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LIVRO PERICIA CRIMINAL II

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Prévia do material em texto

Indaial – 2020
Perícia criminal ii
Prof.a Gabriela Wolff
Prof.a Ivone Fernandes Morcilo Lixa
Prof.a Sandra Mara Sanches Franco
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof.a Gabriela Wolff
Prof.a Ivone Fernandes Morcilo Lixa
Prof.a Sandra Mara Sanches Franco
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
W855p
Wolff, Gabriela
Perícia criminal II. / Gabriela Wolff; Ivone Fernandes Morcilo Lixa; 
Sandra Mara Sanches Franco. – Indaial: UNIASSELVI, 2020.
193 p.; il.
ISBN 978-65-5663-102-8
1. Prova criminal. - Brasil. 2. Documentoscopia. – Brasil. I. Wolff, 
Gabriela. II. Lixa, Ivone Fernandes Morcilo. III. Franco, Sandra Mara Sanches. IV. 
Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 341.464
III
aPresentação
Prezado acadêmico do curso de Investigação Forense e Perícia 
Criminal (IPC)! Seja bem-vindo a esta nova disciplina em seu curso, que 
trataremos as questões inerentes à Perícia Criminal.
Na Unidade 1, trabalharemos temas relevantes da Documentoscopia, 
com destaque para a análise documental, tida como principal artifício pericial 
aplicado pelos profissionais em investigações voltadas para a busca da 
autenticidade ou falsidade de um documento. Para tanto, apresentaremos de 
maneira sistêmica as formas adequadas de manuseio de papéis, bem como 
os instrumentos e equipamentos utilizados nos trabalhos periciais. 
Da mesma forma, abordaremos a Grafoscopia, importante ramo da 
Documentoscopia voltado para o estudo da escrita, que, mediante aplicação da 
Leis do Grafismo e análise de sinais caligráficos, possibilita a análise grafotécnica 
em um documento para o reconhecimento da autenticidade ou falsidade da 
escrita e sua autoria. Nesse contexto, exporemos as qualidades gerais da escrita, 
seus fatores individuais, aplicação de disfarces gráficos, bem como listaremos as 
falsificações de escritas a assinaturas mais usadas pelos falsários, seguidas das 
respectivas análises, como forma de melhor ilustração do assunto.
Na Unidade 2, o estudo terá como objetivo conhecer os diferentes 
artefatos balísticos mais utilizados na prática de infrações penais, iniciando-
se com a conceituação e classificação das armas de fogo, utilizando-se critérios 
técnicos que dizem respeito às características intrínsecas das armas. Nesta 
unidade, você terá informações que lhe permitirão compreender o trabalho 
realizado nas práticas periciais mais comuns que envolvem armas de fogo. 
Na Unidade 3, trabalharemos sobre alguns delitos que são relacionados 
à perícia veicular, como os crimes de roubo, furto e adulteração dos sinais 
identificadores, e suas respectivas consequências. Ainda, aprenderemos 
quais são os sinais oficialmente considerados capazes de identificar um 
veículo e a sua autenticidade. Esse conhecimento é de extrema importância, 
pois é através dele que poderemos avaliar e analisar se tal peça ou veículo foi 
adulterado ou permanece original.
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Diante disso, compreenderemos quais são e onde podem ser 
observados os caracteres da codificação do chassi, a decodificação das 
numerações de motores, câmbios, eixos e vidros e suas formas de adulteração.
 
Por fim, com o vasto conhecimento adquirido, o acadêmico se 
encontrará habilitado para identificar a codificação original adulterada.
Pronto para começar a estudar sobre este tão importante segmento de 
perícia criminal moderna? Então vamos lá, bom estudo!
Prof.a Gabriela Wolff
Prof.a Ivone Fernandes Morcilo Lixa
Prof.a Sandra Mara Sanches Franco
V
VI
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
VII
UNIDADE 1 – DOCUMENTOSCOPIA ................................................................................................1
TÓPICO 1 – DOCUMENTOSCOPIA ....................................................................................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................3
2 ESCOPO DA DOCUMENTOSCOPIA ...............................................................................................3
3 MANUSEIO DE DOCUMENTOS QUESTIONADOS ...................................................................6
4 INSTRUMENTOS E EQUIPAMENTOS ............................................................................................8
5 DOCUMENTOS ....................................................................................................................................10
5.1 DATAÇÃO DE DOCUMENTOS ...................................................................................................12
5.2 DATILOGRAFIA, REPROCÓPIAS, CARIMBOS E SELO DE AUTENTICAÇÃO .................14
6 ALTERAÇÕES FÍSICAS DE DOCUMENTOS ...............................................................................19
6.1 FOTOGRAFIA E TRATAMENTO DIGITAL DE IMAGEM ......................................................22
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................26
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................27
TÓPICO 2 – GRAFOSCOPIA ................................................................................................................29
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................29
2 ESCRITA .................................................................................................................................................29
2.1 LEIS DO GRAFISMO ......................................................................................................................30
2.2 ALFABETOS E SISTEMAS CALIGRÁFICOS ..............................................................................343 QUALIDADES GERAIS DA ESCRITA............................................................................................37
3.1 FATORES QUE AFETAM A ESCRITA ..........................................................................................42
4 DISFARCES GRÁFICOS .....................................................................................................................43
4.1 PADRÕES GRÁFICOS ....................................................................................................................44
4.2 VARIABILIDADE INDIVIDUAL ..................................................................................................46
5 INSTRUMENTOS ESCRITORES .....................................................................................................47
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................50
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................51
TÓPICO 3 – ANÁLISE DAS ESCRITAS .............................................................................................53
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................53
2 TIPOLOGIA ...........................................................................................................................................53
3 FALSIFICAÇÃO DE FIRMAS ............................................................................................................56
4 ANÁLISE DE ESCRITAS CURSIVAS E SINCOPADAS ..............................................................57
5 ANÁLISE DE ALGARISMOS ............................................................................................................59
6 EXAMES GRAFOTÉCNICOS EM CÓPIAS ....................................................................................61
7 ELABORAÇÃO DE LAUDOS ............................................................................................................62
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................................64
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................67
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................68
sumário
VIII
UNIDADE 2 – BALÍSTICA FORENSE ................................................................................................69
TÓPICO 1 – BALÍSTICA, ARMAS DE FOGO E PORTE DE ARMAS .........................................71
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................71
2 BALÍSTICA FORENSE .......................................................................................................................72
3 ARMAS DE FOGO ..............................................................................................................................76
4 O PORTE DE ARMA DE FOGO NO BRASIL ...............................................................................79
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................88
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................89
TÓPICO 2 – CLASSIFICAÇÃO DAS ARMAS DE FOGO, MUNIÇÃO E FERIMENTOS 
PRODUZIDOS POR ARMAS DE FOGO ....................................................................91
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................91
2 CLASSIFICAÇÃO DAS ARMAS DE FOGO ..................................................................................91
2.1 QUANTO AO TAMANHO ...........................................................................................................92
2.2 QUANTO À PORTABILIDADE ...................................................................................................94
2.3 QUANTO AO SISTEMA DE CARREGAMENTO .....................................................................98
2.4 QUANTO AO FUNCIONAMENTO ...........................................................................................99
2.5 QUANTO AO SISTEMA DE ACIONAMENTO ........................................................................99
2.6 QUANTO À ALMA DO CANO .................................................................................................100
3 CALIBRE ...............................................................................................................................................102
4 MUNIÇÕES .........................................................................................................................................103
5 UM BREVE ESTUDO SOBRE OS FERIMENTOS PRODUZIDOS POR ARMA DE FOGO ...... 106
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................115
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................116
TÓPICO 3 – PRÁTICAS PERICIAIS EM BALÍSTICA FORENSE ...............................................117
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................117
2 CONFRONTO MICROBALÍSTICO ...............................................................................................117
3 RESÍDUOS DE ARMA DE FOGO ..................................................................................................122
4 ESTUDO DE CASO: QUANDO O EXAME EM RESÍDUO É RELEVANTE ..........................124
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................128
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................129
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................130
UNIDADE 3 – DOS CRIMES RELACIONADOS À PERÍCIA VEICULAR E SEUS 
ELEMENTOS IDENTIFICADORES ......................................................................131
TÓPICO 1 – DOS CRIMES RELACIONADOS À PERÍCIA VEICULAR ..................................133
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................133
2 CRIME DE FURTO DE VEÍCULOS ...............................................................................................133
3 DO CRIME DE ROUBO DE VEÍCULOS .......................................................................................135
4 CRIME DE ADULTERAÇÃO DE SINAL IDENTIFICADOR DE VEÍCUO AUTOMOTOR ..... 138
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................141
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................142
TÓPICO 2 – ELEMENTOS IDENTIFICADORES DOS VEÍCULOS ..........................................143
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................143
2 DOS SINAIS IDENTIFICADORES DE VEÍCULO AUTOMOTOR ........................................143
2.1 DO DOCUMENTO DO VEÍCULO ............................................................................................144
2.2 VIN – NÚMERO DE IDENTIFICAÇÃO VEICULAR OU CHASSI.......................................146
2.3 PLACAS DE IDENTIFICAÇÃO DO VEÍCULO ........................................................................148
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................159
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................160
IX
TÓPICO 3 – FORMAS DE ADULTERAÇÃO DA CODIFICAÇÃO ORIGINAL .....................161
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................161
2 IDENTIFICAÇÃO DA ADULTERAÇÃO NOS VEÍCULOS ......................................................161
2.1 ADULTERAÇÃO DO DOCUMENTO DO VEÍCULO .............................................................162
2.2 ADULTERAÇÃO DO NÚMERO DO CHASSI ........................................................................165
2.3 ADULTERAÇÃO DA PLACA DE IDENTIFICAÇÃO ............................................................168
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................170
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................177
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................178
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................179
X
1
UNIDADE 1
DOCUMENTOSCOPIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer a documentoscopia como importante segmento da criminalística, 
na apuração de autenticidade de documentos questionados, bem como 
na identificação de sua autoria;
• compreender como são realizados os exames periciais nos diversos tipos 
de documentos e quais instrumentos utilizados para tal desiderato;
• diferenciar as formas de perícias de documentais e identificar seus 
objetivos precípuos;
• estudar a grafoscopia, como ramo da documentoscopia, aprendendo as 
técnicas empregadas na análise dos grafismos;
• analisar as qualidades gerais da escrita e os fatores que a afetam e a 
individualizam;
• apreciar os diferentes instrumentos escritores e sua evolução;
• reconhecer as falsificações de assinaturas das distintas formas em que são 
realizadas pelos falsários.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – DOCUMENTOSCOPIA
TÓPICO 2 – GRAFOSCOPIA
TÓPICO 3 – ANÁLISE DE ESCRITAS
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
DOCUMENTOSCOPIA
1 INTRODUÇÃO
O intuito de nosso trabalho é apresentar a documentoscopia como 
um importante seguimento da criminalística, no qual os diferentes tipos de 
documentos são avaliados por profissionais capacitados, que buscam, através de 
técnicas e instrumentos adequados, identificar suas autenticidades.
