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SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR Ginecologia e Obstetricia SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 O advento do Doppler veio complementar o estudo ultrassonográfico, acrescentando características funcionais e traduzindo a hemodinâmica dos órgãos pélvicos de maneira não-invasiva. Outras técnicas ultrassonográficas que vêm se aprimorando nos últimos anos são a histerossonografia e a histerossonosalpingografia. Ambas permitem a avaliação mais precisa da cavidade uterina e com a última também pode ser feita a avaliação da permeabilidade tubária, associada ao Doppler colorido e meios de contraste. A pelve feminina também pode ser avaliada através de outras modalidades de diagnóstico por imagem, tais como, a Tomografia Computadorizada (TC) e a Ressonância Magnética (RM). USG transabdominal Indicações: → Método preferível após a 12ºs de gestação; → Abordagem global dos órgãos pélvicos e suas relações; → Pacientes virgens que não podem fazer a USG endovaginal; Preparo: → Bexiga cheia: desloca alças intestinais e serve como janela acústica; → Usar antiflatuente; Transdutor: → Baixa frequência → Possui alta penetrância → Pouca definição/sensibilidade; → As vísceras podem atrapalhar a visualização dos órgãos pois geralmente estão cheias de gases; Obs.: Bexiga serve como referência em ecogenicidade e posição para avaliar outras estruturas. USG endovaginal Indicações: PADRÃO-OURO! → O mais indicado no até as 12ºs da gestação; → Quando os achados são anormais no exame físico; → Sangramento uterino anormal; → Dor pélvica crônica; → Gravidez ectópica; → Avaliação de infertilidade; → Pacientes obesas; Preparo: → Bexiga vazia; → Usar antiflatuente; → Se abster de relações sexuais; → Não fazer uso de cremes intravaginais; → Não fazer uso de duchas vaginais; Transdutor: → Alta frequência → Possui baixa penetrância → o que é ideal porque os órgãos ficam mais próximos do transdutor; → Maior sensibilidade/resolução SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 Avaliação do Útero Órgão muscular localizado na parte anterior da cavidade pélvica. Apresenta formato de uma pêra invertida, distinguindo-se as faces anterior ou vesical e posterior ou intestinal e as bordas direita e esquerda. Na superfície uterina um pouco abaixo do meio, observa-se uma discreta constrição, correspondendo ao istmo do útero. A região acima do istmo é denominada corpo uterino, que é volumoso e arredondado, enquanto que aquela abaixo é denominada colo uterino ou cérvice. A porção do corpo situada acima do plano que passa ao nível da abertura das tubas uterinas recebe o nome de fundo uterino. O colo uterino é a porção de menor mobilidade do útero e está subdividido em duas partes: supravaginal e vaginal. A primeira está separada da bexiga anteriormente por um tecido conjuntivo frouxo e pelo reto posteriormente. O corpo e fundo uterino apresentam maior mobilidade que o colo, pois estão ligados a paredes laterais da pelve por estruturas mais flexíveis. Por esse motivo, o fundo uterino pode apresentar-se deslocado para a direita, esquerda, anterior e posteriormente, dependendo da distensão vesical, postura, pressão intra- abdominal e enchimento do reto. • A localização do útero depende da relação entre o maior eixo uterino com o plano sagital da pelve. As localizações mais comuns são: 1. anteversão (para frente, anterior); 2. medioversão (no meio); 3. retroversão (para trás, posterior); • O eixo uterino normalmente está medianizado, mas poderá apresentar-se desviado para a direita ou esquerda, devido a aderências (sequelas de processos inflamatórios pélvicos, cirurgias prévias, endometriose) ou quando a bexiga está hiper distendida. • A flexão é a relação entre o maior eixo uterino com o maior eixo do colo sendo possível encontrarmos três tipos: 1. anteversoflexão (AVF); 2. medioversoflexão (MVF); 3. retroversoflexão (RVF) • Na mulher em faixa etária reprodutiva, o útero normalmente apresenta leve anteversão e anteflexão, ou seja, normalmente o útero apresenta-se com anteversoflexão. SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 Lembrar: Versão – em relação ao canal vaginal → Flexão – em relação ao corpo do útero. ANTEVERSOFLETIDO Útero acompanha o contorno da bexiga. ANTEVERTIDO Fundo do útero para o nosso lado esquerdo. RETROVERSOFLETIDO Útero perde a continuidade com a bexiga RETROVERTIDO Fundo para o nosso lado direito SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 Na USG pélvica Olhar a bexiga: se estiver encostado na bexiga, é anterversofletido! Na USG endovaginal Se o útero estiver virado para esquerda: é anterversofletido!! Útero para direita: é retrovertido!! CARACTERÍSTICAS ULTRASSONOGRÁFICAS O formato do útero é eliptico, ou seja, se esse estiver globoso pode indicar miohipertrofias em aumento de volume por alterações como adenomiose ou miomatose difusa. A ecotextura miometrial é homogênea e hipoecogênica (mais acentuada se comparada ao colo uterino). Nos tumores benignos, principalmente os miomas, podem apresentar diversos padrões texturais, dependendo do tipo de degenerações encontradas (hialinização, calcificação, necrose, degeneração carnosa e malignização). Os contornos são regulares. Na presença de nódulos miometriais subserosos são irregulares. O mesmo acontece com os nódulos intramurais maiores que conferem um aspecto globoso ao útero, abaulando e deformando seu contorno. O endométrio tem sua espessura e ecogenicidade variáveis de acordo com a fase menstrual, a idade, a paridade e terapia de reposição hormonal. Ele se apresenta como um "espelho" da atividade ovariana no período reprodutor. Sua espessura e grau de ecogenicidade no período reprodutor estão diretamente relacionados com a proliferação epitelial, fisiológica. É importante referir no laudo a data da última menstruação e correlacionar o dia do ciclo menstrual com o padrão textura do endométrio. Assim, é representado por uma fina linha ecogênica centrada na cavidade uterina, no final da menstruação. No período ovulatório apresenta aspecto típico trilaminar (três linhas ecogênicas) e, na fase secretória avançada um padrão homogêneo fortemente ecogênico. Nas pacientes menopausadas é comum o endométrio estar apagado ou mesmo não ser identificado (atrófico), podendo a cavidade uterina estar pérvia e com discreto hidrométriomuco. Processos inflamatórios (endometrites), sinéquias, DIU e pólipos alteram a ecogenicidade para um padrão hiperecogênico. Espessura: Varia de linear, no final da menstruação, para 6 a 10 mm na fase periovulatória, sendo máxima na fase secretória avançada, medindo 12 a 16 mm. FASE PRÉ- MENSTRUAL (linha ecogênica fina) FASE PROLIFERATIVA Endométrio de 4 a 8 mm. camada hipoecogênica - zona juncional FASE SECRETORA (Endométrio se espessa até 14/ 15 mm.) FASE PERIOVULATÓRIA (“Sinal da boca”) Endométrio trilaminar SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 Regularidade: A linha endometrial é regular, não se desloca nem se interrompe. A presença de nódulos miometriais submucosos, pólipos e adenocarcinoma infiltrativo alteram o padrão textural, a espessura e também a regularidade do endométrio. Nos miomas submucososobserva-se abaulamento ou deslocamento da linha endometrial, enquanto nos pólipos existe uma interrupção ou deformidade. Relação espessura endometrial /espessura do corpo uterino (relação EE/EC): Nos tumores endometriais avançados, devemos informar a relação EElEC para fins prognósticos. Se for menor que 50%, taxas de sobrevida acima de 5 anos serão mais elevadas quando comparadas com relações maiores que 50%. Avaliação dos Ovários Os ovários são gônadas em número par, que apresentam formato elipsóide, com o eixo longitudinal geralmente orientado verticalmente, com a bexiga vazia. Apresentam as extremidades superior ou tubal, inferior ou uterina, as faces lateral e medial, o hilo e as bordas livre e mesovárica. A borda mesovárica prende-se à lâmina posterior do ligamento largo através de uma prega peritoneal, o mesovário. Nas mulheres nulíparas, geralmente localizam-se numa depressão denominada fossa ovariana. A fossa ovariana está situada na parede pélvica lateral e tem como limites anteriormente a artéria umbilical obliterada, posteriormente o ureter e os vasos ilíacos internos e superiormente os vasos ilíacos externos. Durante a primeira gravidez, o ovário é deslocado da fossa ovariana, com pouca probabilidade de retorno à mesma. Seu tamanho é variável de acordo com a idade e o status hormonal: na infância e na menopausa apresentam-se reduzidos, entretanto, na adolescência e durante o menacme (quando o ovário contém o folículo dominante ou o corpo lúteo, de acordo com a fase do ciclo menstrual) estão aumentadas. CARACTERÍSTICAS ULTRASSONOGRÁFICAS O padrão é: hipoecogênico homogêneo Podendo algumas formações císticas, anecogênicas, de paredes regulares serem vistas de permeio no parênquima, geralmente menores que 1 em. Este padrão encontrado na adolescência é erroneamente interpretado como sendo policístico. No período reprodutivo, dependendo do dia do ciclo, pode ser observado o folículo dominante ou o corpo lúteo. Folículo dominante: Pode ser