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Comércio Internacional e Blocos Econômicos

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08/06/2022 21:56 Economia Internacional
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgmO… 1/39
ECONOMIA INTERNACIONAL
CAPÍTULO 2 - UM ESTUDO TEÓRICO –
QUAIS OS MODELOS DE COMÉRCIO
INTERNACIONAL?
Janypher Marcela Inácio Soares
INICIAR 
Introdução
Basta olhar ao redor, para percebermos como a sociedade atual tem características
que a tornam interligada e interdependente e, basicamente, sem fronteiras. Vamos
pensar: seu celular é nacional? Seu computador, seus óculos, relógio, carro ou
perfume são fabricados onde? Esses produtos podem até ser fabricados no Brasil,
mas é bem provável que a maior parte das marcas disponíveis no mercado não o
sejam.
Isto é possível devido a um processo chamado globalização. Intensificada em
meados dos anos 1990, a globalização surge como um processo que visa conduzir a
economia mundial, por meio das forças de mercado, ao sucesso econômico e à
ampliação da qualidade de vida das pessoas. Isso, é claro, seguindo a lógica do
consumo, que guia os mercados.
08/06/2022 21:56 Economia Internacional
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgmO… 2/39
Mas, para que os produtos de outros lugares cheguem até nós, se faz necessário o
comércio internacional. Quando falamos de Economia Internacional e
consideramos, por exemplo, as negociações que podem ocorrer entre países,
devemos considerar duas relevantes teorias sobre o tema.
A primeira é a Teoria de Heckscher-Ohlin, desenvolvida por dois suecos, Eli
Heckscher e Bertil Ohlin, em 1970, e a segunda, a Teoria das Vantagens
Comparativas, criada por David Ricardo, em 1817. Esta última é considerada uma
das bases para os estudos sobre comércio internacional, a partir dos impactos das
relações comerciais entre países para a economia mundial.
Acompanhe com atenção e bons estudos! 
2.1 Blocos econômicos e união
monetária
Atualmente, globalização e internacionalização econômica apresentam conotações
diferentes. Para Souza (2009, p. 170) “a globalização é definida como a livre
movimentação, em nível internacional, de mercadorias, capitais, força de trabalho
e conhecimento”. Já a internacionalização econômica tem relação com um
processo de regionalização da economia mundial.
Em outras palavras, a formação de grupos de países caracteriza o que chamamos
de integração econômica regional, que permitiu a formação de blocos econômicos.
Esse tema será alvo de nossos estudos.
Mas o que são blocos econômicos? Todos eles são iguais? Quais as vantagens e
desvantagens de se fazer parte de um bloco? A seguir, vamos buscar responder a
estes e outros questionamentos igualmente importantes.
2.1.1 Os blocos econômicos
Quando pensamos em blocos econômicos, é preciso ter clareza do que isto
significa. Podemos pensar em conglomerados de países, o que não está
completamente incorreto. De acordo com Mariano e Carmo (2016), para que
08/06/2022 21:56 Economia Internacional
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consigamos compreender o conceito, devemos, inicialmente, entender que
integração econômica é um processo que agrega diferentes economias. Clique na
interação a seguir para continuar lendo.
Esta integração pode ser obtida por meio da redução ou
eliminação de barreiras, sejam elas relacionadas ao
comércio ou à circulação de fatores de produção.
Integração também se refere ao alinhamento de políticas
econômicas, buscando implementar um mercado coeso.
Os autores afirmam que é comum alguma divergência
quando se trata da definição conceitual do termo.
Para Appleyard e seus colaboradores (2010), a integração
econômica diz respeito a integrar a economia de países
diferentes. Parece óbvia esta definição, não é mesmo?
Porém, é importante termos clareza do que isto significa,
pois este conceito será a base de todo o nosso estudo.
Esta integração não ocorre de maneira brusca, mas de
forma gradativa e, algumas vezes, por etapas ou fases. 
08/06/2022 21:56 Economia Internacional
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A seguir, falaremos sobre os estágios de integração. Acompanhe!
A intenção da integração é reduzir as barreiras à
circulação de mercadorias e serviços. Assim, quanto
maior a redução, mais os países começam a perceber as
vantagens desse processo.
É válido ressaltar aqui, a importância da soberania
nacional, a partir da qual, os países, apesar de formarem
coalizões voltadas para aspectos econômicos, não
aceitam, de forma nenhuma, sacrificar o controle das
mercadorias que passam em suas alfândegas.  
Para permitir que se mantenha a soberania, mesmo em
um processo de integração, é usual que seu
desenvolvimento se dê por fases, pois “os países que
entram em acordos comerciais especiais, logo percebem
que, quanto mais eles eliminam restrições sobre a
circulação de mercadorias e serviços entre membros do
grupo, mais perdem o controle nacional da economia”
(APPLEYARD et al., 2010, p. 416). 

 
08/06/2022 21:56 Economia Internacional
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Estágios de integração
Como já vimos, há diversos estágios pelos quais o processo de integração pode
passar. Estes, variam de acordo com a abrangência e dimensão dos compromissos
assumidos. Mariano e Carmo (2016) apontam seis estágios de integração: acordo
comercial preferencial, área ou zona de livre comércio, união aduaneira, mercado
comum, união econômica e união econômica total.
Já Appleyard e seus colaboradores (2010) indicam quatro tipos mais comuns de
estágios: área de livre comércio; união aduaneira, mercado comum e união
econômica.
Usaremos, aqui, a divisão elaborada por Mariano e Carmo (2016), que trazem mais
detalhes sobre as etapas e estágios. 
Figura 1 - A integração econômica ocorre por meio de dois ou mais países que se relacionam por meio
de acordos ou tratados de contribuição mútua. Fonte: Leifstiller, Shutterstock, 2018.