De forma didática, apresentaremos aspectos relevantes do assunto, capazes 
de ampliar o conhecimento do estudante nessa área tão extensa e interessante, 
relacionada diretamente à perícia criminal em documentos. 
Teremos a oportunidade de entender como se desenvolve o trabalho dos 
peritos documentoscopistas, mediante a utilização de ferramentas e equipamentos 
próprios para a realização de exames em documentos suspeitos de alteração ou fraude.
Por fim, conhecendo o conceito e estrutura de alguns documentos, 
procuraremos expor as mais acentuadas formas de alteração física em documentos, 
valendo-se para tanto de ilustrações e citações de estudiosos a respeito.
Bons estudos!
2 ESCOPO DA DOCUMENTOSCOPIA
Antes de entrarmos no assunto propriamente dito da documentoscopia, 
temos que apresentar alguns conceitos fundamentais para o bom o 
desenvolvimento do tema.
De início, temos que entender em que consiste a documentoscopia. Para 
tanto, a exposição de seu conceito é basilar.
Costa (1995) ensina que a Documentoscopia é a denominação ampla que 
abrange todas as especialidades que objetiva, em questões específicas, a obtenção 
de soluções para as seguintes questões: estabelecer a autenticidade ou falsidade 
de um documento e em caso de falsidade identificar o autor.
Por sua vez, Mendes (1999) define a Documentoscopia como a parte da 
criminalística que estuda os documentos para verificar se são autênticos e, em caso 
contrário, determinar a sua autoria. A figura a seguir traduz o conceito de criminalística:
UNIDADE 1 | DOCUMENTOSCOPIA
4
FIGURA 1 – DOCUMENTOSCOPIA
FONTE: <https://tse1.mm.bing.net/th?id=OIP 
Pre7lOxQFo4xqvbgMsfnEwHaFj&pid=Api&P=0&w=210&h=158>. Acesso em: 5 maio 2020.
É através da documentoscopia que os peritos examinam documentos, 
procurações, contratos, moedas, selos, cartões, cheques, certidões de nascimento, 
certidões de óbito, certidões de casamento, entre outros, na busca de vestígios 
materiais de alteração ou falsificação desses documentos. 
Temos então que o objetivo desse ramo da criminalística é analisar, 
identificar e evitar fraudes nos documentos de uma forma geral.
Para tanto, os peritos devem possuir noções especializadas, de cunho 
técnico-científico que possibilidade a aplicação de técnicas adequadas nas 
averiguações documentais e busca de provas materiais. 
Cabe ao perito documentoscópico, com base nas informações disponíveis 
e no conjunto de resultados de análise laboratorial, usar sua experiência e aptidão 
para fazer sua interpretação em relação a uma dada peça de exame (D’ALMEIDA; 
KOGA; GRANJA, 2015).
De acordo com a Associação Portuguesa de Ciências Forenses (APCF), 
em razão da variedade de documentos atualmente existentes e à diversidade de 
materiais que os constituem, na documentoscopia são consideradas subdivisões 
nos exames, cuja interação é fundamental na resolução das questões do foro 
documentoscópico. Vejamos a listagem no quadro seguinte:
TÓPICO 1 | DOCUMENTOSCOPIA
5
QUADRO 1 – SEÇÕES DE DOCUMENTOSCOPIA
GRAFOTECNIA Análise da escrita manual
MECANOGRAFIA Estudo da escrita mecânica (digitação, datilografia, tipografia etc.)
ALTERAÇÕES DOCUMENTAIS Detecção de rasuras, acréscimos, substituições e/ou obliterações 
EXAME DE SELOS
EXAME DE TINTAS Tintas de escrita manual e mecânica
EXAME DE SUPORTE Em especial, suporte de papel
EXAME DE INSTRUMENTOS GRÁFICOS Análise de tintas
EXAME DE MOEDAS METÁLICAS E DE PAPEL Estudo dos elementos de segurança
FONTE: Adaptado de <http://apcforenses.org/?page_id=30>. Acesso em: 5 maio 2020.
Como se depreende, são extensos os materiais que podem ser objeto 
de estudo da documentoscopia, no entanto, independentemente do material 
examinado, o objetivo dessa ciência forense consiste em identificar se o documento 
é autêntico, como e quando foi elaborado, quem é o responsável pela sua 
elaboração. Caso contrário, constatar a adulteração ou alteração do documento 
e sua autoria.
De forma sintetizada, a imagem seguinte mostra os principais objetivos 
da documentoscopia:
FIGURA 2 – OBJETIVOS
FONTE: As autoras
Nesse contexto, mister se faz o estudo dos documentos e o seu adequado 
manuseio e interpretação pelos peritos. É o que faremos na sequência. 
UNIDADE 1 | DOCUMENTOSCOPIA
6
3 MANUSEIO DE DOCUMENTOS QUESTIONADOS
Alguns cuidados com os documentos analisados são essenciais para o 
sucesso da investigação pericial e constatação de irregularidades. Dessa forma, 
os peritos utilizam tecnologias e técnicas peculiares para cada documento em 
questão, de maneira a não os danificá-los.
Geralmente, as técnicas usadas nos laboratórios de documentoscopia são 
as não destrutivas. Nesseslaboratórios, os aparelhos mais comuns são as lupas 
e os microscópios ópticos, empregados para análise visual, portanto, que não 
causam danos aos documentos (D’ALMEIDA; KOGA; GRANJA, 2015).
Acrescenta o mesmo autor que, além desses, há equipamentos destinados 
especialmente para análises documentoscópicas, compostos de luzes especiais e 
filtros específicos, que também não danificam os documentos.
Cabe esclarecer que os instrumentos periciais serão estudados no próximo 
subtópico. Importa agora sabermos que os documentos a serem periciados, na 
sua grande maioria, são frágeis. A fragilidade pode decorrer do próprio material 
ou da sutileza do vestígio a ser analisado.
Assim temos alguns fatores que contribuem para o dano no material, 
e que devem ser evitados pelos peritos ou pelos profissionais envolvidos no 
armazenamento. Podemos visualizar de forma esquematizada alguns esses 
fatores que podem interferir na análise pericial:
FIGURA 3 – FATORES DE DEGRADAÇÃO DOCUMENTAL
FONTE: As autoras
MARCAS PROVENIENTES DE MANUSEIO: Manchas, restos 
de alimento e bebidas, clipes, grampos, colagem, carimbos, 
anotações, rubricas etc.
ARMAZENAMENTO: Utilização de formas e locais 
inadequados, como excesso de umidade, luz, 
temperatura etc.
DEGRADAÇÃO NATURAL: Envelhecimento do documento 
causando alterações como mofos, manchas etc.
TÓPICO 1 | DOCUMENTOSCOPIA
7
Além desses fatores, podemos mencionar, ainda, a deterioração decorrente 
de práticas de reprodução fotostática de imagens dos documentos questionados. 
Verifique nas imagens seguintes alguns tipos de documentos danificados:
FIGURA 4 – DOCUMENTOS DETERIORADOS
FONTE: <https://bit.ly/2A3gFi9>; <https://bit.ly/3gTx4Xa>; <https://bit.ly/370hRyU>. 
Acesso em: 5 maio 2020.
Sopesando que as degradações podem influenciar o procedimento de análise 
pericial nos documentos, podemos listar alguns cuidados importantes a serem seguidos 
pelos profissionais, quando do exame dos documentos questionados:
• Ao manusear os documentos questionados verifique que as mãos estejam 
limpas e secas.
• Utilizar, sempre que possível, luvas para manusear os documentos.
• Remover grampos, clipes, elásticos e prendedores dos documentos, pois estes 
sofrem deterioração, como a ferrugem, e causam danos aos documentos.
• Armazenar os documentos horizontalmente em local escuro com temperatura 
e umidade estáveis e adequadas.
• Impedir que os documentos fiquem expostos à luz solar.