encontrado nas diversas fases do seu desenvolvimento dependendo do dia do ciclo menstrual em que o exame é realizado. Nas mulheres eumenorréicas que se encontram no menacme e não utilizam anti concepção hormonal é diagnosticado como formação anecogênica, de paredes regulares, localizada em um dos ovários. Deve-se correlacioná-lo com o padrão da textura endometrial (padrão trilaminar) e verificar se no canal cervical existe muco. O Doppler colorido ajuda muito na diferenciação dos cistos foliculares com os não-funcionais, pela identificação de vasos em sua periferia, que apresentam distribuição em forma de anel com padrão de fluxo de baixa impedância. SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 Corpo lúteo: Nos ciclos ovulatórios, o corpo lúteo aparece no ovário que continha o folículo dominante. Conforme o dia do ciclo, apresenta padrões ecotexturais diferentes, podendo ser heterogêneo quando contém sangue e fibrina. As suas dimensões e espessura podem ser informadas, mas a sua função na atualidade é da maior importância. O Doppler colorido deve mostrar um anel vascular com padrão de baixa impedância (Sinal do Anel de Fogo) → Vascularização periférica. O Doppler colorido vai nos ajudar a diferenciar um cisto do corpo lúteo. Caracterização de folículos e Diferenciação de folículos x cistos: Nesta imagem ao lado trata-se de um folículo ovariano! Imagem arredondada, anecóica, em ovário esquerdo, de contorno regular. Podemos diferenciar do cisto pelo tamanho! Folículo tem *até 3cm*, já os cistos são maiores. Podemos diferenciar também pelo tempo de permanência (folículos têm um tempo curto pois regridem com o passar do ciclo). SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 Cisto simples: Borda regular, conteúdo líquido, anecóica no interior. Presença de reforço acústico posterior, tamanho maior que 3 cm. Cisto Complicado ou Hemorrágico - Imagem arredondada de contorno regular em ovário direito, com conteúdo heterogêneo, que pode representar material hemático/pus. Cisto Complexo – Presença de septações espessas; Cisto Complexo - Presença de conteúdo sólido no interior. SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 A SOP é a presença de Hiperandrogenismo + Anovulação + Ovário Policístico A Síndrome dos ovários policísticos (SOP) é a uma das condições clínicas mais comuns dentre as disfunções endócrinas que afetam mulheres em idade reprodutiva, tendo sua prevalência variando de 6 a 16% dependendo da população estudada e do critério diagnóstico empregado. As principais características clínicas desta síndrome são a presença de hiperandrogenismo, com diferentes graus de manifestação clínica e a anovulação crônica. Etiologia: A etiopatogenia da SOP é multifatorial e não completamente conhecida, mas várias outras doenças que também cursam com a presença de hiperandrogenismo podem mimetizar o mesmo quadro clínico, tais como tumores produtores de androgênio e outras disfunções endócrinas. Considerando que a SOP é uma doença funcional, aonde uma série de disfunções nos sistemas endócrino, metabólico e reprodutivo ocorrem, o diagnóstico diferencial com doenças orgânicas que também cursam com hiperandrogenismo torna-se obrigatório, uma vez que a abordagem terapêutica nestes casos é completamente distinta. Fisiopatologia: Componentes genéticos envolvidos: SÍNDROME DO OVÁRIO POLICÍSTICO SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 Os diferentes genes envolvidos na gênese da SOP propicia uma ampla variedade de possíveis genótipos, o que explica os diferentes fenótipos encontrados na síndrome e a dificuldade em se estabelecer consenso em relação aos critérios diagnósticos. Fatores metabólicos pré e pós-natais; Distúrbios endócrinos hereditários - como a resistência à insulina e o diabetes mellitus tipo II (DMII): Dentre os mecanismos endócrinos envolvidos na etiopatogênese da SOP está o padrão de secreção de gonadotrofinas, com hipersecreção característica de Hormônio Luteinizante (Lutheinizing Hormone – LH), evento patognomônico desta síndrome e com secreção de Hormônio Folículo Estimulante (Follicle Stimulating Hormone – FSH) baixa ou no limite inferior da normalidade. Esta secreção aumentada de LH leva à uma hiperatividade das células da teca que produzirão quantidades aumentadas de androgênios, predominantemente testosterona, sem a conversão proporcional deste androgênio em estradiol, dado o desbalanço entre as secreções de LH e FSH, o que explica o hiperandrogenismo característico da doença. Considerando que o desenvolvimento folicular normal depende de uma sincronia entre gonadotrofinas (LH e FSH), insulina, fator de crescimento insulina-símile 1 (Insulin-like growth fator 1- IGF-1), hormônio anti-mulleriano (Anti- Mullerian Hormone - AMH), enzimas ligadas à esteroidogênese e outros fatores de crescimento, pode-se compreender o impacto que estas mudanças regulatórias causam sobre a foliculogênese ovariana. No aso de mulheres com SOP o recrutamento e ativação folicular ocorrem de maneira bastante intensa, porém com menor atresia dos folículos em estágios iniciais, por isso, apesar do recrutamento mais proeminente não há depleção precoce da população de folículos nestes indivíduos. Os menores níveis de FSH produzidos nestas pacientes dificulta o completo crescimento do folículo até estágios maduros, os quais acabam estacionados em estágios intermediários. Isso confere ao ovário a morfologia policística. Além das alterações relativas às gonadotrofinas, parece haver um papel significativo da insulina e do IGF-1 na produção anômala deandrogênios nestas mulheres. Portadoras de SOP apresentam mais frequentemente resistência à insulina e hiperinsulinemia compensatória independente da presença ou não de obesidade, sendo a resistência tanto para a ação da insulina no músculo estriado, quanto no tecido adiposo. O aumento da insulina circulante tem efeito direto na produção de androgênios ovarianos, uma vez que esta possui ação sinérgica ao LH nas células da teca, estimulando a produção de androgênios. Estudos mostram que o uso de sensibilizadores periféricos à ação da insulina, como a metformina, por exemplo, reduz os níveis de testosterona circulante em mulheres com SOP, na presença ou não de obesidade. Fatores ambientais (dieta e atividade física); Diagnóstico: O Consenso de Rotterdam foi publicado em conjunto pelas Sociedades Americana de Medicina Reprodutiva – ASRM e Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia – ESHRE e é o mais amplamente usado na prática clínica, apresentando critérios mais flexíveis, incluindo inclusive mulheres sem manifestações claras de hiperandrogenismo. Por este motivo, outros consensos mais conservadores e estritos foram publicados pelo NIH (11) e pela Sociedade de Excessos de Androgênios (AES) (12) na tentativa de evitar o excesso de diagnósticos aonde não estivessem presentes todos os sinais clássicos da síndrome. O quadro 1 ilustra os diferentes critérios diagnósticos propostos para a SOP: SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 Mais recentemente, o grupo australiano “Australian National Health and Medical Research Council of Australia (NHMRC)”, coordenou juntamente com as Sociedades Americana (ASRM) e Europeia (ESHRE) de Medicina Reprodutiva, um novo consenso, que as manteve em linhas gerais os anteriores com algumas mudanças nos critérios diagnósticos – clínico e ultrassonográfico. O que é mais amplamente utilizado e que abrangerá maior número 6 de pacientes é o critério de Rotterdam. Portanto, levaremos em consideração, a presença de ao menos dois dos três critérios diagnósticos: 1. oligo-amenorreia; 2. hiperandrogenismo clínico e/ou laboratorial; 3. morfologia ultrassonográfica de policistose ovariana; Havendo a presença dos dois critérios, oligo-amenorreia e sinais clínicos de hiperandrogenismo, pode-se concluir pelo diagnóstico de SOP após descartar as outras causas de hiperandrogenismo (quarto critério de Rotterdam). Além disso, a exclusão de outras doenças que também cursam com hiperandrogenismo constitui-se no quarto, e obrigatório, critério diagnóstico. De acordo com o exposto acima, se pode definir que o diagnóstico da SOP é quase sempre clínico, principalmente levando-se em consideração que grande parte das portadoras de SOP apresentará irregularidade menstrual e hiperandrogenismo clínico. O histórico menstrual de oligo-amenorreia será caracterizado como a ausência de menstruação por 90 dias ou mais, ou a ocorrência de menos de 9 ciclos menstruais em um ano , sendo, portanto, um critério bastante objetivo. Já o diagnóstico dos sinais e sintomas de hiperandrogenismo é mais subjetivo. SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 Considerado o hirsutismo valores entre 4-6, sendo mais baixo para orientais e mais alto para mulheres do Oriente Médio, hispânicas e de outras regiões do Mediterrâneo. Um bom parâmetro para esta análise é a observação dos pelos em áreas não androgênio dependentes, como antebraço; a quantidade de pelo presente nestas áreas deve refletir o que deve ser considerado esperado para dada paciente e o objetivo do tratamento deve ser guiado por esta meta Na USG: preferencial transvaginal! presença de 20 ou mais