08/06/2022 21:56 Economia Internacional
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Antes de prosseguirmos, é importante ressaltar que não há necessidade de os
países passarem por os estágios. Cabe aos países envolvidos escolherem qual será o
objetivo e as características de sua integração.
Na primeira fase apontada pelos autores, acordo comercial preferencial, os países
envolvidos estabelecem barreiras comerciais menores que as aplicadas com os
demais. Em um caso, por exemplo, onde os países A e B celebram este acordo, isto
implica que entre eles, as barreiras e taxas comerciais serão menores que as
praticadas com o país C, por exemplo. Isto implica em uma melhor condição
comercial para os envolvidos e, consequentemente, para a população destes, pois
passará a ter acesso a produtos que anteriormente não tinham, ou tinham a preços
mais elevados.
Quando falamos da área ou zona de livre comércio, estamos falando da
eliminação de barreiras comerciais, quer sejam elas tarifárias ou não tarifárias,
entre os países envolvidos. Vale lembrar, ainda, que cada membro adota,
individualmente, a política comercial em relação a terceiros da forma que lhe for
conveniente.
Alguns autores apontam esta classificação como sendo uma FTA – Free Trade Area, o
que nada mais é que zona de livre comércio, porém em inglês. É válido ressaltarmos
que esta eliminação de barreiras, muitas vezes, não diz respeito à totalidade de
produtos comercializados entre os países, mas sim a uma boa parte deles. Para os
demais, há um tratamento especial.
No nosso exemplo anterior, entre os países A e B, são eliminadas as barreiras
tarifárias e não-tarifárias em relação a uma pauta de produtos, ou elas têm uma
condiçãoespecial. Porém, quando um deles negocia com um terceiro, o país C, não
membro da área de livre comércio, estas taxas não são as mesmas vigentes do
acordo entre os países A e B, mas sim, são as taxas aplicadas usualmente quando do
comércio internacional para com os demais países não pertencentes ao acordo.
Por isso, diz-se que a política comercial adotada pelas nações não pertencentes ao
acordo, são determinadas pelos países individualmente, e da forma que for mais
apropriada.
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VOCÊ SABIA?
É muito comum a confusão entre barreiras tarifárias e barreiras não tarifárias. Por isso, é
importante saber a diferenciação. Quando falamos em barreiras tarifárias estamos pensando em
medidas impostas por governos, por exemplo a fixação de tarifas aduaneiras. Já as barreiras não
tarifárias são mecanismos subjetivos para controlar, composição, volume e características dos
produtos, também governamentais. Como exemplo podemos citar cotas de importação,
características de embalagens e licenças prévias (VAZQUEZ, 2008).
Um clássico exemplo de Área de Livre Comércio é o NAFTA (North American Free
Trade Agreement) ou Tratado Norte-Americano de Livre Comércio. Formado em
1994 pelos países Canadá, México e Estados Unidos, tinha como intuito reduzir e
eliminar as barreiras entre estes países. Este tratado foi integralmente substituído
em outubro de 2018, pelo Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA, na sigla
em inglês), sendo esta uma tentativa de renovar e resgatar esta zona de livre
comércio, sobretudo após a imposição de tarifas, pelos Estados Unidos, à
importação de aço e alumínio do Canadá, na esteira de um processo de proteção
do mercado estadunidense que tem sua face mais clara nas relações de comércio
com a China.
A união aduaneira considera as etapas anteriores, ou seja, a eliminação das
barreiras conforme a área de livre comércio, porém é acrescida de uma nova
característica, a TEC (Tarifa Externa Comum), ou seja, entre eles, os países não
possuem barreiras e quando negociam com os demais, adotam a mesma política
comercial. Perceba que aqui, diferentemente do que ocorre na zona de livre
comércio, as barreiras aplicadas aos não-membros precisam ser as mesmas, e não
diferentes, o que já elimina a situação variável que acontecia na Área de Livre
Comércio. 
08/06/2022 21:56 Economia Internacional
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Quando falamos em TEC, estamos nos referindo a uma política comercial externa
comum, pois estes países abrem mão da liberdade de negociar com as demais
nações, para manterem as mesmas características. No nosso exemplo, pense agora
que os países A e B não possuem barreiras entre si e que, ao transacionarem com C,
ambos praticam as mesmas tarifas.
Sabemos que em todos os processos há prós e contras, vantagens e desvantagens.
Perceba que, para países com melhores estruturas e condições, esta redução pode
ser benéfica, porém em casos de países nem tão competitivos, estes podem acabar
por não conseguir competir com os demais.
Mariano e Carmo (2016) apontam o Mercosul (Mercado Comum do Sul) como um
exemplo de União Aduaneira, no qual os países membros (Brasil, Argentina,
Paraguai e Uruguai) desfrutariam destes incentivos. O Mercosul foi estabelecido
pelo Tratado de Assunção em 1991, como uma tentativa de reaproximação entre
Figura 2 - A liberdade comercial incentiva as transações internacionais. Fonte: peresanz, Shutterstock,
2018.
08/06/2022 21:56 Economia Internacional
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Brasil e Argentina. A ideia original era que sua evolução atingisse as características
de um mercado comum. No entanto, o Mercosul vem passando por dificuldades em
se estabelecer como uma simples união aduaneira.
O mercado comum prevê, além das integrações já citadas, a livre-circulação dos
fatores de produção (capital, mão de obra e tecnologia) entre os membros. Em
outras palavras, dinheiro e pessoas podem circular de maneira livre entre os países
que fazem parte deste tipo de mercado. Para que isso seja possível, torna-se
necessário, além do estabelecimento de uma política comercial externa comum, a
unificação de algumas políticas internas, como a que diz respeito ao mercado de
trabalho (políticas trabalhistas), viabilizando a livre-circulação da força de trabalho
(fator de produção representado aqui pela mão de obra).
