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Teoria da Dotação Relativa dos Fatores Limitações da TVC de David Ricardo: as VC eram consequência do fato de que o único fator de produção relevante – o trabalho – tinha níveis de produtividade diferentes nos distintos países e, consequentemente, os bens tinham custos de produção diferentes. Ricardo não apresentou nenhuma justificativa econômica para esse fato; Somente no início do século XX surgiu uma explicação razoável para as diferenças de custo de produção de uma mesma mercadoria produzida em diferentes países e para as razões do comércio Origem Eli Filip Heckscher (1919) e Bertil Ohlin (1933) = Teoria de Heckscher-Ohlin Teoria de Heckscher-Ohlin Afirma que cada país se especializa e exporta o bem que requer utilização mais intensiva de seu fator de produção abundante. • Agora ´e necessário considerar que as funções de produção contam com dois fatores: trabalho (L) e capital (K) Mb = f(K, L) Xb = g(K, L) Mw = f(K, L) Xw = g(K, L) • Vamos explicitar algumas hipóteses importantes da teoria de Heckscher-Ohlin: Hipóteses da Teoria de Heckscher-Ohlin Hipótese 1: As tecnologias de produção são idênticas nos dois países i. A função de produção de X em B ´e igual `a função de produção de X em W. Idem para o bem M. ii. Isso não quer dizer que a indústria produtora de B empregue a capital e trabalho na mesma proporção de W; iii. Tecnologias idênticas implicam que o mesmo conjunto de técnicas ou processos de produção esteja disponível para todos os produtores de um mesmo bem. iv. Isoquanta são convexas em relação `a origem, o que indica que os fatores não são perfeitamente substituíveis entre si v. A Taxa Marginal de Substituição técnica (TMST) de trabalho por capital é crescente. Hipótese 2: A função de produção de X ´e intensiva em trabalho e a função de produção de M é intensiva em capital i. Se as funções de produção de dois bens apresentam o mesmo conjunto de técnicas, temos duas funções iguais. A única maneira de diferenciá-las ´e determinar qual a intensidade com que os fatores de produção são utilizados. ii. A intensidade no uso dos fatores de uma função de produção ´e determinada quando verificamos qual a combinação de capital e trabalho adotada em cada uma das funções de produção, diante da mesma razão entre as remunerações do trabalho e do capital. Hipótese 3: No país B o trabalho ´e relativamente abundante; no país W, o capital ´e relativamente abundante. Há duas maneiras de definir a abundância relativa de fatores: i. A Primeira leva em conta sua disponibilidade física (a quantidade física de cada fator em cada uma das economias). Dizemos que no país B o trabalho ´e abundante relativamente ao país W ii. A Segunda maneira ´e comparando os preços relativos dos fatores de produção dos dois países. A taxa de salário (w) e a taxa de juros (r) são determinadas pela oferta e demanda desses fatores, em cada país. Como a produção dos bens demanda ambos os fatores de produção, ainda que em proporções diferentes, pode-se esperar, de modo geral que, ao compararmos os dois países, a remuneração do fator escasso seja relativamente maior que a do abundante. Hipótese 4: as preferências dos consumidores são iguais nos dois países i. Nos modelos de comércio internacional as preferências dos consumidores são representadas pelas curvas de indiferença nacionais. ii. As curvas de indiferença nacionais, ou sociais, como também são conhecidas, são obtidas pela agregação das curvas de indiferenças individuais. iii. Curva de indiferença é o lugar geométrico de todas as combinações dos bens que proporcionam a mesma satisfação aos consumidores. Fronteira de Possibilidades de Produção • Na TVC, de David Ricardo, a fronteira de possibilidades de produção foi construída a partir de hipóteses bem restritivas. As que nos interessam lembrar agora são: o trabalho era o ´único fator de produção relevante e os coeficientes técnicos de produção eram constantes. • Com base nessas hipóteses, obtivemos as fronteiras de possibilidades de produção com formato de reta, que indicavam os preços relativos dos bens (ou custos de oportunidades dos bens) constantes ao longo da FPP, em cada país. • Agora, na Teoria de Heckscher-Ohlin, nossas funções de produção têm dois fatores que podem ser combinados em proporções diferentes, indicando que o trabalho pode ser substituído por capital e vice-versa, mas dentro de certos limites A produção de X, em relação `a de M, emprega proporcionalmente mais trabalho que capital. Os fatores de produção não são distribuídos equitativamente entre os países: o trabalho ´e relativamente abundante em B e relativamente escasso em W. Em contrapartida, o capital ´e relativamente abundante em W e relativamente escasso em B. Como a função de produção de X utiliza intensivamente trabalho e no país B o trabalho ´e relativamente abundante, ´e de se esperar que o país B produza relativamente mais X que M 𝑿𝒃 𝑴𝒃 > 𝑿𝒘 𝑴𝒘 Portanto, o país B possui vantagem comparativa na produção do bem X; enquanto o país w possui vantagem comparativa na produção do bem M. As fronteiras de possibilidades de produção, côncavas em relação ̀ a origem, indicam que ao longo das FPPs, os preços relativos dos bens em cada país não são constantes. Isso acontece porque os coeficientes técnicos variam `a medida que muda a escala de produção, ou seja, para cada ponto da FPP, temos L e K empregados em proporções diferentes nas funções de produção de X e de M.
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