folículos com diâmetro médio de 2 a 9 mm e/ou volume ovariano total maior ou igual 10cm³ (exceto se houver cisto funcional, neste caso deve-se repetir o exame no ciclo seguinte), em um ou ambos os ovários em periferia de ovário e hipertrofia do estroma central. SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 Sinais e sintomas: Hirsutismo; Oleosidade da pele; Presença de acne; Queda de cabelos; Policistos nos ovários; Sinais de virilização como clitoromegalia; Irregularidade menstrual; Obesidade; Acantose Nigricans; Nos casos em que o fenótipo não é claramente hiperandrogênico, deve-se realizar o diagnóstico diferencial com outras causas de anovulação crônica, sendo as principais a hiperprolactinemia, as anovulações de origem hipotalâmica e a insuficiência ovariana prematura. Para isso, a solicitação de dosagens hormonais de prolactina e FSH são suficientes, havendo casos em que a dosagem de Hormônio Tireo Estimulante (Thireo Stimulating Hormone –TSH) poderá também ser útil nesta avaliação. Na SOP espera-se que os valores de prolactina estejam normais, entretanto, em cerca de 10% dos casos a prolactina encontra-se elevada. Tratamento: O tratamento se fundamento em mudança de estilo de vida (perda de peso) uso de contraceptivos orais combinados associados ou não ao uso de metformina. O tratamento da SOP em adolescentes é diretamente relacionado com as suas principais manifestações clínicas: irregularidade menstrual, hirsutismo/acne, obesidade e resistência à insulina. Várias são as opções terapêuticas para cada um destes itens e um mesmo tratamento pode ser utilizado para mais de um sintoma, sendo que essa escolha deverá ser individualizada para cada adolescente. Para as adolescentes com SOP, os anticoncepcionais orais combinados continuam a ser a forma mais comum de tratamento, atuando nas manifestações androgênicas e na irregularidade menstrual. Os estrogênios atuam no eixo hipotálamo-hipófise, inibindo a secreção de LH, o que leva à diminuição da produção de androgênios pelo ovário e ao aumento da síntese hepática de 23 SHBG, que por sua vez diminui o índice de testosterona livre. O componente progestagênio inibe a proliferação endometrial, prevenindo a hiperplasia endometrial. Várias combinações e dosagens estão disponíveis, devendo-se optar por aquelas que ofereçam menores efeitos secundários. O efeito da metformina em adolescentes não está amplamente estudado, pelo que a sua utilização neste grupo etário é ainda discutida. Estudos mostram que metformina tem um efeito benéfico em adolescente com SOP e soprepeso ou obesidade. Uma meta-análise mostrou que a metformina diminui o IMC e torna os ciclos menstruais regulares.(43) Atualmente recomenda-se o uso de metformina em adolescentes com índice de massa corporal maior ou igual a 25 kg/m2 isolado ao associado ao uso de anticoncepcional oral combinado após mudança no estilo de vida SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 1º Trimestre Melhor parâmetro biométrico para avaliação da IG no 1º trimestre: Comprimento cabeça-nádega (CCN) até a 12ª semana pela USG transvaginal. O período englobado pelo primeiro trimestre da gestação é o mais adequado para uma correta datação da gestação, que é tanto mais precisa quanto mais precocemente for realizada, desde que a imagem embrionária seja detectável. USG Obstétrica SETE ASPECTOS BÁSICOS DEVERÃO SER ANALISADOS NO EXAME 1. Determinação da idade gestacional → O comprimento cabeça nádegas (CCN) é o melhor parâmetro embrionário/fetal para este objetivo até a 12ª semana. Após esse período é necessário a medida de múltiplos parâmetros fetais. A escolha do diâmetro biparietal, circunferência cefálica e comprimento do fêmur, como os principais parâmetros fetais, para esta finalidade, parece ser a melhor metodologia como tem sidopreconizada por vários autores. - Medir volume do saco gestacional, diâmetro e volume intra-uterino total! 2. Morfologia fetal → O detalhamento da anatomia fetal deverá ser minucioso, como a análise das extremidades fetais (dedo por dedo, osso por osso). 3. Crescimento fetal → Observar a desproporção entre os dois polos cefálicos devido à restrição do crescimento intra-uterino do feto menor, neste caso de prenhez múltipla. 4. Vitalidade fetal → O Doppler da artéria umbilical é um dos principais parâmetros com este objetivo. Podemos dizer que é um verdadeiro radar qualitativo do bem-estar fetal. 5. Maturidade fetal → Nas gestações avançadas vários parâmetros fetais poderão auxiliar o examinador a respeito deste parâmetro. (A) Núcleo de ossificação da epífise distai do úmero - EP. Aparece a partir da 38" semana de gestação. (B) Relação da ecogenicidade pulmão/fígado fetal. Observar a maior ecogenicidade do pulmão fetal em relação ao fígado. 6. Placenta, cordão umbilical e líquido amniótico (medir ILA) → 7. Medir colo uterino → Observar que o orifício interno se está pérvio, bem como parte do canal do canal cervical. 8. Existência de doenças maternas associadas (leiomiomas, cistos, neoplasias) 9. Analisar o fluxo das principais circulações (materna, umbilical e fetal) SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 Ex (CASO): 27 anos, com náuseas, vômitos e sangramento. Beta HCG +. Não recorda DUM. USG: Eco endometrial sem particularidades, ovário direito normal, corpo lúteo na última imagem com sinal do anel de fogo ao redor, intensa vascularização! Diante dessa situação pode-se pensar em 3 cenários: 1. Gestação muito inicial 2. Aborto 3. Ectópica Pra conseguir tirar a prova disso, repetir USG com 1 semana ou 10 d. Paciente repetiu o exame com 10d: Assim, no 1º Trimestre, observamos as determinadas estruturas: Saco Gestacional, Vesícula Vitelínica e Embrião. Nas duas imagens dá para ver o SACO GESTACIONAL ainda pequeno! Ou seja, o exemplo anterior, era de uma paciente com uma gestação muito inicial e o sangramento provavelmente era de uma nidação. SACO >> 4 – 5 semanas . Localização? Contornos? Diâmetro médio? Nas primeira imagem observa-se o saco gestacional e a VESÍCULA VITELÍNICA. Já na segunda imagem, conseguimos observar tanto o saco e a vesícula quanto o embrião. VESÍCULA VITELÍNICA >> 5 – 5,5 semanas – 1s depois do saco gestacional . Diâmetro? EMRBIÃO >> 6 semanas . CCN? BCF? SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 O coração é o primeiro órgão a apresentar função a partir do 23° dia pós-concepção. Inicialmente, esses movimentos têm controle local, sendo o ritmo de característica ventricular, com freqüência cardíaca baixa, por volta de 100 bpm; posteriormente, com desenvolvimento atrial há mudanças no controle de freqüência aumentando para 120-130 bpm ainda antes da 7ª semana. Quando o saco gestacional (SG) exibir um diâmetro médio de 20 mm a 30 mm deve conter embrião que apresente atividade cardíaca com freqüência de pelo menos 75 a 100 bpm. Pelo saco gestacional e pela vesícula vitelínica pode-se suspeitar se uma gestação vai ser viável ou não Vesícula > 7mm e Saco muito pequeno em relação a vesícula <5mm Gestação inviável Saco gestacional vazio com diâmetro > ou igual a 2.5cm Embrião com CCN > ou igual a 7mm e sem atividade cardíaca Se não tiver embrião no saco → gestação amembrionada. SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 Da 10ª a 11ª semana, termina o período embrionário, iniciando-se o período fetal. Causas mais comuns de sangramento no 1º trimestre de gestação: gestação muito inicial (nidação), abortamento, gestação ectópica. ABORTAMENTO Abortamento é a interrupção da gestação antes da vigésima semana de idade gestacional e com peso fetal menor que 500g. Em algumas situações, a dosagem sérica quantitativa do e sua correlação clínica e ultrassonográfica também pode ser usada para melhor elucidação diagnóstica. Ex (CASO): 25 anos, BETA HCG + e sangramento: Imagem apresenta endométrio irregular, não homogêneo, talvez compatível com um abordo incompleto. Tem que ter avaliação clinica associada, na radiologia não diz se é completo, incompleto, retido, inevitável, etc. Exame normal SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 GRAVIDEZ ECTÓPICA Pacientes com GE classicamente sentam a tríade clínica: I. Dor abdominal. II. Irregularidade menstrual (atraso menstrual em 40% dos casos) com ou sem sangramento genital. III. Massa anexial. As pacientes sintomáticas deverão realizar um teste de gravidez (dosagem do beta-HCG) e a US com o objetivo de descartar a GE. Gestantes assintomáticas com fatores de risco para GE, como salpingite prévia, usuárias de DIU, fertilização assistida, gravidez ectópica prévia, cirurgia tubária anterior, devem também realizar a ultrassonografia no início do primeiro trimestre para confirmar a localização do saco gestacional. Se não houver sinal de gravidez intrauterina na USG, algumas possibilidades diagnósticas podem ser aventadas: • A paciente não está grávida. • Gravidez normal tão precoce que ainda não pode ser detectada na USG (idade gestacional menstrual menor que 4 semanas). • Gravidez intrauterina anormal onde recentemente ocorreu eliminação do aborto. • GE. EX (CASO): 30 anos, DUM há 7 semanas e Beta- HCG +. Sangramento + Dor pélvica à esquerda. Percebe-se ausência de estruturas gestacionais na cavidade