Neste estágio, os países alcançaram um nível mais elevado de integração
econômica, porém, tem reduzida sua liberdade, enquanto nações isoladas
(APPLEYARD et al., 2010). Além disso, “os Tratados de Roma de 1957 estabeleceram
um mercado comum dentro da Comunidade Europeia (CE), que oficialmente
começou em 1º de janeiro de 1958, e que se tornou a União Europeia (UE) em 1º de
novembro de 1993”, esta última, na época, no formato de mercado comum
(APPLEYARD et al., 2010, p. 417).
Retomando o nosso exemplo, dizer que há um mercado comum entre os países A e
B implica dizer que as pessoas de A podem transitar livremente e trabalhar em B (e
vice-versa), os fluxos de capitais também são livres, proporcionando uma
integração muito maior entre A e B.
Devido a sua importância e complexidade, os próximos dois estágios de integração,
união econômica e união econômica total serão trabalhados do próximo item.
2.1.2 União monetária
Quando falamos em união monetária o que vem a sua mente? Muito
provavelmente união da moeda, não é? E esta lógica está parcialmente correta,
vamos entender a seguir. Clique na interação.
08/06/2022 21:56 Economia Internacional
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Já quando nos referimos a políticas fiscais, são políticas relacionadas ao fisco, ou
seja, impostos. Trata-se de tudo o que está relacionado com arrecadação tributária,
controle de despesas públicas, determinação de alíquotas, dentre outros.
Muito provavelmente você já ouvir falar sobre o Brexit, movimento de saída do Reino Unido da União
Europeia. Mas o que isto significa na prática? Assista ao vídeo (GILES, 2018) disponível no link para
entender melhor:
<https://www.youtube.com/watch?v=csva3sa7jeM (https://www.youtube.com/watch?v=csva3sa7jeM)>.
Esta fase é o último estágio e o mais completo deles, pois contempla todas as
características de mercado comum, a unificação das instituições e das políticas
econômicas em todos os países membros (APPLEYARD et al., 2010). Apesar de ainda
Retomando os estágios de integração que estávamos analisando,
quando falamos em união monetária, estamos nos referindo à
unificação ou alinhamento das políticas econômicas, mais
especificamente das políticas monetárias, podendo chegar até a adoção
de uma moeda única (MARIANO; CARMO, 2016). 
VOCÊ QUER VER?
https://www.youtube.com/watch?v=csva3sa7jeM
08/06/2022 21:56 Economia Internacional
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existirem organismos políticos diferenciados, há uma união estabelecida por
instituições supranacionais cujas medidas impactam e relacionam todos os países
membros.
Diferentemente de Mariano e Carmo (2016), Appleyard e colaboradores (et al., 2010)
admitem ainda que, quando há uma moeda única, este bloco se tornará uma União
Monetária. É válido, contudo ressaltarmos que nem todo bloco econômico aspira
chegar a este estágio, porém, quando chegam, temos um dos níveis mais
complexos e difíceis na prática. Aqui, os países membros veem sua soberania
nacional ser extremamente reduzida, e também sua independência no que diz
respeito às políticas econômicas. Por isso, é difícil todos os países membros
aceitaremas condições impostas pelo todo. Atualmente, a União Europeia se
encontra neste estágio.
Figura 3 - Bandeira da União Europeia: doze estrelas douradas sobre um fundo azul, demonstrando
unidade, harmonia e solidariedade entre os povos membros do bloco. Fonte: symbiot, Shutterstock,
2018.
08/06/2022 21:56 Economia Internacional
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Conforme vimos, ainda há outro estágio, união econômica total, aqui o
pressuposto diz respeito à união de todas as políticas econômicas – monetária,
fiscal, de renda, comercial e cambial. Para que esta funcione, deve haver
claramente a presença de entidades supranacionais que regulem todos os aspectos
da política econômica. Ainda não há bloco de integração neste nível; por fim, a
União Política prefiguraria a fusão absoluta entre duas ou mais nações (BAUMANN;
CANUTO; GONÇALVES, 2004)
2.2 Modelo H-O
Neste tópico vamos entender um pouco sobre o Modelo H-O, também chamado de
modelo Heckscher-Ohlin. Por meio dele, perceberemos que cada país busca
especializar-se em determinado produto ou segmento que vai ao encontro da
realidade dos recursos que este já possui, sendo estes representados não apenas
pelo fator de produção trabalho, como visto na Teoria das Vantagens Comparativas,
mas também pela disponibilidade de outros fatores de produção, tais como terra,
capital e recursos minerais.
A ideia do modelo de maneira sucinta é que cada país deve se especializar em
produzir aquilo que possui em maior abundância, ou seja, o país deve focar no
elemento que possui em maior quantidade na sua economia. Nos itens a seguir,
detalharemos melhor esta ideia.    
2.2.1 Preços e fatores de produção
Neste momento, você pode estar se perguntando, o que significa o Modelo H-O?
Como já mencionamos, o modelo Heckscher-Ohlin, ou modelo H-O, nada mais é do
que um Modelo desenvolvido por dois economistas suecos no início do século XX,
são eles: Eli Heckscher (em 1919) e Bertil Ohlin (em 1933). Este modelo também é
conhecido como Teoria das Proporções dos Fatores.
08/06/2022 21:56 Economia Internacional
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Bertil Ohlin (1899-1979), fundador da moderna teoria do comércio internacional, professor visitante em
Cambridge e Harvard, durante muito tempo dedicou-se aos estudos da teoria monetária e do
desemprego. Foi ganhador do Prêmio Nobel de Economia no ano de 1977. O prêmio foi motivado pela
sua contribuição à teoria do comércio internacional e movimentos internacionais de capital (THE NOBEL
PRIZE, 2018).
O modelo afirma que um país deve focar sua produção em itens derivados de
recursos que possui em abundância. Esta afirmação parte de algumas suposições
simplificadoras realizadas por Heckscher e Ohlin. Appleyard e colaboradores (2010,
p. 127-128) apontam nove, que listamos a seguir. Clique para ver.
