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08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgmO… 1/39 ECONOMIA INTERNACIONAL CAPÍTULO 2 - UM ESTUDO TEÓRICO – QUAIS OS MODELOS DE COMÉRCIO INTERNACIONAL? Janypher Marcela Inácio Soares INICIAR Introdução Basta olhar ao redor, para percebermos como a sociedade atual tem características que a tornam interligada e interdependente e, basicamente, sem fronteiras. Vamos pensar: seu celular é nacional? Seu computador, seus óculos, relógio, carro ou perfume são fabricados onde? Esses produtos podem até ser fabricados no Brasil, mas é bem provável que a maior parte das marcas disponíveis no mercado não o sejam. Isto é possível devido a um processo chamado globalização. Intensificada em meados dos anos 1990, a globalização surge como um processo que visa conduzir a economia mundial, por meio das forças de mercado, ao sucesso econômico e à ampliação da qualidade de vida das pessoas. Isso, é claro, seguindo a lógica do consumo, que guia os mercados. 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgmO… 2/39 Mas, para que os produtos de outros lugares cheguem até nós, se faz necessário o comércio internacional. Quando falamos de Economia Internacional e consideramos, por exemplo, as negociações que podem ocorrer entre países, devemos considerar duas relevantes teorias sobre o tema. A primeira é a Teoria de Heckscher-Ohlin, desenvolvida por dois suecos, Eli Heckscher e Bertil Ohlin, em 1970, e a segunda, a Teoria das Vantagens Comparativas, criada por David Ricardo, em 1817. Esta última é considerada uma das bases para os estudos sobre comércio internacional, a partir dos impactos das relações comerciais entre países para a economia mundial. Acompanhe com atenção e bons estudos! 2.1 Blocos econômicos e união monetária Atualmente, globalização e internacionalização econômica apresentam conotações diferentes. Para Souza (2009, p. 170) “a globalização é definida como a livre movimentação, em nível internacional, de mercadorias, capitais, força de trabalho e conhecimento”. Já a internacionalização econômica tem relação com um processo de regionalização da economia mundial. Em outras palavras, a formação de grupos de países caracteriza o que chamamos de integração econômica regional, que permitiu a formação de blocos econômicos. Esse tema será alvo de nossos estudos. Mas o que são blocos econômicos? Todos eles são iguais? Quais as vantagens e desvantagens de se fazer parte de um bloco? A seguir, vamos buscar responder a estes e outros questionamentos igualmente importantes. 2.1.1 Os blocos econômicos Quando pensamos em blocos econômicos, é preciso ter clareza do que isto significa. Podemos pensar em conglomerados de países, o que não está completamente incorreto. De acordo com Mariano e Carmo (2016), para que 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgmO… 3/39 consigamos compreender o conceito, devemos, inicialmente, entender que integração econômica é um processo que agrega diferentes economias. Clique na interação a seguir para continuar lendo. Esta integração pode ser obtida por meio da redução ou eliminação de barreiras, sejam elas relacionadas ao comércio ou à circulação de fatores de produção. Integração também se refere ao alinhamento de políticas econômicas, buscando implementar um mercado coeso. Os autores afirmam que é comum alguma divergência quando se trata da definição conceitual do termo. Para Appleyard e seus colaboradores (2010), a integração econômica diz respeito a integrar a economia de países diferentes. Parece óbvia esta definição, não é mesmo? Porém, é importante termos clareza do que isto significa, pois este conceito será a base de todo o nosso estudo. Esta integração não ocorre de maneira brusca, mas de forma gradativa e, algumas vezes, por etapas ou fases. 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgmO… 4/39 A seguir, falaremos sobre os estágios de integração. Acompanhe! A intenção da integração é reduzir as barreiras à circulação de mercadorias e serviços. Assim, quanto maior a redução, mais os países começam a perceber as vantagens desse processo. É válido ressaltar aqui, a importância da soberania nacional, a partir da qual, os países, apesar de formarem coalizões voltadas para aspectos econômicos, não aceitam, de forma nenhuma, sacrificar o controle das mercadorias que passam em suas alfândegas. Para permitir que se mantenha a soberania, mesmo em um processo de integração, é usual que seu desenvolvimento se dê por fases, pois “os países que entram em acordos comerciais especiais, logo percebem que, quanto mais eles eliminam restrições sobre a circulação de mercadorias e serviços entre membros do grupo, mais perdem o controle nacional da economia” (APPLEYARD et al., 2010, p. 416). 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgmO… 5/39 Estágios de integração Como já vimos, há diversos estágios pelos quais o processo de integração pode passar. Estes, variam de acordo com a abrangência e dimensão dos compromissos assumidos. Mariano e Carmo (2016) apontam seis estágios de integração: acordo comercial preferencial, área ou zona de livre comércio, união aduaneira, mercado comum, união econômica e união econômica total. Já Appleyard e seus colaboradores (2010) indicam quatro tipos mais comuns de estágios: área de livre comércio; união aduaneira, mercado comum e união econômica. Usaremos, aqui, a divisão elaborada por Mariano e Carmo (2016), que trazem mais detalhes sobre as etapas e estágios. Figura 1 - A integração econômica ocorre por meio de dois ou mais países que se relacionam por meio de acordos ou tratados de contribuição mútua. Fonte: Leifstiller, Shutterstock, 2018. 