uterina. Contudo, na região anexial esquerda, observa-se saco gestacional e embrião formados, dando assim, diagnóstico de GE. Restos ovulares Hematomas Subcoriônicos ou Descolamento Área heterogênea com áreas hiper contornando o saco. Quanto maior o hematoma – maior chance de abortamento. Agudo → + Anecóica! SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 Na última imagem vemos uma consequência da GE: Gravidez Ectópica Rota – área heterogênea e regiões realçadas em permeio em fundo de saco posterior DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL (DTG) é um termo genérico que designa um espectro de proliferações celulares do trofoblasto que tem origem na concepção. Atualmente, este grupo nosológico engloba a mola hidatiforme completa (MHC), parcial, etc. EX (CASO): 35 anos, DUM há 15 semanas e Beta-HCG +. Sangramento, hipertensão e proteinúria. DTG → Moladatiforme. Massa uterina com várias áreas císticas de permeio “cachos de uva” e essas áreas anecóicas podem apresentar fluxo ao doppler – mola completa. Se houver partes fetais: Mola incompleta. SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 2º e 3º Trimestre Melhor parâmetro biométrico para avaliação da IG no 2º trimestre Diâmetro Biparietal (DBP) até a 20ª semana Circunferência Cefálica a partir da 24ª semana Melhor parâmetro biométrico para avaliação da IG no 3º trimestre Comprimento do fêmur Principal finalidade de medir a Circunferência Abdominal Estima crescimento e peso fetal. OBS: O final do 1 ° trimestre é um período muito rico para a observação fetal, tanto interna quanto externa. É neste período que se realiza a primeira ultra-sonografia morfológica e a US 3D pode ser de enorme auxílio para esta tarefa. A cavidade uterina já se encontra quase completamente preenchida pelo saco gestacional. A ossificação da coluna vertebralpermite o diagnóstico precoce de anomalias de fechamento de tubo neural. Especial atenção também deve ser dada à posição placentária e ao colo do útero, podendo assim se realizar diagnósticos precoces de placentas de inserção baixa (a menos de 2,5 cm do orifício cervical interno). Transluscência Nucal (TN) >> No período de 11 a 14 semanas deve ser realizada a avaliação da medida da transluscência nucal (TN). Atualmente esta medida é considerada como o melhor marcador fetal para o rastreamento de anomalias. A TN é um espaço sonolucente (anecogênica) encontrado em todos os fetos entre a pele e o tecido subcutâneo da região cervicodorsal. SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 Principais causas de sangramento no 2º e 3º trimestre: rotura de vasa prévia, placenta prévia, descolamento de placenta. VASA PRÉVIA Consiste em uma complicação obstétrica na qual, em decorrência de uma inserção anômala do funículo umbilical na placenta, os vasos fetais cruzam o segmento inferior uterino, deixando os mesmos à frente da apresentação (próximos ao orifício externo do cérvix uterino). O normal é os vasos sanguíneos do cordão umbilical ficar isolados no interior do saco amniótico. Contudo, quando há vasa prévia, os vasos sanguíneos encontram-se presentes nas membranas sem a proteção. Havendo a ruptura das membranas, os vasos sanguíneos podem atravessar o colo do útero e serem facilmente comprimidos quando o feto alcança a porção mais baixa da pelve, reduzindo a oferta de sangue para o mesmo, resultando consequentemente na queda do débito cardíaco. O uso do Doppler colorido transvaginal aumentou o reconhecimento durante o pré-natal (deverá ser realizado se vasos aberrantes sobre o orifício cervical interno forem visualizados a partir do 2º trimestre). PLACENTA PRÉVIA É definida como uma placenta que recobre ou se implanta muito próxima do orifício interno do colo uterino. A Placenta Prévia deve ser suspeitada em qualquer gestante que se apresente com sangramento vaginal indolor, a partir de 24 semanas. Antes das 24s não se chama de placenta prévia, Placenta prévia – entre o embrião e o orifício interno SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 DESCOLAMENTO DE PLACENTA É a separação da placenta normalmente inserida antes da expulsão fetal, após 20 semanas de gravidez. - Sangramento vaginal escurecido associado a dor abdominal (sintoma mais frequente) súbita e intensa, dor à palpação do útero e contrações uterinas, cursando com taquissistolia ou hipertonia; Sinais ultrassonográficos sugestivos: visualização do coágulo retro placentário, descolamento periférico da placenta, aumento localizado da espessura placentária, elevações da placa coriônica e imagens compatíveis com coágulos no estômago fetal. Hemorragia retro placentária entre placenta e miométrio ou entre placenta e âmnio. SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 LEIOMIOMA Os tumores benignos que surgem das células musculares lisas no miométrio são apropriadamente chamados de leiomiomas. São os tumores benignos mais comuns em mulheres, acometendo 30-50% das mulheres em idade reprodutiva e em negras. Em geral, são múltiplos e a causa + comum de aumento o útero não gravídico. Em geral são assintomáticos, mas pode apresentar dor, desconforto e menorragia. Estrogênios e, possivelmente, contraceptivos orais, estimulam o crescimento de leiomiomas; em contrapartida, esses tumores encolhem na pós-menopausa. Classificados em: Intramurais (+ comuns – no miométrio); Submucosos (sangramento – na mucosa), Subseroso (pediculados ou massa anexial); HEMORRAGIAS NÃO OBSTÉTRICAS A – USG Seta – Zona juncional (área hipoecóica) Cabeça de seta - B – RM Cabeça de seta – Endométrio ou Canal Cervical Seta menor – Zona juncional Seta maior – Miométrio Endométrio fino e laminar Fase trilaminar Fase secretora SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 Intramural Submucoso Subseroso pediculado OBS: Na USG, os leiomiomas são hipoecogênico! Subseroso Intramural Submucoso e Intramural SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 Leiomiomas podem calcificar: nas imagens (RX e TC) percebe-se múltiplos miomas com calcificações. Na TC observa-se útero de tamanho aumentado. OBS: TC não é um bom método para avaliar útero e ovários. Os melhores métodos são USG e RM. Em A temos a Histerosalpingografia - um exame de raio-x do útero e das tubas uterinas, com a utilização de contraste iodado que é injetado no interior do útero através de uma cânula. Serve para diagnosticar malformações, doenças da cavidade uterina e avaliar perviedade das trompas – nessa imagem tem várias falhas de enchimento – pode ser Leiomiomas. Em B temos a Histerossonografia - exame de ultrassom que utiliza uma solução fisiológica para dilatar o útero e facilitar a exploração da cavidade uterina em que a dilatação do útero proporciona melhor visualização do que a obtida pelo exame de ultrassonografia convencional e, consequentemente, o diagnóstico mais acurado de diferentes patologias uterinas, como miomas, pólipos, endometriose, sinéquias e, eventualmente, obstruções nas tubas uterinas – nessa imagem observa-se útero aumentado com vários leiomiomas. https://adrianadegoes.med.br/miomas-uterinos/ https://adrianadegoes.med.br/polipos-endometriais/ https://adrianadegoes.med.br/endometriose/ SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 ADENOMIOSE Caracteriza-se pelo encontro de endométrio na intimidade do miométrio, além de 2,5 mm de profundidade. A lesão é frequente (está presente em 15 a 30% das peças cirúrgicas de histerectomia), não tem causa conhecida e ocorre predominantemente na perimenopausa. Adenomiose manifesta-se habitualmente por menorragias, desconforto menstrual, dor pélvica e dispareunia, principalmente durante o período pré-menstrual. Geralmente acomete parede posterior, perde o aspecto normal da zona juncional. Faixa etária de 30-40 anos; Associados ou não à hipertrofia e hiperplasia; Áreas hiperecóicas: ilhas de glândulas endometriais. Áreas hipoecoicas: associado a hipertrofia muscular. Sequência da figura A – T2 – apresenta mioma intramural e parede uterina posterior bem espessada, heterogênea com perda do aspecto de zona juncional, há várias áreas císticas → Adenomiose. Sequência da figura B – T2 – saturação de gordura – “fat-sat” tem o intuito de deixar mais evidente as estruturas que tem líquido – observa-se espessamento focal da zona juncional – é mais focal do que em A que é difuso. SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 Útero com dimensões aumentadas; Heterogêneo; Áreas císticas de permeio; Perda da zona juncional; Acometimento da parede posterior; SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 PÓLIPOS Pólipos endometriais são comuns (existem em cerca de 25% das mulheres) e originam-se de hiperplasias focais das glândulas endometriais basais, determinando lesões constituídas por glândulas e estroma endometriais, revestidas por epitélio de superfície, com vasosde parede espessada. É uma neoplasia benigna. Tem muita vascularização (doppler mostra vascularização). São mais comuns no fundo uterino. Em geral, acometem mulheres acima de 40 anos, sendo raros antes da menarca. Podem ser assintomáticos ou manifestar-se por hemorragia intermenstrual durante a vida reprodutiva ou como sangramento anormal após a menopausa. Endométrio de aspecto