• Utilizar no acondicionamento, materiais de armazenagem alcalina que podem prover 
uma proteção contra poluentes causadores de danos em papeis, tais como ozônio e 
fumaça provenientes das máquinas fotocopiadoras, carros e sistemas de aquecimento.
• Evitar comer e beber próximo aos documentos questionados.
• Não utilizar grampos, clipes, durex, fita crepe ou outro tipo de fita adesiva 
para fixar os documentos. 
• Proteger os documentos e manter os locais de armazenagem de documentos 
questionados limpos.
UNIDADE 1 | DOCUMENTOSCOPIA
8
Agora que já conhecemos a importância do correto manuseio dos 
documentos questionados, podemos aprender sobre os equipamentos e 
instrumentos utilizados na análise pericial.
4 INSTRUMENTOS E EQUIPAMENTOS
Para a realização de perícia documentoscópica, o profissional deve possuir 
conhecimentos peculiares e estar a par das novas tecnologias na medida em que 
estas vão sendo disponibilizadas. A variedade de materiais a serem periciados é 
extensa, englobando papéis, moedas, plástico e até madeira.
Vejamos quais os equipamentos mais utilizados, considerando a relevância 
e a dinâmica de ocorrências
FIGURA 5 – TÉCNICAS PERICIAIS
FONTE: As autoras
Os peritos podem se valer, ainda, na realização de seu mister em investigar 
documentos, de alguns dispositivos de segurança lançados nos documentos. 
Seguindo o entendimento de D’Almeida, Koga e Granja (2015), podemos citar, de 
forma esquematizada e didática:
• Fundo Numismático: conjunto de linhas, ou microcaracteres em formato de 
linhas, normalmente paralelos, que apresentam alterações de ângulos, criando 
uma imagem que transmite a sensação de relevo e até de tridimensionalidade. 
• Microletra: letras, algarismos e outros sinais gráficos em corpo diminuto, na 
faixa de décimos de milímetro, cuja visualização é facilitada, ou só é possível, 
com auxílio de aparelho óptico de aumento. Podem ser negativas, quando 
vazadas, ou positivas, quando cheias. Seu conjunto é muito utilizado para 
formar efeito de linhas quando visto a olho nu.
TÓPICO 1 | DOCUMENTOSCOPIA
9
• Tinta invisível: tinta no impresso invisível na luz do dia, mas que se torna 
visível sob luz ultravioleta.
• Tinta reagente: tinta que reage em contato com determinado agente químico 
ou físico por meio de reações reversíveis ou irreversíveis.
• Holograma: imagem gerada a laser que apresenta um efeito bi ou tridimensional 
e de movimento, conforme o ângulo de observação e da incidência de luz. 
•	 Impressão	calcográfica: conhecida como talho doce, emprega tinta pastosa e 
com a impressão realizada sob pressões elevadas.
•	 Impressão	tipográfica: normalmente provoca relevo no verso da folha.
Para facilitar o entendimento apresentaremos algumas ilustrações acerca 
desses elementos de segurança. Verifique a seguir:
FIGURA 6 – ELEMENTOS DE SEGURANÇA
Fundo numismático Calcografia Microletra
Tinta invisível Tipografia
FONTE: Adaptado de <https://bit.ly/2Y2krQS>; <https://bit.ly/2z6PK4K>; <https://bit.ly/3dzsRpk>; 
<https://bit.ly/3dxpuj1> e <https://bit.ly/2XSP0Z6>. Acesso em: 3 jun. 2020.
Atualmente, há disponível uma série de equipamentos, que, com uma 
quantidade ínfima de amostra retirada do documento, pode fornecer informações 
importantes ao perito. Entre esses equipamentos têm-se espectrofotômetros, 
cromatógrafos, além de vários tipos de microscópio eletrônico (D’ALMEIDA; 
KOGA; GRANJA, 2015).
UNIDADE 1 | DOCUMENTOSCOPIA
10
Nesse contexto, cabe aos peritos especializados optar pelo método e uso 
do instrumento que melhor se adeque ao exame do documento. A tarefa dos 
profissionais nesse campo investigativo nem sempre é fácil, em especial quando 
os documentos não são considerados comuns. A par disso, vamos conhecer um 
pouco mais sobre os documentos.
5 DOCUMENTOS
Saber o conceito de documentos, bem como sua diversidade, é 
fundamental para o bom trabalho pericial. A Lei nᵒ 12.527 de 2011, que regula 
o acesso a informações traz em seu artigo 4ᵒ, inciso II, o conceito basilar de 
documento. Vejamos o que reza o dispositivo legal: “Art. 4ᵒ Para os efeitos desta 
Lei, considera-se: II- Documento: unidade de registro de informações, qualquer 
que seja o suporte ou formato”.
 
O Código de Processo Penal considera documentos quaisquer escritos, 
instrumentos ou papéis, públicos ou particulares. É o que dispor o artigo 232 
dessa legislação.
Lopes Junior (2019) ensina que, além de ser considerado documento 
qualquer escrito, abre-se a possibilidade da juntada de fitas de áudio, vídeo, 
fotografias, tecidos e objetos móveis que fisicamente possam ser incorporados ao 
processo e que desempenhem uma função persuasiva (probatória).
Podemos destacar as seguintes formas documentais: escrita sobre papel, 
desenhos artísticos, pinturas, esculturas, fitas magnéticas, pen drives, bem como os 
documentos considerados de segurança papéis-moedas, cartões de crédito, cheques, 
vales alimentação, vales transporte, bilhetes aéreos, cédula de identidade, título eleitoral, 
carteira de habilitação, passaporte, identificação profissional, certidão de nascimento, 
certidão de casamento, certidão de óbito, entre outros.
IMPORTANT
E
Na inteligência da Documentoscopia, qualquer estrutura pode ser suporte 
para lançamentos gráficos que transmitam ideias ou indiquem a existência de 
fatos, ainda que a maioria dos documentos se manifeste em papéis escritos ou 
impressos. Essa disciplina não abriga em si conflito no conceito de documento. 
Faz uso do entendimento amplo e se mantém independente frente ao Direito 
Penal(SILVA; FEUERHARMEL, 2013).
TÓPICO 1 | DOCUMENTOSCOPIA
11
Dentre os documentos, distinguem-se os documentos autênticos, dos 
documentos questionados, que deverão ser periciados. Oportuno, pois, tecer 
algumas considerações sobre a autenticidade dos documentos, haja visto, que 
um dos objetivos da documentoscopia é investigar se um documento é tido 
por autêntico quanto á sua autoria, ou quanto ao seu conteúdo. Dessa forma, 
determina o artigo 369, da legislação processual civil que:
Art. 369. Reputa-se autêntico o documento, quando o tabelião reconhecer 
a firma do signatário, declarando que foi aposta em sua presença.
No mesmo sentido, o artigo 4ᵒ, da citada lei 12.527 de 2011, dispõe 
sobre a autenticidade nos seguintes termos:
Art. 4o Para os efeitos desta Lei, considera-se:
VII- autenticidade: qualidade da informação que tenha sido 
produzida, expedida, recebida ou modificada por determinado 
indivíduo, equipamento ou sistema;
VIII- integridade: qualidade da informação não modificada, inclusive 
quanto à origem, trânsito e destino.
 
Já vimos que existem elementos de segurança em determinados 
documentos, que auxiliam os peritos nas investigações, haja vista a dificuldade 
que impõem para sua adulteração ou fraude. Em meio a esses documentos, 
ressaltamos a Carteira de Identidade Civil (RG), com destaque para o novo RG, 
ou Registro de Identidade Civil (RIC). 
A tecnologia dificultará a falsificação, com dispositivo antiescaneamento, 
imagens ocultas, palavras impressas com tinta invisível, fotografia e impressão digital 
a laser e várias outras tecnologias, além de conter um chip de armazenamento. 
Pela figura seguinte, podemos visualizar a evolução desse documento no 
combate à falsificação documental.
FIGURA 7 – DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO
FONTE: <https://www.saibaseusdireitos.org/wp-content/uploads/2018/01/rg-ric.jpg>. 
Acesso em 6 maio 2020.
UNIDADE 1 | DOCUMENTOSCOPIA
12
Além do novo documento de identificação, podemos elencar também a 
Carteira Nacional de Habilitação Digitalizada, como documento complexo e seguro.
Nessa esteira, a Documentoscopia envolve não apenas a análise da 
autenticidade documental, mas se ocupa também em criar dificuldades para 
que não ocorra a falsificação documental, buscando métodos que fortaleçam a 
autenticidade dos documentos.
Do exposto podemos deduzir que os documentos possuem características 
próprias que os individualizam, permitindo a análise de sua autenticidade 
quando questionados. 
 
Um assunto de extrema importância que pode influenciar na autenticidade 
ou falsidades dos documentos diz respeito a datação. É o que estudaremos agora.
5.1 DATAÇÃO DE DOCUMENTOS
Como já vimos, a autenticidade de um documento pode ser realizada sob 
diversos aspectos, que podem ou não comprometer sua validade. O Código de 
Processo Penal faz referência sobra a data do documento particular em seu artigo 
370. Vejamos o que expõe o dispositivo legal:
Art. 370. A data do documento particular, quando a seu respeito surgir 
dúvida ou impugnação entre os litigantes, provar-se-á por todos os 
meios de direito. Em relação a terceiros, considerar-se-á datado o 
documento particular:
I- no dia em que foi registrado;
II- desde a morte de algum dos signatários;
III- a partir da impossibilidade física, que sobreveio a qualquer 
dos signatários;
IV- da sua apresentação em repartição pública ou em juízo;
V- do ato ou fato que estabeleça, de modo certo, a anteriorida- de da 
formação do documento.
