indicado para o tratamento da AR 
moderada a gravemente ativa, em associação a 
metotrexato para pacientes que tiveram uma 
resposta inadequada a um ou mais antagonistas do 
TNF-α. 
 O rituximabe em associação com glicocorticoides 
também está aprovado para o tratamento de 
pacientes adultoscom granulomatose de Wegener 
(também conhecida como granulomatose com 
poliangeíte) e poliangeíte microscópica e também é 
usado em outras formas de vasculite. 
EFEITOS COLATERAIS 
 Cerca de 30% dos pacientes desenvolvem exantema 
com o primeiro tratamento de 1.000 mg; essa 
incidência diminui para cerca de 10% com a segunda 
infusão e diminui progressivamente a cada ciclo 
posterior de terapia. Esses exantemas em geral não 
exigem a interrupção da terapia, embora a ocorrência 
de uma reação urticariforme ou anafilactoide 
impeça o uso de terapia adicional. 
 As imunoglobulinas (particularmente a IgG e a IgM) 
podem diminuir com ciclos repetidos de terapia, e 
podem ocorrer infecções, embora não pareçam estar 
diretamente associadas à diminuição das 
imunoglobulinas = imunosupressão 
 Foram relatadas infecções bacterianas, fúngicas e 
virais graves e, algumas vezes, fatais por um período 
de até 1 ano após a última dose de rituximabe, e os 
pacientes com infecções graves e ativas não devem 
ser tratados com rituximabe. 
 O rituximabe está associado à reativação do vírus da 
hepatite B (HBV), o que exige monitoração antes e 
vários meses depois do início do tratamento. O 
rituximabe não foi associado à ativação da 
tuberculose nem à ocorrência de linfomas ou outros 
tumores. Foram relatadas reações mucocutâneas 
fatais em pacientes em uso de rituximabe. Podem 
ocorrer diferentes citopenias, as quais exigem 
monitoração com hemograma completo a cada 2 a 4 
meses em pacientes com AR. Outros efeitos 
colaterais, como eventos cardiovasculares, são raros. 
SULFASSALAZINA 
MECANISMO DE AÇÃO 
 A sulfassalazina, um FARMD não biológico sintético, é 
metabolizada a sulfapiridina e ácido 5-
aminossalicílico. 
 A sulfassalazina ou seus metabólitos in vitro inibem a 
liberação de citocinas inflamatórias produzidas por 
monócitos ou macrófagos, como, por exemplo, IL-1, 
-6 e -12 e TNF-α 
FARMACOCINÉTICA 
 Apenas 10 a 20% da sulfassalazina administrada por 
via oral é absorvida, embora uma fração sofra 
recirculação êntero-hepática no intestino, onde o 
fármaco é reduzido pelas bactérias intestinais, 
liberando sulfapiridina e ácido 5- aminossalicílico 
 A sulfapiridina é bem absorvida, ao passo que o ácido 
5-aminossalicílico permanece não absorvido. 
 Parte da sulfassalazina é excretada em sua forma 
inalterada na urina, ao passo que a sulfapiridina é 
excretada após acetilação e hidroxilação hepáticas. 
 A meia-vida da sulfassalazina é de 6 a 17 horas. 
INDICAÇÕES CLÍNICAS 
 A sulfassalazina é efetiva na AR e diminui a 
progressão radiológica da doença. 
 O fármaco também tem sido usado na artrite crônica 
juvenil, AP, doença inflamatória intestinal, EA e uveíte 
associada à espondiloartropatia. 
 O esquema habitual é de 2 a 3 g/dia. 
EFEITOS COLATERAIS 
 Cerca de 30% dos pacientes em uso de sulfassalazina 
interrompem a medicação devido à ocorrência de 
toxicidade. 
 Os efeitos colaterais comuns consistem em náuseas, 
vômitos, cefaleia e exantema. Além disso, observa-se 
a presença de anemia hemolítica e 
metemoglobinemia, embora sua ocorrência seja rara. 