trilaminar com lesão hiper, ovalada no centro. No doppler tem fluxo → pólipo endometrial SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 Se fosse na fase secretória não veria bem pq estaria tudo espessado e hiper por isso é importante avaliar a fase menstrual em que a mulher se encontra. Se a suspeita clínica for de pólipo → fazer exame no meio do ciclo → fase trilaminar! Histerossonografia – injeta soro na cavidade pra dilatar e observar se tem algo dentro da cavidade. Na imagem B observa-se presença de pólipo endometrial Endométrio heterogêneo, hipoecogênico (paciente em uso de tamoxifeno – altera endométrio) → vê espessamento endometrial (hiperplasia?), mas pode predispor a pólipos endometriais. Histerossonografia – tem pólipo presença de pólipo endometrial. SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 Carcinoma O carcinoma endometrial é o câncer mais frequente que ocorre no trato genital feminino. Geralmente aparece entre as idades de 55-65 anos e é raro antes dos 40 anos. Se manifestam com leucorreia e sangramento irregular, muitas vezes em mulheres pós-menopáusicas. Com a progressão, o útero aumenta e pode afixar-se às estruturas circundantes à medida que o câncer infiltra os tecidos circundantes. Esses tumores geralmente são lentos para metástase, mas se não tratados subsequentemente se disseminam para os linfonodos regionais e locais mais distantes. Os estrógenos estimulam a proliferação glandular, enquanto a progesterona tem efeito secretor - ovários policísticos, inclusive a síndrome de Stein-Leventhal, ciclos anovulatórios, tumores ovarianos funcionantes (p. ex., tumor de células da granulosa), hiperplasia do estrema cortical ovariano e administração prolongada de estrógenos (reposição hormonal) sem a contraposição de progesterona. Pode evoluir para adenocarcinoma de endométrio. Hiperplasia endometrial As hiperplasias do endométrio representam cerca de 15% das afecções ginecológicas, constituindo também uma das causas mais frequentes de consulta ao ginecologista. Hiperplasia endometrial ocorre predominantemente na perimenopausa, podendo, no entanto, acometer pacientes jovens ou após a menopausa. Carcinoma endometrial – fase mais avançada – espessamento mal definido, irregular, heterogêneo, com fluxo vascular e com invasão do endométrio. MASSA COM MIÓMETRIO AFILADO E DISTENDIDO, PACIENTE TEM ASCITE TAMBÉM. SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 Em A – sequência t2 – endométrio mal definido e ao redor dele há infiltração miometrial do tumor. Em B – sequência t1 – massa dentro da cavidade endometrial, irregular e heterogênea. PACIENTE PÓS-MENOPAUSA COM SANGRAMENTO → TEM QUE INVESTIGAR → MELHOR MÉTODO → USG! SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 RM na avaliação da pelve feminina Indicações → Diagnóstico de tumores ovarianos; → Diferenciação de cistos; → Alta sensibilidade após US inconclusiva; Contraindicações → Implantes e aparelhos oculares; → Marca-passo cardíaco; Preparo → Uso de laxativos e gel vaginal. → Bexiga moderadamente cheia. → Sequência padrão: Sagital e sequências adicionais em T2. SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 Avaliação das Mamas Em primeiro lugar, é importante conhecer a paciente a partir de uma anamnese detalhada e um exame físico completo, assim, é importante ter em mente que: Mulheres com IDADE > 50 anos são mais propensas a ter CA de mama; Mulheres com casos de câncer de mama na família (de 1º grau) possuem maiores riscos de desenvolverem o câncer; A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) recomendam a mamografia anual para as mulheres a partir dos 40 anos de idade, visando ao diagnóstico precoce e a redução da mortalidade. Tal medida difere das recomendações atuais do Ministério da Saúde, que preconiza o rastreamento bianual, a partir dos 50 anos (50 a 69), excluindo dos programas de rastreamento uma faixa importante da população (mulheres entre 40-49 anos), responsável por cerca de 15-20% dos casos de câncer de mama. Se alguma mulher da família já teve o CA de mama, o rastreio começa 5 anos antes da idade em que o familiar descobriu o seu câncer (ex: a mãe de Maria teve o diagnóstico de CA de mama aos 50 anos, assim, Maria deverá começar o rastreio aos 45 anos); O câncer de mama afeta mais o quadrante superior lateral. Câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do câncer de pele não melanoma. O câncer de mama responde, atualmente, por cerca de 28% dos casos novos de câncer em mulheres. O câncer de mama também acomete homens, porém é raro, representando menos de 1% do total de casos da doença. Estatísticas indicam aumento da sua incidência tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento. FATORES DE RISCO Hormonais: Primeira menstruação (menarca) antes de 12 anos; Não ter tido filhos; Primeira gravidez após os 30 anos; Não ter amamentado; Parar de menstruar (menopausa) após os 55 anos; Ter feito reposição hormonal pós-menopausa, principalmente por mais de cinco anos; Genéticos: História familiar de câncer de mama e ovário, principalmente em parentes de primeiro grau antes dos 50 anos; Alteração genética; SINAIS DE SINTOMAS • Edema cutâneo (na pele), semelhante à casca de laranja; • Retração cutânea; • Dor; • Inversão do mamilo; • Hiperemia; • Descamação ou ulceração do mamilo; • Secreção papilar, especialmente quando é unilateral e espontânea; TRATAMENTO: CÂNCER DE MAMA SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 Para o tratamento de câncer de mama, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece todos os tipos de cirurgia, como mastectomias, cirurgias conservadoras e reconstrução mamária, além de radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e tratamento com anticorpos. Exames de imagem Mamografia: Indicações: rastreamento e diagnóstico! ✓ Rastreamento de mulheres assintomáticas de baixo risco: anualmente em todas as mulheres a partir dos 40 anos; ✓ Rastreamento de mulheres assintomáticas de alto risco: conforme o grupo de risco da paciente; ✓ Pacientes com mutação genética conhecido ou parente de primeiro grau confirmado (BRCA1 e BRCA2): a partir dos 30 anos, não antes dos 25; ✓ Pacientes com risco acima de 20% calculado pelos modelos matemáticos ou forte história familiar positiva: iniciar a partir dos 30 anos ou 10 anos antes da idade em que foi diagnosticado o câncer no parente mais próximo, mas não antes dos 25; ✓ Pacientes com história de radioterapia torácica entre 10 e 30 anos: iniciar 8 anos após o término do tratamento, não antes dos 25 anos. ✓ Avaliação de pacientes assintomáticos: é o exame inicial de escolha para todas as pacientes com mais de 35 anos, ou complementar para as pacientes com menos que isso; Técnica A compressãoadequada da mama é essencial para um exame confiável. Tem como finalidades: 1. Fixação da mama, evitando com isso radiografias tremidas; 2. Redução de sua espessura, contribuindo para redução na dose de radiação recebida, melhorando o contraste e a nitidez da imagem. 3. Separação dos tecidos mamários sobrepostos, evitando assim a formação de falsas imagens, enquanto que os nódulos verdadeiros se sobressaem, tornando-se mais evidentes. Incidências de Rotina 1. Crânio-Caudal A mama é projetada com o feixe de raios X indo da cabeça em direção aos pés. Toma-se o cuidado de tracioná-la para que não sejá excluída nenhuma região. A radiografia com a mama na posição relaxada não possibilida um bom posicionamento. Deve-se suspender a mama até seu ponto de mobilidade máxima. Na figura 10 vê-se a mama radiografada na incidência crânio- caudal, que deve mostrar toda a área do parenquima, atrás a área de gordura e mais posteriormente o músculo peitoral. Nem sempre é possível visualizer o músculo petoral em CC, mas se não aparecer a área de gordura atrás da área de parênquima, isso indica que a mama não foi bem posicionada. SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 2. Incidência médio-lateral oblíqua: A técnica de radiologia encontrará problemas para executar o posicionamento no caso de angulações incorretas, pois surgirão problemas como dobras de pele ou exclusão de áreas importantes ao exame. A paciente deve estar posicionada de frente para o equipamento, reta, com o corpo alinhado, evitando erros posturais. Avisar a paciente para não levantar o cotovelo (musculatura fica contraída – tracionamento mais difícil e compressao mais incômoda) Obs: Para saber se foi bem penetrada ver se tem o Músculo peitoral maior. Outros posicionamentos: Existem ainda, várias outras incidências que o médico pode solicitar na ocasião da realização do exame. Estas radiografias adicionais são imagens mamográficas obtidas a partir de angulação ou projeção diferentes das rotineiras (CC e MLO), com o objetivo de otimizar a identificação de uma área específica para esclarecer o diagnóstico. A necessidade de uma incidência adicional, embora aumente a ansiedade da paciente, não significa, em hipótese alguma a certeza de um câncer de mama. A paciente deve estar ciente, que tais incidências são requisitadas muitas vezes para: • Desfazer imagens sobrepostas. • Ampliar microcalcificações (independentes de sua natureza). • Avaliar os contornos de uma