A data dos documentos é um aspecto que deve ser considerado, visto que 
a sua produção pode ocorrer anteriormente, chamada de ante datação. No que se 
refere à cronologia o documento não será considerado autêntico, isso, na maioria 
das vezes, não invalidam o documento. Outrossim, pode ocorrer o contrário, a pós 
datação, sendo considerado apenas uma inautenticidade parcial (DEL PICCHIA 
FILHO; DEL PICCHIA; DEL PICCHIA, 2005).
Silva e Feuerharmel (2013) abordam que a datação de documentos 
se processa com base em informações contidas tanto no suporte como em seu 
conteúdo, que servem como marcadores temporais. 
Os autores citam como exemplos as características do papel, os métodos de 
impressão empregados, tinta de traços manuscritos e até mesmo as características 
da ortografia, dado que as normas oficiais sofrem reformas cujas datas de 
implementação podem servir como referência.
TÓPICO 1 | DOCUMENTOSCOPIA
13
Cabe esclarecer que, nas impressões de um modo geral, nos papéis, tintas 
e canetas são encontrados corantes. No que diz respeito à datação de documentos 
é possível diferenciar o processo de degradação de um corante e escalonar o 
tempo dessa degradação.
Dessa forma, são desenvolvidas técnicas de apuração e análise, em 
especial com relação as tintas das canetas esferográficas. De forma sistemática, 
apontaremos os principais procedimentos adotados acerca do estudo da datação 
da tinta em documentos:
• Degradação de corantes.
• Evaporação de solventes.
• Difusão de corantes ou solventes pelas fibras do papel.
• Polimerização das resinas.
• Técnicas cromatográficas e espectrométricas.
• Métodos quimiométricos. 
Inexiste um consenso entre os peritos quanto ao método mais eficaz na 
identificação da datação exata, não havendo, uma uniformização de técnicas 
para se determinar a cronologia dos documentos. É necessário esclarecer que a 
datação pode ser considerada absoluta ou relativa. Vejamos em que consistem na 
imagem a seguir: 
FIGURA 8 – DATAÇÃO ABSOLUTA E RELATIVA
FONTE: As autoras
A datação relativa de uma tinta não consegue definir uma data precisa 
para o ato da escrita. Entretanto, se uma tinta comprovadamente foi fabricada 
após certa data, qualquer escrito confeccionado com esta tinta não pode ter sido 
feito antes desta data (ELLEN, 2006).
UNIDADE 1 | DOCUMENTOSCOPIA
14
Não esmiuçaremos o assunto, por abranger conteúdo fisioquímico, no 
entanto, para saber mais a respeito dos métodos de análise de tintas, leia o trabalho: 
Avaliação Quimiométrica da datação de documentos e envelhecimento artificial de 
lançamentos de tinta de caneta esferográfica por Lc-Ms/Tof, no link: https://repositorio.
unb.br/handle/10482/32519.
DICAS
Expostos os principais pontos acerca da datação documental, iniciaremos 
a apresentação de alguns documentos que se destacam na seara pericial.
5.2 DATILOGRAFIA, REPROCÓPIAS, CARIMBOS 
E SELO DE AUTENTICAÇÃO
A datilografia e os documentos datilografados perderam espaço com a 
introdução dos computadores que, inevitavelmente, informatizaram os meios e 
as espécies documentais.
No entanto, ainda circulam alguns documentos datilografados, que, pela 
sua precariedade e ausência de padrões, se tornam alvos de fraudes e falsificações.
De início cumpre ressaltar que, ao se examinar um documento 
datilografado ao mesmo tempo em que a máquina supostamente utilizada na sua 
preparação, pode-se comprovar se o documento foi datilografado nessa máquina 
ou não. Para isso, são consideradas todas as características do equipamento, bem 
como a presença de defeitos nos caracteres impressos, que funcionarão como uma 
espécie de impressão digital da máquina. Conheceremos alguns documentos 
datilografados na imagem seguinte:
FIGURA 9 – DOCUMENTOS DATILOGRAFADOS
FONTE: <https://bit.ly/2MqsWzZ>; <https://bit.ly/3eISIvg>. Acesso em: 9 maio 2020. 
TÓPICO 1 | DOCUMENTOSCOPIA
15
Havendo suspeita de alteração, é cabível a perícia documental, com uma 
análise minuciosa que abrange o papel em que foi impresso os dizeres, o tipo de 
letra, o tamanho, a tinta, a identificação da máquina, as formas, a pressão. O olhar 
crítico de um perito poderá apurar uma possível divergência.
Na perícia, deve-se atentar para suspeita de inserção de letra, palavra ou frase 
num texto dactilografado. Nessa hipótese é adequada a seguinte indagação: o texto original 
elaborado foi retirado da máquina e retornou à máquina para um acréscimo? Da mesma 
forma, deve-se observar no documento questionado a presença de desalinhamentos 
dactilográficosquer vertical, quer horizontal, que indique não ter sido o seu contexto 
dactilografado numa só sessão.
IMPORTANT
E
Ressaltamos, dessa forma, a perícia mecanográfica, realizada em textos 
impressos, cópias fotostáticas, xérox, entre outros.
Com relação à necessidade de exames periciais nas reproduções mecânicas, 
temos a disposição do artigo. 422 do Código de Processo Civil. Vejamos:
Art. 422. Qualquer reprodução mecânica, como a fotográfica, a 
cinematográfica, a fonográfica ou de outra espécie, tem aptidão 
para fazer prova dos fatos ou das coisas representadas, se a sua 
conformidade com o documento original não for impugnada por 
aquele contra quem foi produzida.
§ 1ᵒ As fotografias digitais e as extraídas da rede mundial de 
computadores fazem prova das imagens que reproduzem, devendo, 
se impugnadas, ser apresentada a respectiva autenticação eletrônica 
ou, não sendo possível, realizada perícia.
Nesse contexto, lecionam Del Picchia Filho, Del Picchia e Del Picchia (2005) 
que, ao surgirem casos em que as peças estejam representadas por xerocópias ou 
similares, o perito deverá analisar minuciosamente o documento questionado.
No mesmo sentido, Pereira (1987) já observava a praticabilidade de perícias 
em xerocópias ou similares, nos casos específicos de falsificação de assinatura 
aposta em cheque, estudado em cópia de microfilme e, inclusive, exitosa quanto 
à determinação da autoria.
Defende o mesmo autor que as autoridades responsáveis pelas 
investigações devem sempre determinar a realização de exames na cópia xerox 
sobre as quais recaem dúvidas, afirmada a impossibilidade da apresentação do 
respectivo original.
UNIDADE 1 | DOCUMENTOSCOPIA
16
Atinente as reprocópias, ou cópias reprográficas, temos que informar que 
estas reproduzem a cópias fiel dos documentos com as quais se relacionam. São 
muito usadas na reprodução de livros cartorários no registro de eventos, como 
certidão de nascimento, casamento e óbito. Para visualizarmos, exporemos a 
imagem de uma cópia reprográfica de certidão.
FIGURA 10 – CÓPIAS 
FONTE: <https://cartorio.info/wp-content/uploads/2018/01/certidao-de-inteiro-teor-digitada-ou-
reprografica-1024x575.jpg>. Acesso em: 9 maio 2020. 
Entenderemos melhor a diferença entre as duas modalidades, de acordo com 
seus conceitos, no link: https://cartorioonlinebrasil24h.com.br/blog/certidao-de-inteiro-
teor-reprografico-e-digitada-quais-as-diferencas/.
DICAS
Certidão reprográfica: é idêntica àquela que está no livro de registro, ou seja, 
contém até as assinaturas das testemunhas e dos responsáveis pelo ato. Desse modo, ela 
traz a exata reprodução do conteúdo, ou seja, até mesmo a caligrafia utilizada na época. 
Trata-se de uma fotocópia feita por uma máquina de xerox. 
 Certidão de inteiro teor digitada: contém, em si, todas as informações presentes 
no livro de registro, contudo, não é, de fato, uma reprodução fiel dos assentos desse livro, 
uma vez que ela foi datilografada, digitada e impressa pelo cartório levando em conta as 
informações contidas no assento.
NOTA
TÓPICO 1 | DOCUMENTOSCOPIA
17
Oportuno acrescentar que, alguns doutrinadores apontam a fragilidade e a 
dificuldade de realização de perícias em documentos xerocopiados pelo fato de não 
ser possível identificar vestígios de adulteração nas reproduções, bem como não ser 
possível determinar aspectos de grafismo, datilografia ou tipo de tinta aplicada.
Nos documentos também podem ser encontrados selos e carimbos, 
passíveis de adulteração. Adequado é tecer algumas considerações sobre os 
selos de autenticidade, em especial quando utilizado em ato notarial e registral. 
Sua aposição no documento resulta em maior segurança jurídica e moderna 
fiscalização indireta pelos órgãos competentes.
Antes de abordarmos a análise de um selo, temos dois aspectos 
relacionados à segurança dos atos notarias e registrais que merecem destaque:
FIGURA 11 – RECONHECIMENTO DE FIRMA
FONTE: <https://image.slidesharecdn.com/curso-documentoscopia-120125103115-
phpapp01/95/curso-documentoscopia-34-728.jpg?cb=1327487841>. Acesso em: 9 maio 2020.