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgmO… 6/39 Antes de prosseguirmos, é importante ressaltar que não há necessidade de os países passarem por os estágios. Cabe aos países envolvidos escolherem qual será o objetivo e as características de sua integração. Na primeira fase apontada pelos autores, acordo comercial preferencial, os países envolvidos estabelecem barreiras comerciais menores que as aplicadas com os demais. Em um caso, por exemplo, onde os países A e B celebram este acordo, isto implica que entre eles, as barreiras e taxas comerciais serão menores que as praticadas com o país C, por exemplo. Isto implica em uma melhor condição comercial para os envolvidos e, consequentemente, para a população destes, pois passará a ter acesso a produtos que anteriormente não tinham, ou tinham a preços mais elevados. Quando falamos da área ou zona de livre comércio, estamos falando da eliminação de barreiras comerciais, quer sejam elas tarifárias ou não tarifárias, entre os países envolvidos. Vale lembrar, ainda, que cada membro adota, individualmente, a política comercial em relação a terceiros da forma que lhe for conveniente. Alguns autores apontam esta classificação como sendo uma FTA – Free Trade Area, o que nada mais é que zona de livre comércio, porém em inglês. É válido ressaltarmos que esta eliminação de barreiras, muitas vezes, não diz respeito à totalidade de produtos comercializados entre os países, mas sim a uma boa parte deles. Para os demais, há um tratamento especial. No nosso exemplo anterior, entre os países A e B, são eliminadas as barreiras tarifárias e não-tarifárias em relação a uma pauta de produtos, ou elas têm uma condiçãoespecial. Porém, quando um deles negocia com um terceiro, o país C, não membro da área de livre comércio, estas taxas não são as mesmas vigentes do acordo entre os países A e B, mas sim, são as taxas aplicadas usualmente quando do comércio internacional para com os demais países não pertencentes ao acordo. Por isso, diz-se que a política comercial adotada pelas nações não pertencentes ao acordo, são determinadas pelos países individualmente, e da forma que for mais apropriada. 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgmO… 7/39 VOCÊ SABIA? É muito comum a confusão entre barreiras tarifárias e barreiras não tarifárias. Por isso, é importante saber a diferenciação. Quando falamos em barreiras tarifárias estamos pensando em medidas impostas por governos, por exemplo a fixação de tarifas aduaneiras. Já as barreiras não tarifárias são mecanismos subjetivos para controlar, composição, volume e características dos produtos, também governamentais. Como exemplo podemos citar cotas de importação, características de embalagens e licenças prévias (VAZQUEZ, 2008). Um clássico exemplo de Área de Livre Comércio é o NAFTA (North American Free Trade Agreement) ou Tratado Norte-Americano de Livre Comércio. Formado em 1994 pelos países Canadá, México e Estados Unidos, tinha como intuito reduzir e eliminar as barreiras entre estes países. Este tratado foi integralmente substituído em outubro de 2018, pelo Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA, na sigla em inglês), sendo esta uma tentativa de renovar e resgatar esta zona de livre comércio, sobretudo após a imposição de tarifas, pelos Estados Unidos, à importação de aço e alumínio do Canadá, na esteira de um processo de proteção do mercado estadunidense que tem sua face mais clara nas relações de comércio com a China. A união aduaneira considera as etapas anteriores, ou seja, a eliminação das barreiras conforme a área de livre comércio, porém é acrescida de uma nova característica, a TEC (Tarifa Externa Comum), ou seja, entre eles, os países não possuem barreiras e quando negociam com os demais, adotam a mesma política comercial. Perceba que aqui, diferentemente do que ocorre na zona de livre comércio, as barreiras aplicadas aos não-membros precisam ser as mesmas, e não diferentes, o que já elimina a situação variável que acontecia na Área de Livre Comércio. 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgmO… 8/39 Quando falamos em TEC, estamos nos referindo a uma política comercial externa comum, pois estes países abrem mão da liberdade de negociar com as demais nações, para manterem as mesmas características. No nosso exemplo, pense agora que os países A e B não possuem barreiras entre si e que, ao transacionarem com C, ambos praticam as mesmas tarifas. Sabemos que em todos os processos há prós e contras, vantagens e desvantagens. Perceba que, para países com melhores estruturas e condições, esta redução pode ser benéfica, porém em casos de países nem tão competitivos, estes podem acabar por não conseguir competir com os demais. Mariano e Carmo (2016) apontam o Mercosul (Mercado Comum do Sul) como um exemplo de União Aduaneira, no qual os países membros (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) desfrutariam destes incentivos. O Mercosul foi estabelecido pelo Tratado de Assunção em 1991, como uma tentativa de reaproximação entre Figura 2 - A liberdade comercial incentiva as transações internacionais. Fonte: peresanz, Shutterstock, 2018. 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgmO… 9/39 Brasil e Argentina. A ideia original era que sua evolução atingisse as características de um mercado comum. No entanto, o Mercosul vem passando por dificuldades em se estabelecer como uma simples união aduaneira. O mercado comum prevê, além das integrações já citadas, a livre-circulação dos fatores de produção (capital, mão de obra e tecnologia) entre os membros. Em outras palavras, dinheiro e pessoas podem circular de maneira livre entre os países que fazem parte deste tipo de mercado. Para que isso seja possível, torna-se necessário, além do estabelecimento de uma política comercial externa comum, a unificação de algumas políticas internas, como a que diz respeito ao mercado de trabalho (políticas trabalhistas), viabilizando a livre-circulação da força de trabalho (fator de produção representado aqui pela mão de obra). Neste estágio, os países alcançaram um nível mais elevado de integração econômica, porém, tem reduzida sua liberdade, enquanto nações isoladas (APPLEYARD et al., 2010). Além disso, “os Tratados de Roma de 1957 estabeleceram um mercado comum dentro da Comunidade Europeia (CE), que oficialmente começou em 1º de janeiro de 1958, e que se tornou a União Europeia (UE) em 1º de novembro de 1993”, esta última, na época, no formato de mercado comum (APPLEYARD et al., 2010, p. 417). Retomando o nosso exemplo, dizer que há um mercado comum entre os países A e B implica dizer que as pessoas de A podem transitar livremente e trabalhar em B (e vice-versa), os fluxos de capitais também são livres, proporcionando uma integração muito maior entre A e B. Devido a sua importância e complexidade, os próximos dois estágios de integração, união econômica e união econômica total serão trabalhados do próximo item. 2.1.2 União monetária Quando falamos em união monetária o que vem a sua mente? Muito provavelmente união da moeda, não é? E esta lógica está parcialmente correta, vamos entender a seguir. Clique na interação. 