lesão focal. • Expor uma área densa ou próxima da parede torácica. • Provar ou descartar a presença de uma lesão cutânea projetada no tecido mamário. ✓ Período menstrual Mulheres no período pré-menstrual têm suas mamas mais sensíveis à dor, dificultando com isto, uma maior compressão. Por este motivo, sugere-se a realização da mamografia logo após a menstruação, nas mulheres férteis. Na fase pré-menstrual, quando as mamas estão mais túrgidas, não há prejuízo no diagnóstico de qualquer lesão; porém, a partir do momento em que a dor mamária intensificada pelo período pré-menstrual, impede uma maior compressão, haverá piora da qualidade mamográfica, afetando assim o laudo médico. ✓ Próteses: As pacientes com implantes de silicone (próteses), são avaliadas de duas formas, quando possível: • Tracionando todo o conjunto (mama + prótese) ✓ Pacientes do sexo masculino: Os pacientes do sexo masculino, também realizam mamografias, mas em geral para suspeita de ginecomastia (aumento volumétrico da mama masculina por tecido fibroglandular) ou câncer de mama. O posicionamento é semelhante ao da mama feminina. Não é incomum, ao invés das incidências rotineiras, a realização de projeção caudocranial ou somente médio lateral, por se tratar de mamas muito pequenas, com boa porção do músculo peitoral radiografada. Diferença entre os tecidos mamários em pacientes diferentes e sua correlação com a sensibilidade do método: Um dos maiores problemas ao se analisar as radiografias de mama é a presença de vários tecidos cujo contraste inerente é muito baixo. O tecido mamário pode ser dividido em três tipos principais: (1) glandular, de densida semelhante, maior → mais claro! (2) fibroso ou conjuntivo (3) adiposo, de menor densidade → mais escuro! SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 Como todos esses tecidos são "tecidos moles", não se pode contar com tecidos ósseos ou repletos de ar para propiciar um contraste. Os tecidos fibrosos e glandulares são de densidade similar - isto é, a radiação é absorvida igualmente por esses dois tecidos. A principal diferença nos tecidos mamários é o fato de o tecido adiposo ou gorduroso ser menos denso que os outros dois. Essa diferença na densidade entre o tecido adiposo e os tecidos fibroso e gorduroso fornece as diferenças de densidade fotográfica evidenciadas na radiografia. A mamografia convencional mostra as diferenças nas densidades teciduais, Essas diferenças fornecem a base da imagem radiográfica da mama. Os tecidos glandular e fibroso (ou conjuntivo) mais densos aparecem como estruturas ou regiões "claras", o tecido adiposo ou gorduroso, menos denso, aparecem em tons de cinza-claro a cinza-escuro, dependendo da espessura desses tecido. Segundo o Sistema BI-RADS, a composição da mama é dividida em 4 padrões: 1. Mamas com acentuada substituição adiposa (tec glandular < 25%); 2. Mamas com densidades fibroglandulares esparsas (25% a 50% de tec glandular); 3. Mamas geterogeneamente densas, que podem obscurecer a detecção de lesões pequenas (aprox 51 a 74% de tec glandular); 4. Mamas extremamente densas, reduzindo a sensibilidade da mamografia (tec fibroglandular > 75%); Mamas fibroglandulares → A MAIS DENSA Geralmente, a mama mais jovem é bastante densa, por conter uma quantidade relativamente pequena de tecido gorduroso. A faixa etária comum para a categoria fibroglandular se situa entre a pós- puberdade até cerca de 30 anos; Mamas fibrogordurosas: Uma segunda categoria é a da mama fibrogordurosa. À medida que a mulher envelhece e sofre maiores alterações nos tecidos mamários, a pequena quantidade de tecido gorduroso gradualmente se desvia para uma distribuição mais equânime de gordura e de tecido fibroglandular. Por conseguinte, no grupo etário de 30 a 50 anos de idade, a mama não é tão densa quanto no grupo mais jovem. Mamas gordurosas → MENOS DENSA O terceiro e último grupo é a mama gordurosa que ocorre após a menopausa, comumente a partir dos 50 anos de idade. SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 DENSIDADE MAMÁRIA A densidade mamária na mamografia pode variar significativamente entre os indivíduos, sendo a relação entre a gordura radiolúcida e o tecido glandular radiodenso. Ela varia com a idade (geralmente as mulheres mais jovens têm seios mais densos = mais tecido glandular em relação à gordura) e as mulheres pós-menopáusicas têm progressivamente menos glândula e mais gordura, pois a involução da mama ocorre com o aumento da idade. ➔ Mamas densas: mais tecido fibroso do que gordura. Durante a vida adulta as mamas costumam passar por uma lipossubstituição, o tecido fibroso tende a ter seu volume reduzido e dar espaço à gordura mamária. Com essa lipossubstituição, tem menos partes brancas, então melhor identificação de nódulos. Dessa forma, pessoas mais jovens tem mamas mais densas e as idosas tem mais gordura de que tecido fibroso. ➔ Quanto mais densa é a mama → mais branca ela aparece na mamografia, então é mais difícil de identificar lesões mamárias. SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 FATORES QUE PODEMAUMENTAR A DENSIDADE • terapia de reposição hormonal: o efeito é maior com a terapia hormonal combinada do que com terapia estrogênica isolada • gravidez • lactação • perda de peso: redução da gordura mamária • câncer de mama: especialmente câncer de mama inflamatório • inflamação: mastite FATORES QUE PODEM DIMINUIR A DENSIDADE • aumento da idade; • estado pós-menopausa; • ingestão de Vitamina D e Cálcio em mulheres pré-menopausa; • ganho de peso; NÓDULOS > q 1 cm (investigar) Um Nódulo é tridimensional e deve ser visto nas 2 incidências mamográficas (MLO e CC). Uma imagem compatível com um nódulo, mas visto em apenas uma incidência deve ser descrita como assimetria. Um nódulo apresente margens parcial ou completamente convexas (arredondadas). Quando radiodensos, eles são mais densos no centro que na periferia. As principais características utilizadas na descrição e classificação dos nódulos são: FORMA - A forma de um nódulo deve ser descrita como: redonda, oval, oval macrolobulada ou irregular. • Forma redonda: é esférico, circular ou globoso. • Forma oval: tem forma oval ou elíptica e pode apresentar até 3 ondulações (nessa situação ele é descrito como oval macrolobulado). • Forma irregular: não é oval nem redondo. MARGEM - é o limite da lesão. Em um nódulo mamográfico a margem deve ser descrita como: circunscrita, obscurecida, microlobulada, indistinta ou espiculada. • Margem circunscrita: é bem delimitada, com uma transição abrupta com o tecido circundante. Se qualquer porção da margem for microlobulada, indistinta ou espiculada, não deve ser descrita como circunscrita, mas pelo seu componente mais suspeito. • Margem obscurecida: é aquela escondida por parênquima fibroglandular sobreposto ou adjacente. Para ser descrita como obscurecida, a margem do nódulo deve ser escondida pelo parênquima fibroglandular em pelo menos 1/4 (25%) do contorno e o restante da margem deve ser circunscrita. • Margem microlobulada: é caracterizada por ondulações curtas, usualmente é um achado suspeito. • Margem indistinta: é mal delimitada, não apresenta a delimitação precisa do limite do nódulo com o tecido circundante em qualquer porção do nódulo. É um achado suspeito e não deve ser confundida com a margem obscurecida. • Margem espiculada: é caracterizada por linhas irradiadas do nódulo. Usualmente é um achado suspeito. DENSIDADE - corresponde a atenuação do raio-X pelo nódulo. Deve ser comparada a um volume semelhante de tecido fibroglandular. Os nódulos mais densos tendem a ser mais suspeitos. Deve ser caracterizada como: alta densidade; densidade igual ao parênquima; baixa densidade ou "contendo-gordura". • Alta densidade: A atenuação do nódulo é maior do que o esperado em um volume equivalente de tecido fibroglandular mamário. SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 • Densidade igual ao parênquima: Antigamente descrito como isodenso, a atenuação do nódulo é semelhante à atenuação esperada em um volume equivalente de tecido fibroglandular. • Baixa densidade: A atenuação do nódulo é menor do que a esperada para um volume equivalente de tecido fibroglandular. MELHOR PROGNÓSTICO • Contendo-gordura: Nessa categoria devem ser incluídos todos os nódulos contendo gordura, como cistos oleosos, lipomas,. Os nódulos contendo gordura são quase sempre benignos. Nódulo isodenso, OVAL e circunscrito no quadrante infero-medial da mama direita Nódulo oval, isodenso, com MARGENS OBSCURECIDAS em > 25% do contorno (pontilhado vermelho). SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 Nódulo oval, hiperdenso, com margens indistintas e MICROLOBULADAS (seta azul) (BI-RADS 4A). Nódulo irregular, hiperdenso, com margem INDISTINTA, associado a calcificações amorfas (BI-RADS 4C). Nódulo oval, hiperdenso, com MARGENS ESPICULADAS (BI-RADS 5). SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 Nódulo irregular, obscurecido e HIPERDENSO (BI-RADS 4C). Nódulo oval, circunscrito, CONTENDO GORDURA, compatível com lipoma (BI-RADS 2) SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 Rastreio Em 2004, o Ministério da Saúde (MS) publicou o Controle do Câncer de Mama: Documento de Consenso, recomendando as seguintes ações para rastreamento em mulheres assintomáticas: • Rastreamento de mulheres assintomáticas: Exame clínico das mamas + mamografia a partir dos 40 anos. • Mamografia para mulheres entre 50 e 69 anos, com intervalo máximo de dois anos entre os exames. • Exame clínico das mamas e mamografia anual, a partir dos 35 anos, para mulheres do grupo de risco. Na literatura, também existe a recomendação de realizar a mamografia para rastreamento (ou de rotina) nas mulheres assintomáticas, a partir dos 40 anos, associada ao auto-exame mensal e exame clínico anual, embora os benefícios destes últimos não estejam cientificamente comprovados. Embora aparentemente conflitante, a recomendação do MS não invalida a recomendação da literatura para as mulheres que têm acesso ao exame. A indicação de mamografia para mulheres assintomáticas entre 50 e 69 anos está de acordo com a faixa etária adotada em programas de rastreamento de diversos países. Existem outras situações em que a mamografia de rotina também deve ser realizada: • Antes de iniciar terapia de reposição hormonal (TRH), com a finalidade de estabelecer o padrão mamário e detectar lesões não-palpáveis. Qualquer alteração deve ser esclarecida antes de começar a TRH. Na mulher em TRH, a mamografia também é realizada anualmente (não há necessidade de realizar mamografia semestral). • No pré-operatório de cirurgia plástica, para rastrear qualquer alteração das mamas, principalmente em pacientes a partir da 5ª década ou em pacientes que ainda não tenham realizado o exame. • No seguimento após mastectomia, para estudo da mama contralateral e após cirurgia conservadora. Nesses casos, a mamografia de seguimento deve ser realizada anualmente, independente da faixa etária, sendo de extrema importância o estudo comparativo entre os exames. Diagnóstico Mamografia diagnóstica é aquela realizada em mulheres com sinais ou sintomas de câncer de mama. Os sintomas mais frequentes de câncer de mama são: • Nódulo - um nódulo palpável geralmente é descoberto pela própria paciente, que chega ao médico com muita ansiedade e medo. Se o nódulo for um novo achado no auto-exame das mamas ou no exame clínico, a mamografia deve sempre ser realizada, independente da data do exame anterior. Se o nódulo palpável não tiver expressão na mamografia, a complementação com a ultra-sonografia é obrigatória. Se um nódulo lobulado ou regular for identificado na mamografia, o exame deve ser complementado com a ultrasonografia para identificar se o nódulo é sólido ou cístico, diferença fundamental para determinar a conduta a ser estabelecida. Convém lembrar que a mamografia em pacientes jovens (abaixo de 30 anos) normalmente não apresenta nenhum benefício diagnóstico, em virtude da alta densidade das mamas e que, pela baixa incidência de câncer (menos de 0,1%) na faixa etária, a ultra- sonografia é o exame de escolha para a primeira avaliação de nódulos nesses casos. • "Espessamento" - representa uma região mais endurecida na palpação, sem que seja possível delimitar um nódulo. A indicação de mamografia segue os mesmos parâmetros descritos para o nódulo. • Descarga papilar - a secreção das mamas, fora do ciclo grávido puerperal, deve ser analisada criteriosamente, sendo fundamental caracterizar: se é espontânea ou à expressão; se é uni ou bilateral; se proveniente de ducto único ou múltiplo; se tem aspecto cristali- Mamografia: da prática ao controle Instituto Nacionalde Câncer / MS 17 na (ou "água de rocha"), colostro-símile, sanguinolento, seroso ou coloração esverdeada, amarelada. Casos com descarga papilar espontânea, unilateral, de ducto único, "água de rocha" ou sanguinolenta são suspeitos de doença maligna e a mamografia está indicada para iniciar a investigação. Outras situações diagnósticas com indicação de mamografia: SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 • Controle radiológico de lesão provavelmente benigna (Categoria 3) - o controle radiológico deve ser realizado de 6 em 6 meses no primeiro ano e anualmente nos 2 anos seguintes. Radiologicamente, uma lesão é considerada benigna quando permanece estável num período de 3 anos. Qualquer modificação no aspecto radiológico, seja na forma, tamanho, densidade ou número (no caso de microcalcificações), em qualquer fase do controle, representa indicação para histopatológico. • Mama masculina - apesar de pouco freqüente, a mama masculina também pode ser acometida por doença maligna, que se expressa radiologicamente com as mesmas formas que na mama feminina (microcalcificações, nódulos etc). A ginecomastia é outra indica- ção de exame, permitindo diferenciar a ginecomastia verdadeira (aumento da glândula com a presença de parênquima mamário) da ginecomastia falsa ou lipomastia (aumento da glândula por proliferação adiposa). Convém lembrar que mastalgia, apesar de queixa muito freqüente, não representa indicação de mamografia, pois o sintoma "dor", além de não representar sintoma de câncer de mama, não tem expressão correspondente em imagens. Nos casos de mastalgia, a realização da mamografia seguirá o padrão de rastreamento, de acordo com a faixa etária da paciente. SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 BI-RADS É uma classificação desenvolvida em 1993 pelo Colégio Americano de Radiologia (ACR) com intuito de padronizar os relatórios mamográficos, de forma a minimizar os riscos de má interpretação dos laudos da mamografia e facilitar a comparação de resultados para futuros estudos clínicos. SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 USG das Mamas A ultrassonografia de mama é uma modalidade importante na imagem mamária. É a modalidade de imagem inicial de mama usual em mulheres com menos de 30 anos. É um exame rápido, indolor, não invasivo e de fácil acesso, que utiliza transdutores lineares com alta frequência (superior a 7,5MHz - o ideal é o uso de transdutores multifrequenciais com frequências que variam de 7 a 16 MHz). São utilizados cortes axiais e sagitais, podendo ainda utilizar cortes radiais, que são úteis para a avaliação de ductos (corte similar ao raio de uma circunferência). Não substitui a mamografia e não deve ser utilizada para rastreamento de câncer de mama, sendo útil na diferenciação entre uma massa sólida (nódulo) e uma massa cística (contém líquido), nos casos em que uma massa palpável não é vista na mamografia ou há dúvida, já que ambas as imagens se comportam da mesma forma na radiografia (são radiopacas). • Ultrassom da mama é direcionado para um problema clínico (não é, em geral, usada em rastreio). • Tem razoável sensibilidade, mas pouca especificidade. A sensibilidade de nódulos para US é de, no mínimo, 5mm. Abaixo disso a US não consegue identificar. • Pode ter um lugar no rastreamento de mulheres com alto risco ou com mamas densas na mamografia. A paciente deve estar em decúbito dorsal com as mãos posteriores à cabeça para aproximar a mama dos músculos e do gradil costal. A USG não avalia calcificações (tem risco de malignidade) Microcalcificações ou calcificações não pode guiar pelo US, então guia pela mamografia. INDICAÇÕES: • Complemento da mamografia inconclusiva (Bi-Rads 0) • Impossibilidade de realização da mamografia, como pacientes jovens (muito tecido fibroglandular) • Diferenciação entre nódulos e cistos • Diagnóstico diferencial entre nódulos benignos e malignos • Monitoração de processos invasivos • Monitoração de resposta terapêutica • Detecção e acompanhamento de seromas e hematomas • Mastalgia • Avaliar um nódulo palpável com achados mamográficos negativos ou equívocos • Traumas ou processos inflamatórios • Avaliação em período gravídico-puerperal • Descarga papilar • Biópsia orientadora • Avaliar implantes mamários para ruptura SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 LIMITAÇÕES • Não avalia distorção arquitetônica do parênquima; • Não avalia microcalcificações; • Não avalia nódulos inferiores a 5mm ou localizados em planos profundos; • Não avalia bem mamas liposubstituídas); Na maioria dos exames ultrassonográficos das mamas podem ser identificados 6 planos estruturais: 1. Pele; 2. Subcutâneo; 3. Zona glandular; 4. Tecido adiposo retro glandular; 5. Músculo peitoral; 6. Parede torácica. • A maior parte dos ductos e das unidades funcionais da mama, incluindo as unidades ducto-lobulares terminais, encontram-se na zona glandular (também chamada de zona mamária), que é envelopada pelas fáscias pré e pós glandulares. A maior parte • dos nódulos mamários são identificados na zona glandular. SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 LESÕES SÓLIDA E CÍSTICAS Como o tecido mamário é extremamente atenuante (o osso é a estrutura mais atenuante, levando a formação de uma imagem muito radiopaca) uma nodulação bem delimitada e com relativa homogeneidade apresenta condutância sonora ampliada em relação aos tecidos adjacentes, ou seja, possui reforço acústico posterior. Em comparação com lesões císticas, as sólidas apresentam ECOS INTERNOS de baixa amplitude, sendo facilmente identificada quando apresenta mais que 5mm. Um nódulo sólido não apresenta reforço acústico pois é uma barreira mais eficaz para a passagem do