FARMACOLOGIA – AULA 3 P2 CAROL LESSA 5ºPERÍODO 
 Em 1 a 5% dos pacientes, ocorre neutropenia, ao 
passo que a trombocitopenia é muito rara. 
 Em certas ocasiões, observa-se a ocorrência de 
toxicidade pulmonar e DNA de fita dupla (dsDNA, de 
double-stranded DNA) positivo, porém o lúpus 
induzido por fármaco é raro. Ocorre infertilidade 
reversível nos homens, mas a sulfassalazina não afeta 
a fertilidade das mulheres. 
 O fármaco não parece ser teratogênico – que faz mal 
para o feto. 
FARMACOS BLOQUEADORES DO TNF-A 
 As citocinas desempenham uma função central na 
resposta imune e na AR. 
 Apesar da expressão de uma ampla variedade de 
citocinas nas articulações de pacientes com AR, o 
TNF-α parece ser particularmente importante no 
processo inflamatório. O TNF-α afeta a função celular 
pela ativação de receptores específicos de TNF 
ligados à membrana (TNFR1, TNFR2). Foram 
aprovados cinco FARMDs biológicos que interferem 
no TNF-α para o tratamento da AR e de outras 
doenças reumáticas. 
INFLIXIMABE 
 O infliximabe é um anticorpo monoclonal IgG1 anti-
TNF totalmente humano. 
 Esse composto forma complexos com o TNF-α solúvel 
e impede sua interação com os receptores de 
superfície celular p55 e p75. 
 Isso resulta em infrarregulação da função dos 
macrófagos e das células T. 
FARMACOCINÉTICA 
 O infliximabe é administrado em forma de infusão 
intravenosa com “indução” nas semanas 0, 2 e 6 e 
manutenção a cada 8 semanas, posteriormente. 
 A dose é de 3 a 10 mg/kg, embora a dose habitual seja 
de 3 a 5 mg/kg a cada 8 semanas. 
 Existe uma relação entre a concentração sérica e o 
efeito, embora a depuração, em cada caso, exiba uma 
acentuada variação. 
 A meia-vida terminal é de 9 a 12 dias, sem acúmulo 
após doses repetidas no intervalo recomendado de 
oito semanas. 
 Após terapia intermitente, o infliximabe induz a 
produção de anticorpos antiquiméricos humanos em 
até 62% dos pacientes. 
 A terapia concomitante com metotrexato diminui 
acentuadamente a prevalência de anticorpos 
antiquiméricos humanos 
INDICAÇÕES CLINICAS 
 O infliximabe está aprovado para uso no tratamento 
da doença de Crohn, colite ulcerativa, doença 
inflamatória intestinal pediátrica e psoríase. 
 O fármaco está sendo usado sem indicação na bula 
em outras doenças, incluindo granulomatose com 
poliangeíte (granulomatose de Wegener), arterite de 
células gigantes, doença de Behçet, uveíte e 
sarcoidose. Na AR, o infliximabe com metotrexato 
diminui a taxa de formação de novas erosões. 
 Embora seja recomendado o uso concomitante do 
metotrexato com o infliximabe, vários outros 
FARMDs, incluindo antimaláricos, azatioprina, 
leflunomida e ciclosporina, podem ser utilizados 
como terapia de apoio para esse fármaco. O 
infliximabe também é usado como monoterapia 
CORTICÓIDES 
 Os corticosteroides podem ser administrados para 
algumas manifestações extra-articulares graves da 
AR, como pericardite ou comprometimento ocular, 
ou durante períodos de exacerbação. 
 Quando a prednisona é necessária como terapia em 
longo prazo, a dose não deve ultrapassar 7,5 mg ao 
dia, e deve-se incentivar sua redução gradual. Em 
geral, a terapia com corticosteroides em dias 
alternados não é bem-sucedida na AR. 