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgm… 10/39 Já quando nos referimos a políticas fiscais, são políticas relacionadas ao fisco, ou seja, impostos. Trata-se de tudo o que está relacionado com arrecadação tributária, controle de despesas públicas, determinação de alíquotas, dentre outros. Muito provavelmente você já ouvir falar sobre o Brexit, movimento de saída do Reino Unido da União Europeia. Mas o que isto significa na prática? Assista ao vídeo (GILES, 2018) disponível no link para entender melhor: <https://www.youtube.com/watch?v=csva3sa7jeM (https://www.youtube.com/watch?v=csva3sa7jeM)>. Esta fase é o último estágio e o mais completo deles, pois contempla todas as características de mercado comum, a unificação das instituições e das políticas econômicas em todos os países membros (APPLEYARD et al., 2010). Apesar de ainda Retomando os estágios de integração que estávamos analisando, quando falamos em união monetária, estamos nos referindo à unificação ou alinhamento das políticas econômicas, mais especificamente das políticas monetárias, podendo chegar até a adoção de uma moeda única (MARIANO; CARMO, 2016). VOCÊ QUER VER? https://www.youtube.com/watch?v=csva3sa7jeM 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgm… 11/39 existirem organismos políticos diferenciados, há uma união estabelecida por instituições supranacionais cujas medidas impactam e relacionam todos os países membros. Diferentemente de Mariano e Carmo (2016), Appleyard e colaboradores (et al., 2010) admitem ainda que, quando há uma moeda única, este bloco se tornará uma União Monetária. É válido, contudo ressaltarmos que nem todo bloco econômico aspira chegar a este estágio, porém, quando chegam, temos um dos níveis mais complexos e difíceis na prática. Aqui, os países membros veem sua soberania nacional ser extremamente reduzida, e também sua independência no que diz respeito às políticas econômicas. Por isso, é difícil todos os países membros aceitaremas condições impostas pelo todo. Atualmente, a União Europeia se encontra neste estágio. Figura 3 - Bandeira da União Europeia: doze estrelas douradas sobre um fundo azul, demonstrando unidade, harmonia e solidariedade entre os povos membros do bloco. Fonte: symbiot, Shutterstock, 2018. 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgm… 12/39 Conforme vimos, ainda há outro estágio, união econômica total, aqui o pressuposto diz respeito à união de todas as políticas econômicas – monetária, fiscal, de renda, comercial e cambial. Para que esta funcione, deve haver claramente a presença de entidades supranacionais que regulem todos os aspectos da política econômica. Ainda não há bloco de integração neste nível; por fim, a União Política prefiguraria a fusão absoluta entre duas ou mais nações (BAUMANN; CANUTO; GONÇALVES, 2004) 2.2 Modelo H-O Neste tópico vamos entender um pouco sobre o Modelo H-O, também chamado de modelo Heckscher-Ohlin. Por meio dele, perceberemos que cada país busca especializar-se em determinado produto ou segmento que vai ao encontro da realidade dos recursos que este já possui, sendo estes representados não apenas pelo fator de produção trabalho, como visto na Teoria das Vantagens Comparativas, mas também pela disponibilidade de outros fatores de produção, tais como terra, capital e recursos minerais. A ideia do modelo de maneira sucinta é que cada país deve se especializar em produzir aquilo que possui em maior abundância, ou seja, o país deve focar no elemento que possui em maior quantidade na sua economia. Nos itens a seguir, detalharemos melhor esta ideia. 2.2.1 Preços e fatores de produção Neste momento, você pode estar se perguntando, o que significa o Modelo H-O? Como já mencionamos, o modelo Heckscher-Ohlin, ou modelo H-O, nada mais é do que um Modelo desenvolvido por dois economistas suecos no início do século XX, são eles: Eli Heckscher (em 1919) e Bertil Ohlin (em 1933). Este modelo também é conhecido como Teoria das Proporções dos Fatores. 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgm… 13/39 Bertil Ohlin (1899-1979), fundador da moderna teoria do comércio internacional, professor visitante em Cambridge e Harvard, durante muito tempo dedicou-se aos estudos da teoria monetária e do desemprego. Foi ganhador do Prêmio Nobel de Economia no ano de 1977. O prêmio foi motivado pela sua contribuição à teoria do comércio internacional e movimentos internacionais de capital (THE NOBEL PRIZE, 2018). O modelo afirma que um país deve focar sua produção em itens derivados de recursos que possui em abundância. Esta afirmação parte de algumas suposições simplificadoras realizadas por Heckscher e Ohlin. Appleyard e colaboradores (2010, p. 127-128) apontam nove, que listamos a seguir. Clique para ver. Os dois países analisados possuem dois bens sem diferenciação, dois fatores produtivos sem diferenciação, cujo preço inicial é fixo, porém diferente para cada um deles. A tecnologia é a mesma nos dois países, ou seja, as funções de produção são as mesmas para os dois países. Os retornos de escalas são constantes para as duas mercadorias nos dois países. As duas mercadorias possuem diferentes intensidades relativas de fatores, e as respectivas intensidades de fator de mercadoria são as mesmas para todas as razões de preços de fatores. VOCÊ O CONHECE? 