som. OBS.: Quando se encontra lesões e há dificuldade de saber a consistência interna, faz-se uma compressão na região para que o eco seja intensificado. Caso seja uma lesão cística, haverá melhor caracterização da sua forma: bem delimitada, anecóica e homogênea, além do reforço acústico posterior. SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 ➔ Cisto simples: Lesão redonda ou oval, anecóica, com margens bem definidas e apresenta reforço acústico. ➔ Cisto complexo: nódulo mural, paredes espessas/irregular. ➔ Cisto Complicado: apresenta ecos internos, anecoico e no meio tem uns pontinhos hipoecoicos. Diferenciação de cisto e nódulo em correlação com a mamografia Os nódulos são descritos ecograficamente de acordo com a forma, orientação, margens, transição com tecido mamario, padrão de ecogenicidade, aspecto acústico posterior e relações sobre o tecido adjacente. A forma pode ser definida como redonda, oval e irregular. A interpretação quanto à benignidade e malignidade do nódulo é semelhante à da mamografia, sendo os irregulares mais suspeitos. A orientação é um aspecto particular da US. Nódulos paralelos à pele, ou seja, mais largos que altos, são geralmente benignos. Quando a orientação é vertical, ou seja, mais altos que largos, há um maior degrau de suspeição para malignidade. As margens são descritas como circunscritas, indistintas, espiculadas, angulares e microlubuladas. Com exceção da margem circunscrita, os demais aspectossugerem malignidade. As margens espiculadas e/ou microlobuladas são as que apresentam o maior valor preditivo para malignidade. A zona transicional com o parenquima mamario adjacente é descrita como definida ou indefinida. A transição bem definida ou com um fino halo ecogênico, sugerindo pseudocápsula, indica benignidade, pois representa lesão de crescimento lento comprimindo o parenquima ao redor e não infiltrando. A transição sem demarcação definida ou um halo ecogênico espresso podem estar associados a alguns carcinomas e abscessos e representam component inflamatório e edema ao redor da lesão principal. O SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 achado de uma pseudocápsula ecogênica ao redor da ação deve ser interpretado juntamente com a forma do nódulo (oval ou levemente lobulada) para aumentar a certeza de benignidade. O padrão de ecogenicidade auxilia primariamente na diferenciação entre nódulo cístico (anecóico) e sólido (hipoecóico, iso e hiperecóico), sendo definido em relação à gordura. Os nódulos homogeneamente hiperecoicos são considerados de maior valor preditivo para benignidade. Os nódulos sólidos hipoecoicos e isoecoicos necessitam de outras caracteristicas para serem avaliados quanto à malignidade. Os fenômenos acústicos posteriors decorrem de características de atenuação do nódulo. Estes fenômenos incluem reforço acústico, ou seja, área posterior mais ecogênica, encontrada principalmente em cistos. Também se observa sombra acústica, ou seja, área central posterior mais escuro, associada a calcificações, fibrose ou neoplasias com alta resposta desmoplásica. Alguns nódulos não causam alteração do feixe acústico através do nódulo ou apresentam uma combinação dos fenômenos. Estes aspectos, isoladamente, não são confiáveis na definição de benignidade ou malignidae e devem ser avaliados na combinação com outros achados. Algumas alterações adjacentes e associadas aos nódulos podem também reforçar malignidade, como ramificação ou extensão ductal, associadas ou não a microcalcificações que podem estar relacionadas com o componente in situ ou intraductal, além de alteração arquitetural, edema e alterações cutâneas, à semelhança dos achados mamográficos. SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 RM das Mamas A ressonância magnética da mama é o método mais sensível para a detecção do câncer de mama. Dependendo dos regulamentos internacionais de saúde, é aplicado para triagem de mulheres com alto risco de desenvolver câncer de mama (por exemplo, portadores de BRCA1 e BRCA2), como um teste diagnóstico adicional no estadiamento do câncer de mama pré-terapêutico, monitoramento de terapias sistêmicas primárias e para resolver problemas diagnósticos. situações em que a biópsia direta não é possível. ➔ É especialmente indicadas para pacientes de alto risco, como método de rastreamento, e para pacientes submetidos à biópsia com diagnóstico de CA de mama, pois pode fornecer informações complementares a respeito da extensão da doença. Porém, NÃO SUBSTITUI a mamografia e USG no rastreamento do CA de mama. ➔ A RM tem alta sensibilidade (>95%), possibilitando a detecção de lesões muitas vezes imperceptíveis em outros exames, mas é menos específico. Nem sempre as lesões encontradas serão cancer, necessitando-se de biópsia. ➔ É o exame mais acurado na detecção do cancer de mama, pois fornece informações não apenas sobre a morfologia da lesão, mas também sobre aspectos funcionas, como o realce pelo contraste, difusão na água e espectroscopia. ➔ A anatomia mamaria é bem demonstrada, na qual não apenas o parenquima pode ser avaliado, mas também vasos, linfondos, região retromamária e a parede torácia. As variações hormonais influenciam na avaliação da imagem, sobretudo em relação ao realce e ao edema de parenquima. • Indicações específicas ✓ Rastreamento de pacientes considerados de alto risco para o cancer de mama ✓ Pacientes com diagnóstico de cancer de mama, para melhor avaliação pré-operatória. O exame também ajuda a identificar outros focos ocultos de cancer, extensão para o músculo peitoral, parede torácica e complex areolopapilar. ✓ Pacientes em tratamento com quimioterapia. Nesse casos, o exame é utilizado para acompanhar a evolução do tratamento e a resposta a doença a ele (Controle pré e pós) ✓ Avaliação pós-operatória (detecção de recorrência local) ✓ Esclarecer possíveis dúvidas em relação aos resultados apresentados por outros exames (e quando a biópsia é inviável), o que o ajudará a definer a melhor conduta. ✓ Avaliação de próteses de silicone ✓ Pacientes com mamas muito densas, ou seja, mamas com grande component de tecido glandular e pouco tecido adipose. Nesses casos, a mamografia tem sensibilidade reduzida. ✓ Lesão papilar com descarga patológica. Utiliza-se de MG e USG, a ductografia também auxilia. PRINCIPAIS INDICAÇÕES: • Paciente maior que 35 anos e em grupo de risco (mamografia ou RM) • Rastreamento do câncer de mama OBS.: FEBRASGO - A ressonância magnética é o exame com maior sensibilidade, isto é, ela detecta cânceres na mama que a mamografia e a ultrassonografia não conseguem. Então, porque não sempre? Principalmente pelo alto custo e baixa disponibilidade, mas não só isso. Também pela sua baixa especificidade, ou seja, nem todas as lesões suspeitas detectadas por ela são câncer. Na verdade, a maioria (~70%) não é. Além disso, caso uma lesão suspeita não seja identificada posteriormente à ultrassonografia ou mamografia dirigidas (chamadas “second look”), a lesão terá que ser biopsiada sob orientação da ressonância magnética. A ressonância magnética tem indicações muito precisas, como: SAÚDE DA MULHER | Caroline Nolasco SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 1 • Rastreamento em mulheres de alto risco = Quando apresenta risco de 20 a 25% de desenvolver CA de mama ao longo da vida, acredita-se que os benefícios da RM superem os riscos/inconvenientes descritos acima. Esse grupo inclui portadoras de mutação nos genes BRCA, mulheres submetidas a radiação torácica por doença de Hodgkin na juventude, portadoras de síndromes associadas ao câncer de mama, e mulheres com fortes antecedentes hereditários que as coloque na faixa de risco acima de acordo com o cálculo feito pelas fórmulas matemáticas existentes. Em geral o rastreamento se inicia aos 30 anos de idade, ou então 10 anos antes da idade na qual a parente mais próxima recebeu o diagnóstico de câncer. • Estadiamento pré-operatório = O benefício não é claro, salvo nos casos de cânceres agressivos em mamas densas (que diminuem a sensibilidade da mamografia), carcinoma lobular e carcinoma ductal in situ extenso. • Avaliação da mamografia problemática. Algumas dúvidas da mamografia podem ser esclarecidas pela ressonância magnética, particularmente no caso de assimetrias de densidade e algumas distorções de arquitetura. Essa é uma indicação que não deve ultrapassar 10% de todas as ressonâncias magnéticas solicitadas. Temos visto, no entanto, um exagero nessa indicação, como que para compensar uma mamografia de difícil análise, ou na tentativa de não biopsiar microcalcificações muito pequenas. Porém, não há dados autorizando esse uso da ressonância magnética e o próprio texto do BI- RADS faz recomendação contrária a essa prática. Se a mamografia for de análise difícil, na maioria das vezes será mais produtivo solicitar uma segunda opinião mamográfica em um serviço de mais experiência. Além disso, temos visto indicações de ressonância magnética para avaliar até mesmo achados ultrassonográficos, situação para a qual não há qualquer embasamento científico. • Indicações pontuais. Outras indicações de ressonância magnética são: controle de
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