Os dois países analisados possuem dois bens sem diferenciação,
dois fatores produtivos sem diferenciação, cujo preço inicial é fixo,
porém diferente para cada um deles.
A tecnologia é a mesma nos dois países, ou seja, as funções de
produção são as mesmas para os dois países.
Os retornos de escalas são constantes para as duas mercadorias nos
dois países.
As duas mercadorias possuem diferentes intensidades relativas de
fatores, e as respectivas intensidades de fator de mercadoria são as
mesmas para todas as razões de preços de fatores.
VOCÊ O CONHECE?
08/06/2022 21:56 Economia Internacional
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgm… 14/39
Preferências e gostos são homotéticos, ou seja, são os mesmos nos
dois países e para qualquer conjunto de preços, os bens são
consumidos nas mesmas quantidades relativas para todos os níveis
de renda.
A concorrência entre os países é perfeita.
Há mobilidade dos fatores dentro dos países, mas não entre os
países.
Não há custos de transporte.
Não há restrição ao movimento de bens entre os países ou
interferência na precificação ou na produção pelo mercado.
Duas características são essenciais para que o modelo H-O seja aceito: as dotações
de fatores, ou seja, a verba destinada ao fator, são diferentes em cada país; e as
mercadorias são sempre intensivas em um dado fator, ou seja, há predominância
em um ou outro fator, independentemente, dos preços relativos dos fatores
(APPLEYARD et al., 2010).
VOCÊ QUER LER?
08/06/2022 21:56 Economia Internacional
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgm… 15/39
Quando refletimos sobre a economia internacional, percebemos que o modelo H-O apresenta as bases
para o comércio. Para entender isso melhor, leia o capítulo oito do livro “Economia Internacional”
(APPLEYARD et al., 2010), disponível na biblioteca virtual:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788563308641
(https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788563308641)>.
No livro, você pode encontrar um detalhamento profundo das aplicações e implicações da utilização
deste modelo.
Quando pensamos em abundância de um ou outro fator, devemos pensar que esta
definição de abundância pode ser explicitada quanto à abundância relativa de duas
formas: na definição física (quantidade dos fatores) e na definição do preço (preço
relativo dos fatores). Clique na interação a seguir para continuar o seu estudo.
Vamos considerar que existam dois fatores de produção,
capital (K) e trabalho (L). O país A possui capital em
abundância, já o país B é mais dotado no fator trabalho.
Sendo assim, pode-se dizer que a razão entre capital e
trabalho (K/L) do país A é maior que a razão (K/L) no
País B.
A B
Logo:
 
[(K/L) > (K/L) ] A B
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788563308641
08/06/2022 21:56 Economia Internacional
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgm… 16/39
Perceba que no modelo H-O a ênfase principal é dada
para a quantidade relativa dos fatores e não para o
tamanho do país, pois “um país com menos unidades
absolutas de capital físico do que um país com grande
quantidade ainda pode ser o país abundante em capital,
desde que o montante de capital em relação ao trabalho
seja maior do que a mesma proporção no país menor”
(APPLEYARD et al., 2010, 158).
Assim, a determinação do preço é baseada nos preços
relativos de capital e trabalho, para determinar qual
abundância caracteriza cada um dos dois países.
Segundo esta premissa, o país A, abundante em capital,
possui a seguinte razão entre preço ou taxa de aluguel do
capital (r) e o preço ou salário do trabalho (w). 
Logo: 
[(r/w) < (r/w) ]A B

08/06/2022 21:56 Economia Internacional
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Em um primeiro momento, esta relação não aparenta ter problema, porém existem
países muito populosos, com um baixo preço relativo de trabalho (China e Índia são
um exemplo) e, em contrapartida, há países, como Estados Unidos e Alemanha,
onde o cenário é o contrário.
Você pode estar se perguntando, nestes casos o modelo H-O não deve ser utilizado?
Nada disso! O modelo pressupõe, como vimos no começo deste tópico, tecnologia,
gostos e preferências homogêneas, ou seja, iguais, para os países analisados. Isto
faz com que continue válido.
Do ponto de vista prático, isso é possível, pois nos casos supracitados temos que
levar em conta o preço do fator que não reflete apenas a oferta dos itens, mas
também a demanda. E países mais estruturados tendem a ter uma demanda
fortalecida, estruturada, o que impacta em um aumento do consumo final, em
outras palavras, sua satisfação.
Perceba que, a partir do conjunto de suposições realizadas e das razõesanalisadas,
podemos concluir que a fronteira de possibilidades produtivas é diferente de país
para país, unicamente em consequência da diferença da dotação dos fatores. 
Ou seja, no país A, a razão é menor que no país B. Desta
forma, podemos interpretar a abundância relativa em
termos de preços dados pela escassez relativa dos
fatores. Quanto mais abundante for o fator, menor será o
preço relativo deste. Observe que aqui estamos
relacionando, em outras palavras, oferta do fator
(também chamada de disponibilidade física) com o preço
relativo do fator. 
 
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VOCÊ SABIA?
A Fronteira de Possibilidades de Produção (FPP), também conhecida como Curva de Possibilidades
de Produção (CPP), é uma representação gráfica que mostra a quantidade máxima de um bem, que
pode ser produzida, dada a quantidade produzida de outro bem. Considerando que os fatores de
produção são limitados e utilizados de forma eficiente (pleno emprego dos recursos), para
aumentar a produção de um bem é necessária a redução da produção de outro, de forma a liberar
recursos.
Costa e Santos (2012) afirmam que o ponto central do modelo é a tendência de
direcionamento dos países analisados em aplicar seus esforços para os fatores que
possuem em abundância.