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgm… 14/39 Preferências e gostos são homotéticos, ou seja, são os mesmos nos dois países e para qualquer conjunto de preços, os bens são consumidos nas mesmas quantidades relativas para todos os níveis de renda. A concorrência entre os países é perfeita. Há mobilidade dos fatores dentro dos países, mas não entre os países. Não há custos de transporte. Não há restrição ao movimento de bens entre os países ou interferência na precificação ou na produção pelo mercado. Duas características são essenciais para que o modelo H-O seja aceito: as dotações de fatores, ou seja, a verba destinada ao fator, são diferentes em cada país; e as mercadorias são sempre intensivas em um dado fator, ou seja, há predominância em um ou outro fator, independentemente, dos preços relativos dos fatores (APPLEYARD et al., 2010). VOCÊ QUER LER? 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgm… 15/39 Quando refletimos sobre a economia internacional, percebemos que o modelo H-O apresenta as bases para o comércio. Para entender isso melhor, leia o capítulo oito do livro “Economia Internacional” (APPLEYARD et al., 2010), disponível na biblioteca virtual: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788563308641 (https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788563308641)>. No livro, você pode encontrar um detalhamento profundo das aplicações e implicações da utilização deste modelo. Quando pensamos em abundância de um ou outro fator, devemos pensar que esta definição de abundância pode ser explicitada quanto à abundância relativa de duas formas: na definição física (quantidade dos fatores) e na definição do preço (preço relativo dos fatores). Clique na interação a seguir para continuar o seu estudo. Vamos considerar que existam dois fatores de produção, capital (K) e trabalho (L). O país A possui capital em abundância, já o país B é mais dotado no fator trabalho. Sendo assim, pode-se dizer que a razão entre capital e trabalho (K/L) do país A é maior que a razão (K/L) no País B. A B Logo: [(K/L) > (K/L) ] A B https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788563308641 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgm… 16/39 Perceba que no modelo H-O a ênfase principal é dada para a quantidade relativa dos fatores e não para o tamanho do país, pois “um país com menos unidades absolutas de capital físico do que um país com grande quantidade ainda pode ser o país abundante em capital, desde que o montante de capital em relação ao trabalho seja maior do que a mesma proporção no país menor” (APPLEYARD et al., 2010, 158). Assim, a determinação do preço é baseada nos preços relativos de capital e trabalho, para determinar qual abundância caracteriza cada um dos dois países. Segundo esta premissa, o país A, abundante em capital, possui a seguinte razão entre preço ou taxa de aluguel do capital (r) e o preço ou salário do trabalho (w). Logo: [(r/w) < (r/w) ]A B 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgm… 17/39 Em um primeiro momento, esta relação não aparenta ter problema, porém existem países muito populosos, com um baixo preço relativo de trabalho (China e Índia são um exemplo) e, em contrapartida, há países, como Estados Unidos e Alemanha, onde o cenário é o contrário. Você pode estar se perguntando, nestes casos o modelo H-O não deve ser utilizado? Nada disso! O modelo pressupõe, como vimos no começo deste tópico, tecnologia, gostos e preferências homogêneas, ou seja, iguais, para os países analisados. Isto faz com que continue válido. Do ponto de vista prático, isso é possível, pois nos casos supracitados temos que levar em conta o preço do fator que não reflete apenas a oferta dos itens, mas também a demanda. E países mais estruturados tendem a ter uma demanda fortalecida, estruturada, o que impacta em um aumento do consumo final, em outras palavras, sua satisfação. Perceba que, a partir do conjunto de suposições realizadas e das razõesanalisadas, podemos concluir que a fronteira de possibilidades produtivas é diferente de país para país, unicamente em consequência da diferença da dotação dos fatores. Ou seja, no país A, a razão é menor que no país B. Desta forma, podemos interpretar a abundância relativa em termos de preços dados pela escassez relativa dos fatores. Quanto mais abundante for o fator, menor será o preço relativo deste. Observe que aqui estamos relacionando, em outras palavras, oferta do fator (também chamada de disponibilidade física) com o preço relativo do fator. 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgm… 18/39 VOCÊ SABIA? A Fronteira de Possibilidades de Produção (FPP), também conhecida como Curva de Possibilidades de Produção (CPP), é uma representação gráfica que mostra a quantidade máxima de um bem, que pode ser produzida, dada a quantidade produzida de outro bem. Considerando que os fatores de produção são limitados e utilizados de forma eficiente (pleno emprego dos recursos), para aumentar a produção de um bem é necessária a redução da produção de outro, de forma a liberar recursos. Costa e Santos (2012) afirmam que o ponto central do modelo é a tendência de direcionamento dos países analisados em aplicar seus esforços para os fatores que possuem em abundância. Suponha a existência de dois países, e vamos chamá-los de país I e país II. Ambos produzem tecidos e alimentos. Quanto aos fatores utilizados, vamos considerar apenas trabalho e terra. Cada um deles pode optar pela proporção que utilizará de cada fator de produção, assim, haverá uma curva de possibilidades de produção. O gráfico a seguir demonstra esta curva. 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgm… 19/39 Perceba no gráfico acima que quando Qt (quantidade de tecidos) for ampliada, Qa deverá obrigatoriamente ser reduzida, isto se deve à própria limitação dos recursos da economia em questão. O inverso também é verdade, se ampliar Qa, deveremos reduzir Qt. Para tomar a decisão do quanto produzir, tanto o país I, quanto o II, devem levar em conta a reta que tangencia a Fronteira de Possibilidade de Produção e indica a relação entre os preços do tecido e do alimento, ou seja, o preço relativo (Pt/Pa). Assim, quando a curva de possibilidade de produção (CPP) possuir a mesma inclinação da reta que se relaciona ao preço relativo, o mercado estará em equilíbrio, atingindo eficiência na alocação dos recursos. Ou seja, nessa situação, haveria o pleno emprego dos recursos: trabalho e terra. É válido relembrar que como lei base da economia a definição do preço dar-se-á pela oferta e demanda. Logo, se temos abundância em um fator (muita oferta), o preço relativo deste cairá. No modelo H-O esta relação implica em um menor custo de produção, ligado ao fator. Figura 4 - A Curva de possibilidade de produção indica a combinação entre produção de alimentos e produção de tecidos em um dado caso, aqui hipotético, dada a quantidade de recursos – trabalho e terra – disponíveis na economia. Fonte: COSTA; SANTOS, 2012, p. 23. 