Agora, atinente aos selos de segurança, podemos analisar um de selo 
de cartório de reconhecimento por autenticidade, constante da autorização de 
transferência de veículo. Análise de documento extraído de D’Almeida, Koga e 
Granja (2015, p. 91). Vejamos: 
UNIDADE 1 | DOCUMENTOSCOPIA
18
FIGURA 12 – SELOS DE SEGURANÇA
FONTE: D’Almeida, Koga e Granja (2015, p. 91)
Para verificar a presença de alteração no selo, foram considerados padrões 
contemporâneos e efetuada análise visual com auxílio de comparador espectral 
de vídeo (VSC 6000 – Video Spectral Comparator), conforme imagem seguinte: 
FIGURA 13 – SELOS DE SEGURANÇA
FONTE: D’Almeida, Koga e Granja (2015, p. 91)
A análise visual no comparador espectral de vídeo, usando luz da região do 
visível indicou na peça questionada rasura (regiões esbranquiçadas) no desenho 
de fundo da área onde se encontra o texto “Reconhecimento Por Autenticidade”:
FIGURA 14 – SELOS DE SEGURANÇA
FONTE: D’Almeida, Koga e Granja (2015, p. 91)
TÓPICO 1 | DOCUMENTOSCOPIA
19
A análise visual da peça questionada com comparador espectral de vídeo 
usando luz da região do infravermelho revelou vestígios de uma impressão 
anterior que remete ao texto FIRMA 2, presente no padrão contemporâneo.
Da análise conclui-se que o selo questionado analisado foi alterado e 
aproveitado para o reconhecimento por autenticidade de firma.
 
Concernente aos carimbos, da mesma forma que os selos, diversos são seus 
modelos e matérias. A averiguação pericial consistirá basicamente na impressão 
do carimbo esboçada no documento encaminhado a exame. O perito investigará 
se a procedência do carimbo que produziu as impressões colhidas na Tomada de 
Material Padrão coincide com a do carimbo examinado.
6 ALTERAÇÕES FÍSICAS DE DOCUMENTOS
Como já apontado, muitos documentos são passíveis de fragilidade 
nos elementos que os constituem, e, com isso, tornam-se documentos de fácil 
falsificação. Assim, é necessário que seja realizada análise documentoscópica 
para que se verifique sua autenticidade documental.
Silva e Feuerharmel (2013) ressaltam que para se fazer um exame de confronto 
documental é necessário que se tenha conhecimentos sobre as características e 
especificações do documento em análise. Esta é uma área que se baseia na exposição 
de falsificação ou a alteração com a adição ou supressão de informação. 
Esclarecem os mesmos autores que são realizados nesta área os exames 
de moedas (cédulas e moedas metálicas), papéis, de petrechos de falsificação 
documental, documentoscópicos relativos à alteração documental, autenticidade 
documental, cruzamento de traços, idade de documento e idade de tinta.
De forma sintética, explanaremos em que consistem as alterações físicas 
dos documentos. Antes, porém, apresentaremos algumas considerações que a 
legislação penal traz a respeito do assunto.
O Código Penal conta com diversos artigos que incriminam condutas de 
falsificação. Podemos mencionar o artigo 297, que dispõe sobre a falsificação de 
documento público. A respeito do tema, leciona Bitencourt (2019, p. 1375) sobre 
as condutas incriminadas:
As ações incriminadas são: 
a) falsificar, no todo (contrafação total, com formação global, por 
inteiro) ou em parte (contrafação parcial, com acréscimo de dizeres, 
letras etc.), documento público; 
b) alterar (modificar, adulterar dizeres, letras) documento público 
verdadeiro. No crime de falsificação de documento público é 
necessário que o falsum seja suficientemente idôneo para provocar 
erro em outrem, sob pena de não se configurar a infração penal 
descrita no art. 297. 
UNIDADE 1 | DOCUMENTOSCOPIA
20
Elucida o mesmo autor que os tribunais têm entendido que a simples troca 
ou substituição de fotografia em documento alheio tipifica o crime em exame.
No mesmo sentido, o artigo 298 tipifica a falsificação de documento 
particular, tutelando a autenticidade de tais documentos. Nesse diapasãotemos os 
cartões de crédito e débito. O denominado papel-plástico ou dinheiro de plástico 
também recebe, por força de lei, a qualificação de documento por equiparação. 
Com essa equiparação, a falsificação de referidos cartões passa a configurar o 
crime de falsificação de documento particular (BITENCOURT, 2019).
De um modo geral, a inautenticidade de um documento ou a presença 
de alterações são detectadas pela verificação de incoerências em sua impressão, 
autenticação (elementos de segurança ou assinaturas), suporte ou conteúdo. 
Além disso, inúmeras outras características auxiliam e, por vezes, só permitem 
detectar uma falsificação. Entre elas, citam-se o tipo de papel, fonte, instrumento 
de escrita e tinta usados, a ortografia, a sequência de produção do documento e 
várias marcas que podem ser deixadas no suporte. 
Podemos sintetizar as principais formas de procedimentos fraudulentos 
em escritos, considerando sua incidência na seara pericial. A seguir, temos 
algumas formas de alterações em documentos:
• Contrafações.
• Falsificação gráfica.
• Alterações.
• Montagens.
• Clonagens. 
Pela contrafação são reproduzidos documentos impressos, com destaque 
para cédulas de papel moeda e documentos de identificação. Por alterações, 
entendemos os artifícios empregados para transformar o conteúdo original de um 
documento, capazes de deixar marcas passíveis de serem constatas em exames 
periciais. Na alteração são utilizados, por exemplo:
• Lavagem química: emprego de reagente químico em áreas localizadas do 
documento, para suprimir parte dos registros gráficos originais.
• Acréscimo: inclusão de registros gráficos adicionais àqueles originais do documento.
• Rasura: apagamento de parte dos registros gráficos através do atrito provocado 
por produto abrasivo sobre o suporte.
• Recorte: remoção de parte do documento através de rasgadura ou corte do suporte.
A imagem seguinte aponta um exemplo de documento adulterado:
TÓPICO 1 | DOCUMENTOSCOPIA
21
FIGURA 15 – RASURA
FONTE: <https://public-rf-upload.minhawebradio.net/16127/news/
ec97b1e53909f75cd218fc5a6fa1458f.jpg>. Acesso em: 12 maio 2020.
Como se depreende da imagem, é nítida a alteração do número original 
“4”, pelo número ”9”.
Caro acadêmico, para se aprofundar no assunto das técnicas utilizadas para 
identificação de alterações físicas em documentos, indicamos a leitura do trabalho: Novas 
tecnologias aplicadas à Análise Documental, do Instituto de Criminalística Afrânio Peixoto, 
Departamento de Polícia Técnica do Estado da Bahia, disponível no link: https://www.
grafoexame.com.br/2013/05/novas-tecnologias-aplicadas-a-analise-documental/#:~:text=A%20
Espectroscopia%20%C3%A9%20uma%20t%C3%A9cnica,pouco%20estudada%20para%20
an%C3%A1lise%20documental. 
 O trabalho é rico em detalhes e ilustram que possibilitam um melhor entendimento 
da matéria. Para tanto, exporemos seu resumo:
 Este trabalho tem como objetivo apresentar a aplicação de técnicas spectroscópicas 
e recursos de software baseados em matemática avançada, para a realização de perícias 
documentais, a fim difundir e ampliar a gama de ferramentas disponíveis ao profissional 
da ciência forense. A Espectroscopia é uma técnica bastante conhecida principalmente 
na área de Química e Física, contudo, ainda pouco estudada para análise documental. 
Espectrômetros equipados com microscópios, voltados para a perícia documental existem 
no mercado, e foram adquiridos recentemente pelo Instituto de Criminalística Afrânio 
Peixoto, como o Vídeo Comparador Espectral e o Espectrômetro com tecnologia Raman, 
que permitem utilizar iluminação em vários comprimentos de onda e traçar espectros de 
absorção, emissão ou reflectância, para análise das características das tintas esferográficas 
e de impressão utilizadas em documentos. Esta tecnologia aplicada ao exame de 
documentos permite a análise mais apurada do material de perícia, para estudos como 
diferenciação de tintas esferográficas, cruzamento de traços, características do suporte, 
bem como mais confiabilidade nos resultados devido a sua sensibilidade e abrangência. 
A computação também oferece um leque de possibilidades, com recursos de baixo nível 
de investimento, destinados a aprimorar os trabalhos forenses, como a utilização da 
deconvolução para separação de cores, entre outros tantos recursos disponíveis.
DICAS
UNIDADE 1 | DOCUMENTOSCOPIA
22
Após verificarmos como ocorrem as alterações documentais, passaremos 
a estudar um assunto relevante e de grande incidência no ramo pericial, as 
conhecidas fotografias e seu tratamento digital de imagens.
6.1 FOTOGRAFIA E TRATAMENTO DIGITAL DE IMAGEM
Atualmente, são aplicadas em exames periciais tecnologias de super 
resolução para aprimorar imagens de fotografias, proporcionando resultados 
mais eficazes nas investigações. Todavia, o que é super resolução? A imagem 
seguinte traz seu conceito de uma forma simplificada:
FIGURA 16 – SUPER RESOLUÇÃO DE IMAGENS
FONTE: Adaptado de <https://periciastecnicas.com.br/index.php/2017/11/20/laboratorio-
forense-para-super-resolucao-de-imagens/>. Acesso em: 11 maio 2020.
 A imagem seguinte nos permite entender qual o diferencial da 
super resolução, em razão da sua excepcional nitidez:
FIGURA 17 – COMPARATIVO DE IMAGENS
FONTE: <http://www.extremetech.com/wp-content/uploads/2012/07/computer-chip-super-
resolution-640x353.jpg>. Acesso em: 11 maio 2020.