Suponha a existência de dois países, e vamos chamá-los de país I e país II. Ambos
produzem tecidos e alimentos. Quanto aos fatores utilizados, vamos considerar
apenas trabalho e terra. Cada um deles pode optar pela proporção que utilizará de
cada fator de produção, assim, haverá uma curva de possibilidades de produção.
O gráfico a seguir demonstra esta curva.
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Perceba no gráfico acima que quando Qt (quantidade de tecidos) for ampliada, Qa
deverá obrigatoriamente ser reduzida, isto se deve à própria limitação dos recursos
da economia em questão. O inverso também é verdade, se ampliar Qa, deveremos
reduzir Qt.
Para tomar a decisão do quanto produzir, tanto o país I, quanto o II, devem levar em
conta a reta que tangencia a Fronteira de Possibilidade de Produção e indica a
relação entre os preços do tecido e do alimento, ou seja, o preço relativo (Pt/Pa).
Assim, quando a curva de possibilidade de produção (CPP) possuir a mesma
inclinação da reta que se relaciona ao preço relativo, o mercado estará em
equilíbrio, atingindo eficiência na alocação dos recursos. Ou seja, nessa situação,
haveria o pleno emprego dos recursos: trabalho e terra.
É válido relembrar que como lei base da economia a definição do preço dar-se-á
pela oferta e demanda. Logo, se temos abundância em um fator (muita oferta), o
preço relativo deste cairá. No modelo H-O esta relação implica em um menor custo
de produção, ligado ao fator.
Figura 4 - A Curva de possibilidade de produção indica a combinação entre produção de alimentos e
produção de tecidos em um dado caso, aqui hipotético, dada a quantidade de recursos – trabalho e
terra – disponíveis na economia. Fonte: COSTA; SANTOS, 2012, p. 23.
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No nosso exemplo, quem produzirá o que dependerá do recurso que há em
abundância no país, pois isto será determinante para o custo deste fator. Se, por
exemplo, o país I possui mais terras, ele produzirá alimentos (produto terra-
intensivo), pois seu custo de produção será menor. Já se o país II possui em
abundância o fator trabalho, este país irá se direcionar mais a produção de tecidos
(produto trabalho-intensivo).
Costa e Santos (2012) são enfáticos ao afirmarem que os países não deixam de
produzir completamente o bem cujo fator não possuam em abundância, mas sim,
que estes farão uso do comércio internacional, buscando suprir suas carências e
dificuldades produtivas e ampliando a eficiência da econômica mundial.
2.2.2 Padrões de exportação
Quando pensamos em padrão de exportação, devemos, primeiro, verificar o que
significa um padrão. Um padrão tem relação com o formato costumeiro de
execução, ou seja, a tendência ou característica principal de algo. No caso
específico das exportações, vamos refletir um pouco sobre os padrões de
exportações de países desenvolvidos e países em desenvolvimento.
Refletindo do ponto de visto histórico, países que se encontram em
desenvolvimento, como é o caso do Brasil, no geral, passaram por um processo
mais profundo de exploração e tem problemas econômicos e sociais profundos se
comparados aos países desenvolvidos. Isto tende a impactar na realidade da
produção também.
Assim, podemos dizer que, no geral, países desenvolvidos exportam produtos ricos
em tecnologia (tecnologia-intensivos) e com valor agregado mais alto, pois estes
possuem um elevado investimento em educação, pesquisa e desenvolvimento, e
vários outros aspectos que contribuem para a solidez das suas economias, bem
como de suas indústrias. Os países que se destacam como exemplo neste aspecto
são os Estados Unidos e a Alemanha.
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Por outro lado, países em desenvolvimento possuem carências educacionais,
sociais, tecnológicas, dentre várias outras. Por esse motivo, possuem destaque, no
geral, por duas frentes: mão de obra barata e/ou produtos agrícolas in natura, com
baixo valor agregado.
Quando falamos em mão de obra barata, estamos nos referindo a baixos salários e
condições de trabalho ruins. Como destaque, podemos apontar a China e a Índia. O
primeiro é mundialmente conhecido por exportar uma infinidade de produtos com
baixo valor agregado. Com as exportações por ele realizadas, diversos segmentos
vêm sendo abalados, um exemplo o setor da moda e têxtil, no qual diversas
empresas renomadas e conhecidas já quebraram pelo fato de não conseguirem
competir com os baixos custos envolvidos na produção nestes países. 
Figura 5 - Desenvolvimento de produto rico em tecnologia e com alto valor agregado, no geral,
produzido e exportado por países desenvolvidos com destaque em pesquisa e desenvolvimento.
Fonte: dboystudio, Shutterstock, 2018.
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Outro aspecto que é válido ser mencionado diz respeito a instalação de empresas
nestes países cujos salários são baixos. Em busca de redução de custos, muitas
empresas instalam suas fábricas nestas localidades.
Analisando agora os países que exportam muitos produtos agrícolas, vamos
entender o Brasil, de maneira mais detalhada. Sabemos que o Brasil se destaca na
exportação da soja. Mas, você já se perguntou por que este movimento ocorre?
Segundo o modelo H-O, muitos dos esforços brasileiros são destinados a este fim, e
a qualidade do solo também contribui para a qualidade das safras. Apesar de ser
algo bom exportar em grande escala, no que diz respeito ao valor agregado,
produtos agrícolas proporcionam pouco retorno, se pensarmos na escala. 
Figura 6 - O excesso de contingente populacional contribui para a redução do preço da mão de obra e,
dessa forma, o mercado de trabalho tem sua precificação afetada. Fonte: BartlomiejMagierowski,
Shutterstock, 2018.
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VOCÊ SABIA?
Uma commodity corresponde a um produto cujo padrão de qualidade e características gerais são
uniformes, e destinadas especificamente ao comércio de exportação, e quenão se diferencia, de
forma significativa, de acordo com a sua origem. Por exemplo, a soja brasileira e a soja americana
são, essencialmente, iguais em suas características. Estes produtos têm seus preços regulados no
âmbito do mercado internacional.