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgm… 20/39 No nosso exemplo, quem produzirá o que dependerá do recurso que há em abundância no país, pois isto será determinante para o custo deste fator. Se, por exemplo, o país I possui mais terras, ele produzirá alimentos (produto terra- intensivo), pois seu custo de produção será menor. Já se o país II possui em abundância o fator trabalho, este país irá se direcionar mais a produção de tecidos (produto trabalho-intensivo). Costa e Santos (2012) são enfáticos ao afirmarem que os países não deixam de produzir completamente o bem cujo fator não possuam em abundância, mas sim, que estes farão uso do comércio internacional, buscando suprir suas carências e dificuldades produtivas e ampliando a eficiência da econômica mundial. 2.2.2 Padrões de exportação Quando pensamos em padrão de exportação, devemos, primeiro, verificar o que significa um padrão. Um padrão tem relação com o formato costumeiro de execução, ou seja, a tendência ou característica principal de algo. No caso específico das exportações, vamos refletir um pouco sobre os padrões de exportações de países desenvolvidos e países em desenvolvimento. Refletindo do ponto de visto histórico, países que se encontram em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, no geral, passaram por um processo mais profundo de exploração e tem problemas econômicos e sociais profundos se comparados aos países desenvolvidos. Isto tende a impactar na realidade da produção também. Assim, podemos dizer que, no geral, países desenvolvidos exportam produtos ricos em tecnologia (tecnologia-intensivos) e com valor agregado mais alto, pois estes possuem um elevado investimento em educação, pesquisa e desenvolvimento, e vários outros aspectos que contribuem para a solidez das suas economias, bem como de suas indústrias. Os países que se destacam como exemplo neste aspecto são os Estados Unidos e a Alemanha. 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgm… 21/39 Por outro lado, países em desenvolvimento possuem carências educacionais, sociais, tecnológicas, dentre várias outras. Por esse motivo, possuem destaque, no geral, por duas frentes: mão de obra barata e/ou produtos agrícolas in natura, com baixo valor agregado. Quando falamos em mão de obra barata, estamos nos referindo a baixos salários e condições de trabalho ruins. Como destaque, podemos apontar a China e a Índia. O primeiro é mundialmente conhecido por exportar uma infinidade de produtos com baixo valor agregado. Com as exportações por ele realizadas, diversos segmentos vêm sendo abalados, um exemplo o setor da moda e têxtil, no qual diversas empresas renomadas e conhecidas já quebraram pelo fato de não conseguirem competir com os baixos custos envolvidos na produção nestes países. Figura 5 - Desenvolvimento de produto rico em tecnologia e com alto valor agregado, no geral, produzido e exportado por países desenvolvidos com destaque em pesquisa e desenvolvimento. Fonte: dboystudio, Shutterstock, 2018. 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgm… 22/39 Outro aspecto que é válido ser mencionado diz respeito a instalação de empresas nestes países cujos salários são baixos. Em busca de redução de custos, muitas empresas instalam suas fábricas nestas localidades. Analisando agora os países que exportam muitos produtos agrícolas, vamos entender o Brasil, de maneira mais detalhada. Sabemos que o Brasil se destaca na exportação da soja. Mas, você já se perguntou por que este movimento ocorre? Segundo o modelo H-O, muitos dos esforços brasileiros são destinados a este fim, e a qualidade do solo também contribui para a qualidade das safras. Apesar de ser algo bom exportar em grande escala, no que diz respeito ao valor agregado, produtos agrícolas proporcionam pouco retorno, se pensarmos na escala. Figura 6 - O excesso de contingente populacional contribui para a redução do preço da mão de obra e, dessa forma, o mercado de trabalho tem sua precificação afetada. Fonte: BartlomiejMagierowski, Shutterstock, 2018. 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgm… 23/39 VOCÊ SABIA? Uma commodity corresponde a um produto cujo padrão de qualidade e características gerais são uniformes, e destinadas especificamente ao comércio de exportação, e quenão se diferencia, de forma significativa, de acordo com a sua origem. Por exemplo, a soja brasileira e a soja americana são, essencialmente, iguais em suas características. Estes produtos têm seus preços regulados no âmbito do mercado internacional. É válido ressaltar que, em se tratando do Brasil especificamente, houve um forte movimento, entre 1930 e 1960, chamado Programa de Substituição de Exportações, no qual buscou-se incentivar a indústria nacional. Apesar do avanço alcançado neste período, atualmente, o Brasil ainda importa diversos produtos industrializados e exporta commodities. 2.3 Modelo Padrão de Comércio Vimos até aqui o quanto uma economia pode depender da oferta de um fator de produção, para que seja bem-sucedida, e quantos são os pressupostos para que a teoria seja aplicável e aceita. Mas, pelo que você compreendeu, será que, no mundo real, isso ocorreria? Neste tópico, vamos estudar um pouco um modelo-padrão de uma economia mundial com comércio desenvolvido por Krugman, Obstfeld e Melitz (2015). Este modelo se apropria de alguns referenciais teóricos importantes na área da Microeconomia, como o conceito de Curvas de Indiferença, que diz respeito às preferências dos consumidores em relação à aquisição dos bens indispensáveis à sua reprodução material. Você analisará neste tópico, ainda, os efeitos da aplicação de tarifas e subsídios sobre o comércio exterior. 