TÓPICO 1 | DOCUMENTOSCOPIA
23
Oportuno esclarecer que as perícias não são realizadas apenas em imagens 
estáticas, como nas fotografias, mas também nas imagens em movimento, no caso 
dos vídeos. O trabalho dos peritos consiste em exames de verificação de edição, 
na busca por elementos que indiquem alterações fraudulentas do conteúdo 
original da imagem. Em seu mister, os profissionais fazem confronto de imagens, 
tratamento digital de registros de vídeos, e até exames de reconhecimento facial, 
na busca de vestígios de qualquer alteração de conteúdo.
Entre os indícios de alteração considerados pelos peritos, destacam-se as 
adulterações, ocultações e obliterações. Assim entendidas como a dissimulação, 
supressão e até destruição de imagens, com o fim de alterar a material registrado. 
Antes de prosseguirmos, é relevante observar algumas imagens, onde se é 
possível verificar algumas alterações:
FIGURA 18 – FOTOS HISTÓRICAS ADULTERADAS
FONTE: Adaptado de <https://bit.ly/371LYWP>; < https://bit.ly/2UbyClx>. Acesso em: 11 maio 2020. 
As imagens são definidas como a representação visual de algo ou de 
pessoas. Ela pode ser capturada ou criada, por meio de fotografias, pinturas, 
gravuras ou computação gráfica. Não entraremos no mérito do processamento 
de imagens, haja visto que o objetivo de nossos estudos é entender como são 
identificadas as alterações em imagens questionadas. Para tanto, apresentamos a 
imagem a seguir, característica de uma montagem.
UNIDADE 1 | DOCUMENTOSCOPIA
24
FIGURA 19 – MONTAGEM 
FONTE: Adaptado de <http://www.folhapolitica.org/2014/06/romeu-tuma-jr-denuncia-
montagens-de.html>. Acesso em: 11 maio 2020. 
Em razão de modernos softwares de gráfica, dos scanners e das impressoras 
de qualidade, associados às altas capacidades gráficas que eles proporcionam, 
surgiram as falsificações de documentos feitas através do aproveitamento 
dos meios digitais. Dentre as diferentes adulterações que podem resultar da 
manipulação de imagens digitais destacam-se:
• Montagem.
• Subtração de imagem.
• Substituição de imagem.
• Duplicação de áreas.
• Adição de ruídos.
Caberá ao perito, valendo-se de sua experiência e técnicas, analisar a 
imagem capturada e identificar possíveis indícios de adulteração. Por fim, uma 
breve explanação sobre o que dispõe a legislação processual civil, no que diz 
respeito as fotos e sua e seu valor probante:
Art. 385. A cópia de documento particular tem o mesmo valor 
probante que o original, cabendo ao escrivão, intimadas as 
partes, proceder à conferência e certificar a conformidade entre 
a cópia e o original. 
§ 1ᵒ Quandose tratar de fotografia, esta terá de ser acompanhada 
do respectivo negativo. 
§ 2ᵒ Se a prova for uma fotografia publicada em jornal, exigir-
se-ão o original e o negativo.
TÓPICO 1 | DOCUMENTOSCOPIA
25
"Por fotografia do documento, leia-se fotocópia, que, devidamente autenticada, 
terá o mesmo valor do documento original. Atualmente, predomina o entendimento de 
que as fotocópias não necessitam de autenticação, exceto quando colocada em dúvida 
sua veracidade, circunstância em que a parte interessada na produção dessa prova deverá 
providenciar os originais ou fotocópias autenticadas" (LOPES JUNIOR, 2019, p. 506).
IMPORTANT
E
As medidas defendidas pelo Código de Processo Civil visam garantir 
a atuação pericial, quando de eventual questionamento de autenticidade do 
material juntado.
Acadêmico, indicamos a leitura do texto Fundamentos sobre reprografias nos 
exames periciais, disponível no link: http://www.cinelli.com.br/Cinelli/Fundamentos_sobre_
reprografias.html.
DICAS
26
Neste tópico, você aprendeu que:
• A documentoscopia é um importante ramo da criminalística, que tem por 
objetivo estudar documentos para verificar sua autenticidade, ou determinar 
sua autoria.
• Em razão da diversidade de documentos e dos materiais que os constituem, 
são disponibilizados diferentes exames documentoscópicos, específicos para a 
apreciação de cada situação.
• Nas perícias documentoscópicas é necessário a observância de cuidados 
especiais com os documentos analisados, adotando-se, para tanto, técnicas não 
destrutivas dos materiais examinados.
• Para a realização das perícias são empregados pelos profissionais tecnologias e 
equipamentos peculiares à seara documentoscópica.
• Exames documentoscópicos são perfeitamente possíveis em cópias reprográficas 
e documentos datilografados, valendo-se o profissional de conhecimentos e 
técnicas específicas nessas abordagens.
RESUMO DO TÓPICO 1
27
1 Em que consiste um exame documentoscópico?
2 O que se entende por elementos de segurança em documentos? Cite três 
espécies desses elementos.
3 Por alterações, entendemos, os artifícios empregados para transformar o 
conteúdo original de um documento, capazes de deixa marcas passíveis 
de serem constatas em exames periciais. Especifique os principais métodos 
adotados pelos falsários nessas alterações.
AUTOATIVIDADE
28
29
TÓPICO 2
GRAFOSCOPIA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Abordaremos, neste tópico, a grafoscopia, também conhecida por 
grafotécnica, assim entendida como o ramo da documentoscopia que estuda 
a escrita, na qual, através da aplicação de técnicas, é possível identificar a 
autenticidade ou falsidade de uma assinatura ou escrito.
Conheceremos a perícia grafotécnica e seus procedimentos para coleta 
e realização de confrontos entre padrões gráficos, em uma efetiva análise nas 
características particulares do grafismo ou escrita. 
Para tanto, serão expostos os principais fatores que afetam a escrita em suas 
qualidades gerais, resultando em diversos padrões gráficos. De forma concisa, 
exporemos a variabilidade individual das escritas, considerando detalhes que as 
diferenciam e identificam o seu escritor.
Bons estudos e muito sucesso!
2 ESCRITA
De início, temos que esclarecer que o estudo e a análise de uma escrita exigem 
muita habilidade e conhecimentos técnicos, pois trata-se de um trabalho criterioso que 
envolve não só o mecanismo da escrita, mas a identificação do seu autor.
Para estudarmos a escrita temos que conhecer o conceito de grafoscopia. 
Sétimo (2014) ensina que a grafoscopia consiste na técnica baseada em observações 
sistemáticas de elementos que compõem o grafismo. Explanaremos o estudo do 
grafismo mais adiante. Por ora, nos interessa a escrita e sua evolução.
Sette (2020) observa que, independentemente de como se pega na caneta, 
a escrita é desenhada de acordo com impulsos do cérebro através do sistema 
nervoso e dos músculos do braço e da mão. Sendo assim, ela não pode ser 
camuflada ou disfarçada para ocultar sua interpretação.
 
Importante apresentarmos a classificação da escrita de acordo com a idade 
gráfica. O quadro seguinte propõe essa evolução de forma ordenada:
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QUADRO 2 – CLASSIFICAÇÃO DA ESCRITA
Escrita primária
Rústica e canhestra
O ato de escrever não faz parte do hábito do indivíduo
Traços lentos, quebras e muito parada
Indica pouca cultura gráfica
Escrita escolar
Apresenta certa desenvoltura
Traços com maior fluidez e decisão
Indica média cultura gráfica
Escrita secundária
Escrita flui com velocidade
Demonstra qualidades particulares e rapidez na execução dos traços
Indica alta cultura gráfica
Escrita senil
Execução comprometida por problemas motores
Apresenta falhas na ideação
Pode decorrer da degeneração dos músculos ou da idade
Indica cultura gráfica decadente
FONTE: Adaptado de Sétimo (2014)
Como se depreende do quadro anterior, as formas pessoais da escrita não 
são estáticas, mas apresentam alterações com o passar do tempo. Nesse sentido, 
Sétimo (2014) aborda que, na evolução, o grafismo evoluciona de acordo com 
o que se aprende em classificação da escrita. O aperfeiçoamento decorre do 
treinamento, resultando no automatismo gráfico.
Por outro lado, o mesmo autor tambem observa que pode ocorrer uma 
involução em razão da senilidade. Não significa que todos os indivíduos podem 
ser prejudicados por ela, pois, muitos mantêm as próprias caracteríticas de escrita, 
mesmo com idade avançada.
2.1 LEIS DO GRAFISMO
Conhecer as leis do grafismo é importante para que o profissional 
possa desenvolver o adequado exame em documentos que possuam grafismos. 
Embasados nos princípios trazidos por essa lei, o perito pode valer-se de padrões 
para verificar a autenticidade e a autoria da escrita.
 
A lei do grafismo, apresentada pelo estudioso Edmond Solange Pellat, 
fundamentou-se no princípio de que o grafismo é individual e inconfundível. 
Citada lei apresenta o princípio geral. Vejamos de forma pormenorizada na 
imagem a seguir.
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FIGURA 20 – PRINCÍPIO GERAL
FONTE: Adaptado de Sétimo (2014)
Pelo princípio fundamental, as leis da escrita independem do alfabeto 
utilizado. Com base nisso, foram desenvolvidas quatro leis do grafismo. Vejamos 
de forma sequencial as leis do grafismo, segundo Pellat (1927):
• Primeira Lei do Grafismo: o gesto gráfico está sob a influência imediata do 
cérebro. Sua forma não é modificada pelo órgão escritor se este funciona 
normalmente e se encontra suficientemente adaptado à sua função.