 Outras doenças reumáticas para as quais os efeitos 
antiinflamatórios potentes desses fármacos podem 
ser úteis incluem vasculite, LES, granulomatose de 
Wegener, AP, arterite de células gigantes, sarcoidose 
e gota. 
 Os corticosteroides intra-articulares costumam ser 
úteis para alívio dos sintomas dolorosos e, quando 
bem-sucedidos, são preferíveis a um aumento da 
dose da medicação sistêmica 
OUTROS ANALGÉSICOS 
PARACETAMOL 
 O paracetamol é um dos fármacos mais importantes 
utilizados no tratamento da dor leve a moderada, 
quando não há necessidade de efeito anti-
inflamatório 
FARMACOCINÉTICA 
 O paracetamol é administrado por via oral. As 
concentrações sanguíneas máximas são geralmente 
alcançadas em 30 a 60 minutos. 
 O paracetamol liga-se fracamente às proteínas 
plasmáticas e é metabolizado, em parte, por enzimas 
FARMACOLOGIA – AULA 3 P2 CAROL LESSA 5ºPERÍODO 
microssomais hepáticas ao sulfato e glicuronídeo 
inativos – efeito heptatotóxico 
INDICAÇÕES CLINICA 
 Apesar de ser considerado equivalente ao ácido 
acetilsalicílico como agente analgésico e antipirético, 
o paracetamol carece de propriedades 
antiinflamatórias. 
 Esse fármaco não afeta os níveis de ácido úrico e 
carece de propriedades inibidoras das plaquetas. 
Mostra-se útil no alívio da dor de intensidade leve a 
moderada, como cefaleia, mialgia, dor pós-parto e 
outras circunstâncias nas quais o ácido acetilsalicílico 
é um analgésico efetivo. 
 O paracetamol como única medicaçãoconstitui um 
tratamento inadequado para condições 
inflamatórias, como a AR. Para a obtenção de uma 
analgesia leve, o paracetamol é o fármaco preferido 
para pacientes alérgicos ao ácido acetilsalicílico, ou 
quando os salicilatos são pouco tolerados. 
 Ele é preferível ao ácido acetilsalicílico em pacientes 
com hemofilia, naqueles com história de úlcera 
péptica e em indivíduos nos quais o ácido 
acetilsalicílico desencadeia broncospasmo. 
 Diferentemente do ácido acetilsalicílico, o 
paracetamol não antagoniza os efeitos dos agentes 
uricusúricos. 
EFEITOS COLATERAIS 
 Em doses terapêuticas, pode-se observar, em certas 
ocasiões, uma discreta elevação reversível das 
enzimas hepáticas. 
 Com o uso de doses maiores, podem ocorrer tontura, 
excitação e desorientação. 
 A ingestão de 15 g de paracetamol pode ser fatal, 
sendo a morte causada por hepatotoxicidade grave, 
com necrose centrilobular, algumas vezes associada a 
necrose tubular renal aguda. 
 Dados atuais indicam que o paracetamol até mesmo 
em uma dose de 4 g está associado a um aumento nas 
anormalidades das provas de função hepática. 
 Em geral, não se recomenda o uso de doses acima de 
4 g/dia, e uma história de alcoolismo contraindica 
até mesmo essa dose. 
 Os sintomas iniciais de lesão hepática consistem em 
náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal. 
 Ocorreram casos de lesão renal sem lesão hepática, 
mesmo após a administração de doses habituais de 
paracetamol. 
DOSE 
 A dor aguda e a febre podem ser tratadas 
efetivamente com 325 a 500 mg, quatro vezes ao dia, 
com doses proporcionalmente menores para 
crianças. 
 Na atualidade, recomenda-se que a dose para adultos 
não ultrapasse 4 g/dia na maioria dos casos. 
TRAMADOL 
 O tramadol é um analgésico sintético de ação central, 
estruturalmente relacionado com os opioides. 