2.3.1 Fronteiras de possibilidade de produção, isovalor, curvas indiferença, tarifas e subsídios 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgm… 24/39 Krugman, Obstfeld e Melitz (2015, p. 68) afirmam que o modelo padrão de comércio possui quatro fundamentos. Clique nos itens a seguir para conhecê-los. A relação entre a fronteira de possibilidades de produção e a curva de oferta relativa. A relação entre preços relativos e a demanda relativa. A determinação do equilíbrio mundial pela oferta relativa mundial e pela demanda relativa mundial. O efeito dos termos de troca (preço de exportação dividido pelo preço das importações) sobre o bem-estar da nação. Iniciando nossa análise pelas possibilidades de produção e oferta relativa, vamos supor que estejamos analisando dois países, I e II, e cada país produza apenas dois bens, alimentos (A) e tecidos (T). Observe no gráfico a seguir, as produções e a curva de possibilidades de produção (PP). 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgm… 25/39 É importante termos clareza que o ponto onde há, efetivamente, produção sobre a fronteira de possibilidades depende da relação de preço entre os fatores, ou seja, entre tecidos e alimentos, dado por P /P Podemos ver também no gráfico acima, as várias linhas de isovalor, isto é, linhas que não apresentam oscilação na produção, ou seja, esta é constante. Cada uma das linhas é definida pela equação Q = V/P – (P /P )/Q sendo que V representa o valor do produto. Dessa forma, quanto maior for o V, mais deslocada acima e à direita estará a linha do isovalor, assim demonstrando valores mais altos Figura 7 - Economia cuja fronteira de possibilidades de produção é representada por PP e Q será a quantidade produzida de ambos os bens dada a isovalor mais alta possível. Fonte: KRUGMAN; OBSTFELD; MELITZ, 2015, p. 69. T A. A A T A. T 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgm… 26/39 da produção. Observando a equação, suponhamos que o preço relativo dos tecidos aumente, isso indica que a oferta relativa de tecidos também aumentará. Você pode, portanto, perceber que as linhas de isovalor dizem respeito à oferta de bens na economia, e sua disponibilização para transações internacionais. O modelo padrão de comércio é uma das maneiras que podemos analisar os movimentos comerciais internacionais. Para ampliar sua compreensão, leia o capítulo cinco do livro “Economia Internacional” de Krugman, Obstfeld e Melitz (2015), disponível na biblioteca virtual. Ao considerar esses fatores, segundo o gosto dos consumidores, a economia escolherá um ponto específico sobre a linha de isovalor. No intuito de simplificar o modelo, entendemos que “as decisões de consumo da economia estejam baseadas nas preferencias de um único indivíduo representativo” (KRUGMAN; OBSTFELD; MELITZ, 2015, p. 89). Isto se deve ao fato da modelagem buscar ser explicativa para o maior número de casos possíveis. Observe o gráfico a seguir e perceba estas características de maneira mais prática. VOCÊ QUER LER? 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgm… 27/39 Neste gráfico podemos perceber que as linhas de isovalor ficam mais inclinadas conforme o preço relativo para os tecidos aumenta, movimento este ilustrado de vv¹ para vv². Como resultado final, esta nossa economia sai de uma produção de Q¹ para Q², resultando assim numa produção demais tecidos e menos alimentos. Outro ponto relevante diz respeito as curvas de indiferença. Você já ouviu falar delas? Na prática, estas curvas, mostram de maneira gráfica as preferências dos indivíduos. Ou seja, qual combinação de consumo entre tecidos (T) e alimentos (A) satisfazem o indivíduo, e determinam a demanda por produtos na economia. Figura 8 - Como um aumento no preço relativo de tecidos impacta a oferta relativa. Fonte: KRUGMAN; OBSTFELD; MELITZ, 2015, p. 89. 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgm… 28/39 Três características são básicas, quando falamos destas curvas, Clique e veja a seguir. Perceba no Gráfico a seguir, que a produção de bens na economia será realizada no ponto da linha de isovalor que maximiza o bem-estar do consumidor representativo. Este ponto está localizado onde a linha de isovalor tangencia a maior curva de indiferença. Neste ponto, há um excesso de demanda por alimentos, e um excesso de oferta de tecidos, que serão compensados pelo comércio de importação e exportação. Elas são negativamente inclinadas, ou seja, se for oferecido para um indivíduo uma redução do consumo em T, esta redução deve ser compensada pelo aumento do consumo em A. 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgm… 29/39 Tarifas e Subsídios Você sabe o que são tarifas e subsídios? No geral, podemos pensar nas tarifas como algo que aumenta o preço dos produtos importados, pois correspondem à cobrança de impostos, por parte do governo, sobre esses produtos. Já os subsídios podem ser compreendidos como auxílios que buscam incentivar determinados setores ou segmentos da economia. Figura 9 - Determinação do volume de consumo e demanda no modelo padrão de comércio. Fonte: KRUGMAN; OBSTFELD; MELITZ, 2015, p. 95. 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgm… 30/39 Krugman, Obstfeld e Melitz (2015) relacionam tarifas a importações e subsídios a exportações. Os subsídios podem ser exemplificados a partir de concessões fiscais (como redução de impostos), ou pagamentos diretos aos exportadores (para baixar os preços dos bens no mercado internacional), ou, ainda, mecanismos de financiamento a juros inferiores aos praticados no mercado, para desenvolver investimentos. Vale, no entanto, enfatizar que, em alguns raros casos, observa-se a aplicação de tarifas também à atividade exportadora. CASO Determinado governo percebe que há um setor de sua economiacujo interesse em exportar vem crescendo, por exemplo, o setor calçadista. Porém, quando pensamos em exportação, devemos olhar também para a concorrência internacional. Ao fazer essa análise, os empresários percebem que não são tão competitivos quanto seus possíveis concorrentes no mercado internacional. O preço final por produto, com margens de lucros equivalentes, são de U$$ 10,00 no cenário internacional e U$$ 13,00 no mercado interno. Devemos, então, deixar de exportar? A resposta é não. Sabendo disto, o governo entra em cena, fornecendo subsídios à exportação. Estes subsídios podem vir em formato de pagamentos ou redução de alíquotas fiscais. Fazendo isto, o governo contribui para o aumento da competitividade internacional das empresas nacionais. Neste caso, o governo entra com o subsídio de três dólares, logo os interessados em exportar terão condições equivalentes de competição. Partindo do nosso exemplo, percebe-se que o subsídio auxiliou a empresa nacional, porém se olharmos do ponto de vista dos termos de troca, fator relevante quando falamos em termos de modelo-padrão do comércio, perceberemos um impacto negativo. Lembre-se que os termos de troca expressam a relação entre os preços dos produtos exportados e dos produtos importados. No exemplo, o impacto pode ser negativo pelo fato de reduzir esses termos de troca, que se tornam desfavoráveis à economia nacional. 