Sétimo (2014) aborda que a execução do gesto gráfico, treinado para a escrita, 
realizada pelo punho escritor, está diretamente relacionada ao cérebro. Nesse sentido, 
ressalta o mesmo autor que, se um escritor destro treinar o punho esquerdo, produzirá 
escrita com as mesmas qualidades técnicas do outro punho. Podemos concluir, então, 
que não existem duas pessoas distintas com a mesma escrita.
• Segunda Lei do Grafismo: quando se escreve, o “eu” está em ação, mas o 
sentimento quase inconsciente de que o “eu” age passa por alternativas 
contínuas de intensidade e de enfraquecimento. Ele está no seu máximo de 
intensidade onde existe um esforço a fazer, isto é, nos inícios, e no seu mínimo 
de intensidade onde o movimento escritural é secundado pelo impulso 
adquirido, isto é, nas extremidades.
 
Pela segunda lei, temos o automatismo gráfico, que, no entender de Sétimo 
(2014), pode ser explicada pelo fato da sequência do grafismo fluir naturalmente, 
após iniciado o gesto gráfico. Significa afirmar que à medida em que a escrita vai 
de desenvolvendo, o escritor torna patente sua escrita usual.
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• Terceira Lei do Grafismo: não se pode modificar voluntariamente em um dado 
momento sua escrita natural senão introduzindo no seu traçado a própria 
marca do esforço que foi feito para obter a modificação.
As tentativas de disfarces não surtirão efeitos durante a execução do gesto 
gráfico, pois sendo este automático,isso não será possível. Qualquer tentativa 
posterior também não terá sucesso, uma vez que as características particulares já foram 
registradas (SÉTIMO, 2014). A naturalidade da escrita é uma característica fundamental 
que a distingue da falsificação. Assim, qualquer empenho do escritor em escrever de 
determinada forma, resultará na perda da individualidade inicial da escrita.
• Quarta Lei do Grafismo: o escritor que age em circunstâncias em que o ato 
de escrever é particularmente difícil, traça instintivamente ou as formas de 
letras que lhe são mais costumeiras, ou as formas de letras mais simples, de 
um esquema fácil de ser construído.
Sétimo (2014) aborda que o escritor sempre evolui, no sentido de criar 
a maneira em que o gesto da escrita lhe seja mais fácil. A prática proporciona 
o desenvolvimento de formas de escrita, atribuindo características técnicas 
importantes ao escrito.
Em outras palavras, significa dizer que, em certas ocasiões, em que o ato 
de escrever está sendo limitado por algo, o escritor utiliza traços gráficos simples 
e fáceis de se desenvolver.
Seguindo os ditames desses princípios, caberá ao especialista, diante de 
um documento com dizeres gráficos, estudar e compreender a escrita, identificar 
a autenticidade, bem como a autoria da grafia.
Expostas as leis do grafismo em seus aspectos mais relevantes, resta 
apresentar alguns exemplos seus, de maneira a reconhecermos sua extensa 
variedade, o que permite ao perito optar pelo padrão adequando na realização 
de exames gráficos.
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FIGURA 21 – EXEMPLOS DE GRAFISMO
FONTE: <https://image.slidesharecdn.com/mdulo4-designmultimdia-130930083032-phpapp01/95/
mdulo-4-design-multimdia-16-638.jpg?cb=1380529873>. Acesso em: 13 maio 2020.
Ainda podemos ressaltar que existem diferentes tipos de grafismos, entre 
eles destacam-se:
• as rubricas;
• as assinaturas;
• as escritas cursivas;
• as escritas em letras de forma.
Tirotti e Tirotti (2015) apresenta que os grafismos das assinaturas nem 
sempre guardam as mesmas características da escrita usual de seu escritor. Às 
vezes, o escritor prefere empregar letras de forma distinta daquela usada na 
escrita corrente. Quanto às rubricas, reduzem-se a um pequeno número de traços, 
sendo uma significação da assinatura (TIROTTI; TIROTTI, 2015).
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A perícia caligráfica é um dos objetos de prova mais importantes e também 
dos mais usuais com que conta a justiça. Com relação ao exame escrito ou perícia 
caligráfica, prevê o art. 174 do Código de Processo Penal que as diligências para o exame de 
reconhecimento de escritos, por comparação de letra, destinam-se a autenticar documento, 
ou então, proclamar sua falsidade. As regras previstas no art. 174, que se referem à perícia de 
escritos, podem ser estendidas, como orientação, às perícias datilográficas. 
FONTE: <https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/pericia-caligrafica-e-
ou-documentoscopia-na-prova-pericial/36376>. Acesso em: 3 jun. 2020.
IMPORTANT
E
Como nosso trabalho é voltado ao estudo e à análise da escrita, nos 
balizaremos ao conhecimento das letras utilizadas para mensagens textuais.
2.2 ALFABETOS E SISTEMAS CALIGRÁFICOS
Conhecer o alfabeto e as letras que o compõem é importante para uma 
análise prática da grafia. A partir da análise de suas formas é possível identificar 
o perfil e a autoria da escrita. Não esmiuçaremos o tema acerca da formação do 
alfabeto e sua evolução, posto que nosso estudo objetiva a apreciação das formas 
gráficas, enquanto artifício de adulteração.
Analisar os sinais gráficos que cada indivíduo deixa ao escrever uma 
letra é um processo que requer precisão e conhecimento técnico. É no estudo dos 
detalhes de cada letra que forma a palavra que a perícia grafotécnica encontrará 
embasamento para o conhecimento da autoria.
Basicamente, os alfabetos são formas de escritas constituídas por um conjunto 
de sinais gráficos. O alfabeto latino ou romano é o utilizado na língua portuguesa.
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O alfabeto da língua portuguesa é o latino. Ele se divide em duas partes: vogais 
e consoantes. As vogais são as letras: A, E, I, O, U; e as consoantes são: B, C, D, F, G, H, J, L, 
M, N, P, Q, R, S, T, V, X, Z.
 Além delas, existem outras três letras que são usadas em casos especiais: K, Y, 
W. Elas são usadas para escrever nomes próprios e estrangeirismos. Os países de língua 
portuguesa, incluindo o Brasil, aboliram algumas variações após a assinatura do Novo 
Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. O alfabeto é escrito de forma ordenada, onde 
as letras respeitam uma sequência, e pode ser escrito com letras maiúsculas e minúsculas.
 Acesse o conteúdo completo sobre a origem do alfabeto no site: https://www.
guiaestudo.com.br/origem-do-alfabeto.
INTERESSA
NTE
Nesse contexto, é importante esclarecer que letra é a unidade do alfabeto. 
Suas formas habituais seguem dois traçados, podendo ser impressa ou cursiva. 
Vejamos um breve resumo dos seus conceitos: 
• Letra impressa: 
◦ Conhecida como letra de forma.
◦ Usada em impressões tipográficas.
• Letra cursiva:
◦ Usada, geralmente, em escrita de grafismo. 
Conheceremos mais a respeito das letras, na medida em que formos 
estudando a escrita e expondo suas características e variabilidades.
No que tange aos sistemas caligráficos, temos que, no transcorrer dos anos, 
foram observadas mudanças fundamentais no ensino da escrita. Através de métodos 
educacionais diferentes que buscavam-se estabelecer normas para a prática escolar. 
A preocupação com a escrita já era evidente, assim, no início do Século XX, em 
vários estados brasileiros, discursos pedagógicos, apoiados em preceitos higienizas, 
preocuparam-se em normatizar a escrita. A caligrafia inclinada, utilizada durante 
o Século XIX, apesar de elegante, graciosa e pessoal, era criticada, porque percebida 
como a causa para os problemas de miopia e escoliose encontrados nos escolares. Para 
manter a saúde das crianças, indicava-se a caligrafia vertical como a mais adequada 
ao trabalho escolar. Papel direito, corpo direito, escrita direita, pareciam resumir as 
prescrições da higiene (VIDAL; GVIRTZ, 1998).
As autoras esclarecem que as principais escolas paulistas instituíram a 
caligrafia norte-americana, ou inclinada, como a mais indicada no ensino das 
primeiras letras. Entretanto, a Reforma da Instrução Primária de Minas Gerais 
indicava a caligrafia vertical, ou redonda, por considerá-la não somente mais 
higiênica, como também mais adequada aos tempos modernos.
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Oportuno notar que, muitas vezes, as defesas de determinados modelos 
caligráficos, inclinado ou vertical, utilizavam do termo escrita no lugar do termo 
caligrafia. A par desses modelos de escrita, os métodos de aquisição da escrita 
vão se dividir entre a letra de imprensa, denominada letra bastão, e a letra 
cursiva, também conhecida como emendada ou manuscrita. Podemos visualizar 
na imagem a seguir a distinção entre letras cursivas e letras bastão. 
FIGURA 22 – EXEMPLO DE LETRAS CURSIVAS E LETRAS BASTÃO
FONTE: <http://s2.glbimg.com/zYKA1s-wcOGQi6oTEzarE5zEKW8=/695x0/s.glbimg.com/po/
tt2/f/original/2015/03/05/fani_facebook.png>. Acesso em: 15 maio 2020.