 Dor de moderada intensidade 
 Como a naloxona, um bloqueador dos receptores de 
opioides, inibe apenas 30% do efeito analgésico do 
tramadol, o mecanismo de ação desse fármaco deve 
envolver receptores tanto não opioides como 
opioides. 
 O tramadol não apresenta efeitos anti-inflamatórios 
significativos. 
 O fármaco pode exercer parte de seu efeito 
analgésico por meio de aumento da liberação de 5- 
hidroxitriptamina (5-HT) e inibição da recaptação de 
norepinefrina e 5-HT. 
FÁRMACOS UTILIZADOS NA GOTA 
 A gota é uma doença metabólica caracterizada por 
episódios recorrentes de artrite aguda, devido a 
depósitos de urato monossódico nas articulações e 
nas cartilagens. 
 Além disso, podem ocorrer cálculos renais de ácido 
úrico, tofos e nefrite intersticial. Os efeitos 
cardiovasculares adversos também estão se tornando 
mais evidentes. 
 A gota costuma estar associada a níveis séricos 
elevados de ácido úrico (hiperuricemia), uma 
substância pouco solúvel, que é o principal produto 
final do metabolismo das purinas. 
COLCHINA 
 Embora os AINEs, os corticosteroides ou a colchicina 
sejam os fármacos de primeira linha para a gota 
aguda, a colchicina foi o principal tratamento durante 
muitos anos. 
FARMACOCINÉTICA 
 A colchicina é absorvida rapidamente após 
administração oral, alcança níveis plasmáticos 
máximos dentro de 2 horas e é eliminada com meia-
vida sérica de 9 horas. 
 Os metabólitos são excretados no trato intestinal e na 
urina. 
FARMACOLOGIA – AULA 3 P2 CAROL LESSA 5ºPERÍODO 
FARMACODINÂMICA 
 A colchicina alivia a dor e a inflamação da artrite 
gotosa em 12 a 24 horas, sem alterar o metabolismo 
ou a excreção dos uratos e sem exercer outros efeitos 
analgésicos. 
 O fármaco produz seus efeitos anti-inflamatórios por 
meio de sua ligação à proteína intracelular, a 
tubulina, impedindo, assim, a polimerização em 
microtúbulos e a consequente inibição da migração 
e fagocitose dos leucócitos. 
 Inibe também a formação de leucotrieno B4 e de IL-
1β. 
 Vários dos efeitos colaterais do fármaco são 
produzidos pela inibição da polimerização da tubulina 
e da mitose celular. 
INDICAÇÕES CLÍNICAS 
 A colchicina está indicada para a gota e também é 
utilizada entre os ataques (o “período intercrítico”) 
para profilaxia prolongada (em doses pequenas). 
 A colchicina atua na prevenção das crises de febre 
aguda do Mediterrâneo e pode exercer um leve 
efeito benéfico na artrite sarcoide e na cirrose 
hepática. 
EFEITOS COLATERAIS 
 Com frequência, a colchicina provoca diarreia e, em 
certas ocasiões, pode causar náuseas, vômitos e dor 
abdominal. 
 Foi também observada a ocorrência de necrose 
hepática, insuficiência renal aguda, coagulação 
intravascular disseminada e crises convulsivas. 
 Em raros casos, a colchicina pode provocar queda dos 
cabelos e depressão da medula óssea, bem como 
neurite periférica, miopatia e, em algumas ocasiões, 
morte. 
DOSE 
 Na profilaxia (uso mais comum), a dose de colchicina 
é de 0,6 mg, 1 a 3 vezes ao dia. 
 Para interromper um ataque de gota, um esquema de 
1,2 mg seguido de uma única dose oral de 0,6 mg foi 
tão efetivo quanto esquemas com doses mais altas, e 
os efeitos colaterais foram menores com esse 
esquema de dose mais baixa. 
 
 
 
 
RESPOSTA CASO CLÍNICO 
 
 
 
 
FARMACOLOGIA – AULA 3 P2 CAROL LESSA 5ºPERÍODO

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