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgm… 31/39 Assim, tanto subsídios, quanto as tarifas fazem com que exista uma diferença entre os preços praticados no mercado mundial e no mercado interno. No caso dos subsídios, torna-se mais interessante para os produtores exportarem, visto que há incentivos e fica mais lucrativo. VOCÊ SABIA? Um país não pode conceder subsídios ou impor tarifas de maneira indiscriminada. Caso algum outro país se sinta lesado, este pode acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) para que esta analise sua solicitação. Já do ponto de vista das tarifas (aumento do preço dos produtos importados), os bens que são importados tornam-se mais caros dentro do país, se comparado aos valores de fora. Isto é geralmente utilizado como forma de proteção da indústria nacional (KRUGMAN; OBSTFELD; MELITZ, 2015). 2.4 Economias externas de escala Como sabemos, David Ricardo foi o fundador da teoria das vantagens comparativas. Um dos elementos fundamentais para a compreensão da teoria, parte da astuta observação de Ricardo quando da especialização na produção, por parte do país, nos itens para os quais ele tenha maior vantagem na produção. Você já percebeu que alguns países têm maior vocação para a produção de alguns itens em detrimento de outros? Observe seu dia a dia, de onde vêm alguns segmentos de produtos que você utiliza? Seu carro, aparelhos eletrônicos, dentre tantos outros bens de consumo, não vêm do mero acaso, é Economia Internacional. Vamos compreender neste tópico mais a respeito da vantagem comparativa e dos padrões do comércio internacional. 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgm… 32/39 2.4.1 Vantagem comparativa e padrões do comércio internacional Para dar início ao estudo deste tópico, apresentaremos os conceitos de vantagem absoluta e vantagem comparativa. Clique na interação a seguir. O fator vantagem tem chamado a atenção de pensadores e pesquisadores econômicos desde 1776, quando Adam Smith, em sua obra “A riqueza das nações” (usamos para este conteúdo, uma edição de 2007) chama atenção para o fato que nações poderiam ter vantagens absolutas na produção de determinados elementos em comparação com seus vizinhos e, por consequência concorrente. Smith (2007) sugere que cada nação deveria concentrar seus esforços de produção naqueles produtos em que tivessem uma vocação considerada natural, otimizando, assim, a utilização dos fatores de produção e, por consequência, reduzindo os riscos e os custos envolvidos nos processos produtivos. A essa teoria deu o nome de teoria das vantagens absolutas. 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgm… 33/39 Contudo, David Ricardo, em sua obra “Princípios de economia política e tributação”, de 1817 (usamos uma edição de 2018 neste conteúdo), apresentou, dentre outras coisas, o conceito do que veio a chamar Teoria das Vantagens Comparativas. Ricardo (2018) afirma que cada país deveria especializar- se na produção de itens que tivessem maiores vantagens comparativas, ou seja, quando da comparação entre dois setores de atividade econômica entre duas nações, aquele que apresentasse uma menor mobilização de mão de obra no processo produtivo teria maior vantagem comparativa na produção de determinado elemento. Ricardo utilizou como exemplo o caso do comércio internacional já existente entre Portugal e Inglaterra. Em ambos os casos, era possível verificar a existência de vantagens absolutas na produção de determinados produtos e, por consequência, a existência de vantagens comparativas. 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgm… 34/39 Quando estudadas as realidades produtivas de cada nação, Ricardo (2018) percebeu que seria mais lógico para Inglaterra, por conta dos baixos custos de produção, o foco intensivo na produção de tecidos, e Portugal, por conta do clima e de condições relacionadas à qualidade da terra, deveria se especializar na produção de vinhos. O pensamento de David Ricardo sobre esses assuntos nos faz refletir sobre o que aconteceria com o mundo, quando somente a um dos países fosse permitida a produção, comercialização e consumo de determinado item. Certamente, teríamos sérios problemas para a produção de nossos produtos. A diferença principal entre a teoria das vantagens absolutas (de Smith) e a teoria das vantagens comparativas (de Ricardo), é que Smith considerava móveis todo e qualquer fator de produção, desde que movimentados internamente (ou seja, dentro de um espaço econômico). 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgm… 35/39 Entretanto, quando considerado o comércio internacional, a situação se colocava de maneira diferente: embora para Smith fosse possível movimentar os fatores de produção dentro do país, para Ricardo analisá-los da mesma maneira se colocava como tarefa virtualmente impossível, pois a quantidade de tempo e mão de obra dedicada ao trabalho poderia ser determinante para a obtenção de menores custos de produção, assim levando ao país A, a possibilidade de conquistar uma vantagem comparativa em relação ao país B, quando levado em consideração, o fator de produção trabalho. Quando falamos em teoria da vantagem comparativa, estamos nos baseando na hipótese de retornos constantes de escala. Ou seja, supomos que se dobrarmos os insumos, a produção também dobraria. Porém, há muitos setores que este retorno é ainda superior, neste caso temos a chamada economia de escala. Economia de escala Economias de escala também são chamadas de retornos crescentes de escala, e implica que um setor é mais eficiente quanto maior for a escala na qual ele ocorre. Assim, se dobrarmos os insumos, mais que dobraremos a produção. Sandroni (1999) afirma que economia de escala diz respeito à produção de bens em escala ampla, larga, buscando redução de custos. Assim, se temos uma máquina que normalmente trabalha oito horas por dia, e optarmos por usar a máquina por 16 horas por dia (sem que ela quebre), alcançaremos economia na (ou de) escala, pois a máquina já está ali, tendo seucusto fixo computado. É fato que os demais custos crescerão, porém, de maneira geral, a máquina tende a ser o principal. 