É válido ressaltar que, em se tratando do Brasil especificamente, houve um forte
movimento, entre 1930 e 1960, chamado Programa de Substituição de
Exportações, no qual buscou-se incentivar a indústria nacional. Apesar do avanço
alcançado neste período, atualmente, o Brasil ainda importa diversos produtos
industrializados e exporta commodities.
2.3 Modelo Padrão de Comércio
Vimos até aqui o quanto uma economia pode depender da oferta de um fator de
produção, para que seja bem-sucedida, e quantos são os pressupostos para que a
teoria seja aplicável e aceita. Mas, pelo que você compreendeu, será que, no mundo
real, isso ocorreria?
Neste tópico, vamos estudar um pouco um modelo-padrão de uma economia
mundial com comércio desenvolvido por Krugman, Obstfeld e Melitz (2015). Este
modelo se apropria de alguns referenciais teóricos importantes na área da
Microeconomia, como o conceito de Curvas de Indiferença, que diz respeito às
preferências dos consumidores em relação à aquisição dos bens indispensáveis à
sua reprodução material. Você analisará neste tópico, ainda, os efeitos da aplicação
de tarifas e subsídios sobre o comércio exterior.
2.3.1 Fronteiras de possibilidade de produção, isovalor, curvas
indiferença, tarifas e subsídios
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Krugman, Obstfeld e Melitz (2015, p. 68) afirmam que o modelo padrão de comércio
possui quatro fundamentos. Clique nos itens a seguir para conhecê-los. 
A relação entre a fronteira de possibilidades de produção e a curva
de oferta relativa.
A relação entre preços relativos e a demanda relativa.
A determinação do equilíbrio mundial pela oferta relativa mundial e
pela demanda relativa mundial.
O efeito dos termos de troca (preço de exportação dividido pelo
preço das importações) sobre o bem-estar da nação.
Iniciando nossa análise pelas possibilidades de produção e oferta relativa, vamos
supor que estejamos analisando dois países, I e II, e cada país produza apenas dois
bens, alimentos (A) e tecidos (T).
Observe no gráfico a seguir, as produções e a curva de possibilidades de produção
(PP).
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É importante termos clareza que o ponto onde há, efetivamente, produção sobre a
fronteira de possibilidades depende da relação de preço entre os fatores, ou seja,
entre tecidos e alimentos, dado por P /P Podemos ver também no gráfico acima,
as várias linhas de isovalor, isto é, linhas que não apresentam oscilação na
produção, ou seja, esta é constante.
Cada uma das linhas é definida pela equação Q = V/P – (P /P )/Q sendo que V
representa o valor do produto. Dessa forma, quanto maior for o V, mais deslocada
acima e à direita estará a linha do isovalor, assim demonstrando valores mais altos
Figura 7 - Economia cuja fronteira de possibilidades de produção é representada por PP e Q será a
quantidade produzida de ambos os bens dada a isovalor mais alta possível. Fonte: KRUGMAN;
OBSTFELD; MELITZ, 2015, p. 69.
T A. 
A A T A. T
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da produção. Observando a equação, suponhamos que o preço relativo dos tecidos
aumente, isso indica que a oferta relativa de tecidos também aumentará. Você
pode, portanto, perceber que as linhas de isovalor dizem respeito à oferta de bens
na economia, e sua disponibilização para transações internacionais.
O modelo padrão de comércio é uma das maneiras que podemos analisar os movimentos comerciais
internacionais. Para ampliar sua compreensão, leia o capítulo cinco do livro “Economia Internacional”
de Krugman, Obstfeld e Melitz (2015), disponível na biblioteca virtual.
Ao considerar esses fatores, segundo o gosto dos consumidores, a economia
escolherá um ponto específico sobre a linha de isovalor. No intuito de simplificar o
modelo, entendemos que “as decisões de consumo da economia estejam baseadas
nas preferencias de um único indivíduo representativo” (KRUGMAN; OBSTFELD;
MELITZ, 2015, p. 89). Isto se deve ao fato da modelagem buscar ser explicativa para
o maior número de casos possíveis.
Observe o gráfico a seguir e perceba estas características de maneira mais prática.
VOCÊ QUER LER?
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Neste gráfico podemos perceber que as linhas de isovalor ficam mais inclinadas
conforme o preço relativo para os tecidos aumenta, movimento este ilustrado de
vv¹ para vv². Como resultado final, esta nossa economia sai de uma produção de Q¹
para Q², resultando assim numa produção demais tecidos e menos alimentos.
Outro ponto relevante diz respeito as curvas de indiferença. Você já ouviu falar
delas? Na prática, estas curvas, mostram de maneira gráfica as preferências dos
indivíduos. Ou seja, qual combinação de consumo entre tecidos (T) e alimentos (A)
satisfazem o indivíduo, e determinam a demanda por produtos na economia.
Figura 8 - Como um aumento no preço relativo de tecidos impacta a oferta relativa. Fonte: KRUGMAN;
OBSTFELD; MELITZ, 2015, p. 89.
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Três características são básicas, quando falamos destas curvas, Clique e veja a
seguir. 
Perceba no Gráfico a seguir, que a produção de bens na economia será realizada no
ponto da linha de isovalor que maximiza o bem-estar do consumidor
representativo. Este ponto está localizado onde a linha de isovalor tangencia a
maior curva de indiferença. Neste ponto, há um excesso de demanda por
alimentos, e um excesso de oferta de tecidos, que serão compensados pelo
comércio de importação e exportação.
Elas são negativamente inclinadas, ou seja, se for oferecido para um
indivíduo uma redução do consumo em T, esta redução deve ser
compensada pelo aumento do consumo em A.