Caro acadêmico, para aprender mais sobre os sistemas caligráficos, indicamos 
a leitura do trabçaho: O ensino da escrita manual no Brasil: dos modelos caligráficos à 
escrita pessoal no Século XXI, no link: http://www.bocc.ubi.pt/pag/fetter-sandro-lima-
edna-lima-guilherme-o-ensino-da-escrita-manual-no-brasil.pdf.
DICAS
Explanados os pontos relevantes sobre o alfabeto e o sistema caligráfico, 
temos que conhecer, de uma maneira geral, as qualidades da escrita. É o que 
faremos na sequência.
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3 QUALIDADES GERAIS DA ESCRITA
Das caraciterísticas do grafismo, podemos extrair suas qualidadades, 
assim definidas pelos estudiosos como qualidades gerais da escrita. As 
qualidades gerais da escrita podemser subdidividas em elementos subjetivos e 
elementos objetivos.
Importante observar que os elementos subjetivos são díficeis de serem 
simulados por serem involuntários (TIROTTI; TIROTTI, 2015). Para melhor 
visualizarmos, vejamos de forma em que consistem esses elementos de ordem 
geral da escrita (TIROTTI; TIROTTI, 2015):
• Elementos subjetivos da escrita:
◦ rítmo;
◦ dinamismo;
◦ velocidade; 
◦ habilidade.
• Elementos objetivos da escrita:
◦ alinhamentos;
◦ espaçamentos;
◦ limintantes verbais;
◦ relação de proporcionalidade;
◦ inclinação axial;
◦ calibre;
◦ pressão;
◦ tendência de punho;
◦ espontaneidade. 
Vamos apreender o siginificado de cada um desses elementos, 
numa abordagem consisa e ordenada. Vejamos, então, em que consistem os 
elementos subjetivos:
• Rítmo: consiste na cadência de movimentos, compreendendo as formações 
harmoniosas e contrafeitas (DEL PICCHIA FILHO; DEL PICCHIA; DEL 
PICCHIA, 2005).
• Dinamismo: refere-se ao estudo concomintante das forças de pressão e 
velocidade (DEL PICCHIA FILHO; DEL PICCHIA; DEL PICCHIA, 2005).
• Velocidade: observando o grafismo é possível notar se a escrita foi rápida, 
média ou lenta. As divergencias de velocidade são indentificadas quando se 
analisa os momentos do grafismo (TIROTTI; TIROTTI, 2015).
Nesta oportunidade, temos que destacar os momentos do grafismo, assim 
entendidos como o momento gráfico propriamente dito, ou momento da parada 
e da retomada da escrita. Esses momento podem ser considerados diminutos 
na medida em que o instrumento escritor quase não toca o papel pela leveza e 
rapidez. Vejamos, a seguir, as peculiaridades que denotam rapidez e lentidão 
(TIROTTI; TIROTTI, 2015):
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◦ Escrita rápida: momentos diminutos, pressão baixa e traços agéis. 
◦ Escrita lenta: momentos gráficos, pressão alta e traços oscilantes. 
• Habilidade: está relacionada à instrução do gesto gráfico, pela prática e 
destreza do punho do escritor.
Da mesma forma, abordaremos os principais elementos objetivos 
análisado em um perícia, com observância aos estudos de Sétimo (2014). Confira 
as principais particularidades desses elementos: 
• Alinhamentos: verifica-se a posição no espaço do grafismo em relação à linha 
de pauta. Assim, nós temos a escrita apoiada e a escrita flutuante.
FIGURA 23 – ESCRITA APOIADA E FLUTUANTE
FONTE: Adaptado de Sétimo (2014)
• Espaçamentos: é a distância média observada nos grafismo. Pode ser a distância 
entre os gramas, caractereres, vocábulos ou linhas.
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FIGURA 24 – ESPAÇAMENTO ENTRE GRAMAS, CARACTERES, VOCÁBULOS E LINHAS
FONTE: Adaptado de Sétimo (2014)
• Limitantes Verbais: linhas retas imaginárias que são traçadas sobre uma escrita 
para verificações de algumas características. A imagem representa as linhas da 
limintante verbal superior e inferior, em que se identificam os passantes, assim 
entendidos como gramas grafados fora da linha imaginária.
FIGURA 25 – LIMITANTES VERBAIS
FONTE: Adaptado de Sétimo (2014)
• Gladionagem: é a inexistencia de paralelismo entre as linhas de ápice e a linha 
de base de uma escrita. A gladionagem pode ser positiva, quando as linhas se 
encontram a direita do grafismo e negativa, quando se encontram a esquerda. 
Ainda existe a escrita ingladiolada, onde as limintantes verbais são paralelas:
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FIGURA 26 – INGLADIOLAGEM, GLADIOLAGEM POSITIVA, NEGATIVA E COM VARIAÇÕES
FONTE: Adaptado de Sétimo (2014)
• Inclinação Axial: de acordo com a visualização do eixo axial, pode-se dizer se 
uma escrita apresenta inclinação ou não.
FIGURA 27 – EIXO AXIAL
FONTE: Adaptado de Sétimo (2014)
Ainda, com relação à inclinação axial, podemos identificar escritas 
verticais, com inclinação para a direita e com inclinação para a esquerda.
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FIGURA 28 – GRAFISMO VERTICAL, COM INCLINAÇÃO PARA A DIREITA
FONTE: Adaptado de Sétimo (2014)
• Calibre: faz referência ao tamanho da escrita, seja no todo ou em suas partes. 
Dessa forma, pode-se mencionar o calibre de um grama, de uma letra, de uma 
palavra. Pode ser classificado como, grande, médio e pequeno.
FIGURA 29 – CALIBRE PEQUENO
FONTE: Adaptado de Sétimo (2014)
• Tendência de punho: destaca-se pela tendência á angulosidade, manifestada 
pela inversão de curva de sentido; tendência à arcada, com produção de 
concavidade voltda à região inferior; tendência à guirlanda, apresentado 
convexidade em sentido inferior e concavidade em sentido superior, e, por 
fim, a tendência mista, executada através de lançamentos de diversas formas 
(TIROTTI; TIROTTI, 2015).
• Pressão: pode ser considerada a força exercida na execução do traço, bem como 
suas variações. Assim temos as formas de pressão do punho na modalidade 
leve, representada por traços finos e claros; modalidade média, com tonalidades 
e expessuras de traçõs medianas e, por fim, a modalidade pesada com traços 
espessos e mais escuros e produção de sulcos observáveis. 
Na sequência, as figuras ilustram as três classificações de escrita, de acordo 
com a pressão do punho:
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FIGURA 30 – PRESSÕES DE PUNHO LEVE, MÉDIA E PESADA
FONTE: Adaptado de Sétimo (2014)
• Espontaneidade: ccorresponde à fluência natural da escrita, sem artificialismo. 
Traços sem espontaneidade são pesados e indecisos, resultados de movimentos 
lentos, que exigem mais esforço e atenção. Ao contrário, a espontaneidade 
representa a uniformidade, ausência de tremores na escrita, que denota 
velocidade, decorrente do automatismo gráfico. 
Após o estudo das características gerais da escrita, é importante, para a 
bom entendimento do grafismo em trabalhos periciais, conhecermos os fatores 
comprometedores da escrita. 
3.1 FATORES QUE AFETAM A ESCRITA
Pelo que já expusemos, podemos concluir que o grafismo não é inerte, ele 
evolui e sofre alterações na medida em que o escritor desenvolve o aperfeiçoamento 
da escrita pelo treinamento, até alcançar o automatismo gráfico.
Da mesma forma, a escrita pode ser alterada normalmente pela involução, 
em razão da senilidade. A evolução e a involução são fatores normais da 
mudança de grafismo. Diferentemente, podemos encontrar mudanças anormais 
do grafismo.
Sétimo (2014) aborda que os fatores anormais podem influenciar a 
qualidade da escrita quando agem diretamente sobre as condições motoras 
do órgão escritor. Podemos visualizar de forma esquematizada esses fatores 
anormais, assim considerados internos e externo.
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• Fatores internos:
◦ Referentes ao sistema produtor do grafismo.
◦ Exercem influência direta na produção do grafismo.
◦ Emoção, euforia, depressão, medo, raiva, embriaguez, ferimento, doenças 
crônicas, entre outros.
• Fatores externos:
◦ Causas alheias ao sistema produtor do grafismo.
◦ Exercem influência indireta na produção do grafismo.
◦ Postura incômoda, instrumentos escritor defeituosos, suporte inadeuqado, 
escrita em movimento, entre outros. 
Como se depreende, diversos são os fatores que podem acarretar alterações 
na escrita. Muitas vezes tais alterações são imperceptívies às pessoas comuns, 
mas à vista de um perito experiente, são facilmente identificadas. 
4 DISFARCES GRÁFICOS
Trataremos agora das circunstâncias em que o autor tenta ocultar as 
características originais da escrita. Veremos que, para tanto, poderá a escritor se 
valer de diferentes tipos de disfarces, são os denominados disfarces gráficos.
Para compreendermos melhor o conceito, exporemos de forma 
esquematizada os mais relevantes disfarces gráficos utilizados (TIROTTI; 
TIROTTI, 2015). 
• Tipos de disfarces gráficos:
◦ Escrita cursiva modifica as formas dos caracteres.
◦ Escrita cursiva com caligrafação dos caracteres. 
◦ Escrita cursiva com variação de inclinação.
◦ Aumento ou diminuição da calibragem.
◦ Utilização da mão esquerda (esquerdismo).
◦ Deformação dos caracteres e dos traços.
◦ Simulação de canhestrismo gráfico.
◦ Variação de formas.
◦ Erros ortográficos. 
Tirotti e Tirotti

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