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgm… 36/39 Esta economia pode ser chamada de economia interna de escala. Além da existência de economias internas, pode haver as economias externas de escala. De maneira simplificada, o termo interno x externo refere-se à relação com a empresa. Ora, se a economia for interna, é inerente ao funcionamento da firma, na qual os custos dependem do tamanho da empresa e resultam em um rompimento da concorrência perfeita, tornando-se, assim, uma concorrência imperfeita. Não dependem do tamanho do setor de atividade. Já em se tratando da economia externa de escala, está relacionada ao setor e não à empresa. Krugman, Obstfeld e Melitz (2015, p. 89) afirmam que “as economias de escala externas ocorrem quando o custo por unidade depende do tamanho do setor, mas não necessariamente do tamanho de uma empresa qualquer”. São casos Figura 10 - Relacionando custo e receita percebemos que quando reduzimos o primeiro, a tendência é o segundo aumentar. Uma das formas desta relação acontecer é por meio de economia de escala. Fonte: SceneNature, Shutterstock, 2018. 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgm… 37/39 de economias externas de escala, a existência de aglomeração de produtores ou especialização geográfica, que geram redução de custos para todas as empresas daquele setor de atividade. Exemplificando, considere a seguinte situação: em uma economia, se a produção setorial fosse constante em 500 unidades e houvesse cinco empresas, cada uma delas produzindo 100 unidades, se, por ventura, houvesse um corte no número de empresas, passando de cinco para três empresas, mas a quantidade produzida se mantivesse em 500 unidades, a tendência é que teríamos um aumento de eficiência e uma redução de custos (na escala) sendo esta chamada de economia interna de escala. Neste caso, cada empresa (agora, apenas três) iria aumentar a sua quantidade produzida e se beneficiar da existência de economias de escalas, o custo médio de cada unidade produzida iria se reduzir. Agora, se houvesse um aumento na quantidade de empresas, dobrando de cinco para dez empresas, e a produção passasse de 500 para 1.000 unidades, é possível que haja queda em certos custos devido ao aumento do setor, ou seja, economia externa de escala. Uma hipótese seria a melhora na capacidade de provisionar as vendas ou, ainda, nas necessidades de máquinas e equipamentos. Podemos ver, desta forma, que as vantagens comparativas e as possibilidades de especialização do comércio, quer seja com a utilização da economia de escala interna ou externa, induzem a modificação dos padrões de comércio internacional, pois os países e as empresas observam atentamente aos cenários e reagem, modificando, assim, as formas e disposições do contexto e, consequentemente, do comércio internacional. Síntese Chegamos ao fim de mais um capítulo. Estudamos o que são e como funcionam os blocos econômicos e a união monetária. Entendemos a aplicação de alguns modelos de comércio internacional, Hecksher-Ohlin H-O e o padrão de comércio e vimos, a partir das teorias de Adam Smith e David Ricardo, como são as economias externas de escala, compreendendo as vantagens absolutas e comparativas. 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgm… 38/39 Neste capítulo, você teve a oportunidade de: conceituar o que é um bloco econômico; verificar as consequências positivas e negativas da formação e da participação dos países em blocos; analisar as principais características do modelo Hecksher-Ohlin; compreender os componentes do modelo padrão de comércio; analisar as linhas de isovalor e as curvas de indiferença; conceituar economias de escala, bem como sua importância para a compreensão do funcionamento da firma; diferenciar economias de escala interna e externa; compreender o impacto real da teoria das vantagens comparativas. Bibliografia APPLEYARD, D. R. et al. Economia Internacional. Porto Alegre: ArtMed, 2010. BAUMANN, R.; CANUTO, O.; GONÇALVES, R. Economia Internacional. Teoria e Experiência Brasileira. Rio de Janeiro: Elsevier/Campus, 2004. COSTA, A. J. D.; SANTOS, E. R. S. Economia Internacional: teoria e prática. Curitiba: Intersaberes, 2012. G1. Canadá e EUA chegam a acordo para substituir o NAFTA a poucas horas do prazo limite. Portal G1 Economia, publicado em 01/10/2018. Disponível em: <https://g1.globo.com/economia/noticia/2018/10/01/canada-e-eua-chegam-a- acordo-para-substituir-o-na�a-a-poucas-horas-do-prazo-limite.ghtml https://g1.globo.com/economia/noticia/2018/10/01/canada-e-eua-chegam-a-acordo-para-substituir-o-nafta-a-poucas-horas-do-prazo-limite.ghtml 08/06/2022 21:56 Economia Internacional https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Ese7AXBJa8kh%2f0PuMnfQOA%3d%3d&l=GR5HHkVXna9NzMNtL%2bizXg%3d%3d&cd=FIynKEWgm… 39/39 (https://g1.globo.com/economia/noticia/2018/10/01/canada-e-eua-chegam-a- acordo-para-substituir-o-na�a-a-poucas-horas-do-prazo-limite.ghtml)>. Acesso em: 10/1/2019. GILES, C. Arquivos Brexit: Como sair da UE vai afetar a economia do Reino Unido? Direção e Produção: Financial Times. Canal Valor Econômico, YouTube, publicado em 8 de jun. de 2018. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch? v=csva3sa7jeM (https://www.youtube.com/watch?v=csva3sa7jeM)>. Acesso em: 10/1/2019. KRUGMAN, P. R.; OBSTFELD, M. J.; MELITZ, M. J. 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