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Tarifas e Subsídios
Você sabe o que são tarifas e subsídios? No geral, podemos pensar nas tarifas como
algo que aumenta o preço dos produtos importados, pois correspondem à
cobrança de impostos, por parte do governo, sobre esses produtos. Já os subsídios
podem ser compreendidos como auxílios que buscam incentivar determinados
setores ou segmentos da economia.
Figura 9 - Determinação do volume de consumo e demanda no modelo padrão de comércio. Fonte:
KRUGMAN; OBSTFELD; MELITZ, 2015, p. 95.
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Krugman, Obstfeld e Melitz (2015) relacionam tarifas a importações e subsídios a
exportações. Os subsídios podem ser exemplificados a partir de concessões fiscais
(como redução de impostos), ou pagamentos diretos aos exportadores (para baixar
os preços dos bens no mercado internacional), ou, ainda, mecanismos de
financiamento a juros inferiores aos praticados no mercado, para desenvolver
investimentos.
Vale, no entanto, enfatizar que, em alguns raros casos, observa-se a aplicação de
tarifas também à atividade exportadora.
CASO
Determinado governo percebe que há um setor de sua economiacujo interesse em exportar vem
crescendo, por exemplo, o setor calçadista. Porém, quando pensamos em exportação, devemos
olhar também para a concorrência internacional. Ao fazer essa análise, os empresários percebem
que não são tão competitivos quanto seus possíveis concorrentes no mercado internacional. O
preço final por produto, com margens de lucros equivalentes, são de U$$ 10,00 no cenário
internacional e U$$ 13,00 no mercado interno. Devemos, então, deixar de exportar?
A resposta é não.
Sabendo disto, o governo entra em cena, fornecendo subsídios à exportação. Estes subsídios
podem vir em formato de pagamentos ou redução de alíquotas fiscais. Fazendo isto, o governo
contribui para o aumento da competitividade internacional das empresas nacionais. Neste caso, o
governo entra com o subsídio de três dólares, logo os interessados em exportar terão condições
equivalentes de competição.
Partindo do nosso exemplo, percebe-se que o subsídio auxiliou a empresa nacional,
porém se olharmos do ponto de vista dos termos de troca, fator relevante quando
falamos em termos de modelo-padrão do comércio, perceberemos um impacto
negativo. Lembre-se que os termos de troca expressam a relação entre os preços
dos produtos exportados e dos produtos importados. No exemplo, o impacto pode
ser negativo pelo fato de reduzir esses termos de troca, que se tornam
desfavoráveis à economia nacional.
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Assim, tanto subsídios, quanto as tarifas fazem com que exista uma diferença entre
os preços praticados no mercado mundial e no mercado interno. No caso dos
subsídios, torna-se mais interessante para os produtores exportarem, visto que há
incentivos e fica mais lucrativo.
VOCÊ SABIA?
Um país não pode conceder subsídios ou impor tarifas de maneira indiscriminada. Caso algum
outro país se sinta lesado, este pode acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) para que
esta analise sua solicitação.
Já do ponto de vista das tarifas (aumento do preço dos produtos importados), os
bens que são importados tornam-se mais caros dentro do país, se comparado aos
valores de fora. Isto é geralmente utilizado como forma de proteção da indústria
nacional (KRUGMAN; OBSTFELD; MELITZ, 2015).
2.4 Economias externas de escala
Como sabemos, David Ricardo foi o fundador da teoria das vantagens
comparativas. Um dos elementos fundamentais para a compreensão da teoria,
parte da astuta observação de Ricardo quando da especialização na produção, por
parte do país, nos itens para os quais ele tenha maior vantagem na produção. Você
já percebeu que alguns países têm maior vocação para a produção de alguns itens
em detrimento de outros? Observe seu dia a dia, de onde vêm alguns segmentos de
produtos que você utiliza? Seu carro, aparelhos eletrônicos, dentre tantos outros
bens de consumo, não vêm do mero acaso, é Economia Internacional. Vamos
compreender neste tópico mais a respeito da vantagem comparativa e dos padrões
do comércio internacional.
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2.4.1 Vantagem comparativa e padrões do comércio internacional
Para dar início ao estudo deste tópico, apresentaremos os conceitos de vantagem
absoluta e vantagem comparativa. Clique na interação a seguir.
O fator vantagem tem chamado a atenção de pensadores
e pesquisadores econômicos desde 1776, quando Adam
Smith, em sua obra “A riqueza das nações” (usamos para
este conteúdo, uma edição de 2007) chama atenção para
o fato que nações poderiam ter vantagens absolutas na
produção de determinados elementos em comparação
com seus vizinhos e, por consequência concorrente. 
Smith (2007) sugere que cada nação deveria concentrar
seus esforços de produção naqueles produtos em que
tivessem uma vocação considerada natural, otimizando,
assim, a utilização dos fatores de produção e, por
consequência, reduzindo os riscos e os custos envolvidos
nos processos produtivos. A essa teoria deu o nome de
teoria das vantagens absolutas. 
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Contudo, David Ricardo, em sua obra “Princípios de
economia política e tributação”, de 1817 (usamos uma
edição de 2018 neste conteúdo), apresentou, dentre
outras coisas, o conceito do que veio a chamar Teoria das
Vantagens Comparativas.
Ricardo (2018) afirma que cada país deveria especializar-
se na produção de itens que tivessem maiores vantagens
comparativas, ou seja, quando da comparação entre dois
setores de atividade econômica entre duas nações,
aquele que apresentasse uma menor mobilização de mão
de obra no processo produtivo teria maior vantagem
comparativa na produção de determinado elemento.  
Ricardo utilizou como exemplo o caso do comércio
internacional já existente entre Portugal e Inglaterra. Em
ambos os casos, era possível verificar a existência de
vantagens absolutas na produção de determinados
produtos e, por consequência, a existência de vantagens
comparativas. 

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Quando estudadas as realidades produtivas de cada
nação, Ricardo (2018) percebeu que seria mais lógico
para Inglaterra, por conta dos baixos custos de produção,
o foco intensivo na produção de tecidos, e Portugal, por
conta do clima e de condições relacionadas à qualidade
da terra, deveria se especializar na produção de vinhos. 
O pensamento de David Ricardo sobre esses assuntos nos
faz refletir sobre o que aconteceria com o mundo,
quando somente a um dos países fosse permitida a
produção, comercialização e consumo de determinado
item. Certamente, teríamos sérios problemas para a
produção de nossos produtos. 
A diferença principal entre a teoria das vantagens
absolutas (de Smith) e a teoria das vantagens
comparativas (de Ricardo), é que Smith considerava
móveis todo e qualquer fator de produção, desde que
movimentados internamente (ou seja, dentro de um
espaço econômico). 
 
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Entretanto, quando considerado o comércio internacional, a situação se colocava
de maneira diferente: embora para Smith fosse possível movimentar os fatores de
produção dentro do país, para Ricardo analisá-los da mesma maneira se colocava
como tarefa virtualmente impossível, pois a quantidade de tempo e mão de obra
dedicada ao trabalho poderia ser determinante para a obtenção de menores custos
de produção, assim levando ao país A, a possibilidade de conquistar uma vantagem
comparativa em relação ao país B, quando levado em consideração, o fator de
produção trabalho.
Quando falamos em teoria da vantagem comparativa, estamos nos baseando na
hipótese de retornos constantes de escala. Ou seja, supomos que se dobrarmos os
insumos, a produção também dobraria. Porém, há muitos setores que este retorno
é ainda superior, neste caso temos a chamada economia de escala.
 
Economia de escala
Economias de escala também são chamadas de retornos crescentes de escala, e
implica que um setor é mais eficiente quanto maior for a escala na qual ele ocorre.
Assim, se dobrarmos os insumos, mais que dobraremos a produção.
Sandroni (1999) afirma que economia de escala diz respeito à produção de bens em
escala ampla, larga, buscando redução de custos. Assim, se temos uma máquina
que normalmente trabalha oito horas por dia, e optarmos por usar a máquina por
16 horas por dia (sem que ela quebre), alcançaremos economia na (ou de) escala,
pois a máquina já está ali, tendo seucusto fixo computado.
É fato que os demais custos crescerão, porém, de maneira geral, a máquina tende a
ser o principal.
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Esta economia pode ser chamada de economia interna de escala. Além da existência
de economias internas, pode haver as economias externas de escala. De maneira
simplificada, o termo interno x externo refere-se à relação com a empresa.
Ora, se a economia for interna, é inerente ao funcionamento da firma, na qual os
custos dependem do tamanho da empresa e resultam em um rompimento da
concorrência perfeita, tornando-se, assim, uma concorrência imperfeita. Não
dependem do tamanho do setor de atividade.
Já em se tratando da economia externa de escala, está relacionada ao setor e não à
empresa. Krugman, Obstfeld e Melitz (2015, p. 89) afirmam que “as economias de
escala externas ocorrem quando o custo por unidade depende do tamanho do
setor, mas não necessariamente do tamanho de uma empresa qualquer”. São casos
Figura 10 - Relacionando custo e receita percebemos que quando reduzimos o primeiro, a tendência é
o segundo aumentar. Uma das formas desta relação acontecer é por meio de economia de escala.
Fonte: SceneNature, Shutterstock, 2018.
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de economias externas de escala, a existência de aglomeração de produtores ou
especialização geográfica, que geram redução de custos para todas as empresas
daquele setor de atividade.
Exemplificando, considere a seguinte situação: em uma economia, se a produção
setorial fosse constante em 500 unidades e houvesse cinco empresas, cada uma
delas produzindo 100 unidades, se, por ventura, houvesse um corte no número de
empresas, passando de cinco para três empresas, mas a quantidade produzida se
mantivesse em 500 unidades, a tendência é que teríamos um aumento de eficiência
e uma redução de custos (na escala) sendo esta chamada de economia interna de
escala. Neste caso, cada empresa (agora, apenas três) iria aumentar a sua
quantidade produzida e se beneficiar da existência de economias de escalas, o
custo médio de cada unidade produzida iria se reduzir.
Agora, se houvesse um aumento na quantidade de empresas, dobrando de cinco
para dez empresas, e a produção passasse de 500 para 1.000 unidades, é possível
que haja queda em certos custos devido ao aumento do setor, ou seja, economia
externa de escala. Uma hipótese seria a melhora na capacidade de provisionar as
vendas ou, ainda, nas necessidades de máquinas e equipamentos.
Podemos ver, desta forma, que as vantagens comparativas e as possibilidades de
especialização do comércio, quer seja com a utilização da economia de escala
interna ou externa, induzem a modificação dos padrões de comércio internacional,
pois os países e as empresas observam atentamente aos cenários e reagem,
modificando, assim, as formas e disposições do contexto e, consequentemente, do
comércio internacional.
Síntese
Chegamos ao fim de mais um capítulo. Estudamos o que são e como funcionam os
blocos econômicos e a união monetária. Entendemos a aplicação de alguns
modelos de comércio internacional, Hecksher-Ohlin H-O e o padrão de comércio e
vimos, a partir das teorias de Adam Smith e David Ricardo, como são as economias
externas de escala, compreendendo as vantagens absolutas e comparativas. 
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Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
conceituar o que é um bloco econômico;
verificar as consequências positivas e negativas da formação e da
participação dos países em blocos;
analisar as principais características do modelo Hecksher-Ohlin;
compreender os componentes do modelo padrão de comércio;
analisar as linhas de isovalor e as curvas de indiferença;
conceituar economias de escala, bem como sua importância para a
compreensão do funcionamento da firma;
diferenciar economias de escala interna e externa;
compreender o impacto real da teoria das vantagens comparativas.
Bibliografia
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08/06/2022 21:56 Economia Internacional
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